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Administração Financeira e Orçamentária - AFO
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Princípios Orçamentários
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1. Introdução
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A doutrina do Direito Financeiro traz alguns princípios orçamentários, usados como referências, diretrizes,
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parâmetros, destinados a orientar os gestores públicos nos processos de elaboração, execução e controle dos
orçamentos.
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A própria legislação orçamentária adotou alguns destes princípios e tornou-os obrigatórios. Passaremos agora
a analisar os diversos princípios orçamentários enunciados pela doutrina e pelas normas legais.
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a) Princípio da Anualidade ou Periodicidade
OS
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Refere-se à necessidade da limitação temporal para a estimativa das receitas e autorização das despesas. Esse
período limitado de tempo relativo à vigência do orçamento é denominado de exercício financeiro.
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O orçamento tem sua vigência limitada no tempo, durante um ano. No Brasil o exercício financeiro se inicia
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em 1o de janeiro e termina em 31 de dezembro, coincidindo com o ano civil. Assim, o orçamento só é válido
para aquele ano específico para o qual o mesmo foi elaborado e aprovado. A periodicidade do orçamento
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• Aspecto Político: dá a oportunidade ao Poder Legislativo de exercer uma de suas principais funções,
intervindo periodicamente na atividade financeira do Estado;
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Este princípio se encontra na própria Lei 4.320/64, conforme artigos transcritos a seguir:
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Administração Financeira e Orçamentária - AFO
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b) Princípio da Universalidade
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De acordo com este princípio, o orçamento deve conter a totalidade das receitas do Estado, sejam elas
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provenientes de tributos, rendas diversas, etc. Igualmente deve conter a totalidade das despesas a cargo da
administração pública.
LD
O princípio da universalidade recomenda, portanto, que todas as receitas e despesas dos três Poderes, seus
VA
órgãos, fundos e entidades da Administração Indireta, devem constar no Orçamento uno. Essa regra é
considerada, pelos estudiosos das finanças públicas, como indispensável para o controle parlamentar sobre as
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finanças públicas, uma vez que:
•
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Permite ao Poder Legislativo conhecer todas as receitas e despesas, dando previamente a autorização
para a respectiva realização; assim como o total das despesas e a correspondente necessidade de
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tributos para atendê-las;
• Impede o Poder Executivo de executar despesa sem a prévia autorização do Poder Legislativo.
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A base legal é o art. 165, § 5°, da Constituição Federal e os artigos 2º, 3º e 4º da Lei 4.320/64.
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Junto ao princípio da universalidade surgiu o do orçamento bruto, com o mesmo objetivo de facilitar o
J
controle financeiro pelo Legislativo. A Lei 4.320/64, em seu art. 6°, dispõe sobre este princípio nos seguintes
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termos:
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§ 1º - As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-
se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada à transferência e, como receita,
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d) Princípio da Unidade
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O orçamento público é uno, pois engloba todas as instituições e atividades de cada um dos três poderes:
Executivo, Legislativo e Judiciário. Para cada entidade da federação (União, Estados, Distrito Federal e
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Municípios) deve existir um único orçamento para o exercício financeiro correspondente.
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despesas do ente político, o que permite o confronto dos totais globais das receitas e despesas, para
determinar a existência de equilíbrio, déficit ou superávit orçamentário.
LD
Além disso, ao Poder Legislativo, permite uma visão global, possibilitando-lhe um melhor controle das
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operações financeiras do Governo como um todo.
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e) Princípio da Exclusividade
As normas constantes da lei orçamentária não devem conter matéria estranha ao próprio orçamento, ou seja,
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outros assuntos que extrapolem a esfera da execução orçamentária: a previsão das receitas e autorização das
despesas.
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Segundo Giacomoni, a adoção desse princípio, na reforma constitucional de 1926, teve por objetivo acabar
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com as "caudas orçamentárias" ou, segundo Rui Barbosa chamava, "orçamentos rabilongos", que eram
inclusões, na lei orçamentária, de dispositivos estranhos à matéria ou a questões financeiras.
