Você está na página 1de 5

PPGAS/USFSCar 2º.

Semestre/2020 (regime remoto, 2021)


ANT047 – Leituras Dirigidas em Etnologia
Professor Geraldo Andrello
Início: 03/03, quarta, 14 hrs via GoogleMeet [o link será enviado aos estudantes no
primeiro dia]

Esta disciplina busca reunir um conjunto representativo da produção recente em


etnologia indígena, visando atender demandas de leitura de estudantes que estão
(re)formulando projetos ou iniciando pesquisas na área, como também aqueles que
buscam uma familiarização com temas relevantes e atuais nesse sub-campo da
antropologia. Não se concentra, portanto, em apenas um tema ou em uma área
etnográfica específica. No intuito de estabelecer um fio condutor para as leituras,
iniciaremos com uma série de trabalhos que enfocam os “discursos indígenas” em
sentido amplo, explorando de maneiras variadas os atributos e poderes da palavra entre
povos indígenas da América do Sul. Em seguida, buscaremos examinar a importância
relativa das formas de expressão/ação verbal em campos tradicionais da pesquisa
etnológica, como o xamanismo (e as relações cosmopolíticas com ‘outros-que-
humanos’) e o parentesco (a construção relacional da pessoa humana), bem como no
contexto de fenômenos mais recentes, como a conversão religiosa e a produção
indígena de textos. A bibliografia arrolada abaixo está aberta a modificações e cortes,
conforme a demanda dos estudantes matriculados.

