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Sumário

PROCESSO PENAL ........................................................................................... 2

I. Ação Penal .................................................................................................... 2

II. Recursos ....................................................................................................... 3


II.1 Recurso Extraordinário ................................................................................................... 3
II.2 Recurso Especial ............................................................................................................. 3
II.3 Recurso Ordinário Constitucional .................................................................................. 4
II.4 Recurso em Sentido Estrito ............................................................................................ 4
II.5 Apelação ......................................................................................................................... 5
II.6 Embargos de Declaração ................................................................................................ 5
II.7 Agravo em Execução ...................................................................................................... 6

III. Provas ........................................................................................................... 7


III.1 Teoria dos Frutos da Arvore Envenenada ..................................................................... 7
III.2 Princípio da Serendipidade ........................................................................................... 8
III.3 Princípio da Proporcionalidade ou Razoabilidade ......................................................... 8
III.4 Prova Emprestada ......................................................................................................... 8

Maria Cristina de Jesus Noroha - crisnoronha2003@yahoo.com.br - CPF: 087.127.938-09


PROCESSO PENAL
I. Ação Penal
A ação penal, como direito público subjetivo, tem como fundamento
constitucional o art. 5o, XXXV, da CF/1988, segundo o qual: “A lei não excluirá da
apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito”.

AÇÃO PENAL PÚBLICAL: é aquela cujo legitimado ativo é o Ministério Público,


que exerce o direito de ação através da peça acusatória denominada denúncia. A ação
penal pública possui as seguintes espécies
• Incondicionada: a atuação do Ministério Público não depende de
manifestação de interesse do ofendido ou de requisição do Ministro da
Justiça.
A ação penal pública incondicionada é a regra geral. Se a lei não dispuser nada
em sentido contrário, a ação penal será a pública incondicionada.
• Condicionada: a atuação do MP depende em alguns casos de
representação do ofendido ou em outros casos de requisição do Ministro
da Justiça.
• Subsidiaria da Pública: ocorre quando existe inércia do órgão
inicialmente legitimado (órgão do MP) a oferecer a denúncia.

AÇÃO PENAL PRIVADA: são os casos em que a lei transfere aos particulares a
legitimidade para figurar no polo ativo da ação penal, que exercem o direito de ação
através da peça acusatória denominada queixa-crime.
• Exclusivamente Privada: é a regra nos crimes de ação penal privada.
Nessa situação podem figurar como autores da ação penal a vítima, seu
representante legal ou os sucessores da vítima
• Personalíssima: nessa situação, somente a vítima pode figurar como
autora da ação penal.

Maria Cristina de Jesus Noroha - crisnoronha2003@yahoo.com.br - CPF: 087.127.938-09


II. Recursos

Previsto na
Constitucionais Constituição
Federal
Recursos
Previsto em Lei
Ordinários
infraconstitucional

II.1 Recurso Extraordinário


Tanto o Recurso Especial quanto o Recurso Extraordinário são recursos
constitucionais que só podem ser interpostos após o esgotamento da via ordinária. Aqui,
não se reanalisa matéria fática, mas tão somente se discute matéria de direito, por não
ser duplo grau de jurisdição.
O prazo é de 15 dias para interposição do recurso por aplicação ao art. 1.003, §5º
do novo CPC.
É necessário que o agente demonstre a repercussão geral das questões
constitucionais discutidas no caso concreto para que o Tribunal possa examinar a
admissão do recurso, sendo a repercussão geral um requisito de admissibilidade. Além
disso é necessário que haja o prequestionamento que consiste no efetivo debate da
matéria objeto do recurso especial e extraordinário durante o processamento da causa.
Ou seja, é uma exigência da pré-análise, bem como do debate e do julgamento prévio,
pelo tribunal recorrido, de uma matéria federal ou constitucional, que será objeto do
recurso especial ou extraordinário.

II.2 Recurso Especial


O único requisito para o Recurso Especial é o prequestionamento. O prazo é de
15 dias para interposição do recurso por aplicação ao art. 1.003, §5º do novo CPC.

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É necessário que haja o prequestionamento que consiste no efetivo debate da
matéria objeto do recurso especial e extraordinário durante o processamento da causa.
Ou seja, é uma exigência da pré-análise, bem como do debate e do julgamento prévio,
pelo tribunal recorrido, de uma matéria federal que será objeto do recurso especial.

