Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE ESTADUAL

DE CAMPINAS
UNICAMP INSTITUTO DE ECONOMIA – IE
CE131 - Mariana Fix

Adriel Torres de Queiroz Ferreira

Amanda Hebling do Amaral

Eduardo Leoncio Lopes de Oliveira

Guilherme Henrique Deriz

João de Moraes Conte

Maria Laura de Arantes Bessa Ferreira

Veridiana Alves Silva

Monopólio do Grupo Globo


História do Grupo Globo
O jornal O Globo foi fundado por Irineu Marinho em julho de 1925 e passou depois
para as mãos do filho de Irineu, o jornalista Roberto Marinho. O Globo foi a primeira das
muitas fundações do hoje grande Grupo Globo, que se apresenta como detentor de monopólio
midiático no Brasil e estende seus domínios para o exterior.
O jornal foi o primeiro meio de comunicação que levava o nome do Grupo Globo e se
consolidou como líder de mercado no Rio de Janeiro em 1971, com uma modernização
tecnológica e administrativa, promovida pelo jornalista Evandro Carlos de Andrade, que
organizou o jornal em sessões e tornou a linguagem mais simples, menos rebuscada. Já em
1998, Roberto Marinho lançou o jornal Extra que, como pode ser encontrado em Memória
Roberto Marinho.
“tornou-se reconhecido pela proximidade com o seu público. Com o foco nas classes
B e C, o jornal tem linguagem simples e é voltado para temas ligados ao cotidiano do
seu público, mas sem desprezar a apuração e a análise em suas matérias. Oferece, por
um preço acessível, um noticiário voltado para fatos da cidade e cadernos temáticos
que tratam de assuntos do dia-a-dia. Sucesso desde o lançamento, o Extra é o líder de
venda em banca no país, com mais de 3 milhões de leitores.”

Além do jornal O Globo e do Extra, o Grupo Globo também possui os jornais


Expresso, lançado em 2006 com o objetivo de atender às classes C e D, e Valor Econômico,
lançado em 2000 em conjunto com o Grupo Folha. Em 2016, o Grupo Globo comprou os
outros 50% do jornal e passou a ser seu único proprietário.
Hoje, a Infoglobo, empresa do Grupo responsável pelos jornais fundada em 1998,
investe em criar conteúdos digitais. Nota-se que os jornais foram criados com o objetivo de
alcançar a maior parte da população, adaptando sua linguagem, organização e preço de forma
a atrair mais leitores e fortalecerem sua hegemonia.
Após a criação do jornal impresso, o Grupo Globo investiu na criação da Rádio Globo
em 1944. Com sua liderança em 1961, Roberto Marinho iniciou a consolidação do SGR
(Sistema Globo de Rádio), incorporando grande parte das rádios existentes e fundando novas,
como encontrado em Memória Roberto Marinho:
A liderança de audiência da Rádio Globo nos anos 1960 fez com que Roberto
Marinho quisesse ir mais longe. Em 1965, comprou as rádios paulistas Excelsior e
Nacional. O crescimento da rede foi marcado ainda pela compra da Rádio Mundial,
da Rádio BEAT98 (que nasceu da EldoPop FM, depois 98 FM), e pela criação da
Globo FM, da BH FM e da CBN, além da incorporação de diversas afiliadas por
todo o país. O Sistema Globo de Rádio conta hoje com 11 emissoras próprias e 61
afiliadas que levam notícia e entretenimento para todo o Brasil.

