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Nesta disciplina, você terá a oportunidade de conhecer uma das áreas mais
importantes no contexto empresarial, denominada de gestão da produção. Num
cenário competitivo, você entenderá como é definido e estruturado o planejamento,
modelos de produção e sua tipologia. Entenderá a missão e as funções do
Planejamento e controle da produção, além da importante atividade de programação e
sequenciamento do processo e controle da capacidade produtiva.
Bom estudo!
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Capítulo 1
Projetar e produzir bens não são uma tarefa difícil para as empresas. A dificuldade,
segundo Tubino (2000), está em projetar e produzir bens de forma organizada e
eficiente, atendendo às necessidades dos clientes.
Mas este cenário não para por aí. Com a ascensão da economia global, as empresas
não estão mais limitadas com relação a onde podem fazer ou comprar seus produtos e
componentes. Um exemplo acontece na montadora da Ford como define Davis (2001),
um determinado veículo na Europa é montado em duas localidades, na Inglaterra e na
Alemanha, usando componentes que são produzidos em nada menos que 15 países
em todo o mundo. Essa tendência à globalização deu ênfase crescente sobre a
logística de onde colocar fábricas e as questões associadas à movimentação de
materiais por longas distâncias.
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Observe que a questão da “localização” também diz respeito à área de
produção, digamos que é um quesito estratégico!
CIM
CNC / Automação
AGVs
DNC flexível
Manufatura
CNC ponto
Networks celular
a ponto
Controle de
Operação processo
Manual
Robótica
Automação
Mecanização
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É importante ressaltar que a tecnologia não deve ser um fim em si mesma. Rago et all
(2003) exemplifica que a general Mottors buscou, incansavelmente, tecnologia em
uma tentativa de competir com os fabricantes automotivos japoneses. Ela até mesmo
inventou o Protocolo e Automação da manufatura e o impôs ao mundo. Dizem que a
GM gastou tanto dinheiro na busca de tecnologia, que ela poderia ter comprado a
Toyota – o que teria resultado em um negócio muito melhor, uma vez que se
esqueceu de duas das lições básicas da manufatura:
O aumento de produtividade não é devido somente à tecnologia, uma boa coisa para
se ter em mente são nossas taxas insatisfatórias de investimento nelas. Além disso,
são devidas à organização e aos esforços das pessoas no piso da fábrica e aos
sistemas de informações utilizados no planejamento e à programação da manufatura.
Esta última área é crítica. Os desenvolvimentos nos sistemas do controle da
manufatura são vitais para isto.
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deve saber como resolver os problemas dos clientes, de forma a que eles continuem a
fazer negócio com a revenda no futuro. Por essas razões, os gerentes atuais estão
reconhecendo que a melhoria da qualidade em todos os aspectos dos seus negócios
aumenta a satisfação do consumidor e a lealdade do cliente.
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Capítulo 2
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está associada ao grau de padronização dos produtos e ao volume de produção
demandada. Os processos contínuos envolvem a produção de bens ou serviços que
não podem ser identificados individualmente, e os processos discretos envolvem a
produção de bens ou serviços que podem ser isolados, em lotes ou unidades; cada
lote ou produto pode ser identificado individualmente em relação aos demais. Por sua
vez, os processos discretos podem ser subdivididos em processos repetitivos em
massa, processos repetitivos em lotes e processos por projeto. Vamos exemplificar
cada um destes tipos de operação.
Repetitivo Repetitivo em
Contínuo Projeto
em Massa Lotes
Volume de produção Alto Alto Média Baixo
Características dos sistemas de produção. Fonte: SLACK (1997). Adaptada pelo autor.
Moreira (2004) afirma que tanto a manufatura de bens como a prestação de serviços
são similares sob o aspecto de transformar insumos em produtos úteis aos clientes por
meio da aplicação de um sistema de produção. Ambas devem projetar seus produtos,
prever sua demanda, balancear seu sistema produtivo, treinar sua mão-de-obra,
vender seus produtos, alocar seus recursos e planejar e controlar suas operações.
Uma diferença básica reside no fato de a manufatura de bens ser orientada para o
produto, enquanto a prestação de serviços é orientada para a ação. Nesse sentido,
podemos listar algumas características que se diferenciam, conforme a abordagem
dada ao sistema de produção.
