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Introdução
Assim, distingue-se:
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Elaborado pelo Prof. Walter Abreu Soares Tondela
UBI SOCIETAS, IBI JUS (Onde há sociedade há direito e não há direito sem sociedade).
O Direito está vinculado na própria ordem social. Se toda sociedade tem uma
ordem, ela tem, desde o início, uma ordem jurídica. A determinação desta pode suscitar
dificuldades, na medida em que pode concorrer com outras ordens. No entanto, é
sempre possível distinguir o que é, e não é Direito e confirmar que a vida social, só é
possível porque os homens acatam regras que visam instituir a ordem. E confirmar que
a vida social, a paz, a segurança, a justiça, e as resoluções de conflitos de interesses só é
possível havendo para regular as relações sociais.
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c) Critério da exterioridade postula este critério que o direito tem origem na parte
externa da conduta humana enquanto que a Moral se reporta à parte interna dessa
mesma conduta.
A ordem religiosa
A ordem religiosa tem por função regular as condutas humanas em relação a Deus,
sendo, pois, uma ordem de transcendência ou de fé.
Ordem de cortesia são aquelas que se destinam a permitir uma convivência mais
agradável entre as pessoas, mas não são necessárias à subsistência da vida em
sociedade.
Esta ordem exprime-se através dos usos sociais, que podem ser de diversa
natureza, como, os impostos pela cortesia ou etiqueta, hábitos de civilização, o vestuário
etc. etc...
Cumprimentar os vizinhos, ajudar as pessoas mais velhas ou dar-lhes o lugar nos
transportes, são contudo regras de cortesia.
Ordem jurídica
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as ideologias dominantes na sociedade. Estas posições exprimem-se através de normas,
cujo conjunto forma o ordenamento jurídico que rege uma dada comunidade, num
determinado momento histórico. Mais rigorosamente, deste ordenamento fazem parte
também os princípios gerais ou fundamentais do Direito (1).
A norma jurídica, revelada logicamente por sua preposição é o objecto principal da ciência
do direito, ou seja o seu objecto único e exclusivo, como o defendem os percussores do
positivismo jurídico. É através da norma jurídica que o jurista conhece o mundo, na medida
em que uma conduta só se torna relevante ao direito quando contida em uma norma
jurídica. Seja ela legal ou consuetudinária. Deste modo, o acto de pentear o cabelo pela
cabeça, não interessa ao direito, pois não regrado, salvo na condição de acto de livre.
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Os princípios gerais de Direito exprimem directrizes, critérios ou valores que traduzem exigências
fundamentais do Direito.
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a) Previsão – Segundo este elemento a norma jurídica fixa os padrões de
conduta que regulam as situações jurídicas, ou seja os casos em
concretos da vida que se espera vir a acontecer, contendo em si mesma
a representação futura, desencadeando assim consequência para o
direito.
Previsão: Aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente o direito
de outrem ou qualquer disposição legal destinada a proteger interesses
alheios.
Hipótese Prática
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Já Grécia antiga a justiça era a lei cósmica do homem e das coisas que lhes
fixava o lugar no Universo e os seus limites, fazendo equivaler a justiça à igualdade.
Ao analisar alguns conceitos que definem a justiça, importa agora salientar que a
justiça pode ser encarada em três modalidades fundamentais a saber: a) Justiça
comutativa; b) A justiça legal; A justiça distributiva.
A justiça é o valor ideal que constitui a razão de ser do Direito, sendo pois, uma
preocupação de todos os sistemas jurídicos alcançar e integrar este valor nos seus
ordenamentos, de acordo com a evolução que as sociedades vão sendo alvo.
A equidade
A equidade é também um critério de decisão que pode ser utilizado em certos casos em
que o julgador pode decidir segundo a sua consciência.
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A Segurança Jurídica
Constitui outro dos valores do direito que existe para garantir, a estabilidade das
relações sociais e é de grande importância para garantir a tarefa da realização que o
direito visa realizar.
Por fim, é importante asseverar que a segurança jurídica confere aos cidadãos a
confiança que lhes permite planificar a defesa dos seus interesses, conforme as normas
jurídicas em vigor.
