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Sumário

DIREITO CONSTITUCIIONAL............................................................................. 2

I. Direitos Individuais ....................................................................................... 2


I.1 Direito à vida ................................................................................................................... 2
I.2 Direito à Igualdade .......................................................................................................... 3
I.3 Direito à Liberdade .......................................................................................................... 4
I.4 Direito à Propriedade ...................................................................................................... 6

II. Ordem Social................................................................................................. 7

III. Organização do Estado .................................................................................. 8


III.1 Forma de Estado: .......................................................................................................... 8
III.2 Criação de Estados e Municípios ................................................................................... 9
III.3 Repartição Constitucional De Competências .............................................................. 10
III.4 Conflito de Competências ........................................................................................... 10

IV. Ações Constitucionais ................................................................................. 11


IV.1 Habeas Corpus ............................................................................................................ 11
IV.2 Habeas Data ................................................................................................................ 12
IV.3 Mandado de Segurança .............................................................................................. 12
IV.4 Mandado de Injunção ................................................................................................. 13
IV.5 Ação Popular ............................................................................................................... 13
IV. 6 Ação Civil Pública ....................................................................................................... 14
IV.7 Remédios Constitucionais Coletivos ........................................................................... 14

V. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ....................................................... 15


V.1 Espécies de Controle .................................................................................................... 16

Maria Cristina de Jesus Noroha - crisnoronha2003@yahoo.com.br - CPF: 087.127.938-09


DIREITO CONSTITUCIIONAL

I. Direitos Individuais

Os direitos e deveres individuais e coletivos estão previstos no art. 5o da CF/88.


Em sua maioria são direitos fundamentais de primeira geração, ou seja, direitos que
exigem do estado uma abstenção.

Os direitos individuais se dividem nas seguintes espécies:

• Direito à vida;
• Direito à igualdade;
• Direito à liberdade;
• Direito à propriedade;
• Direito à segurança

ATENÇÃO: o rol de direitos presentes no art. 5º da CF/88 é meramente


exemplificativo, ou seja, existem outros direitos e garantias fundamentais presentes ao
longo do texto constitucional.

Os direitos individuais são aqueles que reconhecem autonomia aos particulares,


garantindo a iniciativa e independência entre os indivíduos diante dos demais membros
da sociedade política e do próprio Estado (José Afonso da Silva). São direitos fundados
no conceito amplo de liberdade individual.

I.1 Direito à vida

O direito individual fundamental à vida possui duplo aspecto:

a) biológico: traduz o direito à integridade física e psíquica;

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b) em sentido mais amplo: significa o direito a condições materiais e espirituais
mínimas necessárias a uma existência condigna à natureza humana.

Ou seja, o direito à vida não se resume ao direito de manter-se vivo. Vai além.
Trata-se do direito de manter-se vivo, com condições mínimas de dignidade para
desfrutar da própria existência.

Para que se entenda completamente esse direito fundamental, é necessário que


fique definido quando se dá o início da vida, objeto do direito garantido
constitucionalmente. Há duas teorias que possuem destaque na doutrina:

• Teoria da concepção: a vida se inicia a partir da fecundação.


• Teoria natalista: a vida se inicia apenas após o nascimento (adotada como
regra pelo Código Civil em relação à personalidade jurídica).

O STF não decidiu expressamente qual a posição deve ser adotada no Brasil em
relação à proteção constitucional do direito à vida.

No entanto, já se posicionou no sentido de afastar a teoria concepcionista por


ocasião do julgamento da ADI 3510/DF. Isso porque, nesse julgado, considerou
constitucional o art. 5o, da Lei de Biossegurança (Lei no 11.105/2005), que permitiu
pesquisa científica com células tronco embrionárias (ADI 3510/DF).

MOMENTO CONSUMATIVO DA MORTE: Apesar de não haver previsão


constitucional, a Lei no 9.434/1997 delimitou que se considera consumada a morte no
momento da paralisação irreversível da atividade encefálica (morte encefálica).

I.2 Direito à Igualdade

Classicamente, o direito à igualdade é analisado sob dois diferentes prismas:


igualdade material e igualdade formal.

