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SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

Unidade Auditada: FUNDACAO UNIVERS.FED. DE MATO GROSSO DO


SUL
Município - UF: Campo Grande - MS
Relatório nº: 201503421
UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO
ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL

RELATÓRIO DE AUDITORIA

Chefe,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201503421,


apresentamos os resultados dos exames realizados sob atos e consequentes fatos de
gestão, ocorridos na suprarreferida, no período de 01 de janeiro de 2014 a 31 de março
de 2015, relacionados à obra de construção de salas de aulas destinadas ao Curso de
Química.

I – ESCOPO DO TRABALHO

Os trabalhos de campo foram realizados na Sede da Unidade Gestora em Campo


Grande/MS, no período de 16 de fevereiro de 2016 a 20 de março de 2016, em estrita
observância às normas de auditoria aplicáveis ao serviço público federal, objetivando a
análise da atuação da FUFMS nas etapas de execução da obra de construção de salas de
aula destinadas ao Curso de Química. Nenhuma restrição foi imposta aos nossos exames,
realizados por amostragem, sobre o Processo Administrativo nº 23104.0071482/2013-35.

II – RESULTADO DOS EXAMES


1 EXPANSÃO DA REDE FED. DE EDUC. PROFIS. E TEC.
1.1 EXPANSÃO DA REDE FED. DE EDUC. PROFIS. E TEC.
1.1.1 CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS

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1.1.1.1 CONSTATAÇÃO

Restrição à competitividade da Concorrência nº 10/2013.

Fato

Trata-se de auditoria pontual inerente ao Programa de Expansão e Reestruturação de


Universidades Federais de Ensino Superior (Reuni), para o qual foram alocados recursos
orçamentários destinados à realização de obras de engenharia na Fundação Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul (FUFMS) em seu campus no município de Campo
Grande/MS.

A obra, objeto deste trabalho, foi contratada mediante a licitação, Concorrência nº


10/2013, autuada pelo processo nº 23104.0071482/2013-35, a qual teve como objeto a
contratação de empresa destinada à construção de “Unidade Padrão 1 – Salas de aula,
Salas de Professores e Laboratórios do Instituto de Química”, no valor estimado de R$
2.320.756,61, tendo sido registrada no Sistema de Monitoramento de Obras do Ministério
da Educação (Simec) sob o nº 42.350.
Conforme constou do item 1.5 de seu instrumento convocatório, adotou-se como regime
de execução a empreitada por preço unitário, tendo como critério de julgamento o menor
preço.
Para condução deste certame foi designada pela Portaria nº 373, de 22 de abril de 2013,
comissão permanente de licitação, composta pelos servidores:

- Presidente da Comissão CPF (***.024.251-**);


- Membro da Comissão CPF (***.298.861-**);
- Membro da Comissão CPF (***.945.731-**).

Como resultado desse certame, foi celebrado entre a FUFMS e a Empresa Sanches &
Pawlina LTDA-ME (CNPJ: 13.628.966/0001-10), o contrato administrativo nº 222/2013,
de 06 de dezembro de 2013, tendo como objeto a edificação do bloco de química, a um
custo total contratado de R$ 2.214.500,00 em face à estimativa inicial de R$
2.320.756,61, o que representou um desconto de 4,58% frente aos valores inicialmente
estimados.
Analisando as condições estabelecidas no presente Edital verificaram-se ilegalidades que
macularam a competitividade desse certame, conforme descrito a seguir:

a) Índices contábeis em patamares indevidos.


O edital em tela exigiu das empresas interessadas que apresentassem, para fins de
habilitação, índices contábeis iguais ou superiores aos índices apurados pela Revista
Exame (Maiores e Melhores de 2012), tendo sido exigido os seguintes índices mínimos:

Quadro: Índices Contábeis exigidos no Edital Concorrência nº 10/2013

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Fonte: Edital Concorrência nº 10/2013 clausula 2.1 letra “b”

Como justificativa para essa exigência editalícia, a FUFMS, consignou no instrumento


convocatório sua fundamentação tendo por base o fato de que a Unidade, em contratos
recentes, oriundos de outras licitações que exigiram índices de liquidez menor ou igual a
“1,5” apresentaram problemas na execução de suas obras, tais como abandono do canteiro
de obras, gerando prejuízos em virtude de reajustes para contratação do remanescente da
obra.

Para corroborar seus argumentos, a FUFMS valeu-se do Acórdão nº 1.593/2010 – 2ª


Câmara, do Tribunal de Contas da União (TCU), mencionando-o em Edital, dando
destaque aos seguintes trechos do acórdão:

Acórdão nº 1.593/2010 – 2ª Câmara/TCU.

[...]

“os índices econômicos requeridos das licitantes estavam totalmente destoantes da


realidade do mercado, em desacordo com a Lei nº 8.666/93”

[...]

“A irregularidade pôde ser confirmada a partir dos dados publicados pela Revista
Exame no ano de 2005 (Melhores e Maiores), que demonstraram que a média dos
referidos índices para as empresas de construção civil situou-se em patamar bem
inferior.”

Oportuno mencionar que a referida exigência editalícia foi objeto de impugnações por
parte de duas empresas interessadas (CNPJ: 12.770.037/001-88 e CNPJ:
03.492.162/0001-82) tendo sido julgadas improcedentes, frente a mesma fundamentação
que constou do Edital quando de sua exigência.

Inicialmente, cabe destacar que o Acordão da Corte de Contas Federal, mencionado no


Edital para justificar os valores mínimos dos índices contábeis exigidos, refere-se à
exigência de índices que segundo o TCU são “destoantes da realidade do mercado”,
sendo inclusive superiores aos índices de empresas da construção civis tidas como
maiores e melhores no ano de 2005 segundo critérios da Revista Exame. Logo, é
distorcido do real sentido o entendimento que a FUFMS busca dar à determinação
expedida por aquela Corte.

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Nota-se que em nenhum momento o TCU atribui a essas empresas o referencial como
sendo o praticado no mercado, apenas demonstra que os índices exigidos no certame, por
ele auditado, encontravam-se superiores inclusive aos índices de empresas de ponta para
o setor, não o revestindo de um referencial a ser adotado em licitações futuras.

Recorrendo à norma legal acerca da habilitação dos licitantes, verifica-se que a Lei
Federal 8.666/93, de 21 de junho de 1993, obriga o Poder Público a verificar, quando da
habilitação dos licitantes, se os interessados no procedimento licitatório possuem aptidão
para responder pelos encargos financeiros e econômicos decorrentes da celebração do
contrato que irá ser celebrado.

Nesse contexto, a Lei nº 8.666/93 admite, no § 1º de seu art. 31, a fixação de índices
contábeis no ato convocatório, com o propósito de permitir à Administração aferir, de
forma objetiva, se o interessado reúne as condições necessárias para suportar as despesas
relativas à execução do objeto contratual.

“§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do


licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o
contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de
rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)”

No mesmo diapasão, a Lei Federal de Licitações, no § 2º, do mesmo artigo, estabelece a


possibilidade de a Administração fixar a exigência de capital mínimo ou de patrimônio
líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1º do art. 56 da Lei 8.666/93, com o
objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes.

“§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e


serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de
capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no
§ 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação
econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do
contrato a ser ulteriormente celebrado.”

Nesse contexto, considerando a interpretação conjugada das disposições constantes dos


§§ 1º e 2º do art. 31 da Lei de Licitações, verifica-se que a aferição da capacidade
financeira do licitante pode ocorrer de forma alternativa. Assim, entende-se que cabe ao
edital não só eleger os índices para efeito de exame da qualificação econômico-financeira,
mas também deve indicar que, se não atendidos esses índices, a habilitação do licitante
ainda será possível, desde que aferida à capacidade econômico-financeira com base em
outros requisitos previstos no § 2º do art. 31 da Lei nº 8.666/93.

Por sua vez, acerca do tema, o Tribunal de Contas da União (TCU), mediante o Acórdão
nº 3.197/2010- Plenário vedou a inabilitação sumária de licitante que apresente índices
de capacidade financeira (ILG, ISG e ILC) inferiores a 1,0 :

“em relação aos atos convocatórios das futuras licitações envolvendo a aplicação de
recursos públicos federais, abstenha-se de incluir as seguintes exigências/cláusulas:

[...]

Previsão de inabilitação sumária de licitante que apresentar índices de capacidade


financeira (ILG, ISG e ILC) inferiores a 1,0 (um), inexistindo previsão da possibilidade

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de os licitantes que se encontrarem nessa situação comprovarem, por outros meios, como
o capital mínimo ou patrimônio líquido ou, ainda, prestação de garantia, que detém
condições de adimplir com o futuro contrato, conforme franqueado no subitem 7.2 da
Instrução Normativa/MARE nº 5/95, e em dissonância com os Acórdãos nos. 948/2007 e
1291/2007-Plenário e 6613/2009-1ª Câmara;”

A luz desse entendimento exarado pela Corte de Contas Federal verifica-se que a
Instrução Normativa/MARE nº 5/95, mencionada no suprarreferido acórdão, estabelece
que no Sistema de Cadastramento Unificado de Serviços Gerais (Sicaf) a comprovação
da boa situação financeira das empresas inscritas nesse sistema terá por base a verificação
dos índices de Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez Corrente (LC).

Seguindo o mesmo entendimento, a Instrução Normativa MPOG/SLTI nº 2, de 11 de


outubro de 2010, no âmbito federal, disciplina em seu art. 43 a obrigatoriedade de que
nos atos convocatórios constem cláusulas que assegurem o cumprimento de seus
dispositivos de forma a comprovar a situação financeira mediante índices, bem como
estabelece em seu art. 44 o resultado mínimo que esses índices devem apresentar.

“Art. 43

[...]

V - a comprovação da situação financeira da empresa será constatada mediante


obtenção de índices de Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez Corrente
(LC), resultantes da aplicação das fórmulas”

[...]

Art. 44 O instrumento convocatório deverá prever, também, que as empresas que


apresentarem resultado igual ou menor que 1 (um), em qualquer dos índices referidos no
inciso V do art. 43 desta norma, quando da habilitação, deverão comprovar,
considerados os riscos para a Administração, e, a critério da autoridade competente, o
capital mínimo ou o patrimônio líquido mínimo, na forma dos §§ 2º e 3º, do art. 31 da
Lei nº 8.666, de 1993, como exigência para sua habilitação, podendo, ainda, ser
solicitada prestação de garantia na forma do § 1º do art. 56 do referido diploma legal,
para fins de contratação.”
Diante desses normativos, verifica-se que a exigência constante da clausula 2.1 letra “b”
do Edital Concorrência nº 10/2013 cerceou a competitividade do certame ao estabelecer:

- índices contábeis que tem como fundamento problemas de execução em contratações


anteriores, ao invés de demonstrar a capacidade financeira somente com vistas aos
compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato;
- índices contábeis que não representam a média do mercado, e sim a média de empresas
consideradas maiores e melhores no exercício de 2012 segundo a Revista Exame;
- inabilitação sumária sem aferição da capacidade econômico-financeira com base em
outros requisitos previstos no § 2º do art. 31 da Lei nº 8.666/93.

b) Capacidade técnica operacional e profissional sem relevância técnica.

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No Edital da Concorrência em tela, verificou-se a existência de cláusula obrigando
empresas interessadas a apresentarem atestados de capacidade técnico-operacional nos
seguintes parâmetros mínimos:
Quadro: Parcelas de maior relevância técnica e valor significativo.

Fonte: Edital Concorrência nº 10/2013 clausula 2.2 letra “g.1.1”.

Quanto à qualificação técnico-profissional, o edital exigiu que o profissional detentor de


acervo técnico comprovasse a execução de obras com características semelhantes às do
objeto licitado, devendo a comprovação de um item ser feita em um único documento:
Quadro: Parcelas de maior relevância técnica e valor significativo.

Fonte: Edital Concorrência nº 10/2013 clausula 2.2 letra “g.2”.

A Lei 8.666/93 condiciona a exigência de quantitativos mínimos ao atendimento de dois


critérios relevância técnica e valor significativo, conforme se observa no comando
insculpido no § 2º do art. 30 da referida Lei:
“§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no
parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)”
Analisando os quantitativos mínimos exigidos em edital, verifica-se que nem todos os
itens se revestem de relevância técnica acerca do objeto licitado. Senão vejamos:
Foram exigidos, das empresas interessadas, atestados que comprovassem a capacidade
técnico-operacional de fornecimento de 5.900 Kg de Aço CA 50/60, bem como 90 metros
cúbicos de concreto usinado. Esses itens, apesar de comporem a planilha de preços
licitada, não se referem à execução de serviços e sim ao mero fornecimento desses
produtos, não sendo, portanto relevante tecnicamente.

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Verifica-se que nesses itens não há justificativa técnica, para que a FUFMS atribuísse
quantitativos mínimos a serem comprovadas pelas licitantes em seus atestados. Acerca
do tema o TCU já pacificou esse entendimento quando da edição da Súmula nº 263/11:

“Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes, e desde que


limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do
objeto a ser contratado, é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos
mínimos em obras ou serviços com características semelhantes, devendo essa exigência
guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado.”

Outro ponto refere-se ao quantitativo mínimo adotado pela FUFMS, quanto ao item “aço
CA 50/60”, sendo que no certame consta um total de 11.672,70 Kg, tendo sido exigido
atestado de 5.900kg (51%). Conforme os Acórdãos 1.284/2003, 1.949/2008 e 2.215/2008,
todos do Plenário do TCU, não se devem exigir percentuais mínimos acima de 50% dos
quantitativos dos itens de maior relevância da obra, salvo em casos excepcionais,
devidamente justificados no processo de licitação o que não se verifica no caso em tela.

Logo, se esses itens não se revestem de relevância técnica para comprovação da


capacidade técnica-operacional, sendo que ao consigna-los em edital a FUFMS restringiu
a competitividade do certame aos exigir atestados de capacidade técnica (operacional e
profissional) sem a devida relevância técnica.

c) Orçamento inicial licitado com desequilíbrio.


No orçamento anexo ao Edital não se identificaram custos referentes à administração
local, seja na planilha de custos diretos ou inseridos na Bonificação de despesas indiretas
- BDI. Assim, o ato convocatório de início não possibilita a formatação de propostas
viáveis de execução, uma vez que os interessados estão limitados aos preços de referência
divulgados pela FUFMS.
A ausência de valores referentes ao item Administração Local seguramente acarretará
desequilíbrio ao futuro contrato, podendo comprometer a qualidade e a execução da obra,
além de restringir o universo de empresas interessadas, visto as mesmas terem que
apresentar propostas de preços, no certame, contemplando a absorção desses custos sem
a contrapartida de recebimento dessas parcelas por parte da Administração.
Durante a execução do contrato decorrente do Edital Concorrência nº 10/2013
identificou-se que o contrato foi aditivado, tendo sido incluída na planilha de preços os
valores referentes à administração local. Para que se tenha ideia dos custos não
computados no orçamento constante do edital, verificou-se, considerando os valores
pagos até a 23ª medição para o item administração local, o pagamento no montante de R$
208.645,95, o equivalente a 9,42% do valor contratado.

Acerca do tema, o Tribunal de Contas da União, mediante Acórdão nº 458/2011 –


Plenário, dispõe do seguinte entendimento:

“planeje adequadamente as obras e reformas da Superintendência, de forma a evitar


erros ou falta de quantitativos, serviços e especificações nas licitações pertinentes e
evitar inclusões informais ou aditamentos formais para inclusão intempestiva de novos
serviços (perfeitamente previsíveis no início do certame), que descaracterizam o objeto
licitado e importam descumprimento dos preceitos básicos da Lei 8.666/93, além de
prejuízo ao controle e à segurança jurídica;”

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Situação contrária também foi identificada, ou seja, foram identificados itens da planilha
de preços da Concorrência nº 10/2013, tais como “Elaboração do Orçamento Base”,
“Projeto Estrutural”, “Projeto Elétrico/hidráulico”, os quais já constavam do certame.

Verificou-se nos autos do processo da Concorrência nº 10/2013 que a FUFMS, em


procedimento licitatório anterior, já havia contratado empresas para a elaboração de
planilha orçamentária, cronograma de execução, detalhamento de BDI, Projetos de
elétrica, lógica, hidrosanitário, arquitetônico, e estrutural, conforme Anotações
Responsabilidade Técnica-ART, recolhidas pelos profissionais que as executaram, abaixo
detalhados:

Quadro- Projetos Elaborados para realização da Concorrência nº 10/2013.

Projetos ART Empresa


Elétrica (A e B) e logica ART nº 11474116 Tecnel Tecnologia
Elétrica (A e B) e logica ART nº 11446047 Tecnel Tecnologia
Hidrosanitária ART nº 11454362 Manoel Roberto Rocha
Arquitetônico RRT 1201552 Ligia Velloso Mauricio
Planilha orçamentaria - Cronograma Físico
Financeiro – Composição BDI ART nº 11472194 JF Engenharia
Estrutural ART nº 11473521 Jose Roberto Araújo Braga
Estrutural ART nº 11444411 Jose Roberto Araújo Braga
Fonte: Processo Administrativo nº 23104.0071482/2013-35 – Vol. I ao VI

De suma importância destacar que caso essas informações não constassem do certame, as
empresas interessadas não teriam sequer condições de elaborarem suas propostas de
preços ante a falta de caracterização do objeto a ser licitado.

Logo, devido à ausência de custos que deveriam constar da planilha de preços, bem como
a inserção indevida de itens, o Edital da Concorrência nº 10/2013 apresentou orçamento
desequilibrado, ocasionando restrição no universo de empresas interessadas.

