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Introdução ao
Market Profile
O Market Profile é uma ferramenta gráfica de lei-
tura do mercado criada por J. Peter Steidlmayer
no início da década de 80, com o objetivo de auxiliar o
trader no entendimento e percepção dos mercados.
Muito longe de ser um ‘trading system’ ou algum tipo
de setup de compra e venda, o objetivo e a função do
Market Profile é, simplesmente, organizar os dados de ne-
gociação dos mercados de uma forma compreensível e
adequada para as tomadas de decisão de traders e in-
vestidores.
Desde seu surgimento, o Market Profile é divulgado
conjuntamente com uma série de conceitos teóricos e
operacionais no intuito de explicar sua utilidade e aplica-
ção prática ao grande público.
Neste livro, você vai conhecer estes conceitos funda-
mentais do Market Profile, conforme eles foram difundi-
dos e sintetizados nas obras originais de seu criador, Peter
Steidlmayer.

Origens do Market Profile


Peter Steidlemayer nasceu em uma família de fazen-
deiros e aprendeu a negociar nos mercados agrícolas
com o pai, que era um fazendeiro e ativo negociante.
Assim, desde cedo, desenvolveu uma visão prática e
objetiva dos processos de negociação.
Ele iniciou sua carreira como trader em 1960, nos pits de
negociação da bolsa de commodities de Chicago, a CBOT.

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No início de sua carreira, Steidlmayer buscava encon-
trar uma “medida real de valor” para interpretar as con-
dições dos mercados que operava e, assim, executar seus
trades com maior confiança.
Nesta busca, ele foi influenciado pelos trabalhos de
Benjamin Graham and David Dodd relacionados a análise
de valor para investimentos e, também, pelo conceito de
‘minimum trend’ desenvolvido pelo grafista John.
Além destas influências e de seu background como
negociador, Steidlmayer estudou estatística na universi-
dade de Berkeley, onde lhe foi apresentado o conceito da
Curva de Bell ou “curva de sino”.
Segundo ele:

“(...) Eu já havia aprendido, por observação e


por conversas com meu pai, que a relação entre
preço e valor era a chave para se entender os mer-
cados – preço afastado do valor usualmente repre-
senta oportunidade. (...) A ideia de usar os conceitos
de Graham e Dodd juntamente com a curva de sino
claramente me deixaram intrigado.” Pag.18 Steidlmayer
on Markets – 2nd edition

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Curva de Gauss

A Curva de Gauss, ou Curva de Sino, é um gráfico de


distribuição normal de um determinado conjunto de da-
dos.
A  distribuição normal  é uma das  distribuições de
probabilidade  mais utilizadas, nos estudos de estatística
e probabilidades, para modelar fenômenos naturais, por
exemplo.
Calcula-se a Curva de Sino utilizando-se dois parâmetros,
a média e o desvio padrão.
O ponto mais alto na curva, representa o valor com a
maior moda do processo, ou seja, o valor que mais aparece 
na base de dados.
Esse é representado na curva pelo corte central da ima-
gem. 
Os outros cortes verticais, representam o desvio padrão
em relação a média, ou seja, temos uma faixa de valores
que significa a soma ou subtração de um desvio padrão em
relação a média. 

A partir destas influências e de suas experiências como


trader, Steidlmayer foi desenvolvendo uma forma peculiar
de representar graficamente os mercados.

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Inicialmente, o objetivo destas anotações manuais que
ele fazia era, simplesmente, auxiliar nas suas próprias
operações no mercado.
Porém, no início da década de 1980, quando Steidl-
mayer se tornou diretor da CBOT, a bolsa de commodi-
ties de Chicago, ele foi convidado para liderar o projeto
de implementação de uma forma revolucionária de trans-
missão dos dados de negociação do mercado, o ‘Liquidi-
ty Data Bank’.
O Liquidity Data Bank era, em suma, um relatório
emitido apenas no final do dia pela CBOT que mostrava
o volume negociado em cada nível de preço, a porcenta-
gem negociada por cada tipo de participante (CTI*) e o
Market Profile do dia.

