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RELATÓRIO DE AUDITORIA
Chefe,
I – ESCOPO DO TRABALHO
Fato
Como resultado desse certame, foi celebrado entre a FUFMS e a Empresa Sanches &
Pawlina LTDA-ME (CNPJ: 13.628.966/0001-10), o contrato administrativo nº 222/2013,
de 06 de dezembro de 2013, tendo como objeto a edificação do bloco de química, a um
custo total contratado de R$ 2.214.500,00 em face à estimativa inicial de R$
2.320.756,61, o que representou um desconto de 4,58% frente aos valores inicialmente
estimados.
Analisando as condições estabelecidas no presente Edital verificaram-se ilegalidades que
macularam a competitividade desse certame, conforme descrito a seguir:
[...]
[...]
“A irregularidade pôde ser confirmada a partir dos dados publicados pela Revista
Exame no ano de 2005 (Melhores e Maiores), que demonstraram que a média dos
referidos índices para as empresas de construção civil situou-se em patamar bem
inferior.”
Oportuno mencionar que a referida exigência editalícia foi objeto de impugnações por
parte de duas empresas interessadas (CNPJ: 12.770.037/001-88 e CNPJ:
03.492.162/0001-82) tendo sido julgadas improcedentes, frente a mesma fundamentação
que constou do Edital quando de sua exigência.
Recorrendo à norma legal acerca da habilitação dos licitantes, verifica-se que a Lei
Federal 8.666/93, de 21 de junho de 1993, obriga o Poder Público a verificar, quando da
habilitação dos licitantes, se os interessados no procedimento licitatório possuem aptidão
para responder pelos encargos financeiros e econômicos decorrentes da celebração do
contrato que irá ser celebrado.
Nesse contexto, a Lei nº 8.666/93 admite, no § 1º de seu art. 31, a fixação de índices
contábeis no ato convocatório, com o propósito de permitir à Administração aferir, de
forma objetiva, se o interessado reúne as condições necessárias para suportar as despesas
relativas à execução do objeto contratual.
Por sua vez, acerca do tema, o Tribunal de Contas da União (TCU), mediante o Acórdão
nº 3.197/2010- Plenário vedou a inabilitação sumária de licitante que apresente índices
de capacidade financeira (ILG, ISG e ILC) inferiores a 1,0 :
“em relação aos atos convocatórios das futuras licitações envolvendo a aplicação de
recursos públicos federais, abstenha-se de incluir as seguintes exigências/cláusulas:
[...]
A luz desse entendimento exarado pela Corte de Contas Federal verifica-se que a
Instrução Normativa/MARE nº 5/95, mencionada no suprarreferido acórdão, estabelece
que no Sistema de Cadastramento Unificado de Serviços Gerais (Sicaf) a comprovação
da boa situação financeira das empresas inscritas nesse sistema terá por base a verificação
dos índices de Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez Corrente (LC).
“Art. 43
[...]
[...]
Outro ponto refere-se ao quantitativo mínimo adotado pela FUFMS, quanto ao item “aço
CA 50/60”, sendo que no certame consta um total de 11.672,70 Kg, tendo sido exigido
atestado de 5.900kg (51%). Conforme os Acórdãos 1.284/2003, 1.949/2008 e 2.215/2008,
todos do Plenário do TCU, não se devem exigir percentuais mínimos acima de 50% dos
quantitativos dos itens de maior relevância da obra, salvo em casos excepcionais,
devidamente justificados no processo de licitação o que não se verifica no caso em tela.
De suma importância destacar que caso essas informações não constassem do certame, as
empresas interessadas não teriam sequer condições de elaborarem suas propostas de
preços ante a falta de caracterização do objeto a ser licitado.
Logo, devido à ausência de custos que deveriam constar da planilha de preços, bem como
a inserção indevida de itens, o Edital da Concorrência nº 10/2013 apresentou orçamento
desequilibrado, ocasionando restrição no universo de empresas interessadas.
Causa
Portanto, a regra geral da Lei de Licitações foi observada pela Comissão, pois fez-se
constar em edital as justificativas para a utilização de tais índices.
No que tange a escolha dos mesmos com base nos resultados apresentados pela Revista
Exame (Melhores e Maiores 2012), esclarecemos que tal escolha foi decorrente da
leitura do Acórdão 1.593/2010-2ª Câmara/TCU, o qual trouxe entendimento de que os
mesmos balizaram a constatação de uma irregularidade noutro procedimento de
verificação:
Logo, não se trata de distorção e sim de zelo com a coisa pública, com o único objetivo
claro de cercar a Administração de bons fornecedores.
[...]
Embora seja evidenciado certo rigor da CPLOSE na fixação destes índices, não se pode
tomar como uma ilegalidade, haja vista a discricionariedade do órgão tendo como
objetivo principal a salvaguarda do interesse público. O Acórdão nº 1.417/2008-
Plenário, citado pelo Procurador da UFMS em seu Parecer nº 546/2013, no qual
acompanha enfaticamente a posição da CPLOSE (fls 285 a 293 do PA nº
23104.007148/2013-91) traz alusão à legalidade de exigência maior que a prevista na
IN/Mare 5, conforme trecho extraído da folha 291 do processo:
Cabe salientar que, conforme consta no documento às folhas 629 do processo licitatório,
5 (cinco) empresas, Engelec – Engenharia Elétrica e Civil-ME; Marco Arquitetura,
Engenharia, Construções e Comércio Ltda; Construtora, Engenharia e Incorporadora
São Tomas Ltda-ME; Sanches e Pawlina Ltda-EPP e E.L.D. Arquitetura e Construções
Ltda-ME, participaram da fase de habilitação da licitação, sendo que apenas uma delas
(E.L.D. Arquitetura e Construções Ltda-ME) foi inabilitada por não ter apresentado
atestados de capacidade técnico-operacional condizentes com as exigências editalícias.
É evidente, portanto, que os índices não cercearam a competitividade do certame,
tampouco favoreceram qualquer uma das empresas licitantes.