Diante de todos os fatos acima expostos, conclui-se que, na realização da Concorrência


nº 10/2013, em seu edital constaram cláusulas que restringiram sua competitividade.
ato
/F
#

Causa

Aprovação, pelo Pró-Reitor de Administração da UFMS, em 11 de setembro de 2013, de


edital com cláusulas restritivas à competição do certame, mitigando os ditames da Lei
Federal de Licitações.
s
au
/C
#

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 048/2016-AUD/COUN, de 16 de agosto de 2016, a FUFMS


apresentou a seguinte manifestação:

“a) Índices contábeis em patamares indevidos


Quanto a presente constatação de que os índices contábeis utilizados no Edital em tela
estavam em patamares indevidos, primeiramente cumpre destacar o que diz a Lei nº
8.666/1993, em seu Art. 31, §5º:

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“§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva,
através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados
no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório,
vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação
de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da
licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994).” (grifo nosso)

Portanto, a regra geral da Lei de Licitações foi observada pela Comissão, pois fez-se
constar em edital as justificativas para a utilização de tais índices.

No que tange a escolha dos mesmos com base nos resultados apresentados pela Revista
Exame (Melhores e Maiores 2012), esclarecemos que tal escolha foi decorrente da
leitura do Acórdão 1.593/2010-2ª Câmara/TCU, o qual trouxe entendimento de que os
mesmos balizaram a constatação de uma irregularidade noutro procedimento de
verificação:

Acórdão nº 1.593/2010 – 2ª Câmara/TCU.


[...]
“os índices econômicos requeridos das licitantes estavam totalmente destoantes da
realidade do mercado, em desacordo com a Lei nº 8.666/93”
[...]
“A irregularidade pôde ser confirmada a partir dos dados publicados pela Revista
Exame no ano de 2005 (Melhores e Maiores), que demonstraram que a média dos
referidos índices para as empresas de construção civil situou-se em patamar bem
inferior.” (grifo nosso)

Logo, não se trata de distorção e sim de zelo com a coisa pública, com o único objetivo
claro de cercar a Administração de bons fornecedores.

[...]

Embora seja evidenciado certo rigor da CPLOSE na fixação destes índices, não se pode
tomar como uma ilegalidade, haja vista a discricionariedade do órgão tendo como
objetivo principal a salvaguarda do interesse público. O Acórdão nº 1.417/2008-
Plenário, citado pelo Procurador da UFMS em seu Parecer nº 546/2013, no qual
acompanha enfaticamente a posição da CPLOSE (fls 285 a 293 do PA nº
23104.007148/2013-91) traz alusão à legalidade de exigência maior que a prevista na
IN/Mare 5, conforme trecho extraído da folha 291 do processo:

Complementando, destacamos o entendimento do autor Taras Savytzky, também exposto


no Parecer nº 546/2013 do Procurador da UFMS, às folhas 288V:

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Cumpre ressaltar ainda o exposto pela Procuradoria Jurídica da UFMS (fls 291) no
tocante a discricionariedade da UFMS em agir com mais rigor no processo licitatório
em questão:

Verifica-se, portanto, que a CPLOSE agiu em conformidade com a Lei, ao considerar os


riscos inerentes à contratação, não utilizando índices contábeis mínimos como critério
de qualificação econômico-financeiro, conforme excerto do entendimento do Procurador
(fl. 284):

Neste diapasão, a UFMS apenas preocupou-se em mitigar os riscos de fracasso da


execução contratual ao cercar-se de bons fornecedores, tendo em vista que em certames
anteriores a utilização de baixos índices de liquidez para comprovação de boa situação
financeira acarretaram problemas na execução de suas obras, como abandono do
canteiro, gerando prejuízos para o erário público. Sendo esta atitude condizente com a
legislação, que obriga o gestor a considerar os riscos da contratação ao verificar a
capacidade econômico-financeira na fase de habilitação.

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Quanto à constatação de inabilitação sumária de empresas cuja capacidade financeira
com índices abaixo do estipulado no Edital, trazemos a baila o exposto pelo Procurador
da UFMS às folhas 291, conforme transcrição abaixo:

Cabe salientar que, conforme consta no documento às folhas 629 do processo licitatório,
5 (cinco) empresas, Engelec – Engenharia Elétrica e Civil-ME; Marco Arquitetura,
Engenharia, Construções e Comércio Ltda; Construtora, Engenharia e Incorporadora
São Tomas Ltda-ME; Sanches e Pawlina Ltda-EPP e E.L.D. Arquitetura e Construções
Ltda-ME, participaram da fase de habilitação da licitação, sendo que apenas uma delas
(E.L.D. Arquitetura e Construções Ltda-ME) foi inabilitada por não ter apresentado
atestados de capacidade técnico-operacional condizentes com as exigências editalícias.
É evidente, portanto, que os índices não cercearam a competitividade do certame,
tampouco favoreceram qualquer uma das empresas licitantes.

Ressalta-se que as impugnações interpostas pelos concorrentes sobre este mesmo tema,
foram devidamente analisadas e julgadas em estrito atendimento a Lei, pela CPLOSE,
conforme defesa às folhas 309 a 311 e acatadas pela Procuradoria Jurídica da UFMS,
conforme Parecer nº 546/2013.

Diante do exposto, foi plausível a utilização dos índices propostos, considerando o


amparo legal já citado, em vista que a principal preocupação foi a preservação do
interesse público.

b) Capacidade técnica operacional e profissional sem relevância técnica


Considerando que tais elementos deveriam já compor o Projeto Básico de licitação.
Considerando a pouca experiência técnica da CPLOSE que conduziu a presente
contratação, haja vista que o membro da área técnica de engenharia/arquitetura titular
encontrava-se afastado, sendo substituído por suplente que não é da área técnica, a
CPLOSE arbitrou quanto aos itens de maior relevância utilizando-se do Método da
Curva ABC, cujo objetivo é classificar os itens de maior importância ou impacto para a
organização. Reconhecemos tal falha, e de forma pró-ativa, informamos que nas
contratações realizadas pela CPLOSE a partir de 2014, os critérios de capacidade
técnica operacional já compunham o Projeto Básico elaborado pela área técnica da
UFMS, além de pelo menos dois membros da referida Comissão, um titular e outro
suplente serem oriundos da área técnica de engenharia da UFMS. Ademais, apesar de
pouco poder se contextualizar quanto a essa constatação, acreditamos que a utilização
dos critérios elencados não configura necessariamente irrelevância técnica para
comprovação da capacidade técnica-operacional, tendo em vista que o fornecimento do
material pressupõe a capacidade de empregá-lo corretamente na obra.

Quanto à exigência mínima de 51% para comprovação de capacidade técnico-


operacional para o item Aço CA 50/60, deu-se por causa do arredondamento das
quantidades, uma vez que a proposta previa 11.672,70kg, onde 50% resultariam em
5.836,35kg, no entanto foi exigida a comprovação de 5.900kg. Apesar do ocorrido, não

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houve recurso impetrado pelas concorrentes neste item, não comprometendo assim o
resultado final, tampouco restringindo a competitividade.

Por fim, ressaltamos que a partir de 2014, a unidade técnica da UFMS passou a
contemplar no Projeto Básico quais os itens mais relevantes a serem considerados para
comprovação de capacidade técnica-operacional nos editais de licitação e conforme
Portaria nº 1.143 de 22 de outubro de 2014, que altera a composição da CPLOSE, foram
promovidas as substituições necessárias para que a comissão tivesse dois membros
(incluindo o suplente) com conhecimento técnico (engenheiros).

Registre-se, por fim, que no mesmo ano, em contratações de menor vulto, a CPLOSE
utilizou em seus editais de licitação índices contábeis menores, a exemplo das Tomadas
de Preços nº 08, 09, 10 e 11/2013, demonstrando assim a proporcionalidade devida no
trato das contratações mantidas por esta UFMS.

c) Orçamento inicial licitado com desequilíbrio


Conforme mencionado no próprio relatório, o orçamento inicial foi elaborado por uma
empresa terceirizada, sendo devidamente analisado e aprovado pela área técnica. Cabe
ressaltar que a CPLOSE não teve participação na elaboração do orçamento base, sendo
de responsabilidade da área técnica (Coordenadoria de Projetos e Obras) a análise dos
itens que compõe a proposta.”
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#

Análise do Controle Interno

Seguindo a ordem sequencial das justificativas apresentadas pela FUFMS, entende -se
que :

a) Índices contábeis em patamares indevidos.

A FUFMS não apresentou justificativas que elidissem a exigência de índices contábeis


que tiveram como fundamento problemas de execução ocorridos em contratações
anteriores. Ademais, os índices financeiros exigidos não representam a média do
mercado, e sim a média de empresas consideradas maiores e melhores no exercício de
2012 segundo a Revista Exame, ou seja, exigindo dos licitantes a demonstração de
capacidade financeira além dos compromissos que empresas interessadas teriam que
assumir caso lhe seja adjudicado o contrato.
b) Capacidade técnica operacional e profissional sem relevância técnica

A Unidade, em suas justificativas, argumenta que a CPLOSE detinha pouca experiência


técnica acerca do objeto a ser contratado (Obra de engenharia), e que diante da ausência
de informações quanto aos critérios de capacidade técnica operacional no projeto básico
da obra, a mesma, adotou para seleção dos itens de maior relevância, o Método da Curva
ABC, cujo objetivo foi o de classificar, segundo a comissão, os itens de maior importância
ou impacto para a organização.

Ocorre porém, conforme já relatou anteriormente, que os referido itens não se revestem
dos requisitos previstos em Lei pata sua exigência. A Lei 8.666/93 condiciona a exigência
de quantitativos mínimos ao atendimento de dois critérios relevância técnica e valor
significativo, conforme se observa no comando insculpido no § 2º do art. 30 da referida
Lei:

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12
“§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no
parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)”
Dessa forma, as justificativas apresentadas pela FUFMS não elidiram a restrição à
competitividade ocasionada pela exigência indevida de itens sem relevância técnica.
c) Orçamento inicial licitado com desequilíbrio.
As justificativas apresentadas pela FUFMS, não trazem fato novo a ser analisado, apenas
informa que a responsabilidade pela elaboração do orçamento base recai sobre a
Coordenadoria de Projetos e Obras.

Assim, as justificativas apresentadas pela FUFMS não trouxeram fatos novos que elidissem
ou mitigassem os fatos ora relatados.
trI
o
aliseC
n
/A
#

Recomendações:
Recomendação 1: Apurar responsabilidade a quem deu causa à realização de certame com
restrições à competitividade.

1.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Ausência de parecer jurídico acerca da minuta do Edital, bem como dos atos
praticados na condução do certame.

Fato

Verificou-se que no processo nº 23104.0071482/2013-35, no qual atuou-se a


Concorrência nº 10/2013, a existência de dois pareceres da Procuradoria Jurídica da
FUFMS, parecer nº 624/2012 de 02 de outubro de 2012 e parecer nº 427/2013, de 19 de
agosto de 2013, sendo que ambos não se referem à Concorrência nº 10/2013, sendo o
primeiro atinente à obra “Leiteria – Fazenda Escola - FAMEZ”, e o segundo referente à
contratação na modalidade RDC.
Quadro – Pareceres Jurídicos Acostados nos Autos do processo nº
23104.0071482/2013-35.

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13
Fonte: Processo nº 23104.0071482/2013-35 – Vol. VI

Acerca do tema, o parágrafo único do art. 38 da Lei nº 8.666/93, disciplina o seguinte:


“Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos,
acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por
assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)”
Nesse sentido cabe mencionar que o exame jurídico prévio de editais e de minutas de
instrumentos contratuais não pode e não deve ser visto e tratado como mera formalidade.
É, em realidade, ato que se inclui na fase interna da licitação e que possui grande
importância, até porque uma análise jurídica mais abalizada fomentaria a prevenção de
ilegalidades identificadas no instrumento convocatório da Concorrência nº 10/2013 e
contribuiria para o bom andamento da licitação.
ato
/F
#

Causa

Ausência de diligência visando provocar a manifestação de parecer jurídico acerca da


Concorrência nº 10/2013.
s
au
/C
#

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 048/2016-AUD/COUN, de 16 de agosto de 2016, a FUFMS


apresentou a seguinte manifestação:

“No que tange a alegação de ausência de parecer jurídico acerca da minuta do Edital, bem
como dos atos praticados na condução do certame, não merece prosperar haja vista haver
exame jurídico prévio, ainda que não exarado em parecer jurídico específico.

Informamos que o processo foi submetido à análise da Procuradoria Jurídica, conforme


despacho de encaminhamento às folhas 210 do processo.

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14
Em resposta, o Procurador manifestou o entendimento de que se tratava de contratação
análoga a outras duas anteriores, podendo-se aplicar as mesmas disposições exaradas
nos pareces citados no relatório, conforme transcrição da resposta apensada às folhas
211: “Aplica-se ao caso o parecer já exarado sobre a matéria em anexo. (624/2012 –
427/2013)”.

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15
Ademais, o edital às folhas 188 a 209 do processo foi devidamente analisado e aprovado
pela Procuradoria Jurídica da UFMS, conforme os vistos de aprovação apostos no
referido instrumento editalício, assim como a impugnação impetrada fora também
encaminhada a PROJUR a qual emitiu o Parecer nº 546/2013, restando comprovado e
afastando desta forma a alegação de ausência de parecer jurídico acerca da minuta do
Edital, bem como dos atos praticados na condução do certame.”
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Análise do Controle Interno

A FUFMS em sua justificativa argumenta que a análise jurídica da Concorrência nº


10/2013 ocorreu em dois momentos, o primeiro destinado à análise prévia do edital, para
o qual foram emitidos os pareceres da Projur nº 624/2012 e 427/2013, o segundo referente
à impugnação impetrada por licitante, tendo sido emitido Parecer da Projur nº 546/2013.

Ocorre, porém, que somente o Parecer nº 546/2013 é atinente à Concorrência nº 10/2013,


sendo os demais pareceres destinados a analises de outros certames que não se coadunam
quanto ao objeto e a modalidade licitatória adotada sob a égide da Concorrência nº
10/2013. Não havendo, portanto, análise jurídico para o certame em tela.
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#

Recomendações:
Recomendação 1: Adotar rito processual contemplando a manifestação de seu procurador
jurídico nos processos de contratações realizados pela Unidade.

1.1.1.3 CONSTATAÇÃO

Previsão em Edital de procedimento indevido à constituição de garantia de


execução.

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16
Fato

Em outro ponto do Edital da Concorrência nº 10/2013, verificou-se que a cláusula nove,


a qual trata das garantias de execução do contrato, foram definidos procedimentos
indevidos a serem observados pela empresa contratada caso fosse escolhida garantia em
sua modalidade “caução em dinheiro”.

Para essa modalidade, o certame condicionou a abertura de conta corrente em nome do


contrato, bem como elegeu sua constituição vinculada à retenção de 5% quando dos
pagamentos das notas fiscais emitidas pela empresa contratada, conforme demonstrado
no quadro abaixo:

Quadro: Garantias contratuais exigidas Concorrência nº 10/2013.

Fonte: Edital Concorrência nº 10/2013 clausula 9.

Analisando a legislação em voga, no que diz respeito garantias contratuais, verifica-se


que o edital deve observar determinadas regras assegurando não só à Administração sua
execução em caso de inadimplemento, como ao Contratado o devido valor corrigido no
caso de cumprimento do contrato e prestada a garantia em dinheiro.

Para tanto, em se tratando de caução em dinheiro, o edital deve prever que, uma vez
adotada pela contratada essa modalidade de garantia, que a mesma seja efetuada em conta
bancária que assegure a correção monetária, de forma a viabilizar, quando de sua
restituição, o valor devidamente corrigido, conforme estabelecido pelo § 4º do art. 56 da
Lei nº 8.666/93, fato não previsto no edital.

“§ 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução


do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.”

Quanto à instituição financeira na qual a conta deve ser aberta, o Decreto-lei nº 1.737/79
nomeia, em seu art. 1º, inc. IV, a Caixa Econômica Federal como sendo a instituição
financeira responsável pela guarda desses recursos, conforme transcrito abaixo:

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“Art 1º - Serão obrigatoriamente efetuados na Caixa Econômica Federal, em dinheiro
ou em Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, ao portador, os depósitos:
[...]

IV - em garantia, na licitação perante órgão da administração pública federal direta ou


autárquica ou em garantia da execução de contrato celebrado com tais órgãos.

No mesmo sentido, forma-se o art. 82 do Decreto nº 93.872/86, que dispõe sobre a


unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional:

“Art. 82 Os depósitos para garantia, quando exigida, das obrigações decorrentes de


participação em licitação e de execução de contrato celebrado com órgãos da
administração federal centralizada e autarquias, serão obrigatoriamente efetuados na
Caixa Econômica Federal, à ordem da autoridade administrativa competente (Decreto-
lei nº 1.737/79, art. 1º, IV).”

Nota-se que esses diplomas legais atribuem à Administração a posse do valor dado em
garantia logo a titularidade da conta bancária, em que deverá ser depositada a garantia,
será da Administração, no caso da FUFMS.

O mesmo entendimento é extraído dos arts. 1.431 e 1.433, inc. I, ambos do Código Civil,
no qual se exige a transferência efetiva da posse do valor dado em garantia. Assim, a
conta bancária na qual será depositada a caução em dinheiro deve ser aberta em nome da
própria Administração contratante, credora dessa garantia.

“Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia
do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma
coisa móvel, suscetível de alienação.

[...]

Art. 1.433. O credor pignoratício tem direito:

I - à posse da coisa empenhada;”

Logo, observa-se a falta de clareza ao ser contemplado cláusula atribuindo ao


“contratado” a titularidade da conta bancária.

No mesmo condão, verificou-se que a constituição da garantia, atrelada aos pagamentos


efetuados à empresa contratada, não se coaduna com o comando legal previsto no §2º do
art. 56 da Lei 8.666/93, o qual disciplina que a garantia não excederá a cinco por cento
do valor do contrato. Ressalta-se que a constituição parcelada da garantia vinculada aos
pagamentos, conforme consta em edital, não é previsto em Lei.

“§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do
valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado
o previsto no parágrafo 3o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)”

Apesar de a Lei nº 8.666/93 não indicar, textualmente, o momento para constituição da


prestação da garantia prevista no art. 56 da Lei nº 8.666/93, entende-se, em se tratando
garantia na modalidade caução em dinheiro, que a assinatura do contrato é o momento

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18
oportuno para o seu aporte, consubstanciando-se esta uma condição indispensável à
celebração do mesmo.