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FORMAL: Em sua perspectiva formal, o direito à igualdade foi expressamente
previsto no art. 5o, caput, da Constituição Federal:

Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza (...)

A igualdade perante a lei (igualdade formal) garante a aplicação da lei a todos,


irrestritamente, de modo neutro nas ocorrências fáticas da vida, sem espaços para
privilégios ou distinções.

MATERIAL: Em sua perspectiva material, todavia, o princípio da igualdade vai


mais além. Garante um tratamento desigual aos que são considerados desiguais, na
medida de suas desigualdades. Busca equilibrar situações desiguais, promovendo uma
igualdade na lei (igualdade material).

ATENÇÃO: Sobre o direito de igualdade nos CONCURSO PÚBLICO é importante


observar os aspectos quanto a IDADE MÁXIMA, exigência de ALTURA MÍNIMA, e o
exame PSICOTÉCNICO. Pode haver essas exigências desde que: haja previsão legal (não
basta previsão somente no edital). Além disso tem que ter compatibilidade das
profissões.

I.3 Direito à Liberdade

ASSOCIAÇÃO: Precisamos analisar a liberdade de associação sob duas óticas: na


vista dos associados e em relação ao Estado.

Associados:

• Ninguém poderá ser compilado a se associar.

• Não existe associação compulsória.

• Vedado o caráter paramilitar.

• Não pode ser constituída associação com finalidade ilícita.

Em relação ao Estado:

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• Não precisa licença nem autorização.

• Não há interferência estatal.

• O estado poderá suspender as atividades da associação e vai poder fazer


a sua dissolução compulsória. Entretanto, para a suspensão das atividades, o Estado
necessita de decisão judicial.

MANIFESTAÇÃO/ REUNIÃO: Dispensa autorização e licença, porém exige


comunicação prévia. Não pode ter armas.

A finalidade tem que ser pacífica. Isto é, não pode ter a finalidade de guerra,
incitar o ódio, dentre outros. Não pode frustrar uma reunião anteriormente marcada.

Atenção: E a marcha da maconha? De acordo com o STF é constitucional a


manifestação com a finalidade da legalização da maconha, desde que não haja arma.

PENSAMENTO: É proibida a censura ou licença. A Constituição proíbe a censura


ou licença, porém, a pessoa arcará com as consequências caso venha a violar o direito
de imagem de outrem, por exemplo. Isso porque, a Constituição Federal garante o
direito de danos materiais, danos morais e danos à imagem.

IMPRENSA: É um direito fundamental de praticar a imprensa e de dar a


informação. Está relacionada ao direito de liberdade de pensamento, por isso é proibida
a censura ou licença. É vedado o anonimato, porém é possível resguardar o sigilo da
fonte.

RELIGIOSA: O Brasil é um país laico, no entanto, o Estado tem que garantir que
cada um exerça seu direito de crença e religião, bem como a integridade dos locais de
culto e a assistência religiosa nos estabelecimentos civis e militares e que tenha
aglomeração de pessoas.

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Sobre o ensino religioso, é importante destacar que nas escolas em geral, ele é
FACULTATIVO. Isso porque, caso fosse obrigatório, estaria violando a liberdade religiosa
e de crença.

Mesmo sendo facultativa, importante observar que pode ter natureza


confessional, ou seja, de uma religião específica. Mas, o aluno não é obrigado a
participar.

PROFISSIONAL: Liberdade de profissão é a regra. As proibições são exceções.


Nesse contexto, qualquer pessoa pode exercer qualquer profissão, salvo as vedadas pela
Constituição.

De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, qualquer restrição


imposta à liberdade profissão só é permitida se oferecer risco à sociedade.

Atenção: É ILÍCITO estabelecer restrições para a profissão de jornalista. Por isso,


não pode ter requisitos para ser jornalista, como por exemplo exigir diploma, tão pouco
pode existir um Conselho para regulamentar a profissão. Isso porque, de acordo com o
Supremo Tribunal Federal, qualquer restrição ofenderia a liberdade de imprensa e de
informação.

I.4 Direito à Propriedade

É garantido do direito de propriedade, desde que seja respeitada a sua função


social.