A CBN, emissora que entra no ar em 1991, foi a “primeira emissora de rádio a


transmitir 24 horas de jornalismo” e é uma das mais prestigiadas e premiadas marcas de
rádio, segundo o site do Grupo Globo.
Já em 1952 é criada a Rio Gráfica e Editora e em 1996 Roberto Marinho compra a
Editora Globo de Porto Alegre da família Bertaso por cerca de oito milhões de reais,
unificando as duas empresas sob a marca Globo e incorporando um acervo de quase três mil
títulos. Em 1987, o jornalista ainda convenceu Maurício de Sousa a incorporar a marca Globo
nas publicações dos quadrinhos da Turma da Mônica. Hoje, a Editora conta com 16 revistas,
como Época, Marie Claire, Pequenas Empresas, Grandes Negócios, além da Vogue, Casa
Vogue, GQ e Glamour, após associação com a Condé Nast Internacional em 2010, sendo que
a Editora Globo possui 70% das marcas.
A Rádio Globo recebeu concessão para um canal televisivo em 1957 pelo presidente
Juscelino Kubitschek. A TV Globo entra no ar em 1965 no Rio de Janeiro e, no mesmo ano,
Roberto Marinho compra a TV Paulista e funda a TV Globo São Paulo. A partir daí, iniciou-
se a consolidação da Rede Globo, liderando a audiência em 1975, e hoje contando com cinco
emissoras próprias e 118 filiadas, se estendendo por todos os estados brasileiros. Dessa
forma, em 1969 é lançado o Jornal Nacional, a primeira programação a ser transmitida
regularmente e ao vivo para todo o Brasil.
Em 1988 é construído o Projac em Jacarepaguá, maior complexo de televisão da
América Latina, centralizando a produção de conteúdo da TV Globo que antes se espalhava
por 40 endereços. Nomeado de “Fábrica de Sonhos” em Memória Roberto Marinho.
“o complexo engloba dez estúdios de gravação acusticamente tratados e com
avançados recursos de iluminação, três áreas para a construção de cidades
cenográficas, sete módulos de produção, fábricas de cenografia e figurino, e um
moderno centro de pós-produção, dedicado às etapas de sonorização, edição e
inserção de efeitos por computação gráfica.”
Hoje, a Globo é líder em audiência no mercado brasileiro, chegando a 98% dos
municípios no país e alcançando cerca de 170 milhões de telespectadores. Além disso, está
presente em 100 países através da Globo Internacional e possui emissoras próprias em
Portugal e no Japão.
A TV por assinatura do Grupo Globo, Globosat foi criada em 1991, sendo a primeira
no Brasil, e disponibilizando quatro canais, conhecidos hoje como GNT, SporTv, Multishow
e Telecine. Porém, em 1993, o Grupo decide separar a produção da distribuição de conteúdo
e cria a NET Brasil, TV por assinatura que oferece os canais da Globosat além de outros.
Assim, em 2005 a Organização Globo decide focar ainda mais apenas na produção e se
desvincula da NET Brasil, já considerada a maior TV por assinatura do país.
Em relação à Globosat, inicia em 1995 reformas visando aumentar a quantidade de
canais oferecidos. A GloboNews, que oferece conteúdo jornalístico 24 horas, é criada em
1996 e em 1997 entra no ar o Canal Futura, com conteúdo educativo. Tal expansão continuou
e, hoje, a Globosat possui 33 canais de conteúdo variado e chega a cerca de 16 milhões de
lares.
O Grupo Globo inicia sua expansão pela internet em 1996 com o lançamento de O
Globo Online e em 2000 o site globo.com, que hospeda cerca de 700 sites das empresas
globo e de filiadas. Ainda em 2000 é lançado o Portal RádioClick, conhecido hoje como
GloboRadio, que possui 24 estações virtuais. Por fim, o portal G1 é criado em 2006 para
substituir o GloboNews.com e agregar todos os conteúdos jornalísticos produzidos pelas
empresas do Grupo Globo e em 2015 é criado o Globo Play, que permite acessar o conteúdo
da Rede Globo por dispositivos móveis.
Em 2001, a Infoglobo adquire o chamado Planeta Imóveis que se torna ZAPImóveis
em 2007 e tem o aplicativo para dispositivos móveis disponibilizado em 2012. Segundo o
portal online do Grupo Globo, “o ZAP hoje é o canal mais visitado tanto na Web quanto nos
smartphones, tablets e demais dispositivos, somando uma audiência de aproximadamente
onze milhões de visitas por mês. ”, disponibilizando oferta de imóveis com fotos, vídeos e
mapas.
Além dos jornais impressos e virtuais, da supremacia televisiva e de rádio e da
propriedade do aplicativo de imóveis mais visitado, o Grupo Globos também possui a Globo
Marcas, responsável pela venda de produtos associados ao conteúdo televisivo produzido;
concessão adquirida em 2001 pela Endemol para produção de realitys e games show; contrato
com a Telemundo que permite a produção de novelas em espanhol; e acordo com a Buena
Vista adquirido em 2005 que concede ao Grupo direitos exclusivos de exibição de produções
da Disney.
Dessa forma, em 2015, o Grupo Globo passa a ser considerado o 17º maior
conglomerado de mídia do mundo pelo ranking Top Thirty Global Media Owners 2015.
Monopólio Midiático
John Hobson aponta no Capítulo XVIII do livro “Os Economistas” que:
A imprensa jornalística, frequentemente um monopólio local, dada a própria
natureza do caso, apresenta hoje tendências diversas para a formação de ‘trustes’,
que devem controlar, em grandes áreas, a venda de notícias e a manipulação da
opinião pública. (HOBSON, 1996, pp. 213, 214.)