Assim, dada a própria finalidade da garantia contratual, qual seja garantir que a assunção
da obrigação decorrente do contrato ocorra com a certeza de que há garantia apta a fazer
frente a eventuais desvios, a mesma deve ser constituída quando da celebração do
contrato, e não, vinculada à retenção de percentual quando de pagamentos a serem feitos
futuramente à empresa contratada.

O Tribunal de Contas da União adotou esse mesmo raciocínio no Acórdão nº 1.883/2011


- 1ª Câmara, ao determinar à entidade jurisdicionada que, nos procedimentos licitatórios,
observe rigorosamente o art. 56 da Lei nº 8.666/1993, exigindo a comprovação da
prestação da garantia no momento da celebração do respectivo termo contratual, em
obediência ao item 9.4.3 do Acórdão nº 401/2008-P e item 8.2, alínea "e", da Decisão nº
518/2000-P.

Diante de todos os fatos acima expostos, conclui-se que, no Edital da Concorrência nº


10/2013, constou procedimento indevido à constituição de garantia de execução.
ato
/F
#

Causa

Aprovação, pelo Pró-Reitor de Administração da UFMS, em 11 de setembro de 2013, de


edital com cláusula prevendo procedimentos indevidos à constituição de garantia de
execução.
s
au
/C
#

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 048/2016-AUD/COUN, de 16 de agosto de 2016, a FUFMS


apresentou a seguinte manifestação:

“Quanto ao questionamento da previsão em Edital de procedimento indevido à


constituição de garantia de execução, informamos que a garantia consignada refere-se
a caução em dinheiro conforme minutas padronizadas aprovadas no âmbito do órgão,
que foram devidamente analisadas e aprovadas pela Procuradoria Jurídica e demais
órgãos de controle, que até o presente momento não haviam se manifestado de forma
contrária acerca desta disposição contratual.

Em se tratando de caução em dinheiro a Caixa Econômica Federal disponibiliza a


modalidade de conta caução, a qual já prevê a correção monetária do valor depositado.

A UFMS adotará para as futuras contratações correções no edital, especificando que os


valores deverão ser depositados na modalidade de conta caução, bem como o
recolhimento integral dos 5% do valor do contrato, no prazo previsto no edital após a
assinatura do ajuste. Quanto à recomendação de que a titularidade da conta bancária
referente a prestação de garantia deve ser em nome da UFMS, informamos que a Caixa
Econômica Federal em sua modalidade de conta caução adota que a conta seja aberta
em nome da contratada, que figurará como caucionante, sendo a contratante, no caso a
UFMS, figurando como caucionária.

Apesar do contido na minuta, a modalidade de garantia prestada no certame foi a de


seguro-garantia, não ocasionado desta forma nenhum prejuízo à Administração.”

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Análise do Controle Interno

Mediante análise das justificativas apresentadas pela FUFMS, nas quais apesar da
Unidade informar que irá providenciar determinados ajustes em Editais futuros, mantém-
se o fato de que no Edital da Concorrência nº 10/2013 constou procedimento indevido
para constituição de garantia contratual, beneficiando a empresa contratada ao quando do
parcelamento na constituição da garantia.
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Recomendações:
Recomendação 1: Abster-se, em futuras contratações, de constituir, em edital, garantia de
execução mediante percentual de retenção nos pagamentos efetuados à empresa
contratada.

1.1.1.4 CONSTATAÇÃO

Favorecimento na contratação decorrente da Concorrência nº 10/2013.

Fato

Em continuidade à análise do certame, Concorrência nº 10/2013, verificou-se que a


empresa contratada, mesmo não atendendo a determinados comandos insculpidos no
instrumento convocatório, a mesma não teve sua proposta de preços desclassificada.

Na clausula nº 5.1, consta um rol de motivos que ensejariam a desclassificação de


propostas de empresas licitantes, dentre eles, destaca-se o de letra “e”: “as que
apresentarem preços unitários maiores de 05% (cinco por cento) em relação aos preços
estabelecidos na planilha orçamentária da UFMS”.

No cotejamento desses valores identificaram-se os seguintes itens adjudicados com


preços unitários maiores do que 5% em relação ao preço inicial estimado pela FUFMS:

Tabela – Itens contratados com preços maiores que 5% em relação aos preços estimados.

Total Total Contratado


Superestrutura Estimado c/ contratado c/ X
BDI BDI Estimado

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Forma para estruturas de concreto (pilar,viga e laje) em
chapa de madeira compensada plastificada de 1,10x2,2 - R$ 50.847,76 R$ 95.962,84 89%
12mm 3 utilizações
FERRAGENS
Conjunto de ferragens, cilindro 330/roseía 303/maçaneta
R$ 8.806,35 R$ 9.780,96 11%
tipo alavanca latão cromado
INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS
Suporte apoio caixa d água barrotes madeira de 1 R$ 77,96 R$ 536,92 589%
ACESSÓRIOS. BANCADAS E METAIS
Vaso sanitário sifonado louca branca padrão popular,
com conjunto para fixação para vaso sanitário com R$ 2.628,24 R$ 3.148,68 20%
parafuso, arruela e bucha- fornecimento e instalação
INSTALAÇÃO DECOMBATE E INCÊNDIO
Placa de identificação em chapa galvanizada N. 18 -
R$ 112,68 R$ 119,52 6%
indicação extintor
Placa de identificação em chapa galvanizada N. 18 -
R$ 60,09 R$ 67,50 12%
HIDRANTE
Bomba centrifuga incêndio 3CV R$ 955,49 R$ 1.063,00 11%
Abrigo para hidrante, 90x60x17cm, com registro globo
angular 45° 2 1/2' adaptador storz 2 1/2", mangueira de
R$ 3.278,40 R$ 3.698,61 13%
incêndio 20m, redução 2 1/2" x 11/2"e esguicho em
latão 1 1/2"- fornecimento e instalação
INSTALAÇÃO ELÉTRICA E TELEFONE
Cabo de cobre isolamento anti-chama 450/750V2,5mm2 R$ 12.929,76 R$ 17.292,24 34%
Cabo de cobre isolamento anti-chama 450/750V 4mm2 R$ 773,76 R$ 861,12 11%
Cabo de cobre isolamento anti-chama 450/750V 16mm2 R$ 1.873,08 R$ 2.775,96 48%
Cabo de cobre isolamento anti-chama 450/750V 25mm2 R$ 447,04 R$ 481,28 8%
Cabo de cobre isolamento anti-chama 0,6/1 KV 2.5mm2 R$ 735,84 R$ 1.010,52 37%
Cabo de cobre isolamento anti-chama 0,6/1 KV 4mm2 R$ 20.451,20 R$ 25.192,16 23%
Cabo de cobre isolamento anti-chama 0,6/1 KV 6mm2 R$ 1.398,96 R$ 1.659,96 19%
Cabo de cobre isolamento anti-chama 0,6/1 KV 16mm2 R$ 6.444,90 R$ 7.068,60 10%
Cabo de cobre isolamento anti-chama 0,6/1KV 25mm2 R$ 1.531,20 R$ 1.619,52 6%
Interruptor paralelo -1 tecla R$ 25,10 R$ 32,20 28%
Tomada hexagonal 2P + T, universal R$ 1.792,51 R$ 2.004,23 12%
Tomada hexagonal 2P + T.universal dupla R$ 56,76 R$ 104,72 84%
Poste aço cônico continuo curvo simples sem base d
R$ 7.213,36 R$ 8.466,32 17%
janela 9m
Poste aço cônico continuo curso duplo sem base d janela
R$ 13.877,92 R$ 16.619,54 20%
9m
Bucha/arruela alumínio 3/4" R$ 626,46 R$ 2.198,52 251%
Disjuntor monopolar termomagnético de 10A R$ 79,68 R$ 115,36 45%
Disjuntor monopolar termomagnético de 16A R$ 438,24 R$ 652,08 49%
Disjuntor monopolar termomagnético de 20A R$ 49,80 R$ 72,60 46%
Disjuntor monopolar termomagnético de 25A R$ 19,92 R$ 28,12 41%
Disjuntor bipolar termomagnético (220/127V) de 16A R$ 2.216,92 R$ 2.420,98 9%
Disjuntor bipolar termomagnético (220/127V) de 20A R$ 175,02 R$ 190,56 9%
Disjuntor tripolar termomagnético de 16A R$ 279,28 R$ 305,96 10%
Disjuntor tripolar termomagnético de 20A R$ 69,82 R$ 76,49 10%

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Disjuntor tripolar termomagnético de 25A R$ 69,82 R$ 76,97 10%
Disjuntor tripolar termomagnético de 32A R$ 69,82 R$ 76,97 10%
Disjuntor tripolar termomagnético de 40A R$ 139,64 R$ 153,12 10%
Disjuntor tripolar termomagnético de 50A R$ 139,64 R$ 152,98 10%
Quadro disírib. Embutirbarr. Tríf., disj geral, cap. 16
R$ 352,61 R$ 448,36 27%
disj. unip. - incluso barramento 100A
Quadro distrib. Embutirbarr. Trif., disj geral, cap. 24
R$ 1.935,75 R$ 2.537,45 31%
disj. unip - incluso barramento 100A
Quadro distrib. Embutirbarr. Trif., disj geral, cap. 32
R$ 1.162,90 R$ 1.366,06 17%
disj. unip. - incluso barramento 100A
Cabo telefônico Cl-50 20 pares R$ 297,12 R$ 348,48 17%
PISOS
Calçada em concreto, espessura 8 cm inclusive preparo
R$ 3.784,00 R$ 5.249,09 39%
da caixa
PINTURAS
Revestimento texturizado tipo Romano R$ 11.152,48 R$ 20.832,64 87%
Esmalte brilhante esquadria de madeira fundo massa, 2
R$ 1.538,78 R$ 2.303,00 50%
demãos
Esmalte brilhante esquadria de ferro, zarcao, 2 demãos R$ 857,28 R$ 988,76 15%
ESTACIONAMENTO E PASSEIO PUBLICO
Pavimentação asfáltica CBUQ4cm inclusive
R$ 66.546,80 R$ 71.232,00 7%
imprimação, base macadame e preparo subleito
Fonte: Produzido pela CGU/MS 2016 – em base ao orçamento do Concorrência nº 10/2013 e Proposta de
Preços da Empresa Sanches & Pawlina LTDA-ME.

Logo, a empresa Sanches & Pawlina LTDA-ME, segundo as condições estabelecidas no


certame, deveria ter sido desclassificada, fato que ocasionou o favorecimento pela
FUFMS em sua contratação.

Diante do exposto, conclui-se que, na realização da Concorrência nº 10/2013, houve


favorecimento na contratação da empresa Sanches & Pawlina LTDA-ME.
ato
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#

Causa

Declaração de empresa como vencedora, pelo presidente da Comissão de Licitação, em


desacordo com as condições estabelecidas no instrumento convocatório.
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Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 048/2016-AUD/COUN, de 16 de agosto de 2016, a FUFMS


apresentou a seguinte manifestação:

“Quanto à presente constatação, informamos que o processo administrativo do certame


foi instruído em 11.08.2013 e que, após superadas todas as fases necessárias, a Ata de
Abertura e Julgamento das Propostas foi lavrada em 29.10.2013, sendo o certame
homologado em 31.10.2013.

Após essa breve introdução, esclarecemos que o prazo para emissão de novas notas de
empenho se encerraria em 25.10.2013, conforme Cronograma de Encerramento do
Exercício Financeiro de 2013, anexo da Resolução CD 77 de 03.07.2013, configurando
assim, um prazo extremamente exíguo para a conclusão do processo de contratação, o
quê demandaria celeridade dos trabalhos por parte da CPLOSE.

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22
Considerando que, conforme já mencionado anteriormente, a Comissão estava
desprovida de um membro com qualificação técnica na área (engenheiro/arquiteto),
desde a confecção do edital até o momento da análise das propostas e, somando-se isso
ao fato da própria natureza cumulativa de funções dos membros da CPLOSE que
executam as tarefas da Comissão sem eximir-se das atividades rotineiras inerentes de
seu cargo, quando da verificação do critério de aceitabilidade dos preços unitários a
proposta foi analisada por amostragem, embora a CPLOSE tenha verificado todos os
valores dos subtotais da planilha, constatando que estavam todos abaixo do valor de
referência do Orçamento Inicial.

Assim, reconhecemos a falha, contudo, rechaçamos qualquer indicação de


favorecimento, tendo em vista também que na sessão pública de abertura das propostas
as 4 (quatro) empresas habilitadas analisaram as propostas umas das outras, não tendo
havido nenhum questionamento quanto às planilhas apresentadas, demonstrando que,
mesmo as licitantes, acostumadas e tecnicamente preparadas para o exercício da
licitação de obras e, ainda, ávidas pela desclassificação de seus oponentes não
observaram detalhadamente os preços unitários apresentados. Portanto, não se pode alegar
direcionamento, haja vista que as empresas concorrentes tiveram a oportunidade de
contestar as incongruências de preços para os itens observados no relatório da proposta da
empresa vencedora.

Diante do exposto, entendemos que houve um equívoco na análise da proposta apresentada,


mas não deve prosperar o aspecto de favorecimento na contratação.”
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Análise do Controle Interno

As justificativas apresentadas pela FUFMS não trazem fatos novos para análise, em
verdade ratificam o fato de que a empresa contratada deveria ter sido desclassificada por
apresentar proposta incompatível com o Edital, tendo sido favorecida quando de sua
contratação.
trI
o
aliseC
n
/A
#

Recomendações:
Recomendação 1: Apurar responsabilidade a quem deu causa ao favorecimento na
contratação decorrente do Concorrência nº 10/2013.

1.1.1.5 CONSTATAÇÃO

Falta de informações necessárias no certame ocasionando um ônus à


Administração no valor de R$ 31.622,28 em virtude da concessão de reajustes.

Fato

Em outro ponto, analisando a execução financeira do Contrato Administrativo nº


222/2013, celebrado em 06 de dezembro de 2013, entre a FUFMS e a empresa Sanches
& Pawlina LTDA-ME (CNPJ: 13.628.966/0001-10), no valor de R$ 2.214.500,00,
efetuou-se comparativo dos valores pagos à empresa, frente às condições estabelecidas
no instrumento convocatório da Concorrência nº 10/2013, como resultado dessa análise
foi identificado prejuízo em virtude da concessão de reajuste de preços decorrente da falta
de planejamento do local de implementação da obra.

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23
O Edital da Concorrência nº 10/2013, bem como o contrato dele decorrente,
estabeleceram a possibilidade de reajustamento de preços nas seguintes condições:

Quadro: Condições de reajustamento previstas na Concorrência nº 10/2013


reproduzidas no Contrato nº 222/2013.

Fonte: Cláusulas 13.1 e 13.2 do Edital da Concorrência nº 10/2013, e Cláusulas 9.1 e 9.2 do Contrato nº
222/2013.

O art. 37, inc. XXI, da Constituição da República assegura a manutenção do equilíbrio


econômico-financeiro dos contratos administrativos durante toda a sua execução. Para
dar efetividade ao mandamento constitucional, a Lei nº 8.666/93 prevê mecanismos de
recomposição do equilíbrio para os casos em que este for rompido, entre os quais está
o reajuste.

Por sua vez, a Lei Federal de Licitações prevê a indicação do critério de reajuste como
cláusula obrigatória do ato convocatório (art. 40, inc. XI) e necessária em todo
instrumento de contrato (art. 55, inc. III), o que de fato se verificou no Edital da
Concorrência nº 10/2013, reproduzida no Contrato nº 222/2013.

No mesmo condão, verifica-se que o reajuste de preços dos contratos foi regulamentado
pela Lei nº 10.192/01, de 14 de fevereiro de 2001, a qual prevê condicionantes para sua
aplicabilidade, dentre elas ganha destaque a nulidade de qualquer reajuste com
periodicidade inferior a um ano, contados a partir da data limite para apresentação da
proposta ou do orçamento a que essa se referir, conforme dispositivos estabelecidos nos
parágrafos primeiro dos artigos 2º e 3º da referida Lei.

Confrontando esses dispositivos legais com a previsão editalícia, verifica-se que a


FUFMS limitou-se a transcrever trechos da lei, não determinando no certame qual de fato
seria o marco inicial considerado, dentre as possibilidades previstas em lei, para o
computo da periodicidade de um ano (data limite para apresentação da proposta ou do
orçamento a que essa se referir).

Nos pagamentos efetuados à empresa contratada, verificaram-se pagamentos a título de


reajustes, tendo sido considerada, no computo da periodicidade de um ano, a data do
orçamento em que foram estimados os preços da licitação, ou seja, abril de 2013. Cabe
observar que no certame não consta qualquer fundamentação que justifique a sua escolha,
dentre as possibilidades previstas no edital, para contagem do período de um ano.

Não obstante, verificou-se que a concessão de reajuste incidiu sobre todas as parcelas
executadas a partir do momento em que houve sua concessão, incluso àquelas executadas
em atraso pela empresa contratada.

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24
Ressalta-se que O TCU, em diferentes momentos, proferiu decisões entendendo que,
quando o atraso da execução é de culpa exclusiva da empresa, o reajuste não pode ser
concedido, pois a obrigação deveria ter sido executada em período anterior ao que lhe
confere o direito de reajuste.

Acórdão 678/2008 - TCU - Plenário:

“Pagamento de reajustamento da 10ª medição do Contrato n. 001/2003, referente ao


montante de R$ 39.267,81 (trinta e nove mil, duzentos e sessenta e sete reais e oitenta e
um centavos), quando o mesmo não era devido, haja vista que a 1ª paralisação deu-se
por culpa da empresa contratada” original sem grifo.

Acórdão 923/2009 - TCU - Plenário:

“Sim, a demora no início das obras se deu por motivos injustificados da Contratada.
(...) Caso a demora implicasse em reajuste de preços, não cabe à Administração arcar
com esses custos, pois entende que o caso em comento não se coaduna com os previstos
na Lei 8.666.” original sem grifo.

