Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Avaliação de Dano Mecânico em Geossintéticos em
Avaliação de Dano Mecânico em Geossintéticos em
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
BRASÍLIA/DF
MARÇO/02
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
APROVADA POR:
______________________________________________
PROF. ENNIO MARQUES PALMEIRA, Dphil (UnB)
(ORIENTADOR)
________________________________________________
PROF. JOSÉ CAMAPUM DE CARVALHO, Phd (UnB)
(EXAMINADOR INTERNO)
_______________________________________________
PROF. WILSON CONCIANI, DSc (ETFMT)
(EXAMINADOR EXTERNO)
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CESSÃO DE DIREITOS
__________________________
Maruska Tatiana Nascimento
End.: SQN 405, Bloco N, Apto 203
CEP 70 846-140 – Brasília – DF - Brasil
iii
DEDICATÓRIA
iv
AGRADECIMENTOS
Foi com o coração partido de saudade que consegui realizar este trabalho. Saudade da
minha família, que é o alicerce de tudo o que sou, por isso é com muita alegria e carinho que
agradeço a minha mãe Carmelita, que é uma das mulheres mais dignas e respeitáveis que
conheço, minha irmã “Dinha” que é uma verdadeira “irmãe” , sempre firme atendendo as
minha necessidades principalmente financeiras, o meu ‘Muito Obrigada!’. Agradeço aos meus
irmãos: Paulo (Paloi), o meu irmãozinho que sempre cuidou tão bem de mainha, e me deu
muita força e coragem em muitos momentos difíceis, Roberto (Betoi), que mesmo sendo
casado, nunca deixou de estar presente nesta minha caminhada, Flávio e Carlos de Porto
Velho-RO, que sempre estiveram ao meu lado, Nilbertson, que mesmo ausente, sei que
sempre esteve torcendo por mim! E também ao meu tio Severino Hilário, que eu amo muito.
Jamais poderia esquecer de agradecer as minhas amigas da Paraíba que estiveram
durante este tempo rezando por mim: Myriam, Karlete, Magna, Tatiana, Franknigt, Dayse,
Andréa, Constância, entre outros que com certeza sempre estarão não só rezando mas também
torcendo pela minha felicidade, muito obrigada! Saibam que também podem contar comigo
sempre.
Agradeço de coração a minha amiga Roberta, que esteve dividindo apartamento aqui
em Brasília comigo por um tempo e hoje é uma amiga-irmã, que amo muito.
Não posso deixar de agradecer a Comunidade Católica Ave Maria de Campina
Grande-PB, na qual por um tempo caminhei fazendo muitos amigos dentro, sei que se hoje
continuo buscando a verdadeira felicidade (Deus), foi por um impulso muito firme dado por
esta abençoada comunidade, que é presença certa em meu coração.
Quero agradecer também a Comunidade Católica Shalom, que é o meu abrigo sagrado
hoje em Brasília, onde tenho certeza, encontro também amigos sinceros que sei o quanto
posso contar. Eu os amo muito...
Como esquecer os amigos que fiz na UnB?!: Márcia Mascarenha, , Jairo, Luciana e
Susana Dellabianca, David Luz, Luiz Guilherme, entre outros que me perdoem não ter citado,
o meu agradecimento sincero pelo companheirismo constante.
Impossível esquecer as meninas que dividem apartamento comigo, que muito me
ajudaram, sendo as minhas companheiras ao longo desta caminhada: Karina, Paula, e
Luciana. Deus nos escolheu para sermos família, e com certeza daqui a alguns anos
v
lembraremos com saudade com foi bom estarmos juntas dividindo tudo, até as complicadas
escalas de faxina. Meu agradecimento todo especial para vocês.
Agradeço ao meu orientador, o professor Ennio que confiou na minha capacidade e
sempre com muito profissionalismo e amizade me mostrou os melhores caminhos para a
realização deste trabalho.
Agradeço também, aos professores da área de Geotecnia da UnB, que sempre
estiveram dispostos a contribuir para a realização dos nossos trabalhos. Aos rapazes que
trabalham no laboratório da Geotecnia: Alessandro, Ricardo e Vanilson, que sempre se
dispuseram a ajudar no que fosse preciso para a realização dos meus ensaios. Ao laboratório
de Engenharia Mecânica, e ao professor Nilson Botelho do laboratório de Microscopia Ótica
do Departamento de Geologia e também ao CNPq pelo apoio financeiro.
vi
RESUMO
vii
ABSTRACT
viii
ÍNDICE
CAPÍTULO I
1-INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
CAPÍTULO II
2-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................3
2.1-INTRODUÇÃO..................................................................................................................3
2.2-EVOLUÇÃO DO GEOSSINTÉTICOS...........................................................................3
2.2.1-EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO USO DE GEOSSINTÉTICOS EM
GEOTECNIA............................................................................................................................3
2.2.2-EVOLUÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DOS GEOSSINTÉTICOS.....................6
2.3-TIPOS E FUNÇÕES DOS GEOSSINTÉTICOS............................................................8
2.3.1-PROPRIEDADES HIDRÁULICAS DOS GEOSSINTÉTICOS................................9
2.3.2-PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS GEOSSINTÉTICOS..................................10
2.3.3-PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GEOSSINTÉTICOS...........................................12
2.4-ESPECIFICAÇÃO DOS GEOSSINTÉTICOS.............................................................13
2.5-DURABILIDADE FACE AO MEIO AMBIENTE........................................................16
2.5.1-RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DOS GEOSSINTÉTICOS...........................16
2.5.1.1-TEMPO DE PROJETO.............................................................................................17
2.5.1.2-TEMPERATURA DE PROJETO.............................................................................17
2.5.1.3-FLUÊNCIA E FADIGA ESTÁTICA........................................................................18
2.5.1.4-AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICAS....................................19
2.6-DEGRADAÇÃO BIOLÓGICA.......................................................................................20
2.7-GEOSSINTÉTICOS COMO BARREIRAS IMPERMEABILIZANTES..................21
2.7.1-SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO................................................................23
2.7.2-RECOMENDAÇÕES INTERNACIONAIS PARA REJEITOS PERIGOSOS......24
2.8-DANO MECÂNICO.........................................................................................................25
2.8.1-CAPACIDADE DE SOBREVIVÊNCIA.....................................................................26
2.8.2-INSPEÇÃO VISUAL.....................................................................................................29
2.8.3-DEGRADAÇÃO QUÍMICA NOS GEOSSINTÉTICOS...........................................30
ix
2.9-PRINCIPAIS SOLICITAÇÕES QUE PODEM OCORRER NOS MATERIAIS
SINTÉTICOS..........................................................................................................................32
2.10-DANOS DE INSTALAÇÃO..........................................................................................34
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
x
4.2.1.4-RESULTADOS DOS ENSAIOS COM GEOMEMBRANAS DE PVC COM
1,0mm DE ESPESSURA EM AREIA PROTEGIDAS COM GEOTÊXTIL NÃO
TECIDO...................................................................................................................................58
4.2.2-RESULTADOS DE ENSAIOS COM MICRO-ESFERAS DE VIDRO....................60
4.2.2.1-RESULTADOS DOS ENSAIOS COM GEOMEMBRANAS DE PVC COM 0,5,
1,0 E 2,0mm DE ESPESSURA...............................................................................................60
4.2.3-RESULTADOS DE ENSAIOS COM REJEITO DE MINÉRIO DE FERRO.........70
4.3-COMPARAÇÃO ENTRE AS ÁREAS MÉDIAS DE CONTACTO NAS
GEOMEMBRANAS COM 0,5, 1,0 E 2,0mm DE ESPESSURA........................................71
4.3.1-COMPARAÇÃO ENTRE ÁREAS DE CONTACTO ENTRE GEOMEMBRANAS
COM 0,5, 1,0 E 2,0mm DE ESPESSURA E MICRO-ESFERAS DE VIDRO.................71
4.3.2-COMPARAÇÃO ENTRE ÁREAS DE CONTACTO ENTRE GEOMEMBRANAS
COM 0,5, 1,0 E 2,0mm DE ESPESSURA E AREIA...........................................................72
4.3.3-COMPARAÇÃO ENTRE ÁREAS DE CONTACTO ENTRE GEOMEMBRANAS
COM 0,5, 1,0 E 2,0mm DE ESPESSURA NOS ENSAIOS COM MICRO-ESFERAS DE
VIDRO E AREIA....................................................................................................................73
4.4-COMPARAÇÃO ENTRE OS DIÂMETROS MÉDIOS DAS ÁREAS DE
CONTACTO EM GEOMEMBRANAS COM 0,5, 1,0 E 2,0mm DE ESPESSURA.........75
4.4.1-COMPARAÇÃO ENTRE OS DIÂMETROS MÉDIOS DE ÁREAS DE
CONTACTO ENTRE GEOMEMBRANAS COM 0,5, 1,0 E 2,0mm DE ESPESSURA E
MICRO-ESFERAS DE VIDRO............................................................................................75
4.4.2-COMPARAÇÃO ENTRE OS DIÂMETROS MÉDIOS DE ÁREAS DE
CONTACTO ENTRE GEOMEMBRANAS COM 0,5, 1,0 E 2,0mm DE ESPESSURA E
AREIA......................................................................................................................................76
4.5-COMPARAÇÃO ENTRE OS DIÂMETROS MÉDIOS DAS ÁREAS DE
CONTACTO NAS GEOMEMBRANAS COM 0,5, 1,0 E 2,0mm DE ESPESSURA E O
DIÂMETRO MÉDIO DOS GRÃOS DE SOLO..................................................................77
4.6-CARGAS MÉDIAS PÔR CONTACTO NAS GEOMEMBRANAS COM 0,5, 1,0 E
2,0mm DE ESPESSURA........................................................................................................79
CAPÍTULO V
xi
5.1-CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................82
5.2-SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS..............................................................83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................84
xii
LISTA DE FIGURAS
xiii
Figura 4.9 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 300kPa para geomembrana com 1,0mm de espessura
(areia)........................................................................................................................................52
Figura 4.10 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão normal de 500kPa (areia)...............................................................................................53
Figura 4.11 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
de 500kPa para geomembrana com 1,0mm de espessura (areia)..............................................53
Figura 4.12 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão de 1000kPa (areia).........................................................................................................54
Figura 4.13 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 1000kPa para geomembrana com 1,0mm de espessura (areia)...............................54
Figura 4.14 – Superfície da geomembrana (PVC) com 2,0mm de espessura submetida à
tensão normal de 300kPa (areia)...............................................................................................55
Figura 4.15 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 300kPa para geomembrana com 2,0mm de espessura (areia).................................56
Figura 4.16 – Superfície da geomembrana (PVC) com 2,0mm de espessura submetida à
tensão de 500kPa (areia)...........................................................................................................56
