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REVISTA BRASILEIRA DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO / BRAZILIAN JOURNAL OF BEHAVIOR ANALYSIS, 2007, VOL. 3, N .

2, 279-298 O

RELAÇÕES DE INDEPENDÊNCIA E DEPENDÊNCIA FUNCIONAL ENTRE OS


OPERANTES VERBAIS MANDO E TATO COM A MESMA TOPOGRAFIA.
FUNCTIONAL INDEPENDENCE AND DEPENDENCE RELATIONS BETWEEN MAND
AND TACT WITH THE SAME TOPOGRAPHY

LUCAS FERRAZ CÓRDOVA1


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL E UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, BRASIL

MARIANA LAGE E ANTONIO DE FREITAS RIBEIRO


UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, BRASIL

RESUMO
O presente estudo buscou investigar se o ensino de uma topografia de resposta verbal em um determinado
operante é suficiente para produzir a emissão dessa mesma topografia em outro operante verbal. Buscou ainda
investigar se a ordem de treino (i.e. treino de mando – teste de surgimento colateral de tato; treino de tato – teste de
surgimento colateral de mando) exerce alguma diferença sobre o desempenho dos participantes. Participaram do
estudo 10 crianças divididas em dois grupos diferenciados pela ordem de treino. O Grupo 1 começou com o treino
de mando e teste de tato, enquanto que o Grupo 2 iniciou o procedimento com treino de tato e teste de mando. O
Grupo 1 era composto por quatro crianças e o Grupo 2 por seis crianças. Foi observado um padrão de independência
funcional nas crianças do Grupo 2, já no Grupo 1 foi possível identificar padrões de independência e de dependência
funcional entre mandos e tatos. Os dados são discutidos levando em consideração a noção de controle de estímulos,
e ainda, apresenta uma visão dinâmica da mudança de independência para a dependência funcional.
Palavras-chave: comportamento verbal, operantes verbais, tato, mando, independência funcional

ABSTRACT
The present study investigated if training a certain verbal response topography in one operant was sufficient to
produce the emergence of this same topography in another verbal operant. It also investigated if the order of
training (i.e. mand training – collateral emergence of tact testing; tact training – collateral emergence of mand
testing) affected participants’ performances. Ten children participated in the study and were divided into two
experimental groups based on order of training. Group 1, with four children, started with mand training and tact
testing, while Group 2, with six children, started with tact training and mand testing. The results showed a pattern
of function independence with the children of Group 2, while it was possible to observe both functional
independence and dependence between mands and tacts with the children in Group 1. The results are discussed
based on stimulus control and present a dynamic view of the change from independence to functional dependence.
Key words: verbal behavior, verbal operant, tact, mand, functional independence

Skinner (1957) define comportamento bém ao comportamento verbal. Como todo e


verbal como todo e qualquer comportamento qualquer comportamento, o comportamento
em que a conseqüência é mediada por um ou- verbal tem como suas variáveis controladoras o
vinte treinado a responder a estímulos verbais contexto no qual é emitido e pelo menos ocasi-
por uma comunidade verbal. Comportamento onalmente é reforçado. Dessa forma, a análise
verbal se enquadraria, então, dentro do do comportamento verbal deve ater-se às variá-
paradigma operante. Sendo assim, princípios veis ambientais controladoras, indicando assim
básicos como modelagem, discriminação, a sua função. O comportamento verbal foi
extinção, generalização seriam aplicáveis tam- categorizado por Skinner (1957/1978), em li-

1 Endereço para correspondência: Prof. Lucas Ferraz Córdova, Cidade Universitária S/N – Caixa Postal 549, CEP 79070-900 – Campo Grande – MS. E-
mail: cordovalf@gmail.com

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nhas gerais, em sete principais classes de nos reforçada) por um objeto particular ou um
operantes: mando, tato, ecóico, cópia, acontecimento ou propriedade do objeto ou
intraverbal, textual e tomar ditado - que são acontecimento” (Skinner, 1957/1978, p. 108).
distinguidas pelas variáveis controladoras e pela O tato pode ser identificado como um operante
topografia da resposta. verbal que constitui uma relação funcional em
A definição de dois operantes verbais tor- que a forma (ou topografia) da resposta é con-
na-se importante para o presente estudo, a de trolada por um estímulo antecedente não-ver-
mando e de tato. O mando é definido como bal e mantida por um reforço genérico. Ao se
“um operante verbal em que a resposta é refor- comparar as relações funcionais de tato e man-
çada por uma conseqüência característica e está, do, tem-se que no tato a topografia ou forma
portanto, sob o controle funcional de condi- da resposta está vinculada à presença do objeto
ções relevantes de privação ou estímulo aversivo” ou sua propriedade (por exemplo, o sabor do
(Skinner, 1957/1978, p. 56). Dessa forma, o sorvete). Diferentemente, o mando depende de
mando pode ser identificado como um operante uma operação estabelecedora, como uma pri-
verbal que constitui uma relação funcional em vação. Reforço não-específico fortalece e man-
que a forma (ou topografia) da resposta é de- tém a respostas do tato, mas não determina o
terminada por uma conseqüência específica, não tipo de resposta que foi emitida anteriormente
tendo uma relação direta, como no caso dos ao reforço; a forma do tato depende do estímu-
demais operantes, com um estímulo lo discriminativo não-verbal antecedente. No
discriminativo. Michael (1982), ao realizar a caso do mando, reforço específico é a variável
distinção entre as funções discriminativas e controladora principal da forma da resposta
motivacionais do estímulo, retoma o uso do (Skinner, 1957/1978).
termo operação estabelecedora (OE) apresen- Uma importante implicação de se enten-
tado inicialmente por Keller e Schoenfeld der o comportamento verbal enquanto compor-
(1950). Segundo Michael (1988), operação tamento operante é a idéia de independência
estabelecedora é “um evento ambiental, opera- funcional entre operantes verbais. Em uma aná-
ção ou condição do estímulo que afeta o orga- lise funcional do comportamento verbal, a bus-
nismo pela alteração momentânea do efeito ca por relações funcionais entre a resposta e as
reforçador de outros estímulos e a freqüência de variáveis ambientais que a controlam deve ser
ocorrência de uma parte do repertório do orga- realizada de forma independente para cada res-
nismo para aqueles eventos como conseqüência” posta. Isto porque, uma mesma topografia de
(p. 3). A partir dessa revisão, a definição de resposta pode ser função de diferentes variáveis
mando seria, então, um operante verbal em que ambientais, e dessa forma, ser identificada em
uma reposta particular é reforçada por uma diferentes operantes verbais. Uma criança pode
conseqüência específica e está sob o controle emitir a resposta verbal “água” sob o controle
funcional de uma operação estabelecedora re- de um estímulo discriminativo, sendo a resposta
levante para tal conseqüência (Michael, 1993). definida como um tato, ou pode essa mesma
Já o tato, como definido por Skinner (1957/ topografia de resposta estar sob o controle de
1978), é “um operante verbal, no qual uma uma operação estabelecedora, já nesse caso a
resposta de certa forma é evocada (ou pelo me- resposta seria definida como um mando.