Ressalta-se que as impugnações interpostas pelos concorrentes sobre este mesmo tema,
foram devidamente analisadas e julgadas em estrito atendimento a Lei, pela CPLOSE,
conforme defesa às folhas 309 a 311 e acatadas pela Procuradoria Jurídica da UFMS,
conforme Parecer nº 546/2013.
Por fim, ressaltamos que a partir de 2014, a unidade técnica da UFMS passou a
contemplar no Projeto Básico quais os itens mais relevantes a serem considerados para
comprovação de capacidade técnica-operacional nos editais de licitação e conforme
Portaria nº 1.143 de 22 de outubro de 2014, que altera a composição da CPLOSE, foram
promovidas as substituições necessárias para que a comissão tivesse dois membros
(incluindo o suplente) com conhecimento técnico (engenheiros).
Registre-se, por fim, que no mesmo ano, em contratações de menor vulto, a CPLOSE
utilizou em seus editais de licitação índices contábeis menores, a exemplo das Tomadas
de Preços nº 08, 09, 10 e 11/2013, demonstrando assim a proporcionalidade devida no
trato das contratações mantidas por esta UFMS.
Seguindo a ordem sequencial das justificativas apresentadas pela FUFMS, entende -se
que :
Ocorre porém, conforme já relatou anteriormente, que os referido itens não se revestem
dos requisitos previstos em Lei pata sua exigência. A Lei 8.666/93 condiciona a exigência
de quantitativos mínimos ao atendimento de dois critérios relevância técnica e valor
significativo, conforme se observa no comando insculpido no § 2º do art. 30 da referida
Lei:
Assim, as justificativas apresentadas pela FUFMS não trouxeram fatos novos que elidissem
ou mitigassem os fatos ora relatados.
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Recomendações:
Recomendação 1: Apurar responsabilidade a quem deu causa à realização de certame com
restrições à competitividade.
1.1.1.2 CONSTATAÇÃO
Ausência de parecer jurídico acerca da minuta do Edital, bem como dos atos
praticados na condução do certame.
Fato
Causa
“No que tange a alegação de ausência de parecer jurídico acerca da minuta do Edital, bem
como dos atos praticados na condução do certame, não merece prosperar haja vista haver
exame jurídico prévio, ainda que não exarado em parecer jurídico específico.
Recomendações:
Recomendação 1: Adotar rito processual contemplando a manifestação de seu procurador
jurídico nos processos de contratações realizados pela Unidade.
1.1.1.3 CONSTATAÇÃO
Para tanto, em se tratando de caução em dinheiro, o edital deve prever que, uma vez
adotada pela contratada essa modalidade de garantia, que a mesma seja efetuada em conta
bancária que assegure a correção monetária, de forma a viabilizar, quando de sua
restituição, o valor devidamente corrigido, conforme estabelecido pelo § 4º do art. 56 da
Lei nº 8.666/93, fato não previsto no edital.
Quanto à instituição financeira na qual a conta deve ser aberta, o Decreto-lei nº 1.737/79
nomeia, em seu art. 1º, inc. IV, a Caixa Econômica Federal como sendo a instituição
financeira responsável pela guarda desses recursos, conforme transcrito abaixo:
Nota-se que esses diplomas legais atribuem à Administração a posse do valor dado em
garantia logo a titularidade da conta bancária, em que deverá ser depositada a garantia,
será da Administração, no caso da FUFMS.
O mesmo entendimento é extraído dos arts. 1.431 e 1.433, inc. I, ambos do Código Civil,
no qual se exige a transferência efetiva da posse do valor dado em garantia. Assim, a
conta bancária na qual será depositada a caução em dinheiro deve ser aberta em nome da
própria Administração contratante, credora dessa garantia.
“Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia
do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma
coisa móvel, suscetível de alienação.
[...]
“§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do
valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado
o previsto no parágrafo 3o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)”
Assim, dada a própria finalidade da garantia contratual, qual seja garantir que a assunção
da obrigação decorrente do contrato ocorra com a certeza de que há garantia apta a fazer
frente a eventuais desvios, a mesma deve ser constituída quando da celebração do
contrato, e não, vinculada à retenção de percentual quando de pagamentos a serem feitos
futuramente à empresa contratada.
Causa
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Mediante análise das justificativas apresentadas pela FUFMS, nas quais apesar da
Unidade informar que irá providenciar determinados ajustes em Editais futuros, mantém-
se o fato de que no Edital da Concorrência nº 10/2013 constou procedimento indevido
para constituição de garantia contratual, beneficiando a empresa contratada ao quando do
parcelamento na constituição da garantia.
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Recomendações:
Recomendação 1: Abster-se, em futuras contratações, de constituir, em edital, garantia de
execução mediante percentual de retenção nos pagamentos efetuados à empresa
contratada.
1.1.1.4 CONSTATAÇÃO
Fato
Tabela – Itens contratados com preços maiores que 5% em relação aos preços estimados.
Causa
Após essa breve introdução, esclarecemos que o prazo para emissão de novas notas de
empenho se encerraria em 25.10.2013, conforme Cronograma de Encerramento do
Exercício Financeiro de 2013, anexo da Resolução CD 77 de 03.07.2013, configurando
assim, um prazo extremamente exíguo para a conclusão do processo de contratação, o
quê demandaria celeridade dos trabalhos por parte da CPLOSE.
As justificativas apresentadas pela FUFMS não trazem fatos novos para análise, em
verdade ratificam o fato de que a empresa contratada deveria ter sido desclassificada por
apresentar proposta incompatível com o Edital, tendo sido favorecida quando de sua
contratação.
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Recomendações:
Recomendação 1: Apurar responsabilidade a quem deu causa ao favorecimento na
contratação decorrente do Concorrência nº 10/2013.
1.1.1.5 CONSTATAÇÃO
Fato
Fonte: Cláusulas 13.1 e 13.2 do Edital da Concorrência nº 10/2013, e Cláusulas 9.1 e 9.2 do Contrato nº
222/2013.
Por sua vez, a Lei Federal de Licitações prevê a indicação do critério de reajuste como
cláusula obrigatória do ato convocatório (art. 40, inc. XI) e necessária em todo
instrumento de contrato (art. 55, inc. III), o que de fato se verificou no Edital da
Concorrência nº 10/2013, reproduzida no Contrato nº 222/2013.
