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Administração Financeira e Orçamentária - AFO

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Princípios Orçamentários

AU
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1. Introdução

O
A doutrina do Direito Financeiro traz alguns princípios orçamentários, usados como referências, diretrizes,

LD
parâmetros, destinados a orientar os gestores públicos nos processos de elaboração, execução e controle dos
orçamentos.

VA
A própria legislação orçamentária adotou alguns destes princípios e tornou-os obrigatórios. Passaremos agora
a analisar os diversos princípios orçamentários enunciados pela doutrina e pelas normas legais.

CI
a) Princípio da Anualidade ou Periodicidade
OS
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Refere-se à necessidade da limitação temporal para a estimativa das receitas e autorização das despesas. Esse
período limitado de tempo relativo à vigência do orçamento é denominado de exercício financeiro.
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O orçamento tem sua vigência limitada no tempo, durante um ano. No Brasil o exercício financeiro se inicia
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em 1o de janeiro e termina em 31 de dezembro, coincidindo com o ano civil. Assim, o orçamento só é válido
para aquele ano específico para o qual o mesmo foi elaborado e aprovado. A periodicidade do orçamento
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apresenta interesse sob os seguintes aspectos:


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• Aspecto Político: dá a oportunidade ao Poder Legislativo de exercer uma de suas principais funções,
intervindo periodicamente na atividade financeira do Estado;
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• Aspecto Econômico: permite ajustar as finanças públicas às variações cíclicas da conjuntura


econômica, levando o Governo a atuar em situações de recessão ou de expansão da renda nacional,
O

ou seja, serve como um instrumento de gerenciamento macroeconômico.


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Este princípio se encontra na própria Lei 4.320/64, conforme artigos transcritos a seguir:

Art. 2º - A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de


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forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo,


obedecidos aos princípios de unidade, universalidade e anualidade.
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Art. 34 - O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.


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b) Princípio da Universalidade

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De acordo com este princípio, o orçamento deve conter a totalidade das receitas do Estado, sejam elas

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provenientes de tributos, rendas diversas, etc. Igualmente deve conter a totalidade das despesas a cargo da
administração pública.

LD
O princípio da universalidade recomenda, portanto, que todas as receitas e despesas dos três Poderes, seus

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órgãos, fundos e entidades da Administração Indireta, devem constar no Orçamento uno. Essa regra é
considerada, pelos estudiosos das finanças públicas, como indispensável para o controle parlamentar sobre as

CI
finanças públicas, uma vez que:


OS
Permite ao Poder Legislativo conhecer todas as receitas e despesas, dando previamente a autorização
para a respectiva realização; assim como o total das despesas e a correspondente necessidade de
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tributos para atendê-las;

• Impede o Poder Executivo de executar despesa sem a prévia autorização do Poder Legislativo.
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A base legal é o art. 165, § 5°, da Constituição Federal e os artigos 2º, 3º e 4º da Lei 4.320/64.
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Art. 3º - A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de


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operações de crédito autorizadas em lei.


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Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de


crédito por antecipação da receita, as emissões de papel moeda e outras entradas
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compensatórias no ativo e passivo financeiros.


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c) Princípio do Orçamento Bruto


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Junto ao princípio da universalidade surgiu o do orçamento bruto, com o mesmo objetivo de facilitar o
J

controle financeiro pelo Legislativo. A Lei 4.320/64, em seu art. 6°, dispõe sobre este princípio nos seguintes
AU

termos:
AR

Art. 6º - Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus


totais, vedadas quaisquer deduções.
O

No § 1° do mesmo artigo temos um esclarecimento sobre a aplicação do princípio:


LD

§ 1º - As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-
se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada à transferência e, como receita,
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no orçamento da que as deva receber.


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d) Princípio da Unidade

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O orçamento público é uno, pois engloba todas as instituições e atividades de cada um dos três poderes:
Executivo, Legislativo e Judiciário. Para cada entidade da federação (União, Estados, Distrito Federal e

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Municípios) deve existir um único orçamento para o exercício financeiro correspondente.

Este princípio preconiza a existência de um só documento orçamentário, englobando todas as receitas e

O
despesas do ente político, o que permite o confronto dos totais globais das receitas e despesas, para
determinar a existência de equilíbrio, déficit ou superávit orçamentário.