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RELAÇÕES ENTRE MANDOS E TATOS

A idéia de independência funcional entre de outros operantes verbais (Hall & Sundberg,
os operantes faz sentido a partir de uma análise 1987; Lamarre & Holland, 1985; Twyman,
funcional que explicita as variáveis distintas que 1996). Com base nesses estudos busca-se
controlam cada operante e enfatiza a análise do apoio empírico a proposta feita por Skinner
contexto em que o comportamento ocorre. (1957/1978). Contudo, os primeiros estudos
Como dito anteriormente, operantes verbais dentro dessa tradição (Cuvo & Riva, 1980;
diferentes possuem variáveis controladoras di- Guess, 1969; Guess & Baer, 1973; Lee, 1981)
ferentes. Skinner (1957/1978) sugere então, a visavam principalmente investigar um outro
despeito de qualquer similaridade topográfica, tipo de relação envolvendo o comportamen-
que os operantes verbais são funcionalmente to verbal: a relação existente entre os reper-
independentes entre si. A aquisição da topo- tórios de ouvinte e de falante. Esses dois re-
grafia de uma resposta verbal em um operante pertórios também podem ser entendidos
verbal não resulta no seu uso automático em como funcionalmente independentes. O
diferentes operantes. Isso porque o que é apren- comportamento verbal (i.e. falante) com uma
dido ao se adquirir uma resposta verbal, não é a determinada topografia e o comportamento
emissão de uma determinada palavra ou o sig- não verbal controlado por um estímulo ver-
nificado intrínseco a ela, e sim uma relação fun- bal (i.e. ouvinte) com essa mesma topografia
cional, ou seja, a emissão de uma dada resposta são também caracterizados por constituírem
na presença das variáveis ambientais necessári- relações funcionais distintas.
as. Com isso, é de se supor que uma criança Lee (1981) investigou a relação entre os
que aprendeu uma certa topografia de resposta repertórios de ouvinte e falante. Para o repertó-
num dado contexto funcional não seja capaz rio de falante, um objeto era colocado à direita
de emitir essa mesma topografia de resposta ou à esquerda de outro objeto. A resposta trei-
quando defrontada com diferentes variáveis nada era dizer “na direita” ou “na esquerda”
ambientais, pois a criança não apresentaria esse dependendo da posição do objeto. O repertó-
padrão de resposta sob o controle das novas rio de ouvinte era colocar um objeto à esquerda
variáveis em seu repertório comportamental ou à direita de outro, dependendo do coman-
sem que tenha passado por um treino. do do experimentador. Seus resultados mostra-
Estudos empíricos sobre independência ram que o treino inicial com relações não-ver-
funcional surgem de forma mais significativa bais (o colocar - repertório de ouvinte) não le-
na literatura a partir do fim da década de 60 vava ao surgimento colateral das relações ver-
(Guess, 1969). Em sua grande maioria, os es- bais, mas o oposto ocorria. Depois que os par-
tudos com o foco na independência funcional ticipantes eram treinados tanto nas relações
entre operantes verbais se caracterizam por ini- verbais quanto nas não-verbais, as mudanças
cialmente estabelecer uma determinada topo- reforçadas no repertório do falante levaram a
grafia de resposta com uma função específica mudanças colaterais no repertório de ouvinte,
(e.g. mando, tato, intraverbal) e testar se esse mas o oposto não ocorreu. Portanto, a transfe-
treino inicial levaria colateralmente (sem trei- rência foi unidirecional e relacionada aos reper-
no específico) à emissão destas respostas ver- tórios iniciais dos participantes. A autora con-
bais sob o controle de variáveis características cluiu que quando a transferência espontânea

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ocorria, esta era devido a mudanças no contro- discriminando a posição dos objetos, o
le de estímulos para respostas já presentes nos experimentador pedia para elas dizerem se ele
repertórios dos participantes e não à dependên- tinha colocado o objeto no lugar certo ou não,
cia entre os repertórios de falante e ouvinte. A pois em algumas tentativas o experimentador
autora chegou a essa conclusão não somente colocava o objeto na posição oposta à requerida.
com seus próprios dados, mas fazendo uma re- No treino de tato, o experimentador colocava
análise dos dados de Guess e Baer (1973) e de um objeto no centro da mesa e outro à esquer-
Whitehurst (1977), que também mostraram da ou à direita do primeiro. Ele então pergun-
que os participantes que apresentaram depen- tava à criança “onde está o [objeto dois]?”; esta
dência tinham demonstrado os respectivos re- tinha que responder “à esquerda” ou “à direita”
pertórios de forma aleatória e não consistente do objeto um. Os acertos eram reforçados e os
na linha de base. erros corrigidos. Os testes seguiam o mesmo
Lamarre e Holland (1985) usaram um procedimento dos treinos só que sem
método muito semelhante ao de Lee (1981), reforçamento. Depois dos treinos nos dois re-
com o objetivo de investigar a relação entre pertórios, os participantes recebiam treino do
mandos e tatos. Ressalta-se que ambos repertório inicial, só que em posição invertida
operantes são repertórios do falante. Os pes- – treino do repertório invertido (esquerda vira-
quisadores queriam averiguar se treinando uma va direita e direita virava esquerda). Testava-se
resposta verbal em um contexto funcional de o surgimento colateral da reversão do outro re-
tato, esta apareceria espontaneamente quando pertório.
as contingências eram de mando. Para tanto Os resultados mostraram que, para todos
eles recrutaram nove participantes com idades os participantes, a aquisição de mandos e tatos
que variavam de 3 anos e 5 meses a 5 anos. Os foi funcionalmente independente. Os quatro
participantes de número 1 a 4 receberam inici- participantes que foram treinados a mandar não
almente treino de mando e foram testados para apresentaram tato colateral. Os cinco partici-
o surgimento colateral de tatos. Depois eles pantes que aprenderam a tatear não apresenta-
receberam o treino de tato e foram testados na ram os mandos colaterais. Ou seja, aprender
manutenção do repertório de mando. Os par- uma resposta verbal como um operante não
ticipantes 5 a 9 receberam primeiro o treino de resultou no aparecimento dessa mesma respos-
tato e foram testados para averiguar o ta verbal em outro repertório. Nos treinos de
surgimento colateral de mandos; em seguida, repertórios invertidos, seis dos nove participan-
receberam treino de mandos e testaram a ma- tes não inverteram o outro repertório. Dos três
nutenção de tatos. participantes que inverteram o repertório, um
No treino de mando, o experimentador inverteu o tato depois de aprender o mando
colocava um objeto no centro da mesa e pedia invertido e dois inverteram o mando depois de
para a criança mandar o experimentador colo- receber treino de tato invertido. Ressalta-se que
car outro objeto “à esquerda” ou “à direita” do seis dos participantes não inverteram o segun-
objeto um. A obediência do experimentador foi do repertório mesmo depois de terem passado
vista como o reforço para o mando da criança. por um treino em ambos os repertórios, e as
Para averiguar se as crianças estavam realmente respostas verbais serem idênticas para os dois

