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Resposta a estímulos exteriores

Plantas carnívoras

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HORMONAS VEGETAIS
Como é que as plantas reagem aos
estímulos do ambiente?

Tigmotropismo na videira
Como é que as plantas reagem aos
estímulos do ambiente?
Quais são os mecanismos envolvidos nas respostas das plantas aos estímulos ambientais?

O principal fator interno de regulação das reações de desenvolvimento e crescimento nas plantas são as hormonas vegetais ou
fito-hormonas.
Estímulos externos

Luz Contacto com Gravidade


outras plantas
Estímulos externos
 Todo o desenvolvimento vegetal depende dos
estímulos externos à planta.

Caules – crescem tendencialmente à luz.


Raízes – crescem em sentido inverso aos caules.
Floração – ocorre em períodos de iluminação adequados a cada planta.
Sementes – germinam em determinadas condições de temperatura e
humidade.
Resposta a estímulos


“Uma das características básicas da vida é a
capacidade de responder a estímulos do meio.”

As plantas respondem a esses estímulos sob a forma de:


• Tropismos

• Movimentos násticos ou nastias


Resposta a estímulos

Órgãos efetores Respostas Estímulos


Caules Alongamentos Luz
Raízes Curvaturas Temperatura
Folhas Enrolamentos Gravidade
Flores Abertura e fecho de flores Fotoperíodo
Abertura e fecho de folhas Toque mecânico
Etc. Concentração de CO2
Etc.
Resposta a estímulos

Tropismos – movimentos das plantas que envolvem crescimento na direção


de um estímulo ambiental, ou na direção oposta a esse estímulo.

Negativos – movimento em direção contrária ao estímulo

Positivos – movimento em direção ao estímulo

Movimentos násticos ou nastias – movimentos das plantas que não


envolvem crescimento direcionado relativamente ao estímulo.
Tropismo/Nastias

POSITIVOS – o movimento
Tropismo - movimento realiza-se em direção ao
da planta que envolve estímulo.
crescimento provocado
por um estímulo NEGATIVOS – o movimento
ambiental. realiza-se em sentido oposto ao
estímulo.

MOVIMENTOS NÁSTICOS OU NASTIAS – movimentos que não envolvem


crescimento direcionado relativamente a um estímulo.
A planta volta ao normal após o estímulo.
Tropismos/Nastias
Tropismos/Nastias
Tropismos
Fototropismo - resposta da planta em relação à luz

Gravitropismo - resposta da planta em relação à gravidade

Tigmotropismo - resposta da planta a um estímulo mecânico

Termotropismo - resposta da planta em relação à temperatura


Quimiotropismo - resposta da planta a um estímulo químico
Hidrotropismo - resposta da planta em relação à água
Tropismos
As plantas apesar de não terem capacidade de locomoção produzem movimentos
de diversos tipos:
Tropismos:
- envolvem crescimento na direção de um estímulo ambiental;
- podem ser positivos ou negativos.

Gravitropismo negativo: Fototropismo positivo:


o movimento realiza-se no o movimento realiza-se na
sentido contrário do estímulo. direção do estímulo.
Gravitropismo

As raízes apresentam Os caules apresentam gravitropismo


gravitropismo positivo. negativo.
Fototropismo

A maior parte dos caules apresenta


fototropismo positivo.
Tigmotropismo – resposta da planta em relação ao tato

O enrolamento de gavinhas em redor de um suporte é um


exemplo de tigmotropismo.
Tigmotropismo
Nastias
Fotonastia – movimento nástico provocado pela luz

Tigmonastia - movimento nástico provocado pelo toque

Termonastia - movimento nástico provocado pela temperatura

Quimionastia - movimento nástico provocado por um estímulo químico

Hidronastia - movimento nástico provocado pela água

Fotonastia Tigmonastia
Nastias

Nastias – não envolvem crescimento direcionado relativamente ao estímulo

Tigmonastia Fotonastia
reação ao toque Abrem as folhas de dia Dobram as folhas de noite
Tigmonastia
Estímulo: tacto

Certas plantas, como a Mimosa


pudica, reagem ao toque, dobrando
os folíolos

Plantas carnívoras
Fotonastia

Estímulo: luz

O girassol reage à presença do sol,


girando na direção do mesmo
Hormonas vegetais ou fito-hormonas
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 Fatores internos de regulação das reações de


desenvolvimento e crescimento das plantas;

 Substâncias orgânicas;
 São sintetizadas em certos locais da planta (não implica a
existência de células especializadas nessa síntese), podendo
ou não ser transportadas para outras regiões;

 Auxinas, Giberelinas, Citocianinas/Citoquininas,


Etileno, Ácido abscísico.
Experiências
Experiências com plântulas de gramíneas
Conclusão: Quando as
plântulas são iluminadas

coleóptilo.
Experiência de Francis Darwin

Ação das hormonas no


desenvolvimento das plantas –
experiências de Charles e Francis
Darwin.