A TV Globo possui cerca de 43% da audiência televisiva e 73% das verbas


publicitárias, segundo notícia da Carta Capital. A supremacia que ela exerce frente às outras
emissoras é de certo modo clara. Ainda, “Em grandes cidades como o Rio de Janeiro, o grupo
controla os principais jornais, TVs e rádios. ” Esse tipo de controle massivo da informação,
concentração de tantas marcas e empresas sob o selo do Grupo Globo, é proibido
constitucionalmente pelo artigo 220, “§ 5º - Os meios de comunicação social não podem,
direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. ”
O Grupo recolhe sob seu nome inúmeras emissoras, jornais, revistas, canais, que são
em vários casos líderes de venda e audiência. A informação passada por esses meios de
comunicação é veiculada de acordo com os interesses de um único grupo e atinge a maior
parte da população. A manipulação da notícia e, consequentemente, da opinião pública é
facilmente articulada, visto que o controle vai além do que um único canal de comunicação
com a população.
Tal manipulação também se dá através da construção cultural, do que é colocado nas
telenovelas, o “carro chefe” da TV Globo, das lutas sociais que são escolhidas para serem
debatidas em TV aberta, de como é construída uma imagem do Brasil.

Monopólio discursivo, real projeto ideológico do Grupo Globo


A empresa rede Globo, produz, em suas novelas, um projeto político de sociedade. Há
constantemente, por parte desta empresa, como bem pontua a psicanalista Maria Rita Kehl,
uma postura política coerente ao seguir desde a ditadura militar, uma linha parcial que não
viabiliza movimentos sociais mais radicais. O papel da Rede Globo tem sido o de criar uma
imagem interna para o Brasil, de um país moderno e desenvolvido. O que é uma completa
falácia colonialista, porque, a propria concepção de Modernidade, faz referência aos ideais
iluministas, por tanto, ideiais das antigas “Metrópoles”. Segundo o historiador Jacques Lê
Goff, a Modernidade, quando enunciada, ou seja, proclamar se moderno diz respeito a uma
ruptura com o passado.
Sendo o nosso passado brasileiro colonial, a partir de análises referentes a
representação de Mulheres e Homens negros na novela, constata-se que, a empresa de
telecomunicações golpes & afins, nunca rompeu com a mentalidade escravista,
principalmente no que diz respeito aos papéis sócias da branquitude e a reprodução do Mito
da democracia racial. Sobre a renovação do Mito da democracia racial na Rede Globo, nas
palavras da intelectual afrobrasileira Sueli Carneiro:
“Vivemos momentos de paradoxos e perplexidades. Momentos, a meu ver, de
reciclagem da nossa velha democracia racial, que sinalizam a antecipação das elites
desse país diante do avanço da questão racial. Quais são os sinais que nos permitem
caracterizar esse momento? Parece que a Rede Globo de Televisão resolveu fazer
ação afirmativa por sua própria conta e então estabeleceu uma cota mínima de um e
máxima de três negros por novela. Estou certa de que vimos lutando para ampliar a
presença negra nos meios de comunicação, mas também tenho certeza de que nunca
definimos essa cota estabelecida pela Globo! Nas propagandas é perceptível o
aumento da presença negra. Nós também lutamos por isso. No entanto, não é nossa a
definição de que basta um negro perdido numa multidão de brancos para expressar
uma perspectiva inclusiva. Ou seja, não é nossa a definição de uma imagem negra
que exprime uma inclusão minoritária e subordinada, como espelha a maioria das
propagandas em que os negros são mostrados."(CARNEIRO, Sueli. Movimento
Negro no Brasil: novos e velhos desafios. 2002, p. 210)

A democracia racial, permite perpetuar o racismo à brasileira, um racismo de


denegação . O mito da democracia racial é:
“acalentamos o Mito (ou a ideologia) de que as relações raciais no país são cordiais
ou democráticas ao mesmo tempo em que convivemos com intensa dominação
Branca sobre outros segmentos étnicos-raciais no acesso a bens materiais e simbólico
[...] É nosso entendimento que o Brasil constitui uma sociedade racista na medida em
que a dominação social de brancos sobre negros é sustentada e associada à ideologia
da superioridade essencial de bancos. A mídia [Rede Globo] participa da sustentação
e produção do racismo estrutural e simbólico da sociedade brasileira uma vez que
produz e veicula um discurso que naturaliza a superioridade Branca, acata o Mito da
democracia racial e discrimina os negros.” (Brasil: lugares de brancos e negros na
mídia)