No mesmo condão, verifica-se que o reajuste de preços dos contratos foi regulamentado
pela Lei nº 10.192/01, de 14 de fevereiro de 2001, a qual prevê condicionantes para sua
aplicabilidade, dentre elas ganha destaque a nulidade de qualquer reajuste com
periodicidade inferior a um ano, contados a partir da data limite para apresentação da
proposta ou do orçamento a que essa se referir, conforme dispositivos estabelecidos nos
parágrafos primeiro dos artigos 2º e 3º da referida Lei.
Não obstante, verificou-se que a concessão de reajuste incidiu sobre todas as parcelas
executadas a partir do momento em que houve sua concessão, incluso àquelas executadas
em atraso pela empresa contratada.
“Sim, a demora no início das obras se deu por motivos injustificados da Contratada.
(...) Caso a demora implicasse em reajuste de preços, não cabe à Administração arcar
com esses custos, pois entende que o caso em comento não se coaduna com os previstos
na Lei 8.666.” original sem grifo.
“Contudo, ainda que as justificativas que vierem a ser apresentadas pelo órgão não se
mostrem plausíveis, não reputo apropriada a retenção cautelar da quantia paga a título
de reajustamento, exceto na situação em que reste evidenciada possível culpa da
empresa contratada no retardamento da execução do objeto da avença.” original sem
grifo.
Nesse contexto, identificou-se que apesar da FUFMS autorizar o início das atividades em
06/12/2013, a obra só teve início em 19/03/2013, conforme diário de obra da empresa nº
96, estando os dias anteriores “paralisada aguardando definição relativa ao
desmatamento”. O próprio diário de obras só começou a ser registrado a partir de 19 de
fevereiro de 2014.
Quadro – Declaração de não realização de visita técnica da Empresa Sanches & Pawlina
LTDA-ME.
Dessa maneira, o atraso na execução da obra não ganha respaldo em base às alegações de
que o serviço não estava previsto no Edital. Ademais, a declaração de assunção do risco
ante a ausência de visita ao local da obra, bem como a inexistência de qualquer documento
emitido por Entidades Ambientais acerca da necessidade de licenciamento ambiental, e a
obrigação da empresa em caso de tal exigência, reforça o fato de que o serviço foi
executado com morosidade. Oportuno observar que não foi identificado nenhum
documento formalizando à empresa contratada a suspensão de execução da obra.
Além desse atraso, o diário da obra revelou que há outros momentos em que a obra ficou
paralisada:
Por consequência, os efeitos ocasionados por esse atraso impactam também nas medições
sobre as quais incidiu o Segundo Reajuste de Preços, no qual a contratada faria jus, caso
não houvesse incorrido em mora, para os serviços executados e medidos no período de
abril/2015 a mar/2016.
Dessa forma, o Segundo Reajuste somente deveria incidir a partir dos serviços executados
na 20ª medição referente ao período de 13/07/2015 a 12/08/2015, período este acrescido
dos quatro meses em que houve o atraso na execução (aproximadamente quatro meses)
não sendo válidos, portanto, o Segundo Reajuste concedido nas medições anteriores,
abaixo detalhadas:
Causa
“Num segundo momento, a CGU informa que verificou que “a concessão de reajuste
incidiu sobre todas as parcelas executadas a partir do momento em que houve sua
concessão, incluso àquelas executadas em atraso em virtude de mora/inadimplemento
exclusivamente da empresa contratada”. E informa que o início das obras foi atrasado
devido ao fato que o local da obra era densamente ocupado por árvores.
Desta forma, a fiscalização da obra (que foi substituída em 19/02/2014), não verificou
nenhuma instrução ou orientação administrativa da UFMS, em relação à Solicitação nº
01 ou da CI nº 29/2014, de forma a responsabilizar exclusivamente a empresa contratada
pelo atraso. Ora, se a administração da UFMS não apontou tal responsabilidade
mediante à Solicitação da Fiscalização quanto aos procedimentos que estavam
impedindo a obra de continuar, e ainda, a UFMS solicitou que a implantação da obra se
desse de forma espelhada em relação à implantação original e “fora da área de
vegetação nativa, para evitar possíveis problemas ambientais”, a fiscalização não teria,
salvo melhor juízo, argumentos técnicos para imputar essa responsabilidade
exclusivamente à contratada, visto não haver nenhum instrumento administrativo ou
jurídico que condenasse ou responsabilizasse exclusivamente a empresa contratada por
este atraso.
Em seguida, a CGU expõe que a empresa contratada apresentou uma declaração de não
visita técnica, assumindo o risco pela ocorrência de eventuais prejuízos. Novamente, a
fiscalização reitera, que entende, salvo melhor juízo, que se a administração da UFMS
não apontou tal responsabilidade mediante à Solicitação da Fiscalização quanto aos
procedimentos que estavam impedindo à obra de continuar, e ainda, a mesma solicitou
que a implantação da obra se desse de forma espelhada em relação à implantação
original e “fora da área de vegetação nativa, para evitar possíveis problemas
ambientais”, a fiscalização não teria argumentos técnicos para imputar essa
responsabilidade exclusivamente à contratada, visto não haver nenhum instrumento
administrativo ou jurídico que condenasse ou responsabilizasse exclusivamente a
empresa contratada por esse atraso. Destes fatos, a fiscalização entende que o reajuste
foi aplicado corretamente sobre os serviços executados a partir de abril de 2014,
conforme as orientações da CI nº 025/2013 – GAB/PRAD. A fiscalização procurou agir
por meio da razoabilidade, tendo por princípio à boa-fé, onde por não estar declarado
em momento algum que a contratada era a única responsável pelos atrasos, a
fiscalização não poderia imputar tal ônus à mesma, sem nenhuma sinalização formal por
parte da administração da UFMS, que em momento algum fez qualquer ressalva sobre o
assunto.
Não obstante, o atraso da obra apesar de não decorrer de culpa da contratada, houve um
ônus ocasionado pela concessão de reajuste por serviços que deveriam, caso não houvesse
falhas quanto ao local de implementação da obra, terem sido executados antes da empresa
contratada fazer jus ao reajuste.
