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Geração X, Y, Z e Mercado de Trabalho

Bruno M. C. Reis1, Leonardo P. de Castro1, Matheus A. de Castro1


1
Instituto de Matemática e Computação – Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)
Av. BPS, 1303, Pinheirinho – Itajubá – MG – Brazil
{reis.bruno92, leocastro7}@gmail.com, mac-16@hotmail.com

Abstract. The objective of this paper is to approach the generations X, Y and Z


show the technologies of each era and the labor market for each of them
respectively.

Resumo. O objetivo deste trabalho é abordar as gerações X, Y e Z, mostrar as


tecnologias de cada época e o mercado de trabalho de cada uma
respectivamente.

1. Introdução
Hoje em dia as gerações são definidas a cada 12 anos, cada geração tem um contexto
diferente, seja tecnológico ou histórico. Como o mercado de trabalho está em constante
mudança, as empresas têm recrutado cada vez mais pessoas de diferentes idades e
costumes, vivendo em um mesmo ambiente de trabalho, de forma que podemos ver o
convívio entre diferentes gerações trocando experiências e gerenciando conflitos. Com
base em nossa pesquisa iremos retratar um pouco das gerações que estão dominando o
mercado mundial.

2. Geração X
Geração X foi um termo que surgiu com o intuito de rotular pessoas que nasceram após
o “Baby Boom” – aumento importante na taxa de natalidade dos Estados Unidos após a
Segunda Guerra Mundial. A geração inclui a população nascida no início de 1960 até o
final de 1970, entretanto, pode ser também considerado pessoas nascidas no início dos
anos 80, porém, no máximo até o ano de 1982.
O termo foi criado por Robert Capa em 1950 e foi utilizado em um de seus
ensaios fotográficos. O ensaio retratava jovens mulheres e homens que cresceram depois
da Guerra. “Nomeamos esta geração desconhecida como Geração X e, mesmo em nosso
primeiro entusiasmo, percebemos que tínhamos algo muito maior do que os nossos
talentos e bolsos poderiam lidar. ” (CAPA, 1950).
Algumas características de pessoas da geração X:
 Busca da individualidade sem a perda da convivência em grupo;
 Maturidade e escolha de produtos de qualidade e inteligência;
 Ruptura com as gerações anteriores e seus paradigmas;
 Busca maior por seus direitos;
 Preparação e preocupação maior com as gerações futuras;
 Procura de liberdade.
As tecnologias encontradas na época estão bem longe de ser aquilo que vemos
nos dias de hoje, mas existiram coisas interessantes que serão mostradas nas figuras
abaixo:

