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O MANDATO.

O mandato é o instrumento pelo qual se prova que alguém confiou ao advogado a defesa de
seus interesses, na esfera judicial ou no campo extrajudicial; sem mandato, o advogado não
pode agir, a não ser em causa própria e nos demais casos previstos nesta lei, que veremos
a seguir.
O mandato é sempre escrito, por instrumento público ou particular, dispensado, para o
último, o reconhecimento de firma (art. 105 do CPC).
O comum é que o mandato seja feito por instrumento particular, já que só exigível
instrumento público em casos especiais. Entre tais casos, podemos citar aqueles que se
destinam, por exemplo, a outorgar poderes para venda de bens imóveis, ou à representação
de interesses de incapazes (menores ou não), ou que autorizam a renúncia a bens imóveis
etc (Código Civil artigo 661).
A exigência de mandato por instrumento público deriva da necessidade de se comprovar
que o ato ou os atos a serem praticados, influindo mais decisivamente na vida do mandante,
ou derivando de mandante que não pode expressar, livremente, sua vontade, como nos
casos do analfabeto, do menor, do incapaz maior etc., a sociedade exige maior rigor na sua
elaboração, devendo passar pelo exame do tabelião, presumindo maior responsabilidade
relativamente àquele que assina pelo mandante, e ficando registrado no livro próprio do
Tabelionato .

URGÊNCIA: DISPENSA DA APRESENTAÇÃO DO MANDATO


Em casos urgentes, para não haver prejuízo para a parte representada pode o advogado
entrar nos autos, ou no processo, sem a exibição do mandato, protestando por sua juntada,
no prazo de 15 dias. Antes de findar este prazo, deverá requerer sua prorrogação, se ainda
não estiver em condições de apresentar o instrumento.
Não cabe ao juiz julgar da impossibilidade ou não da apresentação do mandato; basta, para
tal, a alegação do advogado, que entretanto ficará responsável pela prática de atos sem a
necessária cobertura.
Não é necessário, como foi dito, comprovar qualquer circunstância para a não exibição do
mandato, quando da atuação do advogado, nem cabe ao juiz negar este privilégio. Basta a
alegação plausível da impossibilidade de sua apresentação, e de que haverá prejuízo, em
caso de não estar ali representada a parte, naquele momento.

PROCURAÇÃO PARA O FORO EM GERAL


A procuração ao advogado, seja em formulários prontos, seja aquela redigida pelo próprio
profissional, deve conter os dados do mandante, ou mandantes, do advogado, ou
advogados, os fins a que se destina e os poderes que lhes são dados, para a defesa do
cliente.
A procuração que contiver somente "poderes para o foro em geral" habilita o advogado a
exercer a advocacia na defesa dos interesses do cliente em qualquer ação e em qualquer
juízo ou tribunal. Há casos, porém, em que são necessários poderes especiais, não contidos
na cláusula "para o foro em geral", antiga cláusula “ad judicia”, e aí devem eles ser
mencionados expressamente, sem o que o advogado não os poderá exercer, como , por
exemplo, para receber citação, para receber importâncias depositadas, para requerer
falência, para desistir de processo etc.
RENÚNCIA AO MANDATO.
O advogado, a qualquer tempo, pode renunciar ao mandato, sem necessidade de explicar o
motivo por que o faz. Tem, entretanto, o dever de continuar atuando, pelo menos, durante
dez dias, para não deixar o cliente sem assistência; passados estes dez dias, ou havendo
substituição antes, cessa sua atividade.
Alguns juízes aceitam a renúncia do advogado, determinando a intimação da parte; outros,
que deve a renúncia ser precedida, ou pelo menos deve continuar o advogado atendendo a
parte, até dez dias depois de provada a notificação.
Perguntas:
1) Conceitue o mandato judicial.
2) Em quais situações pode o advogado atuar em nome do seu cliente sem procuração.
3) Diferencie o mandato da procuração.
4) Os advogados públicos devem exibir a procuração quando atuarem na sua função? Por
que?
5) A cláusula “para o foro em geral” autoriza o advogado a praticar quais atos processuais?
6) Quais atos exigem poderes especiais outorgados ao advogado?
7) Em obediência ao que dispõe o Estatuto da Advocacia e da OAB, o advogado que, por motivos
pessoais, não mais deseje continuar patrocinando determinada causa deve
A renunciar ao mandato e continuar representando seu cliente por trinta dias, salvo se este constituir
novo advogado antes do término do prazo.
B fazer um substabelecimento sem reservas de poderes para outro advogado e depois comunicar o
fato ao cliente.
C comunicar ao cliente a renúncia ao mandato e funcionar no processo nos dez dias subsequentes,
caso outro advogado não se habilite antes.
D comunicar ao cliente a desistência do mandato e indicar outro advogado para a causa, o qual deve
ser, obrigatoriamente, contratado pelo cliente.
8) Prescinde-se de constituição de advogado regularmente inscrito na OAB para o ajuizamento de
ação na 1.ª instância da justiça do trabalho, ação, no valor de até vinte salários mínimos, no juizado
especial cível,
A e habeas corpus.
B habeas corpus e ação popular.
C habeas corpus e mandado de segurança.
D e mandado de segurança.
9) Saulo é advogado de Paula em determinada ação de natureza cível. Após os trâmites
necessários, a postulação vem a ser julgada improcedente. Em decorrência de julgamento de
recurso, a decisão foi mantida. Saulo comunicou o resultado à sua cliente que, tendo tomado ciência,
manteve-se silente.
Houve o trânsito em julgado da decisão.
Sob a perspectiva do Código de Ética e Disciplina da Advocacia, assinale a afirmativa correta.
A) Após o trânsito em julgado, o mandato conferido ao advogado continua a ser cumprido.
B) O mandato conferido ao advogado não cessa mesmo depois de concluída a causa.
C) O resultado infrutífero da causa é considerado como quebra do mandato.
D) O final da causa presume o cumprimento do mandato conferido ao advogado.

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