Recomendações:
Recomendação 1: Adotar medidas visando a recomposição ao erário federal dos valores
pagos indevidamente a título de reajuste de preços.
1.1.1.6 CONSTATAÇÃO
Fato
As alterações contratuais em contratos de obras públicas exigem cautelas que vão além
daquelas constantes do art. 65 da Lei nº 8.666/93, entre tais cautelas, destaca-se o dever
de manter o desconto percentual identificado inicialmente a partir do confronto entre a
proposta apresentada pela empresa vencedora e o orçamento tido pela Administração
como base para seu julgamento.
Acerca desse aspecto, é válido destacar os termos do art. 102, § 5º, da Lei de Diretrizes
Orçamentárias para o exercício de 2013 (Lei nº 12.708/12), a qual seguiu o exemplo das
LDOs dos anos anteriores.
“I - a diferença percentual entre o valor global do contrato e o preço obtido a partir dos
custos unitários do sistema de referência utilizado não poderá ser reduzida, em favor do
contratado, em decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária;”
"Art. 14. A diferença percentual entre o valor global do contrato e o preço global de
referência não poderá ser reduzida em favor do contratado em decorrência de
aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária.”
Dessa forma, foi identificado que na celebração de aditivos, não restou demonstrado a
manutenção do desconto percentual, ocasionando potencial desequilíbrio econômico-
financeiro do contrato.
TC 012.291/2013-7:
Fonte: Elaborado CGU/MS 2016, com base no Sexto Termo Aditivo ao contrato nº 223/2013.
* Valor de Referência: Base Sinapi Abril/2013, BDI de 25,76% e acréscimos do 1º e 2º reajuste de preços.
** Valor do Aditivo: BDI 20% - Base Sinapi Agosto/2015
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Causa
“Conforme análise da CGU, verificou-se que alguns itens foram aditivados sem a
manutenção do desconto percentual entre o valor global do contrato oferecido pela
contratada e o valor de referência constante no Edital, ocasionando possíveis prejuízos
ao erário.
Do valor editalício da obra, tem-se que orçamento do Eng. Civil E. A. M. de L., era de
R$: 2.320.756,61, com BDI de 25,76%. A planilha era composta de preços unitários com
BDI incluso, não possuindo nenhuma demonstração precisa de que alguns itens estariam
sujeitos a BDI diferenciado, conclui-se que o mesmo foi aplicado linearmente na
planilha, resultando assim nos seguintes valores:
Já o valor da proposta apresentada pela contratada, que foi a vencedora do certame, era
de R$: 2.215.547,95, representando um desconto de 4,53% em relação ao valor global.
Todavia, a proposta apresentada pela contratada apresenta um BDI de 20,00%
(diferente da planilha de licitação), resultando em um desconto de 5,76% no BDI. O que
temos então, é um desconto no BDI maior que o desconto global sobre o valor do
contrato, o que implicou no aumento (e não no desconto) dos valores unitários dos itens.
Resultando nos seguintes valores dos preços apresentados pela contratada:
Assim, a proposta final apresentada pela contratada, que foi a homologada vencedora,
representa o desconto global de 4,58%, o qual reflete em um desconto de 5,76% sobre o
BDI e aumento de 2,82% dos valores dos preços unitários sem BDI. Esse desconto final
de R$: 1.047,95 apresentado pela contratada foi aplicado apenas sobre a etapa
“Serviços Complementares”, mais precisamente sobre os itens Elevador e Sistema de Ar
Condicionado.
Diante do fato, a postura da fiscalização foi sempre atentar-se ao BDI durante os aditivos
extracontratuais, tendo em vista que o desconto da contratada foi aplicado sobre o
mesmo (até em proporção maior que o desconto global).
Por outro lado, aplicar o desconto linear nos aditivos extracontratuais além do desconto
que já fora aplicado sob o BDI poderia resultar em desequilíbrio em desfavor da empresa
contratada, visto que ficou claro que o desconto aplicado pela contratada se deu sobre o
seu BDI, e não sobre os valores dos serviços (de forma global).
Desta forma, principiando-se pela isonomia, o fiscal se limitou a aplicar o desconto sobre
o BDI, conforme situação editalícia, procurando manter o desconto aplicado sobre o
contrato (que de fato findou-se em ser maior que o inicialmente aplicado pela contratada,
visto que o desconto sobre o BDI (e utilizado pela fiscalização), foi de 5,76%, contra os
4,58% de desconto aplicado pela contratada sobre o valor global da contratação).
Fica demonstrado dessa forma, que em momento algum a fiscalização concorreu para o
prejuízo ao erário, e procurou manter o desconto percentual entre o valor global
contratado e o valor de referência constante no Edital, ainda que por fim aplicou um
Assim, a fiscalização reitera seu posicionamento, pelos fatos expostos acima, que
procurou além de manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, evitar
quaisquer danos ao erário por pagamentos indevidos, ou por falta de observância ao
desconto percentual na realização de aditivos extracontratuais.”
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A análise feita pela FUFMS não considera o fato de que o percentual de desconto obtido
inicialmente, consiste em uma média ponderada de descontos individuais, que no
conjunto resultaram no percentual de 4,58%, dessa forma considerando que ocorreram
acréscimos de itens extracontratuais, bem como supressões de itens inicialmente licitados,
o equilíbrio inicialmente obtido foi alterado em favor da empresa contratada.
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Recomendações:
Recomendação 1: Adotar medidas visando a recomposição de valores ao erário federal
e/ou compensação dos valores junto à empresa contratada, em virtude da celebração de
aditivos sem a manutenção do desconto percentual entre o valor global contratado e o
valor de referência constante do Edital.