O coleóptilo é uma bainha cilíndrica que


protege as primeiras folhas da plântula.
Experiência de Francis Darwin

Conclusão: Quando as
plântulas são iluminadas
lateralmente, transmite-se uma
mensagem da parte superior da
planta para a parte inferior, o
que provoca a curvatura do
coleóptilo.

Profª: Sandra Nascimento


Experiência de Francis Darwin

Conclusão: Quando as
plântulas são iluminadas

coleóptilo.

Ação das hormonas no desenvolvimento das plantas


Ação das hormonas no desenvolvimento das plantas

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Ação das hormonas no desenvolvimento das plantas

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Experiências

Ação das hormonas no desenvolvimento das plantas


1926 – experiência de Frits Went

Ápice produz substância  difunde-se para


o bloco de ágar atua na zona inferior e
provoca curvatura para o lado oposto ao bloco
(apenas quando o bloco é colocado de forma
descentrada).
1926 – experiência de Frits Went

 Conclusões

 O ápice do coleóptilo controla o crescimento e a resposta da


plântula em relação à luz.

 O controlo é efetuado por intermédio de uma hormona


(auxina) produzida no ápice do coleóptilo, que por difusão,
alcança uma zona inferior que cresce, curvando-se em
relação à iluminação lateral.

 Uma distribuição diferente de auxina na plântula, sob o


efeito de uma iluminação lateral, conduz ao crescimento
orientado em relação à luz.
1926 – experiência de Frits Went
Conclusões de Went:
- O ápice do coleóptilo controla o
crescimento e a resposta da plântula em
relação à luz.
- O controlo é efetuado por uma hormona
– Auxina (crescimento) - elaborada no
ápice do coleóptilo.
Auxinas

Os efeitos das auxinas são variados e dependem, entre outros
fatores, da sua concentração, do órgão da planta em que atuam
e da espécie de planta.

Ex.: uma elevada concentração de auxinas promove o crescimento
do caule e inibe o das raízes.
Auxinas
 Auxinas utilizadas no enraizamento de estacas  promove a
formação de raízes adventícias.
Auxinas
 As auxinas são produzidas em folhas jovens, flores, frutos e
sementes, bem como nos meristemas apicais.

 As auxinas produzidas no meristema apical impede o


desenvolvimento de ramos laterais (meristemas laterais )

A remoção do meristema apical leva ao desenvolvimento de ramos laterais.


Giberelinas

 A Gaillardia pulchella, planta bianual que,


na ausência de giberelinas, tem no
primeiro ano o aspecto evidenciado em
(A) e, na presença de giberelinas, atinge
o desenvolvimento evidenciado em (B),
que em outras condições só surgirá no
segundo ano.

 As giberelinas promovem o alongamento


dos caules. São utilizadas em vinhas, p.ex.
para obter cachos de uvas com bagos de
maior tamanho e mais atrativos.
Citocininas

 A planta do tabaco, Nicotina


tabacum, manipulada geneticamente
com a introdução de um gene que
determina a produção de citocinina
(A) e a planta normal com evidentes
sinais de envelhecimento (B).

As citocininas estimulam a
divisão celular.
Ácido abscísico

Espiga de milho, Zea mays, com alguns grãos onde ocorreu
uma mutação cujo gene não produz ácido abscísico. Os grãos
estão já a germinar. Esta hormona bloqueia a germinação das
sementes.
Etileno

O etileno é uma hormona, que em condições normais de pressão
e temperatura encontra-se no estado gasoso, o que facilita a sua
propagação. Estimula o amadurecimento dos frutos.

Ex: Tomates semelhantes colhidos ao mesmo tempo. Os tomates
da caixa B forma colocados numa atmosfera com 100 ppm de
etileno durante três dias.
Local de atuação das fito-hormonas
HORMONAS AÇÕES

Auxinas Estimulam o crescimento celular, formação de raízes e início


floração e frutificação. Inibem ou retardam a queda de folhas
e frutos. Estimulam dominância apical.

Giberelinas Estimulam o alongamento do caule, a germinação de sementes,


floração e desenvolvimento frutos.