Há intrínseco ao mito da democracia racial, o pressuposto da igualdade de


oportunidades na sociedade brasileira. Neste sentido, o diretor do Jornal Nacional, Ali Kamel,
escreveu um livro, cujo o título é “Não somos racistas”. O livro realiza críticas a política de
cotas étnicos raciais, atribuindo as cotas um suposto racismo as avessas, que dividirá a
saciedade brasileira. Racismo por denegacao é o que Ali Kamel perpetua, pois há recusa do
racismo como uma realidade na sociedade brasileira, é admitir que a Lei Aurea de 1888 foi
eficiente e que o racismo se finda com o final do sistema escravocrata. O Brasileiro acredita
que vive numa ilha de democracia racial, em que os racistas são os outros.
A empresa não tem nenhum compromisso sério com a luta antirracista, e o conteúdo
de suas novelas expressamente comprova:
“Em 2004, a rede de televisão Globo lançou uma novela tendo, pela primeira vez, no
papel principal, uma atriz negra, o que foi apresentado como forma de valorização do
negro. Mas a análise em profundidade revela a face do que é chamado, na literatura
Internacional, de “Novo racismo”, quando novas estratégias de desvalorização do
negro, em geral mais sofisticadas, são utilizadas. Apesar de em maior número, os
atores negros continuaram sub-representados nessa novela. O título da novela, A cor
do pecado, associa a mulher negra e a protagonista com o estereótipo da sensualidade
pecaminosa. A análise dos papéis do círculo de relações da protagonista revelou
outras estereotipias (Dennis de Oliveira,2004). Um personagem com quem a
protagonista se relacionou representa o estereótipo do “negro de alma branca”,
“bonzinho”, submissão, fiel ao patrão branco, de valores embranquecidos”... O par
romântico da protagonista foi um ator branco, que representa a altivez, a dignidade, a
bondade, mas, ao mesmo tempo, era corajoso e ativo na trama.”

Finaliza-se, expondo que, para a empresa ser "moderna", é necessário muito mais que
equipamentos de “alta tecnologia”, tem que haver uma ruptura real com o passado colonial,
que durante quatro séculos de escravidão, estabeleceu papéis sociais rígidos e hierárquicos na
estrutura social brasileira para brancos e não brancos, que são fortemente fomentado pela
emissora, quando há representação estereotipada da população afro-brasileira em suas
novelas.
Últimas conceituações
Hobson ainda desenvolve em seu livro os conceitos de "cartel" e "truste" como
combinações de capital, que seriam acordos para livrar os capitalistas da dura competição do
capitalismo. Essas estratégias comerciais visam à limitação na baixa de preços, por meio da
adoção de lista de preços fixos. A diferença entre cartel e truste, para Hobson, está no grau de
controle.
Do ponto de vista da estrutura e da função econômica, a diferença entre essas
“combinações” e a completa fusão, consumada em um truste, está somente no grau,
não apenas no que concerne (α) ao controle do preço de venda como (β) à perda de
independência no controle da empresa. (HOBSON, 1996, pp. 188)

Depois das publicações de Hobson esses conceitos se desenvolveram e ganharam


dimensão "vertical" e "horizontal" dentro da cadeia produtiva. Cartel com um controle
horizontal da produção, ou seja, um acordo entre empresas para alcançar o controle de
determinado produto ou serviço produtivo. Truste se desenvolveu como um controle vertical
da cadeia produtiva, na qual há a aquisição de empresas que servem serviços a empresa
principal, o resultado máximo seria a empresa principal ter o controle de toda a cadeia
produtiva.
Essa concepção de truste também é denominada somente como "verticalização" por
Lenin. A Globo, em 1988, realiza esse processo com a concentração de toda a cadeia
produtiva da sua produção audiovisual, antes espalhada por 40 cidades, no complexo de
televisão Projac.
O Grupo Globo se mostra uma peculiaridade dentro da teoria de Hobson, levando-se
em conta, de forma comparativa, a sua atuação em nível nacional e internacional. Hobson
afirma, no início do capítulo VIII, que as estratégias comerciais desenvolvidas por ele têm
como objetivo atingir o estágio de monopólio.
§ 1. O objetivo econômico de todos os ‘acordos’, ‘alianças’, ‘combinações’, pools e
‘açambarcamentos’, descritos no último capítulo, é estabelecer certa forma ou grau
de ‘monopólio’ (HOBSON, 1996, p. 188)

