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A CAMPANHA REPUBLICANA
E A QUEDA DO REGIME MONÁRQUICO
A difusão das idéias republicanas no Espírito Santo se fez sobretudo através da imprensa Grupo de republicanos
e de clubes republicanos, fundados em vários locais do Estado. históricos capixabas
No dia 23 de maio de 1887, foi fundado o primeiro clube republicano, na vila de São
2 Cláudio. Afonso. História
Pedro de Cachoeiro de Itapemirim, hoje, a cidade de Cachoeiro de Itapemirim. À convoca- da propaganda republicana
ção para a reunião foi publicada no periódico “O Cachoeirano”, e realizada na residência de no Espírito Santo [introdu-
Joaquim Pires de Amorim, eleito, na ocasião, presidente do clube. Para secretário, foi eleito ção e organização de Esti-
laque Ferreira dos Santos).
Antônio Aguirre e para tesoureiro, Henrique Wanderley. Esse clube tinha à frente, além Virória: Gráfica Espírito
dos já citados, os seguintes adeptos: Coelho Lisboa, Afonso Cláudio, Bernardo Horta de Santo, 2002.
ganda republicana. Foi Cachoeiro a sede do Primeiro Congresso Republicano Provincial, na região sul do Espírito
Santo. Ali funcionaram os
realizado no dia 16 de setembro de 1888. E foi também a cidade que mais festivamente mais ativos clubes e Jor-
comemorou a proclamação da República. São palavras de Afonso Cláudio: “Tudo fazia crer nais republicanos. O jornal
que o eixo da política democrática não se deslocaria do Cachoeiro de Itapemirim, onde se “O Cachoeirano”,
proprietário e redator era
cujo
erguera o primeiro clube republicano da província, onde tinham a sua sede, a Comissão João Loyola, desde a sua
A fundação do clube republicano de Cachoeiro teve ampla repercussão em toda a provin- republicana,
e
fez oposição
propaganda do regime
cia: em pouco tempo, outros clubes foram sendo fundados em vários locais do Estado: São republicano. Além dele,
José do Calçado, Alegre, Rio Pardo (Iúna), Anchieta, São Pedro de Itabapoana, Conceição na região Sul existia ainda
outro jornal republicano,
do Muqui, Espírito Santo (Vila Velha), Vitória, Freguesia de Santa Izabel, Guandu, Alfre- “A Tribuna”. 'da cidade de
do Chaves, Vila de Itapemirim. Em Benevente (Anchieta), foi fundado o segundo jornal Benevente, atual Anchieta,
que pertencia ao José Horá-
republicano. “A Tribuna? 3
18
"nao se efetuavam
sem publicid » do
orador o d o local em
que aconteceriam.
republicana no Ee.
do nome do
centralizou a campanha
» 'á vimos, Cachoeiro de ltapemirim
Lisboa, advogado e brilhante
lá se diri giu o par aib ano Coe lho
nirito Santo. Por isso, para República. Publicou
rador. vera no Rio Grande do Sul, empenhado na causa da
que já esti
Santo, tendo visitado Rio Pardo
“O Cachocirano” e fez viagens pelo Espírito,
“em pre com
Pedro de Itabapoana, Castelo, Rio Novo, Benevente Guarapari e Vitória, sem
3
seu trabalho de
Sal transporte e comunicação da ép oca, daremos ainda mais valor ao
a de Benevente, à qual
eis
naista
2
la República. As conferências mais notáveis foram
izada em praça pública,
puseram as autoridades locais, e a da vila de Itapemirim, real
para
nbem coma oposição das autoridades, que trataram de policiar fortemente a praça
idar O povo.
através d:
xo dia 9 de abril de 1888, os republicanos Moniz Freire e Afonso Cláudio,
Jetim impresso e espalhado pelas ruas da capital, conclamaram o povo a se reunir em frentc
nt:
“Clube Comercial, na rua General Osório, centro de Vitória, para solicitar ao preside
FO
l ncia. Antônio Leite Ribeiro de Almeida, que fossem tomadas medidas para melhora
'
aDaste cimento
pa e di
de água da cidade e a iluminação pública. Esses líderes certamente querian
var
IZeT
mr
jtir adao povo que, numa república democrática, todos teriam direito de ir às rua
SCenttr
rar
tal por melhor
mc es condições de vida. A cidade não possuía uma boa distribuição de águ
“ra muito mal iluminada. A iluminação era feita com lampiões de gás. No contrato co!
encarregada do serviço, havia uma cláusula que permitia não acender os lampiôo:
- ae
firma
4
CD
drslid
o o.
m noites de lua cheia. Muitas vezes, as condições climáticas não permitiam que se v
ISS€
Dali dirigiram-se para o palácio do governo, onde os líderes foram recebidos pelo pre-
sidente, que prometeu tomar as providências cabíveis.