Figure 1. Invenções Eletrônicas em 1960


Figure 2. Invenções Eletrônicas em 1970
Figure 3. Invenções Eletrônicas em 1980

2.1 Mercado de Trabalho na Geração X


Diferente da maneira como será abordado mercado de trabalho nas gerações posteriores,
na Geração X falaremos sobre quais profissões foram extintas ou se tornaram obsoletas
e desnecessárias devido ao avanço da tecnologia.
 Datilógrafos – Profissionais bastantes comuns em empresas durante o início da
Geração X, mas infelizmente, com a chegada do computador, a datilografia foi
extinta e os profissionais do meio foram substituídos por digitadores.
 Operadores de Telefonia – Nos anos 70, com a difusão dos aparelhos
telefônicos, o serviço começou a cair em desuso. As grandes centrais telefônicas
não existem mais.
 Arquivistas – Eram responsáveis por todo controle e organização de
documentos, processos, cadastros, e etc., porém, com a digitalização dos
documentos impressos e a formatação diretamente via computador, a profissão
também caiu em desuso.
 Profissionais de Linha de Montagem – Necessários em todo ou grande parte
do processo de montagem, anteriormente era contratado em grande escala, hoje
em dia vem diminuindo os números de profissionais do ramo, uma vez que, toda
a tecnologia e precisão de robôs nas linhas de montagem vem crescendo
gradativamente.
3. Geração Y
A geração Y, também chamada de millennials ou geração da internet, compreende
aqueles que nasceram entre os anos de 1984 e começo dos anos 90, compreendendo
cerca de 20% da população mundial. É conhecida como a geração dos resultados, pelo
fato de ser uma geração nascida em meio a ascensão da tecnologia e da internet. As
crianças dessa geração cresceram após períodos de guerra e desempregos, sem ruptura
social e com a democracia, liberdade política e prosperidade econômica, rodeada de
facilidades oferecidas pelos pais, que queriam dar aos filhos uma vida melhor que
tiveram. Tiveram coisas que seus pais não tinham, como televisão, videogames e
computadores e todo esse contato com a tecnologia fez com que fossem consideradas
pessoas folgadas, individualistas, insubordinadas e distraídas, acostumadas a pedir e ter
o que querem, a buscarem liberdade em suas escolhas e fazer o que quiserem, a ficarem
insatisfeitas em locais que achem não agregar nada a elas.
Porém todo esse egoísmo traz coisas boas a essa geração. Tudo isso torna esses
jovens aptos a tomadas de decisões, possuem um nível de conhecimento mais alto,
buscam sua autorrealização, são habituados a mudanças e mais criativos, são os
indivíduos multitarefas, que ao mesmo tempo que estão estudando, estão ouvindo
música ou conversando ao lado. Toda essa tecnologia e independência fez com que
aceitem mais a diversidade, que tenham uma preocupação com o meio ambiente e com a
ética que antes não era visto. “Esta geração é movida por causas, porque se preocupa
mais consigo mesma. Ela adere às causas sociais, por exemplo, porque está preocupada
com o mundo em que ela vai viver no futuro. ” (Oliveira, 2010). São considerados os
filhos da tecnologia, pelo fato de ser a primeira geração a crescer imersa no ambiente
digital e por esse motivo as constantes mudanças em seu meio não os assustam, são
pessoas voltadas ao imediatismo e com rapidez de raciocínio, tornando-os altamente
qualificados.
Todas essas qualidades e esse dinamismo revelam uma personalidade forte nessa
geração, onde o ato de consumir não possui relação com suas preferências. É a geração
que mais consome a internet e que também passa mais tempo lendo em relação a
gerações anteriores, porém com um propósito diferente: já vão à busca de uma leitura ou
informação pré-definida. O consumidor da geração Y gosta de novidades e possui uma
demanda muito especifica, mas apresentam uma dificuldade para serem atingidos no
marketing. A Tic Tac lançou uma bala que muda o sabor, pensando exatamente nesse