DESAPROPRIAÇÃO: A desapropriação é possível quando:

• Por utilidade/necessidade pública: INDENIZAÇÃO PRÉVIA E EM DINHEIRO

Exemplo: construção de uma estrada naquele local

• Por interesse social (ocorre quando não está sendo respeitada a função social)

Pode ser urbana (quando descumpre as regras do plano diretor) e rural (quando
for improdutiva, não estive respeitando as regras do Direito do Trabalho, etc).

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INDENIZAÇÃO POSTERIOR E EM TÍRULOS DA DÍVIDA (não é em dinheiro. será resgatável
em 10 anos, se urbana, e em 20 anos, se rural).

• Expropriação (Sanção/punição) – ocorre em duas hipóteses: cultivo e plantio de


drogas, exploração de trabalho escravo. Aqui, haverá desapropriação e será SEM
INDENIZAÇÃO. A perda será da propriedade toda e não apenas da parte em que
estiver usando para cultivar drogas. NÃO HÁ INDENIZAÇÃO.

Desapropriação é diferente de requisição. A requisição ocorre quando há um


iminente perigo. Só haverá indenização se houver dano. O Estrado poderá utilizar aquela
propriedade até cessar o perigo (art. 5º, inciso XXV)

INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO: De acordo com a Constituição Federal, o


domicílio é asilo inviolável.

Esta é a regra! As exceções são:

• Flagrante delito

• Desastre

• Socorro ou perigo

• Ordem judicial à aqui há restrição de horário; SÓ PODE DURANTE O DIA.

II. Ordem Social

A seguridade social é composta pela: saúde, previdência e assistência social.

SAÚDE: é universal e não contributiva. Além disso, é aberta à iniciativa privada


em caráter suplementar, preferencialmente por entidades sem fins lucrativos.

PREVIDÊNCIA SOCIAL: é contributiva. Logo, só tem direito a usufruir quem


contribuiu.

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ASSISTÊNCIA SOCIAL: é não contributiva, porém só valerá para aquelas pessoas
que necessitam. Logo, não é universal. Além disso, a Constituição Federal garante um
salário mínimo por mês para as pessoas que estão em vulnerabilidade, são elas: idosos
ou pessoas com deficiência que nunca contribuíram para a previdência social.

CUIDADO: A educação, cultura e o desporto não integram a seguridade social.

III. Organização do Estado

III.1 Forma de Estado:

O estado brasileiro é organizado pela forma federativa. Não confundir com a


forma de governo (República). A forma de estado é cláusula pétrea, já a forma de
governo, não.

A Constituição Federal, em seu artigo 1º, estabelece que é uma união


indissolúvel, ou seja, é vedada a secessão.

Trata-se de um federalismo de terceiro grau, pois, temos:

• União: responsável pela administração federal.

• Estados: responsável pela administração estadual.

• Municípios: responsável pela administração municipal.

Lembrando que também temos o Distrito Federal que atua com a administração
estadual e municipal.

Ainda que se tenha os três níveis acima, nenhuma exerce hierarquia ou


apresentam grau de importância superior a outra. NÃO TEM HIERÁRQUIA.

Importante destacar que a SOBERANIA é do todo (União, Estados, Distrito


Federal e Municípios) e não apenas de um deles. A Soberania é da República Federativa
do Brasil e não da União.

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No mais, a União tem a sua Constituição Federal, os Estados, as Constituições
Estaduais, os Municípios a sua Legislação orgânica (não tem Constituição). Por isso que
se diz que apenas a União e os Estado é que tem poder constituinte.

O Distrito Federal, por sua vez, embora tenha justiça, não tem constituição, mas
sim lei orgânica, assim como os municípios.

Território não é ente federativo, pois não tem autonomia política, administrativa,
orçamentária e tributária. Atualmente, o território é uma autarquia federal.

III.2 Criação de Estados e Municípios

Conforme vimos acima, os Estados e Municípios apresentam autonomias


próprias. Tais autonomias são: política, administrativa, orçamentária e tributária.

Caso venha a ocorrer algum conflito entre Estado e Município, o Tribunal


Federativo solucionará. Mas, quem é esse tribunal federativo? O Supremo Tribunal
Federal (STF).