A certeza jurídica
AS INSTITUIÇÕES
a) Instituição Familiar;
b) Instituição Educativa;
c) Instituição económica;
d) Instituição Política;
e) Instituição Religiosa;
f) Instituição Cultural…
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As Fontes do Direito
Neste último sentido vamos definir as fontes do direito como os modos de formação e
de revelação das normas jurídicas.
Fontes criadoras ou imediatas do direito são: a lei e o costume, como fontes mediatas ou
reveladoras temos a doutrina, a jurisprudência e os assentos.
Assim sendo são leis em sentido material e formal a Constituição, as leis de revisão
constitucional, e as leis ordinários da Assembleia Nacional.
V.g. as leis que conferem autorização legislativa ao governo, autorizando-o, a realizar
empréstimos e outras operações de crédito, que aprovam os tratados, concedem
amnistias, etc.
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Costume é uma prática social constante e uniforme, acompanhada do sentimento
ou convicção da obrigatoriedade da norma que lhe corresponde.
A jurisprudência é fonte do direito com força obrigatória geral quando é fixada por
meio de assentos que não são senão, as decisões de casos concretos e individuais
que vinculam todos os outros tribunais (de um mesmo ordenamento jurídico) de
forma a julgarem de igual modo situações idênticas.
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A lei escrita é também designada por Direito positivo, pois vem do verbo latino
positum, que significa direito imposto pelo homem, em contra-posição à ideia de
direito natural (que vigora em todas as sociedades, em todos os tempos e em todas
épocas). Esta ideia de direito positivo é vista em duas perspectivas em sentido
formal e em sentido material.
A lei é assim definida nas duas vertentes, em sentido formal é o conjunto de normas
jurídicas (gerais e abstractas), aprovadas mediante um processo idóneo, pela
Assembleia Nacional e que tem forma ou terminologia de Lei. V.g. A Constituição.
Sobre esta questão, se tem levantado uma grande distinção, entre as leis
constitucionais e leis ordinárias.
Também se pode fazer uma distinção entre as normas constitucionais editadas pelo
legislador constituinte originário e as normas constitucionais editadas pelo poder
constituinte derivado ou ainda leis de revisão.
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A excepção a CONSTITUIÇÃO ocorre quando são decretados, despachos
presidências em caso de estado de sítio ou de emergência, sucedendo assim, que
durante este período prevalecem esses despachos sobre a constituição, mas
respeitando sempre os limites circunstancias art. 237.º. CRA.
Existe também uma hierarquia das leis dentro das normas jurídicas estaduais:
a) Normas jurídicas estaduais de direito universal;
b) Normas jurídicas estaduais de direito local, que são aquelas emanadas de órgãos
estaduais subalternos, regulamentos
c) Normas autónomas emanadas das autarquias institucionais dependentes da
administração do Estado. Autarquias locais.
Conflitos de Normas
Já no art. 7.º, no caso de conflito de leis da mesma hierarquia, lei mais recente
revoga a lei mais antiga, (critério da posteridade) lex posterior derogat legi priori, a
excepção a esta regra é a lei especial que prevalece sobre a lei geral (critério da
especialidade) Lex specialis derogat legi generali, ainda que esta lei seja posterior,
excepto se outra for a vontade inequívoca do legislador.
Aplicados estes critérios, parece, à primeira vista, que não poderiam se verificar
conflitos possíveis. Em todo o caso, vamos compaginar alguns conflitos possíveis.
Conflitos ou contradições deste tipo existirão sempre quando duas ou mais normas,
que se propõem em resolver a mesma questão de direito no domínio da mesma
legislação e dentro do mesmo contexto teleológico, estabelecem para casos idênticos
ou para casos juridicamente equiparáveis consequências jurídicas diferentes.
Portanto, a contradição poderá ser uma situação também lógica ( se, P. ex. uma
norma impõe uma certa conduta e outra a proíbe ou, em geral, se as consequências
jurídicas estatuídas por duas normas para o mesmo facto são entre si incompatíveis)
ou uma contradição teleológica ou valorativa.