dinamismo dos jovens, mas suas venderam subiram menos que nos anteriores. A
Banana Republic lançou uma parceria com a Hot Dudes Reading criando uma hashtag
“#HotDudesReadingForACause”, buscando falar no idioma e tentando atingir uma
causa social que tanto preocupa essa geração, e suas vendas acabaram caindo. Isso se
deve muito ao fato de se importar mais com eles mesmos do que com a opinião pública.
Segundo dados da Forbes, na hora de escolher uma marca, 42% dos jovens se
preocupam mais com a qualidade dela e 26% se ela tem a ver com sua personalidade,
enquanto apenas 1% se preocupa se ela é popular em seu meio social. Por crescerem já
num ambiente tecnológico, essa é uma geração que não sai de casa para fazer compras.
Em sua maioria, as compras são feitas online e a taxa de downloads de mídias,
principalmente pirata, é muito grande nessa geração.
3.1 Mercado de Trabalho na Geração Y
Ao chegar no mercado de trabalho, a geração Y trouxe um novo conceito para ele. O
fato dela se preocupar mais com seu bem-estar, faz com que priorizem a satisfação e o
aprendizado mais do que a renda, a vida pessoal mais que a profissional e estão
buscando sempre novos desafios. Segundo estudos da consultoria americana Rainmaker
Thinking, a maioria dos profissionais da geração Y quer ser promovido em um ano. São
pessoas que valorizam menos a permanência em uma empresa e mais o crescimento
pessoal, que demonstram admiração por competência e por comportamento ético, mas
não se preocupam com o nível hierárquico, tratando superiores como colegas. Não
esperam cobranças, mas sim explicações de seus chefes, com respeito de ambos os lados
e além de aprenderem com eles, sabendo que podem ensiná-los também.
São profissionais que assim que contratados já querem fazer a diferença na
empresa o quanto antes. Não aceitam as práticas comuns e buscam trazes alternativas
para questões dentro do ambiente do trabalho, já que estão acostumados a dinâmica que
os envolveram no dia-a-dia e possuem a habilidade para investigar e descobrir novas
informações rapidamente. Possuem uma maior preocupação com sua qualidade de vida,
deixando-os flexíveis em relação a remuneração e benefícios. Isso faz também com que
mudem de emprego com mais facilidade, rejeitando vagas que não estão de acordo com
seus objetivos e desejos pessoais. É uma geração que prefere o trabalho colaborativo ao
invés daquele organograma de pirâmide, onde todos trabalham e colaboram para o
resultado final.
Segundo relatórios da Delloite, 41% dos jovens da geração Y quer mudar de
emprego entre 1 e 5 anos e muitos afirmam que a liderança, que julgam ser a
competência que rende bons salários, não está sendo desenvolvida em seu trabalho. 70%
afirmam ter na empresa os mesmos valores que em sua vida pessoal e 49% já negaram
tarefas por julgá-las que iam contra sua ética pessoal. Para eles, a satisfação dos
funcionários junto com a ética e honestidade são fatores providenciais para uma
empresa dar certo. O equilíbrio entre o trabalho e a vida social é o principal fator para a
escolha de um emprego. 61% deles dizem tem um mentor de carreira e 83% estão
satisfeitos com esse acompanhamento. A maioria afirma possuir controle parcial ou
completo de suas carreias. Todos esses dados reafirmam o perfil do profissional da
geração Y: buscam novos desafios e sempre querendo crescer na carreira profissional; se
preocupam com seus valores e a ética no ambiente empresarial; se preocupam mais com
sua vida pessoal, priorizando uma boa qualidade de vida; e não se veem trabalhando
como uma hierarquia, mas sim com superiores que possam agregar em seu trabalho.
A geração Y fez com que o mercado de trabalho se adaptasse a esses novos
profissionais. As empresas estão sendo mais flexíveis nas hierarquias, agindo mais em
conjunto e priorizando a ética no trabalho. São os profissionais da informação, da
criação e que estão em busca de crescimento na carreira.