Serviços Profissionais
Consultoria;
Banco (pessoa jurídica); Loja de Serviços
Serviço médico;
Banco (pessoa física);
Assistência técnica.
Restaurantes;
Hotelaria; Serviços de Massa
Varejo em geral. Transporte urbano;
Cartão de crédito;
Comunicações;
Varejo de revistas.
Serviços profissionais
Estes serviços são definidos como organizações de alto contato, em que os clientes
despendem tempo considerável no processo do serviço. Esses serviços proporcionam
altos níveis de customização, e o processo do serviço é altamente flexível para
atender às necessidades individuais dos clientes.
Consultores de gestão;
Advogados;
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Arquitetos;
Cirurgiões;
Auditores.
Serviços de massa
O pessoal não profissional já tem sua divisão de trabalho estabelecida e deve seguir a
procedimentos.
Exemplos
Serviços de supermercado;
Redes nacionais de estradas de ferro;
Emissoras de televisão;
Serviços de livraria;
Aeroportos.
Lojas de serviços
As lojas de serviços têm sua característica própria que são os níveis de contato
com o cliente, customização, volumes de clientes e liberdade de decisão do
pessoal, que as colocam entre os extremos do serviço profissional e de massa.
O serviço é proporcionado por meio de combinações de atividades dos
escritórios da linha de frente e da retaguarda, pessoas e equipamentos e
ênfase no produto/processo.
Exemplos
Bancos;
Shopping centers;
Operadores de excursões de lazer;
Empresas de aluguel de autos;
Escolas;
Restaurantes.
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Capítulo 3
Slack (1997) afirma que qualquer organização possui uma função produção porque
produz algum tipo de em serviço.
Do antigo ao moderno, dois livros serão sugeridos. O primeiro mostra que o segredo
das vitórias militares junto ao exército chinês, no século IV a.C., estava na
estratégia. É o tema do livro de Sun Tsu – A Arte da Guerra. E um enfoque
ambiental para a logística está no livro de Vitório Donato: Logística Verde. Veja as
referâncias completas no item Referências Bibliográficas.
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Segundo Tubino (2000), normalmente as atividades de PCP são desenvolvidas por um
departamento de apoio à produção, dentro da gerência industrial, que leva seu nome.
Como departamento de apoio, o PCP é responsável pela coordenação e aplicação dos
recursos estabelecidos em níveis estratégicos, tático e operacional.
Para atingir seus objetivos, o PCP administra informações vindas de diversas áreas do
sistema produtivo. Da Engenharia do Produto são necessárias informações contidas
nas listas de materiais e desenhos técnicos; da Engenharia do processo, os roteiros
de fabricação e os lead times; no Marketing, buscam-se os planos de vendas e
pedidos firmes; a Manutenção fornece os planos de manutenção;
Compras/Suprimentos informa as entradas e saídas dos materiais em estoques; dos
Recursos Humanos são necessários os programas de treinamento; Finanças fornece
o plano de investimento e o fluxo de apoio ao sistema produtivo; o PCP, de forma
direta, como as relações citadas dentro do parágrafo com os demais setores, ou de
forma indireta, relaciona-se praticamente com todas as funções deste sistema.
Slack (1997) afirma que todas as organizações possuem funções com suas
responsabilidades específicas. Ainda que funções tenham sua parte a executar nas
atividades da organização, são ligadas com a função produção, por objetivos
organizacionais.
Compras
Engenharia
Recursos Humanos
Manutenção
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Pra você, qual a importância da estratégia e sua relação com a produção?
Estratégia e produção
Slack (1997) destaca que o termo “estratégia”, em geral, são as decisões que:
Com base na definição da missão corporativa, existem três níveis hierárquicos dentro
de uma empresa onde se encontram estratégias de planejamento: o nível corporativo,
o nível da unidade de negócios e o nível funcional. O nível corporativo define
estratégias globais, a estratégia corporativa, apontando as áreas de negócios nas
quais a empresa participará, e a organização e distribuição dos recursos para cada
uma dessas áreas ao longo do tempo, com decisões que não podem ser
descentralizadas. O nível da unidade de negócios é uma subdivisão do nível
corporativo, no caso de a empresa atuar com unidades de negócios semiautônomas.