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RELAÇÕES ENTRE MANDOS E TATOS

repertórios. Os achados do estudo corroboram Local, equipamento e materiais


a proposição de Skinner de que os diferentes O experimento foi realizado na creche
operantes verbais são funcionalmente indepen- Programa Infanto-Juvenil (PIJ) localizada no
dentes – nesse caso específico, mandos e tatos. campus da Universidade de Brasília.
O presente estudo tem como objetivo in- O aparato experimental construído em
vestigar a relação entre os operantes verbais forma de casa, com isolamento acústico foi co-
tato e mando com a mesma topografia de res- locado dentro das instalações da creche num
posta, durante o processo de aquisição do re- local isolado das salas de aula. A casa tinha 240
pertório verbal. De forma mais específica, o cm de comprimento, 120 cm de largura e 180
estudo buscou investigar se o treino de uma cm de altura (Figura 1).
topografia de resposta verbal em um determi-
nado operante é suficiente para produzir a
emissão dessa mesma topografia em outro
operante verbal. Buscou ainda investigar se
ordem de treino (i.e. treino de mando – teste
de surgimento colateral de tato; treino de tato
– teste de surgimento colateral de mando)
exerce alguma diferença sobre o desempenho
dos participantes. Para tanto, replicou-se o
estudo de Lamarre e Holland (1985), com
algumas pequenas alterações, principalmente
no que diz respeito ao equipamento e materi-
al. Tais alterações foram realizadas com o in-
tuito de minimizar o efeito de possiveis
variaveis intervenientes sobre o estudo origi-
nal, com isso buscou-se somar ao corpo de
dados sobre a independência funcional entre
operantes verbais.

MÉTODO

Participantes Figura 1. Representação esquemática do aparato


Participaram do estudo dez crianças, experimental.
nove do sexo feminino e uma do sexo masculi-
no, com idades entre 2 anos e 6 meses e 4 anos A casa dividia-se em dois espaços distin-
e 5 meses, os pais de todas assinaram o consen- tos, completamente separados um do outro. A
timento livre esclarecido. Nenhuma criança primeira parte consistia no local da interação
apresentava história de problemas de desenvol- das crianças com os estímulos experimentais.
vimento ou diagnósticos psiquiátricos, nem se Esse pedaço da casa tinha um balcão com di-
encontrava em processo de alfabetização. mensões de 120 x 40 cm, feito de madeira, com

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uma superfície de fórmica branca e lisa, onde papel com lápis e foram gravadas, com um gra-
os bonecos em forma de bichos (estímulos ex- vador de áudio, em fitas cassetes.
perimentais) deslizavam. Acima do balcão, exis-
tia um espelho unilateral com dimensões de Procedimento
80 x 50 cm. No lado esquerdo do balcão, situ- As respostas verbais treinadas e testadas
ava-se uma casinha de brinquedo com uma consistiam em palavras sem sentido LET e ZUT
abertura na lateral por onde os bonecos entra- que substituíram as respostas já estabelecidas
vam e saiam. No lado direito do espelho, a apro- na comunidade verbal “esquerda” e “direita”,
ximadamente 30 cm de altura do balcão, havia respectivamente. No caso do tato, diante da
uma abertura de acrílico por onde fichas estimulação verbal “Onde está o (nome do bo-
(reforçadores) caíam dentro de um pote de plás- neco)?” apresentada pelo experimentador, o
tico transparente posicionado no balcão. Nesse participante deveria tatear a posição relativa de
local se encontrava o Experimentador 1. um boneco em relação a outro (i.e. “No LET/
A segunda parte do aparato experimen- ZUT do <nome do outro boneco>” ou somen-
tal consistia no ambiente operacional, onde te “No LET/ZUT”). No caso do mando, dian-
um dos experimentadores manipulava os bo- te da estimulação verbal “Para onde você quer
necos e entregava os reforços através da aber- que o <nome do boneco> vá?”, o participante
tura de acrílico. Nessa área, podia-se obser- deveria mandar “Vai para o LET/ZUT do
var a criança e o outro experimentador atra- <nome do outro boneco>” ou apenas “Vai para
vés do vidro coberto, sem ser visto pelo par- o LET/ZUT”. No mando, o participante de-
ticipante. Do lado direito da divisória havia veria ainda responder se o boneco se moveu
uma abertura por onde introduzir e retirar corretamente, já que em uma de cada quatro
os bonecos. Do lado esquerdo havia a aber- tentativas o boneco era movido para a posição
tura para a entrega de fichas. Abaixo do vi- contrária à mandada.
dro, o balcão era vazado para que o O experimento foi dividido em três fases
experimentador pudesse manipular os bone- experimentais, cada qual consistindo em dois
cos através de imãs. Nesse local se encontra- treinos de um operante e os respectivos testes
va o Experimentador 2. do surgimento colateral da resposta verbal no
Para estímulos experimentais utilizaram- outro repertório.
se seis pares de bonecos de plástico em forma Os participantes foram divididos em dois
de bichos conhecidos, com a base imantada grupos diferenciados pela ordem de treino. O
para que pudessem ser manipulados com um Grupo 1 era composto por quatro crianças e o
imã. Os pares de bichos foram: cachorro e gali- Grupo 2 por seis crianças. Para o Grupo 1, a
nha, panda e carneiro, cavalo e vaca, porco e ordem das fases foi a seguinte: Fase 1. treino de
coelho, bode e urso, e hipopótamo e jacaré – mando padrão, teste de tato padrão; Fase 2. trei-
apresentados sempre nessa ordem. no de tato padrão, teste de manutenção de man-
Utilizaram-se fichas de plástico colori- do padrão; Fase 3. treino de mando invertido,
das que eram trocadas por balas, pirulitos e teste de tato invertido. Para o Grupo 2, segue a
brinquedos ao final de cada sessão. As respostas ordem das fases: Fase 1. treino de tato padrão,
das crianças foram registradas em protocolos de teste de mando padrão; Fase 2. treino de mando

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RELAÇÕES ENTRE MANDOS E TATOS