II.3 Recurso Ordinário Constitucional


O recurso ordinário é um recurso de índole constitucional, tendo em vista que
está previsto expressamente na Constituição Federal. É, na verdade, o nome do Recurso
em sede de Habeas Corpus. Assim, denegada a ordem de habeas corpus por um tribunal,
o recurso cabível será o Recurso Ordinário Constitucional (ROC), também conhecido
como Recurso em Habeas Corpus (RHC).
O Recurso Ordinário só pode ser apresentado no STJ ou no STF. Logo, nunca
poderá ser apresentado em TJ ou TRF.
Em caso de a ordem de habeas corpus ser denegada por um juiz, o recurso
cabível é o Recurso em Sentido Estrito (RESE) para o Tribunal de justiça ou Tribunal
regional federal, nos moldes do art. 581, X do Código de Processo Penal.
O recurso ordinário constitucional possui prazo de 05 dias para interposição com
as razões já inclusas, conforme previsão no art. 30 da Lei nº 8.038/1990, na Súmula 319
do STF.

II.4 Recurso em Sentido Estrito


Hipóteses taxativamente em lei (art. 581, do CPP)
O Recurso em Sentido Estrito é o recurso através do qual se busca o reexame da
decisão, despacho ou sentença do juiz, permitindo a este, um novo pronunciamento,
nas hipóteses taxativamente previstas em lei.
Cumpre destacar que o Recurso em Sentido Estrito tem o efeito devolutivo do
recurso. Assim, devolve ao Tribunal o reexame fático e de direito, ou seja, o Tribunal irá
analisar todo o conteúdo em sede daquele recurso.
Outra característica peculiar do Recurso em Sentido Estrito é a de que ele possui
efeito regressivo, pois o juiz do feito pode, após tomar conhecimento das razões e
contrarrazões das partes, reavaliar e modificar sua decisão. Ou seja, no RESE é permitido

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ao próprio juiz prolator da decisão recorrida retratar-se desta antes da remessa do
recurso ao juízo ad quem, nos exatos moldes do art. 589 do Código de Processo Penal.
O prazo do RESE, via de regra, é de 5 dias para oferecer a petição de interposição
e 2 dias para oferecer as razões do recurso, conforme arts. 586 e 588 do CPP,
respectivamente.
ATENÇÃO: Excepcionalmente, o RESE terá o prazo de 20 dias para ser interposto,
já com as razões inclusas, no caso de decisão que incluir jurado na lista geral ou desta o
excluir (art. 581, XIV), contado da data da publicação definitiva da lista de jurados,
conforme art. 586, parágrafo único do CPP.

II.5 Apelação
Em regra, as hipóteses estão previstas no artigo 593, do CPP.
A apelação, na regra geral, é o recurso cabível nos casos em que forem proferidas
sentenças judiciais que julguem o mérito ou que possuam caráter definitivo. Desta
forma, não é cabível o recurso de apelação para atacar os despachos de mero
expediente, inclusive pelo fato de eles serem sempre irrecorríveis, e, via de regra,
também não é cabível a apelação para atacar decisões interlocutórias.
Trata-se de um recurso residual.
Vale lembrar, também, que o prazo de apelação é de cinco dias para a
interposição e de oito dias para as razões ou contrarrazões nos termos dos arts. 593 e
600 do CPP, respectivamente.
Deve-se ter cuidado em relação à apelação no rito sumaríssimo, pois nos Juizados
Especiais Criminais a apelação terá o prazo de 10 dias para a apresentação de razões e
contrarrazões, nos exatos termos do art. 82, §1º, da Lei nº 9099/95.

II.6 Embargos de Declaração


Apesar da divergência, é tido como recurso que visa declarar um equívoco
ocorrido em determinada decisão. O Código de Processo Penal prevê dois recursos que
se equivalem porque na decisão de primeiro grau de jurisdição, o nome seria
Embarguinhos, com fundamento no art. 382 do CPP. Já quando opostos no âmbito dos
tribunais, o nome é embargos de declaração, nos moldes do art. 619 do CPP.

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A oposição dos embargos será mediante petição dirigida ao mesmo órgão que
proferiu a decisão a qual se atribua obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.
Obscuridade – confusa, difícil de entender, vaga.
Ambiguidade – decisão que pode tomar em mais de um sentido.
Contradição - contem conflito de ideias, incompatibilidade nas teses expostas.
Omissão - falta alguma coisa juridicamente relevante.
O prazo é de 2 dias no caso de apresentação no juízo de primeiro grau ou no caso
de modificação do acórdão do Tribunal. O prazo dos embargos de declaração no caso
dos Juizados Especiais Criminais são diferentes dos demais prazos, uma vez que devem
ser opostos em cincos dias.
A oposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição de outros
recursos. O CPP é omisso quanto ao prazo de interrupção e, com isso, aplica-se o CPC
que seria prazo de interrupção.

