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São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2001

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Texto de Durban satisfaz Israel


DA FRANCE PRESSE

A declaração final da Conferência da ONU contra o


Racismo, a Xenofobia e a Intolerância Correlata, criticada
por países árabes e muçulmanos, foi considerada uma vitória
por Israel.
Os EUA, que deixaram a reunião ao mesmo tempo que
Israel, se declararam "decepcionados" com a conferência de
Durban (África do Sul), alegando que ela havia sido
"politizada".
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações
Unidas), Kofi Annan, contudo, se disse satisfeito com o
acordo, afirmando que um fracasso teria "reconfortado os
piores elementos da sociedade".
Israel e os EUA deixaram a conferência na segunda-feira
passada por causa da "linguagem de ódio" utilizada nas
referências a Israel. A partir de então, a UE (União Européia)
e a África do Sul se esforçaram para elaborar um texto que
evitasse o fracasso da conferência.
A declaração final sobre o Oriente Médio, adotada
anteontem, apesar de reconhecer o direito de Israel à
segurança, reconhece o direito dos palestinos à
autodeterminação e a um Estado próprio. Mas os árabes
pretendiam que fosse adotada uma resolução muito mais
dura contra Israel.
"É um êxito muito importante", disse o ministro israelense
de Relações Exteriores, Shimon Peres. "É uma grande
derrota para a Liga Árabe, já que a maioria sistemática de
que dispunha a liga nos foros internacionais se dissolveu",
afirmou.
O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa, disse que "a
reunião de Durban precisa de uma análise dos pontos
negativos e dos pontos positivos para que se possam tirar
conclusões".
O Egito e a Síria manifestaram suas reservas ao texto final.
Para o chefe do serviço diplomático egípcio, Ahmed Maher,
a declaração "não realiza todos os objetivos" dos países
árabes. Seu colega sírio Faruk al Shará reconheceu que não
estava "100% satisfeito com o andamento da questão
palestina" mas disse que "a mensagem que os árabes queriam
enviar ao mundo chegou".
A imprensa da ricas monarquias petrolíferas do Golfo
criticou a UE por "seguir" os Estados Unidos, assim como as
"concessões" feitas pelos países árabes.
"A UE conseguiu frustrar as esperanças dos árabes, dos
africanos e de todos os povos que acreditavam que as
conferências de caráter humanitário não estavam atreladas
aos interesses das hegemonias", afirmou o jornal "Al
Watan", de Omã.
No Iraque, o diário "Al Qadisiya" lamentou os resultados
"decepcionantes" da conferência e acusou os Estados Unidos
de "violar os direitos humanos".
A França e a Grã-Bretanha expressaram satisfação ao
término da conferência.

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