Cada unidade de negócios teria uma estratégia de negócios, também chamada de
estratégia competitiva, definindo como seu negócio compete no mercado, o
desempenho esperado e as estratégias que deverão ser conduzidas pelas áreas
operacionais para sustentar tal posição. O terceiro nível é o da estratégia funcional.
Nesse nível, estão associadas as políticas de operação das diversas áreas funcionais
da empresa, consolidando as estratégias corporativa e competitiva.
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Missão
Estratégia Corporativa
Estratégia Competitiva
Táticas
Percebeu como existem muitos tipos de estratégias empresariais? Mas existem outros
fatores importantes neste contexto para memorizar.
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estoque. Fatores como custo, qualidade, prazo de entrega, capacidade da empresa
em se adaptar a novos projetos ou volumes de produção são potencialmente
importantes, em como os próprios ciclos de vida dos produtos, que podem ser
renovados através de melhorias tecnológicas. A coordenação entre Marketing e
Produção é vital na área de tecnologia do produto.
Localização das instalações: é uma temática ligada bem de perto às decisões sobre
capacidade. Envolve decisões como localizar a manufatura perto dos suprimentos ou
dos mercados consumidores, escolha da macrorregião (a grande área geográfica
dentro da qual a empresa se instalará), infraestrutura necessária, etc.
Você sabia que toda empresa possui uma missão e uma estratégia corporativa?
Sabe diferenciar missão de estratégia corporativa?
3. Missão corporativa
A missão corporativa raramente nasce com a empresa, ela deve ser amadurecida com
o crescimento da organização e desenvolvida pela alta administração da empresa.
Representa os interesses dos diversos públicos que compõem o negócio, como
acionistas, funcionários, clientes, fornecedores etc. (stakeholders). Deve ser entendida
por todos, inspirar e desafiar a organização para atingi-la. Além disso, deve ter alcance
social.
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Normalmente, ao se definir a missão corporativa, algumas questões devem ser
levantadas, entre elas:
Como a missão corporativa é uma meta a ser alcançada, ela deve ser
operacionalizada por meio da definição e implementação das estratégias
corporativa, competitiva e funcional.
4.Estratégia corporativa
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consolidar as várias estratégias competitivas na direção da missão a que a empresa
se propõe.
A Missão
Estratégia Corporativa
5. Estratégia competitiva
Benefícios para
clientes
Estratégia
Margem de lucro
competitiva
Volume de vendas
Custos da
organização
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A escolha de determinada estratégia competitiva define a alocação de recursos e as
habilidades organizacionais necessárias para a produção dos bens e/ou serviços
oferecidos ao mercado. Dessa forma, determinada gama de custos produtivos gera
um conjunto de benefícios (bens e/ou serviços) para os clientes. A opção
custo/benefício tomada pela empresa irá competir com as demais opções dos
concorrentes no mercado. Os clientes, por sua vez, ao perceberem as vantagens e
desvantagens de cada oferta, definirão a margem de lucro aceitável e o volume de
vendas para atender a suas necessidades. Assim, a melhor relação entre margem de
lucro e volume vendido definirá a escolha de determinada estratégia competitiva.
Nesse sentido, Porter (1986) define três estratégias genéricas de margem/volume que
podem ser empregadas pelas empresas na competição pelo mercado: liderança de
custos, diferenciação e focalização. Na liderança de custos, a empresa deverá buscar
a produção ao menor custo possível, podendo com isto praticar os menores preços do
mercado e aumentar o volume de vendas. A produção em grande escala, a
experiência adquirida, a padronização dos produtos e métodos, a facilidade de acesso
aos mercados fornecedores e compradores são algumas das características
necessárias para se competir dentro desta estratégia.