Exemplo do Liquidity Data Bank

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*CTI é uma abreviação de ‘Commodities Trader Identification’ ou, pos-
teriormente, ‘Customer Trader Indicator’.

Entendendo o Gráfico de Market Profile


A forma mais simples de entendermos como o gráfico
de Market Profile funciona é compará-lo, inicialmente, à
um gráfico normal de candles de 30 minutos.

Gráfico 1

Nesta figura cada candle representa 30 minutos de


negociação alinhados horizontalmente numa escala de
tempo.
O que o Market Profile faz, inicialmente é substituir es-
tes candles por letras que representam esses 30 minutos
de forma sequencial:
A = 0 a 30 min
B = 30 a 60 min
C = 60 a 90 minutos
E assim por diante, formando o gráfico que podemos
ver abaixo:

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Gráfico 2

Porém, esta forma de representação ainda não é o


Market Profile, mas sim uma forma de explicar como ele
é formado.
Para termos o gráfico de Market Profile, imagine que
estas letras são “empurradas” para a esquerda como se
estivéssemos num jogo de Tetris.
Fazendo isso, finalmente, entendemos a formação do
Market Profile, exemplificado no gráfico abaixo:

Gráfico 3

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Note que tanto o gráfico 1, quanto o 2 e o 3 represen-
tam o mesmo mercado, porém, de formas diferentes.
Fica, então, evidente na utilização do Market Profile,
uma formação de regiões onde o preço negociou por
mais tempo, formando o que chamamos de ‘regiões de
valor’, conceito derivado, como explicado, da estatística
e dos estudos de Graham & Dodd aplicados por Steidl-
mayer ao trading.
No Market Profile, o valor é formado pela equação:
Preço + Tempo = Valor
Isto quer dizer, simplesmente, que as regiões onde o
mercado negociou por mais tempo, são as regiões de
valor.
Veja abaixo uma utilização do Market Profile conjun-
tamente com um gráfico de candles de 30 minutos, já
ressaltando a área de valor (em amarelo), conceito que
você entenderá melhor nos próximos capítulos

A Estrutura do Market Profile


A estrutura do Market Profile é formada pelos TPOs.
TPO é uma abreviação de ‘Time Price Opportunity’.

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TPO é o nome cunhado pelo próprio Steidlmayer para
representar cada uma destas letras que são plotadas no
gráfico. Uma boa tradução seria como Tempo, Preço e
Oportunidade.
Vamos olhar para os três componentes do TPO expli-
cados mais detalhadamente.
Para isso, vamos usar uma analogia com o leilão, ins-
pirada nos estudos de um dos maiores divulgadores do
Market Profile chamado James Dalton.
A visão dos mercados como um leilão está na raiz da
interpretação dos dados do Market Profile e é conhecida
como Auction Market Theory.

A base teórica do Market Profile se encontra no Auction


Market Theory (AMT).
O AMT é usado por traders para que os mesmos entendam
o por que e como os preços se movem.
O principal objetivo da teoria de mercado de leilões (AMT)
é tomar uma decisão sobre o ativo, no caso, comprar ou vender,
com base na análise de todos os elementos da situação atual:
preço, valor, tempo, risco e volatilidade.

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Num leilão temos o leiloeiro, que anuncia os preços,
temos um tempo de início e fim do leilão e também os
preços anunciados.
Podemos, então, fazer uma comparação dos merca-
dos funcionando como leilões, sendo que:
O Preço negociado funciona como um leiloeiro anun-
ciando todas as oportunidades.
O Tempo de abertura e fechamento do mercado fun-
ciona como um regulador destas oportunidades, criando
os diversos ‘timeframes’ de operação.
O Volume negociado nos níveis de preço mede o
“sucesso” ou “fracasso” das oportunidades anunciadas.
Com esses conceitos na cabeça fica mais claro entender
o porquê do nome TPO (Tempo, Preço e Oportunidade).
Por exemplo, quando um preço é anunciado, o vo-
lume negociado lá vai medir a aceitação ou rejeição do
preço por parte dos participantes do mercado.
Uma rápida rejeição significa uma falha, ou seja, não
há continuidade dos preços naquela direção e pode indi-
car um ponto de reversão.