1.1.1.7 CONSTATAÇÃO
Fato
Em outro ponto, agora tendo como objetivo verificar a execução física do Contrato
Administrativo nº 223/2013, efetuou-se inspeção física no período de 21 de março de
2015 a 05 de abril de 2015, tendo sido identificadas as seguintes irregularidades:
Valor
Quantidade
Quantidade Unitário
Item Contratado medida e Prejuízo*
identificada pago com
Paga
reajustes
Dobradiça latão cromada 3x2 1/2" 63 Un. 0 R$ 9,70 R$ 611,11
Item incluso na Composição da porta de
madeira
Placa p/ caixa 4"X2",com 2 saídas RJ-45** 40 Un. 34 Un. R$ 40,11 R$ 240,66
Guarda corpo em tubo de aco galvanizado 1 28 M 19 M R$ 142,56 R$ 1.283,04
1/2"
Régua em granito cinza prata polido, esp. 2 282 M 269,40 M R$ 77,05 R$ 970,83
cm, largura 15 cm (Rev. Parede)
Locação da Obra 1.041,93 M² 890 M² R$ 5,23 R$ 794,50
Poste aço cônico continuo curvo simples sem 4 Un. 2 Un. R$ 1.199,25 R$ 2.398,50
base da janela 9m
Iluminação autônoma de emergência 8 Un. 7 Un. R$ 402,72 R$ 402,72
Janela máximoar, chapa dobrada (sem vidro 14,16 M² 8,60 M² R$ 451,22 R$ 2.508,78
e pintura)
Cerâmica padrão médio PEI 5, assentado 253,35 M² 132 M² R$ 58,34 R$ 7.079,56
sobre argamassa 1:4 (cimento e areia) e
rejuntado com cimento branco (Rev. Parede
0,32x0,57)
Total R$ 16.289,70
Fonte: Boletins de Medições (1ª a 23ª), vistoria in loco 21 de março 2015 a 05 de abril de 2015.
OBS:
* Calculado pela diferença entre quantidade pagas e identificadas in loco, multiplicado pelo custo unitário.
** Considerou-se a quantidade de saídas executadas, pois apesar do item licitado ter a especificação de que
em cada placa constasse duas funções, identificaram-se placas 4”x2” com uma função, placa 4”x2” duas
funções, placas 4”x4” com duas funções.
Ocorre, porém, que analisando o material identificado na obra, verificou-se que o mesmo
possui além da capacidade inferior, o preço de mercado demasiadamente inferior ao
contratado.
Acrescentado a essa diferença o BDI de 20%, o mesmo aplicado pela empresa em seu
custo, mais os percentuais de reajustes de preços incidentes nos pagamentos efetuados à
empresa para este item, sendo o Primeiro Reajuste de (7,75%) e o Segundo Reajuste de
(6,94%), chega-se a um valor unitário pago a maior de R$ 345,31.
Dessa forma, considerando que foram pagas oito unidades, identificou-se um prejuízo
pela execução do serviço, em virtude de ter sido adotado produto com especificação
aquém da contratada, de R$ 2.762,48.
Cabe destacar que para fins de apuração desse prejuízo considerou-se no cálculo apenas
sete unidades, pois apesar de ter sido medido e pago oito unidades, identificou-se in lo
apenas sete unidades, tendo sido, essa diferença (01 unidade), glosada no item “b)
Serviços pagos e não executados” deste apontamento. Assim o prejuízo considerado é
de R$ 2.417,17.
Por sua vez, a empresa Sanches & Pawlina LTDA-ME apresentou proposta de preços
contemplando aparelhos com as seguintes especificações: “Condicionador de ar Split hi-
wall 7000 btus”; “Condicionador de ar Split hi-wall 9000 btu´s”; “Aparelho Split
piso/teto 24000 btu´s, quente/frio”. Cabe destacar que na proposta da empresa contratada
não havia definição dos quantitativos a serem empregados na obra.
Confrontando esses valores com os custos pagos à empresa contratada até a 23ª Medição,
R$ 120.505,48, verifica-se um prejuízo de R$ 37.198,42.
Dessa forma, considerando que não consta do processo, justificativa para a alteração
promovida na execução do contrato nº 10/2013, bem como a demonstração de que os
itens executados são condizentes com os valores efetivamente pagos, identificou-se
prejuízo na ordem de R$ 37.198,42 em virtude de entrega de produtos com especificações
inferiores às contratadas.
Custo
Unitário
Item + BDI de Referência Quantidade Total
20%
Item Licitado R$ 80,05 Valor contratado 16 Un. R$ 1.280,80
Item identificado na SINAPI Abr/2013
R$ 37,37 16 Un. R$ 597,92
obra – COD 83318
Prejuízo R$ 682,88
Espelho incompatível com a tomada sala de aula Infiltrações no teto das salas de aulas piso
piso superior superior
ato
/F
#
Causa
Sabemos que um orçamento referenciado em projetos está sujeito a erros, mas neste caso
foi observado pela fiscalização que tais erros e divergências extrapolam por vezes o
limite da razoabilidade. Ao longo das medições foi-se constatando que havia várias
divergências entre os quantitativos apresentados na planilha e os quantitativos
mensuráveis pelos projetos. Desta forma, a fiscalização, sempre prezando pelo interesse
público, e buscando ao máximo evitar danos ao erário, procurou fazer incisivos
levantamentos de quantitativos e cálculos a cada medição. Ou seja, ao longo da execução
da obra a fiscalização teve que não só aferir o quantitativo executado, como também
fazer quase que arequantificação da obra. Um dos resultados desse empenho deu-se
junto à empresa contratada na celebração do 6º Termo Aditivo, que contempla, em sua
maioria, a supressão de serviços que não seriam realizados que “possuem quantidades
superiores ao especificado em projeto, ou possuem descrição e composição
incompatíveis com o serviço especificado no projeto, ou ainda, são serviços que não
constam nos projetos”, resultando em R$: 507.638,02 apenas em supressões ao contrato.