Acórdão 1.773/2009 - TCU - Plenário:

“Contudo, ainda que as justificativas que vierem a ser apresentadas pelo órgão não se
mostrem plausíveis, não reputo apropriada a retenção cautelar da quantia paga a título
de reajustamento, exceto na situação em que reste evidenciada possível culpa da
empresa contratada no retardamento da execução do objeto da avença.” original sem
grifo.

Nesse contexto, identificou-se que apesar da FUFMS autorizar o início das atividades em
06/12/2013, a obra só teve início em 19/03/2013, conforme diário de obra da empresa nº
96, estando os dias anteriores “paralisada aguardando definição relativa ao
desmatamento”. O próprio diário de obras só começou a ser registrado a partir de 19 de
fevereiro de 2014.

Quadro: Diário de obra dias 19 de fevereiro e 19 de março de 2014.

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25
Fonte: Diário de obra empresa Sanches & Pawlina LTDA-ME.
Conforme consta dos Relatórios de medições, o início das obras foi atrasado devido ao
fato de que o local da obra era densamente ocupado por árvores, tendo sido o assunto
levado a Pró-Reitoria de Infraestrutura, e que tal serviço não estava contemplado nos itens
contratados, além do desmatamento demandar possíveis licenças ambientais. A situação
foi relatada pelo fiscal da obra em sua Solicitação nº 01 de 03 de janeiro de 2014 e
encaminhada a PROINFRA mediante CI nº 29/2014, em 27 de janeiro de 2014, para
posicionamento.

Imagem: Justificativas acostadas no 1º Relatório de Medição Mensal acerca do atraso


do início das obras.

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26
Fonte: 1º Relatório de Medição Mensal período de 13/12/13 a 12/01/14

Somente em 11 de março de 2014, decorridos 90 dias após o início da obra a FUFMS


emitiu parecer determinando a execução da obra de forma espelhada, conforme imagens
abaixo:

Imagem: Local de implementação da obra contratada

Imagem: Local de implementação da obra de forma espelhada..

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27
Fonte: Parecer 01/2015 de 26 de março de 2015, emitido pelo Fiscal da Obra.

Em contraponto às justificativas consignadas nos Relatórios de Medições, verificou-se


que nos serviços adjudicados à empresa, havia a previsão de “limpeza mecanizada de
terreno, inclusive retirada de arvore entre 0,05m e 0,15m de diâmetro – COD. SINAPI
73672” para uma área de cinco mil metros quadrados. Ademais, consta da documentação
apresentada pela empresa Sanches & Pawlina LTDA-ME declaração na qual assume o
risco pela ocorrência de eventuais prejuízos em virtude da não verificação do local de
instalação da obra.

Quadro – Declaração de não realização de visita técnica da Empresa Sanches & Pawlina
LTDA-ME.

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28
Fonte: Proposta de Preços da Empresa Sanches & Pawlina LTDA-ME – Concorrência nº 10/2013.

Ressalte-se que o item IV da Cláusula Terceira do Contrato nº 223/10 (Obrigações da


Contratada), estabelece a seguinte obrigação: “IV Providenciar, às suas expensas, junto
às repartições competentes, o necessário licenciamento das obras, se necessário for, o
“Alvará de Construção” e placas exigidas no Edital, por exigências legais ou outras que
se fizerem necessárias;”.

Dessa maneira, o atraso na execução da obra não ganha respaldo em base às alegações de
que o serviço não estava previsto no Edital. Ademais, a declaração de assunção do risco
ante a ausência de visita ao local da obra, bem como a inexistência de qualquer documento
emitido por Entidades Ambientais acerca da necessidade de licenciamento ambiental, e a
obrigação da empresa em caso de tal exigência, reforça o fato de que o serviço foi
executado com morosidade. Oportuno observar que não foi identificado nenhum
documento formalizando à empresa contratada a suspensão de execução da obra.

Além desse atraso, o diário da obra revelou que há outros momentos em que a obra ficou
paralisada:

Quadro: Ocorrências de obra paralisada

Período de Paralisação Justificativa constante do Diário de Obra

20/03/2014 a 26/03/2014 Aguardando sondagem do terreno

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29
01/04/2014 a 10/04/2014 Aguardando realização do aterro

Fonte: Diário de Obra Empresa Sanches & Pawlina LTDA-ME.

Dessa forma, considerando os períodos em que a obra ficou paralisada (aproximadamente


quatro meses), e atribuindo ao período computado para o reajuste o mesmo lapso temporal
de atraso, verifica-se que o Primeiro Reajuste somente deveria incidir a partir dos serviços
executados na 8ª medição, não sendo válidos, portanto, os reajustes concedidos nas
medições anteriores:

Quadro – Reajustes pagos indevidamente.

Medição Valor do 1º Nota Fiscal Observação


Reajuste Pago Eletrônica
5ª Medição R$ 1.494,64 NFe nº 138 Executado dentro do
(13/04/2014 a 12/05/2014) período de atraso.
6ª Medição R$ 6.738,67 NFe nº 138 Executado dentro do
(13/05/2014 a 12/06/2014) período de atraso.
1º Reajuste referente ao 1º Termo R$ 553,87 NFe nº 138 Executado dentro do
Aditivo período de atraso.
(13/04/2014 a 12/05/2014)
7ª Medição R$ 3.390,15 NFe nº 137 Executado dentro do
(13/06/2014 a 12/07/2014) período de atraso
Total R$ 12.177,33
Fonte: Boletins de medições 5ª, 6ª, 7ª e 1º Reajuste do 1º Termo aditivo.

Por consequência, os efeitos ocasionados por esse atraso impactam também nas medições
sobre as quais incidiu o Segundo Reajuste de Preços, no qual a contratada faria jus, caso
não houvesse incorrido em mora, para os serviços executados e medidos no período de
abril/2015 a mar/2016.

Corroborando nosso apontamento, menciona-se o Relatório de Fiscalização, anexo a


Vigésima Medição, no qual o fiscal do contrato elenca as etapas que estão atrasadas,
conforme demonstrado abaixo:

Quadro: Relatório de Fiscalização da Vigésima Medição informando as etapas


atrasadas frente ao cronograma físico financeiro.

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30
Fonte: Relatório da 20ª Medição da Empresa Sanches & Pawlina LTDA-ME – Contrato nº 223/2013.

Dessa forma, o Segundo Reajuste somente deveria incidir a partir dos serviços executados
na 20ª medição referente ao período de 13/07/2015 a 12/08/2015, período este acrescido
dos quatro meses em que houve o atraso na execução (aproximadamente quatro meses)
não sendo válidos, portanto, o Segundo Reajuste concedido nas medições anteriores,
abaixo detalhadas:

Quadro – Reajustes pagos indevidamente.

Medição Valor do 2º Nota Fiscal Observação


Reajuste Pago Eletrônica
17ª Medição R$ 6.089,27 NFe nº 248 Executado dentro do
(13/04/2015 a 12/05/2015) período de atraso.
11ª Medição do 2º Termo Aditivo R$ 315,72 NFe nº 248 Executado dentro do
(13/05/2015 a 12/06/2015) período de atraso.
18ª Medição R$ 13.805,30 NFe nº 248 Executado dentro do
(13/05/2015 a 12/06/2015) período de atraso.
12ª Medição do 2º Termo Aditivo R$ 330,78 NFe nº 248 Executado dentro do
(13/06/2015 a 12/07/2015) período de atraso
19ª Medição R$ 11.071,74 NFe nº 248 Executado dentro do
(13/06/2015 a 12/07/2015) período de atraso
13ª Medição do 2º Termo Aditivo R$ 9,47 NFe nº 248 Executado dentro do
(13/07/2015 a 12/08/2015) período de atraso
Total R$ 31.622,28
Fonte: Boletins de medições 17ª, 18ª,19ª e 11ª a 13ª Medições do 2º Termo Aditivo.

Diante do exposto, identificou-se que foram pagos reajustes indevidos na ordem de R$


31.622,28, ocasionando prejuízo a FUFMS.
ato
/F
#

Causa

Aprovação, pelo Pró-Reitor de Administração da UFMS, em 11 de setembro de 2013, de


edital sem informações necessárias para a realização do certame.

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31
s
au
/C
#

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 200/2016-/RTR, de 19 de julho de 2016, a Unidade encaminhou o


Parecer nº 005/2016, de 15 de julho de 2016, contendo a seguinte manifestação:

“Num segundo momento, a CGU informa que verificou que “a concessão de reajuste
incidiu sobre todas as parcelas executadas a partir do momento em que houve sua
concessão, incluso àquelas executadas em atraso em virtude de mora/inadimplemento
exclusivamente da empresa contratada”. E informa que o início das obras foi atrasado
devido ao fato que o local da obra era densamente ocupado por árvores.

Conforme Imagem 2, extraída do mapa RPPNs da Universidade Federal de Mato Grosso


do Sul (em cópia no ANEXO II a esse parecer), verifica-se que na área onde havia a
previsão de implantação do edifício de fato era densamente ocupada por árvores, fatos
estes expostos pelo fiscal da obra à época, por meio da Solicitação nº 01 de 03 de janeiro
de 2014, mostrando a preocupação do mesmo em relação à arborização, visto que a área
poderia se localizar dentro de uma RPPN ou qualquer outra reserva ambiental, o que
representaria impedimento para execução do desmatamento. Solicitou-se também a
verificação da área, se a mesma estava sendo utilizada para estudos de qualquer área
científica na UFMS, bem como se o desmatamento poderia interferir em algum estudo
realizado no entorno, para que fossem tomadas as providências necessárias; e ainda
solicitou que fosse providenciada junto ao setor competente, a autorização para o
respectivo desmatamento, sob a ciência do Gestor/Fiscal do Contrato à época. Assim,
como registra o CGU, a mesma foi encaminhada à PROINFRA mediante CI nº 29/2014,
em 27 de janeiro de 2014 para posicionamento.

Em 24 de fevereiro de 2014, a Prof. Edna Scremin Dias encaminha à PROINFRA e à


CPO a CI nº 008/2014-CFP/PREG (ANEXO III) informando que a área está em “estágio
avançado de regeneração”, havendo “espécies nativas de grande porte” e “várias
espécies de menor porte” e que este estágio de regeneração dificulta o processo de
supressão das espécies. A professora esclarece que entrou em contato com o IBAMA,
IMASSUL e SEMADUR e foi informado que a UFMS deveria acessar a Central do
Cidadão da Prefeitura e registrar um Processo no Sistema para avaliação da Supressão
de Vegetação. A Professora informa ainda ser prudente a Administração (da UFMS)
avaliar a retirada ou não das espécies. Temendo pelo impacto da ação perante a
comunidade interna e externa à UFMS.

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Imagem 2 – Área de Implantação prevista para o prédio, destacada no mapa de RPPN
da UFMS

A manifestação da UFMS deu-se em 11 de março de 2014, pelo Ofício nº 63/2014-CPO


(ANEXO IV), solicitando à contratada a construção do prédio de forma espelhada,
locando-o fora da área de vegetação nativa (e consequentemente fora da área prevista
inicialmente), para evitar possíveis problemas ambientais.

Desta forma, a fiscalização da obra (que foi substituída em 19/02/2014), não verificou
nenhuma instrução ou orientação administrativa da UFMS, em relação à Solicitação nº
01 ou da CI nº 29/2014, de forma a responsabilizar exclusivamente a empresa contratada
pelo atraso. Ora, se a administração da UFMS não apontou tal responsabilidade
mediante à Solicitação da Fiscalização quanto aos procedimentos que estavam
impedindo a obra de continuar, e ainda, a UFMS solicitou que a implantação da obra se
desse de forma espelhada em relação à implantação original e “fora da área de
vegetação nativa, para evitar possíveis problemas ambientais”, a fiscalização não teria,
salvo melhor juízo, argumentos técnicos para imputar essa responsabilidade
exclusivamente à contratada, visto não haver nenhum instrumento administrativo ou
jurídico que condenasse ou responsabilizasse exclusivamente a empresa contratada por
este atraso.

Em relação à afirmação por parte da CGU de que havia a previsão de “limpeza


mecanizada do terreno, inclusive retirada de árvore entre 0,05m e 0,15m de diâmetro –
cod. SINAPI – 73672”, a fiscalização ressalta que o serviço em planilha era descrito
apenas como “Limpeza mecanizada do terreno” (imagem 3), o que em primeiro instante
pode ter trazido dúvidas quanto à interpretação do fiscal à época; todavia, verifica-se
pelas imagens a existência de árvores maiores que 0,15m de diâmetro, e ainda a UFMS
cita ser uma “área de vegetação nativa”, onde toda vegetação em solo nacional possui
legislações específicas que as guardam, não podendo serem simplesmente desmatadas.
Caso o mesmo tivesse sido executado, a quem seria imputada a responsabilidade pelo
ato? Destaco que as medidas adotadas pela fiscalização foram sempre no sentido de
buscar soluções sem causar danos ao Erário, ao Meio Ambiente e à sociedade.

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Imagem 3 – Serviço – Conforme descrição na Planilha

Em seguida, a CGU expõe que a empresa contratada apresentou uma declaração de não
visita técnica, assumindo o risco pela ocorrência de eventuais prejuízos. Novamente, a
fiscalização reitera, que entende, salvo melhor juízo, que se a administração da UFMS
não apontou tal responsabilidade mediante à Solicitação da Fiscalização quanto aos
procedimentos que estavam impedindo à obra de continuar, e ainda, a mesma solicitou
que a implantação da obra se desse de forma espelhada em relação à implantação
original e “fora da área de vegetação nativa, para evitar possíveis problemas
ambientais”, a fiscalização não teria argumentos técnicos para imputar essa
responsabilidade exclusivamente à contratada, visto não haver nenhum instrumento
administrativo ou jurídico que condenasse ou responsabilizasse exclusivamente a
empresa contratada por esse atraso. Destes fatos, a fiscalização entende que o reajuste
foi aplicado corretamente sobre os serviços executados a partir de abril de 2014,
conforme as orientações da CI nº 025/2013 – GAB/PRAD. A fiscalização procurou agir
por meio da razoabilidade, tendo por princípio à boa-fé, onde por não estar declarado
em momento algum que a contratada era a única responsável pelos atrasos, a
fiscalização não poderia imputar tal ônus à mesma, sem nenhuma sinalização formal por
parte da administração da UFMS, que em momento algum fez qualquer ressalva sobre o
assunto.

Em relação às etapas atrasadas, conforme relatórios, as mesmas se referiam ao


cronograma físico-financeiro, que de fato não havia sido atualizado pela contratada.
Todavia, novamente ressaltamos que por meio de tais relatórios, a UFMS sempre esteve
ciente destes atrasos e em momento algum se posicionou no sentido de responsabilizar a
empresa contratada, tampouco orientar a fiscalização a tomar quaisquer
posicionamentos: como suspender as medições do reajuste ou qualquer outro fato. Assim,
a fiscalização entendeu que pela ausência de determinações contrárias, a contratada

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fazia jus ao recebimento destes valores, o que de forma alguma implicaria em prejuízos
ao Erário.

Quanto aos períodos de paralização constatados no diário de obra, o período de


20/03/2014 a 26/03/2014, refere-se à sondagem, um serviço previsto em planilha, e
portanto no cronograma da obra essencial para determinar a fundação do edifício. Visto
a mesma não ter sido realizada previamente na área onde a administração da UFMS
determinou que o prédio foi implantado de forma espelhada, esta poderia implicar (e de
fato implicou) em alterações na fundação. O período de paralização desse serviço foi de
6 dias, prazo esse que não permitiu à fiscalização a avaliação de eventuais danos ao
erário. Já a realização da parada entre 01/04/2014 a 10/04/2014, conforme anotado, foi
devido ao serviço de aterro, fruto do 1º Termo Aditivo. Foi constatado que o volume de
aterro previsto na planilha licitada era inferior ao necessário à obra. A contratada
paralisou os serviços para verificar se a diferença de volume seria aditivada ou não.
Após análise pela fiscalização, foi constatado que havia uma diferença entre o volume
de aterro necessário e o previsto, tendo este sido aditivado. A contratada não foi em
momento algum autorizada a executar a totalidade do aterro sem ter o termo aditivo
aprovado. Sem a execução do aterro, a empresa contratada ficava impedida de executar
as demais etapas, como: fundação, vigas baldrames; pela dificuldade em se compactar
o aterro posteriormente à execução destes serviços, que poderiam levar a futuros
problemas estruturais. Contudo, a empresa contratada continuou a execução dos
serviços, inclusive a totalidade do aterro, por conta própria e sob o risco de não-
aprovação do termo aditivo, para evitar novas paralizações; onde o restante do volume
do aterro só foi medido após a aprovação do 1º Termo Aditivo, demonstrando que a
contratada estava preocupada com a não paralização da obra. ”
m
x
E
d
U
ifestco
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/M
#

Análise do Controle Interno

A FUFMS apresentou justificativas que segundo seu entendimento, afasta a


responsabilidade da empresa contratada pelo atraso na execução da obra, sendo, portanto,
regular os reajustes concedidos.

Em seus argumentos a Unidade informa que promoveu, ainda que informalmente, a


suspensão da execução do objeto contratado, tendo como fundamento o fato de que o
local previsto para implantação da obra não reunia todos as informações ambientais
necessárias que permitissem sua edificação.

Nesse sentido, em virtude do atraso na execução decorrer de culpa exclusiva da FUFMS,


dado sua deficiência no planejamento do local da obra, não pode a empresa contratada
arcar com o ônus decorrente dessa deficiência. Dessa forma, entende-se que a empresa
faz jus as parcelas executadas em atraso, por não ter dado causa ao mesmo.

Não obstante, o atraso da obra apesar de não decorrer de culpa da contratada, houve um
ônus ocasionado pela concessão de reajuste por serviços que deveriam, caso não houvesse
falhas quanto ao local de implementação da obra, terem sido executados antes da empresa
contratada fazer jus ao reajuste.

Nesse condão, identifica-se que a FUFMS, quando da elaboração do certame promoveu


edital contendo omissões de informações prévias substanciais quanto ao local de
implementação da obra, que resultaram no prejuízo decorrente concessão de reajuste de
serviços executados intempestivamente em virtude de falhas na elaboração do projeto
básico.