padrão, teste de manutenção de tato padrão; Fase para ela apontar para o bicho correspondente.
3. treino de tato invertido, teste de mando in- A título de exemplo, os estímulos cachorro e
vertido. A Tabela 1 apresenta as fases experimen- galinha serão usados para explicar o procedi-
tais propostas para os dois grupos. mento com os pares de bonecos, mas cabe res-
Utilizaram-se dois pares de bonecos em saltar que estes mudavam dependendo da fase
cada fase. Realizava-se o treino do operante de experimento. No treino de apontar, o
padrão e posterior teste do operante colateral Experimentador 1 pedia para a criança: “Aponte
com o primeiro par de bonecos e em seguida para o Cachorro (Galinha)”. Reforçavam-se os
era refeito o procedimento da respectiva fase acertos e corrigiam-se os erros com o
com o segundo par de bonecos. A criança só Experimentador 1 dizendo, “Não, esse é o
passava para a condição seguinte quando ela Cachorro (Galinha)” apontando para o bicho
atingia os critérios estabelecidos. certo. Se a criança não apontasse para nenhum
Antes de iniciar as fases experimentais, animal, o experimentador demonstrava o com-
algumas respostas foram exigidas como pré-re- portamento com o próprio dedo e depois aju-
quisito, para que a dificuldade em discriminar dava a criança a desempenhar o movimento,
os bonecos ou pronunciar as palavras LET e até que ela fizesse sozinha. O critério para en-
ZUT não fossem um complicador para a emis- cerrar este treino de apontar era a emissão de
são das respostas de mando e tato a serem trei- quatro respostas corretas consecutivas, duas para
nadas. Para tanto, os participantes passaram por cada animal. No treino de nomear, o
um treino ecóico das palavras LET e ZUT, bem Experimentador 1 apontava para o Cachorro
como foram treinados e testados a apontar e (Galinha) e perguntava “Quem é este?”. A cri-
nomear cada membro do par de bonecos em ança deveria emitir a resposta vocal “Cachorro
treino em cada fase. (Galinha)” (aceitavam-se aproximações); respos-
Pré-treinos: nomear e ecoico. O treino de tas corretas eram reforçadas e respostas incorre-
nomear consistiu em ensinar a criança o nome tas eram corrigidas e modeladas. O critério para
dos animais, perguntando o nome e pedindo este treino de nomear era de quatro respostas
Tabela 1
Descrição dos participantes (nomes fictícios) e fases experimentais para cada grupo.
Grupo Participantes Idade Fase 1 Fase 2 Fase 3
1 Pilar 3a7m treino de treino de tato treino de
Nina 3a7m mando pa- padrão/teste mando inverti-
Marta 4a1m drão/teste de de manuten- do/teste de
Joana 4a4m tato colateral ção de tato tato invertido.

2 Fred 2a6m treino de tato treino de treino de tato


Vera 2 a 10 m padrão/teste mando invertido/teste
Maria 2 a 10 m de mando padrão, teste de mando
Carla 3a5m padrão de manuten- invertido
Helena 3a6m ção de tato
Eliza 4a5m

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corretas consecutivas, duas para cada animal. tivo de dois blocos de tentativas sem modela-
Para cada par de animais introduzidos no expe- gem ou dicas do experimentador. Isso signifi-
rimento, repetia-se o treino de nomear. cava, quatro respostas corretas com a galinha
O treino ecoico consistiu em verificar a se movimentando e quatro respostas corretas
capacidade da criança pronunciar “LET” e com o cachorro se movimentando.
“ZUT”. O Experimentador 1 pedia para a cri- Treino de Mando Padrão. O
ança olhar para ele e repetir: “Diga LET / Experimentador 1 primeiro fazia uma demons-
ZUT”. A criança deveria vocalizar a sílaba tração de como a criança deveria mandar os bi-
requerida (aceitavam-se aproximações). Respos- chos para receber o reforço: “cachorro, vá para
tas corretas eram reforçadas e respostas incorre- o LET / ZUT da galinha.”. Isso era feito qua-
tas eram corrigidas e modeladas. O critério nessa tro vezes com o primeiro bicho do par. O
etapa era quatro respostas corretas consecuti- experimentador ressaltava que, às vezes, o bi-
vas, duas para LET e duas para ZUT. cho errava de posição. Isso também era demons-
Treino de Tato Padrão. O Experimentador trado: “não cachorro, você errou”. Então, pe-
2 movia a galinha para a esquerda ou direita do dia-se para a criança mandar o cachorro para
cachorro e, a princípio, o Experimentador 1 de- onde ela quisesse. A criança deveria mandar o
monstrava para a criança, durante as quatro pri- cachorro para o “LET da galinha” ou para o
meiras tentativas, o que ela deveria fazer: “a gali- “ZUT da galinha”. Quando isso ocorria, o
nha está no LET / ZUT do cachorro” (depen- Experimentador 2 movia o cachorro para a po-
dendo de sua posição). Depois ele passava a sição mandada pela criança. Uma em cada qua-
vez para o participante e perguntava “Onde tro tentativas, o experimentador 2 movia o bi-
está a galinha?”. Quando a galinha estivesse à cho para a posição oposta à mandada. Em cada
direita do cachorro, o participante deveria res- tentativa, o Experimentador 1 perguntava se o
ponder “No LET do cachorro” (ou somente bicho tinha ido para onde foi mandado. Ano-
“No LET”). Quando a galinha estivesse à es- tava-se o mando da criança e se ela discriminou
querda, ele deveria responder “No ZUT do corretamente a posição. A resposta só era con-
cachorro” (ou somente “No ZUT”). Respos- siderada correta se a criança mandasse para o
tas corretas eram reforçadas e respostas incor- LET ou para o ZUT e discriminasse que o ani-
retas eram corrigidas e modeladas da seguinte mal tinha de fato ido para onde foi mandado.
forma: se a criança respondesse LET ou ZUT Para classificar uma resposta verbal como man-
de forma trocada, o experimentador dizia, do, a conseqüência precisa ser específica à ope-
“Não, o cachorro está no LET / ZUT da gali- ração estabelecedora antecedente, caso contrá-
nha”; se a criança não emitisse nenhuma res- rio, não fica claro se a resposta verbal do parti-
posta verbal por até cinco segundos, o cipante é verdadeiramente um mando.
experimentador repetia a pergunta inicial; se Yamamoto e Mochizuki (1988) ressaltaram o
o silêncio continuasse, pedia-se para a criança cuidado necessário de averiguar a discrimina-
repetir “Diga, o cachorro está no LET / ZUT ção por parte da criança da conseqüência do
da galinha”, então, elogiava-se o acerto, mas a mando. Por isso houve o cuidado no presente
tentativa era marcada como erro. O critério estudo de verificar se a criança estava discrimi-
para encerrar este treino era o acerto consecu- nando se o bicho foi para o lugar mandado.

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RELAÇÕES ENTRE MANDOS E TATOS

Respostas corretas eram reforçadas. Res- experimentador anotava o mando emitido no