Destaca-se que, nem todo conflito entre Estados e municípios serão tratados
pelo STF. Serão só os conflitos que possam gerar uma quebra, uma desunião entre os
dois entes.

Cumpre destacar ainda, que embora seja indissolúvel, o artigo 18 da Constituição


Federal traz algumas possibilidades:

• Incorporação

• Subdivisão

• Desmembramento

• Fusão

Assim, para criar novos estados (art. 18, §3º, da CF), é preciso:

• Plebiscito (com população diretamente interessada)

• Lei complementar (pelo Congresso Nacional).

No caso da criação de novos municípios (art. 18, §4º, da CF), é preciso:

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• Lei Complementar Federal (estabelecendo período para criação do município)

• Estudos de viabilidade municipal

• Plebiscito (com as populações dos municípios envolvidos)

• Lei estadual (que vai criar o município).

III.3 Repartição Constitucional De Competências

Cada ente tem suas competências.

Temos a competência da União, dos Estados e dos Municípios. O Distrito Federal,


por sua vez, terá as competências dos estados e dos municípios.

A Constituição Federal dividiu essas competências observando dois critérios, são


eles:

• Interesse predominante

• Capacidade

Existe a competência para fazer algo (competência administrativa ou materiais)


e a competência para legislar (competência legislativa ou formais) sobre algo.

III.4 Conflito de Competências

Na ausência de norma geral da União, o Estado vai poder legislar sobre tudo, ou
seja, vai ter competência plena. Logo, terá competência para editar norma geral e norma
específica.

Se ocorrer a SUPERVENIÊNCIA DE NORMA GERAL DA UNIÃO, as normas


específicas que o Estado editou permanece. E, no tocante as normas gerais editadas
pelos Estados, haverá a SUSPENSÃO DA EFICÁCIA DA NORMA GERAL EDITADA PELO
ESTADO.

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IV. Ações Constitucionais

As ações constitucionais estão previstas na Constituição Federal e visam garantir


os bens jurídicos mais relevantes da ordem jurídica.

IV.1 Habeas Corpus

Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado


de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder.

NÃO cabe impetração de habeas corpus:

• Imposição de multa;
• Ação de improbidade administrativa;
• Liberação de bens bloqueados, apreendidos.

CABE habeas corpus:

• Ação de alimentos (porque pode acarretar em prisão)


• Retenção indevida de pessoas em estabelecimento privado
• Prisão

Destaca-se que o habeas corpus pode ser PREVENTIVO ou REPRESSIVO.

Será PREVENTIVO quando o paciente estiver na iminência de sofrer restrição a


sua liberdade de locomoção. Será REPRESSIVO, por sua vez, quando o paciente já tiver
sofrido a restrição a sua liberdade de locomoção.

POLO ATIVO: O paciente é aquele que está com a liberdade em risco. Já o


impetrante é aquela pessoa que ajuíza o habeas corpus, pode ser o paciente ou um
terceiro.

Pessoa Jurídica NÃO pode ser paciente no habeas corpus, uma vez que não tem
liberdade de locomoção. Todavia, nada impede que a pessoa jurídica seja impetrante.

POLO PASSIVO: A autoridade coatora é a pessoa responsável pela restrição da


liberdade locomoção do paciente. Tenha a restrição acontecido ou estando na iminência
de acontecer.

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Geralmente a autoridade coatora é um ente estatal. No entanto,
excepcionalmente poderá ser uma autoridade particular.

FORMALIDADE:

• Qualquer pessoa;

• Em qualquer meio;

• Gratuito;

• Não precisa de advogado;

A única formalidade que exige é que seja escrito em língua portuguesa.

IV.2 Habeas Data

Destaca-se que o objeto da ação de habeas data é o direito de obter informação.


Esta informação assegura conhecimento pessoal.

Conforme disposto no artigo 5o, inciso LXXII da Constituição Federal, o habeas


data será concedido para:

• Assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.;
• Para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo.

POLO ATIVO: é o titular da informação.

POLO PASSIVO: Banco de dados ou registros públicos, ou registros privados


acessíveis ao público.