Etileno Estimula o amadurecimento dos frutos e a abscisão das folhas,


flores e frutos. Inibe o crescimento de raízes, caules e gomos
laterais. Acelera o envelhecimento de partes infectadas ou
danificadas. Promove a germinação das sementes.

Citocininas Estimulam a divisão celular e o desenvolvimento de gomos


laterais e a germinação das sementes. Prolongam a vida das
folhas, flores e frutos. Inibem a formação de raízes e retardam
a abscisão das folhas.

Ácido abcísico Estimula a formação das raízes, a abcisão das folhas, ramos e
frutos e o fecho dos estomas. Inibe a germinação das sementes
e promove a acumulação de substâncias de reserva nas
mesmas. Inibe o alongamento do caule.
Processo de floração


A floração está relacionada com a duração relativa
do dia natural e da noite, designando-se por
fotoperíodo o número de horas de iluminação diária.
Floração

Plantas de dia longo – Plantas de dia curto –


florescem quando as noites florescem quando o período Plantas indiferentes –
são curtas e os dias longos, nocturno é maior que o diurno,
podem florescer em
no Verão. no início do Outono ou da
qualquer época do
Primavera. Ex morangueiro e
Ex. Íris, alface, espinafre. ano.
crisântemo.
Floração
Hoje sabe-se que o que realmente importa para a floração é o período contínuo de
escuridão em relação ao período iluminado.
Floração
Plantas de noite curta, equivalentes a plantas de dia longo:

▶Florescem quando o período iluminado é superior ou igual ao


fotoperíodo critico (número máximo de horas de obscuridade contínua
para que ocorra floração). Florescem no Inverno, se o período de
obscuridade for interrompido por um breve período de luz.

Plantas de noite longa, equivalentes a plantas de dia curto:

▶ Florescem quando o período iluminado é inferior ou igual ao


fotoperíodo critico (número mínimo de horas de obscuridade contínua
para que ocorra floração). Se o período de obscuridade for
interrompido antes de ser atingido o período crítico, não ocorre
floração.
Principal mecanismo interno de resposta aos estímulos:

Hormonas vegetais ou fito-hormonas

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Os movimentos das plantas, bem como o desenvolvimento dos seus órgãos, são
afetados por inúmeros estímulos do meio exterior.
Auxinas

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Fito-hormonas

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Fito-hormonas

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Giberelinas

Aspeto de feijoeiros (Phaseolus vulgaris) mutantes e


normais.
(A) Mutante ultra-anão que no produz GAs.
(B) Mutante anão que só produz GA20.
(C) Planta normal que produz GA1.
(D) Planta mutante anã a que se adicionou GAs exógenas.

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Etileno

Inibe o crescimento de raízes e gomos laterais.

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Fatores que regulam o desenvolvimento e
crescimento das plantas

Fatores internos Fatores externos


- Hormonas - Luz
- Temperatura

Controlo dos fatores externos


- Luz: manipulação do fotoperíodo
- Temperatura: uso de estufas

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Fotoperíodo
Número de horas de influencia - Germinação de sementes
iluminação diária. - A produção de flor

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Fotoperíodo - Floração
Influenciada pela duração do período de
obscuridade (Noite).

Em consequência, as designações
atribuídas às plantas em função do
fotoperíodo devem ser:
- Plantas de noite curta, correspondentes
a plantas de dia longo;
- Plantas de noite longa, correspondentes
a plantas de dia curto.

Genericamente, considera-se um período


crítico de obscuridade, correspondente à
duração mínima ou máxima de
obscuridade para o início da floração.
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Fotoperíodo - Floração
Nas plantas de noite curta:
- A floração ocorre quando a duração da
noite é igual ou inferior ao período crítico
de obscuridade;
- O período crítico de obscuridade marca
um número máximo de horas de
obscuridade contínua para as plantas
floresceram.

Nas plantas de noite longa:


- A floração ocorre quando a duração da
noite é igual ou maior que o período crítico
de obscuridade;
- O período crítico de obscuridade marca
um número mínimo de horas de
obscuridade contínua para as plantas
floresceram.
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Aplicação das fito-hormonas para fins económicos

A aplicação de hormonas
sintéticas veio revolucionar a
produção de vegetais utilizados na
alimentação e na ornamentação;
implica maior produtividade e
maiores lucros.

No entanto, ocorrem
grandes problemas ecológicos e
de saúde humana durante a
produção e aplicação mal
orientada e excessiva destas
substâncias.

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PRINCIPAIS AÇÕES DE ALGUMAS FITO-HORMONAS

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