II.7 Agravo em Execução


Será cabível contra as decisões, despachos ou sentenças proferidas pelo Juiz da
Vara de Execuções Penais.
Assim sendo, caberá Agravo em Execução da decisão, despacho ou sentença
proferida pelo juiz da Vara das Execuções Penais que:
1º) conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena
2º) conceder, negar ou revogar livramento condicional
3º) decidir sobre a unificação de penas
4º) decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado
5º) impuser medida de segurança por transgressão de outra
6º) revogar a medida de segurança
7º) deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a
revogação
O procedimento do agravo em execução não é trazido de forma expressa pela
LEP, entretanto o entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante é no sentido
de que deve ser aplicado o mesmo do Recurso em Sentido Estrito.

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O prazo da petição de interposição é de 5 dias e o prazo para a apresentação de
razões é de 2 dias. Destaca-se que, o prazo para interposição do Agravo em Execução
está previsto expressamente na Súmula 700 do STF.

III. Provas
Todas as provas no processo penal brasileiro possuem o mesmo valor, ou seja,
relativo, no qual o juiz deverá avaliar as provas existentes no processo e confrontá-las
para convencimento da decisão.

III.1 Teoria dos Frutos da Arvore Envenenada


A prova ilícita produzida (árvore), tem o condão de contaminar todas as provas
dela decorrentes (frutos).
Assim, diante de uma confissão obtida mediante tortura, cujas informações
deram margem a busca e apreensão formalmente íntegra, a busca e apreensão estaria
contaminada, pois decorreu de uma prova ilícita.
Prova absolutamente independente ou teoria da fonte independente:
existindo outras provas no processo, independente de uma determinada prova ilícita
produzida, não há de se falar em contaminação, nem em aplicação da teoria dos frutos
da arvore envenenada, pois não havendo vinculação nem relação de dependência, a
prova ilícita não terá o condão de contaminar as demais.
Descoberta inevitável ou exceção da fonte hipotética independente: Se a prova
decorre da ilícita, mas seria conseguida de qualquer outra maneira, por atos de
investigação válidos, ela será aproveitada, eliminando-se a contaminação.

PROVA ABSOLUTAMENTE
INDEPENDENTE OU
TEORIA DA FONTE
INDEPENDENTE.
LIMITAÇÕES À TEORIA
DOS FRUTOS DA ÁRVORE
ENVENENADA
DESCOBERTA INEVITÁVEL
OU EXCEÇÃO DA FONTE
HIPOTÉTICA
INDEPENDENTE.

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III.2 Princípio da Serendipidade
A serendipidade seria o encontro fortuito de provas relativas a fato delituoso
diverso daquele que é o objeto da investigação.

A serendipidade, assim como o próprio dicionário conceitua, é uma "descoberta


afortunada feita, aparentemente, por acaso”. Não seria diferente, é claro, trazendo o
instituto para o processo penal. É possível, no curso de uma interceptação telefônica, a
descoberta de fatos penalmente relevantes, distintos do objetivo principal da
investigação, sejam fatos ligados ao próprio investigado ou a terceiros. A serendipidade
nada mais é do que buscar determinada coisa, mas encontrar outra ou outras.

A jurisprudência vem se posicionando no sentido de que os fatos novos advindos


pela descoberta do monitoramento telefônico não invalida a própria interceptação,
desde que ela tenha sido realizada de acordo com os requisitos legais e constitucionais,
devendo a prova ser considerada lícita. Além disso, os ministros vêm ponderando que a
serendipidade não pode ser considerada como ilegal, não podendo toda prova obtida
ao acaso ser considerada nula.

III.3 Princípio da Proporcionalidade ou Razoabilidade


Deve ser invocado para preservar os interesses do acusado. Nesse ínterim, é
reconhecido a possibilidade de utilização, no processo penal, da prova favorável ao
acusado, ainda que colhida com infringência a direitos fundamentais seus ou de
terceiros. Ou seja, a violação legal para produção probatória, quando estritamente
necessária, só se justifica para a manutenção do status de inocência do agente.

III.4 Prova Emprestada


É aquela produzida em um processo e transportada documentalmente para
outro.
É admissível no processo penal o empréstimo probatório, desde que haja uma
justificativa plausível e a ocorrência do contraditório este novo processo. A doutrina
entende que como requisitos da prova emprestada deveria existir:

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• Mesmas partes
• Mesmo fato probando: o fato deve ser relevante nos dois processos.
• Respeito ao contraditório em ambos os processos
• Licitude da prova obtida
O STJ, todavia, entende ser imprescindível a ocorrência do contraditório em
ambos os processos, mas dispensa a possibilidade de necessidade de mesmas partes
para a autorização da prova emprestada.

III.5 Provas em Espécie


Exame do corpo de delito e das perícias em geral

Interrogatório do acusado

Confissão

Ofendido

Testemunhas

Reconhecimento de pessoas e coisas

Acareação

Documentos

Indícios

Busca e apreensão

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