Figura 4.17 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 500kPa para geomembrana com 2,0mm de espessura (areia).................................57
Figura 4.18 – Superfície da geomembrana (PVC) com 2,0mm de espessura submetida à
tensão de 1000kPa (areia).........................................................................................................57
Figura 4.19 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 1000kPa para geomembrana de 2,0mm de espessura (areia)...................................58
Figura 4.20 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão de 300kPa (areia) com proteção de geotêxtil.................................................................59
Figura 4.21 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão de 500kPa (areia)...........................................................................................................59
Figura 4.22 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão de 1000kPa (areia).........................................................................................................59
Figura 4.23 – Superfície da geomembrana (PVC) com 0,5mm de espessura submetida à
tensão normal de 300kPa (micro-esferas de vidro)..................................................................61
Figura 4.24 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 300kPa para geomembrana de 0,5mm de espessura (micro-esferas de
vidro)........................................................................................................................................61
xiv
Figura 4.25 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão normal de 300kPa (micro-esferas de vidro)..................................................................62
Figura 4.26 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 300kPa para geomembrana de 1,0mm de espessura (micro-esferas de
vidro).........................................................................................................................................62
Figura 4.27 – Superfície da geomembrana (PVC) com 2,0mm de espessura submetida à
tensão normal de 300kPa (micro-esferas de vidro)..................................................................63
Figura 4.28 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 300kPa para geomembrana com 2,0mm de espessura (micro-esferas de
vidro).........................................................................................................................................63
Figura 4.29 – Superfície da geomembrana (PVC) com 0,5mm de espessura submetida à
tensão normal de 500kPa (micro-esferas de vidro)..................................................................64
Figura 4.30 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 500kPa para geomembrana com 0,5mm de espessura (micro-esferas de
vidro).........................................................................................................................................65
Figura 4.31 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão normal de 500kPa (micro-esferas de vidro)..................................................................65
Figura 4.32 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 500kPa para geomembrana com 1,0mm de espessura (micro-esferas de
vidro).........................................................................................................................................66
Figura 4.33 – Superfície da geomembrana (PVC) com 2,0mm de espessura submetida à
tensão normal de 500kPa (micro-esferas de vidro)..................................................................66
Figura 4.34 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 500kPa para geomembrana com 2,0mm de espessura (micro-esferas de
vidro).........................................................................................................................................67
Figura 4.35 – Superfície da geomembrana (PVC) com 0,5mm de espessura submetida à
tensão normal de 1000kPa (micro-esferas de vidro)................................................................68
Figura 4.36 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 1000kPa para geomembrana com 0,5mm de espessura (micro-esferas de
vidro).........................................................................................................................................68
Figura 4.37 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão normal de 1000kPa (micro-esferas de vidro).................................................................69
xv
Figura 4.38 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 1000kPa para geomembrana com 1,0mm de espessura (micro-esferas de
vidro).........................................................................................................................................69
Figura 4.39 – Superfície da geomembrana (PVC) com 2,0mm de espessura submetida à
tensão normal de 1000kPa (micro-esferas de vidro).................................................................70
Figura 4.40 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 1000kPa para geomembrana com 2,0mm de espessura (micro-esferas de
vidro).........................................................................................................................................70
Figura 4.41 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão normal de 1000kPa (rejeito de minério/areia grossa)....................................................71
Figura 4.42 – Gráfico relacionando área média de contacto e tensão normal para as
geomembranas com 0,5, 1,0 e 2,0mm de espessura (micro-esferas de vidro).........................72
Figura 4.43 – Gráfico relacionando área média de contacto e tensão normal para as
geomembranas com 0,5, 1,0 e 2,0mm de espessura (areia grossa)...........................................72
Figura 4.44 – Gráfico comparando área média de contacto versus tensão normal para a
geomembrana com 0,5mm de espessura (areia grossa e micro-esferas de vidro)....................73
Figura 4.45 – Gráfico comparando área média de contacto versus tensão normal para a
geomembrana com 1,0mm de espessura (areia grossa e micro-esferas de vidro)....................74
Figura 4.46 – Gráfico comparando área média de contacto versus tensão normal para a
geomembrana com 2,0mm de espessura (areia grossa e micro-esferas de vidro)....................75
Figura 4.47 – Gráfico relacionando diâmetro médio de área de contacto e tensão normal
(micro-esferas de vidro)............................................................................................................76
Figura 4.48 – Gráfico relacionando diâmetro médio de contacto e tensão normal (areia
grossa).......................................................................................................................................76
Figura 4.49 – Relação entre (diâmetro médio da área de contacto)/D50 do solo ou micro-
esferas de vidro e tensão normal para a geomembrana com 0,5mm de
espessura...................................................................................................................................77
Figura 4.50 – Relação entre (diâmetro médio da área de contacto)/D50 do solo ou micro-esfera
de vidro e tensão normal para a geomembrana com 1,0mm de
espessura...................................................................................................................................78
Figura 4.51 – Relação entre (diâmetro médio da área de contacto)/D50 do solo ou micro-
esferas de vidro e tensão normal para a geomembrana com 2,0mm de
espessura...................................................................................................................................79
xvi
Figura 4.52 – Carga média por contacto versus tensão normal para as geomembranas com
0,5mm de espessura..................................................................................................................80
Figura 4.53 – Carga média por contacto versus tensão normal para as geomembranas com
1,0mm de espessura..................................................................................................................81
Figura 4.54 – Carga média por contacto versus tensão normal para as geomembranas com
2,0mm de espessura..................................................................................................................81
xvii
LISTA DE TABELAS
xviii
LISTA DE ABREVIAÇÕES, SÍMBOLOS E UNIDADES
xix
.....................................................................................Coeficiente de correção de temperatura
...........................................................................................................................diâmetro médio
a................................................................................................massa específica da água à 4 C
f .....................................................................................................densidade da fibra/filamento
xx
CAPÍTULO I
1 – INTRODUÇÃO
1
Capítulo IV : apresenta os resultados obtidos nos ensaios de dano mecânico por
compressão, resultados de ensaios de resistência à tração simples, análises
microscópicas e interpretação geral destes resultados;
Capítulo V : são apresentadas as considerações finais e sugestões para futuras
pesquisas sobre o assunto.
2
CAPÍTULO II
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 - INTRODUÇÃO
3
Por volta dos anos 60 a técnica de reforço de solos por inclusões se acelerou, por
intermédio do engenheiro francês Henri Vidal, com a utilização de tiras metálicas como
elementos de reforço em aterros (“Terra Armada”). A Figura 2.1 apresenta uma cronologia
aproximada do aparecimento dos geossintéticos nas últimas décadas.
4
pelo alumínio e pelo aço. Este material tem sido muito utilizado como elemento estrutural em
aeronaves, plataformas de prospecção de petróleo “offshore”, carros de corrida, etc.
Na construção civil, os materiais sintéticos foram aceitos mais lentamente. Crê-se que
os pioneiros na utilização de geossintéticos de geração mais recente em Geotecnia foram
provavelmente os americanos e holandeses, na década de 50 (John, 1987). Indústrias têxteis e
companhias petroquímicas foram as principais responsáveis pela fabricação dos primeiros
geossintéticos. Atualmente tais indústrias ainda respondem por parte significativa dos
geossintéticos produzidos no mundo.
Koerner (1989) citado por Palmeira (1992), observou que a partir de meados da
década de 70 a utilização de geossintéticos cresceu acentuadamente em países desenvolvidos,
como pode ser visto Figura 2.2, que apresenta o consumo de diversos tipos de geossintéticos
na América do Norte nos últimos anos.
5
melhoria das características físicas e mecânicas dos elementos sintéticos relevantes
para obras geotécnicas;
razões ambientais, escassez ou esgotamento de jazidas de materiais naturais;
melhoria do conhecimento do comportamento de geossintéticos e de obras com
geossintéticos a partir de resultados de pesquisas e observações de obras reais;
facilidade de execução da obra. Fácil instalação dos geossintéticos, sendo que na
maioria das aplicações não é requerida mão-de-obra especializada;
menor tempo de execução da obra.
A partir do momento em que ocorre a combinação dos fatores acima, pode-se observar
um custo menor da obra com geossintético em comparação com soluções convencionais.