Sessão 1 03/03 Apresentação e revisão da ordem das sessões


Sessão 2 10/03
HUGH-JONES, Stephen. 1996. “Shamans, prophets, priests and pastors”. In N. Thomas
& C. Humphrey (eds.), Shamanism, history, and the state, pp. 32-75. Ann Arbor:
University of Michigan Press.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2007. “Xamanismo transversal: Lévi-Strauss e a
cosmopolítica amazônica”. In R. Queiroz; R.Nobre (ed). Lévi-Strauss: leituras
brasileiras. Belo Horizonte: UFMG.
BUCHILLET, Dominique. 1990. “Los Poderes del Hablar. Terapia y agresión chamaníca
entre los índios Desana del Vaupes brasilero”. In E. Basso & J. Sherzer (eds.), Las
Culturas Nativas a traves de su discurso. Quito: Abya-Yala/MCAL.
FARAGE, Nádia. 1998. A ética da palavra entre os Wapishana, Revista Brasileira de
Ciências Sociais 13 (38): 117-127.
Sessão 2
CESARINO, Pedro. 2011. Oniska. Poética do xamanismo na Amazônia. São Paulo: Editora
Perspectiva. [selecionar capítulos]
CESARINO, Pedro. 2011. Entre la parole et l’image : le système mythopoétique marubo.
Journal de la société des américanistes 97-1.
CESARINO, Pedro. 2013. Cartografias do cosmos. Conhecimento, iconografia e artes
verbais entre os Marubo. Mana 19(3): 437-471.
CESARINO, Pedro. 2015. Montagem e formação do mundo nas artes verbais marubo.
Specie Revista de antropologia especulativa 1: 66-78
Sessão 3
CHERNELA, Janet 2018. Language in an ontological register: Embodied speech in the
Northwest Amazon of Colombia and Brazil. Language & Communication 63.
CHERNELA, Janet, 2013. Toward an eastern tukanoan ethnolinguistics: metadiscursive
practices, identity, and sustained linguistic diversity in the Vaupés basin of Brazil
and Colombia. In P. Epps & K. Stenzel (Eds.), Upper Rio Negro: Cultural and
Linguistic Interaction in Northwestern Amazonia. Museu Nacional Museu do
Índio- FUNAI, Rio de Janeiro.
EPPS, Patience & PAIVA RAMOS, Danilo. 2020 Enactive Aesthetics: The Poetics of
Hupdah Incantation Journal of Linguistic Anthropology, Vol. 0, Issue 0, pp. 1–25
LOLLI, Pedro. 2014. “Atravessando pessoas no noroeste amazônico”. Mana 20 (2).
Sessão 4 (textos a obter ainda)
HAUCK, Jan David; ORLANDINI HEURICH Guilherme. 2018. Language in the Amerindian
imagination: An inquiry into linguistic natures. Language and Communication
63:1-8
HAUCK, Jan David. 2018. The origin of language among the Aché. Language and
Communication 63:76-88
COURSE, Magnus. 2018. Words beyond meaning in Mapuche language ideology.
Language and Communication 63:9-14.
WALKER, Harry. 2018. On logophagy and truth: Interpretation through incorporation
among Peruvian Urarina. Language and Communication 63:9-14
Sessão 5
ORLANDINI HEURICH Guilherme. 2020. Broken words, furious wasps. How should we
translate the sonic materiality of Araweté ritual singing?. Journal de la Société
des américanistes [Online] 106(1).
BRABEC DE MORI, Bernd. 2015. "Sonic Substances and Silent Sounds: an Auditory
Anthropology of Ritual Songs," Tipití: Journal of the Society for the Anthropology
of Lowland South America: Vol. 13(2):25-43.
LEWY, Matthias. 2012. Different “seeing”, similar “hearing”. Ritual and sound among the
Pemón (Gran Sabana/Venezuela). Indiana 29:53-71.
LEWY, Matthias. 2017. About Indigenous Perspectivism. Indigenous Sonorism and the
Audible. El oído pensante 5(2)
Sessão 6
TAYLOR, Anne Christine. 2017. L’art d’infléchir les âmes. Les chants anent des Jivaro
achuar comme techniques d’apparentement. Terrain 68
SZTUTMAN, Renato. 2017. O desabrochar da palavra. Capítulo do volume Guarani
organizado por Gallois & Macedo
KELLY, Jose Antonio. 2017. “On Yanomami cerimonial dialogues: a political aesthetic of
metaphorical agency”. Journal de la Société des Américanistes 103(1).
Sessão 7
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. 1998. "Pontos de vista sobre a floresta amazônica:
xamanismo e tradução". Mana. Estudos de Antropologia Social, 4(1):7-22.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2006. A Floresta de cristal: notas sobre a ontologia dos
espíritos amazônicos. Cadernos de Campo, 14/15: 319-338.
PITARCH Pedro . 2018. A linha da dobra. Ensaio de cosmologia mesoamericana. Mana
24(1): 131-160
Sessão 8
KOPENAWA, Davi & ALBERT, Bruce. 2015. A queda do céu. Palavras de um xamã
Yanomami. São Paulo: Companhia das Letras. [selecionar capítulo]
ALBERT, Bruce. 2014. “Yanomami; retour sur image(s)”. In Fondación Cartier, trente ans
pour l’art contemporain, pp. 237-248. Paris: Fondacion Cartier.
VALENTIM, Marco Antonio. 2018. Extramundanidade e Sobrenatureza. Ensaios sobre
ontologia infundamental. Florianópolis: Cultura e Barbarie. (capitulo sobre
Utupe)
Sessão 9
LIMA, Tânia Stolze. 2018. “A planta redescoberta: um relato do encontro da ayahuasca
com o povo Yudjá”. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros 69.
CESARINO, Pedro. 2018. “Virtualidade e equivocidade do ser nos xamanismos
ameríndios”. Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros 69:267-288.
