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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Licenciatura em História - EAD
UNIRIO/CEDERJ

Avaliação a Distância (AD1)

DISCIPLINA: HISTORIA E DOCUMENTOS

CURSO: História

POLO: Caxias

ALUNO(A): Leonardo Souza da Silva

MATRÍCULA: 15216090017 DATA: 18/ 08 / 2018


À medida que a composição social de um país muda e novas gerações crescem,
o conteúdo da memória evolui. Novas reivindicações, anteriormente reprimidas por
várias razões, estão ressurgindo. Assim, uma sociedade que se tornou multiétnica gera
uma modificação de "memórias" na busca pelo reconhecimento de seus vários
componentes. Com o tempo, cada história assume novas conotações e é enriquecida por
elementos adicionais. Essa evolução permanente também permite que instâncias
passada, reivindiquem um novo espaço de expressão. Todos esses movimentos
provocam resistência ou competição entre aqueles que se identificam em visões
concorrentes da história.
No mundo contemporâneo, a memória coletiva é cada vez mais usada para
interpretar a realidade. Parece ter se tornado o paradigma através do qual é possível
decifrar a política, a sociedade e a convivência civil. Para prova, conceitos centrais,
como guerra, identidade, cultura, são passados para o filtro da memória. A memoria na
Rússia, por exemplo, se manifesta de uma forma especial porque a memória histórica
pós-soviética é altamente politizada. Isso se deve em parte ao legado do regime
comunista cuja legitimidade, baseada na concepção stalinista de história, foi minada
durante o período perestroika por uma reavaliação radical do passado soviético. No
entanto, após a queda do comunismo, a história perdeu seu apelo. Foi o futuro, não o
passado, e a economia, não a história, que interessou os russos nos anos 90. Nos anos
2000, a evolução do regime de Vladimir Putin foi acompanhada por uma nova revisão
da história que se tornou novamente central para a nova ideologia russa cujos
proponentes proclamam que após o colapso das ideologias tradicionais, a política da
história é a única possível.
Olhar para o passado em busca de mitos unificadores, especialmente depois que
as expectativas futuristas são frustradas, é um fenômeno universal, e não é de forma
alguma exclusividade da Rússia. No Ocidente, a tensão entre a necessidade de um
passado “magistral” e a impossibilidade de negligenciar as “vozes das vítimas” resultou
numa ênfase na memória cultural e num “patriotismo cultural” que é particularmente
característico da memória política de hoje. Os políticos repetidamente fazem uso de
entendimentos mitológicos do passado para mobilizar a memória como um instrumento
de política no presente. A lembrança coletiva continua sendo um conceito escorregadio.
Na política, a memória exerce sua influência tanto de baixo para cima, quanto as
interpretações do passado afetam as identidades e compreensões das elites políticas,
bem como de cima para baixo, enquanto afirmações de figuras públicas colocam certos

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eventos na consciência nacional enquanto silenciam ou esquecem os outros. Na Russia,
como em muitos outros países, a memória da guerra ou um ditadura, como vemos hoje
no Brasil, está intimamente ligada a uma sobre posição da democracia. A constituição é
o lugar comum no qual a relação entre democracia e memória é concretizada. Esta
ligação é questionada sempre que a Constituição e a emendada são alteradas ou
quando, por exemplo, os valores nela contidos são defendidos ou atacados. A
constituição formaliza de fato uma hierarquia de valores e portanto, culturas e memórias
são necessárias para a consolidação do poder. No entanto, escrever história politica hoje
é altamente problemático dado uma profunda mudança de perspectivas intelectuais
trazida pelos avanços da história social e cultural. A politização da história depende das
figuras arcaicas do pensamento emprestadas do século XIX e início do século XX. Isso
resulta em uma brecha crescente entre a vanguarda da nova pesquisa histórica e as
defesas anacrônicas e de retaguarda da política nacionalista da memória.

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