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Na Constituição Federal de 1988, tal princípio encontra-se estabelecido no art. 165, § 8°:
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A abertura de créditos suplementares deverá estar autorizada previamente na Lei Orçamentária Anual, bem
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como a autorização para o ente público contratar operações de ARO junto ao sistema bancário, para atender a
eventuais situações de insuficiência de caixa, frente aos seus compromissos financeiros.
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f) Princípio da Especificação, Discriminação ou Especialização
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As despesas devem ser classificadas de forma detalhada, para facilitar sua análise e compreensão. A
especificação se refere não somente à identificação dos recursos e dos gastos, mas também à localização
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desses dentro dos órgãos da administração pública, nos programas, atividades, projetos, etc..., setorizados de
acordo com a situação geográfica ou regional. Indicam-se as fontes de receita, os elementos de despesa e os
bens e serviços que serão adquiridos e colocados à disposição da coletividade.
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Assim, este princípio determina que as receitas e despesas sejam apresentadas de forma detalhada nos
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orçamentos, possibilitando o conhecimento das origens dos recursos e de sua correspondente aplicação. A
finalidade, além da clareza e compreensão do orçamento, é facilitar a análise e a ação fiscalizadora do
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Legislativo sobre as finanças públicas.
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A especificação das contas das receitas e despesas na atualidade deve considerar as exigências do controle
externo e interno, do planejamento administrativo, da avaliação econômica do impacto do gasto público sobre
a economia, dos critérios dos registros contábeis, etc. OS
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A Lei 4.320/64, no seu art. 5°, dispõe que:
por elementos.
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Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não
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g) Princípio da Flexibilização
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Não seria possível operacionalizar o orçamento sem a flexibilização da sua execução, mediante ajustes que se
façam necessários para atender aos objetivos do Governo. É aconselhável que o orçamento, sempre quando
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necessário, possa ser modificado quanto à sua despesa e orientado pela vontade de quem o aprovou.
O próprio mecanismo dos créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários) cumpre a finalidade
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de adequar o nível de despesas às necessidades imprevistas ou subdimensionadas, além de permitir a
adaptação do orçamento a situações supervenientes, tais como calamidade pública, guerra, etc.
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h) Princípio da Clareza
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O documento orçamentário deve ser elaborado de maneira bem ordenada e completa em todas as suas
etapas, assegurando resultados positivos na execução das metas estabelecidas, para que seja um instrumento
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eficiente e adequado ao ato de governar, administrar e executar programas e planos de desenvolvimento
sócio-econômico.
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Esse princípio complementa o da publicidade, uma vez que dita que o orçamento deve ter uma linguagem
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clara e compreensível, não só aos técnicos, mas a todas as pessoas que precisam consultá-lo.
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Nos tempos atuais, ganha cada vez mais força a idéia da Transparência nas contas públicas, no sentido de que
o poder público deve buscar cada vez mais dar acesso à população às informações pertinentes ao montante de
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receitas arrecadadas e a sua respectiva aplicação nas despesas públicas distribuídas nos diversos programas do
orçamento.
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A Transparência está fortemente ligada à idéia da Prestação de Contas, mecanismo pelo qual a sociedade tem
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como cobrar resultados dos seus governantes, na gestão dos recursos públicos. Sendo assim, o princípio da
clareza nas expressões constantes da Lei Orçamentária e nos seus diversos demonstrativos se coaduna com as
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deve ultrapassar a receita prevista para o período. Procura-se consolidar uma política econômico-financeira
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que produza a igualdade entre os valores de receita e despesa, evitando dessa forma eventuais déficits que
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• Sucessivos déficits exigem um aumento contínuo da dívida pública para o seu financiamento;
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A Lei Complementar no. 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê uma série de mecanismos que
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objetivam trazer para a própria elaboração e execução do orçamento a busca pelo equilíbrio nas contas
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públicas, impondo limites para as despesas diante das receitas, e sanções para os entes públicos que
desrespeitarem tais limites.
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Administração Financeira e Orçamentária - AFO
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Observe, porém, que o déficit no orçamento pode aparecer “embutido” na previsão das receitas de operações
de crédito. Veja as prescrições da Lei 4.320/64 nos parágrafos seguintes ao seu artigo 7º:
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§ 1º - Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos que o
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Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura.
