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Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social / PPGAS - USP

FLS 5285 - Redes de saberes e relações ameríndias


Dominique Tilkin Gallois

1º semestre de 2016 - Terça-feira, 14h – sala 106-A


Duração: 13 sessões

Objetivos: A disciplina está voltada, prioritariamente, mas não exclusivamente, aos pós-
graduandos da área de Etnologia Indígena e é motivado pelo número significativo de
pesquisas em andamento sobre problemáticas da criação, circulação e transformação de
conhecimentos ditos ‘tradicionais’. O curso se propõe caracterizar distintos regimes de
conhecimento, a partir de diversos contextos de produção, formas de expressão e
operações envolvidas na transformação dos saberes indígenas e/ou conhecimentos
‘tradicionais’. Os quatro blocos previstos nesta edição estão voltados à reflexão sobre
experiências de articulação entre sistemas e práticas de conhecimento – esboçando ou
consolidando alguma modalidade de ‘redes de saberes’ – em suas convergências e
divergências, a partir da discussão de um conjunto de textos de caráter etnográfico, que
abordam problemáticas como as políticas da "tradição", relações entre corpo e saberes,
modos de circulação de saberes, concepções e confrontos de autoria, formas de
colaboração em pesquisa, espaços de tradução, escritas indígenas, etc.

Métodos utilizados: Aulas expositivas, seminários, debates.


Critérios de avaliação: seminários semanais, debates em duplas, trabalho final.

Cronograma e bibliografia básica (* a complementar)


15/03 – Apresentação do programa, organização das atividades e critérios de
avaliação
22/03 – Não haverá aula (Semana Santa)
29/03 – Bloco 1: Pontos de vista em torno da ‘indigenização’ da ‘academia’
05/04 – Bloco 1: segue
12/04 – Bloco 2: Corpo, pessoa e modos de circulação de saberes
19/04 – Bloco 2: segue
26/04 – Bloco 2: segue
03/05 – Bloco 3: Enunciação, narração, dialogo, ‘biografias’
10/05 – Bloco 3: segue
17/05 – Bloco 3: segue
24/05 – Bloco 4: Colaborações, pactos etnográficos, produções acadêmicas
indígenas
31/05 – não haverá aula
07/06 – Bloco 4: segue
14/06 – Bloco 4: segue
21/06 – Bloco final: Apresentação prévia dos trabalhos finais e debate.

Bloco 1 – Pontos de vista em torno da ‘indigenização da academia’ (2 sessões)

Strathern, Marilyn.1987. The limits of auto-anthropology. In: Anthropology at


Home (ed. Anthony Jackson) 16-37.

1
Narayan, Kirin. 1997. How Native Is a “Native” Anthropologist? In: Lamphere,
Louise & Ragoné, Helena & Zavella, Patricia (eds). Situated Lives: Gender and
Culture in Everiday Life. Routledge. 23-41.

Smith, Linda Tuhiwai. 1999. Decolonizing methodologies, research and indigenous


peoples. Zed books ltd. (introdução)

Sessão ‘contesting histories’


Landsman, Gail & Ciborski, Sara. Representation and Politics: Contesting Histories
of the Iroquois. Cultural Anthropology, Vol. 7, No. 4 (Nov., 1992), pp. 425-447

Lee, Lloyd, L. Navajo Transformative Scholarship in the Twenty-First Century.


Wicazo Sa Review, Volume 25, Number 1, Spring 2010, pp. 33-45

Quispe, M. Eugenia Chispe. Princípios para la construccion de una democracia


intercultural.

Sessão ‘antropologias nativas’


Fahim, Hussein & Source, Katherine Helmes. Indigenous Anthropology in Non-
Western Countries: A Further Elaboration - Current Anthropology, Vol. 21, No. 5
(Oct., 1980), pp. 644-663

Morauta, Louise; Chowning, Ann. Indigenous Anthropology in Papua New Guinea.


Current Anthropology, Vol. 20, No. 3 (Sep., 1979), pp. 561-576

Gersem Baniwa. 2008. Antropologia Indígena. Comunicação na ABA.

Depoimentos e complementares:
Todd, Zoe. 2015. Uma interpelação feminista indígena à “Virada Ontológica”: “ontologia” é
só outro nome para colonialismo. Blog GEAC

Gruzinski, A colonização do imaginário, cap. 1 e 2, 1988.