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Torna-se imperioso mencionar que no processo de contratação de obras públicas, dentre
as etapas que a norteiam, destacasse o planejamento da contratação, a qual compreende
a elaboração de um projeto básico de qualidade, sendo este, conforme ditames da Lei
8.666, de 21 de junho de 1993, “Conjunto de elementos necessários e suficientes, com
nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras
ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto
ambiental do empreendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição
dos métodos e prazo de execução”, ou seja, sem essas informações não poderia ter sido
licitado pela FUFMS a construção do Bloco de Química.

Dessa forma, a falta de informações necessárias no certame ocasionou atraso na execução


do contrato, ocasionando um ônus à Administração no valor de R$ 31.622,28.
trI
o
aliseC
n
/A
#

Recomendações:
Recomendação 1: Adotar medidas visando a recomposição ao erário federal dos valores
pagos indevidamente a título de reajuste de preços.

1.1.1.6 CONSTATAÇÃO

Ausência da manutenção do desconto percentual entre o valor global do


contratado e o valor de referência constante do Edital, quando da celebração de
aditivos, ocasionando potencial prejuízo de R$ 3.103,19.

Fato

Em continuidade à análise financeira acerca dos pagamentos efetuados à empresa


contratada, identificou-se que foram aditivados itens extracontratuais, não previstos
inicialmente, contendo custos unitários sem a manutenção do desconto percentual entre
o valor global do contratado e o valor de referência constante do Edital.

Como resultado da Concorrência nº 10/2013, foi celebrado entre a FUFMS e a Empresa


Sanches & Pawlina LTDA-ME (CNPJ: 13.628.966/0001-10), o contrato administrativo
nº 222/2013, de 06 de dezembro de 2013, a um custo total contratado de R$ 2.214.500,00
em face à estimativa inicial de R$ 2.320.756,61, o que representou um desconto de 4,58%
frente aos valores inicialmente estimados.

As alterações contratuais em contratos de obras públicas exigem cautelas que vão além
daquelas constantes do art. 65 da Lei nº 8.666/93, entre tais cautelas, destaca-se o dever
de manter o desconto percentual identificado inicialmente a partir do confronto entre a
proposta apresentada pela empresa vencedora e o orçamento tido pela Administração
como base para seu julgamento.

Acerca desse aspecto, é válido destacar os termos do art. 102, § 5º, da Lei de Diretrizes
Orçamentárias para o exercício de 2013 (Lei nº 12.708/12), a qual seguiu o exemplo das
LDOs dos anos anteriores.

“I - a diferença percentual entre o valor global do contrato e o preço obtido a partir dos
custos unitários do sistema de referência utilizado não poderá ser reduzida, em favor do
contratado, em decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária;”

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À luz dessa realidade, o TCU mantém entendimento de que deve a Administração atentar
ao impacto financeiro das alterações feitas no bojo do contrato em face da vantagem
inicialmente delineada em base à proposta vencedora do certame.

Acerca dos precedentes da Corte de Contas Federal, mencionam-se os Acórdãos:

Acórdão nº 1.515/2010 - Plenário


“9.1.3. em caso de acréscimos de quantitativos em itens presentes na planilha
orçamentária do Contrato PGE nº 44/2002 ou quando da necessidade de acrescer
serviços ou materiais/equipamentos não presentes na planilha orçamentária original
do contrato, adote preços comprovadamente praticados no mercado, não admitindo
redução na diferença percentual entre o valor global do contrato e o obtido a partir dos
custos unitários do Sinapi em favor do contratado, conforme previsto no art. 109, § 6º,
da Lei nº 11.768/2008 (LDO 2009).” Original sem grifo

Acórdão nº 2.630/2011 – Plenário


“9.2.1. em caso de virem a ser realizadas alterações no Contrato 25/2011, mantenha o
equilíbrio econômico financeiro do contrato, de forma a não reduzir o desconto inicial
em favor da Administração, qual seja, o desconto global de 11,5% do valor do contrato
em relação aos preços referenciais do Sicro e Sinapi, em cumprimento ao art. 127, § 5º,
inciso I, da Lei 12.309/2010 (LDO 2011);”
No mesmo condão jurídico, menciona-se o Decreto nº 7.983, de 8 de abril de 2013, o
qual estabelece regras e critérios para elaboração de orçamento de referencia de obras e
serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos orçamentos da União,
estabelece que:

"Art. 14. A diferença percentual entre o valor global do contrato e o preço global de
referência não poderá ser reduzida em favor do contratado em decorrência de
aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária.”

Dessa forma, foi identificado que na celebração de aditivos, não restou demonstrado a
manutenção do desconto percentual, ocasionando potencial desequilíbrio econômico-
financeiro do contrato.

Segundo jurisprudência da Corte de Contas Federal, o relator do Acórdão n. º 749/2010,


Plenário, considerou importante determinar que, na hipótese de aditivos contratuais em
que se incluam ou se suprimam quantitativos de serviços, “sejam calculados os descontos
globais antes e depois do aditivo, para, em caso de diminuição do percentual, ser inserida
no contrato parcela compensatória negativa [...]”

Ademais, identificou-se que a FUFMS, na celebração do Sexto Termo Aditivo ao contrato


nº 223/2013, não observou que os preços dos serviços novos acrescidos por termo aditivo,
devem ser parametrizados pelos preços referenciais da Administração vigentes à época
da licitação, abril de 2013, aqui entendido o Sinapi e a taxa de BDI do orçamento base, e
não pelos preços em vigor à época do aditamento, tendo sido considerado o mês de agosto
de 2015, observando-se ainda a manutenção do mesmo percentual de desconto entre o
valor global do contrato original e o obtido a partir dos preços referenciais à época
da licitação, em consonância com os entendimentos dado pelo TCU, expostos na Tomada

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37
de Contas nº TC 012.291/2013-7- Plenário, do qual resultou o Acórdão nº 467/2015-
Plenário.

TC 012.291/2013-7:

“ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão do


Plenário, ante as razões expostas pelo Relator, em:
[...]
9.1.1 inserir, no preço de referência dos termos aditivos dos Contratos 491/2009-00 (Lote
2) e 492/2009-00 (Lote 3), o BDI praticado pelo DNIT à época da licitação, de 19,6%,
assim como o desconto ofertado por cada consórcio na licitação, conforme exige o artigo
125, §5º, inciso I, da Lei 12.465/2011 (LDO 2012, vigente ao tempo dos referidos
aditamentos); ”

A título exemplificativo, selecionou-se sete itens extracontratuais aditivados, para os


quais foram evidenciados o potencial prejuízo em virtude da não manutenção do desconto
percentual do valor global do contrato

Tabela – Itens extracontratuais aditivados com potencial desequilíbrio ao contrato nº


223/2013.
Valor de
Referência
Valor de Valor Prejuízo Quantidade Prejuízo
Itens Sexto Termo aplicado o
Referência* Aditivado Potencial medida e Potencial (D
Aditivo Desconto
(A) ** (C) (D) = (C-B) paga (E) * E)
Percentual de
4,58% (B)
Impermeabilização de
superfície com argamassa
de cimento e areia traço
R$ 30,83 R$ 29,41 R$ 38,74 R$ 7,91 303,14 M² R$ 2.397,84
1:3 com aditivo
impermeabilizante esp 2
cm”.
Registro de gaveta 2"
bruto latão - fornecimento R$ 102,07 R$ 97,39 R$ 116,14 R$ 14,07 02 Un. R$ 28,15
e instalação
Registro de Gaveta 1 1/2
bruto latão - fornecimento R$ 74,72 R$ 71,30 R$ 92,14 R$ 17,42 02 Un. R$ 34,84
e instalação
Interruptor bipolar de
embutir 20A/250V tecla
R$ 41,39 R$ 39,49 R$ 46,04 R$ 4,65 36 Un. R$ 167,57
dupla com placa
fornecimento e instalação
Caixa de passagem
R$ 129,57 R$ 123,64 R$ 161,26 R$ 31,69 3 Un. R$ 95,07
30x30x40
Caixa de passagem
R$ 303,01 R$ 289,13 R$ 373,87 R$ 70,86 3 Un. R$ 212,59
60x60x70
Caixa de passagem
R$ 362,03 R$ 345,45 R$ 445,60 R$ 83,57 2 Un. R$ 167,13
80x80x80
Total R$ 3.103,19

Fonte: Elaborado CGU/MS 2016, com base no Sexto Termo Aditivo ao contrato nº 223/2013.
* Valor de Referência: Base Sinapi Abril/2013, BDI de 25,76% e acréscimos do 1º e 2º reajuste de preços.
** Valor do Aditivo: BDI 20% - Base Sinapi Agosto/2015

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Diante do exposto, identificou-se que na celebração de aditivos contratuais, a FUFMS
não demonstrou a manutenção do desconto percentual na inclusão de itens
extracontratuais, e tomando por base os itens ora analisados, conclui-se que não houve a
manutenção do desconto percentual de 4,58% inicialmente obtido.

ato
/F
#

Causa

Fragilidade nas rotinas de fiscalização do contrato, que resultaram em pagamentos


indevidos.
s
au
/C
#

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 200/2016-/RTR, de 19 de julho de 2016, a Unidade encaminhou o


Parecer nº 005/2016, de 15 de julho de 2016, contendo a seguinte manifestação:

“Conforme análise da CGU, verificou-se que alguns itens foram aditivados sem a
manutenção do desconto percentual entre o valor global do contrato oferecido pela
contratada e o valor de referência constante no Edital, ocasionando possíveis prejuízos
ao erário.

A fiscalização vem elucidar um fato à CGU/MS, o qual demonstra o procedimento


adotado durante a celebração de termos aditivos, objetivando sempre o não
ocasionamento de danos ao erário, e cumprindo a premissa de manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato.

Do valor editalício da obra, tem-se que orçamento do Eng. Civil E. A. M. de L., era de
R$: 2.320.756,61, com BDI de 25,76%. A planilha era composta de preços unitários com
BDI incluso, não possuindo nenhuma demonstração precisa de que alguns itens estariam
sujeitos a BDI diferenciado, conclui-se que o mesmo foi aplicado linearmente na
planilha, resultando assim nos seguintes valores:

Valor Global da Obra Valor do BDI Valor do Itens SEM BDI


R$: 2.320.756,61 R$: 597.826,90 R$: 1.722.929,71

Já o valor da proposta apresentada pela contratada, que foi a vencedora do certame, era
de R$: 2.215.547,95, representando um desconto de 4,53% em relação ao valor global.
Todavia, a proposta apresentada pela contratada apresenta um BDI de 20,00%
(diferente da planilha de licitação), resultando em um desconto de 5,76% no BDI. O que
temos então, é um desconto no BDI maior que o desconto global sobre o valor do
contrato, o que implicou no aumento (e não no desconto) dos valores unitários dos itens.
Resultando nos seguintes valores dos preços apresentados pela contratada:

Valor Global da Obra Valor do BDI Valor SEM BDI (Proposta


(Proposta Contratada) (Proposta Contratada) Contratada)
R$: 2.215.547,95 R$: 443.109,59 R$: 1.772.438,36

Logo, a proposta apresentada pela contratada representa um desconto global de 4,58%.


O qual reflete em um desconto de 5,76% sobre o BDI e aumento de 2,82% dos valores
dos preços unitários sem BDI. Durante o certame licitatório, houve duas propostas que

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estavam tecnicamente empatadas, tendo a empresa vencedora apresentado um novo
desconto, resultando, portanto, sua proposta final nos seguintes valores:

Valor Global da Obra Valor do BDI Valor SEM BDI (Proposta


(Proposta Contratada (Proposta Contratada Contratada Final)
Final) Final)
R$: 2.214.500,00 R$: 442.900,00 R$: 1.771.600,00

Assim, a proposta final apresentada pela contratada, que foi a homologada vencedora,
representa o desconto global de 4,58%, o qual reflete em um desconto de 5,76% sobre o
BDI e aumento de 2,82% dos valores dos preços unitários sem BDI. Esse desconto final
de R$: 1.047,95 apresentado pela contratada foi aplicado apenas sobre a etapa
“Serviços Complementares”, mais precisamente sobre os itens Elevador e Sistema de Ar
Condicionado.

Voltando-se ao raciocínio anterior, não há como afirmar precisamente que o desconto


inicial (e aumento aplicado sobre os valores sem BDI) se deu de forma linear, ou não,
na planilha. Pois, a planilha editalícia-base, não apresenta o detalhamento dos valores
dos itens sem BDI. Já as composições, que apresentam o BDI destacado, apresentado
como parte do edital apresentam valores totais dos itens divergentes dos valores da
planilha. A título de exemplo, o item 01.08 Ligação Provisória de Água e Esgoto, possuía
o valor na planilha-base de R$: 1.882,97; todavia em sua composição na planilha-base
apresentava o valor de R$: 3.806,74. Assim, a fiscalização tomou como premissa que:
como os valores já sofreram a diminuição proporcional de BDI (todos os itens tiveram
seu BDI reduzidos a 20,00% pela contratada), os mesmos sofreram um aumento
proporcional de 2,84% em seu valor sem BDI.

Diante do fato, a postura da fiscalização foi sempre atentar-se ao BDI durante os aditivos
extracontratuais, tendo em vista que o desconto da contratada foi aplicado sobre o
mesmo (até em proporção maior que o desconto global).

Pela lógica, o equilíbrio do contrato consistiria em aplicar o aumento de 2,82% sobre os


valores sem BDI e posterior aplicação de BDI de 20,00%, o que até soaria um absurdo,
visto os valores do SINAPI serem referenciais de mercado, não haveria porque a
fiscalização majorá-los.

Por outro lado, aplicar o desconto linear nos aditivos extracontratuais além do desconto
que já fora aplicado sob o BDI poderia resultar em desequilíbrio em desfavor da empresa
contratada, visto que ficou claro que o desconto aplicado pela contratada se deu sobre o
seu BDI, e não sobre os valores dos serviços (de forma global).

Desta forma, principiando-se pela isonomia, o fiscal se limitou a aplicar o desconto sobre
o BDI, conforme situação editalícia, procurando manter o desconto aplicado sobre o
contrato (que de fato findou-se em ser maior que o inicialmente aplicado pela contratada,
visto que o desconto sobre o BDI (e utilizado pela fiscalização), foi de 5,76%, contra os
4,58% de desconto aplicado pela contratada sobre o valor global da contratação).

Fica demonstrado dessa forma, que em momento algum a fiscalização concorreu para o
prejuízo ao erário, e procurou manter o desconto percentual entre o valor global
contratado e o valor de referência constante no Edital, ainda que por fim aplicou um

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desconto maior que o do edital. Não havendo, salvo melhor juízo, pagamentos indevidos
referentes aos aditivos.

A título de ilustração, a fiscalização gostaria de relembrar o fato ocorrido à época do 2º


Termo Aditivo. Conforme consta no processo administrativo, esse termo aditivo foi
analisado e aprovado apenas pelo Gestor do Contrato e pelo Pró-Reitor de
Administração. Após a aprovação do mesmo, a fiscalização tomou conhecimento e
passou a efetuar suas respectivas medições. Todavia, foi verificado que o mesmo fora
aprovado com o BDI de 25,76%, e não 20,00%, que seria o BDI que a empresa
contratada propôs na licitação. A fiscalização, visando evitar danos ao erário, sempre
realizou as medições deste termo aditivo com o BDI correto (de 20,00%) e ainda, após
questionamentos da contratada, a fiscalização pôde esclarecer os fatos, o que resultou
no 4º Termo Aditivo, suprimindo o valor referente ao erro de BDI do termo aditivo
anterior, eliminando, em definitivo, a possibilidade de dano ao erário quanto a valor
indevido.

Assim, a fiscalização reitera seu posicionamento, pelos fatos expostos acima, que
procurou além de manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, evitar
quaisquer danos ao erário por pagamentos indevidos, ou por falta de observância ao
desconto percentual na realização de aditivos extracontratuais.”
m
x
E
d
U
ifestco
an
/M
#

Análise do Controle Interno

A justificativa apresentada pela Unidade, consiste no fato de que a diferença de BDI


considerado pela empresa em sua proposta (20%), frente ao percentual de (25,76%)
adotado no orçamento da licitação, é suficiente para demonstrar que a celebração de
aditivos já contempla a manutenção do desconto percentual visto a diferença entre os
BDI´s (5,76%) ser maior que o desconto inicialmente obtido a partir do confronto entre a
proposta apresentada pela empresa contratada e o orçamento tido pela Administração
como base para seu julgamento, qual seja (4,58%).

A análise feita pela FUFMS não considera o fato de que o percentual de desconto obtido
inicialmente, consiste em uma média ponderada de descontos individuais, que no
conjunto resultaram no percentual de 4,58%, dessa forma considerando que ocorreram
acréscimos de itens extracontratuais, bem como supressões de itens inicialmente licitados,
o equilíbrio inicialmente obtido foi alterado em favor da empresa contratada.
trI
o
aliseC
n
/A
#

Recomendações:
Recomendação 1: Adotar medidas visando a recomposição de valores ao erário federal
e/ou compensação dos valores junto à empresa contratada, em virtude da celebração de
aditivos sem a manutenção do desconto percentual entre o valor global contratado e o
valor de referência constante do Edital.

Recomendação 2: Adotar medidas corretivas visando o mapeamento dos processos


referente o acompanhamento de obras públicas, com estabelecimento de rotinas, visando
o aprimoramento dos controles internos administrativos relacionados às atividades de
fiscalização de obras de engenharia.

1.1.1.7 CONSTATAÇÃO

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41
Prejuízo de R$ 56.637,95, sendo R$ 16.289,70 por serviços pagos e não executados,
R$ 40.348,25 em virtude de serviços executados com especificações inferiores às
contratadas.

Fato

Em outro ponto, agora tendo como objetivo verificar a execução física do Contrato
Administrativo nº 223/2013, efetuou-se inspeção física no período de 21 de março de
2015 a 05 de abril de 2015, tendo sido identificadas as seguintes irregularidades:

a) Serviços pagos e não executados.