postas incorretas eram corrigidas e modela- protocolo. Se a criança não emitisse nenhuma
das da seguinte forma: se a criança não emi- resposta verbal durante 10 segundos, anotava-
tisse nenhuma resposta verbal durante 5 se- se o erro e repetia-se a instrução inicial. Cada
gundos, a instrução inicial era repetida, caso vez que o Experimentador 1 emitia a instrução
continuasse o silêncio, o experimentador de- inicial, considerava-se isso como uma nova ten-
monstrava dizendo “Diga, cachorro, vá para tativa. A criança tinha quatro tentativas com
o LET / ZUT da galinha” e depois cada bicho do par. As respostas não eram refor-
conseqüenciava o boneco dizendo “Diga, çadas, corrigidas ou modeladas.
muito bem cachorro, você acertou!” ou “Não Teste de Tato Padrão. O Experimentador
cachorro! Aí é o LET / ZUT da galinha, você 2 movia a galinha para a esquerda ou direita do
errou!” (dependendo da situação). Se a cri- cachorro e o Experimentador 1 perguntava à
ança mandasse para o LET ou ZUT, mas de- criança “Onde está a galinha?”. Quando a gali-
pois respondesse que o bicho tinha ido para nha estivesse à direita do cachorro, ela deveria
a posição mandada quando este de fato não responder “No LET do cachorro”; quando a
tinha, o experimentador dizia “Não, você galinha estivesse na esquerda, ela deveria res-
mandou o cachorro ir para o LET / ZUT e ponder “No ZUT do cachorro”. Qualquer ou-
ele não foi. Diga, você errou cachorro”. O tro tipo de resposta, inclusive a não emissão de
critério para passar este treino era dois blo- resposta verbal foi considerado erro. As respos-
cos consecutivos corretos, um com cada mem- tas não eram reforçadas, corrigidas ou modela-
bro do par de animais, sem modelagem ou das. Cada vez que o experimentador repetia a
dicas do experimentador. pergunta inicial, iniciava-se uma nova tentati-
Teste de Mando Padrão. O va. A criança tinha quatro tentativas com cada
Experimentador 1 dizia que agora eles iam fa- bicho do par. Este teste foi conduzido para ve-
zer uma coisa um pouco diferente, que agora rificar se o operante anteriormente treinado
era a vez da criança mandar o boneco ir para permaneceu nos repertórios dos participantes.
onde ela quisesse. Então, o experimentador di- Treinos de Tato Invertido e Testes de inver-
zia, “Diga a galinha onde você quer que ela vá”. são do mando. Estes foram conduzidos exata-
Se a criança mandasse para o LET ou para ZUT, mente como os treinos de tato padrão e testes
o experimentador 2 movia o bicho para a posi- do mando padrão, com a única diferença que
ção pedida em ¾ das tentativas. Em um quar- as posições foram invertidas. O que antes era
to das tentativas, o experimentador 2 colocava ZUT (esquerda) passou a ser LET e o que era
o bicho na posição errada. O experimentador 1 LET (direita) passou a ser ZUT.
anotava o mando da criança e depois pergunta- Treinos de Mando Invertido e Testes de in-
va “A galinha foi para onde você mandou?” Es- versão do Tato. Estes foram conduzidos
perava-se a resposta da criança (“Sim, ela foi” exatamente como os treinos de mando padrão
ou “não, ela errou” ou aproximações nesse sen- e testes de tato padrão, com a única diferença
tido) e anotava-se essa resposta. Caso a criança que as posições foram invertidas. O que antes
mandasse o bicho para outro lugar que não o era ZUT (esquerda) passou a ser LET e o que
LET ou ZUT, o bicho não se movia e o era LET (direita) passou a ser ZUT.

287
L. F. CÓRDOVA ET AL.

Critério dos testes. Para dizer que a criança as palavras LET e ZUT, atingindo o critério de
apresentou uma relação de dependência funcio- quatro acertos consecutivos no início do experi-
nal entre operantes, determinou-se que a crian- mento. Esses treinos não foram incluídos nos
ça deveria obter, no mínimo, 75% de acerto gráficos dos resultados.
(acertar no mínimo seis tentativas) nos testes que
averiguavam a emissão do repertório colateral. Grupo 1
Confiabilidade dos Dados. Durante todas Como observados nas Figura 2 e 3, em
as sessões experimentais, as respostas dos parti- que estão representados o número de acertos
cipantes foram registradas em protocolos e gra- por blocos, respectivamente de quatro partici-
vadas em fitas de áudio para posterior transcri- pantes e um participante, o número de tenta-
ção. A transcrição de todos os testes foi feita tivas durante os treinos de mando padrão da
por um observador não envolvido diretamente primeira Fase Experimental 1 para os membros
no projeto. Fez-se então uma comparação en- do Grupo 1 variou entre 12 e 152 respostas
tre o protocolo escrito e a transcrição. Obteve- com o primeiro par de bonecos e de 8 a 32
se um índice de concordância entre observado- com o segundo par de bonecos. Com exceção
res de 99,65%, calculado através da fórmula: da participante Pilar, que aumentou o número
acordos X 100 / acordos + desacordos. de tentativas do primeiro para o segundo par,
todos os demais tiveram uma diminuição do
RESULTADOS número de tentativas no segundo par de bone-
cos igual ou superior a cento em relação ao
Apesar de não se poder categorizar as res- treino com o primeiro par de bonecos. É im-
postas dos participantes como “corretas” ou “in- portante ressaltar que as participantes Nina e
corretas”, tais termos foram usados para identi- Marta foram as que necessitaram do maior nú-
ficar os padrões de respostas apresentados. Nos mero de tentativas para atingirem o critério nos
treinos, “correto” equivale a respostas reforça- treinos. Durante os testes de surgimento
das e “incorreto aquelas não reforçadas. Nos colateral do operante tato, a participante Pilar
testes, “correto” corresponde as respostas que não apresentou nenhuma resposta correta em
indicam dependência funcional e “incorreto” nenhum dos dois pares de bonecos, a partici-
aquelas que indicam independência funcional. pante Nina teve sete respostas corretas no pri-
Todos os participantes, em ambos os gru- meiro teste e quatro no segundo teste, Marta
pos, atingiram o critério de quatro respostas cor- atingiu seis respostas corretas no primeiro teste
retas consecutivas no pré-treino treino de no- e sete no segundo e, por fim, Joana não acertou
mear e no pré-treino de apontar para os bichos. nenhuma resposta no teste do primeiro par de
Cada vez que um par de bonecos era introduzi- bonecos e acertou todas as tentativas no teste
do, verificava-se esse pré-requisito. Essa etapa do do segundo par de bonecos.
experimento era para a certificação de que as cri- Na Fase Experimental 2, onde foram rea-
anças conseguiriam distinguir os estímulos ex- lizados o treino de tato e teste de manutenção
perimentais e tinham repertório de ouvinte para do mando, o responder das participantes se
seguir as instruções do experimentador. Além mostrou bastante variado. Durante os treinos
disso, todos os participantes conseguiram ecoar com o primeiro par de bonecos, o número de

288
RELAÇÕES ENTRE MANDOS E TATOS

Figura 2. Número de acertos por bloco de tentativas durante as três fases do experimento (1 - treino de mando padrão/
teste de tato colateral; 2 - treino de tato padrão/teste de manutenção de mando; 3 - treino de mando invertido/teste de
tato invertido) para um participante do Grupo 1. Triangulos representam o desempenho no primeiro par de bonecos.
Circulos representam o desempenho no segundo par de bonecos. Símbolos vazios representam os treinos, símbolos
cheios representam os testes.

tentativas variou de 8 a 68 respostas entre as Nina e Joana diminuíram o número de tenta-


participantes. No segundo par de bonecos essa tivas para atingir o critério no segundo par de
variação foi de 8 a 160 tentativas. Em ambos bonecos em relação ao primeiro par, já as parti-
os pares de bonecos, para a participante Pilar cipantes Pilar e Marta apresentaram aumento
foi necessário maior número de tentativas para no segundo par em relação ao primeiro par.
que o critério fosse atingido. As participantes Durante os testes de manutenção de mando, a

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L. F. CÓRDOVA ET AL.