LD
Além disso, ao Poder Legislativo, permite uma visão global, possibilitando-lhe um melhor controle das

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operações financeiras do Governo como um todo.

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e) Princípio da Exclusividade
As normas constantes da lei orçamentária não devem conter matéria estranha ao próprio orçamento, ou seja,
OS
outros assuntos que extrapolem a esfera da execução orçamentária: a previsão das receitas e autorização das
despesas.
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Segundo Giacomoni, a adoção desse princípio, na reforma constitucional de 1926, teve por objetivo acabar
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com as "caudas orçamentárias" ou, segundo Rui Barbosa chamava, "orçamentos rabilongos", que eram
inclusões, na lei orçamentária, de dispositivos estranhos à matéria ou a questões financeiras.
35

Na Constituição Federal de 1988, tal princípio encontra-se estabelecido no art. 165, § 8°:
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§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da


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receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura


de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por
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antecipação de receita, nos termos da lei.


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O assunto é, também, tratado no art. 7o da Lei 4.320/64:

Art. 7º - A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:


O

I - abrir créditos suplementares até determinada importância, obedecidas as


J

disposições do Art. 43;


AU

II - realizar, em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por


AR

antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.

A abertura de créditos suplementares deverá estar autorizada previamente na Lei Orçamentária Anual, bem
O

como a autorização para o ente público contratar operações de ARO junto ao sistema bancário, para atender a
eventuais situações de insuficiência de caixa, frente aos seus compromissos financeiros.
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f) Princípio da Especificação, Discriminação ou Especialização

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As despesas devem ser classificadas de forma detalhada, para facilitar sua análise e compreensão. A
especificação se refere não somente à identificação dos recursos e dos gastos, mas também à localização

AR
desses dentro dos órgãos da administração pública, nos programas, atividades, projetos, etc..., setorizados de
acordo com a situação geográfica ou regional. Indicam-se as fontes de receita, os elementos de despesa e os
bens e serviços que serão adquiridos e colocados à disposição da coletividade.

O
Assim, este princípio determina que as receitas e despesas sejam apresentadas de forma detalhada nos

LD
orçamentos, possibilitando o conhecimento das origens dos recursos e de sua correspondente aplicação. A
finalidade, além da clareza e compreensão do orçamento, é facilitar a análise e a ação fiscalizadora do

VA
Legislativo sobre as finanças públicas.

CI
A especificação das contas das receitas e despesas na atualidade deve considerar as exigências do controle
externo e interno, do planejamento administrativo, da avaliação econômica do impacto do gasto público sobre
a economia, dos critérios dos registros contábeis, etc. OS
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A Lei 4.320/64, no seu art. 5°, dispõe que:

Art. 5º - A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender


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indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou


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quaisquer outras, ressalvado o disposto no Art. 20 e seu parágrafo único.

No seu art. 15:


12

Art. 15 - Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo,


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por elementos.
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§ 1º - Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal,


material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para
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consecução dos seus fins.

§ 2º - Para efeito de classificação da despesa, considera-se material permanente o


O

de duração superior a 2 (dois) anos.


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E no seu art. 20 e parágrafo único, determina uma exceção a este princípio:

Art. 20 - Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os


AR

projetos de obras e de outras aplicações.

Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não
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possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão


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ser custeados por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.


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g) Princípio da Flexibilização

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Não seria possível operacionalizar o orçamento sem a flexibilização da sua execução, mediante ajustes que se
façam necessários para atender aos objetivos do Governo. É aconselhável que o orçamento, sempre quando

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necessário, possa ser modificado quanto à sua despesa e orientado pela vontade de quem o aprovou.

O próprio mecanismo dos créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários) cumpre a finalidade

O
de adequar o nível de despesas às necessidades imprevistas ou subdimensionadas, além de permitir a
adaptação do orçamento a situações supervenientes, tais como calamidade pública, guerra, etc.