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Novos
entrantes
Concorrentes
6. Estratégia de produção
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Estratégia funcional de
Marketing
Estratégia funcional de
Finanças
Prioridade dos
Critério de
desempenho
Estratégias Políticas
De produção De
produção
Áreas decisórias
De forma geral, os principais critérios de desempenho nos quais a produção deve agir
são colocados em quatro grupos: custo, qualidade, desempenho de entregas e
flexibilidade:
Como todo sistema de produção possui uma atuação de desempenho limitada pelas
forças estruturais que emprega, há necessidade de se priorizar e quantificar o grau de
intensidade que se buscará atingir em cada um dos critérios de desempenho citados.
Convencionalmente, trabalha-se com a curva de troca (trade offs), ou seja, para
aumentar o desempenho de um critério, perde-se em outro. Um exemplo simplificado
desta situação é a troca entre a qualidade e o custo, conforme ilustrado na figura
abaixo, em que para aumentar o nível de qualidade (de A para B) de um sistema
produtivo, acaba-se aumentando também o custo.
custo
qualidade
Capacidade de
Qual o seu nível, como obtê-la e como incrementá-la?
produção
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focalização da produção, a política de recursos humanos deve privilegiar a polivalência
na contratação dos funcionários. Na realidade, como existe relação intensa entre os
sistemas de produção e o meio ambiente onde ele está inserido, as decisões
estratégicas devem ser entendidas como um processo dinâmico que sofre alterações
conforme o mercado e a concorrência sofrem, posicionando-se. A figura abaixo
procura ilustrar essa característica das decisões estratégicas. Conforme podemos ver,
cada decisão estratégica em determinado momento é resultado da decisão atual e
futura da posição competitiva que a organização deve seguir. A melhor alternativa é
aquela que trouxer um bom resultado para o momento, prejudicando o mínimo
possível as alternativas futuras.
Posição competitiva
Alternativas de
posições
Futuro competitivas
Prioridades entre os E
critérios de desempenho V
e políticas de produção O
desejáveis L
U
Ç
A
O
Os princípios expostos, que em seu conjunto dão forma à filosofia JIT/TQC, não são
fáceis de ser implementados. Se o fossem, não dariam uma vantagem competitiva às
empresas que os alcançassem. Além do mais, a própria questão da busca pelo
melhoramento contínuo diferenciará as empresas que chegarem a soluções mais
satisfatórias para seus problemas. O importante é que nos dias de hoje a dicotomia
entre o capital e o trabalho não é tão intensa, e está perdendo espaço para a
cooperação e divisão de resultados, o que tem levado as empresas a aumentar
sensivelmente sua produtividade, com consequente ganho para a humanidade como
um todo.
O sistema CIM
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Um modelo genérico do sistema CIM, conhecido como modelo em "Y", com todas as
suas atividades interligadas, pode ser visualizada na figura a seguir. No lado esquerdo
do modelo, estão encadeadas as atividades de planejamento e controle da produção,
enquanto no lado direito estão as atividades técnicas de engenharia e produção. Na
parte superior do modelo, há o nível de planejamento, enquanto na parte inferior
aparecem as atividades de implementação dos programas de produção. No meio do
"Y", um banco de dados alimenta o fluxo de informações do sistema com listas de
materiais, fluxogramas de produção, dados sobre os equipamentos, níveis de
estoques etc.
O sistema CIM, conforme apresentado na Figura abaixo, envolve o uso de uma série
de tecnologias que produzem ferramentas de auxílio às atividades de planejamento e
implementação do sistema de produção. O lado esquerdo do modelo, atividades de
planejamento e controle da produção. O lado direito do modelo, que compreende as
ferramentas técnicas de auxílio ao planejamento e implementação da produção, é
definido a seguir.
CAE - Engenharia Auxiliada por Computador: como o próprio nome indica, consiste
em empregar um sistema computacional para desenvolver e avaliar as especificações
funcionais de produtos, peças componentes e processos de fabricação.
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Funções Organizacionais de Funções Técnicas de
Planejamento e Logística Engenharia e Fabricação
Controle
Dos pedidos
Pré-projeto
CAE
Estimativas
De custo
Planejamento
Gerenciamento
de materiais
Planejamento
Planejamento Do ProcessoCAPP
de capacidade
Planejamento
e Controle Ajuste da
da Produção capacidade
Programação
Implementação
CNC
Liberação das
ordens
Controle de
quantidades, Controle da montagem
tempo e custos
Controle da manutenção
Controle da
expedição
Garantia da Qualidade
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CAPP - Planejamento de Processo Auxiliado por Computador: este sistema
computacional está encarregado de gerar os fluxos produtivos das peças e
componentes dentro do sistema de produção, conhecido como roteiro de produção.