Observa-se que em poucas áreas da Geotecnia houve uma interação tão intensa entre
indústrias, centros de pesquisa e universidades, com o objetivo comum de pesquisar um
material. Segundo Palmeira (1992), nos países desenvolvidos é comum empresas fabricantes
de geossintéticos financiarem pesquisas sobre o assunto em universidades. Na Inglaterra, por
exemplo, na década de 80 uma empresa de geogrelha financiou atividades de pesquisa por
vários anos em 5 grandes universidades (Oxford, Leeds, Nottingham, Sheffield e Strathclyde),
visando a melhoria do conhecimento do comportamento de geogrelhas. O Geosynthetics
Research Institute, na Universidade de Drexel, USA, sob a chefia do Prof. R. Koerner, é
financiado por cerca de 20 diferentes fabricantes de geossintéticos. Universidades e institutos
de pesquisas brasileiros também têm trabalhado junto com empresas nacionais de
geossintéticos com o mesmo objetivo.
6
Alguns pontos relacionados a tais materiais geralmente levantados por engenheiros
geotécnicos e a situação atual de tais produtos são:
7
deste e da granulometria do solo vizinho. Assim, não parece redundante enfatizar que um
geossintético deve ser escolhido em função de critérios científicos.
A norma de terminologia define também os tipos de geotêxteis que, de acordo com seu
modo de fabricação, podem ser: não tecidos (agulhados, resinados, termoligados ou
termofixados), e tecidos.
Segundo Vidal (1992), a presença de um geossintético como inclusão em solo tem por
objetivo basicamente cumprir uma ou mais das seguintes funções:
8
Proteção: Limitação ou prevenção de danos a elementos de obras geotécnicas;
Reforço: Utilização das propriedades mecânicas dos geotêxteis ou produtos correlatos
para a melhoria do comportamento mecânico de uma estrutura geotécnica;
Separação e Impermeabilização: Ação de impedir a mistura de dois solos e/ou
materiais adjacentes de natureza diferente.
Outras aplicações:
Proteção de taludes contra a erosão, armadura para faceamento de estruturas de
contenção em concreto projetado, obras costeiras, controle de movimentação de dunas de
areia, impermeabilização de canais, lagos e reservatórios, etc.
Parâmetro Normas
-1
Permissividade (s ) ASTM D 4491/89; NFG 38016; BS 6906/3,
DIN 53936/I , para ensaio sob carga normal.
Transmissividade (cm2/s) ASTM D 4716, NFG 38018, BS 6906/7.
Resistência à penetração da água (kPa) NFG 38020.
Abertura de filtração (mm) ASTM 4751, NFG 38017.
Além dos ensaios indicados acima para a determinação das propriedades do geotêxtil
isoladamente, existem ensaios para avaliar o comportamento do sistema solo/geotêxtil
procurando estudar o problema da filtração de longa duração. Os mais variados equipamentos
vêm sendo utilizados para compreender os diversos fatores intervenientes no processo,
9
buscando simular algumas das condições de emprego. Como ensaios normalizados tem-se,
por exemplo:
ASTM D 5101 – 90 – “Test method for measuring the soil-geotêxtile system clogging
by the gradient ratio”.
ASTM D 5141 – 91 – “Test method to determine filtering efficiency and flow rate of a
geotextile for silt fence application using specific soil”.
Ensaios de laboratório dificilmente reproduzirão as condições exatas de solicitação de
campo, tanto na fase de construção quanto na de vida útil da obra. As pesquisas realizadas
para compreensão dos mecanismos de comportamento são de fundamental importância na
melhoria da qualidade dos métodos de dimensionamento e na previsão de comportamento de
longa duração.
10
FASE DE VIDA ÚTIL
EXECUÇÃO
DA OBRA
ENSAIO DE TRAÇÃO
SIMULAÇÃO DE DANOS
POR ABRASÃO
11
2.3.3 - PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GEOSSINTÉTICOS
MA
nGT = 1 - (2.1)
tGT f a
12
funcional (tGM) é a espessura efetiva das geomembranas, sendo a mais importante do ponto de
vista geotécnico, pois funciona como condicionadora de processos de difusão. É de difícil
determinação, pois deve-se identificar os pontos de espessura mínima ao longo da manta
(Vidal, 1998).
A densidade da geomembrana depende do tipo de polímero que a constitui, sendo que
os valores de densidade dos polímeros mais comuns estão no intervalo de 0,85 a 1,5 g/cm3
(Koerner, 1994).
13
b – Critérios de aceitação e procedimentos para rejeição;
c – Fornecimentos do produto: cuidados com embalagem, identificação, transporte,
manuseio, condições e tempo de estocagem;
d – Condições de instalação: dimensões do rolo, direção de instalação, manuseio, tipo
de juntas, equipamento necessário e método de colocação dos materiais adjacentes.
Para especificar um geossintético é preciso ter-se uma normalização que garanta a
repetibilidade dos ensaios e fixe uma metodologia para determinação de algumas
propriedades requeridas. É de suma importância um sistema de controle que fiscalize as
indicações dos fabricantes e garantam sua confiabilidade, conforme os existentes para outros
produtos industriais empregados na engenharia civil.
Os geossintéticos podem ser manufaturados a partir de diferentes polímeros e por
variadas formas de fabricação. Koerner (1994) apresenta as diversas formas de fabricação de
geossintéticos, podendo-se citar, por exemplo na Figura 2.4, o processo de fabricação de
geomembranas.
Polimero + Aditivos
Tecido ou
estrutura
Não-reforçado Reforçado
Fabricação
Painel
Instalação
14
As principais famílias de polímeros utilizada na confecção de geossintéticos são:
poliéster, poliamida, polipropileno e polietileno. Deve-se observar que o processo de
fabricação do geossintético pode alterar sensivelmente as propriedades dos produtos finais.
A especificação/terminologia e descrição dos geossintéticos no meio profissional é a
seguinte (Vidal, 1992) :
Geotêxteis: Estes foram os primeiros tipos de geossintéticos empregados em
geotecnia. Dividem-se genericamente em tecidos e não tecidos em função do
arranjo estrutural das suas fibras ou filamentos. Nos geotêxteis tecidos o arranjo
estrutural dos fios é ordenado, com o lançamento dos mesmos em duas direções,
em geral ortogonais, ao longo da manta. Já nos geotêxteis do tipo não tecido o
arranjo estrutural dos fios na manta é aleatório, sem que se possam distinguir
direções preferenciais de lançamento dos mesmos.
Geogrelhas: caracterizam-se pela combinação de membros transversais e
longitudinais, formando uma grelha, podendo interagir com o solo envolvente por
atrito e ancoragem. Um destes mecanismos pode ser predominante em função da
sua geometria. Convencionou-se chamar de membros transversais (ou de
ancoragem) àqueles responsáveis pela ancoragem da grelha ao solo envolvente.
Assim, os membros longitudinais são responsáveis pela transmissão de carga ao
longo do comprimento da grelha e por interagirem por atrito de interface com o
solo circundante.
Geotiras: São elementos utilizados como reforço em que uma dimensão é muito
maior que as demais. Foram inicialmente desenvolvidas para substituírem tiras
metálicas em aplicações de reforço de solos.
Geocélulas: São células confeccionadas a partir de geogrelhas ou de material
plástico. São geralmente empregadas para a estabilização de grandes aterros
construídos sobre solos moles ou para proteção de taludes contra erosão.
Geodrenos: São tubos ou tiras plásticas ranhuradas envoltas por material drenante
(geotextil não-tecido, em geral) utilizadas como drenos verticais sob aterros ou
como elementos drenantes em taludes, no paramento interno de estruturas de
contenção, etc.
Geomembranas: São empregadas como barreiras de baixa permeabilidade para
flúidos e gases. São geralmente utilizadas em barragens, reservatórios, canais,
depósitos de lixo de rejeitos industriais, etc.
15
Misturas de fios sintéticos contínuos ou pedaços de geogrelhas e solo (fibra-solo)
por equipamentos mecânicos especiais: Esta é uma aplicação mais recente. A
combinação do material sintético ao solo resulta num material composto final com
melhores características mecânicas. Este tipo de reforço de solo tem sido aplicado
a aterros e pavimentos na França.
Geocompostos: São geossintéticos resultantes da combinação de diferentes
materiais como, por exemplo: geotêxtil tecido + geotêxtil não-tecido, geotêxtil +
geogrelha, geotêxtil + geomembrana , etc.
16
2.5.1.1-TEMPO DE PROJETO
O tempo de projeto é a vida útil da estrutura ou sistema. Estudos realizados pela Task
Force 27 (1989), sugerem que esta vida útil esteja vinculada à classificação da estrutura :
Estruturas não críticas: td = 75 anos.
Estruturas críticas : td = 100 anos.
t
f e ln d (2.2)
te
2.5.1.2-TEMPERATURA DE PROJETO
A temperatura dentro do solo (Cd) pode não ser a mesma do ensaio (Ce), o que obriga à
consideração deste aspecto no projeto. Os pesquisadores tem empregado correções de tempo e
temperatura baseadas na formulação de Arrehenius, conforme é apresentado na equação 2.3:
17
C d Ce
td corr t d e (2.3)
Poliéster = 5,6
Polipropileno = 7,2
Polietileno = 4,2
18
Figura 2.5 – Fenômeno de fluência nos geotêxteis não tecidos (Azambuja, 1992).