Existem também conflitos de leis no tempo, quando duas ou mais normas aparecem
ao mesmo tempo, regulando sobre a mesma matéria. E se conflito no espaço quando
o facto ou situações concretas têm atiniências com dois ou mais ordenamentos
jurídicos com esferas territoriais de aplicações diferentes. Que se estuda em Direito
Internacional Privado.
Também poderá acontecer que o mesmo facto concreto apareça abrangido pelas
hipóteses legais de normas simultaneamente em vigor no ordenamento jurídico, mas
cuja aplicação simultânea é impossível por implicar certa contradição, resultando
assim verdadeiros conflitos internos de normas.
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Com modo de cessação da vigência da Lei o art. 7.º apenas prevê a caducidade e a
revogação. Deste modo podemos aquilatar que existem outras formas possíveis
seriam o desuso e o costume contrário.
Todavia é frequente estabelecer-se numa lei que o regime nela estabelecido será
revisto dentro de certo prazo. Passado este prazo sem que se verifique a revisão, não
cessa a vigência de tal lei por caducidade: ela continua em vigor até à sua
substituição.
A revogação, essa pressupõe a entrada em vigor de uma nova lei (segundo o nosso
legislador).
Porém, nos termos do art. 7.º n.º 3, a lei geral posterior não revoga a Lei especial
anterior, salvo se “ outra for a intenção inequívoca do legislador.
Por fim, descreve o art. 7.º n.º 3 a revogação da Lei revogatória não importa de - per
- si repristinação, isto é, o renascimento da lei anteriormente revogada. Salvo se o
legislador a repõe em vigor, como já tem sucedido entre nós; admitindo esta
hipótese estaríamos perante uma verdadeira repristinação, total ou parcial.
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Hipótese prática
Victória que era casada com Paulo, era proprietária de diversas fazendas de madeira
e granito, situadas no Ambriz, fazendas essas que necessitavam de uma
administração.
a) -Perante esta situação o Juiz do tribunal a quo entendeu aplicar a Lei especial em
detrimento da Lei Geral.
c) Qual seria as fontes do Direito que o juiz utilizaria para julgar esta hipótese?
d) Há avó da Vitória depois de consultar o curandeiro diz que o vizinho Pedrito foi
quem vendeu a vitória ao maiombolo, e por isso teriam que apresentar queixa-
crime a polícia.
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Caducidade da lei - A lei caduca quando deixa de vigorar por força de qualquer
circunstância diversa da publicação de nova lei. V.g. Se uma Lei tem um prazo de
vigência que se destina a um dado fim que foi já alcançado. Etc..
Revogação da Lei - é a forma de cessação da vigência da lei, que resulta de uma nova
manifestação legislativa em sentido diverso ao da anterior.
Art. 2.º n.º 1, 6.º, 174.º, 175.º, 180.º, 181.º,182.º, 183.º, 198.º
O Controlo da Legalidade
Esta submissão a lei significa uma submissão aos princípios gerais de direito, à
Constituição e as normas internacionais. Etc. Ou seja, a actuação da Administração
Pública deve e tem de se nortear - se por certos critérios cujo desrespeito gera
ilegalidades. Estes critérios são, precisamente, os limites intrínsecos do poder
discricionário da Administração Pública e constituem o corolário deste princípio da
legalidade, destacando-se os princípios da igualdade, da justiça, da proporcionalidade,
da imparcialidade, probidade administrativa e o do respeito pelo património público.
Tanto é que, que ela funda-se no princípio da legalidade por ser a principal garantia das
pessoas que as protege contra a violação dos seus direitos e interesses legalmente
defendidos, quer por parte de outros particulares, quer por parte do Estado.
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por ela impostos ou melhor, Os órgãos da Administração Pública devem actuar em
obediência à lei e ao direito, dentro dos limites dos poderes que lhes estejam atribuídos
e em conformidade com os fins para que os mesmos poderes lhes forem conferidos.
Mas é obvio que para além da administração pública existem outros Órgãos que
garantem o controlo da legalidade como:
De todos os Órgãos que exercem o controlo da legalidade, nos vamos nos debruçar
com maior acuidade sobre os Tribunais, mormente o constitucional, nos termos e
dispostos dos arts. 180.º da CRA.