4. Geração Z
Geração z é um termo comumente usado para descrever as pessoas que nasceram por
volta dos anos 1990, essa geração nasceu em torno de toda tecnologia que nós vemos
hoje e por isso não se estranha com tais adventos tecnológicos. Para essa geração mexer
em smartphones, configurar computadores e até mesmo arrumar o celular da avó é uma
tarefa bem simples.
Para que se entenda, um exemplo de membro que podemos dar dessa geração é o
cantor pop Justin Bieber. Ele é um cantor canadense que ficou famoso usando
ferramentas da web (Youtube) para se promover, e essa é uma característica marcante
dessa geração que, desde o nascimento, já tem um grande contato com a internet e
permanecem conectados, não apenas pelo computador, mas também por dispositivos
móveis.
Como vimos a vida da geração z é conectada à internet, seu mundo é virtual e
tecnológico, por isso viver sem internet parece quase impossível para essa geração.
Algumas das tecnologias que podemos citar que são bastante usadas: smartphones,
iPod’s, jogos online, redes sociais como o Facebook e WhatsApp são um dos muitos
meios de comunicação desta geração.
O Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) realizou uma
pesquisa em 2013, em parceria com Instituto conecta e a Worldwide Independent
Network of Market Research (WIN), mostrando quanto o brasileiro passa em frente a
equipamentos eletrônicos. Com base na pesquisa mostraremos alguns índices relatados e
segunda eles os brasileiros passam em média, 84 minutos por dia usando um
smartphone, esse número superou a média global que chega a cerca de 10 minutos.
Outros dados disponibilizados pela pesquisa são o tempo gasto pelo brasileiro
diariamente em um celular sem conexão à internet, que é de 59 minutos, os famosos
tablets batem a marca de 79 minutos e os leitores digitais chegam a 63 minutos. As
médias mundiais para o uso desses equipamentos são 42 minutos, 71 minutos e 53
minutos.
Todo esse tempo passado em frente de computadores e smartphones tem suas
vantagens e desvantagens. Podemos citar como uma das grandes vantagens a procura
por informação, é muito mais fácil procurar qualquer coisa que se deseja no Google, do
que ficar revirando em livros, as notícias também chegam muito mais rápido aos nativos
digitais. Agora uma desvantagem é que ficar todo esse tempo em frente a essa
tecnologia pode ser prejudicial para a vida real, visto que se trabalha muito pouco as
relações interpessoais. É muito mais fácil e mais confortante ficar no conforto de sua
casa recebendo informações, do que aventurar o mundo.
4.1 Mercado de Trabalho na Geração Z
A geração Z está entrando no mercado de trabalho e é a primeira geração
verdadeiramente digital e global. Por esta geração estar diretamente ligada com as novas
ferramentas digitais, os seus membros são dinâmicos, ligados a novas tecnologias e
abertos a constantes mudanças e isso pode ser muito benéfico para a sociedade em geral
e para o mercado de trabalho.
Com a chegada desta nova geração no mercado de trabalho e o maior uso de
tecnologia por conta das empresas, existe uma maior procura por jovens especializados
em certas profissões que surgiram com o avanço da tecnologia, tais como: Especialista
em análise de web, Arquiteto de informação, Web designer, Consultor de E-Business,
Programador, Advogado especialista em internet entre outras muitas profissões que
estão vindo a surgir. É claro que com o avanço de uma geração a anterior fica defasada e
consequentemente pessoas da geração Y tendem a sofrer e até mesmo perder seus
empregos com esse avanço da tecnologia.
Com essa nova geração no mercado de trabalho as empresas vão ter que se
adequar, visto que o grande forte desta nova geração é a integração com a tecnologia e
seu dinamismo, as empresas terão que compreender que esses jovens vivem em um
mundo multitarefa, devido à variedade de coisas que eles executam simultaneamente:
ouvem música, navegam na internet e assistem filmes, tudo ao mesmo tempo. Com a
chegada ao primeiro emprego, essa característica poderá ser benéfica na medida em que
trará funcionários multitarefa.
Com tantas qualidades, a geração Z tinha que ter algum defeito e segundo Paul
McDonald, diretor-executivo sênior da Robert Half, um dos maiores defeitos dos
membros da geração Z é a pouca habilidade com a escrita, visto que a maioria de seus
membros cresceram em uma época em que era praticamente impossível viver fora das
redes sociais. Podemos citar com relação a escrita uma das grandes características dessa
geração que são as abreviações, emoticons e falta de pontuação que são uma grande
vantagem nas redes sociais, mas podem trazer preocupações no ambiente corporativo.

5. Conclusão
Com base em nossa pesquisa podemos concluir que cada geração tem algo que a
caracteriza, algo que as tornam especiais. Discernimos sobre as gerações X, Y e Z e com
isso podemos notar que há uma evolução natural que caracteriza cada uma delas, e como
a evolução é um processo natural da vida, estar aberto a mudanças e um requisito
fundamental para as empresas. Mesmo uma geração tomando um maior espaço do
mercado de trabalho em relação as outras podemos notar que elas podem muito bem
trabalhar em conjunto em um mesmo ambiente de trabalho, trocando informações e
experiências entre si.

6. Referências
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