T td ,Td
TK (2.3)
f e f
Onde:
O fator fv deve ser fornecido pelo fabricante do produto, como resultado do seu
controle sistemático da variância da resistência de curto prazo observada em ensaios de faixa
larga. Entretanto, sabe-se que valores de fv são menores nas geogrelhas do que nos geotêxteis
e que variam tipicamente entre 1,03 e 1,10, dependendo do nível de controle do processo de
beneficiamento.
Nem todos os produtos contam com ensaios de longa duração e isócronas para seus
produtos. Portanto, estabeleceu-se um artifício para obter Tk à partir dos valores de T r
(resistência do ensaio índice de faixa larga), empregando-se a seguinte expressão:
19
Tr
TK (2.4)
f f fv
Onde :
ff = Fator de redução para fluência
Tabela 2.2 – Sugestão para fatores de redução mínimos para fluência (Azambuja,1997).
Polímero Fator de fluência
Poliaramida (Kevlar) 1,1
Poliester (PET) 2,0
Polipropileno(PP) 4,0
Polietileno orientado de alta densidade 5,0
Polietileno de alta densidade 10,0
Polietileno de baixa densidade Não admitido como reforço em obras permanentes
20
Allen (1991) citado por Azambuja (1994), recomenda para estruturas não críticas,
mesmo sendo permanentes, um fator de degradação biológica igual a 1,0 porém os polímeros
empregados devem possuir alto peso molecular. Voskamp e Risseuw (1997) citado pelo
mesmo autor, sugere para este fator de degradação biológica um valor mínimo igual a 1,02 e
Koerner (1990), apresenta um intervalo que varia de 1,0 a 1,3 para os sistemas de contenção.
21
As geomembranas são protegidas por outros geossintéticos quando se tem a intenção
de diminuir:
Os riscos de ruptura por impacto, puncionamento ou estouro;
Os riscos de danos na instalação, sobretudo quando da compactação ou passagem de
equipamentos pesados sobre o sistema de impermeabilização;
O efeito da exposição aos raios solares;
As deformações e esforços de tração devido ao peso ou movimentação da cobertura. Neste
caso, o geossintético de proteção, geralmente um geotêxtil e/ou uma geogrelha, pode ter
duas finalidades: suportar os esforços e aumentar o ângulo de atrito da interface entre o
rejeito (ou a cobertura) e o geossintético, evitando o deslizamento.
22
com tubos e drenos. A geomembrana deve ser quimicamente compatível com rejeitos a serem
estocados e resistente mecanicamente do ponto de vista do projeto geotécnico.
Um sistema de impermeabilização moderno baseia-se também na condução rápida dos
poluentes ao sistema de bombeamento impedindo, desta maneira, seu acúmulo e permanência
sobre o sistema de impermeabilização e minimizando os riscos de contaminação. Estudos
comprovam que as geomembranas são muito eficientes como barreiras para líquidos e gases.
Podem ser definidas duas situações básicas de utilização de geomembranas, a saber:
Impermeabilização de barragens, diques, canais e reservatórios, onde a geomembrana
tem uma de suas interfaces diretamente em contato com o líquido a conter (mesmo que
protegida por um geotêxtil) e as condições de pressão e temperatura são facilmente
previstas e acompanhadas;
Barreira estanque contra fluxo contínuo, ou eventual, de líquidos ou gases, podendo
confinar desde um rejeito sólido inerte (com risco mínimo de geração de líquidos ou
gases) até um aterro sanitário, onde existe formação de percolado e de gases, e que
sofre variações importantes de temperatura (Collins,1993 citado por Vidal, 1997).
No primeiro caso citado acima, a geomembrana tem a missão de conter um líquido,
inerte ou não, estático ou em movimento, impedindo-o de fluir para o meio poroso adjacente.
No segundo caso a geomembrana deverá interceptar líquidos ou gases vindos de um meio
poroso para um outro meio poroso, geralmente menos permeável, devendo-se considerar, a
existência ou não de fluxo e as reações químicas. O processo de ataque à geomembrana é
minimizado se não houver realimentação dos reagentes, ou seja, se a quantidade de fluido
contaminado diminuir com o tempo. Por isso, a escolha da geomembrana deve basear-se no
conjunto de fatores intervenientes no processo e nas suas características físicas e químicas.
23
estes aspectos, a maior parte dos países vem propondo, para a conteção de produtos tóxicos, a
superposição de camadas impermeáveis, classificadas como:
Sistemas duplos: No caso de geomembranas espaçadas por georredes ou outro
material drenante, com o objetivo de coletar e conduzir os fluidos ou gases que
porventura ultrapassarem a camada impermeabilizante superior.
Sistemas compostos: Quando da superposição de uma geomembrana sobre uma
camada argilosa compacta, supondo-se uma perfeita aderência entre a geomembrana e
o solo.
Quando utilizam-se sistema de impermeabilização com geossintéticos para contenção
de rejeitos sólidos que gerem percolado ou algum tipo de fluído ou gases tóxicos, deve-se
considerar que estes percolados deverão ser conduzidos ao sistema de tratamento, o mais
rápido possível, e nunca depositados diretamente no meio ambiente. Em muitos países é
obrigatória a colocação de geomembrana sob os sistemas drenantes inferiores, que possuem
como função principal garantir a condução dos percolados. Nos sistemas de
impermeabilização deve-se ter o revestimento de toda superfície da fundação e as laterais da
área de contenção, além de um sistema de cobertura, que tem o objetivo de coletar e facilitar a
condução dos gases, impedindo infiltração de água de chuva e reduzindo o volume dos
percolados que posteriormente deverão ser tratados.
Sabe-se que a função primordial das geomembranas é gerar uma camada de baixíssima
permeabilidade, com o objetivo de controlar a percolação e fluxo de líquidos ou gases. O uso
destes materiais em todo o mundo tem aumentado muito nos últimos anos. Segundo Pohl
(1992) citado por Vidal (1997), este crescimento de utilização se deve a novas
regulamentações de atividades ambientais, à maior distribuição de dados e informações sobre
as propriedades e eficácia das geomembranas, assim como ao desenvolvimento de métodos de
controle de qualidade na produção e instalação das mesmas.
Na França, a camada de base do revestimento de fundo de uma área de disposição de
resíduos deve possuir, pelo menos, 5m de espessura, com permeabilidade inferior a 10–9 m/s,
sendo denominada camada de estanqueidade passiva (Militon, 1993). O sistema americano
prevê para resíduos classe II, 0,92m de argila com a mesma permeabilidade acima e, no caso
de rejeitos tipo classe I, recomenda adicionar uma camada impermeável e uma camada
drenante, ambos sintéticas. Na Alemanha, as espessuras de solo compactado são de 0,75m
24
para resíduo classe II e 1,5m para a resíduos classe I, com uma permeabilidade menor que 5 x
10 –10 m/s (Vidal, 1992).
Sabe-se que as legislações americana e alemã recomendam uma atenção especial no
contato geomembrana/argila, de maneira que reduzam-se as fugas de fluidos que podem
surgir em eventuais defeitos no material sintético. No Brasil, por enquanto, ainda não existem
recomendações nacionais, porém vários estados já recomendam utilizar uma barreira
polímerica quando da contenção de rejeitos perigosos.
O conceito de estanqueidade ativa se baseia no princípio de que a geomembrana tenha
por função principal barrar e facilitar a coleta do percolado, ajudando a sua condução ao
sistema de drenagem. Um sistema de estanqueidade de fundo é composto geralmente por:
Um filtro em material com granulometria evoluindo da superfície até a interface com a
camada drenante, ou um filtro sintético com propriedades equivalentes;
Uma camada drenante com elevado coeficiente de permeabilidade, que nos casos de
dupla estanqueidade é, em geral, uma georrede;
Uma geomembrana, geralmente protegida por um geotêxtil contra danos ou tração
excessiva.
O revestimento de cobertura da área de disposição é geralmente composto de:
Uma camada de solo vegetal permitindo a existência de uma cobertura vegetal que
evite a erosão;
Uma camada drenante para recolher e conduzir a água que se infiltre pela camada
vegetal;
As camadas citadas acima não devem ter inclinação superior a 5% na França, e
devem estar entre 3 e 5% nos Estados Unidos, para evitar erosão e instabilidade do
maciço.
25
especialmente se submetidos a cargas essencialmente dinâmicas, como no caso de reforços de
pavimentos de baixo custo (Billing et al., 1990).
Pesquisas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de quantificar os valores
requeridos para o fator de redução contra o dano mecânico, procurando relacionar a perda de
resistência do geossintético com a agressividade do ambiente de instalação e utilizando o
conceito da capacidade de sobrevivência do material sintético. Existem outras formas de
analisar este tipo de dano, podendo-se citar ensaios de laboratório que estabeleçam critérios
de inspeção visual em amostras exumadas das estruturas, correlacionando o número de furos
ou lesões existentes com a resistência remanescente dos reforços. Para obter estes resultados
podem ser executados ensaios de tração não confinados, podendo ser de faixa larga ou
estreita, dependendo das condições e disponibilidade de amostras.
Segundo Azambuja (1994), este é o termo empregado para definir a resistência que um
geossintético possui diante dos esforços induzidos pela construção e operação inicial do
sistema ao qual este material é destinado. Esta definição, inicialmente específica dos
geotêxteis, deve-se à prática americana (Chistopher e Holtz, 1994), que classificaram as
mantas em categorias de baixa, moderada e alta capacidade de sobrevivência, de acordo com
as respectativas características estruturais e de resistências mecânicas, conforme mostrado na
Tabela 2.4.