Princípios
Da Independência quer com isto dizer que os juízes no desempenho das suas
funções específicas apenas devem obediência à lei e à sua consciência, estando
assim isentos de qualquer tipo de dependência.
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(Do livro: Filosofia. Ed. Ática, São Paulo, ano 2000, pág. 220-223)
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Parte-se do conceito de direito natural: por natureza, todo indivíduo tem direito
á vida, ao que é necessário à sobrevivência de seu corpo, e à liberdade. Por
natureza, todos são livres, ainda que, por natureza, uns sejam mais forte e
outros mais fracos. Um contrato ou um pacto, dizia a teoria jurídica romana, só
tem validade se as partes contratantes forem livres e iguais e se voluntária e
livremente derem seu consentimento ao que está sendo pactuado.
A teoria do direito natural garante essas duas condições para validar o contato
social ou o pacto político. Se as partes contratantes possuem os mesmos
direitos naturais e são livres, possuem o direito e o poder para transferir a
liberdade a um terceiro, e se consen
tem voluntária e livremente nisso, então dão ao soberano algo que possuem,
legitimando o poder da soberania. Assim, por direito natural, os indivíduos
formam a vontade livre da sociedade, voluntariamente fazem um pacto ou
contrato e transferem ao soberano o poder para dirigi-los.
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Quem é o soberano? Hobbes e Rousseau diferem na resposta a essa
pergunta.
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suor do seu rosto. Por todos esse motivos, Deus instituiu, no momento da
criação do mundo e do homem, o direito à propriedade privada como fruto
legítimo do trabalho. Por isso, de origem divina, ela é um direito natural.
O Estado existe a partir do contrato social. Tem as funções que Hobbes lhe
atribui, mas sua principal finalidade é garantir o direito natural da propriedade.
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Material didático
Objetivando promover o bem público, como sua meta final, o Estado desempenha
uma série de funções através dos órgãos que o compõe, determinando um enorme
conjunto de actos e serviços variáveis e permutuaveis, bem como deslocações de uma
localidade à para outro e de acordo com a época analisada.
Essa múltipla atividade gerou a teoria da separação dos poderes estatais. No início
concentrada numa pessoa ou coletividade de pessoas, passou a distribuir-se numa
verdadeira divisão de trabalho e atribuições, cujas funções exigem dos respectivos
órgãos, uma missão de exercê-las dentro dos limites das correspondentes pela Lei.
Aristóteles começou a discernir as três partes do governo com as funções por elas
exercidas: A assembléia do povo formada pelos cidadãos em geral, como corpo
deliberante e verdadeiro soberano do Estado; a segunda composta de magistrados com
ordens especiais encarregados das rendas e defesa do Estado e a terceira integrada por
juízes, encarregados do julgamento e da aplicação da justiça.
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segundo Montesquieu
A partir de uma leitura atenta desta sua magnum opus, podemos concluir que
Montesquieu foi um dos precursores do método comparativo-indutivo atualmente
empregado tanto pela Ciência Política quanto pela História Política.
O Espírito das Leis inicia-se com uma teoria geral das leis, a qual constitui a base da
filosofia política de Montesquieu. Na seqüência, "Montesquieu, com o intuito de fazer uma
obra de ciência positiva, remodela as classificações tradicionais dos regimes políticos.
Distingue três espécies de governo: republicano, monárquico e despótico. Em cada tipo de
regime, que observa aqui ou ali pelo mundo, ele estuda sucessivamente a natureza, ou
seja, as estruturas constitutivas que nele se podem notar, e o princípio, ou seja, o
mecanismo do seu funcionamento." (8) Por fim, procura analisar os meios e fatores que,
numa perspectiva jurídica-normativista e política, eventualmente conduzem ao "bom
governo".
A Teoria da Tripartição dos Poderes do Estado não é criação de Montesquieu. John Locke,
filósofo liberal inglês, cerca de um século antes de Montesquieu já tinha formulado, ainda
que implicitamente, a teoria em questão. Entretanto, cabe a Montesquieu o inegável mérito
de colocá-la num quadro mais amplo.