Ora, se a fiscalização não tivesse feito este trabalho de quantificação e acompanhamento,
se baseando única e exclusivamente nas planilhas licitadas, teria concorrido para o erro
de prejuízos inestimáveis ao erário, o que sempre foi procurado evitar. Cabe ressaltar,
que alguns itens da própria planilha orçamentária induziam facilmente ao erro a
fiscalização, bem como a própria empresa contratada, como podemos citar, a título de
ilustração, os itens 8.2, 8.3 e 8.4. Os dois primeiros se referiam a serviços de telha, cabe
destacar que no item 8.3 em sua descrição é citado “com colocação”, todavia, o item 8.4
consiste no serviço de Colocação de telhas de aço, com quantitativo correspondente à
somatória dos itens 8.2 e 8.3. O que facilmente induziria a fiscalização a mensurar os
itens simultaneamente. Tal fato pode se repetir em mais itens, não devendo tais erros
serem imputados e responsabilizados à fiscalização. Se a planilha apresentada para
licitação está sujeita a erros (e infelizmente possuía alguns, conforme constatado),
porque, então, a fiscalização é tão-somente responsabilizada pelos mesmos?
Prosseguindo, vamos à análise dos itens.
[..]
Já em relação ao item “Dobradiça latão cromada 3 x 2 ½” ” a fiscalização verificou que
houve um lapso em sua medição, fator esse decorrente do próprio erro da planilha. Pois,
como todo o conjunto das portas estava segmentado em vários itens (conjunto de
Com relação ao item placa para caixa 4”x2”, com 2 saídas RJ-45, após verificação a
fiscalização levantou os seguintes fatos:
Foi medida a totalidade de 40 unidades da placa para caixa 4” x 2”, com 2 saídas RJ-
45. Em nova visita “in loco”, a fiscalização constatou a execução de82 saídas RJ-45,
sendo 12 placas duplas em caixa 4” x 4” (24 saídas RJ-45), 12 placas duplas em caixa
4” x 2” (24 saídas RJ-45) e 34 placas com saída simples em caixa 4” x 2” (34 saídas RJ-
45). O levantamento da CGU apontou 34 unidades (o que poderiam ser 68 saídas RJ-45,
conforme descrição feita pela auditoria). Realmente o item especificado em planilha
levantou dúvidas inclusive à fiscalização, pois diverge do especificado no projeto de
elétrica, que utiliza para a maior parte das saídas de telefonia e lógica caixas 4”x4” com
duas saídas. A fiscalização acabou considerando o número de placas pelo número de
pontos de lógica e telefonia, que reflete a quantidade medida. Novamente, fica clara que
a planilha orçamentária apresentou por algumas vezes dificuldades quanto ao
levantamento dos serviços executados, o que induziu a fiscalização ao erro, por mais que
a mesma tenha procurado evitá-lo. A fiscalização reitera que em momento algum
objetivou a concorrer para quaisquer danos ao erário, conforme vem demonstrando.
Desta forma, quanto à falha na medição, a fiscalização se coloca à disposição para
eventuais esclarecimentos, e ainda entende, que, mediante esta constatação, o correto
seria a supressão dessa diferença a maior de placas em caixas 4” x 2” com 2 saídas RJ-
45 e aditivo das demais placas em caixa 4” x 4” com 2 saídas RJ-45 e placas em caixa
4” x 2” com 1 saída RJ-45, evitando quaisquer possíveis danos ao erário.
Com relação ao item Guarda corpo em tudo de aço galvanizado 1 ½”, após verificação
a fiscalização levantou os seguintes fatos:
[...]
Quanto ao item Régua em granito cinza prata polido, esp. 2cm, largura 15cm, após
verificação a fiscalização levantou os seguintes fatos:
A planilha previa uma locação de 1.500 m². Durante a execução da locação, a contratada
executou 2(dois) quadriláteros para locar a obra. Uma área (Área 1)retangular de 22,55
m de largura por 44,15 m de comprimento, abrangendo o corpo do prédio, totalizando
uma área de 995,58 m²; e uma segunda área (Área 2), um quadrilátero junto ao primeiro,
com 3 m de comprimento e 15,45 m de largura, abrangendo a área do pórtico de entrada
do prédio, totalizando uma segunda área de 46,35m²; perfazendo, assim, uma área total
de 1.041,93m² de locação.
Como alguns pontos das locações das estacas extrapolavam os limites do edifício e por
ser circular a área do pórtico de entrada, a fiscalização entendeu que a área de locação
executada pela contratada, sem deixar de permitir a correta locação da obra, procurou
ser econômica. A fiscalização não compreendeu, no entanto, como a CGU calculou a
área de 890m², mas procurou elucidar como se deu a locação da obra, entendendo não
ter concorrido para pagamentos indevidos quanto a esse item. Ressaltando-se que mediu
apenas 1.041,93m² dos 1.500,00m² previstos pela planilha, sendo o restante do item
suprimido no contrato.
Com relação ao item Poste aço cônico contínuo curvo simples, sem base, de janela 9m,
após verificação a fiscalização levantou os seguintes fatos:
Foram medidos de fato a totalidade de 9 postes, sendo 5 duplos e 4 simples. Após uma
nova revisão “in loco”, foi constatado que de fato foram executados 6 duplos e 2 simples,
Com relação ao item Janela Maxim-Ar, chapa dobrada (sem vidro e pintura), após
verificação a fiscalização levantou os seguintes fatos:
O que ocorreu foi um lapso por parte da fiscalização quando aferiu os quantitativos,
infortunamente induzido ao erro por falhas na planilha licitada, visto que a área
executada em janelas maxim-ar foi de fato 8,6m². O ocorrido foi que a fiscalização já
havia lançado em planilha os 103,68m² das janelas de correr em chapa de aço, com 4
folhas (item 07.01), que correspondem às salas de aula do térreo e do 1º Pavimento. No
entanto, as salas multiuso do 1º Pavimento possuem mais 5,76m² de janelas de correr,
que por não haver saldo neste item, a fiscalização, por um lapso, lançou no item 07.02,
janelas maxim-ar. E tal divergência passou-se desapercebida quando da supressão das
janelas não executadas. Desta forma, constata-se que realmente foram medidos R$:
2.508,78 a mais nesse item, ao mesmo tempo em que deixaram de ser medidos R$:
1.917,00 no item 07.01, que deveriam ter sido fruto de aditivo, sendo a divergência de
valores de apenas R$: 591,78. A fiscalização ainda ressalta que se tivesse detectado essa
diferença, à época do 6º termo aditivo, a contratada poderia fazer jus ao 2º
Reajustamento desse item 07.01, pois o item seria medido somente posteriormente, o que
diminuiria ainda mais essa divergência de valores. De toda forma, a fiscalização se
coloca à disposição para eventuais esclarecimentos, e ainda entende, que, mediante esta
constatação, o correto seria a supressão dessa diferença a maior e a adição da diferença
Quanto ao item Cerâmica padrão médio PEI 5, assentado sobre argamassa 1:4, após
verificação a fiscalização levantou os seguintes fatos:
Portanto, a fiscalização entende não ter concorrido para erros quanto à medição desse
item, tendo procedido conforme o demonstrado acima, medindo-o conforme o executado
de fato.Caso haja falha na metodologia adota, a fiscalização se põe à disposição para
eventuais esclarecimentos. Ressaltando-se que efetuou as devidas supressões dos
quantitativos além do necessário à execução e ao projeto. Mostrando que a fiscalização,
sempre que possível, procurou observar os quantitativos executados, de forma a evitar
danos ao erário, por mais que a própria planilha não contribuísse, a princípio, para tal.
