Esta disciplina apresenta leituras recentes sobre etnologia indígena da América do Sul, com foco nos discursos indígenas e nas expressões verbais e rituais. As 14 sessões abordarão temas como xamanismo, parentesco, conversão religiosa e a produção de textos indígenas, a partir de autores como Hugh-Jones, Viveiros de Castro e Cesarino.
Esta disciplina apresenta leituras recentes sobre etnologia indígena da América do Sul, com foco nos discursos indígenas e nas expressões verbais e rituais. As 14 sessões abordarão temas como xamanismo, parentesco, conversão religiosa e a produção de textos indígenas, a partir de autores como Hugh-Jones, Viveiros de Castro e Cesarino.
Esta disciplina apresenta leituras recentes sobre etnologia indígena da América do Sul, com foco nos discursos indígenas e nas expressões verbais e rituais. As 14 sessões abordarão temas como xamanismo, parentesco, conversão religiosa e a produção de textos indígenas, a partir de autores como Hugh-Jones, Viveiros de Castro e Cesarino.
ANT047 – Leituras Dirigidas em Etnologia Professor Geraldo Andrello Início: 03/03, quarta, 14 hrs via GoogleMeet [o link será enviado aos estudantes no primeiro dia]
Esta disciplina busca reunir um conjunto representativo da produção recente em
etnologia indígena, visando atender demandas de leitura de estudantes que estão (re)formulando projetos ou iniciando pesquisas na área, como também aqueles que buscam uma familiarização com temas relevantes e atuais nesse sub-campo da antropologia. Não se concentra, portanto, em apenas um tema ou em uma área etnográfica específica. No intuito de estabelecer um fio condutor para as leituras, iniciaremos com uma série de trabalhos que enfocam os “discursos indígenas” em sentido amplo, explorando de maneiras variadas os atributos e poderes da palavra entre povos indígenas da América do Sul. Em seguida, buscaremos examinar a importância relativa das formas de expressão/ação verbal em campos tradicionais da pesquisa etnológica, como o xamanismo (e as relações cosmopolíticas com ‘outros-que- humanos’) e o parentesco (a construção relacional da pessoa humana), bem como no contexto de fenômenos mais recentes, como a conversão religiosa e a produção indígena de textos. A bibliografia arrolada abaixo está aberta a modificações e cortes, conforme a demanda dos estudantes matriculados.
Sessão 1 03/03 Apresentação e revisão da ordem das sessões
Sessão 2 10/03 HUGH-JONES, Stephen. 1996. “Shamans, prophets, priests and pastors”. In N. Thomas & C. Humphrey (eds.), Shamanism, history, and the state, pp. 32-75. Ann Arbor: University of Michigan Press. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2007. “Xamanismo transversal: Lévi-Strauss e a cosmopolítica amazônica”. In R. Queiroz; R.Nobre (ed). Lévi-Strauss: leituras brasileiras. Belo Horizonte: UFMG. BUCHILLET, Dominique. 1990. “Los Poderes del Hablar. Terapia y agresión chamaníca entre los índios Desana del Vaupes brasilero”. In E. Basso & J. Sherzer (eds.), Las Culturas Nativas a traves de su discurso. Quito: Abya-Yala/MCAL. FARAGE, Nádia. 1998. A ética da palavra entre os Wapishana, Revista Brasileira de Ciências Sociais 13 (38): 117-127. Sessão 2 CESARINO, Pedro. 2011. Oniska. Poética do xamanismo na Amazônia. São Paulo: Editora Perspectiva. [selecionar capítulos] CESARINO, Pedro. 2011. Entre la parole et l’image : le système mythopoétique marubo. Journal de la société des américanistes 97-1. CESARINO, Pedro. 2013. Cartografias do cosmos. Conhecimento, iconografia e artes verbais entre os Marubo. Mana 19(3): 437-471. CESARINO, Pedro. 2015. Montagem e formação do mundo nas artes verbais marubo. Specie Revista de antropologia especulativa 1: 66-78 Sessão 3 CHERNELA, Janet 2018. Language in an ontological register: Embodied speech in the Northwest Amazon of Colombia and Brazil. Language & Communication 63. CHERNELA, Janet, 2013. Toward an eastern tukanoan ethnolinguistics: metadiscursive practices, identity, and sustained linguistic diversity in the Vaupés basin of Brazil and Colombia. In P. Epps & K. Stenzel (Eds.), Upper Rio Negro: Cultural and Linguistic Interaction in Northwestern Amazonia. Museu Nacional Museu do Índio- FUNAI, Rio de Janeiro. EPPS, Patience & PAIVA RAMOS, Danilo. 