Normalmente, as peças são catalogadas em famílias, agrupadas por suas
características similares de fabricação, permitindo o desenvolvimento de planos-
padrão de processo para cada família.
Cabe ressaltar que um dos grandes problemas de implementação dos sistemas CIM
consiste na falta de padronização entre os fabricantes dos sistemas computacionais,
dificultando a interação entre os vários módulos. Logicamente, a proposta dos
sistemas CIM, em termos de engenharia e fabricação, consiste em que as informações
contidas nos projetos do CAE sejam entendidas pelo CAD, que deve repassar
prontamente os desenhos para o CAPP, que, por sua vez, deve comunicar seus
planos com o sistema CAM, para serem executados. Além disso, do outro lado, o
planejamento e controle da produção deve estar integrado a estes dados.
Uma segunda questão importante associada aos sistemas CIM diz respeito a quando
a empresa deve executar sua implementação. A experiência tem mostrado que a
tentativa de transpor os sistemas convencionais de produção diretamente para a
proposta do sistema CIM não tem trazido bons resultados, pois estaremos apenas
informatizando sistemas ineficientes. O mais lógico, e recomendável consiste em
inicialmente rever o sistema atual e eliminar todas as atividades que não agregam
valor aos produtos, conforme proposto pela filosofia JIT /TQC, para só, então, evoluir
na informatização dos fluxos de informação e produção.
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Capítulo 4
PLANO DE PRODUÇÃO
Ainda segundo Corrêa (2004), à medida que o tempo passa, o planejador deve,
periodicamente, estender sua visão de futuro, de forma que o horizonte de tempo
futuro sobre o qual se desenvolva a visão permaneça constante. Em termos
práticos, a dinâmica se dá da seguinte forma:
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Passo 2 – desenvolvimento e reconhecimento da visão de futuro, com ou sem
nossa intervenção. O sistema deve considerar a visão de futuro para que esta
possa emprestar sua influência ao processo decisório – de forma que inércias
decisórias sejam respeitadas.
Passo 3 – tratamento conjunto da situação presente e da visão de futuro por
alguma lógica que transforme os dados coletados sobre presente e futuro em
informações que passam a ser disponibilizadas numa forma útil para a tomada
de decisão gerencial logística.
Passo 4 – tomada de decisão gerencial. Com base nas informações
disponibilizadas pelo sistema, os tomadores de decisão efetivamente tomam
decisões logísticas sobre o que, quanto, quando produzir e comprar e com que
recursos produzir.
Passo 5 – execução do plano. Decorre de um período em que efetivamente as
diversas decisões vão tomando efeito. Como o mundo não é perfeito, algumas
coisas não acontecem exatamente da forma como se planejou. O tempo vai
decorrendo até que chega um determinado momento em que é mais prudente
tirar outra “fotografia” da situação presente e re-disparar o processo. Este é o
momento de voltar ciclicamente ao Passo 1.
Plano Mestre de
Plano de Produção Produção
Plano de Marketing
Plano de Produção
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Como o plano de produção trabalha com um horizonte de longo prazo, onde as
incertezas são grandes, há necessidade de desenvolver uma dinâmica de re-
planejamento que seja empregada sempre que uma variável importante do plano
se alterar substancialmente.
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Previsão do Planejamento Planejamento
Negócio Estratégico do Financeiro
Grupo
Longo
prazo Planejamento Planejamento
de produto e de Recursos
de Mercado (capacidade)
Planejamento
Agregado de
Produção
Médio
prazo
Previsão de Programa Planejamento
Vendas por Mestre de Grosseiro da
Item Produção Capacidade
(PMP)
Informações Descrição
Com relação a ações que atuam sobre a taxa de demanda, pode-se considerar no
plano de produção (obviamente suportado pelos planos de marketing e financeiro)
reduções de preços, promoções ou outras alternativas para estimular a demanda
nos períodos de baixa. A inclusão de produtos novos como forma de aproveitar
ociosidades das instalações, ou, no sentido contrário, quando houver falta de
capacidade, planejar pedidos pendentes para entrega futura. O aumento de preços
que visa a conter a demanda dentro dos níveis de produção não é uma alternativa
viável, pois em uma economia aberta sempre existirão outras empresas dispostas
a atender os clientes pelo preço do mercado, e, além disso, com o aumento da
margem de lucro do negócio, estaremos estimulando a entrada de concorrentes.