Carneiro da Cunha, M.M & Matarezio, E. T.- De Lévi-Strauss aos índios na universidade.
Entrevista com Manuela Carneiro da Cunha. Revista de Antropologia, vol.58/2, 2015.

Elise Huffer, Ropate Qalo. Have We Been Thinking Upside-Down?: The Contemporary
Emergence of Pacific Theoretical Thought. The Contemporary Pacific, Volume 16, Number
1, Spring 2004

Elizabeth Cook-Lynn. Who Stole Native American Studies? Wicazo Sa Review, Vol. 12/1.
1997 (9-28).

Bloco 2 – Corpo, pessoa e modos de circulação de saberes (3 sessões)

1ª sessão:
Taylor, Anne-Christine, and Eduardo Viveiros de Castro. "Un corps fait de
regards." Qu’est-ce qu’un corps (2006): 148-199.

2
Cesarino, P. Xamanismo e novas circulações de conhecimento na Amazônia
Indígena. In: Políticas culturais e povos indígenas, 2014, cap. 11

Cesarino, P.N. A escrita e os corpos desenhados: transformações do conhecimento


xamanístico entre os Marubo. Revista de Antropologia, vol.55, 2012, pp. 75-137.

Mentore, G. (1993). Tempering the social self: body adornment, vital substance,
and knowledge among the Waiwai. Journal of Archaeology and Anthropology, 9, 22-
34.

2ª sessão:
Queiroz, Adriana T. Caminhos de criação e circulação de saberes. In: Rel. PT Redes
Ameríndias, 2012.

Yano, A. Tie. Saber-ser: corpo, pessoa e conhecimento entre os Caxinauas. In: Rel.
PT Redes Ameríndias, 2012.

Dias Cabalzar, Flora. Baya tuyuka, saberes-poderes em transformação. In: PT Redes


Amerindias, 2012.

Lolli, Pedro. Cada um de nós é vários, é uma prolixidade de si mesmos. In: PT Redes
Ameríndias, 2012.

3ª sessão:
Cesar, Gordon. "Economia selvagem. Ritual e mercadoria entre os índios Xikrin-
Mebêngôkre" (2006). – Prefácio, Capítulos 9 e 10.

Macedo, Valeria. Jepota entre os Guarani. Tramas de quereres e corpos. In: Rel. PT
Redes Ameríndias, 2012.

Capiberibe, A. Não cotuque a cultura com vara curta: os Palikur e o projeto “Ponte
entre povos”. In: Políticas culturais e povos indígenas, 2014, cap. 6.

Bloco 3 – Enunciação, narração, diálogo, [auto-]biografias (3 sessões)

1a sessão:
Kirsch, S. 2006. Loss and the future imagined. In: Reverse Anthropology.Indigenous
analysis of social and environmental relations in New Guinea. Cap.7.189-215.

Hugh Jones, S. “Nuestra história está escrita en las piedras”. In: Chaumeil & al. El
aliento de la memória: antropologia, história em la Amazônia andina. UNC &IFEA,
2012, pp. 29-64.

Andrello, Geraldo.2008. Narradores Indígenas do Rio Negro (ou antropologia “faça


você mesmo”). ms.

3
2ª sessão:
Déléage, Pierre. Les amérindiens et l´écriture. L´Homme, 2009/2

Saez, Oscar Calavia. 2006. Autobiografia e sujeito histórico indígena, considerações


preliminares. Novos Estudos CEBRAP. Vol.76. 179-195.
----- Autobiografia e liderança indígena no Brasil. Tellus, 2007. vol7/12
-- ---História indígena, autoria e sexo: a obra inédita de Gabriel Gentil. Tellus, Ano
12/22, 2012 (11-26).

3ª sessão:
Oakdale, Suzanne (2007) "Anchoring “The Symbolic Economy of Alterity” with
Autobiography," Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South
America: Vol. 5: Iss. 1, Article 4.