LD
h) Princípio da Clareza

VA
O documento orçamentário deve ser elaborado de maneira bem ordenada e completa em todas as suas
etapas, assegurando resultados positivos na execução das metas estabelecidas, para que seja um instrumento

CI
eficiente e adequado ao ato de governar, administrar e executar programas e planos de desenvolvimento
sócio-econômico.
OS
Esse princípio complementa o da publicidade, uma vez que dita que o orçamento deve ter uma linguagem
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clara e compreensível, não só aos técnicos, mas a todas as pessoas que precisam consultá-lo.
62

Nos tempos atuais, ganha cada vez mais força a idéia da Transparência nas contas públicas, no sentido de que
o poder público deve buscar cada vez mais dar acesso à população às informações pertinentes ao montante de
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receitas arrecadadas e a sua respectiva aplicação nas despesas públicas distribuídas nos diversos programas do
orçamento.
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A Transparência está fortemente ligada à idéia da Prestação de Contas, mecanismo pelo qual a sociedade tem
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como cobrar resultados dos seus governantes, na gestão dos recursos públicos. Sendo assim, o princípio da
clareza nas expressões constantes da Lei Orçamentária e nos seus diversos demonstrativos se coaduna com as
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novas exigências da sociedade contemporânea.


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i) Princípio do Equilíbrio Financeiro


O orçamento deve manter um equilíbrio do ponto de vista financeiro – o montante da despesa autorizada não
O

deve ultrapassar a receita prevista para o período. Procura-se consolidar uma política econômico-financeira
J

que produza a igualdade entre os valores de receita e despesa, evitando dessa forma eventuais déficits que
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obriguem a constituição de dívidas. Busca-se impedir o ciclo vicioso do endividamento público:

• Sucessivos déficits exigem um aumento contínuo da dívida pública para o seu financiamento;
AR

• O aumento da dívida acarreta maiores gastos com juros e demais encargos;


• O que, por sua vez, gera pressões deficitárias ainda maiores, e assim por diante.
O

A Lei Complementar no. 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê uma série de mecanismos que
LD

objetivam trazer para a própria elaboração e execução do orçamento a busca pelo equilíbrio nas contas
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públicas, impondo limites para as despesas diante das receitas, e sanções para os entes públicos que
desrespeitarem tais limites.
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Observe, porém, que o déficit no orçamento pode aparecer “embutido” na previsão das receitas de operações
de crédito. Veja as prescrições da Lei 4.320/64 nos parágrafos seguintes ao seu artigo 7º:

AU
§ 1º - Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos que o

AR
Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura.

§ 2º - O produto estimado de operações de crédito e de alienação de bens imóveis

O
somente se incluirá na receita quando umas e outras forem especificamente autorizadas

LD
pelo Poder Legislativo em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-
las no exercício.

VA
§ 3º - A autorização legislativa a que se refere o parágrafo anterior, no tocante a
operações de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento.

CI
Assim, o princípio do equilíbrio não implica em dizer que o Estado “não pode ter déficit”. Não é esse o seu

OS
significado, mas sim o de que, na hipótese de déficit, deve haver uma previsão de receitas capazes de financiá-
lo, no caso, as operações de crédito.
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j) Princípio da Publicidade
62

Esse princípio determina que o conteúdo do orçamento deve ser divulgado por veículos oficiais de
comunicação para conhecimento da sociedade e para eficácia de sua validade. No caso específico do Governo
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Federal, a divulgação é feita através do Diário Oficial da União. Note-se que este princípio é extensivo a todos
os atos oficiais da administração pública.
12

Sendo assim, o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual devem ser
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divulgadas por veículos oficiais de comunicação, como o Diário Oficial. O mesmo princípio vale também para
Estados e Municípios, através de veículos próprios.
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Atualmente, a publicidade do orçamento envolve também as suas fases de elaboração, discussão legislativa,
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execução e controle, utilizando meios e linguagem que facilitem a participação da sociedade.

Diversos entes públicos têm procurado implantar o chamado orçamento participativo, no qual o processo de
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elaboração da proposta orçamentária, ou seja, dos valores previstos para receita e despesa, pode contar com
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a participação popular. Os cidadãos são chamados a opinar sobre programas e ações que gostariam que
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constassem da Lei Orçamentária Anual, propondo sugestões e manifestando as demandas de sua comunidade.
AR

k) Princípio da Legalidade (ou da Reserva Legal)


Esse princípio tem fundamento no princípio da legalidade geral, segundo o qual a Administração Pública se
subordina aos ditames da lei, bem como de assegurar o exame e aprovação do Poder Legislativo de todos os
O

atos relacionados ao interesse da sociedade.