IV.3 Mandado de Segurança

Está relacionado ao direito liquido e certo de uma pessoa que está sendo violado.
É uma ação subsidiaria, uma vez que será cabível quando o direito não for amparado
por habeas data ou habeas corpus.

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Mas, o que significa direito líquido e certo? Prova pré-constituída. Não será
produzida prova no mandado de segurança, uma vez que não há dilação probatória.

POLO ATIVO: É o titular do direito

POLO PASSIVO: Em regra, será um autoridade estatal ou particular no exercício


de suas funções públicas.

O rito do mandado de segurança é muito célere e ele tem prioridade. Se couber


recurso administrativo com efeito suspensivo, NÃO posso impetrar mandado de
segurança.

Também NÃO cabe contra ato de gestão comercial das empresas públicas e
sociedades de economia mista.
Cumpre destacar que, o ato praticado por delegação terá como autoridade coatora
aquele que praticou o ato e não quem delegou, nos termos da súmula 510 do STF, que
diz: “praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela
cabe o mandado de segurança ou a medida judicial”.

Por fim, NÃO pode o mandado de segurança ser impetrado contra lei em tese.
Isto é, tem que ter uma situação concreta.

IV.4 Mandado de Injunção

Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

POLO ATIVO: Quem está sendo prejudicado.

POLO PASSIVO: Quem tem a função regulamentadora.

IV.5 Ação Popular

O bem jurídico da ação popular é anular ato lesivo ao:

• Patrimônio histórico;
• Patrimônio público;

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• Meio ambiente;
• Moralidade administrativa.

Também pode haver (de forma subsidiária) de condenar os servidores e


particulares pelos danos gerados.

POLO ATIVO: Qualquer cidadão (pleno gozo dos direitos políticos) título de
eleitor. Inclusive se não tiver a maioridade civil. Assim, basta ter o título de eleitor (estar
no pleno gozo dos direitos políticos), inclusive sem assistência. Nenhum órgão poderá
ingressar com ação popular. Somente o CIDADÃO!

POLO PASSIVO: Normalmente não tem polo passivo, pois questiona-se o ato
lesivo. Assim, não há competência específica para a sua propositura.

Assim, a ação popular SEMPRE será na primeira instância, ainda que seja o
Presidente da República o ato.

IV. 6 Ação Civil Pública

Não é muito detalhada na Constituição Federal. Tem lei própria. É preciso


entender que, o objeto é bem parecido com a ação popular, mas a sua legitimidade as
difere. Assim, a sua legitimidade é restrita.

LEGITIMIDADE ATIVA:

• Ministério Público
• Defensoria Pública
• Entidades públicas
• Associações
• Entidades representativas

IV.7 Remédios Constitucionais Coletivos

• Mandado de Segurança coletivo


• Mandado de Injunção coletivo

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Visam proteger direitos coletivos, ou seja, interesse comum de pessoas com uma
coletividade de pessoas.

LEGITIMIDADE ATIVA:

• Partido político necessita de representação no Congresso Nacional.


• Sindicatos não tem requisito
• Associações legalmente constituída + em funcionamento a pelo menos 1
(um) ano + atuação em defesa de seus membros ou associados, ainda que
seja para uma parte dos seus membros.

V. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

O Controle de Constitucionalidade, nada mais é, do que um juízo de


compatibilidade da lei ou ato normativo com a Constituição Federal.

Assim, deve ser observada a Constituição acima de tudo (leis e atos).

A incompatibilidade da lei ou ato em relação à Constituição Federal poderá ser


quanto ao conteúdo (material) ou quanto à forma (formal). Em ambos os casos, haverá
inconstitucionalidade.

No tocante a incompatibilidade formal, serão observados o processo legislativo


e a competência do ente.

Com isso, temos a Constituição Federal como parâmetro e as leis ou atos


normativos serão o objeto de constitucionalidade.

Observações:

• Até mesmo emendas à constituição podem ser objeto do controle de


constitucionalidade.
• Normas constitucionais originárias NÃO podem ser objeto de controle.
• Quando falamos em parâmetro, estamos diante do conteúdo
propriamente dito da Constituição Federal e o ADCT.

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• Preâmbulo não tem força normativa. Logo, não é parâmetro para que
haja o controle de constitucionalidade. O preâmbulo é só um texto inicial
da Constituição Federal.