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somente se incluirá na receita quando umas e outras forem especificamente autorizadas
LD
pelo Poder Legislativo em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-
las no exercício.
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§ 3º - A autorização legislativa a que se refere o parágrafo anterior, no tocante a
operações de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento.
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Assim, o princípio do equilíbrio não implica em dizer que o Estado “não pode ter déficit”. Não é esse o seu
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significado, mas sim o de que, na hipótese de déficit, deve haver uma previsão de receitas capazes de financiá-
lo, no caso, as operações de crédito.
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j) Princípio da Publicidade
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Esse princípio determina que o conteúdo do orçamento deve ser divulgado por veículos oficiais de
comunicação para conhecimento da sociedade e para eficácia de sua validade. No caso específico do Governo
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Federal, a divulgação é feita através do Diário Oficial da União. Note-se que este princípio é extensivo a todos
os atos oficiais da administração pública.
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Sendo assim, o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual devem ser
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divulgadas por veículos oficiais de comunicação, como o Diário Oficial. O mesmo princípio vale também para
Estados e Municípios, através de veículos próprios.
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Atualmente, a publicidade do orçamento envolve também as suas fases de elaboração, discussão legislativa,
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Diversos entes públicos têm procurado implantar o chamado orçamento participativo, no qual o processo de
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elaboração da proposta orçamentária, ou seja, dos valores previstos para receita e despesa, pode contar com
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a participação popular. Os cidadãos são chamados a opinar sobre programas e ações que gostariam que
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constassem da Lei Orçamentária Anual, propondo sugestões e manifestando as demandas de sua comunidade.
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A Constituição Federal contém vários dispositivos que mencionam a obrigatoriedade do plano plurianual, das
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diretrizes orçamentárias e dos orçamentos serem estabelecidos por lei, bem como da prévia autorização
legislativa para que sejam modificados.
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Administração Financeira e Orçamentária - AFO
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A Constituição estabelece ainda que são da exclusiva iniciativa do Poder Executivo as leis que estabelecerão o
plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais (art. 165).
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Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
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I - o plano plurianual;
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II - as diretrizes orçamentárias;
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III - os orçamentos anuais.
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l) Princípio da Não-afetação das Receitas
Esse princípio postula que as receitas públicas não poderão ser reservadas ou comprometidas para atender a
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determinados órgãos, objetivos ou gastos.
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A exigência de que as receitas não sofram vinculações é mais uma questão de bom-senso administrativo, pois
a princípio elas sempre são destinadas a atender às despesas conforme as necessidades e prioridades da
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coletividade.
Na prática a sua observância foi sempre complicada, quer pela sua relação direta com a prestação de certos
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serviços, a exemplo das taxas, quer devido a pressões de determinados grupos de interesse.
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como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º,
bem como o disposto no § 4º deste artigo;
J O
a) A repartição da arrecadação dos impostos (arts. 158 e 159) se refere às transferências constitucionais
obrigatórias, que a União deve fazer aos Estados e aos Municípios, assim como os Estados devem
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também destinar parte de sua arrecadação de impostos para os municípios situados no seu território
geográfico;
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b) A destinação de recursos para ações e serviços públicos de saúde (art. 198, § 2°); EC 29/00: a União, os
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Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante
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de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino (CF/88).
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d) Os recursos para realização de atividades da administração tributária (art. 37, XXII) EC 42/03;
O
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
LD
servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e
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de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
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e) A prestação de garantias às operações de ARO (art. 165, § 8°);
f)
§4°); OS
A prestação de garantias ou contragarantia à União e para pagamento de débitos com esta (art. 167,
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§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que
se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b,
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Além destas, temos também outra vinculação permitida após a Emenda Constitucional 42/2003:
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Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do
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orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base
nas seguintes diretrizes:
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federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem
como a entidades beneficentes e de assistência social;
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Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à
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inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de:
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II - serviço da dívida;
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III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações
apoiados.
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m) Princípio da Programação
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Esse princípio é decorrente da evolução das funções do orçamento público: de instrumento de autorização e
controle parlamentar para o de auxiliar às funções de administração, planejamento e gerência da ação
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governamental.