A teoria ora em comento "... foi inspirada pelo sistema político constitucional, conhecido
quando de sua viagem à Inglaterra, em 1729. Ali encontrou um regime cujo objetivo
principal era a liberdade." (9)
Ressalte-se que Montesquieu não foi um liberal na acepção moderna do termo, ainda que
sua Teoria de Separação dos Poderes tenha servido como um dos alicerces para a
construção do Estado Democrático Liberal. Realmente, "Montesquieu crê na utilidade
social e moral dos corpos intermédios [da Sociedade] (sic), designadamente os
parlamentos e a nobreza." (10)
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Nesta mesma esteira de raciocínio, os professores José Américo M. Pessanha e Bolivar
Lamounier prelecionam que Montesquieu "... opta claramente pelos interesses
da nobreza, quando põe a aristocracia a salvo tanto do rei quanto da
burguesia. Do rei, quando a teoria da separação dos poderes impede o
Executivo de penetrar nas funções judiciárias; dos burgueses quando
estabelece que os nobres não podem ser julgados por magistrados
populares. (...)
Dentro dessa ordem de coisas, o objectivo último da ordem política, para Montesquieu, é
assegurar a moderação do poder mediante a "cooperação harmónica" entre os Poderes do
Estado funcionalmente constituídos (legislativo, executivo e judiciário) com o escopo de
assegurar uma eficácia mínima de governo, bem como conferir uma legitimidade e
racionalidade administrativa à tais poderes estatais, eficácia e legitimidade essas que
devem e podem resultar num equilíbrio dos poderes sociais.
Cada órgão, dentro da sua esfera de ação, exerce a totalidade do poder soberano.
Em outras palavras: cada ato de governo, manifestado por um dos três órgãos,
representa uma manifestação completa do poder.
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O Legislativo, o Executivo e o Judiciário, são poderes interdependentes no sentido
literal da palavra, já que devem ser harmônicos e coordenados entre si. São órgãos de
manifestação do poder de soberania estatal, que é, na sua essência uno e indivisível.
Cada um, na esfera da sua função específica, exerce a totalidade do poder.
O Estado manifesta a sua vontade, o seu poder através desses três órgãos que
compõem a sua unidade. Cada um dos três, isoladamente, sem a correlação e a
integração dos dois outros, não chegaria a expressar o poder do Estado.
Os três poderes só são independentes no sentido de que se organizam
mutuamente na finalidade essencial de compor os atos de manifestação da soberania
estatal, mediante um sistema de freios e contrapesos, na expressão dos
constitucionalistas norte-americanos, realizando o ideal de contenção do poder pelo
poder.
Não confundir as funções com as finalidades ou objetivos do Estado, que são vários e de
natureza militar, policial, econômica, previdenciária, cultural entre outras. Todavia as
funções básicas do Estado, mesmo com outras palavras ou acréscimos por parte de uns e
concentrações por outros permanecem as mesmas desde Aristóteles aos nossos dias.
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O Estado é uma Instituição, política, jurídica e territorial, colocada numa
determinada circunscrição geográfica, constituída por um povo que é p titular por
autoridade própria, Órgãos que elaborem as leis necessárias à vida colectiva a
respectiva execução.
É assim que existem inúmeras, talvez até centenas de milhares de normas, regras e
diplomas legislativos, apesar de não se legislar todo o direito.
Por isso, é que nenhum jurista consegue conhecer todas as normas jurídicas, pese
embora um bom jurista deve ter uma visão o mais compreensiva possível do direito
positivo. Pois só com ajuda deste conhecimento se pode cooperar na realização da
justiça. Sendo este desiderato o mais importante, isto é aquisição de conhecimentos
e aptidão para desenvolver um pensamento jurídico autónomo e para saber trabalhar
com as leis, incluindo as novas leis que estão a ser editadas diariamente.
Dentro deste conjunto de leis que são editadas encontraremos, as grandes divisões
do direito ou seja os ramos do Direito, onde encontraremos os princípios
fundamentais do direito.