Capacidade Geotêxteis
de sobrevivência tecido não tecido
Baixa MA < 135g/m2 MA <150g/m2
Moderada 135 MA 150g/m2 150 MA 300g/m2
alta MA 150g/m2 MA > 300g/m2
Onde: MA = gramatura.
A capacidade de sobrevivência também é influenciada pelas condições de instalação
do geossintético, sendo função da espessura da camada de solo, granulometria, tipo de sub-
leito e energia transmitida pelo equipamento de compactação.
26
Allen (1990) citado por Azambuja (1994), posteriormente adaptou os critérios de
capacidade de sobrevivência para as condições de instalação de sistemas de contenção em
solo reforçado, conforme mostrado na Tabela 2.5.
Diversos estudos mostram que existe uma preocupação com dano mecânico de
materiais sintéticos. Porém, observa-se que a maioria dos experimentos de campo registrados
na literatura não foram realizados com condições de instalação controladas. Nos anos 90
foram realizados alguns programas experimentais, nos quais foi possível gerenciar e registrar
as condições de instalação dos geossintéticos, tornando possível a sistematização destas
informações. Parte destes trabalhos correlacionam o dano com perda de resistência a curto
prazo, à partir de resultados obtidos em ensaios de faixa larga não confinados. Os ensaios
foram realizados em amostras exumadas de obras, de camadas experimentais ou de
dispositivos para danos construídos em laboratório, e os resultados comparados aos obtidos
em ensaios com amostras virgens (amostras de referência). Usualmente determina-se o fator
de dano mecânico (fd) através da razão entre as resistências de curto prazo da amostra virgem
e da amostra exumada.
27
Azambuja (1997), baseado em alguns trabalhos experimentais registrados na literatura,
apresenta um intervalo de fatores de segurança (Tabela 2.6), onde valores mínimos e máximos
são recomendados. Para calcular a resistência admissível do reforço, o nível de informações
sobre as condições de instalação servirá de base para o julgamento do fator de dano mais
adequado dentro desse intervalo.
Rainey e Barksdale (1993) e Koerner e Koerner (1990) citado por Azambuja (1997),
consideram inaceitável uma perda de resistência superior a 50%, Explica-se, segundo esta
colocação, que não há necessidade de expor um reforço ao dano demasiado, uma vez ser
possível gerenciar as condições de instalação pela escolha dos materiais de aterro ou pela
metodologia construtiva.
Tabela 2.6 – Intervalo de fatores de dano mecânico para geotêxteis sugeridos na literatura
(Azambuja, 1997).
28
2.8.2 - INSPEÇÃO VISUAL
A inspeção visual dos danos em amostras exumadas formam um critério útil para a
aceitação de uma determinada metodologia construtiva. Porém, não há referências suficientes
para adotar-se um critério de inspeção com esta finalidade.
Koerner (1990) propôs uma avaliação do dano mecânico em geotêxteis pela
frequência de furos com diâmetro superior a 6mm. Entretanto, os autores não obtiveram uma
boa correlação entre a perda de resistência e o número de furos. Segundo Azambuja (1992),
isto ocorreu provavelmente porque os mesmos agruparam diferentes tipos de geotêxteis no
mesmo experimento.
Alguns pesquisadores desenvolveram estudos visando a classificação visual dos danos
mecânicos, que são aplicáveis a geogrelhas e geotêxteis tecidos de estruturas mais simples.
Nos trabalhos que tratam desta classificação não foram apresentadas tentativas de correlação
entre freqüência das lesões e a variação de resistência destes materiais sintéticos.
Azambuja (1994), desenvolveu um programa experimental sobre danos mecânicos em
geotêxteis não tecidos de poliéster, associados com solos granulares grosseiros, nos quais
sugerem-se critérios mais pormenorizados de inspeção visual dos danos de instalação. Este
autor classificou as lesões como:
Cortes: são admitidos com largura infinitesimal, sendo registrados os seus
comprimentos;
Furos: são relacionados segundo os seus diâmetros;
Contusões: são lesões que provocam fortes distorções na estrutura das fibras,
porém sem o vazamento do plano da manta.
29
Tabela 2.7 – Tipologia e classificação das lesões em geotêxteis não tecidos (Azambuja,1994).
A perda de resistência das amostras pode ser relacionada com o dano causado, de
maneira que se pode adotar esta forma de análise em amostras exumadas, para aferir se os
fatores de redução contra dano considerados em projeto são compatíveis com a prática
construtiva adotada na obra. A Tabela 2.8 mostra um resumo dos dados obtido por Azambuja
(1994).
30
Jewell e Greenwood, (1988) citado por Azambuja (1994) diz que este processo é mais
intenso em polímero de mais baixo peso molecular, baixo percentual de cristalinidade, baixa
densidade e fraca orientação. Pode-se incorporar estabilizantes e antioxidantes durante a
fabricação dos polímeros para melhorar a resistência à ação química, apesar de que alguns
aditivos, acelerarem a degradação química se forem utilizados de maneira errônea.
Sabe-se que a temperatura, a umidade do solo, a agressividade química e o nível de
tensões impostas podem acelarar ou retardar as reações geradas em materiais sintéticos.
Muitas das reações surgem de maneira superficial e observa-se que o diâmetro dos filamentos,
assim como a espessura dos materiais sintéticos, desempenham um papel importante nas
propriedades mecânicas dos reforços.
Segundo Azambuja (1994), dentre os processos de degradação química, pode-se citar:
a) Termo-oxidação: Surge em ambientes ligeiramente ácidos ou neutros e com
temperaturas mais elevadas que favorecem a remoção de átomos de hidrogênio da
cadeia polimérica. Não chega a ser significativo do ponto de vista de perda de
resistência mas é maior nas poliolefinas, em especial nos polipropilenos. Segundo
estudos realizados, o maior efeito da oxidação não é a perda de resistência, mas a
perda de ductilidade.
b) Foto-oxidação: É decorrente da ação de determinados espectros da radiação
solar que ativa reações de remoção de hidrogênio. Geralmente, os aditivos são
eficientes para exposições moderadas. Em casos especiais, em que a exposição é
muito prolongada, o controle in situ das perdas de resistências torna-se necessário.
c) Hidrólise: É a reação inversa de esterificação e pode afetar sensivelmente as
resistências das fibras de poliéster. Ambientes fortemente alcalinos ou de
concentração salina podem provocar perdas superiores a 35% da resistência de
fibras de PET, mas em ambientes neutros ou ligeiramente ácidos essa reação
dificilmente é ativada.
d) Trincamento por tensão (“Stress cracking”): É um mecanismo que costuma
ocorrer exclusivamente nas poliolefinas, em especial no polietileno. Consiste no
crescimento de lesões e trincamento que só ocorre em níveis expressivos de
tensões associadas a ambientes agressivos.
31
Na Tabela 2.9 a seguir, pode-se observar alguns fatores de redução para degradação
química (Azambuja, 1994).
a) Solicitações Mecânicas
32
b) Solicitações Físico-Químicas
Segundo Vidal (1992), os fatores citados aumentam o nível das solicitações na qual o
geossintético estará sendo submetido. Logo, deve-se levar em consideração alguns cuidados
para minimizar estas solicitações.
Acompanhamento das propriedades mecânicas do material dos taludes e do aterro,
buscando evitar grandes deformações, podendo-se reforçá-los com geotêxteis ou
geogrelhas;
Proteção da geomembrana nos taludes, de modo a minimizar os esforços de tração ao
longo do seu comprimento e no trecho de ancoragem;
Sistema drenante eficaz que conduza rapidamente o percolado, minimizando a pressão e
o tempo de contato (existem alguns trabalhos que vêm alertando sobre incrustações em
drenos de aterros sanitários, p. ex., Brune et al., 1991);
Avaliação criteriosa dos parâmetros de interface e de comportamento dos elementos de
cada camada;
Proteção da geomembrana contra puncionamento evitando, sobretudo, a colocação ou a
presença de materiais angulares diretamente sobre a mesma;
Avaliar as características de comportamento das geomembranas levando em conta as
condições ambientais de temperatura e de agressividade química.
33
2.10 - DANOS DE INSTALAÇÃO
34
CAPÍTULO III
35
aterro sanitário com 100m de altura, pode provocar tensões de compressão iguais ou
superiores a 1000kPa sobre o sistema de impermeabilização. Neste tipo de ensaio é
importante que o conjunto solo ou micro-esfera-geomembrana permaneça com carregamento
aplicado até a estabilização das deformações por compressão. Esta estabilização foi
controlada através do uso de um deflectômetro (resolução = 0,002mm), posicionado sobre o
equipamento, ou seja quando as leituras se tornavam constantes, geralmente após sete horas, a
amostra de geossintético podia ser submetida a novo estágio de carregamento ou retirada para
análise.
PLANTA BAIXA
cada 45 o
A A
60
80
100
36
Corte A-A F
12.5
Peça C furos para entrada de
Peça A ar ou líquido
Peça F
100
44
60
20
Peça B
80
100
Peça F
cada 45 o
Peça D
descanso da esfera
B B
5
10
44
dia. = 58
cada 45 o
furos dia. = 3 mm
60
100
Corte B-B
14
15
22
37
Figura 3.2 – Equipamento de dano mecânico desmontado.
1. Preenche-se todo o volume vazado da peça B (Figura 3.1), com material granular,
podendo este ser micro-esferas de vidro ou areia. Pode-se também substituir este
material granular por uma peça maciça circular.