No que se refere às ações que atuam na taxa de produção, algumas são usadas
para aumentar a taxa normal, como horas extras, um segundo ou terceiro turno,
subcontratações, operários temporários etc. Algumas ações podem buscar a
diminuição dessa taxa de produção, como a redução dos horários ou turnos
inteiros, antecipações de férias etc. Nos locais onde os sindicatos são mais
atuantes, algumas alternativas podem não ser passíveis de implementação.
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produção, pois possuem internamente um potencial maior de flexibilizar sua taxa
de produção. Externamente, o JIT, ao buscar relações estáveis de longo prazo
com clientes e fornecedores, reduz a variabilidade da demanda, facilitando
também a elaboração e o atendimento do plano de produção.
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Quantidades
20
10
0
o
l
r
v
n
v
z
ai
t
ar
t
ju
ab
se
ou
fe
ag
no
de
ja
ju
m
m
Períodos
Produção Vendas
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busca evitar os estoques pela flexibilização da produção. Para os sistemas
produtivos em que os bens ou serviços são perecíveis, ou exigem a presença do
consumidor no momento de sua execução, esta é a alternativa mais viável. Porém,
normalmente procura-se não variar em demasia os níveis de produção, porque os
custos de contratação e demissão de mão-de-obra, horas extras, subcontratações
etc. são altos e devem ser empregados com cautela.
30
Quantidades
20
10
0
o
l
r
v
n
v
z
ai
t
ar
t
ju
ab
se
ou
fe
ag
no
de
ja
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m
m
Períodos
Produção Vendas
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Quantidades
20
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0
o
l
r
v
n
v
z
ai
t
ar
t
ju
ab
se
ou
fe
ag
no
de
ja
ju
m
m
Períodos
Produção Vendas
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Capítulo 5
Plano de manufatura: o que, quanto e quando e com que recursos a fábrica vai
produzir.
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A manufatura não pode, independentemente, definir o que, quanto e
quando vai produzir: quantidades a manufaturar devem ser decididas
em comum com vendas, que, por sua vez, depende da demanda de
mercado; em comum com a engenharia; que é a única função que
sabe detalhadamente o que está nas pranchetas, em termos de
produtos e processos; e com a função de finanças, que é quem vai
pagar por materiais, mão-de-obra e estoques.
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Longo prazo Plano de Produção
Planejamento-mestre da produção
PMP inicial
não
Médio prazo Viável
sim
PMP final
Com relação à utilização, Brito (2000) afirma que o Plano Mestre de Produção tem
dois usos principais:
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A programação da produção, em todos os seus níveis, e das compras é feita com
técnicas de administração de estoque. Para ser viável, o PMP tem de cobrir no mínimo
o prazo de fabricação (throughput time) mais um período, como demonstra a figura
abaixo:
O PMP serve também para dirigir as prioridades para as ordens de produção e para os
pedidos de compra em aberto, aos quais deve ser atribuído um grau de urgência de
acordo com a necessidade para o cumprimento do plano mestre.
Brito (2000) afirma que, devido ao grande volume de dados envolvidos e a rapidez e
frequência desejadas para a análise, torna-se cada vez mais necessária a utilização
de computadores para o processamento da informação necessária ao estabelecimento
do Plano Mestre de Produção. Nenhum cálculo, porém, poderá substituir o julgamento,
o qual será sempre necessariamente o instrumento final de estabelecimento do Plano.