Observou-se as seguintes inexecuções quando da inspeção física, que resultaram no


prejuízo de R$ 16.289,70:

Tabela: Serviços não executados e pagos.

Valor
Quantidade
Quantidade Unitário
Item Contratado medida e Prejuízo*
identificada pago com
Paga
reajustes
Dobradiça latão cromada 3x2 1/2" 63 Un. 0 R$ 9,70 R$ 611,11
Item incluso na Composição da porta de
madeira
Placa p/ caixa 4"X2",com 2 saídas RJ-45** 40 Un. 34 Un. R$ 40,11 R$ 240,66
Guarda corpo em tubo de aco galvanizado 1 28 M 19 M R$ 142,56 R$ 1.283,04
1/2"
Régua em granito cinza prata polido, esp. 2 282 M 269,40 M R$ 77,05 R$ 970,83
cm, largura 15 cm (Rev. Parede)
Locação da Obra 1.041,93 M² 890 M² R$ 5,23 R$ 794,50
Poste aço cônico continuo curvo simples sem 4 Un. 2 Un. R$ 1.199,25 R$ 2.398,50
base da janela 9m
Iluminação autônoma de emergência 8 Un. 7 Un. R$ 402,72 R$ 402,72
Janela máximoar, chapa dobrada (sem vidro 14,16 M² 8,60 M² R$ 451,22 R$ 2.508,78
e pintura)
Cerâmica padrão médio PEI 5, assentado 253,35 M² 132 M² R$ 58,34 R$ 7.079,56
sobre argamassa 1:4 (cimento e areia) e
rejuntado com cimento branco (Rev. Parede
0,32x0,57)
Total R$ 16.289,70
Fonte: Boletins de Medições (1ª a 23ª), vistoria in loco 21 de março 2015 a 05 de abril de 2015.
OBS:
* Calculado pela diferença entre quantidade pagas e identificadas in loco, multiplicado pelo custo unitário.
** Considerou-se a quantidade de saídas executadas, pois apesar do item licitado ter a especificação de que
em cada placa constasse duas funções, identificaram-se placas 4”x2” com uma função, placa 4”x2” duas
funções, placas 4”x4” com duas funções.

Assim, devido à existência de serviços pagos e não executados, identificou-se prejuízo de


R$ 16.289,70.

b) Serviços executados com especificações inferiores às contratadas.

Foram identificadas as seguintes distorções entre os serviços contratados frente aos


identificados na obra:
- Iluminação autônoma de emergência

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42
Na composição de preços unitários, constante da planilha orçamentária licitada na
Concorrência nº 10/2013, constou a especificação “Iluminação autônoma de emergência
2x55W, a mesma especificação que constou da composição de preços unitários da
proposta da empresa Sanches & Pawlina LTDA-ME.

Ocorre, porém, que analisando o material identificado na obra, verificou-se que o mesmo
possui além da capacidade inferior, o preço de mercado demasiadamente inferior ao
contratado.

Nas imagens abaixo é possível visualizar a diferença na qualidade dos produtos:

Quadro – Comparativo de produto licitado e entregue.

Especificações licitadas Identificado na obra

02 faróis de 55W Marca LLUM led 3W


Fonte: Memorial descritivo da Concorrência nº 10/2013 e Registro fotográfico em 22/03/2016.

Na composição de preços unitários contratados para esse item, há custos destinados à


aquisição do produto, bem como os de instalação, assim distribuídos: Insumo – custo
unitário contratado de R$ 283,03; Instalação - custo unitário de R$ 8,22, perfazendo um
custo sem BDI de R$ 291,25 por unidade.

Promovendo em 20 de abril e 2016 pesquisa de preço para o produto instalado na obra,


identificou-se o custo de R$ 33,30 que adicionando o custo de instalação contratado,
perfaz um total de R$ 41,52, ou seja, uma diferença a maior de R$ 249,73 quando
comparado com os valores pagos.

Acrescentado a essa diferença o BDI de 20%, o mesmo aplicado pela empresa em seu
custo, mais os percentuais de reajustes de preços incidentes nos pagamentos efetuados à
empresa para este item, sendo o Primeiro Reajuste de (7,75%) e o Segundo Reajuste de
(6,94%), chega-se a um valor unitário pago a maior de R$ 345,31.

Dessa forma, considerando que foram pagas oito unidades, identificou-se um prejuízo
pela execução do serviço, em virtude de ter sido adotado produto com especificação
aquém da contratada, de R$ 2.762,48.

Cabe destacar que para fins de apuração desse prejuízo considerou-se no cálculo apenas
sete unidades, pois apesar de ter sido medido e pago oito unidades, identificou-se in lo
apenas sete unidades, tendo sido, essa diferença (01 unidade), glosada no item “b)
Serviços pagos e não executados” deste apontamento. Assim o prejuízo considerado é
de R$ 2.417,17.

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43
- Sistema de ar condicionado

No memorial descritivo da licitação constou a aquisição de 12 aparelhos de ar


condicionado modelo “Split piso-teto 48.000 BTU´s quente/frio” a um custo unitário total
estimado de R$ 164.494,08, já considerado o BDI e o custo de instalação.

Por sua vez, a empresa Sanches & Pawlina LTDA-ME apresentou proposta de preços
contemplando aparelhos com as seguintes especificações: “Condicionador de ar Split hi-
wall 7000 btus”; “Condicionador de ar Split hi-wall 9000 btu´s”; “Aparelho Split
piso/teto 24000 btu´s, quente/frio”. Cabe destacar que na proposta da empresa contratada
não havia definição dos quantitativos a serem empregados na obra.

Como agravo, identificou-se, na obra, a instalação de 34 aparelhos do tipo “ar Split


18.000 BTU´s frio”, ou seja, com especificações divergentes das licitadas. Fazendo um
levantamento de preços de mercado atual (pesquisa em 20 de abril de 2016) verificou-se
que o custo unitário para um aparelho de 18.000 BTU`s-frio é de R$ 2.450,21, totalizando
um custo de R$ 83.307,06 para as trinta e quatro unidades instaladas, conforme detalhado
abaixo:

Tabela – Pesquisa de Preços Ar Split 18000 Btus frio em 20/04/2016.

Custo do Empresa Custo de Empresa Total Com Custo para


aparelho Cotada Instalação Cotada BDI 12,4% 34 Unidades
Refrigeração
Leroy Merlin
R$ 1.629,90 R$ 550,00 Centro Oeste R$ 2.450.21 R$ 83.307,06
(20/04/2016)
(20/04/2016)
Fonte: Produzido CGU/MS 2016 – em base a pesquisa de preços feita em 20/04/2016.

Confrontando esses valores com os custos pagos à empresa contratada até a 23ª Medição,
R$ 120.505,48, verifica-se um prejuízo de R$ 37.198,42.

Dessa forma, considerando que não consta do processo, justificativa para a alteração
promovida na execução do contrato nº 10/2013, bem como a demonstração de que os
itens executados são condizentes com os valores efetivamente pagos, identificou-se
prejuízo na ordem de R$ 37.198,42 em virtude de entrega de produtos com especificações
inferiores às contratadas.

- Papeleira cromada para papel higiênico em rolo- com chave

O item contratado estabelecia duas especificações “cromado e com chave”, na obra


identificou-se material PVC branco sem chave, conforme comparativo abaixo:

Quadro – Comparativo de produto licitado e entregue.

Especificações licitadas Identificado na obra

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44
Fonte: Memorial descritivo da Concorrência nº 10/2013 e Registro fotográfico em 22/03/2016.

Comparando os preços desses produtos, identificou-se prejuízo de R$ 682,88:

Custo
Unitário
Item + BDI de Referência Quantidade Total
20%
Item Licitado R$ 80,05 Valor contratado 16 Un. R$ 1.280,80
Item identificado na SINAPI Abr/2013
R$ 37,37 16 Un. R$ 597,92
obra – COD 83318
Prejuízo R$ 682,88

Considerando que, quando da efetivação do pagamento deste item, incidiram os índices


do Primeiro (7,29%) e Segundo Reajuste (5,62%) de Preços, o prejuízo passa a ser de R$
732,66.

Assim, devido a serviços executados com especificações inferiores às contratadas,


identificou-se prejuízo de R$ 40.348,25.

c) Serviços com má qualidade de execução.

Durante inspeção in loco, identificou-se má execução de acabamento em diversos pontos


da obra, as imagens abaixam retratam o fato ora apontado:

Foto – Registro Fotográfico dos serviços executados com má qualidade de acabamento.

Fissura em quadro negro Frestas nos interruptores

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45
Vidros da porta sala superior quebrado Ponto lógico nos tetos das salas de aula com
caixa circular ao inves de 4’x2”.

Espelho incompatível com a tomada sala de aula Infiltrações no teto das salas de aulas piso
piso superior superior

Fonte: Produzido pela CGU/MS 2016 – Registro fotográfico em 05/04/2015.

Diante das imagens apresentadas, torna-se imperioso a regularização dos serviços


prestados, bem como a recomposição do prejuízo identificado de R$ 56.637,95, sendo R$
16.289,70 por serviços pagos e não executados, R$ 40.348,25 em virtude de serviços
executados com especificações inferiores às contratadas.

ato
/F
#

Causa

Fragilidade no processo de fiscalização quanto à execução da obra.

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46
s
au
/C
#

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 200/2016-/RTR, de 19 de julho de 2016, a Unidade encaminhou o


Parecer nº 005/2016, de 15 de julho de 2016, contendo a seguinte manifestação:

“Inicialmente, cumpre à fiscalização destacar alguns fatores. O processo licitatório foi


realizado a partir da confecção de um conjunto de projetos básicos e de uma planilha
orçamentária, todos elaborados por profissionais de suas áreas, com suas respectivas
ART’s e inclusive a declaração do orçamentista, executor do orçamento-base
apresentado para licitação, de que “para os devidos fins, que os quantitativos constantes
na planilha orçamentária estão compatíveis com o projeto de engenharia da obra acima
referenciada”. No caso da proposta apresentada pela contratada, a mesma reflete os
quantitativos apresentados no orçamento-base, e a empresa contratada apresenta uma
declaração de teor semelhante, informando que “as planilhas orçamentárias apresentam
compatibilidade de quantitativo e custos com os quantitativos do projeto básico”, com a
respectiva ART de seu engenheiro, consoante o princípio da boa-fé objetiva inerente aos
contratos administrativos.

Sabemos que um orçamento referenciado em projetos está sujeito a erros, mas neste caso
foi observado pela fiscalização que tais erros e divergências extrapolam por vezes o
limite da razoabilidade. Ao longo das medições foi-se constatando que havia várias
divergências entre os quantitativos apresentados na planilha e os quantitativos
mensuráveis pelos projetos. Desta forma, a fiscalização, sempre prezando pelo interesse
público, e buscando ao máximo evitar danos ao erário, procurou fazer incisivos
levantamentos de quantitativos e cálculos a cada medição. Ou seja, ao longo da execução
da obra a fiscalização teve que não só aferir o quantitativo executado, como também
fazer quase que arequantificação da obra. Um dos resultados desse empenho deu-se
junto à empresa contratada na celebração do 6º Termo Aditivo, que contempla, em sua
maioria, a supressão de serviços que não seriam realizados que “possuem quantidades
superiores ao especificado em projeto, ou possuem descrição e composição
incompatíveis com o serviço especificado no projeto, ou ainda, são serviços que não
constam nos projetos”, resultando em R$: 507.638,02 apenas em supressões ao contrato.
Ora, se a fiscalização não tivesse feito este trabalho de quantificação e acompanhamento,
se baseando única e exclusivamente nas planilhas licitadas, teria concorrido para o erro
de prejuízos inestimáveis ao erário, o que sempre foi procurado evitar. Cabe ressaltar,
que alguns itens da própria planilha orçamentária induziam facilmente ao erro a
fiscalização, bem como a própria empresa contratada, como podemos citar, a título de
ilustração, os itens 8.2, 8.3 e 8.4. Os dois primeiros se referiam a serviços de telha, cabe
destacar que no item 8.3 em sua descrição é citado “com colocação”, todavia, o item 8.4
consiste no serviço de Colocação de telhas de aço, com quantitativo correspondente à
somatória dos itens 8.2 e 8.3. O que facilmente induziria a fiscalização a mensurar os
itens simultaneamente. Tal fato pode se repetir em mais itens, não devendo tais erros
serem imputados e responsabilizados à fiscalização. Se a planilha apresentada para
licitação está sujeita a erros (e infelizmente possuía alguns, conforme constatado),
porque, então, a fiscalização é tão-somente responsabilizada pelos mesmos?
Prosseguindo, vamos à análise dos itens.
[..]
Já em relação ao item “Dobradiça latão cromada 3 x 2 ½” ” a fiscalização verificou que
houve um lapso em sua medição, fator esse decorrente do próprio erro da planilha. Pois,
como todo o conjunto das portas estava segmentado em vários itens (conjunto de

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ferragens, porta, prendedor), a fiscalização realmente não se atentou para o fato de que
as dobradiças realmente estavam inclusas na composição da porta em si, e acabou sendo
induzida ao erro de medi-la em separado e em duplicidade, ainda que tenha se atentado
ao seu quantitativo, e medido apenas 63 das 81 unidades que constavam em planilha,
sendo as 63 dobradiças correspondentes às 21 portas de madeira instaladas. A
fiscalização, sempre primando evitar danos ao erário, mediu somente a quantidade de
fato executada. Todavia, devido ao erro da planilha que trouxe o item dentro da
composição da porta e posteriormente em separado, foi induzida a medi-lo em
duplicidade. Não tendo sido evitado o erro, ao contrário do item “Cobertura”
exemplificado acima. Desta forma, a fiscalização se coloca à disposição para eventuais
esclarecimentos, e ainda entende, que, mediante esta constatação, o correto seria a
supressão dessa diferença a maior das dobradiças, resultando na supressão do valor
pago a maior, que seria de R$: 611,11, evitando quaisquer possíveis danos ao erário.
Ainda que o tenha cometido induzido por falhas alheias a sua própria ação.

Com relação ao item placa para caixa 4”x2”, com 2 saídas RJ-45, após verificação a
fiscalização levantou os seguintes fatos:

Foi medida a totalidade de 40 unidades da placa para caixa 4” x 2”, com 2 saídas RJ-
45. Em nova visita “in loco”, a fiscalização constatou a execução de82 saídas RJ-45,
sendo 12 placas duplas em caixa 4” x 4” (24 saídas RJ-45), 12 placas duplas em caixa
4” x 2” (24 saídas RJ-45) e 34 placas com saída simples em caixa 4” x 2” (34 saídas RJ-
45). O levantamento da CGU apontou 34 unidades (o que poderiam ser 68 saídas RJ-45,
conforme descrição feita pela auditoria). Realmente o item especificado em planilha
levantou dúvidas inclusive à fiscalização, pois diverge do especificado no projeto de
elétrica, que utiliza para a maior parte das saídas de telefonia e lógica caixas 4”x4” com
duas saídas. A fiscalização acabou considerando o número de placas pelo número de
pontos de lógica e telefonia, que reflete a quantidade medida. Novamente, fica clara que
a planilha orçamentária apresentou por algumas vezes dificuldades quanto ao
levantamento dos serviços executados, o que induziu a fiscalização ao erro, por mais que
a mesma tenha procurado evitá-lo. A fiscalização reitera que em momento algum
objetivou a concorrer para quaisquer danos ao erário, conforme vem demonstrando.
Desta forma, quanto à falha na medição, a fiscalização se coloca à disposição para
eventuais esclarecimentos, e ainda entende, que, mediante esta constatação, o correto
seria a supressão dessa diferença a maior de placas em caixas 4” x 2” com 2 saídas RJ-
45 e aditivo das demais placas em caixa 4” x 4” com 2 saídas RJ-45 e placas em caixa
4” x 2” com 1 saída RJ-45, evitando quaisquer possíveis danos ao erário.

Com relação ao item Guarda corpo em tudo de aço galvanizado 1 ½”, após verificação
a fiscalização levantou os seguintes fatos:

A previsão de guarda-corpo, conforme projeto arquitetônico seria ao longo da


circulação do 1º pavimento, como proteção ao vazio existente, e ainda ao longo das
escadas. O que a fiscalização entende que ocorreu foi uma falha na planilha ao
verificarmos a não existência do item “corrimão”. Como podemos observar pelas
imagens, a contratada executou o guarda-corpo na escada e como proteção ao vão-livre.
Todavia, na escada, junto à parede, foi executado o corrimão, seguindo as especificações
do projeto de arquitetura. Ao se somar os comprimentos de ambas as margens da escada
ao comprimento do vão sobre o vazio, temos o total de 28m, que identificamos na planilha
sob o item “guarda-corpo”.

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Imagem 8 – Guarda-corpo no 1º Imagem 9 – Guarda-corpo e corrimão na
Pavimento escada

Foram executados 19m de guarda-corpo e 9m de apenas corrimão. Como o item guarda-


corpo está na planilha medido em “m” (metros lineares), a fiscalização acabou somando
seus comprimentos (guarda-corpo e corrimão) como sendo um único item (guarda-
corpo), não se atentando corretamente para a diferença de descrição (e possivelmente
de preço) entre corrimão e guarda-corpo, fato que foi ainda mais incitado pela
inexistência do item corrimão na planilha e ainda pelo quantitativo de guarda-corpo
corresponder exatamente às quantidades somadas de guarda-corpo e corrimão. Tendo a
fiscalização novamente sido induzida ao erro por falhas na planilha, ressaltamos que
não fora apontado pela CGU a existência da execução de corrimão, que não estava em
planilha como um item separado, tendo sido medido por lapso dento do guarda-corpo.
De toda forma, a fiscalização se coloca à disposição para eventuais esclarecimentos, e
ainda entende, que, mediante esta constatação, o correto seria a supressão dessa
diferença a maior do item guarda-corpo e a adição do quantitativo referente à corrimão,
resultando na supressão do valor pago a maior, evitando quaisquer possíveis danos ao
erário.