Não é possível falar sobre os ramos do direito sem antes abordar o Direito objectivo
e o direito subjectivo.
Direito subjectivo
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Os Ramos do direito
Segundo este critério estaremos em presença do direito público sempre que o seja
constituído um conjunto de normas que regem a actividade do Estado e das outras
entidades públicas e privadas, enquanto sujeitos dotados de poder (ius imperium); e
é direito privado quando o estado regula as relações jurídicas em que os particulares
se encontram em posição de paridade e o estado desprovido do seu poder de
autoridade.
Por agora, daremos uma noção sumária, sobre os ramos de direito Público e os
ramos de Direito Privado, ramos estes que constituem as cadeiras curriculares
clássicas do curso de Direito.
Direito público caracteriza-se pelo facto de nas relações por ele reguladas, se
verificar o exercício de um poder de autoridade pública, assim o direito público seria
o conjunto de normas que regulam a organização e a actividade do Estado e de
outros entes públicos menores e as relações desses entes públicos entre si no
exercício dos poderes que lhe competem, bem como, as relações dos entes públicos
enquanto revestidos de poder de autoridade, com os particulares.
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Assim sendo os principais ramos do direito Público são:
a) A interpretação da Lei
b) Interpretação e ordenamento
O texto jurídico é constituído por uma polissemia (isto é vários sentidos), contendo
com frequências expressões muitos ambíguas ou obscuras.
Dúvidas não poderão existir ao se enquadrar o sentido mais conforme ao direito que
não poderá ser um sentidos qualquer. Sendo a lei um instrumento de prática, a sua
conformação e ordenação da vida social é dirigida a uma generalidade de pessoas e
a uma série infinitividade de casos, devendo se procurar extrair dela um sentido que
valha para todas as pessoas e para todos os casos.
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Esse conjunto de directivas ou cânones hermenêuticos constitui a chamada
metodologia da interpretação ou hermenêutica jurídica.
Em qualquer destes casos, a lei interpretativa pode provir do órgão que elaborou a
lei interpretada, tratando-se nestes casos - e segundo alguns autores, de uma
interpretação autêntica ou poderá emanar de órgão legislativo diverso.
É assim que as leis interpretativas se integram nas leis interpretadas, pelo que a sua
aplicação no tempo tem carácter retroactivo, embora com algumas limitações. (Vide
art. 13.º CC).
Mas, a maioria das vezes, não é por via legislativa que se faz a interpretação da
Lei, antes são os tribunais, os juristas, e a genericamente, das pessoas, mesmo,
muitas vezes, sem preparação jurídica. Que realizam também a interpretação da lei,
utilizando critérios e regras empíricas mais dotados de algum sentido literal.
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Métodos estes que se apresentam sobre duas modalidades principais, a saber:
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Direito subjectivo é o poder atribuído pela ordem jurídica a uma pessoa de,
livremente, pretender de outra um certo comportamento positivo (acção) ou
negativo (omissão), ou de, por um acto de sua vontade, só de per-se, ou auxiliado
por acções de uma autoridade pública, produzir determinados efeitos jurídicos que
se impõem inevitavelmente à esfera jurídica alheia.
Direito potestativo é poder jurídico de, por um acto de sua vontade, só de per - se,
ou auxiliado por acções de uma autoridade pública, produzir inevitavelmente na
esfera jurídica alheia.
Ou seja é a aptidão para pôr em movimento a esfera jurídica própria, para por
actividade própria produzir consequências jurídicas no conjunto de direitos e
obrigações de que se é titular.
Esta expressão capacidade de exercício, não é, todavia, muito feliz, pois sugere
tratar-se unicamente da susceptibilidade de exercitar direitos, deixando de fora o
cumprimento de obrigações. Melhor se falaria em capacidade de agir, como aliás se
exprimem os juristas de língua germânica.
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Pessoas singulares são todos e qualquer ser humano desde que nasça
completo e com vida.
O substrato e o reconhecimento.
O substrato é o conjunto de elementos da realidade extra-jurídica, elevado à
qualidade de sujeito jurídico pelo reconhecimento.