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2. Elaboração do PMP, itens que entram no PMP e o tempo no PMP
Elaboração do PMP
O PMP deve referir-se aos produtos acabados da empresa que serão remetidos via
Plano de Vendas aos clientes. Porém, certas situações exigem um estudo mais
detalhado em função do número de produtos acabados que pode ser gerado nesse
plano. É o caso de empresas que tenham entre 2000 e 5000 itens de produtos
acabados à disposição dos clientes. Essa quantidade de produtos acabados deriva,
normalmente, da gama de combinações de opções que podem ser escolhidas pelo
cliente para compor um produto acabado, como por exemplo, na indústria
automobilística.
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O tempo no PMP
A rotina de cálculo para análise da capacidade produtiva do PMP é obtida através dos
seguintes passos:
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Capítulo 6
PROGRAMAÇÃO E SEQUENCIAMENTO
Segundo Moreira (2004), a partir do momento em que o Plano Mestre da Produção diz
o que se vai fazer – quais produtos e quanto de cada um deles – começa, então, o
problema de programar e controlar a produção para obedecê-lo. Programar e controlar
a produção são atividades marcadamente operacionais, que encerram um ciclo de
planejamento mais longo que teve início com o Planejamento da Capacidade e a fase
intermediária com o Planejamento Agregado.
O controle das filas de espera nos centros de produção. Cada recurso de produção é
disputado a cada instante por vários lotes a serem produzidos, os quais se conservam
na fila de espera. A redução dessas filas e a liberação de acordo com prioridades reais
é uma assunto da Programação de produção.
Brito (2000) ainda afirma que para atingir o objetivo descrito, as seguintes funções têm
de ser colocadas em práticas:
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Programação da capacidade necessária por centro de produção e alocação dos
recursos de produção às necessidades decorrentes do Plano Mestre de Produção.
Controle de estoque em processo, programado adequadamente a liberação das
ordens para produção.
Redução dos lead times de produção pela diminuição do tempo de espera dos
lotes para cada operação.
Programação e minimização das filas de espera para assegurar contínua
ocupação de todos os recursos de produção.
Determinação de trabalhos a serem transferidos a centros de produção para evitar
sub-reocupações e tempo ocioso.
Programação de subcontratação para conviver com sobre-ocupações inevitáveis.
Programar ajustes de capacidade a curto prazo, através de turnos temporários
adicionais, horas extras, etc.
Harmonização do nível de ocupação por centro de trabalho, evitando variações
antieconômicas.
Programação de liberação antecipada de ordens de produção, para evitar tempo
ocioso.
Previsão do prazo real possível de término de cada ordem de produção e das
entregas de produtos finais.
Programação da sequência de operações para cada centro de produção. As
funções descritas são preenchidas pela Programação das Necessidades, pelo
Controle das Prioridades, pela Programação da liberação das ordens de produção
e pela Programação da Sequência de Operações.
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Capítulo 7
Moreira (2004) afirma também que algumas vezes a unidade produtiva trabalha com a
capacidade total. Por exemplo, uma loja pode estar dimensionada para atender a 200
clientes em média por dia, mas, está atendendo a apenas 120. Neste caso, dizemos
que o uso da capacidade é de 120/200 x 100 = 60% ou, ainda, que a loja está
operando com 60% de sua capacidade. Outras vezes podemos encontrar que certa
unidade está operando com 110% de sua capacidade. Isto só tem sentido se a
referência básica de capacidade, ou seja, as condições nas quais ela foi definida,
estiver sendo violada. No exemplo da loja, digamos que a capacidade de atendimento
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de 200 clientes por dia foi definida, levando-se em conta 8 horas diárias de trabalho,
com 10 atendentes e supondo-se certo tempo médio de atendimento por cliente. Se
essa quantidade de horas, atendentes e tempo médio de atendimento foi a referência
básica para o cálculo dos 200 clientes por dia, e alguém alegar que a loja está
trabalhando com 110% de sua capacidade, saberemos imediatamente que essa
referência básica foi alterada: ou se aumentou o número de atendentes, ou o número
diário de horas de atendimento ou, finalmente, por algum motivo, alterou-se para
menos o tempo médio de atendimento de cada cliente. Sem violar as referências
básicas de definição da capacidade, não é possível ter uma capacidade maior que
100%.
Observe que: existem muitos fatores dos quais depende a capacidade de uma
unidade produtiva.