2020 Enactive Aesthetics: The Poetics of Hupdah Incantation Journal of Linguistic Anthropology, Vol. 0, Issue 0, pp. 1–25 LOLLI, Pedro. 2014. “Atravessando pessoas no noroeste amazônico”. Mana 20 (2). Sessão 4 (textos a obter ainda) HAUCK, Jan David; ORLANDINI HEURICH Guilherme. 2018. Language in the Amerindian imagination: An inquiry into linguistic natures. Language and Communication 63:1-8 HAUCK, Jan David. 2018. The origin of language among the Aché. Language and Communication 63:76-88 COURSE, Magnus. 2018. Words beyond meaning in Mapuche language ideology. Language and Communication 63:9-14. WALKER, Harry. 2018. On logophagy and truth: Interpretation through incorporation among Peruvian Urarina. Language and Communication 63:9-14 Sessão 5 ORLANDINI HEURICH Guilherme. 2020. Broken words, furious wasps. How should we translate the sonic materiality of Araweté ritual singing?. Journal de la Société des américanistes [Online] 106(1). BRABEC DE MORI, Bernd. 2015. "Sonic Substances and Silent Sounds: an Auditory Anthropology of Ritual Songs," Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America: Vol. 13(2):25-43. LEWY, Matthias. 2012. Different “seeing”, similar “hearing”. Ritual and sound among the Pemón (Gran Sabana/Venezuela). Indiana 29:53-71. LEWY, Matthias. 2017. About Indigenous Perspectivism. Indigenous Sonorism and the Audible. El oído pensante 5(2) Sessão 6 TAYLOR, Anne Christine. 2017. L’art d’infléchir les âmes. Les chants anent des Jivaro achuar comme techniques d’apparentement. Terrain 68 SZTUTMAN, Renato. 2017. O desabrochar da palavra. Capítulo do volume Guarani organizado por Gallois & Macedo KELLY, Jose Antonio. 2017. “On Yanomami cerimonial dialogues: a political aesthetic of metaphorical agency”. Journal de la Société des Américanistes 103(1). Sessão 7 CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. 1998. "Pontos de vista sobre a floresta amazônica: xamanismo e tradução". Mana. Estudos de Antropologia Social, 4(1):7-22. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2006. A Floresta de cristal: notas sobre a ontologia dos espíritos amazônicos. Cadernos de Campo, 14/15: 319-338. PITARCH Pedro . 2018. A linha da dobra. Ensaio de cosmologia mesoamericana. Mana 24(1): 131-160 Sessão 8 KOPENAWA, Davi & ALBERT, Bruce. 2015. A queda do céu. Palavras de um xamã Yanomami. São Paulo: Companhia das Letras. [selecionar capítulo] ALBERT, Bruce. 2014. “Yanomami; retour sur image(s)”. In Fondación Cartier, trente ans pour l’art contemporain, pp. 237-248. Paris: Fondacion Cartier. VALENTIM, Marco Antonio. 2018. Extramundanidade e Sobrenatureza. Ensaios sobre ontologia infundamental. Florianópolis: Cultura e Barbarie. (capitulo sobre Utupe) Sessão 9 LIMA, Tânia Stolze. 2018. “A planta redescoberta: um relato do encontro da ayahuasca com o povo Yudjá”. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros 69. CESARINO, Pedro. 2018. “Virtualidade e equivocidade do ser nos xamanismos ameríndios”. Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros 69:267-288. KELLY, Jose Antonio. 2018. “Figure-ground dialetics in Yanomami, Yekuana and Piaroa myth and shamanism”. In J. Kelly & P. Pitarch, The Culture of Invention in the Americas: Anthropological Experiments with Roy Wagner. Canon Pyon: Sean Kingston Publishing. Sessão 10 SOARES-PINTO Nicole. 2018. Uma incontornável diferença: parentesco nas Terras Baixas da América do Sul (1996-2016). BIB 87(3):105-132. VILAÇA, Aparecida. 2005. Chronically Unstable Bodies: Reflections on Amazonian Corporalities. Journal of the Royal Anthropological Institute 11:445-464. VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2009. ‘The gift and the given: three nano-essays on kinship and magic’. In S. Bamford and J. Leach (eds.), Kinship and Beyond: The Genealogical Model Reconsidered, pp. 237–68. Oxford: Berghahn Books. Sessão 11 VANZOLINI, Marina. 