38
2. Posiciona-se a geomembrana sobre o solo ou peça maciça, dependendo do objetivo
do ensaio.
3. Coloca-se a segunda parte de material granular sobre a geomembrana, neste caso
preenchendo parte do volume da metade superior do equipamento (Figura 3.1).
4. Conclui-se a montagem do equipamento aparafusando o sistema, onde a peça D
(Figura 3.1), é responsável pela transmissão da tensão normal, sobre o material
granular sobrejacente à geomembrana. Manteve-se constante a densidade dos
materiais granulares e do rejeito (para as micro-esferas de vidro esferas = 1574
kg/m3 e densidade relativa = 0,35; para a areia grossa areia= 1544 kg/m3 e
densidade relativa = 0,40 e para o rejeito de minério de ferro minério = 1644 kg/m3
e densidade relativa = 0,10). O material granular era depositado no equipamento
através de chuva de areia (ou de micro-esferas), seguindo movimentos circulares
até o preenchimento necessário para a execução do ensaio.
39
3.4 – ANÁLISE MICROSCÓPICA DAS AMOSTRAS DE GEOMEMBRANAS APÓS O
ENSAIO DE DANO MECÂNICO POR COMPRESSÃO
40
Figura 3.5 – Fotografia transportada para o programa auto-cad, com a representação das áreas
de contacto (áreas circulares geradas pelas micro-esferas na superfície das geomembranas).
Características
Físicas Unidade Especificação
2,0
Espessura mm 0,5 1,0
longitudinal transversal
Tensão de
kPa 14000 14000 > 13000 > 12000
ruptura mínima
Resistência ao
N/m 45000 45000 > 4000 4000
rasgo mínimo
Alongamento na
% 325 325 > 32500 32500
ruptura mínimo
41
Tabela 3.2 – Principais características do geotêxtil OP 15. (Catálogo Bidim, 2001).
PROPRIEDADES MECÂNICAS
CARACTERÍSTICA NORMA UNIDADE GEOTÊXTIL OP15
Resistência à Tração
(Carga distribuída) ABNT NBR 12824 N/m 10000
(Largura do corpo de prova:
Alongamento na 500mm) % >40
ruptura
Alongamento na % >70
ruptura
Resistência ao estouro ASTM D3786 kPa 1400
Utilizaram-se para estes ensaios uma areia grossa e micro esferas de vidro com
granulometria semelhante à da areia, pois o objetivo foi também avaliar a influência da forma
dos grãos no potencial de dano mecânico.
As curvas granulométricas da areia e das micro-esferas utilizadas nos ensaios são
apresentadas na Figuras 3.6. No caso do solo granular, trata-se de uma areia grossa,
normalmente utilizada em filtros da companhia de Água e Esgoto de Brasília (CAESB).
42
Areia Grossa Amarela e Micro-esfera de Vidro
100
d (mm)
43
As micro-esferas de vidro foram escolhidas de modo a se obter uma curva
granulométrica semelhante à da areia grossa e foram fornecidas pela Potters Industrial Ltda.
As características das micro-esferas de vidro são apresentadas na Tabela 3.4.
Tabela 3.4 – Propriedades físicas e químicas das micro-esferas de vidro (Potters Industrial
Ltda. 2001).
Propriedades físicas
Massa Específica (g/cm3) 2,5
Resistência à compressão (kPa) 96.552 a 248.276
Propriedades químicas
Composição Vidro tipo soda-cal
Sílica livre nenhuma
100
90
80
material que passa (%)
70
60
50
40
30
20
10
0
0,00001 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10
d (mm)
44
Tabela 3.5 – Algumas características do rejeito de minério de ferro.
CARACTERÍSTICA REJEITO
D10 0,059 mm
D50 0,195 mm
D85 0,409 mm
Coeficiente de curvatura
2 1,02
( Cc = (D30) / (D10 x D60))
Coeficiente de uniformidade
4,03
(Cu = D60/D 10)
45
CAPÍTULO IV
Observou-se numa primeira análise visual, que eram impressas na superfície das
geomembranas diferentes formas e dimensões de áreas de contato, dependendo do
carregamento aplicado e da proteção ou não com geotêxtil. Entretanto, com relação ao tipo de
geomembrana (PVC, de 0,5, 1,0 ou 2,0mm de espessura), as formas das áreas de contato
46
mantiveram-se similares, variando apenas em quantidade, em função do tipo de
geomembrana.
Os ensaios comentados nos próximos itens foram montados com areia grossa acima e
abaixo das geomembranas.
Observa-se na Figura 4.2, segundo uma inspeção microscópica, que são geradas na
superfície da geomembrana uma série de deformações, porém sem constância de forma,
podendo-se notar pontos de contato que aglomeram-se em alguns locais. Para esse
carregamento não foram observados nenhum furo ou rasgo na superfície da geomembrana.
Observa-se também que as áreas de contato são inferiores a 1mm2, comparando-as à escala da
régua com divisões milimétricas posicionada na parte superior da figura. Na realidade, a
análise visual desta geomembrana não permite identificar dano algum. A quantidade total de
área de contato em relação a área total do espécimen foi de 4,52%.
A Figura 4.3 mostra a freqüência de distribuição das áreas de contacto ao longo de
uma área de aproximadamente 150mm2. Observa-se que as áreas de contacto variaram de
0,001 a 0,300mm2, com predominância de áreas de contacto menores.
Figura 4.2 – Superfície da geomembrana (PVC) com 0,5mm de espessura submetida à tensão
normal de 300kPa (areia).
47
80
70
60
Quantidade
50
40
30
20
10
0
0,001 a 0,060 0,061 0,120 0,121 a 0,180 0,181 a 240 0,241 a 0,300
2
Área (mm )
Figura 4.3 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 300kPa para geomembrana com 0,5mm de espessura (areia).
48
Figura 4.4 – Superfície da geomembrana (PVC) com 0,5mm de espessura submetida à tensão
de 500kPa (areia).
80
70
60
Quantidade
50
40
30
20
10
0
0,001 a 0,240 0,241 a 0,480 0,481 a 0,720 0,721 a 0,960 0,961 a 1,200
2
Área (mm )
Figura 4.5 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 500kPa para geomembrana com 0,5mm de espessura (areia).
49
cor avermelhada observados nesta Figura levam a concluir que possivelmente há uma maior
aderência entre o material granular e a geomembrana.
As áreas de contacto aumentam em dimensão, porém mesmo nestas condições não
foram observados rasgos ou furos na geomembrana. Neste caso 35,55% da área total do
espécimen é composta de impressões de contactos. Observa-se um aumento maior ainda da
área de contactos com o nível de tensões.
A Figura 4.7 mostra a freqüência de áreas de contacto geradas à partir da tensão
normal de 1000kPa. Observa-se que as quantidades de áreas de contacto foram mais variadas
quando comparadas aos resultados para esta mesma geomembrana submetida a um
carregamento de 500kPa. Observa-se, também, que a freqüência de áreas de contacto não foi
superior a 30, e que não há uma tendência de curva decrescente como ocorreu nos resultados
observados para esta geomembrana com 0,5mm de espessura quando submetida aos
carregamentos de 300 e 500kPa, mostrado nas Figuras 4.3 e 4.5.
Figura 4.6 – Superfície da geomembrana (PVC) com 0,5mm de espessura submetida à tensão
normal de 1000kPa (areia).
50
80
70
60
Quantidade
50
40
30
20
10
0
0,001 a 0,241 a 0,481 a 0,721 a 0,961 a 1,201 a 1,441 a 1,681 a 1,921 a 2,161 a
0,240 0,480 0,720 0,960 1,200 1,440 1,680 1,920 2,160 2,400
2
Área (mm )
Figura 4.7 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contato para tensão
normal de 1000kPa para geomembrana com 0,5mm de espessura (areia).
51
Figura 4.8 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à tensão
normal de 300kPa (areia).
40
30
Quantidade
20
10
0
0,001 a 0,241 a 0,481 a 0,721 a 0,961 a 1,201 a 1,441 a 1,921 a 2,161 a
0,240 0,480 0,720 0,960 1,200 1,440 1,680 2,160 2,400
2
Área (mm )
Figura 4.9 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 300kPa para geomembrana com 1,0mm de espessura (areia).
52
B) Tensão normal de 500kPa
Observa-se que, com o acréscimo do carregamento, conservou-se a tendência
observada para a geomembrana com 0,5mm de espessura (Figura 4.4), ou seja, nota-se uma
maior quantidade de áreas de contato, as quais possuem forma indefinida (Figura 4.10). Estas
áreas também aumentam em valor. Neste caso, obteve-se 30,70% de áreas de contato geradas
em relação a área total do espécimen.
Na Figura 4.11 observa-se o gráfico de freqüência das áreas de contacto para as
geomembranas com 1,0mm de espessura submetidas a tensão de 500kPa, onde observa-se que
as áreas variaram de 0,001 a 1,200mm2, também com freqüência maior para menores valores
de áreas de contacto.
40
30
Quantidade
20
10
0
0,001 a 0,240 0,241 a 0,480 0,481 a 0,720 0,721 a 0,960 0,961 a 1,200
2
Área (mm )
Figura 4.11 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
de 500kPa para geomembrana com 1,0mm de espessura (areia).
53
C) Tensão normal de 1000kPa
40
30
Quantidade
20
10
0
0,001 0,481 0,961 1,441 1,921 2,401 2,881 3,361 3,841
a a a a a a a a a
0,240 0,720 1,200 1,680 2,160 2,640 3,120 3,600 4,080
2
Área (mm )
Figura 4.13 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 1000kPa para geomembrana com 1,0mm de espessura (areia).