LD

A Constituição Federal contém vários dispositivos que mencionam a obrigatoriedade do plano plurianual, das
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diretrizes orçamentárias e dos orçamentos serem estabelecidos por lei, bem como da prévia autorização
legislativa para que sejam modificados.
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A Constituição estabelece ainda que são da exclusiva iniciativa do Poder Executivo as leis que estabelecerão o
plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais (art. 165).

AU
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

AR
I - o plano plurianual;

O
II - as diretrizes orçamentárias;

LD
III - os orçamentos anuais.

VA
l) Princípio da Não-afetação das Receitas
Esse princípio postula que as receitas públicas não poderão ser reservadas ou comprometidas para atender a

CI
determinados órgãos, objetivos ou gastos.

OS
A exigência de que as receitas não sofram vinculações é mais uma questão de bom-senso administrativo, pois
a princípio elas sempre são destinadas a atender às despesas conforme as necessidades e prioridades da
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coletividade.

Na prática a sua observância foi sempre complicada, quer pela sua relação direta com a prestação de certos
62

serviços, a exemplo das taxas, quer devido a pressões de determinados grupos de interesse.
35

A Constituição Federal de 1988 estabelece as seguintes proibições, relativas a impostos:


12

Art. 167. São vedados:


90

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a


repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a
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destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e


desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária,
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como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º,
bem como o disposto no § 4º deste artigo;
J O

Observe quantas ressalvas:


AU

a) A repartição da arrecadação dos impostos (arts. 158 e 159) se refere às transferências constitucionais
obrigatórias, que a União deve fazer aos Estados e aos Municípios, assim como os Estados devem
AR

também destinar parte de sua arrecadação de impostos para os municípios situados no seu território
geográfico;
O

b) A destinação de recursos para ações e serviços públicos de saúde (art. 198, § 2°); EC 29/00: a União, os
LD

Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de


saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados conforme a lei;
VA

c) A destinação de recursos para a manutenção e o desenvolvimento do ensino (art. 212);


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Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante

AU
de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino (CF/88).

AR
d) Os recursos para realização de atividades da administração tributária (art. 37, XXII) EC 42/03;

O
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por

LD
servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e

VA
de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

CI
e) A prestação de garantias às operações de ARO (art. 165, § 8°);

f)
§4°); OS
A prestação de garantias ou contragarantia à União e para pagamento de débitos com esta (art. 167,
-J
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que
se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b,
62

e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos


para com esta.
35

Além destas, temos também outra vinculação permitida após a Emenda Constitucional 42/2003:
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Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do
90

orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base
nas seguintes diretrizes:
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I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera


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federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem
como a entidades beneficentes e de assistência social;
O

II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das


J

políticas e no controle das ações em todos os níveis.


AU

Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à
AR

inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de:
O

I - despesas com pessoal e encargos sociais;


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II - serviço da dívida;
VA

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações
apoiados.
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m) Princípio da Programação

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Esse princípio é decorrente da evolução das funções do orçamento público: de instrumento de autorização e
controle parlamentar para o de auxiliar às funções de administração, planejamento e gerência da ação

AR
governamental.

O orçamento tradicional, com ênfase nos "meios", tinha como papel principal servir para a autorização e

O
fiscalização legislativa. Na atualidade, ele vai além, na medida em que expressa os objetivos, programas, metas
e respectivos custos.

LD
Uma vez que o orçamento-programa se concentra no atendimento de demandas da coletividade, as restrições

VA
fiscais, decorrentes de limites socialmente aceitos para o crescimento da carga tributária, leva a administração
pública a procurar se tornar cada vez mais eficiente no uso dos recursos escassos de que dispõe, frente às

CI
crescentes demandas sociais.

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Questões de Concursos

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01 – CESPE - Tec MPU/Controle Interno/2010
Considerando que o processo orçamentário deve obedecer a um conjunto de princípios consagrados na
doutrina especializada, julgue o item seguinte.

O
Uma das exceções ao princípio da exclusividade é a autorização para contratação de operações de crédito,

LD
desde que se trate de antecipação da receita orçamentária.