2015. A flecha do ciúme: o parentesco e seu avesso segundo os Aweti do Alto Xingu. São Paulo: Terceiro Nome. [selecionar capítulos] COELHO DE SOUZA Marcela 2018 Cross-twins and outcestous marriages. How kinship (under)determines humanity for the Kĩsêdjê of central Brazil. In The Culture of Invention in the Americas Anthropological Experiments with Roy Wagner. Sean Kingston Publishing KELLY José Antonio; MATOS Marcos. 2019. Política da consideração: Ação e influência nas Terras Baixas da América do Sul. Mana 25(2): 391-426. MATOS Marcos. Parentesco por brincadeira no alto rio Iaco. Anuário Antropológico, 43,(2): 207-228. Sessão 12 RAHMAN, Elizabeth. 2016. Weaning and the rendering of substances nourishing: food shamanism amongst the Warekena of north- western Brazil. Women's Studies International Forum) http://dx.doi.org/10.1016/j.wsif.2016.10.013 RAHMAN, Elizabeth. 2015. "Hydrocentric Infants and their Alchemic Sedimentation: Artfully Binding the Bodily Soul among Xié River Dwellers of Northwestern Amazonia," Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, 13(2): 44-60 BELAUNDE Luisa Elvira 2019. O ninho do japu: perspectivismo, gênero e relações interespécies airo-pai. Amazônica - Revista de Antropologia 11(2): 657 - 687 Sessão 13 VILAÇA Aparecida. 2019. Inventing Nature: Christianity and Science in Indigenous Amazonia. Hau: Journal of Ethnographic Theory 9 (1): 36–182. CAPIBERIBE, Artionka. 2017. “A língua franca do suprassensível: sobre xamanismo, cristianismo e transformação”. Mana, 23(2). LEITE, Tainah. 2018. “Mudando de ideia: cristianismo evangélico e festas de caxiri entre os Ninam do Alto Mucajaí”. Mana 24(3). ROBBINS, Joel. 2003. “What Is a Christian? Notes Toward an Anthropology of Christianity”. Religion 33(3). ROBBINS, Joel; SCHIEFFELIN, Bambi; VILAÇA, Aparecida. 2014. “Evangelical Conversion and the Transformation of the Self in Amazonia and Melanesia: Christianity and the Revival of Anthropological Comparison”. Comparative Studies in Society and History 56(3). Sessão 14 A palavra indígena escrita GOW Peter. 1990. Could sangama read? The origin of writing among the Piro of Eastern Peru, History and Anthropology 5(1):87-103. ANDRELLO, Geraldo. 1996. De profetas a pregadores. A conversão taurepáng à religião do 7º. Dia. In R. Wright (org), Transformando os Deuses. Campinas: Editora da UNICAMP. WEBER, Ingrid. 2006. Um copo de cultura. Os Huni Kuin do rio Humanitá e a escola. Rio Branco/Rio de Janeiro: EDUFAC/NuTI. TEXTOS INDÍGENAS Carta Jairo Saw – liderança do Movimento Munduruku Ipereg Ayu, 2014. BONFIM, Anari Braz. 2012. Patsohã, “língua de guerreiro”: um estudo sobre a retomada d língua pataxó. Dissertação de Mestrado em Estudos Étnicos e Africanos, UFBA. BARRETO João Paulo, 2021. Kumuã na kahtiroti-ukuse: uma “teoria” sobre o corpo e o conhecimento prático dos especialistas indígenas do Alto Rio Negro. Tese de Doutorado PPGAS-UFAM. KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. 1999. Descobrindo os brancos. In A. Novaes (org), A outra margem do ocidente. São Paulo: FUNARTE/Cia das Letras. ALBERT, Bruce; KOPENAWA, Davi. 2015. O ouro canibal. Piseagrama 8:32 - 41. SANTOS, Antonio Bispo. 2018. Somos da terra. Piseagrama 12:44 – 51. KRENAK, Ailton. 1999. O eterno retorno do encontro. In A. Novaes (org), A outra margem do ocidente. São Paulo: FUNARTE/Cia das Letras.
Sessão extra (não fechada, pode ser diluída em algumas anteriores)
KOHN, Eduardo. 2007. “How dogs dream: Amazonian natures and the politics of transspecies engagement”. American Ethnologist 4(1): 3-24. KOHN, Eduardo. 2013. How forests think: toward an anthropology beyond the human. Berkeley: University of California Press, 2013. KOHN, Eduardo. 2014. “Further thoughts on sylvan thinking”. HAU: Journal of Ethnographic Theory 4 (2): 275-288. COCCIA, Emanuelle, 2020. A vida sensível. Florianópolis: Cultura e Barbárie. ABRAM, David. 1995. The spell of sensuous: Perception and Language in a More-Than- Human World. New York: Vintage Books CADENA, Marisol de la & BLASER, Mario (eds). 2018. A world of many worlds. Durham and London: Duke University Press.