O concurso de pessoas é quando várias pessoas concorrem para a realização
da infração penal. Dessa forma, apresentam-se duas espécies o concurso necessário e o concurso eventual. Uma vez que o concurso necessário está relacionado aos crimes plurissubjetivos, ou seja, aquele que a pluralidade de sujeitos é da própria essência do tipo penal. Enquanto o concurso eventual é aquele no qual o delito podendo ser praticado por só uma pessoa, é cometido por várias.
2- Quais são os requisitos para a existência do concurso de agentes?
Explique cada um deles. Os requisitos são: a) Pluralidade de agentes e de condutas = Para que ocorra o concurso de pessoas é necessário concorrer à prática do crime duas ou mais pessoas. b) Relevância causal de cada conduta = Quando a conduta por algum dos agentes não tiver relevância para o cometimento da infração penal. Logo, o agente não concorreu para sua prática. c) Liame subjetivo entre os agentes = Vínculo psicológico que une os agentes para a prática da mesma infração penal. d) Identidade de infração penal = Unidos pelo liame subjetivo os agentes devem querer praticar a mesma infração penal.
3- Teorias quanto ao conceito de autor.
As teorias sobre o concurso de pessoas são: a) Teoria pluralista = Para essa teoria haveria tantas infrações penais quantos fossem o número de autores e partícipes. b) Teoria dualista = Distingue o crime praticado pelos autores do crime praticado pelos partícipes. c) Teoria Monista = Todos os que concorre para o crime incidem nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade, ou seja, permanece único e indivisível. Portanto, a teoria adota pelo Código Penal brasileiro é a monista ou unitária conforme o art. 29, embora haja uma aproximação da teoria dualista. Diante disso, alguns autores dizem que o Brasil adotou a teoria monista “mitigada, temperada ou matizada”.
4- Explique o que é coautoria.
Coautoria é quando várias pessoas participam da execução da infração penal, ou seja, a realização comum de um crime. O co-autor é quem possuindo as qualidades pessoais de autor é portador da decisão comum a respeito do fato e em virtude disso toma parte na execução do delito. Assim, para a caracterização da coautoria, não é necessário que todos pratiquem a conduta descrita no núcleo do tipo. Além disso a coautoria pode ser direta onde todos os sujeitos realizam a conduta típica; ou funcional que ocorre divisão de tarefas executórias do delito.
5- Explique o que é participação.
Participação é a relação que os partícipes desempenham na infração penal. Embora, não desenvolvam atividades principais têm papéis secundários que influenciam na prática da infração penal através de induzimento, instigação ou auxílio material.
6- Quais são as espécies de participação?
A participação pode ser moral ou material.
a) Participação moral = É o fato de incutir na mente do autor principal o
propósito criminoso ou reforçar o preexistente, ou seja, o agente restringe-se a induzir ou instigar terceira pessoa a cometer uma infração penal. b) Participação material = A conduta do sujeito consiste em prestar auxílio ao autor da infração penal; ou seja, facilitar, viabilizar materialmente a execução, sem realizar a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Nesse caso, o partícipe é chamado de cúmplice.
7- O que é autoria mediata?
É quando uma pessoa serve-se de outrem para praticar a conduta típica, podendo a ele ser atribuída a “propriedade” do crime. Uma vez que ele possui o domínio da vontade do executor, chamado de um mero instrumento de atuação. Dessa forma, a autoria mediata pode resultar de: ausência de capacidade penal da pessoa da qual o autor se serve, inimputabilidade por doença mental, coação moral irresistível, erro de tipo escusável determinado por terceiro e obediência hierárquica. Ademais não é possível nos crimes de mão própria, nem nos delitos culposos. Além de inexistir concurso de agentes entre o autor mediato e o executor usado.
8- O que é autoria colateral?
É quando dois agentes, embora convergindo as suas condutas para a prática de determinado fato criminoso, não atuam unidos pelo liame subjetivo. Além disso, é indispensável saber quem produziu o quê, pois cada um responderá, individualmente, pelo crime cometido. Uma vez que, caso não seja possível identificar qual dos agentes matou a vítima; surge a autoria incerta.
9- O que é autoria incerta?
É quando se sabe quais os possíveis autores do delito, mas não se consegue identificar a conduta de quem foi responsável pelo resultado; ou seja, quando não se sabe quem é o causador do resultado na autoria colateral.