Figura 3. Número de acertos por bloco de tentativas durante as três fases do experimento (1 - treino de mando padrão/
teste de tato colateral; 2 - treino de tato padrão/teste de manutenção de mando; 3 - treino de mando invertido/teste de
tato invertido) para um participante do Grupo 1. Triangulos representam o desempenho no primeiro par de bonecos.
Circulos representam o desempenho no segundo par de bonecos. Símbolos vazios representam os treinos, símbolos
cheios representam os testes.

participante Pilar teve duas respostas erradas teste respectivamente, Marta teve 100% de
no primeiro par de bonecos e apenas uma no acerto em ambos os teste e Joana não apresen-
segundo. Nina teve uma tentativa incorreta no tou resposta correta no primeiro par e acertou
teste com o primeiro par de bonecos, e três no todas no segundo par.
segundo. A participante Marta apresentou ape-
nas um erro no segundo teste. Já a participante Grupo 2
Joana não demonstrou nenhuma resposta cor- A partir da Figura 3 e Figura 4, pode-se
reta em nenhum dos dois testes. observar os resultados dos Grupo 2. Durante o
Na Fase Experimental 3, durante o trei- treino do primeiro par da Fase Experimental 1,
no de mando invertido, a participante Pilar treino de tato, os participantes do grupo apre-
precisou de 134 tentativas com o primeiro par sentaram uma variação entre sujeitos no res-
de bonecos e 48 tentativas com o segundo par. ponder de 16 respostas (Carla) a 72 respostas
A participante Marta atingiu o critério de trei- (Fred). No segundo par de bonecos essa varia-
no com 48 respostas no primeiro par e 8 no bilidade cai, e fica entre 12 respostas (Vera;
segundo. As participantes Nina e Joana preci- Maria e Carla) e 32 respostas (Helena). No teste
saram ambas de 12 respostas no primeiro par de surgimento colateral do operante tato reali-
e 8 no segundo. Vale notar que o critério foi zado com o primeiro par de bonecos, com ex-
atingindo no segundo par com um número ceção da participante Vera que apresentou cin-
menor de tentativas por todos os participan- co respostas corretas, os outros participantes
tes. Durante o teste de inversão colateral do não apresentaram respostas corretas. Já no se-
operante tato, Pilar teve seis respostas corretas gundo teste, Vera manteve as mesmas cinco
no primeiro teste e duas no segundo, Nina respostas corretas, Fred apresentou uma resposta
acertou 4 e 5 respostas no primeiro e segundo correta, Maria teve três de suas respostas carac-

290
RELAÇÕES ENTRE MANDOS E TATOS

terizadas como corretas e os demais (i.e. Carla, participante Maria, todos participante precisaram
Helena e Eliza) continuaram sem nenhuma de um número maior de tentativas no treino com
resposta correta. o primeiro par de bonecos do que com o segundo
Na Fase Experimental 2, treino de mando par. No primeiro treino, três participantes (i.e.,
e teste de manutenção de tato, com exceção da Maria, Helena e Eliza) precisaram do número

Figura 4. Número de acertos por bloco de tentativas durante as três fases do experimento (1 - treino de tato padrão/teste
de mando colateral; 2 - treino de mando padrão/teste de manutenção de tato; 3 - treino de tato invertido/teste de mando
invertido) para três participantes do Grupo 2. Triangulos representam o desempenho no primeiro par de bonecos.
Circulos representam o desempenho no segundo par de bonecos. Símbolos vazios representam os treinos, símbolos
cheios representam os testes.

291
L. F. CÓRDOVA ET AL.

Figura 5. Número de acertos por bloco de tentativas durante as três fases do experimento (1 - treino de tato padrão/teste
de mando colateral; 2 - treino de mando padrão/teste de manutenção de tato; 3 - treino de tato invertido/teste de mando
invertido) para três participantes do Grupo 2. Triangulos representam o desempenho no primeiro par de bonecos.
Circulos representam o desempenho no segundo par de bonecos. Símbolos vazios representam os treinos, símbolos
cheios representam os testes.

mínimo de tentativas para atingir o critério (i.e. Já os demais, Fred, Vera e Maria precisaram de
oito), os participantes Fred, Vera e Carla precisa- 12, 20 e 16 tentativas respectivamente. Carla,
ram respectivamente de 20, 44 e 16 tentativas no Helena e Eliza obtiveram 100% de acerto nos
primeiro treino. No segundo par de bonecos, mais dois testes de manutenção de tato. Fred teve ape-
uma vez três participantes atingiram o critério com nas um erro no primeiro par de bonecos, Vera
apenas oito tentativas (i.e. Carla, Helena e Eliza). acertou quatro respostas no primeiro par e seis no

292
RELAÇÕES ENTRE MANDOS E TATOS

segundo, e Maria teve o desempenho contrário, co deveria ir, e no tato, apontaram a posição re-
seis no primeiro e quatro no segundo par. lativa do boneco, ao invés de emitir as respostas
Na Fase Experimental 3, treino de tato verbais LET e ZUT previamente aprendidas. No
invertido e teste de inversão de mando apenas caso do teste de mando, observaram-se ainda al-
as participantes Vera e Carla precisaram de um guns erros de consequenciação do movimento
treino mais extenso com o segundo par de bo- do boneco, onde na maioria das tentativas erra-
necos do que com o primeiro. O número de das o boneco se movia para a posição contraria a
tentativas no primeiro treino variou de 8 res- mandada pela criança que consequenciava esse
postas (Vera) e 64 respostas (Fred). No segun- movimento como correto. Na Fase Experimen-
do treino essa variação foi reduzida, sendo que tal 3, os erros de respostas genéricas foram ob-
três participantes (Maria, Helena e Eliza) pre- servados em participantes de ambos os grupos,
cisaram de apenas oito tentativas. Vera e Carla porém nessa fase foi observado um novo padrão
precisaram de 20 tentativas para atingirem o de erro em que as crianças não invertiam o
critério para o término do treino. O partici- operante testado colateralmente ao operante trei-
pante Fred, mais uma vez, foi o que necessitou nado, em outras palavras, durante os testes, man-
de um treino mais extenso (i.e. 28 respostas). tinham o responder padrão aprendido na Fase
Os padrões de erros observados nos de- Experimental 2 independente da inversão das
sempenhos dos participantes seguiram uma cons- posições ocorrida na Fase 3 durante o treino.
tância. Durante os testes da Fase Experimental A Tabela 2 ilustra, com base no critério
1, tanto para os participantes do Grupo 1 (i.e. estabelecido para o enquadramento do desem-
teste de tato) quanto para os participantes do penho dos participantes, os padrões de depen-
Grupo 2 (i.e. teste de mando) o padrão de erro dência ou independência funcional entre os
mais observado foi a emissão de respostas gené- operantes verbais mando e tato em ambos os
ricas, ou seja, no caso do mando, os participan- grupos. Pode-se verificar, com a análise da ta-
tes apontaram para a posição para onde o bone- bela, a preponderância de independência fun-
Tabela 2
Desempenho dos participantes durante as fases experimentais 1 e 2.
Grupo Participantes Fase Experimental 1 Fase Experimental 3
Primeiro par Segundo par Primeiro par Segundo par
1 Pilar Independ. Independ. Depend. Independ.
Nina Depend. Independ. Independ. Independ.
Marta Depend. Depend. Depend. Depend.
Joana Independ. Depend. Independ. Depend.