O orçamento tradicional, com ênfase nos "meios", tinha como papel principal servir para a autorização e
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fiscalização legislativa. Na atualidade, ele vai além, na medida em que expressa os objetivos, programas, metas
e respectivos custos.
LD
Uma vez que o orçamento-programa se concentra no atendimento de demandas da coletividade, as restrições
VA
fiscais, decorrentes de limites socialmente aceitos para o crescimento da carga tributária, leva a administração
pública a procurar se tornar cada vez mais eficiente no uso dos recursos escassos de que dispõe, frente às
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crescentes demandas sociais.
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Questões de Concursos
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01 – CESPE - Tec MPU/Controle Interno/2010
Considerando que o processo orçamentário deve obedecer a um conjunto de princípios consagrados na
doutrina especializada, julgue o item seguinte.
O
Uma das exceções ao princípio da exclusividade é a autorização para contratação de operações de crédito,
LD
desde que se trate de antecipação da receita orçamentária.
VA
02 – CESPE - TJ TRT10/Administrativa/2013
CI
Princípios podem ser definidos como um conjunto de padrões ou regras que atuam como sistema de
referência ou orientação. Os princípios orçamentários são especialmente importantes para o estudo
OS
do processo orçamentário, mas não obrigatoriamente incorporados ou observados pela legislação de
um país. A respeito dos princípios orçamentários comumente aceitos, julgue o item subsequente.
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De acordo com o princípio da unidade, o ente governamental deve dispor de apenas um orçamento,
que inclua todas as receitas estimadas e despesas fixadas pelo Estado.
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03 – CESPE - TJ TRT10/Administrativa/2013
Princípios podem ser definidos como um conjunto de padrões ou regras que atuam como sistema de
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04 – CESPE - AJ TRT17/2013
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De acordo com o princípio do orçamento bruto, o montante total de despesas orçamentárias deve
ser igual ao montante total de receitas orçamentárias.
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06 – CESPE - AJ (TRE BA)/Administrativa/2017
Na elaboração do orçamento público, devem-se respeitar determinados princípios. Um deles,
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previsto no caput do artigo n.º 37 da Constituição Federal de 1988, é basilar e refere-se à obrigação
de fixação do orçamento em lei que autorize os poderes a executar a despesa, para o fim específico
de torná-lo conhecido dos interessados. Esse princípio é o da
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a) exclusividade.
LD
b) periodicidade.
VA
c) publicidade.
d) legalidade.
CI
e) transparência.
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07 – CESPE - AJ TRF1/Administrativa/2017
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos
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para todos os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item
subsequente.
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A Constituição Federal prevê exceções a alguns princípios orçamentários, entre elas, a autorização
para abertura de créditos suplementares na lei orçamentária anual.
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08 – CESPE - AJ TRF1/Administrativa/2017
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subsequente.
O princípio da totalidade surgiu em razão da necessidade de se reformular o princípio da unidade, o
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qual substituiu, tornando possível a elaboração de múltiplos orçamentos, que devem ser
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09 – CESPE - AJ TRF1/Administrativa/2017
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subsequente.
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10 – CESPE - AJ TRT8/2013
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O princípio de orçamento público segundo o qual, para não haver desequilíbrio acentuado nos
gastos, as despesas autorizadas no orçamento devem ser, sempre que possível, iguais às receitas
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previstas é denominado princípio
a) da exclusividade
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b) da universalidade.
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c) da unidade.
d) do equilíbrio.
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e) da legalidade.
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Gabarito
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01 – ERRADO
02 – CERTO
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03 – ERRADO
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04 – CERTO
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06 – C
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08 – ERRADO
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Bibliografia complementar
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
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BRASIL. Lei nº. 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle
LD
dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
VA
BRASIL. Lei Complementar nº. 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providencias.
CI
BRASIL. Portaria Interministerial STN/SOF nº. 163, de 4 de maio de 2001. Dispõe sobre as normas gerais de
OS
consolidação das Contas Públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e dá outras
providências.
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BRASIL. Decreto nº. 93.872, de 23 de dezembro de 1986. Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro
Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente e dá outras providências.
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BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças. Rio de Janeiro. Forense.
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