V.1 Espécies de Controle

PREVENTIVO x REPRESSIVO

Preventivo: antes da norma nascer. Normalmente quem faz esse controle é o


poder legislativo e o poder executivo.

Repressivo: depois da norma nascer. Normalmente quem faz esse controle é o


poder judiciário.

POLÍTICO x JURÍDICO

Controle político normalmente ocorre no processo legislativo (parlamento e


Chefe do poder Executivo) enquanto que o controle jurídico ocorre nas decisões judiciais
(judiciário).

Note que, geralmente quem faz o controle preventivo é o mesmo que faz o
controle político enquanto que quem faz o controle repressivo é o mesmo que faz o
controle jurídico.

Mas cuidado! Essa relação não é obrigatória, pois o Poder Judiciário pode, por
exemplo, exercer o controle político e jurídico.

No mais, durante o processo legislativo, combatendo clara violação ao devido


processo legal, o parlamentar (somente ele) poderá ir ao Supremo Tribunal Federal, por
meio de Mandado de Segurança, para que exerça o controle de constitucionalidade.

CONCENTRADO x DIFUSO e ABSTRATO x INCIDENTAL

No controle abstrato questiona-se a lei em tese. Isto é, a ação é proposta para


discutir, exclusivamente, a constitucionalidade.

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Já no controle incidental (concreto) o sujeito quer resolver um conflito cuja
solução passa pela análise da constitucionalidade da norma. Perceba que aqui a ação é
proposta para solucionar o conflito, só que por “tabela” discute-se a constitucionalidade
da lei.

No controle abstrato temos ações específicas julgadas por tribunais específicos


diferentemente do controle concreto, pois será qualquer ação e por meio de qualquer
juiz ou tribunal.

Assim, temos a relação entre controle abstrato com o controle concentrado e, o


controle incidental ou concreto com o controle difuso.

Sobre as ações específicas do controle abstrato, temos:

• ADI – Ação Declaratória de Inconstitucionalidade: ocorre quando se


quer discutir a constitucionalidade de uma lei ou ato normativo federal
ou estadual.
• ADC – Ação Declaratória de Constitucionalidade: ocorre quando se tem
uma lie ou ato formativo federal.
• ADO – Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por Omissão: ocorre
quando há uma omissão.
• ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Legal: erá utilizado de
forma subsidiária, ou seja, não sendo cabível nenhuma outra ação
específica, caberá ADPF. Exemplo: Cabe ADPF para discutir a
constitucionalidade de lei municipal. Exemplo 2: contra norma anterior à
Constituição Federal.
• Representação Estadual: ocorre quando se quer discutir a
inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo que afronta à
Constituição Estadual.

No controle abstrato, temos uma legitimidade restrita. Elas estão previstas no


artigo 103 da Constituição Federal, vejamos:

• Presidente da República
• Mesa do Senado Federal

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• Mesa da câmara dos Deputados
• Procurador-Geral da República
• Conselho Federal da OAB
• Partido Político com representação no Congresso Nacional
• Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal Governador de Estado ou do Distrito Federal
• Confederação sindical ou entidade de classes de âmbito federal.

No mais, quando falamos que o controle abstrato (concentrado) tem efeito erga
omnes e vinculante, este efeito é vinculante para a Administração Pública e para os
demais órgãos do Poder Judiciário. Não vincula o STF nem o Legislador.

O STF pode exercer controle difuso (concreto ou incidental), pois este recaí sobre
qualquer juiz ou tribunal. No STF, será por meio de Recurso extraordinário. Para isso, a
parte deverá comprovar a repercussão geral.

ATENÇÃO: Cláusula de Reserva do Plenário!

Um tribunal só pode declarar a inconstitucionalidade de uma norma por decisão


do plenário (ou pleno) ou do seu órgão especial. Logo, órgão fracionário não pode.

O Supremo Tribunal Federal já decidiu que deixar de aplicar a norma é igual a


declarar a inconstitucionalidade da norma, nos termos da Súmula Vinculante n. 10.

Súmula Vinculante n. 10. Viola a cláusula de reserva de


plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em
parte.

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