Grotti, Vanessa & Brightman,Marc. Narratives of the Invisible: Autobiography,


Kinship and Alterity in Native Amazonia, Seminário Saberes Ameríndios, 2015.ms

Petrich, Perla. Les récits de vie et les circonstances d’énonciation – in: Masquelier,
Bertrand; Siran, Jean-Louis. Pour une anthropologie de l’interlocution: rhétoriques
du quotidien. Paris e Montreal: L’Harmattan (2000): 281-309.

Bilhault, Anne-Gaël. Biographie d’un esprit au corps brisé. Les pierres magiques
des ancêtres zapara d’Amazonie: des sujets du passé. Journal de la société des
américanistes, 2006, vol. 92, no 92-1 et 2, p. 237-254.

Complementar:
Sarris, Greg. Do que que eu estou falando quando falo dos meus cestos: conversas com Mabel
McKay. Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 7, n. 1, p. 346-364, jan./jun. 2013. [1992]

Desveaux, Emmanuel. Une autobiographie meskwaki anonyme ou La captation de l’écriture.


L´Homme, 2009/2 - N° 190.

Veber, Hana (ed). Histórias para nuestro futuro. Yotansi ashi otsipanki. Narraciones
autobiográficas de líderes Asháninka y Ashéninka de la Selva Central del Perú. Copenhage,
2009.

Bloco 4 - Colaborações, pactos etnográficos, produções acadêmicas indígenas


(3 sessões)

Albert, Bruce. Post-scriptum. Lorsque Je est un autre (et vice versa). In: Kopenawa,
D. & Albert, B. La chute du ciel. Terre Humaine, Plon, Paris. 2010. 259-605.

1ª sessão:
Silveira, Diego Soares. Redes sociotécnicas, práticas de conhecimento e ontologias
na Amazônia tradução de saberes no campo da biodiversidade. Tese de doutorado,
UNB, 2011. (indicar cap.)

Souza, M. Coelho S. Conhecimento indígena e seus conhecedores: uma ciência duas


vezes concreta. In: Políticas culturais e povos indígenas, 2014. Cap.7.

4
Oliveira, J.C. & Santos, L. Keese. ‘Perguntas demais’, multiplicidade de modos de
conhecer em uma experiência de formação de pesquisadores Guarani Mbya. In:
Políticas culturais e povos indígena, 2014. Cap. 4.

2a sessão:
Bismarck, Pilar V, & Rojas, Augustina V. Koshi Shinanya Ainbo. El testimonio de
uma mulher shipiba. Lima, 2004.

Santos, Abel Antonio. Narración tikuna del origen del territorio y de los humanos.
Mundo amazónico 1: 303-313, 2010

Uldarico Matapí; Rodrigo Yucuna. Cartografia ancestral yukuna-matapi.


Conocimiento y manejo tradicional del territorio. Proyecto Cartografía cultural del
noreste amazónico, Bogota, Tropenbos Internacional Colombia, 2012.

Barreto, Rivelino. Wamidia o rio subterraneo. Tellus, Ano 12/22, 2012 (221-229).

3ª sessão:
Barreto, J.P.L & Santos, Gilton M. De peixes e homens: por uma outra antropologia1
Les Temps Modernes, 2015, vol. 686.

Eloy, L.H.Amado & Ventura, A. dos Santos. Os Terena e o ensino superior para
indígenas no MS. In: Políticas Culturais e Povos Indígenas. 2014. Cap.18

Chaumeil, J.P. El hombre que sabia demasiado. La singular trayectoria de Alberto


Proano. In: Chaumeil & al. El aliento de la memória: antropologia, história em la
Amazônia andina. UNC &IFEA, 2012, p. 451-470.

Arhem, Kaj;Cayon, L.; Ângulo, Gladys & Garcia, Maximiliano (compiladores).


Etnografia makuna: tradiciones, relatos y saberes de la Gente de Agua. Acta
Universitatis Gothburgensis. 2004 (Introduccion 9-25; Território y tiempo, pp.
;Memorias de guerra, encrucijadas actuales, 379-440).

Complementar:
Sautchuk, Carlos E. & João Miguel M. Sautchuk. "Enfrentando poetas, perseguindo peixes:
sobre etnografias e engajamentos." Mana 20.3 (2014): 575-602.

Bloco final: balanço dos debates, apresentação prévia das problemáticas


selecionadas para os trabalhos finais e avaliação do curso. (1 sessão).

18.03.16

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