Cabe à fiscalização informar que, o item em planilha previa o serviço “Sistema de Ar-
Condicionado” e, de fato, ao aferir sua composição, havia a descrição de “Split piso-
teto 48.000 BTU’s Quente/Frio”; 12 unidades, ao custo unitário de R$: 6.800,00, e
instalação: 12 unidades, ao custo unitário de R$: 2.850,00. Totalizando, com BDI, o
custo total de R$: 130.159,20. Todavia após o desconto aplicado o preço foi para R$:
129.111,32. Com os 2 (dois) reajustes o sistema foi para o valor de R$: 148.772,20.
Conforme já mencionado anteriormente, tal item não tinha respaldo em sua descrição
nos projetos licitados. Visto que o projeto de elétrica, seguido pelo arquitetônico, previa
cerca de 34 unidades de 18.000 btu/h. E conforme bem explicado pela auditoria, a
empresa contratada apresentou na licitação outras especificações que não condiziam
nem com o projeto, nem com a planilha.
A gestão, procurou assim, seguida pela fiscalização, evitar ao máximo danos ao erário.
Entendendo que, mediante apresentação da Nota Fiscal pela empresa contratada, mesmo
se os valores avaliados para os aparelhos fossem divergentes, a empresa estaria
amparada pelo pedido de reequilíbrio econômico-financeiro.
Todavia, entendendo que tais fatos possam ter concorrido para prejuízo ao erário, a
fiscalização, junto à administração da UFMS encontrou a existência de uma Ata de
registro de Preços de Ar-Condicionado de 2015 na UFMS, na qual os aparelhos de ar-
condicionado split de 18.000 BTU/h saem ao custo unitário de R$: 2.180,00. Há também
um contrato de 2015 para instalação de aparelhos de ar-condicionado, cujo valor para
instalação de cada aparelho split de 18.000 BTU/h é de R$: 608,00. Para as 34 unidades,
esse custo seria de R$: 94.792,00. No caso da obra, ainda incide-se o BDI, que para
equipamentos é de 12,40% para este contrato. Logo o custo, baseando-se em preços
contratados pela UFMS seria de R$: 106.546,21. Ainda, dessa forma, ainda há uma
diferença de R$: 13.959,27, que, portanto deve ser suprimida para evitar danso ao
erário, visto que seria a diferença de valor baseando-se na realidade da UFMS.A
fiscalização, de toda forma, se coloca à disposição para eventuais esclarecimentos.
Em relação ao serviço “Papeleira cromada para papel higiênico em rolo – com chave”:
Afiscalização informa, que à época da medição, acabou por passar desapercebida entre
as diferenças de descrição do serviço da planilha e o executado, até porque o projeto de
arquitetura sugeria que o modelo de papeleira fosse um quadradinho para rolos de papel
higiênico comum, semelhante ao instalado, e não o modelo grande indicado pela
auditoria, ainda que, a fiscalização reconheça que o modelo indicado pela auditoria é
mais próximo à descrição planilhar. A fiscalização não teve, em momento algum,
quaisquer intenções de gerar ônus ou prejuízos ao erário.
Informa que não conseguiu encontrar o item especificado pela auditoria de código 83318
na tabela SINAPI de Abril/2013, e também não o encontrou nas tabelas mais recentes o
serviço, ou ainda o insumo ao qual a auditoria se referiu. Todavia, em uma cotação de
preços na internet, conforme anexo, encontrou uma papeleira semelhante à utilizada na
obra pelo valor de R$: 36,50, sem considerar frete ou diferença de ICMS. (ANEXO VIII)
Todavia, atenta-se que na composição da papeleira havia a mão-de-obra para sua
instalação, orçada em 1h de serviços de servente, custando R$: 6,71, somando-se ao BDI
temos então o custo de R$: 51,85 por papeleira instalada, totalizando R$: 829,60, que
realmente se faz inferior ao valor medido que foi de R$: 1451,40, inclusos os reajustes
medidos. Nota-se que a fiscalização não aplicou reajustes sobre a mão-de-obra deste
cálculo dos R$: 51,85 da papeleira instalada, tendo em visto que pegou um valor atual
Informamos, ainda, que para o recebimento provisório da edificação, uma nova inspeção
é realizada pela fiscalização para que o edifício só seja recebido em perfeitas condições
de uso. Se ainda houver, porventura, serviços que necessitem ser reparados ou refeitos,
a fiscalização entende ser contundente o reacionamento da contratada para tal, inclusive
aplicando-se penalidades ou ações legais cabíveis, caso necessário.”
m
x
E
d
U
ifestco
an
/M
#
Dobradiça latão: a FUFMS reconhece que este item medido e pago integra a composição
da porta de madeira, devendo portanto ser ressarcido o valor pago a empresa de R$
611,11;
Guarda corpo: A FUFMS reconhece que houve medição a maior deste item, pois em suas
medições consideraram-se os quantitativos do item “corrimão”. Assim, ainda que seja
necessário aditivar o item corrimão não previsto no certame, persiste a necessidade de
glosa no valor de R$ 1.283,04 pagos indevidamente;
Régua em granito cinza prata polido, esp. 2 cm, largura 15 cm: Em sua justificativa, a
FUFMS reconhece o valor de R$ 970,83 pago indevidamente, devendo portanto ser
ressarcida pela empresa contratada;
Locação da obra: Cabe observar que em nossa medição, foi consideração a área onde foi
feito a edificação da obra, incluído a calçada existente em torna da obra, o que resultou
em 890 M², desconsiderando o calçamento, a área de locação é de 836,15 M², nos dois
casos a área é bem inferior a medida tendo tomado como referencia 1.041,93 M². A
locação da obra é o processo de transferência da planta baixa do projeto da edificação
Poste de aço cônico curvo simples: A FUFMS reconhece a divergência apontada pela
fiscalização, devendo portanto glosa o valor pago indevidamente a empresa de R$
2.398,50, sem prejuízo do aditivo a ser celebrado para o item não medido e executado
(poste duplo).