2 Fred Independ. Independ. Independ. Depend.


Vera Independ. Independ. Independ. Depend.
Maria Independ. Independ. Independ. Depend.
Carla Independ. Independ. Independ. Independ.
Helena Independ. Independ. Independ. Independ.
Eliza Independ. Independ. Independ. Independ.

293
L. F. CÓRDOVA ET AL.

cional entre os diferentes repertórios verbais. ta) apresentou dependência funcional, um (Pi-
Todos os participantes, com exceção de Marta, lar) apresentou independência funcional e dois
apresentaram independência funcional em pelo (Nina e Joana) apresentaram independência
menos duas das fases do experimento. funcional com um par de bonecos e dependên-
cia funcional com o outro par de bonecos, isso
DISCUSSÃO na primeira fase do experimento.
Na Fase Experimental 2, dois dos qua-
O estudo teve como objetivo principal tro participantes (Pilar e Marta) demonstra-
investigar as relações entre tatos e mandos du- ram manutenção do mando treinado na fase
rante a fase de aquisição desses repertórios. De anterior. O sujeito Nina demonstrou manu-
forma mais específica, buscou investigar se o tenção do mando no teste com primeiro par
treino de uma topografia de resposta verbal em de bonecos, já no segundo par de bonecos, o
um determinado operante é suficiente para pro- número de acertos foi muito próximo do aca-
duzir a emissão dessa mesma topografia em so. O sujeito Joana não emitiu nenhuma res-
outro operante verbal. Buscou ainda investigar posta compatível com o padrão exigido du-
se a ordem de treino (i.e. treino de mando – rante os dois teste de manutenção de mando.
teste de surgimento colateral de tato; treino de Na terceira fase experimental, apenas uma das
tato – teste de surgimento colateral de mando) crianças (Marta) apresentou a inversão funci-
exerce alguma diferença sobre o desempenho onal do tato com os dois pares de bonecos.
dos participantes. Com o intuito de atingir tais Um participante (Pilar) apresentou inversão
objetivos, realizou-se uma replicação parcial do com o primeiro par e outro participante (Joana)
estudo de Lamarre e Holland (1985). com o segundo par. E o participante Nina,
Os resultados obtidos no presente traba- apesar de apresentar respostas corretas em
lho corroboram parcialmente a proposta de in- ambos os testes de inversão, não atingiu o cri-
dependência funcional entre operantes verbais tério estabelecido para que fosse considerado
apresentada por Skinner (1957/1978). Isto por- que houve inversão funcional do operante tato.
que, apenas no grupo 2, em que foi treinado Para os membros do Grupo 2, na primei-
tato e testado o surgimento colateral do mando, ra fase do experimento (i.e. treino de tato pa-
é que foi observado claramente um desempenho drão e teste de emissão de mando), todos os
compatível com a noção de independência fun- participantes apresentaram independência fun-
cional. Já com os participantes do grupo 1 foi cional. Apenas uma criança, Vera, mostrou in-
observado uma grande variabilidade tanto intra dícios de dependência funcional. Ela mandou
quanto entre sujeitos, sendo observado desem- os dois pares de bonecos para as posições, emi-
penho de independência e de dependência fun- tindo as respostas verbais LET e ZUT em cin-
cional entre os operantes verbais. co tentativas dentre as oito dos testes. Porém,
Em relação ao grupo 1, os dados obtidos esse desempenho não alcançou o critério esta-
no presente trabalho são inconclusivos no que belecido para considerar essa uma clara evidên-
diz respeito à independência ou dependência cia de dependência funcional. Na última fase
funcional entre mando e tato, isto porque dos do experimento, três participantes apresenta-
quatro participantes do experimento, um (Mar- ram relações de dependência enquanto os ou-

294
RELAÇÕES ENTRE MANDOS E TATOS

tros três, de independência funcional entre os ao emitirem a resposta verbal com função de
operantes verbais distintos (Fred, Vera e Maria mando “no LET”), estão sujeitos a uma modifi-
demonstraram dependência após a inversão dos cação no controle do estímulo que pode levar a
conceitos, enquanto que Carla, Helena e Eliza emissão de uma resposta já existente no repertó-
apresentaram independência). rio da criança em relação a esse novo estímulo,
A revisão dos dados da literatura aponta no caso, o tato. O maior número de blocos pode
para duas direções supostamente opostas. De ter facilitado a mudança no controle de estímu-
um lado, encontram-se os estudos em que a los. Em outras palavras, o treino extenso do man-
proposta de independência funcional foi cor- do pode ter feito com que a resposta dos sujeitos
roborada (Carroll & Hesse, 1987; Guess, 1969; ficasse sobre o controle da posição LET e ZUT
Hall & Sundberg, 1987; Lamarre & Holland, enquanto estímulo discriminativo.
1985; Mousinho, 2004; Nuzzolo-Gomez & Uma outra característica em comum em
Greer, 2004; Simonassi, 2004; Twyman, ambos os grupos são os padrões de erro. Em
1996). De outro lado, encontram-se os estu- sua grande maioria, os erros apresentados pelos
dos em que o treino de um operante verbal foi participantes durante os testes foi o de emissão
condição suficiente para o surgimento da mes- de operantes (i.e. tatos e mandos) genéricos.
ma topografia de resposta em um operante Embora possam ser identificadas como tatos ou
colateral, isto é, não diretamente treinado (Cuvo mandos, não se pode dizer que houve transfe-
& Riva, 1980; Guess & Baer, 1973; Lee, 1981; rência de função com a emissão dessas respos-
Sazanov, 1998; Silva, 1996). O presente estu- tas já que a topografia da resposta não foi igual
do apresenta dados em ambas as direções. No à resposta treinada com o outro operante, não
entanto, pode-se discorrer sobre algumas cor- sendo assim consideradas como respostas de
relações interessantes que apareceram nos da- mando ou tato específico determinada pela si-
dos que sugerem algum tipo de sistematização tuação experimental. Segundo Skinner (1957/
no que diz respeito às relações de dependência 1978), um mando genérico seria uma resposta
e independência na fase de aquisição dos que acompanharia outro comportamento, que,
operantes verbais. por sua vez, especificaria diferentes tipos de re-
Os participantes de ambos os grupos que forços, por exemplo, as respostas verbais “dá”
demonstraram dependência funcional, tanto na ou “quero” são normalmente acompanhadas de
primeira fase experimental quanto na terceira, respostas como apontar indicando um objeto.
precisaram de um número superior de blocos de Este padrão comportamental poderia ser então
treino do que os participantes que demonstra- observado em diferentes contextos. No caso do
ram independência funcional. Lee (1981) dis- tato, as crianças podem aprender a emitir as
cute os dados de dependência funcional com base respostas verbais “Aqui” e “Ali” acompanhadas
na noção de controle de estímulo, isto é, os par- do apontar. Essas são respostas verbais genéri-
ticipantes que apresentam previamente ao expe- cas que normalmente geram um reforço quan-
rimento respostas verbais em diferentes operantes do seguem perguntas do tipo “Onde está a
verbais (no caso do presente estudo, mando e bola?” ou “Onde está a mamãe?”. Posteriormen-
tato), ao se depararem com o treino efetivo de te, esse padrão comportamental se refinaria em
uma nova resposta, (por exemplo, são reforçados respostas verbais mais específicas.