Conceitos Fundamentais do Market Profile


Longe da ideia de esgotar os estudos sobre o Market
Profile, a intenção deste livro é apresentar uma visão ge-
ral de sua origem e principais fundamentos.
Os conceitos fundamentais serão apresentados com
sua nomenclatura em inglês conjuntamente com a tradu-
ção para o português.
É muito importante o domínio desses conceitos no in-
glês para facilitar o estudo. Então, vamos a eles:

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Initial Balance (Equilíbrio Inicial)

O Initial Balance é representado pelos dois primeiros


períodos de negociação, ou seja, as letras ‘A’ e ‘B’ (faixa
roxa ao lado dos TPOs). Isso corresponde à primeira hora
de negociação.
Por que essa primeira hora é chamada assim?
Independente do ativo ou derivativo que você esteja
negociando, de um dia para o outro muitas coisas acon-
tecem e tanto os pequenos quanto os grandes players
ajustam suas posições no início do dia, ou, simplesmente,
“testam” os níveis de interesse do mercado.
Por isto esta primeira hora é, normalmente, marcada
por muita volatilidade e costuma marcar uma região ini-
cial de negociação.
É importante ressaltar que cada mercado possui suas
particularidades e este conceito de Initial Balance não pre-
cisa ser adotado de forma mecânica, sendo que o Initial
Balance pode durar mais ou menos que a primeira hora
e, em determinadas situações, nem se formar!
A região do Initial Balance também pode nos dar pis-
tas de como o dia vai desenrolar, se vai ser um dia late-
ralizado ou de tendência.

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Range Extensions (Extensões do Range)

Os Range Extensions são movimentos verticais que


“alargam” a região inicial de negociação do ativo, o Initial
Balance (evidenciado pelos retângulos azuis nos TPOs C e D).
Por “quebrar” esta área de equilíbrio do ativo podem re-
velar novos ou big players entrando no mercado.
Como uma área de equilíbrio é quebrada levando o mer-
cado ao desequilíbrio, pode ser que grandes players estejam
entrando “no game”, já que são eles que tem o poder de re-
almente levar o mercado a novos preços.
As extensões vão se formando ao longo da negociação e
podem, ou não, levar a uma nova área de valor.

Value Area (Área de Valor)

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A Área de Valor é a região do Market Profile compos-
ta por 70% do volume de TPOs de uma amostragem do
ativo negociado.
Lembra-se da curva de sino comentada no início des-
te texto? Pois bem, a Área de Valor representa aproxima-
damente um desvio padrão da “amostragem” dos TPOs.
Podemos dizer que esta área é a região de preços
onde os compradores e vendedores mais concordaram
em fazer negócios, onde os preços são vistos como justos
para os dois lados e foram negociados por mais tempo.
Segundo James Dalton:

“Independentemente do time frame que se es-


teja analisando, quando os preços se afastam de
uma área de valor, pode acontecer tanto uma acei-
tação – representada pela acumulação de TPOs no
novo nível de preços, o que efetivamente muda a
forma do Market Profile e desloca a área de valor
– ou uma rejeição, quando os preços retornam a
área de valor com pouca mudança no volume da
distribuição” (Markets in Profile).

Importante ressaltar que na literatura original não


existe o conceito de VAH (value area high) e VAL (Value
area low), muito difundido por algumas pessoas quando
se referem aos conceitos de Market Profile.

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Point of Control (Ponto de Controle)

O ponto de controle (linha azul), ou POC, é o preço


que foi negociado por maior número de tempo, represen-
tado pela maior fileira de TPOs.
Podemos vê-lo, também, como o preço mais justo para
se fazer negócios, já que a maior parte deles aconteceu
nesse nível de preço.

Extremes (Extremos)

Os extremos (retângulos verdes) são regiões onde o


mercado se encontrou em desequilíbrio, ou seja, onde os
preços foram vistos como «injustos» pelos participantes.