Ou seja é a realidade que no plano dos factos exteriores ou psicológicos, das coisas e
dos seres humanos, encarna a personalidade, sendo assim a realidade que dá
existência material às pessoas colectiva no mundo exterior, (é o conjunto de
realidades extra-jurídicas).
As incapacidades
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Se pode falar em incapacidade judiciária (insusceptibilidade de estar por si em juízo,
art. 9.º, n.º 1, CPC).
De um modo geral são anuláveis os actos praticados por incapaz, incapacidade esta
que é suprida pela representação… art. 122.º e Ss. CC e 10.º do CPC.
Incapacidade acidental.
Incapacidade
Dir. Civil - Há autores que falam de incapacidade conjugal para significar a situação
em que o cônjuges não pode praticar, por si so e livremente, certos actos, carecendo
do consentimento do outro para tal pratica. A doutrina maioritária entende, porem, e
bem, que não se esta aqui perante uma incapacidade, mas antes perante uma
ilegitimidade.
Incapacidade de facto
Dir. Civil - Situação em que se encontra as pessoas, que , não tendo a sua
capacidade juridicamente afectada, sofrem de perturbação ou anomalias que as torna
inaptas para o exercício dos seus direitos e comprimento dos seus deveres ou de
alguns deles.
Incapacidade testamentária
Dir. Civil - Determina o artigo 2189º, C. c. que são incapazes de testar menores não
emancipados os interditos por anomalia psíquica, sendo, nos ternos do termos do artigo
2190º,nulo o testamento feito por incapaz.
V. Testamento, Menor, Emancipação, Interdição, Anomalia psíquica, Nulidade…
Inabilitação
Dir. Civil Proc. – Situação jurídica de uma pessoa, que, em virtude de decisão judicial,
não pode, por si só, realizar determinados actos jurídicos, carecendo da autorização de
um tutor. Tais actos são, nomeadamente, os de disposição de bens entre vivos, podendo
ainda a administração do património do inabilitado ser entregue, no todo ou em parte,
ao curador. Podem ser inabilitados os indivíduos cuja anomalia psíquica, surdez-mudez
ou cegueira, embora de carácter permanente, não seja de tal modo.
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Hipótese prática
O soba Mkuvu explicou-lhe que a parte do mar que Ela pretendia negociar, bem
como, a casa era propriedade do neto Simulamuku de 16 anos de idade, que Ele lhe
ofereceu, e que não pode ser vendida em separado.
Quid. Iuris?
Esses bem que constitui o ponto de incidência do direito, está submetido aos
poderes, e a supremacia do direito, esta submetido de-per-si chegando aos poderes ,a
supremacia do titular activo da relação jurídica.
O objectivo da relação jurídica é o «quid»todo o bem sobre que podem recair direito
subjectivos.
Facilmente se distinguem, o objecto de um direito e o conteúdo do mesmo.
Facto jurídico
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Assim sendo o facto jurídico podem ser, facto jurídico constitutivo, modificativo
extintivo…
Dentro dos factos jurídicos, vamos ainda encontrar, os puros factos jurídicos e os
actos jurídicos;
Onde dentro do puros se podem sob – encontrar, os factos exteriores, que são
aqueles que se realizam independentemente do conhecer, do querer e do agir do
homem (factos imprevisíveis) o sunami etc…
E os factos jurídicos internos são aqueles factos da vida psíquica do homem, tais
como o conhecimento de certa circunstância, a intenção etc. etc…
Os actos jurídicos são por ser turno, os modos de conduta humana dirigidos pela
vontade (actuações ou condutas) que tanto podem consistir numa acção como numa
omissão.
Os negócios jurídicos são ainda os actos jurídicos constituídos por uma ou mais
declarações de vontade, dirigidas à realização de certos efeitos práticos, com
intenção de os alcançar sob tutela do direito, determinado o ordenamento jurídico a
produção dos efeitos jurídicos conformes à intenção manifestada pelo declarante ou
declarantes.
Por fim é mister asseverar que o facto jurídico é o elemento dinâmico que produz
alterações na vida jurídica ou no mundo do direito.
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