295
L. F. CÓRDOVA ET AL.

A maior força dos mandos e tatos gené- como estímulo discriminativo para o tato, o que
ricos, encontrada nos repertórios dos partici- pode ter feito com que a criança ficasse sob o
pantes durante o experimento, pode ser de- controle de variáveis semelhantes em ambos os
corrente de outras variáveis além da história operantes. Disponibilizar fichas contingente às
de reforçamento da criança dentro da comu- respostas corretas durante o treino de mando
nidade. As instruções durante os testes de fez com que o reforço específico da verbalização
mando foram bastante gerais, não especifican- do participante (i.e., movimentação do boneco
do o que se esperava do participante (que ele para a posição mandada) não fosse o único re-
mandasse o boneco para o LET ou ZUT). Essa forço, em outras palavras, era disponibilizado
escolha foi proposital, para que não houvesse para a criança um reforço genérico contingente
nenhuma dica verbal que auxiliasse a transpo- à resposta definida como mando. Este reforço
sição entre os repertórios de tato e mando, adicional aproximou ainda mais o operante
possibilitando verificar se ocorreria a emissão mando do operante tato, ao qual o reforço ge-
da resposta verbal nos testes do repertório nérico está conceitualmente relacionado. Essas
colateral. Sabe-se, porém, que instruções ver- características estão de acordo com as afirma-
bais têm uma grande influência no comporta- ções de Carroll & Hesse (1987) e Twyman
mento humano (Galizio, 1979), logo, modi- (1996) de que mandos e tatos iniciais estariam
ficações nas instruções poderiam influenciar sob controle múltiplo de variáveis, o que facili-
no controle de estímulos e, portanto, o com- taria a generalização de topografias verbais en-
portamento verbal da pessoa. Sugere-se a ne- tre diferentes operantes verbais. Um fator im-
cessidade de um maior aprofundamento des- portante a ser considerado foi a dificuldade em
sa variável em estudos futuros. se implementar uma operação estabelecedora
Como foi dito anteriormente, o presente efetiva para o operante mando. No presente
estudo teve como um de seus objetivos avaliar estudo, as operações estabelecedoras não foram
se a ordem de treino interfere no desempenho manipuladas de forma direta. Presumiu-se que
de independência ou dependência funcional. o movimento dos bonecos seria motivador su-
Comparando os resultados dos grupos, pode se ficiente. Contudo, essa operação estabelecedora
observar uma maior variabilidade nos resulta- pode não ter sido forte o suficiente, e assim, ter
dos quando a ordem do treino é mando – tato influenciado de forma branda as respostas de
(Grupo 1) em relação ao treino tato – mando mando dos sujeitos e com isso aproximado os
(Grupo 2). Todos os participantes do grupo 2 operantes tato e mando.
demonstraram independência funcional, en- Na literatura sobre a relação entre
quanto que com os membros do grupo 1 foi operantes verbais, alguns autores encontraram
observado tanto independência funcional quan- dados apontando para a independência funci-
to dependência funcional. Essa diferença pode onal (Carroll & Hesse, 1987; Guess, 1969;
ser entendida ao se realizar uma análise da res- Guess & Baer, 1973; Hall & Sundberg, 1987;
posta de mando exigida no presente estudo. Lamarre & Holland, 1985; Mousinho, 2004;
Um ponto importante a ser levando é o Nuzzolo-Gomez & Greer, 2004; Twyman,
fato de que a posição que servia de reforço para 1996), enquanto outros encontraram
a resposta de mando foi a mesma que servia prioritariamente dependência funcional (Cuvo

296
RELAÇÕES ENTRE MANDOS E TATOS

& Riva, 1980; Lee, 1981; Silva, 1996; Galizio, M. (1979). Contingency-shaped and rule-
Whitehurst, 1977). Verifica-se uma polariza- governed behavior: Instructional control of human
ção no posicionamento dos pesquisadores, onde loss avoidance. Journal of the Experimental Analysis
dados que destoam da maioria acabam sendo of Behavior, 31, 53-70.
explicados pela história do sujeito dentro da Guess, D. (1969). A functional analysis of receptive
comunidade verbal. Talvez fosse mais interes- language and productive speech: Acquisition of the
sante entender as relações na aquisição dos plural morpheme. Journal of Applied Behavior
operantes verbais como um cone/espiral que Analysis, 2, 55-64.
começaria com independência funcional e pro- Guess, D. & Baer, D. M. (1973). An analysis of indivi-
grediria, dependendo do grau de complexida- dual differences in generalization between receptive
de dentro dos diferentes repertórios e do apren- and productive language in retarded children.
dizado paralelo do comportamento de trans- Journal of Applied Behavior Analysis, 6, 311-329.
posição, para a dependência funcional. Ou seja, Hall, G. & Sundberg, M. L. (1987). Teaching mands
nos primórdios da aquisição do comportamen- by manipulating conditioned establishing
to verbal, haveria tanto uma baixa complexida- operations. The Analysis of Verbal Behavior, 5, 41-
de no repertório (como o choro que passa a 53.
adquirir função de mando) e a independência Keller, F.S. & Schoenfeld, W.N. (1950). Principles of
entre operantes distintos. A criança então co- psychology. New York: Appleton-Century-Crofts.
meça a aprender a transpor certas respostas ver- Lamarre, J. & Holland, J. G. (1985). The functional
bais entre operantes, possivelmente os mandos independence of mands and tacts. Journal of the
e tatos genéricos que têm controle de estímu- Experimental Analysis of Behavior, 43, 5-19.
los amplo. O comportamento de transposição Lee, V. L. (1981). Prepositional phrases spoken and heard.
então começa a ocorrer para respostas verbais Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 35,
mais complexas e específicas. Tanto a transpo- 227-242.
sição quanto a complexidade dos repertórios Michael, J. (1982). Distinguishing between
estão intimamente relacionados. A principal discriminative and motivational functions of stimuli.
variável que determina a progressão da apren- Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 37,
dizagem torna-se, então, a experiência do indi- 149-155.
víduo em interação com o ambiente e não ne- Michael, J. (1988). Establishing operations and the
cessariamente sua idade cronológica. mand. The Analysis of Verbal Behavior, 6, 3-9.
Michael, J. (1993). Establishing operations. The Behavior
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297
L. F. CÓRDOVA ET AL.

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