Janela máximoar, chapa dobrada: Em sua justificativa a Unidade informa que há de fato
diferença no quantitativo, e que irá promover ajustes no quantitativo de outro item medido
a menor, em todo o caso, ainda que seja acrescido o quantitativo do item “janela de
correr”o item “janela maximoar” foi medido a maior devendo ser glosado o valor pago a
maior de R$ 2.508,78;
Cerâmica padrão médio PEI 5, assentado sobre argamassa 1:4 (cimento e areia) e
rejuntado com cimento branco (Rev. Parede 0,32x0,57): Em sua justificativa a Unidade
informa que considerou para medição dos 253,35 M ² os revestimentos constantes dos
banheiros (105,40 M²) e da área de circulação (147,95 M²). Ocorre que o revestimento
instalado no banheiro é diferente tanto em medida quanto em preço do instalado na área
de circulação. Na planilha inicial contratada, havia a previsão de 220 M² de cerâmica
esmaltada PEI-4 20x20cm, a um custo unitário de R$ 31,46 para instalação nos banheiros.
O referido item foi suprimido da planilha quando da celebração do Sexto Termo Aditivo.
Mesmo tendo sido suprimido, o item foi executado e sua medição foi incluída na medição
do item “ Cerâmica padrão médio PEI 5” cujas medidas são 0,32x0,57cm e possui um
custo unitário inicial de R$ 51,48, que após os reajustes foi de R$ 58,34. Diante do
exposto, entende-se que a FUFMS deve glosar os valores pagos a maior de R$ 7.079,56
do item “Cerâmica padrão médio PEI 5 0,32x057cm”, haja vista a quantidade identifica
in loco ser de 132 M² frente a quantidade de 253,35 M² medida e paga, sem prejuízo do
quantitativo a ser acrescido do revestimento dos banheiros.
Papeleira cromada para papel higiênico em rolo- com chave: A referência do Sinapi
adotado em nosso comparativo foi a do Sinapi Nacional para Região Centro oeste,
considerando que há no Sinapi referência de preço de abril de 2013 essa deve prevalecer
sobre a pesquisa feita pela Unidade e com data atual, devendo, portanto, ser glosado o
valor de R$ 732,66.
Recomendações:
Recomendação 1: Adotar medidas visando ressarcimento ao erário federal e/ou
compensação dos valores pagos indevidamente durante a execução da obra, em virtude
de pagamentos efetuados indevidamente por serviços não executados e/ou executados em
desacordo com as especificações contratadas, bem como por serviços anteriormente
contratados pela FUFMS.
1.1.1.8 CONSTATAÇÃO
Fato
Em outro ponto, agora tendo como objetivo verificar a execução física do Contrato
Administrativo nº 223/2013, efetuou-se inspeção física no período de 21 de março de
2015 a 05 de abril de 2015, tendo sido identificadas as seguintes irregularidades:
Inicialmente, cabe mencionar que a obra encontra-se em estágio final de execução, com
cerca de 97,76% concluído, conforme dados Simec da obra nº 42.350, expirando sua
vigência em 25 de março de 2016, conforme Sexto Termo Aditivo ao Contrato nº
223/2013.
A obra foi inspecionada tendo por base aos serviços medidos até a Vigésima Terceira
Medição, a qual compreende o período de 13 de outubro 2015 a 12 de novembro de 2015.
A Lei n.º 10.098, de 19 de dezembro de 2000, estabelece normas gerais e critérios básicos
para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, dentre elas destaca-se a seguinte obrigatoriedade:
II – pelo menos um dos acessos ao interior da edificação deverá estar livre de barreiras
arquitetônicas e de obstáculos que impeçam ou dificultem a acessibilidade de pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;” Original sem grifo
Fonte: Projetos disponibilizados em mídia digital pela FUFMS – CGU/MS 2016, registro fotográfico no
período de 21/03/2015 a 05/04/15.
Dessa forma, em virtude da inexistência de rota externa acessível, no qual se verifica que
o piso (grama) não possui superfície regular, dado o desnível de quase 60 cm de altura,
não é estável e antiderrapante, sendo agravado quando do período de chuvas, conclui-se
pela ausência de acessibilidade aos usuários do Bloco de Química.
ato
/F
#
Causa
Mediante análise das justificativas apresentadas pela Unidade ratifica-se o fato de que a
edificação do Bloco de Química não contempla a devida acessibilidade aos usuários, cabe
destacar que até o final de nossos trabalhos, não foi promovido nenhum aditivo ao
contrato nº 222/2013 regularizando a situação, tampouco evidenciou-se nova contratação
para execução da infraestrutura necessária para garantir a acessibilidade dos usuários.
trI
o
aliseC
n
/A
#
Recomendações:
Recomendação 1: Recomenda-se que a Unidade implemente controles e check-list para a
verificação da adequabilidade dos projetos arquitetônicos e de engenharia anteriormente
a aprovação para o prosseguimento, em especial quanto a previsão de obras
complementares de acessibilidade aos portadores de necessidades especiais, em
conformidade com a legislação vigente.
III – CONCLUSÃO
Em face dos exames realizados, somos de opinião que a Unidade Gestora deve adotar
medidas corretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados nos itens:
1.1.1.2 - Ausência de parecer jurídico acerca da minuta do Edital, bem como dos atos
praticados na condução do certame;