54
4.2.1.3 – RESULTADOS DOS ENSAIOS COM GEOMEMBRANAS DE PVC COM 2,0
mm DE ESPESSURA
Na Figura 4.14 observa-se que mesmo a geomembrana tendo uma espessura de pelo
menos o dobro das analisadas anteriormente, a princípio as áreas de contato geradas pelo
carregamento de 300kPa se assemelham àquelas encontradas para a geomembrana com
0,5mm de espessura submetidas a esta mesma tensão (Figura 4.2). Segundo uma inspeção
visual, observa-se com relação a geomembrana com 1,0mm de espessura (Figura 4.8), que as
áreas de contacto diferem em forma. A porcentagem de área de contato foi de 10,68%, valor
esse inferior ao encontrado para a geomembrana com 1,0mm de espessura para a mesma
tensão (25,64%).
Na Figura 4.15 observa-se que as áreas de contacto variaram de 0,001 a 0,720mm2 e
que houve uma predominância de áreas entre 0,061 e 0,120mm2.
Para este nível de tensão aplicada não foram observados rasgos ou furos nesta
geomembrana com 2,0mm de espessura.
55
40
Quantidade
30
20
10
0
0,001 0,061 0,121 0,181 0,241 0,301 0,361 0,421 0,481 0,541 0,601 0,661
a a a a a a a a a a a a
0,060 0,120 0,180 0,240 0,300 0,360 0,420 0,480 0,540 0,600 0,660 0,720
2
Área (mm )
Figura 4.15 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 300kPa para geomembrana com 2,0 mm de espessura (areia).
Quantidade
30
20
10
0
0,001 0,061 0,121 0,181 0,241 0,301 0,361 0,421 0,481 0,541 0,601 0,661 0,721
a a a a a a a a a a a a a
0,060 0,120 0,180 0,240 0,300 0,360 0,420 0,480 0,540 0,600 0,660 0,720 0,770
2
Área (mm )
Figura 4.17 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 500kPa para geomembrana com 2,0mm de espessura (areia).
57
40
30
Quantidade
20
10
0
0,001 a 0,240 0,241 a 0,480 0,481 a 0,720 0,721 a 0,960 0,961 a 1,200 1,201 a 1,440
2
Área (mm )
Figura 4.19 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 1000kPa para geomembrana de 2,0mm de espessura (areia).
58
Figura 4.20 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão de 300kPa (areia) com proteção de geotêxtil.
59
4.2.2 - RESULTADOS DE ENSAIOS COM MICRO-ESFERAS DE VIDRO
60
Figura 4.23 – Superfície da geomembrana (PVC) com 0,5mm de espessura submetida à
tensão normal de 300kPa (micro-esferas de vidro).
50
45
40
35
Quantidade
30
25
20
15
10
5
0
0,034 a 0,078 a 0,107 a 0,139 a 0,162 a 0,199 a
0,074 0,106 0,137 0,160 0,189 0,307
2
Área (mm )
Figura 4.24 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 300kPa para geomembrana com 0,5mm de espessura (micro-esferas de vidro).
61
Figura 4.25 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão normal de 300kPa (micro-esferas de vidro).
100
Quantidade
80
60
40
20
0
0,0707 0,125
2
Área (mm )
Figura 4.26 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 300kPa para geomembrana de 1,0mm de espessura (micro-esferas de vidro).
62
Figura 4.27 – Superfície da geomembrana (PVC) com 2,0mm de espessura submetida à
tensão de 300kPa (micro-esferas de vidro).
45
40
35
Quantidade
30
25
20
15
10
5
0
0,026 a 0,058 a 0,089 a 0,120 a 0,154 a 0,188 a
0,057 0,088 0,118 0,149 0,182 0,279
2
Área (mm )
Figura 4.28 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 300kPa para geomembrana com 2,0mm de espessura (micro-esferas de vidro).
63
Observa-se também nas Figuras 4.29, 4.31 e 4.33 que as áreas de contacto geradas na
superfície das geomembranas após o ensaio de dano mecânico para a tensão de 500kPa,
aumentam em diâmetro e quantidade proporcional a espessura. Já para as geomembranas com
0,5, 1,0 e 2,0mm de espessura, submetidas a esta mesma tensão e utilizando-se areia como
material granular, observa-se um comportamento diferenciado. Ou seja, verifica-se que a
geomembrana com 1,0mm de espessura apresenta valor de porcentagem de área de contacto
superior aos valores encontrados para as geomembranas com 0,5 e 2,0mm de espessura,
quando submetida à tensão de 500kPa.
Quando se utiliza um material granular com grãos não arredondados, crê-se que a
geomembrana com espessura de 0,5mm se acomoda melhor entre os grãos, a medida em que a
carga vai sendo aplicada. Já a geomembrana de 2,0mm, por possuir uma maior espessura,
resiste mais a esta acomodação. Diante disso, acredita-se que a geomembrana com 1,0mm de
espessura, por possuir espessura intermediária, apresentou comportamento diferenciado em
relação a porcentagem de área de contacto após o ensaio de dano.
As Figuras 4.30, 4.32 e 4.34 apresentam os resultados de freqüência de área de
contacto observadas para as geomembranas com 0,5, 1,0 e 2,0mm de espessura,
respectivamente. Observa-se que em nenhuma das figuras o valor das áreas de contacto
excederam 0,6mm2.
64
50
45
40
35
Quantidade 30
25
20
15
10
5
0
0,012 a 0,038 a 0,07 a 0,095 a 0,116 a 0,138 a 0,162 a 0,19 a 0,219 a
0,036 0,064 0,094 0,115 0,137 0,161 0,187 0,218 0,283
2
Área (mm )
Figura 4.30 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 500kPa para geomembrana com 0,5mm de espessura (micro-esferas de vidro).
65
100
90
80
70
Quantidade 60
50
40
30
20
10
0
0,031 a 0,071 0,126 a 0,196 0,282 a 0,384 0,490 a 0,502
2
Área (mm )
Figura 4.32 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 500kPa para geomembrana com 1,0mm de espessura (micro-esferas de vidro).
66
45
40
35
Quantidade
30
25
20
15
10
5
0
0,029 a 0,084 a 0,144 a 0,200 a 0,272 a 0,355 a 0,423 a
0,075 0,139 0,192 0,244 0,312 0,407 0,497
2
Área (mm )
Figura 4.34 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 500kPa para geomembrana com 2,0mm de espessura (micro-esferas de vidro).
As Figuras 4.35, 4.37 e 4.39 mostram a mesma tendência encontrada nos casos
anteriores, para as tensões de 300 e 500kPa, onde as superfícies das geomembranas
apresentam áreas de contacto em formato arredondado. Os valores encontrados para a
porcentagem de área de contato em relação a área total do espécimen foram: 27,97%, 23,70%
e 31,83% para as geomembranas de 0,5, 1,0 e 2,0 mm de espessura, respectivamente. Enfim,
nota-se que a forma dos grãos é muito importante no que diz respeito ao formato das áreas de
contato geradas nas superfícies das geomembranas mediante esforços de compressão.
Na Figura 4.36 observa-se o gráfico de freqüência das áreas de contacto para a
geomembrana com 0,5mm de espessura, cujas áreas variam entre 0,018 e 0,986mm2, havendo
uma predominância de áreas de contacto entre 0,214 e 0,356mm2.
Os resultados apresentados na Figura 4.38, mostram que para as geomembranas com
1,0mm de espessura, as áreas de contacto variam de 0,031 a 0,636mm2. A Figura 4.40
apresenta os resultados de freqüência de áreas de contacto para as geomembranas com 2,0mm
de espessura, observa-se que as áreas variaram entre 0,042 e 0,459mm2.
67
Figura 4.35 – Superfície da geomembrana (PVC) com 0,5mm de espessura submetida à
tensão de 1000kPa (micro-esferas de vidro).
50
45
40
35
Quantidade
30
25
20
15
10
5
0
0,018 a 0,158 0,214 a 0,356 0,361 a 0,530 0,531 a 0,986 0,859 a 0,986
Área (mm 2)
Figura 4.36 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 1000kPa para geomembrana com 0,5mm de espessura (micro-esferas de vidro).
68
Figura 4.37 – Superfície da geomembrana (PVC) com 1,0mm de espessura submetida à
tensão de 1000kPa (micro-esferas de vidro).
100
90
80
70
Quantidade
60
50
40
30
20
10
0
0,031 a 0,071 0,126 a 0,196 0,282 a 0,384 0,490 a 0,636
Área (mm 2)
Figura 4.38 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 1000kPa para geomembrana com 1,0mm de espessura (micro-esferas de vidro).
69
Figura 4.39 – Superfície da geomembrana (PVC) com 2,0mm de espessura submetida à
tensão de 1000kPa (micro-esferas de vidro).
45
40
35
Quantidade
30
25
20
15
10
5
0
0,042 a 0,097 a 0,143 a 0,192 a 0,243 a
0,091 0,139 0,186 0,242 0,459
2
Área (mm )
Figura 4.40 – Gráfico de barras representativo da freqüência de áreas de contacto para tensão
normal de 1000kPa para geomembrana com 2,0mm de espessura (micro-esferas de vidro).
Ensaios foram também realizados com rejeito de minério de ferro na parte superior da
geomembrana e areia grossa na parte inferior, sob uma tensão vertical de compressão de 1000
kPa, aplicada pelo rejeito sobre a geomembrana.