A capacidade é afetada, portanto, tanto por fatores externos quanto internos. Dentre
os fatores externos:
Os custos serão afetados pelo equilíbrio entre capacidade e demanda (ou nível de
produção, se isso for diferente). Níveis de capacidade excedentes à demanda
podem significar subutilização de capacidade e, portanto, alto custo unitário.
As receitas também serão afetadas pelo equilíbrio entre capacidade e demanda,
mas de forma oposta. Níveis de capacidade iguais ou superiores à demanda em
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qualquer momento assegurarão que toda a demanda seja atendida e não haja
perda de receitas.
O capital de giro será afetado se uma operação decidir produzir estoque de bens
acabados, antecipando-se à demanda. Isto pode permitir atender à demanda, mas
a organização deve financiar o estoque até que seja vendido.
A qualidade dos bens ou serviços pode ser afetada por um planejamento de
capacidade que inclui grandes flutuações nos níveis de capacidade, através da
contratação de pessoal temporário, por exemplo. O pessoal novo e a interrupção
do trabalho rotineiro da operação aumentariam a probabilidade de ocorrência de
erros.
A velocidade de resposta à demanda do cliente pode ser melhorada, seja pelo
aumento dos estoques (permitindo que os clientes sejam atendidos diretamente a
partir do estoque, em vez de terem que esperar a fabricação dos itens) ou pela
provisão deliberada de capacidade excedente para evitar filas.
A confiabilidade do fornecimento também será afetada pela proximidade dos níveis
de demanda e de capacidade. Quanto mais próxima a demanda estiver da
capacidade máxima da operação, tanto menos capaz esta será para lidar com
interrupções inesperadas, e menos confiáveis seriam seus fornecimentos de bens
e serviços.
A flexibilidade, especialmente a de volume, será melhorada por capacidade
excedente. Se a demanda e a capacidade estiverem em equilíbrio, a operação não
será capaz de responder a quaisquer aumentos inesperados da demanda.
Através da produção
Através dos insumos
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Medida da capacidade através dos insumos – em organizações de serviços;
frequentemente a maneira mais viável de se medir a capacidade é por meio dos
insumos utilizados, já que existe dificuldade, em muitos casos, de se identificar o que
seja a produção e consequentemente de medi-la. Num hospital, por exemplo, dada a
variedade de serviços médicos que são prestados, e dada a dificuldade de se medir
esses serviços de forma isolada da qualidade que os acompanha, há mais sentido em
se referir a capacidade ao número de leitos disponíveis. Em geral, quando se trata de
serviços puros, prescinde-se, na medida da capacidade, da referência a um
determinado período. No caso do hospital, teria pouco sentido falar em 500 leitos/mês,
dada a variabilidade do tempo de permanência de cada paciente.
Segundo Davis (2001), o melhor nível operacional é a capacidade para a qual o custo
unitário médio esteja no mínimo. Cita também que ter capacidade de entregar o que o
cliente quer dentro de um tempo relativamente curto é como definirmos flexibilidade de
capacidade. Esta flexibilidade é atingida através de plantas, de processos, de
trabalhadores flexíveis e de estratégias que utilizam a capacidade de outras
organizações. Manufatura ágil é outro termo que reflete a capacidade de uma
instalação em reagir rapidamente a mudanças no mercado.
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Parabéns, mais uma etapa do curso concluída! Nesta disciplina, vimos
os conceitos, a hierarquia e a estrutura organizacional do planejamento
relacionado aos diferentes sistemas produtivos, os quais agora já
sabemos diferenciar. Entendemos a importância da missão corporativa
e os níveis estratégicos de produção em uma organização, e
observamos as funções do PPCP (planejamento, programação e
controle da produção). Entendemos a dinâmica do planejamento da
produção, que resulta em um plano de produção que dá origem ao
planejamento mestre da produção, o qual possui como resultado um
plano mestre de produção. Por fim, foram apresentadas as atividades
inerentes à programação da produção.
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Referências Bibliográficas
DAVIS, Mark M.; AQUILANO, Nicholas J.; CHASE, Richard B.. Fundamentos da
administração da produção. 3 ed.. Porto Alegre: Bookman, 2001.
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