VA
02 – CESPE - TJ TRT10/Administrativa/2013

CI
Princípios podem ser definidos como um conjunto de padrões ou regras que atuam como sistema de
referência ou orientação. Os princípios orçamentários são especialmente importantes para o estudo
OS
do processo orçamentário, mas não obrigatoriamente incorporados ou observados pela legislação de
um país. A respeito dos princípios orçamentários comumente aceitos, julgue o item subsequente.
-J
De acordo com o princípio da unidade, o ente governamental deve dispor de apenas um orçamento,
que inclua todas as receitas estimadas e despesas fixadas pelo Estado.
62
35

03 – CESPE - TJ TRT10/Administrativa/2013
Princípios podem ser definidos como um conjunto de padrões ou regras que atuam como sistema de
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referência ou orientação. Os princípios orçamentários são especialmente importantes para o estudo


90

do processo orçamentário, mas não obrigatoriamente incorporados ou observados pela legislação de


um país. A respeito dos princípios orçamentários comumente aceitos, julgue o item subsequente.
23

O princípio da anualidade orçamentária fundamenta-se em critérios puramente técnicos, relativos às


questões operacionais de apuração contábil da receita e da despesa, não estando relacionado,
-0

portanto, com o controle político do Poder Executivo.


O

04 – CESPE - AJ TRT17/2013
J
AU

Em relação aos princípios de planejamento e de orçamento público, julgue o item a seguir.


Conforme o princípio da anualidade, a vigência do orçamento limita-se a um exercício financeiro.
AR

05 – CESPE - AJ TRE GO/Administrativa/2015


O

Julgue o item a seguir, referente a administração orçamentária.


LD

De acordo com o princípio do orçamento bruto, o montante total de despesas orçamentárias deve
ser igual ao montante total de receitas orçamentárias.
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06 – CESPE - AJ (TRE BA)/Administrativa/2017
Na elaboração do orçamento público, devem-se respeitar determinados princípios. Um deles,

AR
previsto no caput do artigo n.º 37 da Constituição Federal de 1988, é basilar e refere-se à obrigação
de fixação do orçamento em lei que autorize os poderes a executar a despesa, para o fim específico
de torná-lo conhecido dos interessados. Esse princípio é o da

O
a) exclusividade.

LD
b) periodicidade.

VA
c) publicidade.
d) legalidade.

CI
e) transparência.
OS
-J
07 – CESPE - AJ TRF1/Administrativa/2017
Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos
62

para todos os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item
subsequente.
35

A Constituição Federal prevê exceções a alguns princípios orçamentários, entre elas, a autorização
para abertura de créditos suplementares na lei orçamentária anual.
12
90

08 – CESPE - AJ TRF1/Administrativa/2017
23

Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos


para todos os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item
-0

subsequente.
O princípio da totalidade surgiu em razão da necessidade de se reformular o princípio da unidade, o
O

qual substituiu, tornando possível a elaboração de múltiplos orçamentos, que devem ser
J

consolidados para a apreciação legislativa.


AU

09 – CESPE - AJ TRF1/Administrativa/2017
AR

Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos


para todos os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item
O

subsequente.
LD

Em decorrência da inconstância na publicação dos instrumentos orçamentários legais, o princípio da


publicidade não tem sido formalmente cumprido pela administração pública federal.
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10 – CESPE - AJ TRT8/2013

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O princípio de orçamento público segundo o qual, para não haver desequilíbrio acentuado nos
gastos, as despesas autorizadas no orçamento devem ser, sempre que possível, iguais às receitas

AR
previstas é denominado princípio
a) da exclusividade

O
b) da universalidade.

LD
c) da unidade.
d) do equilíbrio.

VA
e) da legalidade.

CI
OS
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Gabarito

AR
01 – ERRADO
02 – CERTO

O
03 – ERRADO

LD
04 – CERTO
05 – ERRADO

VA
06 – C
07 – CERTO

CI
08 – ERRADO
09 – ERRADO
10 – D
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Bibliografia complementar

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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.

O
BRASIL. Lei nº. 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle

LD
dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

VA
BRASIL. Lei Complementar nº. 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providencias.

CI
BRASIL. Portaria Interministerial STN/SOF nº. 163, de 4 de maio de 2001. Dispõe sobre as normas gerais de

OS
consolidação das Contas Públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e dá outras
providências.
-J
BRASIL. Decreto nº. 93.872, de 23 de dezembro de 1986. Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro
Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente e dá outras providências.
62

BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças. Rio de Janeiro. Forense.
35

GIACOMONI, James. Orçamento Público. Ed. Atlas


12

JUND, Sérgio. Administração Financeira e Orçamentária. Ed. Campus.


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23
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LD
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14
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