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Paciente: N C

Data da sessão: 02/04/2015

Relato da 1ª entrevista com pais

A estagiária recebeu mãe e padrasto da paciente fazendo o acolhimento e enquadre referente à como serão
realizados os atendimentos nesse semestre e também informando que serão necessário ao menos dois encontros
com eles onde serão feitas algumas perguntas referentes à vida da paciente e de sua família, e também de como
foi o seu desenvolvimento desde a gestação da mãe.
A estagiária perguntou se a queixa referente ao caso de sua filha permanece sendo a mesma, onde conforme os
atendimentos anteriores, a menina apresenta dificuldades de aprendizagem na escola.
A mãe iniciou falando que sim, que não houve nenhuma melhora de sua filha, que ela continua sem conseguir a
aprender a ler e a escrever mostrando grandes dificuldades, ressalta que a menina troca o “r” pelo “l” e que já não
sabem mais o que fazer e que ela já não tem mais paciência para ensina-la e que quem a acompanha mais nisso
é o padrasto.
A estagiária questionou desde quando a mãe passou a perceber esse comportamento. Ela disse que quando a
filha tinha um ano e meio a levou no velório do pai da menina, e que nessa época a mesma estava começando a
aprender a falar e que desde então passou a não se comunicar mais e mostrou-se muito retraída quanto a seu
relacionamento com as outras pessoas, ela acredita que esse seja o motivo e informou que depois de
aproximadamente 1 ano a filha voltou a falar.
A estagiária perguntou se ela já havia levado a filha em algum psicólogo anteriormente. Ela respondeu que a levou
quando tinha 5 anos e que a terapia durou em torno de 1 ano, mas que não obteve nenhuma devolutiva pois a
psicóloga precisou sair da UBS em que estava, informou que já a levou no neurologista, mas que nenhum problema
orgânico foi detectado e que a partir de então não buscou mais ajuda psicológica, somente agora. Disse que
precisa de respostas e que sabe que a filha tem um distúrbio (SIC), e que a escola está cobrando um laudo
informando qual é o mesmo.
A estagiária iniciou o roteiro de Anamnese perguntando quanto a estrutura familiar em que eles vivem. Mãe diz
que eles são nove moradores na casa, seus quatro filhos de 16, 15, 13 e 6 anos (um de cada pai, sendo a última
de seu atual companheiro), seu esposo, sua mãe e dois sobrinhos de 14 e 8 anos. Ela ressaltou que quando vivo
o pai de N. era presente e a ajudava em tudo e que o mesmo foi assassinado.
A estagiária perguntou como é o comportamento de sua filha em casa. Ela respondeu que em casa ela é muito
comunicativa e que tem uma ótima relação com todos, que brinca e conversa muito com os irmãos e seu padrasto,
ressalta que o problema dela é na escola, que não gosta de ir, pois os colegas a “zoam” a chamam de burra por
não saber ler e escrever como os demais, diz que por muitas vezes ela se nega a ir à escola reclamando de dores
de cabeça. Informa também que o seu esposo é quem tem mais paciência em ensina-la e que sua filha tem mais
intimidade em conversar com ele, embora não gosta de chama-lo de pai e nem que ele a chame de filha. Diz ser
muito brava e explosiva e não ter paciência com a menina.
Seguindo as questões do roteiro, aluna perguntou como foi a gravidez da mãe e como ela se sentiu ao saber da
mesma e se era algo desejado. A mãe respondeu que ao saber que estava grávida foi uma surpresa e que não
ficou feliz e desejava fazer um aborto, mas que não o fez, pois o pai da menina não deixou. Diz que teve somente
um namoro com ele e que quando soube da gravidez já não estavam mais juntos. Informou que na época estava
muito frágil e que só ficou feliz quando soube que seria uma menina porque sempre quis ter uma e seus outros
dois filhos eram meninos. Ressaltou que o pai deu todo o apoio enquanto estava vivo não deixando faltar nada a
ambas.
O tempo da sessão se encerra, aluna informou que na próxima semana o encontro também será com eles para
que possa dar continuidade à entrevista.

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