[...]
Quanto ao item Régua em granito cinza prata polido, esp. 2cm, largura 15cm, após
verificação a fiscalização levantou os seguintes fatos:

Nas medições, a fiscalização se atentou ao quantitativo executado, levando em


consideração que a régua ocupa apenas 3 das quatro paredes das salas e ainda que a
área da porta era descontada. Sendo, portanto, medido corretamente na 16ª Medição
134,7m referente às 6 salas no térreo e ainda 40,7m referentes a 2 salas no 1º piso,
totalizando 175,4m nesta medição. Na medição seguinte, havia um saldo de 106,6m de
régua em planilha. O serviço foi concluído em sua totalidade, e os cálculos da
fiscalização realmente apontam a execução de mais 94m em réguas de granito no 1º
Pavimento. A fiscalização não sabe exatamente a razão, mas acabou sendo induzido ao
erro e mediu a totalidade do saldo em planilha, inclusive utilizando a fórmula da
diferença entre o posposto e o total medido até então, o que resultou na medição de
106,6m de granito, e não 94m, gerando esta diferença de 12,6m. Novamente as falhas de
planilha contribuíram e induziram ao erro da fiscalização. Há de se considerar que
conforme as medições foram avançando, com os aumentos de detalhes e especificações
da obra, acrescentando-se às falhas existentes na planilha, que era divergente dos
projetos, da fiscalização de outras obras (contratos) simultaneamente a esta, infelizmente
geraram falta de precisão ou revisão da planilha que permitiu que tais falhas ocorressem.
Desta forma, quanto à falha no lançamento, a fiscalização se coloca à disposição para

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eventuais esclarecimentos, e ainda entende, que, mediante esta constatação, o correto
seria a supressão dessa diferença a maior, resultando na supressão do valor pago a
maior de R$: 970,83, evitando quaisquer possíveis danos ao erário.

Quanto ao item locação da obra:

A planilha previa uma locação de 1.500 m². Durante a execução da locação, a contratada
executou 2(dois) quadriláteros para locar a obra. Uma área (Área 1)retangular de 22,55
m de largura por 44,15 m de comprimento, abrangendo o corpo do prédio, totalizando
uma área de 995,58 m²; e uma segunda área (Área 2), um quadrilátero junto ao primeiro,
com 3 m de comprimento e 15,45 m de largura, abrangendo a área do pórtico de entrada
do prédio, totalizando uma segunda área de 46,35m²; perfazendo, assim, uma área total
de 1.041,93m² de locação.

Imagem 14 – Locação destacada em Lilás sobre a projeção do edifício.

Como alguns pontos das locações das estacas extrapolavam os limites do edifício e por
ser circular a área do pórtico de entrada, a fiscalização entendeu que a área de locação
executada pela contratada, sem deixar de permitir a correta locação da obra, procurou
ser econômica. A fiscalização não compreendeu, no entanto, como a CGU calculou a
área de 890m², mas procurou elucidar como se deu a locação da obra, entendendo não
ter concorrido para pagamentos indevidos quanto a esse item. Ressaltando-se que mediu
apenas 1.041,93m² dos 1.500,00m² previstos pela planilha, sendo o restante do item
suprimido no contrato.

Com relação ao item Poste aço cônico contínuo curvo simples, sem base, de janela 9m,
após verificação a fiscalização levantou os seguintes fatos:

Foram medidos de fato a totalidade de 9 postes, sendo 5 duplos e 4 simples. Após uma
nova revisão “in loco”, foi constatado que de fato foram executados 6 duplos e 2 simples,

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num total de 8 postes. A fiscalização entende que pode ter havido algum erro de digitação
na medição, passando este item despercebido desde então, visto que o erro ocorreu na
medição tanto dos postes duplos (a menor), como nos postes simples (a maior). A
planilha, mais uma vez, não contribuiu para uma percepção mais atenta dessa falha, uma
vez que a mesma apresentava quantidades muito superiores ao que constava em projeto.
A fiscalização reitera que em momento algum objetivou a concorrer para quaisquer
danos ao erário, conforme vem demonstrando. Tendo sido suprimidos os quantitativos
de postes não executados, conforme o saldo que havia em planilha. Desta forma, quanto
à falha no lançamento, a fiscalização se coloca à disposição para eventuais
esclarecimentos, e ainda entende, que, mediante esta constatação, o correto seria a
supressão dessa diferença a maior dos postes simples (R$: 2398,50) e ainda na adição
do poste duplo que não foi medido (R$: 1.345,23), mas foi executado, resultando na
supressão do valor pago a maior de R$: 1.053,27, evitando quaisquer possíveis danos
ao erário.

Com relação ao item iluminação autônoma de emergência, após verificação a


fiscalização levantou os seguintes fatos:

Foram medidos a totalidade de 8 unidades de iluminação autônoma de emergência. Em


novo levantamento “in loco”, foram constatados 7 unidades de luminárias de
emergência. A fiscalização entende que pode ter havido algum erro de digitação na
medição, passando este item despercebido desde então. A planilha, mais uma vez, não
contribuiu para uma percepção mais atenta dessa falha, uma vez que a mesma
apresentava quantidades superiores ao que constava em projeto. A fiscalização reitera
que em momento algum objetivou a concorrer para quaisquer danos ao erário, conforme
vem demonstrando. Desta forma, quanto à falha no lançamento, a fiscalização se coloca
à disposição para eventuais esclarecimentos, e ainda entende, que, mediante esta
constatação, o correto seria a supressão dessa diferença a maior de R$: 402,72,
resultando na supressão do valor pago a maior, evitando quaisquer possíveis danos ao
erário.

Com relação ao item Janela Maxim-Ar, chapa dobrada (sem vidro e pintura), após
verificação a fiscalização levantou os seguintes fatos:

O que ocorreu foi um lapso por parte da fiscalização quando aferiu os quantitativos,
infortunamente induzido ao erro por falhas na planilha licitada, visto que a área
executada em janelas maxim-ar foi de fato 8,6m². O ocorrido foi que a fiscalização já
havia lançado em planilha os 103,68m² das janelas de correr em chapa de aço, com 4
folhas (item 07.01), que correspondem às salas de aula do térreo e do 1º Pavimento. No
entanto, as salas multiuso do 1º Pavimento possuem mais 5,76m² de janelas de correr,
que por não haver saldo neste item, a fiscalização, por um lapso, lançou no item 07.02,
janelas maxim-ar. E tal divergência passou-se desapercebida quando da supressão das
janelas não executadas. Desta forma, constata-se que realmente foram medidos R$:
2.508,78 a mais nesse item, ao mesmo tempo em que deixaram de ser medidos R$:
1.917,00 no item 07.01, que deveriam ter sido fruto de aditivo, sendo a divergência de
valores de apenas R$: 591,78. A fiscalização ainda ressalta que se tivesse detectado essa
diferença, à época do 6º termo aditivo, a contratada poderia fazer jus ao 2º
Reajustamento desse item 07.01, pois o item seria medido somente posteriormente, o que
diminuiria ainda mais essa divergência de valores. De toda forma, a fiscalização se
coloca à disposição para eventuais esclarecimentos, e ainda entende, que, mediante esta
constatação, o correto seria a supressão dessa diferença a maior e a adição da diferença

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a menor, resultando na supressão do valor pago a maior de R$: 591,78, evitando
quaisquer possíveis danos ao erário.

Quanto ao item Cerâmica padrão médio PEI 5, assentado sobre argamassa 1:4, após
verificação a fiscalização levantou os seguintes fatos:

No projeto de arquitetura, era previsto como revestimento: nos sanitários masculino e


feminino, tanto no térreo, como no 1º Pavimento, além da copa no térreo; o revestimento
com placas cerâmicas, até a altura de 1,80m (com 2 faixas de 10 cm x 10 cm (uma fiada
por faixa)) nas alturas de 1,00m e 1,70m a partir do piso. Que corresponde à quantidade
identificada pela CGU de 105,4m².

Todavia, há ainda a especificação de revestimento de parede tipo “4”, para os


corredores, de revestimento cerâmico, com faixas de litocerâmica, conforme paginação
de paredes da circulação, até a faixa aproximada de 1,36m de altura a partir do chão;
sendo, portanto, a altura da faixa cerâmica de aproximadamente 1,05m ao longo de toda
a circulação, entre salas de aula e ainda nas paredes externas aos sanitários e salas de
apoio. Onde estas correspondem aos 147,95m² restantes de cerâmica padrão médio PEI
5 medido pela fiscalização. Novamente, cumpre à fiscalização salientar que os erros
decorrentes da própria planilha colaboraram inclusive para a não identificação dessa
diferença pela equipe de auditoria. Visto que a planilha contemplava este serviço de
cerâmica, no quantitativo de 816m², além da faixa de 10x10cm, na quantidade de 16m² e
ainda um revestimento cerâmico de 1ª, na metragem de 220m².Contudo a planilha não
comtemplou os serviços de revestimento em litocerâmica presentes tanto internamente,
como externamente à edificação, conforme projeto arquitetônico, quantitativo esse que
foi fruto de aditivo na obra. A planilha, todavia, não demonstra ou especifica, à exceção
da cerâmica 10x10cm, pela sua dimensão, onde cada tipo de cerâmica seria utilizada. E
conforme constata-se pelas medições e com o aditivo de supressão, que todas estavam
previstas em quantidades muito acima das necessárias pelas especificações em projeto.
O que primordialmente poderia induzir a fiscalização ao erro.

Portanto, a fiscalização entende não ter concorrido para erros quanto à medição desse
item, tendo procedido conforme o demonstrado acima, medindo-o conforme o executado
de fato.Caso haja falha na metodologia adota, a fiscalização se põe à disposição para
eventuais esclarecimentos. Ressaltando-se que efetuou as devidas supressões dos
quantitativos além do necessário à execução e ao projeto. Mostrando que a fiscalização,
sempre que possível, procurou observar os quantitativos executados, de forma a evitar
danos ao erário, por mais que a própria planilha não contribuísse, a princípio, para tal.

Em relação ao item 5 do relatório (Expansão da Rede Fed. De Educ. Profis. E Tec),


subitem 5.1(Expansão da Rede Fed. De Educ. Profis. E Tec), subitem 5.1.1 (Contratos
de Obras, Compras e Serviços), subitem 5.1.1.4 (Constatação) alínea b) Serviços
Executados com especificações inferiores às contratadas, informamos que:

Em um novo momento se constata como a planilha orçamentária se mostrou de certa


forma incompatível com os projetos que lhe deram origem, sendo fatídicas as diferenças
entre quantitativos e também descrições dos serviços, entre o especificado pelos projetos
e o orçado. Tais fatos, indubitavelmente acabaram por induzir à fiscalização ao
cometimento de erros.

Em relação ao serviço Iluminação autônoma de emergência.

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A planilha, unicamente (imagem 15), não traz nenhum detalhamento sobre o mesmo, o
que induziu a fiscalização e entender que o serviço oferecido pela contratada era
compatível com o da planilha. A fiscalização não se atentou para o fato de o produto que
constava na composição de preços era diferente do executado. O produto instalado é o
modelo que atualmente tem sido mais usual para a iluminação de emergência, por ser
mais econômico e de fácil reposição / substituição / manutenção. Desta forma, a
fiscalização em momento algum acreditou estar gerando quaisquer tipos de danos ao
erário, ou prejuízo.

Imagem 15 – Locação destacada em Lilás sobre a projeção do edifício.

Todavia, sendo contundente as identificações da auditoria, a fiscalização sugere que


sejam suprimidos os itens previstos em planilha e aditivados os serviços referentes à
luminária de fato executadas, resultando na supressão de R$: 2.417,17, conforme
calculado pelo CGU, de forma a evitar possíveis prejuízos ao erário.

Em relação ao serviço “Sistema de ar Condicionado”.

Cabe à fiscalização informar que, o item em planilha previa o serviço “Sistema de Ar-
Condicionado” e, de fato, ao aferir sua composição, havia a descrição de “Split piso-
teto 48.000 BTU’s Quente/Frio”; 12 unidades, ao custo unitário de R$: 6.800,00, e
instalação: 12 unidades, ao custo unitário de R$: 2.850,00. Totalizando, com BDI, o
custo total de R$: 130.159,20. Todavia após o desconto aplicado o preço foi para R$:
129.111,32. Com os 2 (dois) reajustes o sistema foi para o valor de R$: 148.772,20.

Conforme já mencionado anteriormente, tal item não tinha respaldo em sua descrição
nos projetos licitados. Visto que o projeto de elétrica, seguido pelo arquitetônico, previa
cerca de 34 unidades de 18.000 btu/h. E conforme bem explicado pela auditoria, a
empresa contratada apresentou na licitação outras especificações que não condiziam
nem com o projeto, nem com a planilha.

Quanto à alteração, do executado em relação ao previsto em planilha, o mesmo surgiu


por solicitação da própria Gestão do contrato, uma vez que o projeto e a planilha
previam aparelhos de ar-condicionado, porém de potências diferentes, mas que poderiam
ser incorporados pelo mesmo item, visto sua descrição ser “Sistema de Ar-
Condicionado”. Para, desta forma, entregar o edifício com suas salas climatizadas,
visando atender da melhor forma possível a atividade-fim da UFMS com o máximo de
conforto possível. A gestão solicitou, para atender as normativas de eficiência
energética, que todos aparelhos possuíssem o Selo Classe A – Procel. Assim como a
mesma se atentou à divergência de valores, solicitando que se suprimisse 19% do valor
previsto para o item. Uma vez, que a contratada apresentou uma nota fiscal referente à
aquisição dos aparelhos de ar-condicionado (ANEXO VII), com o valor unitário de R$:
3.090,00. Apesar da nota descrever 36 aparelhos, na obra foram instalados 34 aparelhos.

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Perfazendo o custo, conforme demonstrado pela contratada, de R$: 105.060,00 pelos
aparelhos, como a contratada não apresentou os custos de instalação, e alegou que o
valor constante em nota fiscal era apenas referente à aquisição dos aparelhos, no intuito
de não gerar ônus ao erário e procurar manter o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato, foi considerado o custo de 1 (uma) instalação do preço orçado inicialmente em
planilha, para considerar a instalação das 34 unidades. Este custo era previsto em R$:
2.850,00. Totalizando, assim, o valor de R$: 107.910,00 pelos aparelhos de ar-
condicionado com instalação. Acrescendo-se o BDI para equipamentos ao serviço, que
é de 12,40%, tem-se o valor de R$: 121.290,84, que de fato é um pouco acima do valor
efetivamente pago à contratada que foi de R$: 120.505,48. Isso devido ao
arredondamento ocorrido na supressão.

A gestão, procurou assim, seguida pela fiscalização, evitar ao máximo danos ao erário.
Entendendo que, mediante apresentação da Nota Fiscal pela empresa contratada, mesmo
se os valores avaliados para os aparelhos fossem divergentes, a empresa estaria
amparada pelo pedido de reequilíbrio econômico-financeiro.

Todavia, entendendo que tais fatos possam ter concorrido para prejuízo ao erário, a
fiscalização, junto à administração da UFMS encontrou a existência de uma Ata de
registro de Preços de Ar-Condicionado de 2015 na UFMS, na qual os aparelhos de ar-
condicionado split de 18.000 BTU/h saem ao custo unitário de R$: 2.180,00. Há também
um contrato de 2015 para instalação de aparelhos de ar-condicionado, cujo valor para
instalação de cada aparelho split de 18.000 BTU/h é de R$: 608,00. Para as 34 unidades,
esse custo seria de R$: 94.792,00. No caso da obra, ainda incide-se o BDI, que para
equipamentos é de 12,40% para este contrato. Logo o custo, baseando-se em preços
contratados pela UFMS seria de R$: 106.546,21. Ainda, dessa forma, ainda há uma
diferença de R$: 13.959,27, que, portanto deve ser suprimida para evitar danso ao
erário, visto que seria a diferença de valor baseando-se na realidade da UFMS.A
fiscalização, de toda forma, se coloca à disposição para eventuais esclarecimentos.

Em relação ao serviço “Papeleira cromada para papel higiênico em rolo – com chave”:

Afiscalização informa, que à época da medição, acabou por passar desapercebida entre
as diferenças de descrição do serviço da planilha e o executado, até porque o projeto de
arquitetura sugeria que o modelo de papeleira fosse um quadradinho para rolos de papel
higiênico comum, semelhante ao instalado, e não o modelo grande indicado pela
auditoria, ainda que, a fiscalização reconheça que o modelo indicado pela auditoria é
mais próximo à descrição planilhar. A fiscalização não teve, em momento algum,
quaisquer intenções de gerar ônus ou prejuízos ao erário.

Informa que não conseguiu encontrar o item especificado pela auditoria de código 83318
na tabela SINAPI de Abril/2013, e também não o encontrou nas tabelas mais recentes o
serviço, ou ainda o insumo ao qual a auditoria se referiu. Todavia, em uma cotação de
preços na internet, conforme anexo, encontrou uma papeleira semelhante à utilizada na
obra pelo valor de R$: 36,50, sem considerar frete ou diferença de ICMS. (ANEXO VIII)
Todavia, atenta-se que na composição da papeleira havia a mão-de-obra para sua
instalação, orçada em 1h de serviços de servente, custando R$: 6,71, somando-se ao BDI
temos então o custo de R$: 51,85 por papeleira instalada, totalizando R$: 829,60, que
realmente se faz inferior ao valor medido que foi de R$: 1451,40, inclusos os reajustes
medidos. Nota-se que a fiscalização não aplicou reajustes sobre a mão-de-obra deste
cálculo dos R$: 51,85 da papeleira instalada, tendo em visto que pegou um valor atual

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da papeleira, procurando, desta forma não concorrer para novas distorções de valor.
Logo, a diferença de valores seria, salvo melhor juízo, de R$: 621,80, conforme
demonstrado acima.

Assim, sendo contundentes as identificações da auditoria, a fiscalização sugere que


sejam suprimidos os itens previstos em planilha e aditivados os serviços referentes às
papeleiras de fato executadas, gerando a supressão do valor pago a maior de R$: 621,80,
conforme calculado pela fiscalização, de forma a evitar possíveis prejuízos ao erário.

