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Colégio Estadual de Edéia

Disciplina: História
Professor: Adilson Barros
Aluno (a) ______________________________________3______
Edéia 02/02/2021

1. Conteúdo: Brasil – República Velha


2. Eixo temático – Relações políticas, religiosas, culturais e econômicas no mundo contemporâneo.
3. Habilidades: Correlacionar o conceito de cidadania no Brasil Republicano com as organizações socioeconômicas do período.

A Revolução Federalista e a Revolta da Armada

Com a renúncia do presidente Deodoro da Fonseca, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu a chefia do
governo e reabriu o Congresso, pondo fim ao estado de sítio. Em 1893, irrompeu no Rio Grande do Sul uma rebelião
armada: a Revolução Federalista. O objetivo dos rebeldes era a derrubada do presidente do estado (governador),
Júlio de Castilhos, um aliado de Floriano Peixoto. Conhecidos como federalistas ou maragatos, eles lutavam também
pela instauração do parlamentarismo no Brasil. Seu principal líder era Gaspar Silveira Martins.
Júlio de Castilhos e seus seguidores, os chamados pica-paus, reagiram e teve início uma sangrenta guerra
civil que levou o presidente Floriano Peixoto a deslocar tropas do Exército para o Rio Grande do Sul, em apoio a
Júlio de Castilhos. A guerra civil gaúcha se estendeu para Santa Catarina e Paraná* e teve reflexos no Rio de Janeiro
(na época, capital do país).
Oficiais da Marinha liderados pelo almirante Custódio de Melo, que acalentava o desejo de assumir a
presidência da República, exigiram o afastamento do presidente Floriano Peixoto alegando que, pela Constituição,
ele não poderia exercer o cargo: como Deodoro da Fonseca renunciara antes de completar dois anos de mandato,
novas eleições deveriam ser convocadas para a escolha do novo presidente. Amotinados, os oficiais rebeldes e alguns
marinheiros se apossaram de barcos fundeados na baía de Guanabara e bombardearam a cidade do Rio de Janeiro
entre setembro de 1893 e março de 1894.
Tanto a Revolta da Armada, como ficou conhecido esse movimento, quanto a Revolução Federalista foram
duramente reprimidas pelo governo federal. A primeira terminou em abril de 1894. Já a guerra civil gaúcha estendeu-
se até meados de 1895, quando um acordo pôs fim aos combates e Júlio de Castilhos voltou ao governo do estado.
Essa guerra civil deixou um saldo de aproximadamente 12 mil mortos. Muitos dos combatentes morreram degolados,
quando capturados pelos inimigos.

As oligarquias no poder

Quando a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul chegou ao fim, a presidência da República era
ocupada pelo fazendeiro paulista Prudente de Morais (1894-1898). Muito mais do que uma simples troca de chefes
de Estado, a saída de um marechal e a entrada de um cafeicultor representavam uma mudança no equilíbrio de forças
políticas no país. Com ela, o poder saiu das mãos das Forças Armadas e retornou às oligarquias do Sudeste, que
haviam exercido enorme influência no governo durante boa parte do Império. Agora esse poder era ainda maior,
pois os oligarcas já não precisavam se submeter a ações centralizadoras impostas pelo imperador.
Iniciada com Prudente de Morais, a consolidação do poder político dos cafeicultores paulistas ganharia
contornos definitivos durante o mandato do presidente Campos Salles, que governou o Brasil entre 1898 e 1902.
Nesse período foi estabelecida a chamada Política dos Governadores, criada com o objetivo de administrar os
conflitos no interior das elites. Essa política tinha por base um pacto de reciprocidade e apoio mútuo entre os
governadores e o presidente da República. Pelo acordo estabelecido, seriam feitos esforços para que fossem eleitos
apenas deputados federais que no Congresso apoiassem o presidente da República. Em troca, este último concederia
verbas para a realização de obras nos estados, não iria interferir nas nomeações para cargos públicos estaduais e
usaria sua influência para impedir o avanço de grupos de oposição nessas regiões. A força do coronelismo no âmbito
estadual, a base de apoio dessa política era a aliança entre os governadores e os coronéis do interior. Os coronéis
eram geralmente grandes proprietários de terra, mas havia entre eles também comerciantes e até padres. Eram chefes
políticos locais que, por meio de uma política de troca de favores conhecida como clientelismo, exerciam sua
influência não apenas sobre as camadas mais baixas da população, mas também entre os representantes do poder
Judiciário e as forças policiais de sua região.