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Essas regiões se encontram abaixo e acima da área
de valor.
São regiões onde houve rejeição do mercado, onde o
mercado ficou pouco tempo negociando.
Deste conceito de extremos deriva a ideia dos ‘buying
tails’ e ‘selling tails’ (retângulos vermelhos) que acontecem
quando se forma uma cauda comprida, com no máximo
2 TPOs de largura, nos extremos do range.

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Initiative vs. Responsive Activity (Atividade Ini-
ciativa vs. Responsiva)

Os conceitos de ‘Atividade Responsiva’ ou ‘Iniciativa’


foram usados, originalmente, para qualificar o compor-
tamento dos participantes do mercado em relação à área
de valor do dia anterior.
Porém, é possível extrapolar esta análise também em
relação às referências de áreas de valor de períodos maiores.
O conceito é simples: toda vez que o preço for nego-
ciado acima da área de valor, dizemos que os compra-
dores estão tendo a iniciativa de levar os preços a no-
vos valores, ao mesmo tempo em que os vendedores são
responsivos, ou seja, estão respondendo, com vendas, a
esse preço mais alto do que o valor.
O inverso também vale: vendedores que vendem
abaixo da área de valor são iniciativos e os compradores
são iniciativos.
Assim, temos:
Acima da área de valor: ‘Initiative Buyers & Responsive
Sellers’

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Abaixo da área de valor: ‘Initiative Sellers & Responsi-
ve Buyers’
Assim, a tendência é que a atividade responsiva traga
o preço de volta à área de valor, assim como a atividade
Iniciativa leva o preço a extrapolar e buscar novas regiões
de aceitação.

Importante: fique atento para não cair no erro


de confundir os conceitos de atividade Iniciativa/
Responsiva, que estão relacionados ao comporta-
mento do mercado em relação as regiões de valor,
com os conceitos de agressão ou absorção que são
usados na análise do fluxo de ordens.

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Considerações finais
Os conhecimentos que acabou de adquirir lendo este
eBook devem ser considerados apenas como o início de
uma grande caminhada.
Além dos conceitos e exemplos mostrados aqui, de
forma resumida, existem ainda muitos insights e percep-
ções que só podem ser aprendidas com a prática e com
a experiência real aplicada no seu dia-a-dia como trader,
tomando suas próprias decisões e aprendendo com as
infindáveis mudanças do mercado.
A proficiência no day trading exige, dentre outras habi-
lidades, um profundo conhecimento de mercado, de sua
estrutura e lógica de negociação, itens onde os estudos
de Market Profile exercem um papel fundamental.
A Day Trader Pro é uma das escolas pioneiras na apli-
cação e ensino do verdadeiro Market Profile no Brasil,
tendo incorporado este estudo como item fundamental
do seu curso de formação de day traders e da sua meto-
dologia de ensino.
Esperamos que, com este material que acaba de ler,
tenhamos conseguido fazer com que você tenha uma vi-
são clara e objetiva da importância do Market Profile e
seus conceitos fundamentais.
Assim, temos certeza que estamos contribuindo de
forma positiva no seu desenvolvimento e evolução como
trader, realizando a missão e propósito da Day Trader
Pro.
Bons estudos e bons trades,

Rafael Iasi e Guilherme Farina


Day Trader Pro.

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Bibliografia
Steidlmayer on Markets – trading with Market Profile – 2nd edition – J.Pe-
ter Steidlmayer
A Six-part Study Guide to Market Profile - CBOT
Markets and Market Logic - J.Peter Steidlmayer
Mind over Markets – James Dalton

Rafael Iasi é o CEO e fun-


dador da Day Trader Pro, uma
das maiores referências no en-
sino de day trading de alto-ní-
vel no Brasil. Atua desde 2013
como day trader independente
e como educador já ajudou mi-
lhares de alunos em seus arti-
gos, cursos e treinamentos.

Guilherme Farina é tra-


der e empresário, autor do curso
Day Trader do Zero. Formado
em Administração de Empresas
pela PUC-SP e pós-graduado
em Economia pela FGV-SP. Atua
como investidor no mercado fi-
nanceiro desde 2005, iniciou no
day trading em 2017 com o cur-
so de Formação Day Trader Pro.

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