Em relação ao item 5 do relatório (Expansão da Rede Fed. De Educ. Profis. E Tec),


subitem 5.1(Expansão da Rede Fed. De Educ. Profis. E Tec), subitem 5.1.1 (Contratos
de Obras, Compras e Serviços), subitem 5.1.1.4 (Constatação) alínea c) Serviços
Executados má qualidade de execução, informamos que:

A fiscalização está sempre atenta à qualidade dos serviços executados, reconhecendo


inclusive que a empresa contratada não possui excelência na qualidade de acabamento
e execução. Infelizmente, ainda não possuímos mecanismos precisosque possam afastar
tais empresas do certame licitatório, o que poderia contribuir para uma significativa
melhora na qualidade dos espaços públicos.

Em relação aos serviços executados, a fiscalização tem sempre solicitado e reiterado à


contratada a correção de imperfeições decorrentes da execução, entendendo ainda que
o edifício está sujeito à garantia pelo período de 5 anos para que eventuais novos vícios
que se apresentem sejam sanados. Assim, tão logo a fiscalização identificou tais falhas,
vem solicitando as devidas correções a contratada, tendo grande parte desses serviços
sido já reparados. E os que ainda não foram sanados já foram solicitados.

Imagem 16 – Vidro na porta trocado. Imagem 17 – Fissura em quadro solicitada


reparo.

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Imagem 18 – Solicitação de reparo Imagem 19 – Solicitação de substituição nos
nas caixas de lógica no teto. espelhos de tomadas.

Informamos, ainda, que para o recebimento provisório da edificação, uma nova inspeção
é realizada pela fiscalização para que o edifício só seja recebido em perfeitas condições
de uso. Se ainda houver, porventura, serviços que necessitem ser reparados ou refeitos,
a fiscalização entende ser contundente o reacionamento da contratada para tal, inclusive
aplicando-se penalidades ou ações legais cabíveis, caso necessário.”
m
x
E
d
U
ifestco
an
/M
#

Análise do Controle Interno

Mediante análise das justificativas apresentadas pela Unidade, conclui-se que:

a) Serviços pagos e não executados.

Dobradiça latão: a FUFMS reconhece que este item medido e pago integra a composição
da porta de madeira, devendo portanto ser ressarcido o valor pago a empresa de R$
611,11;

Placa p/ caixa 4"X2",com 2 saídas RJ-45, a FUFMS reconhece a diferença identificada.


Dessa forma, ainda que haja a necessidade de se promoverem ajustes nos quantitativos
de itens não medidos, como placas em caixa 4”x4” com duas saídas e placa 4”x2” uma
saída, deve a FUFMS glosar a quantidade paga a maior do item placa para caixa 4”x2”
com duas saídas, o que resultou no pagamento a maior de R$ 240,66, o equivalente a sete
unidades;

Guarda corpo: A FUFMS reconhece que houve medição a maior deste item, pois em suas
medições consideraram-se os quantitativos do item “corrimão”. Assim, ainda que seja
necessário aditivar o item corrimão não previsto no certame, persiste a necessidade de
glosa no valor de R$ 1.283,04 pagos indevidamente;

Régua em granito cinza prata polido, esp. 2 cm, largura 15 cm: Em sua justificativa, a
FUFMS reconhece o valor de R$ 970,83 pago indevidamente, devendo portanto ser
ressarcida pela empresa contratada;

Locação da obra: Cabe observar que em nossa medição, foi consideração a área onde foi
feito a edificação da obra, incluído a calçada existente em torna da obra, o que resultou
em 890 M², desconsiderando o calçamento, a área de locação é de 836,15 M², nos dois
casos a área é bem inferior a medida tendo tomado como referencia 1.041,93 M². A
locação da obra é o processo de transferência da planta baixa do projeto da edificação

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para o terreno. Em outras palavras, transfere-se para o terreno o que foi projetado, dessa
forma, não considerou a área em que houve o plantio de placas em grama, persistindo a
glosa nos valores pagos à empresa no valor de R$ 794,50.

Poste de aço cônico curvo simples: A FUFMS reconhece a divergência apontada pela
fiscalização, devendo portanto glosa o valor pago indevidamente a empresa de R$
2.398,50, sem prejuízo do aditivo a ser celebrado para o item não medido e executado
(poste duplo).

Iluminação autônoma de emergência: a própria Unidade reconhece a medição paga a


maior, devendo portanto efetuar a glosa de R$ 402,72 dos valores a serem pagos a
empresa contratada;

Janela máximoar, chapa dobrada: Em sua justificativa a Unidade informa que há de fato
diferença no quantitativo, e que irá promover ajustes no quantitativo de outro item medido
a menor, em todo o caso, ainda que seja acrescido o quantitativo do item “janela de
correr”o item “janela maximoar” foi medido a maior devendo ser glosado o valor pago a
maior de R$ 2.508,78;

Cerâmica padrão médio PEI 5, assentado sobre argamassa 1:4 (cimento e areia) e
rejuntado com cimento branco (Rev. Parede 0,32x0,57): Em sua justificativa a Unidade
informa que considerou para medição dos 253,35 M ² os revestimentos constantes dos
banheiros (105,40 M²) e da área de circulação (147,95 M²). Ocorre que o revestimento
instalado no banheiro é diferente tanto em medida quanto em preço do instalado na área
de circulação. Na planilha inicial contratada, havia a previsão de 220 M² de cerâmica
esmaltada PEI-4 20x20cm, a um custo unitário de R$ 31,46 para instalação nos banheiros.
O referido item foi suprimido da planilha quando da celebração do Sexto Termo Aditivo.
Mesmo tendo sido suprimido, o item foi executado e sua medição foi incluída na medição
do item “ Cerâmica padrão médio PEI 5” cujas medidas são 0,32x0,57cm e possui um
custo unitário inicial de R$ 51,48, que após os reajustes foi de R$ 58,34. Diante do
exposto, entende-se que a FUFMS deve glosar os valores pagos a maior de R$ 7.079,56
do item “Cerâmica padrão médio PEI 5 0,32x057cm”, haja vista a quantidade identifica
in loco ser de 132 M² frente a quantidade de 253,35 M² medida e paga, sem prejuízo do
quantitativo a ser acrescido do revestimento dos banheiros.

Diante do exposto persiste a necessidade de recomposição ao erário no valor de R$


16.289,70.

b) Serviços executados com especificações inferiores às contratadas.

Iluminação autônoma de emergência: A FUFMS em sua justificativa informa que irá


promover a supressão de R$ 2.417,17;

Sistema de ar condicionado: A FUFMS, no cotejamento de valores, adotou ata de registro


de preços de 2015. Cabe observar que o certame possui preços com data base abril de
2013, dessa forma é necessário que a FUFMS adote comparativo de preços valendo-se de
referência próxima a data do orçamento da licitação. Caso a Unidade não tenha realizado
contratações no exercício de 2013 a mesma pode se valer de preços praticados por outros
órgãos, como exemplo apontamos duas Atas do exercício de 2013, (Ata nº 69/2013 da

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15º Região do TRT, e Ata nº 081/2013 da Prefeitura de Colider/MT), e foi identificado
um custo de R$ 1.920,00 por unidade 18.000 Btus, e custo de instalação de R$ 475,00
resultando para 34 unidades custo total de R$ 81.430,00, valor bem próximo do estimado
pela equipe de fiscalização R$ 83.307,06, nos dois casos o valor é bem inferior ao valor
pago de R$ 120.505,48. Diante do exposto, torna-se imperioso que antes da glosa dos
valores, a Unidade promova pesquisa de preço tendo como referência a data do orçamento
do certame, qual seja, Abril de 2013, e promova a glosa dos valores pagos a empresa,
persistindo, até que se promova o comparativo, o valor de R$ 37.198,42 a serem
ressarcidos.

Papeleira cromada para papel higiênico em rolo- com chave: A referência do Sinapi
adotado em nosso comparativo foi a do Sinapi Nacional para Região Centro oeste,
considerando que há no Sinapi referência de preço de abril de 2013 essa deve prevalecer
sobre a pesquisa feita pela Unidade e com data atual, devendo, portanto, ser glosado o
valor de R$ 732,66.

c) Serviços com má qualidade de execução. Em virtude das evidências consignadas pela


FUFMS foi possível verificar que as deficiências identificadas foram solucionadas.
trI
o
aliseC
n
/A
#

Recomendações:
Recomendação 1: Adotar medidas visando ressarcimento ao erário federal e/ou
compensação dos valores pagos indevidamente durante a execução da obra, em virtude
de pagamentos efetuados indevidamente por serviços não executados e/ou executados em
desacordo com as especificações contratadas, bem como por serviços anteriormente
contratados pela FUFMS.

Recomendação 2: Adotar medidas corretivas visando o aprimoramento dos controles


internos administrativos relacionados às atividades de fiscalização de obras de
engenharia.

1.1.1.8 CONSTATAÇÃO

Ausência de Acessibilidade ao Bloco de Química.

Fato

Em outro ponto, agora tendo como objetivo verificar a execução física do Contrato
Administrativo nº 223/2013, efetuou-se inspeção física no período de 21 de março de
2015 a 05 de abril de 2015, tendo sido identificadas as seguintes irregularidades:

a) Ausência de Acessibilidade ao Bloco de Química.

Inicialmente, cabe mencionar que a obra encontra-se em estágio final de execução, com
cerca de 97,76% concluído, conforme dados Simec da obra nº 42.350, expirando sua
vigência em 25 de março de 2016, conforme Sexto Termo Aditivo ao Contrato nº
223/2013.

A obra foi inspecionada tendo por base aos serviços medidos até a Vigésima Terceira
Medição, a qual compreende o período de 13 de outubro 2015 a 12 de novembro de 2015.

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Verificando a execução da obra identificou-se que a mesma não garante a acessibilidade
às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Em verdade, a obra da forma como
foi executada gera limitação de acesso às suas instalações a todos os usuários. Nas
imagens abaixo é possível identificar a falta de acesso à entrada do bloco, o desnível do
terreno, bem como ausência de rampas para deficientes, e escadarias para os demais
usuários:

Foto – Bloco de Química.

Fonte: CGU 2016, registro fotográfico no período de 21/03/2015 a 05/04/15.

A Lei n.º 10.098, de 19 de dezembro de 2000, estabelece normas gerais e critérios básicos
para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, dentre elas destaca-se a seguinte obrigatoriedade:

“Art. 11. A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados


destinados ao uso coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem
acessíveis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Parágrafo único. Para os fins do disposto neste artigo, na construção, ampliação ou


reforma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser
observados, pelo menos, os seguintes requisitos de acessibilidade:

I – nas áreas externas ou internas da edificação, destinadas a garagem e a


estacionamento de uso público, deverão ser reservadas vagas próximas dos acessos de
circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas
portadoras de deficiência com dificuldade de locomoção permanente;

II – pelo menos um dos acessos ao interior da edificação deverá estar livre de barreiras
arquitetônicas e de obstáculos que impeçam ou dificultem a acessibilidade de pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;” Original sem grifo

O documento que estabelece os parâmetros e critérios técnicos para certificar a


acessibilidade é a Norma Brasileira NBR 9050/2004 emitida pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas, documento este que fundamenta a relevância de rota acessível na
condição de acessibilidade de edificações.

No projeto arquitetônico disponibilizado, em mídia digital, pela FUFMS, verificou-se a


existência de passarela, coberta, interligando o Bloco de Química com o Bloco Unidade
11, não tendo sido identificado qualquer execução nesse sentido.

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Quadro – Projeto arquitetônico de implantação

Fonte: Projetos disponibilizados em mídia digital pela FUFMS – CGU/MS 2016, registro fotográfico no
período de 21/03/2015 a 05/04/15.

Dessa forma, em virtude da inexistência de rota externa acessível, no qual se verifica que
o piso (grama) não possui superfície regular, dado o desnível de quase 60 cm de altura,
não é estável e antiderrapante, sendo agravado quando do período de chuvas, conclui-se
pela ausência de acessibilidade aos usuários do Bloco de Química.

ato
/F
#

Causa

Deficiências no projeto da edificação do bloco de Química.


s
au
/C
#

Manifestação da Unidade Examinada

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Por meio do Ofício nº 200/2016-/RTR, de 19 de julho de 2016, a Unidade encaminhou o
Parecer nº 005/2016, de 15 de julho de 2016, contendo a seguinte manifestação:

“Como pode-se observar no projeto de arquitetura licitado, que implantava a edificação


sobre a área densamente arborizada, conforme já discutido anteriormente, prevê, apenas
na implantação, uma ligação entre o prédio novo e o prédio existente, denominado
“Unidade 11”, com a indicação de uma calçada/ passarela com 10 m de comprimento.
Todavia o mesmo projeto traz como notas na implantação que: “não foi realizado
nenhum levantamento ‘in loco’, inclusive levantamento topográfico e respectivos níveis”.
E ainda não há nenhum detalhamento desta calçada/passarela e nem seu quantitativo de
execução foi previsto na planilha licitada.

Ora, sem um projeto adequado, melhores detalhamentos/ especificações e sem seu


quantitativo no orçamento, como, pois, este acesso poderia ter sido executado? Conforme
muito bem demonstrado pela auditoria, há um considerável desnível entre os prédios, o
que implica, visando seguir corretamente as normas de acessibilidade, em um projeto
bem elaborado e detalhado, com rampas, escadas, todos levando em consideração aos
desníveis apresentados.

Ora, se o projeto e a planilha licitada já deveriam fazer a correta previsão da


acessibilidade e necessidades específicas para implantação do mesmo, não cabe à
fiscalizar analisar o mérito, visto serem etapas que dizem respeito a outros profissionais
e outras esferas da própria UFMS, não tendo como a fiscalização ser responsabilizada
pelo mesmo.

Todavia, conforme vem demonstrando, a fiscalização não ficou simplesmente inerte


diante do problema, bem como os próprios futuros usuários da edificação. Tendo
informado à UFMS sobre a situação. A UFMS, por sua vez, solicitou à sua equipe que se
realizasse o projeto e orçamento desta interligação, conforme plantas e planilhas em
anexo. (Anexo X). O projeto prevê a construção de passarela coberta e escadas para
interligar os 2 blocos, a um custo de R$: 119.415,92. Ou apenas a passarela e escadaria,
sem a cobertura, a um custo de R$: 52.038,94. Isso, se levando em consideração valores
para aditivá-los ainda nesse contrato de nº 222/2013-UFMS, por solicitação a UFMS.
Todavia, essa demanda de serviços foge da esfera da fiscalização e da gestão, por
envolver novos custos e recursos, não previstos inicialmente para este contrato, sendo
portanto que sua execução depende da determinação da administração da UFMS, bem
como a captação/ destinação de recursos a ela. A fiscalização ressalta que a UFMS pode,
se assim entender ser mais conveniente, submeter esses serviços a uma nova contratação,
que teriam provavelmente outros custos. Não tendo a fiscalização como se manifestar a
respeito do mesmo.

Assim, fica demonstrado que a ausência de acessibilidade foi notada e informada à


UFMS, que, a partir deste momento deve tomar as medidas e atitudes necessárias e
possíveis para executá-la.

Portanto, a fiscalização procurou por meio deste esclarecer e elucidar os pontos


abordados pela equipe de auditoria da CGU, e ressalta que em todo o momento procurou
exercer seu trabalho com zelo e em momento algum procurou gerar quaisquer tipos de
ônus ou danos ao erário. E acredita, conforme exposto, que tenha primado pelo bem
público, e pela sempre manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, não visando a

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prejudicar, nem a beneficiar nenhuma das partes. Mesmo, podendo ter sido induzida ao
erro, por vezes, pelos problemas da planilha licitada e sua incompatibilidade com os
projetos licitados. Ainda assim, primou em tomar as medidas possíveis para a correta
execução do objeto do contrato.”
m
x
E
d
U
ifestco
an
/M
#

Análise do Controle Interno

Mediante análise das justificativas apresentadas pela Unidade ratifica-se o fato de que a
edificação do Bloco de Química não contempla a devida acessibilidade aos usuários, cabe
destacar que até o final de nossos trabalhos, não foi promovido nenhum aditivo ao
contrato nº 222/2013 regularizando a situação, tampouco evidenciou-se nova contratação
para execução da infraestrutura necessária para garantir a acessibilidade dos usuários.
trI
o
aliseC
n
/A
#

Recomendações:
Recomendação 1: Recomenda-se que a Unidade implemente controles e check-list para a
verificação da adequabilidade dos projetos arquitetônicos e de engenharia anteriormente
a aprovação para o prosseguimento, em especial quanto a previsão de obras
complementares de acessibilidade aos portadores de necessidades especiais, em
conformidade com a legislação vigente.

Recomendação 2: Recomenda-se adotar as medidas cabíveis quanto à acessibilidade do


bloco de Química, antes de sua disponibilização aos seus usuários.

III – CONCLUSÃO

Em face dos exames realizados, somos de opinião que a Unidade Gestora deve adotar
medidas corretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados nos itens:

1.1.1.1 - Restrição à competitividade da Concorrência nº 10/2013;

1.1.1.2 - Ausência de parecer jurídico acerca da minuta do Edital, bem como dos atos
praticados na condução do certame;

1.1.1.3 - Previsão em Edital de procedimento indevido à constituição de garantia de


execução;

1.1.1.4 - Favorecimento na contratação decorrente da Concorrência nº 10/2013;

1.1.1.5 - Falta de informações necessárias no certame ocasionando um ônus à


Administração no valor de R$ 31.622,28 em virtude da concessão de reajustes.

1.1.1.6 - Ausência da manutenção do desconto percentual entre o valor global do


contratado e o valor de referência constante do Edital, quando da celebração de aditivos,
ocasionando potencial prejuízo de R$ 3.103,19;

1.1.1.7 - Prejuízo de R$ 56.637,95, sendo R$ 16.289,70 por serviços pagos e não


executados, R$ 40.348,25 em virtude de serviços executados com especificações
inferiores às contratadas.;

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1.1.1.8 - Ausência de Acessibilidade ao Bloco de Química.

Campo Grande/MS, 03 de novembro de 2016.

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