Na época das eleições, os coronéis obrigavam as pessoas sob seu comando a votar nos candidatos de interesse
dos governos estadual e federal. Essas pessoas formavam o “curral” eleitoral do coronel e tinham com ele algum
tipo de relação pessoal. Eram moradores de suas terras ou seus empregados, vizinhos ou parentes, compadres ou
afilhados, ou simplesmente beneficiários de seu poder. Recebiam dele proteção e favores, por exemplo, empregos
públicos, remédios em casos de doença, vagas para os filhos em escolas públicas, etc.
Como o voto não era secreto, o eleitor votava sob as vistas de pessoas comprometidas com o coronel, que
compunham a mesa eleitoral. Eram as chamadas eleições a bico de pena, pois os resultados dependiam de quem,
com pena e tinteiro nas mãos, elaborava as atas eleitorais.
Caso algum candidato de oposição fosse eleito para uma vaga na Câmara dos Deputados ou no Senado,
poderia não assumir. Isso porque existia no Congresso a Comissão de Verificação de Poderes, grupo encarregado
de avaliar o perfil dos parlamentares eleitos e com poderes para vetar nomes. O coronelismo foi uma das
características mais marcantes da República oligárquica. Para o pensador Victor Nunes Leal, ele constituía uma
forma de o poder privado se manifestar por meio da política. Embora pudesse ser encontrado em todo o país, foi
mais forte no Nordeste, no Norte e no Centro-Oeste, onde as oligarquias eram comandadas por pequenos grupos
familiares.
As condições em que viviam as populações do interior eram geralmente de extrema pobreza, com poucos
recursos. Concentrada nas mãos dos grandes proprietários, a terra era um bem escasso e fora do alcance da maioria
dos trabalhadores rurais. Além disso, para manter as pessoas sob seu controle, os coronéis não admitiam contestações
à sua autoridade e era comum o uso da força física, com ameaças e ações violentas.
Guerras entre oligarquias

A Política dos Governadores garantia o controle do poder pelas oligarquias dominantes, tanto no âmbito
federal quanto no estadual. Entretanto, ela não foi capaz de estabelecer uma paz permanente entre grupos
oligárquicos rivais em diversos estados. As disputas de poder entre os grupos oligárquicos culminaram, não raras
vezes, em conflitos armados que exigiam até mesmo a intervenção do poder federal. Para manter-se no poder,
coronéis e oligarcas contavam com seus próprios exércitos particulares. Os integrantes dessas milícias eram
indivíduos armados, treinados para matar: os jagunços (leia a seguir um texto que estabelece uma relação entre
jagunços e cangaceiros no Nordeste).
Organizando as ideias (copie as atividades e responda.)
1. Por meio de práticas clientelistas, os coronéis conseguiam controlar as eleições. Explique o funcionamento do
clientelismo.
2. O que foi a Revolução Federalista e a Revolta da Armada?

3. Ao implantar a Política dos Governadores, o governo do presidente Campos Salles consolidou o poder político
dos grandes produtores de café. Como funcionava a Política dos Governadores?
4. Elabore um texto explicando as relações entre jagunços, cangaço e coronelismo.
1:Em troca do apoio político, em especial de
votos, os clientes recebiam benefícios como
empregos, isenções, benefícios fiscais e etc.
Voto de cabresto: Coronel usava a violência
para o obrigar o eleitor a votar em seu
candidato

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