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São Paulo: Martins Fontes, 2005.
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O marchand: surge a partir de 1860, em Paris, com o declínio da Academia, obsoleta frente às
novas necessidades e à multiplicação de artistas e consumidores. É o personagem central da arte na nova
sociedade liberal burguesa; no plano da economia, torna-se o motor da produção e do consumo. [p. 43]
O crítico: agente especializado, segue de perto o trabalho do artista, freqüentando ateliês, promovendo-o
em jornais e revistas, lançando rótulos e movimentos. Agente indispensável na mediação entre público e
uma arte a cujos códigos esse último não tem acesso.
O crítico vanguardista: é o projetor das vanguardas, incumbido de assegurar-lhes um futuro na história. O
crítico vanguardista alimenta uma ‘vanguarda’ decididamente orientada na direção do moderno. São
representantes dessa categoria Apollinaire e o próprio Greenberg.
O consumidor: o colecionador, o diletante e o público.
O colecionador: é uma reprodução do grande burguês ou do aristocrata esclarecido (...) como ele está ‘em
evidência’, torna-se por si mesmo a melhor propaganda para os pintores que adquire. [p. 49] Busca a
própria glória e o desejo de enriquecer o patrimônio público com uma obra, a sua própria, monumento
insigne que levará seu nome.
O diletante, ou o turista apreciador [p. 50]: é caracterizado pelo gosto pelo risco e pelo prazer de ter ‘olho
clínico’, de participar de um mundo à parte, justamente o dos colecionadores; são também os amigos de
artistas ou, ainda, os próprios artistas que trocam e consomem as obras uns dos outros como um
organismo que se nutre a si mesmo.
O público: que consome pelo olhar, (...) diante da vitrine, exercendo um papel passivo, mas importante, (...)
o de sustentar a totalidade do mecanismo.
Os profissionais da rede: produtores. críticos, marchands, curadores de grandes museus e diretores de fundações
internacionais. Ocupam uma posição privilegiada, (acesso direto à informação), sendo transmissores e autores da
informação [p. 67] Antes de tudo, são produtores de valor (econômico, social, simbólico).
Auxiliares da produção: profissionais que difundem a informação gerada pelos produtores: jornalistas e ensaístas
especializados, museógrafos, produtores, administradores culturais e críticos. Aqui, os papéis não são individuais:
um curador de museu (...) pode também escrever (...) e desempenhar o papel de curador (...) O crítico, por sua vez,
pode não escrever, mas apresentar obras a galerias ou a colecionadores de sua rede. Pode atuar como curador ou
como ‘expert’, junto a um museu.
Os artistas-criadores: Enquanto as vanguardas se organizaram contra o mercado oficial para preservar a
autonomia da arte, no caso da arte contemporânea, pretende-se uma absorção da autonomia pela comunicação.
[p. 76] Quanto ao artista, seu papel também é móvel (o que o protege do desgaste e da saturação de exposição):
ele será curador ou crítico.
A arte contemporânea é a sua imagem. A realidade da arte contemporânea se constrói fora das qualidades
próprias da obra, na imagem que ela suscita dentro dos circuitos de comunicação.
Warhol: distingue-se dos demais artistas pop pela forma com que vê de que modo a arte se articula à sociedade e,
em particular, ao mundo dos negócios, (...) articulação que nos leva a considerar Warhol como parte da arte
contemporânea, (...) embreante da sociedade de comunicação, operando alguns princípios da arte em regime de
comunicação, como, por ex.: [p. 109]
Abandono da estética (utilização de duplicatas, simulacros, readymades, a despersonalização hiper
personalizada);
A rede de comunicação (utilização dos meios e ideologia da publicidade; autoria substituída pela marca
(marca = um rosto + um nome);
A repetição ou esvaziamento do conteúdo subjetivo através da exposição daquilo que já é superexposto
na sociedade de comunicação, o produto banal;
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O paradoxo: Warhol é tanto o produtor de uma autoimagem de astro, dedicando-se a fazê-la
circular pelas cadeias de comunicação, e o astro em si, que ele produz como obra e que é simplesmente
ele mesmo. Essa tautologia é própria do bloqueio que caracteriza a rede.
Castelli: marchand de Rauschenberg, Jasper Johns, Frank Stella, Warhol, Lichtenstein, compreendeu a lição das
redes: (...) as redes mundanas têm tanta importância quanto as redes midiáticas e estas são, definitivamente,
redes comerciais. [p. 125] Cedo se deu conta do partido a tirar das redes de comunicação [p.122], operando
nas seguintes frentes:
A informação: manter-se informado é ver os artistas, mas é também saber documentar.
O consenso: produzir consenso em torno dos artistas que representa;
O bloqueio: seu prestígio assegura o sucesso de um artista e o sucesso de um artista alimenta seu
prestígio;
A internacionalização: projeção de ‘seus artistas’ em galerias internacionais
Curso preparatório para ingresso em cursos de Pós-Graduação em Artes Visuais- 2013
Ministrante: Maria Helena Bernardes (texto 02)
Revisão de APÓS O FIM DA ARTE: ARTE CONTEMPORÂNEA E OS LIMITES DA HISTÓRIA, Arthur Danto
•Moderno: cita Greenberg (o grande narrador do Modernismo) quando este se refere a Kant como o ‘primeiro
modernista’, destacando a ‘autocrítica’ como principal característica da arte moderna. Para Greenberg, Manet se tornou o
Kant da pintura modernista ‘em virtude da franqueza com que mostrava as superfícies planas’. [p. 10]
•Pós-moderno: situado dentro da contemporaneidade, define um estilo específico [p. 15] ligado ao
apropriacionismo.
•Contemporâneo: é a produção após o fim do modernismo, caracterizada pela falta de unidade estilística (...)
consequentemente, não há possibilidade de um direcionamento narrativo. A arte contemporânea é designada como ‘arte
pós-histórica’: situada para além do domínio da história e da própria arte.