Esses acordos, como descrito pelo Hobson, acontecem entre empresas do mesmo
ramo, ou da mesma cadeia produtiva com o objetivo de estabelecer, em conjunto, uma
equidade nos preços dos produtos oferecidos, ou para causar uma redução nos preços dos
serviços oferecidos à outras empresas, dentro da mesma cadeia produtiva, afim de reduzir o
preço de produção do produto para aumentar o lucro.
Porém a atuação da Globo em âmbito nacional demonstra uma peculiaridade à essa
teoria. Devido ao fato de no Brasil, durante sua época de extensão pelo território nacional,
não existir grandes empresas televisivas, a Globo fundou filiais, sem necessidade da
realização de cartéis e trustes para alcançar o estágio monopolista, dentro do país. Os
acordos, que ocorreriam entre empresas, aconteceram entre empresa e Estado, de forma
financista por parte do Estado. A sua atuação em âmbito internacional, já sem o elemento do
pioneirismo, acontece da forma descrita por Hobson, realizando compra a emissoras
estrangeiras, como a Monte Carlo na Itália, em 1985. A Globo também realiza "holding",
uma estratégia comercial na qual se compra partes acionárias de empresas a fim de controlá-
las. Isso ocorre quando a Globo adquire o controle acionário da NEC, fabricante japonesa de
equipamentos de telefonia, em 1985. Esse conceito foi desenvolvido depois das publicações
de Hobson, mas seu capítulo X "O Financiador" desenvolve o início de um capitalismo
financeiro, em que o controle indireto por acionistas vigora.
A posse de um aplicativo de venda de imóveis inicialmente parece destoante do
interesse do Grupo Globo como meio de comunicação. No entanto, como pode ser visto em
“O imperialismo, etapa superior do capitalismo” de Lenin, a especulação financeira sobre
terrenos situados nos subúrbios é uma das operações mais lucrativas para os bancos,
apoiando-se num monopólio dos meios de comunicação,
pois o aumento dos preços dos terrenos, a possibilidade de os vender
vantajosamente por parcelas, etc., dependem principalmente das boas vias de
comunicação com a parte central da cidade, as quais se encontram nas mão de
grandes companhias, ligadas a esses mesmos bancos mediante o sistema de
participação e distribuição dos cargos diretivos. (LENIN, 2011, p. 173.)

Referências
CARNEIRO, Sueli. MovimentoNegro no Brasil: novos e velhos desafios. 2002.
HOBSON, John. Os Economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
KAMEL, Ali. Não somos todos racistas. 2006
LENIN, V. I.. Imperialismo, etapa superior do capitalismo. São Paulo: Global Editora, 1979.
http://grupoglobo.globo.com/infoglobo.php. Acesso em: 25/06/2017.
http://grupoglobo.globo.com/sistema_globo_de_radio.php. Acesso em: 25/06/2017.
http://grupoglobo.globo.com/editora_globo.php. Acesso em: 25/06/2017.
http://grupoglobo.globo.com/tv_globo.php. Acesso em: 25/06/2017.
http://grupoglobo.globo.com/som_livre.php. Acesso em: 26/06/2017.
http://grupoglobo.globo.com/globosat.php. Acesso em: 26/06/2017.
http://grupoglobo.globo.com/zap.php. Acesso em: 27/06/2017.
http://g1.globo.com/principios-editoriais-do-grupo-globo.html. Acesso em: 25/06/2017.
http://historiagrupoglobo.globo.com/hgg/index.htm#. Acesso em: 25/06/2017.
http://www.robertomarinho.com.br/home/home.htm. Acesso em: 25/06/2017.
http://canaisglobosat.globo.com/. Acesso em: 25/06/2017.
http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/constfed.nsf/16adba33b2e514.9e032568f60071600f/867c0b7d461bdcb50
325656200704c11?OpenDocument. Acesso em: 25/06/2017.
https://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/por-que-a-globo-simboliza-os-podres-da-midia-
brasileira-3977.html. Acesso em: 25/06/2017.

Você também pode gostar