KELLY, Jose Antonio. 2018. “Figure-ground dialetics in Yanomami, Yekuana and Piaroa
myth and shamanism”. In J. Kelly & P. Pitarch, The Culture of Invention in the
Americas: Anthropological Experiments with Roy Wagner. Canon Pyon: Sean
Kingston Publishing.
Sessão 10
SOARES-PINTO Nicole. 2018. Uma incontornável diferença: parentesco nas Terras Baixas
da América do Sul (1996-2016). BIB 87(3):105-132.
VILAÇA, Aparecida. 2005. Chronically Unstable Bodies: Reflections on Amazonian
Corporalities. Journal of the Royal Anthropological Institute 11:445-464.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2009. ‘The gift and the given: three nano-essays on
kinship and magic’. In S. Bamford and J. Leach (eds.), Kinship and Beyond: The
Genealogical Model Reconsidered, pp. 237–68. Oxford: Berghahn Books.
Sessão 11
VANZOLINI, Marina. 2015. A flecha do ciúme: o parentesco e seu avesso segundo os
Aweti do Alto Xingu. São Paulo: Terceiro Nome. [selecionar capítulos]
COELHO DE SOUZA Marcela 2018 Cross-twins and outcestous marriages. How kinship
(under)determines humanity for the Kĩsêdjê of central Brazil. In The Culture of
Invention in the Americas Anthropological Experiments with Roy Wagner. Sean
Kingston Publishing
KELLY José Antonio; MATOS Marcos. 2019. Política da consideração: Ação e influência
nas Terras Baixas da América do Sul. Mana 25(2): 391-426.
MATOS Marcos. Parentesco por brincadeira no alto rio Iaco. Anuário Antropológico,
43,(2): 207-228.
Sessão 12
RAHMAN, Elizabeth. 2016. Weaning and the rendering of substances nourishing: food
shamanism amongst the Warekena of north- western Brazil. Women's Studies
International Forum) http://dx.doi.org/10.1016/j.wsif.2016.10.013
RAHMAN, Elizabeth. 2015. "Hydrocentric Infants and their Alchemic Sedimentation:
Artfully Binding the Bodily Soul among Xié River Dwellers of Northwestern
Amazonia," Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South
America, 13(2): 44-60
BELAUNDE Luisa Elvira 2019. O ninho do japu: perspectivismo, gênero e relações
interespécies airo-pai. Amazônica - Revista de Antropologia 11(2): 657 - 687
Sessão 13
VILAÇA Aparecida. 2019. Inventing Nature: Christianity and Science in Indigenous
Amazonia. Hau: Journal of Ethnographic Theory 9 (1): 36–182.
CAPIBERIBE, Artionka. 2017. “A língua franca do suprassensível: sobre xamanismo,
cristianismo e transformação”. Mana, 23(2).
LEITE, Tainah. 2018. “Mudando de ideia: cristianismo evangélico e festas de caxiri entre
os Ninam do Alto Mucajaí”. Mana 24(3).
ROBBINS, Joel. 2003. “What Is a Christian? Notes Toward an Anthropology of
Christianity”. Religion 33(3).
ROBBINS, Joel; SCHIEFFELIN, Bambi; VILAÇA, Aparecida. 2014. “Evangelical Conversion
and the Transformation of the Self in Amazonia and Melanesia: Christianity and
the Revival of Anthropological Comparison”. Comparative Studies in Society and
History 56(3).
Sessão 14 A palavra indígena escrita
GOW Peter. 1990. Could sangama read? The origin of writing among the Piro of Eastern
Peru, History and Anthropology 5(1):87-103.
ANDRELLO, Geraldo. 1996. De profetas a pregadores. A conversão taurepáng à religião
do 7º. Dia. In R. Wright (org), Transformando os Deuses. Campinas: Editora da
UNICAMP.
WEBER, Ingrid. 2006. Um copo de cultura. Os Huni Kuin do rio Humanitá e a escola. Rio
Branco/Rio de Janeiro: EDUFAC/NuTI.
TEXTOS INDÍGENAS
Carta Jairo Saw – liderança do Movimento Munduruku Ipereg Ayu, 2014.
BONFIM, Anari Braz. 2012. Patsohã, “língua de guerreiro”: um estudo sobre a retomada
d língua pataxó. Dissertação de Mestrado em Estudos Étnicos e Africanos, UFBA.
BARRETO João Paulo, 2021. Kumuã na kahtiroti-ukuse: uma “teoria” sobre o corpo e o
conhecimento prático dos especialistas indígenas do Alto Rio Negro. Tese de
Doutorado PPGAS-UFAM.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. 1999. Descobrindo os brancos. In A. Novaes (org), A
outra margem do ocidente. São Paulo: FUNARTE/Cia das Letras.
ALBERT, Bruce; KOPENAWA, Davi. 2015. O ouro canibal. Piseagrama 8:32 - 41.
SANTOS, Antonio Bispo. 2018. Somos da terra. Piseagrama 12:44 – 51.
KRENAK, Ailton. 1999. O eterno retorno do encontro. In A. Novaes (org), A outra margem
do ocidente. São Paulo: FUNARTE/Cia das Letras.

Sessão extra (não fechada, pode ser diluída em algumas anteriores)


KOHN, Eduardo. 2007. “How dogs dream: Amazonian natures and the politics of
transspecies engagement”. American Ethnologist 4(1): 3-24.
KOHN, Eduardo. 2013. How forests think: toward an anthropology beyond the human.
Berkeley: University of California Press, 2013.
KOHN, Eduardo. 2014. “Further thoughts on sylvan thinking”. HAU: Journal of
Ethnographic Theory 4 (2): 275-288.
COCCIA, Emanuelle, 2020. A vida sensível. Florianópolis: Cultura e Barbárie.
ABRAM, David. 1995. The spell of sensuous: Perception and Language in a More-Than-
Human World. New York: Vintage Books
CADENA, Marisol de la & BLASER, Mario (eds). 2018. A world of many worlds. Durham
and London: Duke University Press.

Você também pode gostar