O rejeito de minério de ferro, por ser um material muito fino, não gerou nenhuma
forma de área de contacto na superfície das geomembranas após os ensaios de dano mecânico.
70
Observa-se na Figura 4.41 apenas a presença do próprio rejeito sobre o papel alumínio. Não
foram executados ensaios com os carregamentos de 300kPa e 500kPa, já que com a tensão
maior (1000kPa), não houve nenhum tipo de dano.
71
1,4
(mm )
2
0,6
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tensão normal (kPa)
Figura 4.42 – Gráfico relacionando área média de contacto e tensão normal para as
geomembranas com 0,5, 1,0 e 2,0mm de espessura (micro-esferas de vidro).
1,4
1,2
Área média de contato
1
0,8
0,6
(mm )
2
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura 4.43 - Gráfico relacionando área média de contacto e tensão normal para as
geomembranas com 0,5, 1,0 e 2,0mm de espessura (areia grossa).
72
4.3.3 -COMPARAÇÃO ENTRE ÁREAS DE CONTACTO ENTRE GEOMEMBRANAS
COM 0,5, 1,0 E 2,0mm DE ESPESSURA NOS ENSAIOS COM MICRO-ESFERA DE
VIDRO E AREIA
1,4
1,2
1
Área média por contato
0,8
0,6
(mm )
2
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura 4.44 - Gráfico comparando área média de contacto versus tensão normal para a
geomembrana com 0,5mm de espessura (areia grossa e micro-esfera de vidro).
73
utilizaram-se micro-esferas de vidro estas áreas não ultrapassaram 0,4mm2. Estes resultados
confirmam a importância da forma dos grãos nas áreas de contacto geradas.
1,4
1,2
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura 4.45 - Gráfico relacionando área média de contacto e tensão normal para a
geomembrana com 1,0mm de espessura (areia grossa e micro-esfera de vidro).
A Figura 4.46 apresenta os resultados das áreas médias de contacto obtidas para as
geomembranas com 2,0mm de espessura, as quais apresentaram a mesma tendência observada
para as geomembranas com 1,0mm de espessura (Figura 4.45). Entretanto, estas
geomembranas não apresentaram valores de áreas de contacto superiores a 1,0mm2 , fato que
ocorreu com a geomembrana com 1,0mm de espessura.
74
1,4
(mm )
2
0,6
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura 4.46 - Gráfico relacionando área média de contacto e tensão normal para a
geomembrana com 2,0mm de espessura (areia grossa e micro-esfera de vidro).
75
1,6
1,4
1,2
Diâmetro médio
1
0,8
0,6
(mm)
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tensão normal (kPa)
Figura 4.47 Gráfico relacionando diâmetro médio de área de contacto e tensão normal (micro-
esferas de vidro).
1,6
1,4
1,2
Diâmetro médio
1
0,8
(mm)
0,6
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura 4.48 - Gráfico relacionando diâmetro médio de contacto e tensão normal (areia grossa).
76
4.5 – COMPARAÇÃO ENTRE DIÂMETROS MÉDIOS DAS ÁREAS DE CONTACTO
NAS GEOMEMBRANAS COM 0,5 , 1,0 E 2,0 mm DE ESPESSURA E O DIÂMETRO
MÉDIO DOS GRÃOS DE SOLO
As Figuras 4.49 a 4.51 apresentam os resultados obtidos para a razão entre o diâmetro
médio das áreas de contacto geradas nas superfícies das geomembranas após os ensaios de
dano mecânico por compressão e o D50 dos materiais granulares utilizados (areia e micro-
esfera de vidro).Alguns métodos de análise utilizam o D50 do solo para avaliação de dano na
geomembrana por perfuração. Os valores do D50 encontrados para a areia grossa e micro-
esferas de vidro foram 0,97 e 0,95mm, respectivamente.
1,6
Diâmetro médio da área de contacto
1,4
/D 50 (areia ou micro-esfera)
1,2
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura 4.49 -Relação entre (diâmetro médio da área de contacto)/D50 do solo ou micro-esferas
de vidro e tensão normal aplicada para a geomembrana com 0,5mm de espessura.
77
B) Geomembrana com 1,0mm de espessura
1,6
Diâmetro médio da área de contacto
1,4
/D 50 (areia ou micro-esfera)
1,2
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura 4.50 - Relação entre (diâmetro médio da área de contacto)/D50 do solo ou micro-esfera
de vidro e tensão normal aplicada para a geomembrana com 1,0mm de espessura.
78
1,6
/D 50 (areia ou micro-esfera)
1,2
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura 4.51 - Relação entre (diâmetro médio da área de contacto)/D50 do solo ou micro-esfera
de vidro e tensão normal aplicada para a geomembrana com 2,0mm de espessura.
4.6 – CARGAS MÉDIAS POR CONTACTO NAS GEOMEMBRANAS COM 0,5 , 1,0 E
2,0 mm DE ESPESSURA
Observa-se na Figura 4.52 que a carga média por contacto gerada pela compressão dos
grãos nos ensaios de dano mecânico, no caso das geomembranas com 0,5mm de espessura,
para ensaios com areia, apresentou valores maiores do que quando utilizaram-se micro-esferas
de vidro. Verifica-se que as duas curvas possuem uma mesma tendência, ou seja, a medida
que aumenta a tensão normal a carga média por contacto também aumenta. Para as tensões de
300 a 500kPa, estas forças médias por contacto não excederam 0,001kN, e para 1000kPa este
valor foi ultrapassado para os dois materiais granulares utilizados (areia e micro-esfera de
vidro).
79
0,003
0,001
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura 4.52 - Carga média por contacto versus tensão normal para as geomembranas com
0,5mm de espessura.
Na Figura 4.53 apresenta-se o gráfico que relaciona a carga média por contacto com a
tensão normal de compressão aplicada no ensaio de dano mecânico no caso das
geomembranas com 1,0mm de espessura
A carga média por contacto nos resultados apresentados para as areias neste caso
foram superiores àqueles observados para as geomembranas com 0,5mm de espessura (Figura
4.52), principalmente para a tensão de 1000kPa, onde para a geomembrana de 1,0mm a carga
superou a 0,002kN. No caso das micro-esferas de vidro, para a tensão de 500kPa, a carga
média por contacto foi de aproximadamente 0,001kN, aproximadamente o dobro do valor
encontrado com este mesmo material com a geomembrana com 0,5mm de espessura (Figura
4.52).
80
0,003
0,001
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Figura 4.53 - Carga média por contacto versus tensão normal para as geomembranas com
1,0mm de espessura.
0,003
Carga média por
contacto (kN)
0,002
0,001
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tensão normal (kPa)
Figura 4.54 - Carga média por contacto versus tensão normal para as geomembranas com
2,0mm de espessura.
81
CAPÍTULO V
82
simulação de dano com carregamentos que podem ocorrer em obras reais. É importante
salientar que apenas o dano mecânico foi analisado e que outros fatores de degradação
existem e devem ser analisados, para assim ter-se uma idéia real do que acontece com o
geossintético dentro do solo.
Á partir dos resultados obtidos neste trabalho, são apresentadas as seguintes sugestões
para futuras pesquisas:
Aliar o dano mecânico ao dano gerado por degradação química, pois assim os
resultados representariam melhor a realidade de obra.
83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT (1992). Geotêxteis – Determinação da Gramatura. NBR 12568. ABNT, São Paulo, 2p.
ABNT (1992). Geotêxteis – Determinação da Espessura. NBR 12569. ABNT, São Paulo, 2p.
BIDIM, Indústria e comércio Ltda (2001). Catálogo do fabricante. São Paulo, SP, 2p.
BILLING, J. W., GREENWOOD, J. H., SMALL, G.D. (1990). Chemical and mechanical
durability of geotextiles. Fourth International Conference on Geotextiles, Geomembranes and
Related Products, The Hague, 1990. Proceedings. Rotterdam A.A. Balkema, v. 2, pp 621-626.
BONAPARTE, R., AH-LINE, C., CHARRON, R., TISINGER, L. (1988). Survivability and
durability of a nonwoven geotextile. Geotechinical Special Publication no 18. Geosynthetics
for soil improvement, ASCE, pp 68-91.
JEWEEL, R.A., GREENWOOD, J.H. (1988). Long term strength and safety in steep soil
slopes reinforced by polimer materials. Geotextiles and Geomembranes, no 7, pp 81-118.
84
KOERNER, R. M. (1994). Designing with Geosynthetics. 3rd Ed. Prentice Hall, Englewood
Cliffs, New York, 83 p.
SANSUY S.A. Industria de Plásticos (2001). Catálogo do fabricante. São Paulo – SP.
TASK FORCE 27. (1989). Design guidelines for use of extensible reinforcements
(geosynthetic) for mechanically stabilized earth walls in permanent applications. In Situ Soil
Improvement Techiques. AAHTO-AGC-ARTBA Joint Committee, Subcommittee on New
Highway Materials, pp 29-38.
VIDAL, D., Vieira, B. M., Melo, J.L. (1991). Metodologia para Análise da Durabilidade de
Geossintéticos Frente à Agentes Químicos. II Simpósio sobre Barragem de Rejeitos e
Disposição de Resíduos. Rio de Janeiro, pp 295-304.
VOSKAMP, W., RISSEUW, P (1897). Method to Stablish the maximum allowable load
under working conditions of polyester reinforcing fabrics. Geotextiles and Geomembranes, v.
6, no 1-3, pp 173-184.
85