Não obstante a intensificação da campanha para que a República
. .
pudesse ser im-
, .
se fossem desgastando.
Sabemos que no final do século XIX, graças sobretudo à produção cafeeira, o Brasil
co Espírito Santo, em particular, passaram por profundas transformações. Acelerou-se
o processo de urbanização, houve a expansão do comércio e da indústria, e a agricultura
tradicional do Vale do Paraíba e nordestina estava em fase de plena decadência. À provín-
cia de São Paulo começava a se transformar no centro econômico do país, caminhando
para suplantar até mesmo a capital do Império, o Rio de Janeiro. Com isso, o país e
as elites passaram a desejar mudanças e é com o projeto dos republicanos que mais se
identificavam. Os republicanos eram os únicos que apresentavam uma proposta nova,
principalmente no que diz respeito à instalação do federalismo, que garantiria uma maior
autonomia das províncias, em contraste com o centralismo do Império.
A proclamação da República foi um ato dos militares, e foram os militares que ocu-
param o cargo de presidente até 1894. Fatores diversos, como baixo nível de instrução e
conscientização política, deficiência dos meios de comunicação, entre outros, fizeram 4 Carvalho, José Mui
com que o povo ficasse à margem do episódio. Nem mesmo a população do Rio de de. Os bestializados: o |
de Janeiro e a Repúbl
Janeiro, ao assistir à movimentação das tropas do Exército, entendeu o que se passava: que não foi. São Pau
. ditar
acreditaram tratar-se de mais uma parada militar. Companhia das Leu
1987.
REGINA HEES / SEB
20
A
1.3 À PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLIC
d a na m a n h ã de 1 5 de novembro de 1889 pelo Marechal
foi procla m a
A República assum
re ce be u a ad e são da maioria dos militares. Ao Iro governo
nseca, qu re
Deodoro da Fo
ca ti nh a po de re s ditatoriais. Dado o golpe CIOU-se a nova
da Fonse io.
provisório, Deodoro governo provisór
in
om ast al aç ão d e u m
direção do país, € Janeiro
oc la ma ça ão da Re pú bl ica, ocorrida no Rio de gou aVitóri;
not íci a da pr
Estado do Espírito Santo não houve
A
dia , pel a tar de. Na cap «tal do
o mesmo
rá ve l ou co nt rá ri a à proclamação da República. Em Cachoeiro de
de manifestação favo
no ent ant o, OS re pu bl ic an os promoveram festivas passeatas em co memo Taçã(
Ira pemirim,
do acontecido foi afixa da na porta da estação telegráfica
ao fato e a notícia
ra m ai nd a ma ni fe st aç õe s pú blicas n as seguintes localidades: Bar ra de Itapemi
Ocorre saiu às ruas ao som d
uaçuí) e Santa Leopoldina. O povo
rim, Castelo, Alegre, Veado (G
a Marselhesa.
bandas, soltando foguetes e cant ando
íncia do Espírito Santo” que recebe u, na tarde d
Segundo Freire, foi o jornal “A Prov
da República:
dia 15 de novembro, a notícia da proclamação
a República.
O exército reunido na Praça da Aclamação, Proclamou
in Consta nt, presidente [si
Governo Provisório: - Marechal Deodoro, Quintino Bocayuva e o Dr. Benjam
O movimento começou as 6 horas da manhã.
mente ferido.
Ministério preso. O Barão de Ladário, Ministro da Marinha, tentou resistir e foi grave
O Exército percorreu as ruas da cidade.
Nenhum ato de hostilidade tem aparecido contra a Familia Imperial, que se acha em Perrópolis.
“Imensa afluencia de povo na cidade”
lodas as repartições já recebem ordens do Governo Provisório(...]
Espiritos tranquilos.
A REPÚBLICA E O ESPÍRITO SANTO 21
Afonso Cláudio
A CONSOLIDAÇÃO DA REPÚBLICA
Instalada a República, iniciou-se uma nova fase na história do país, que vai de 188!
a 1930, quando ocorreu o movimento conhecido por Revolução de 30. Esse período
como se sabe, ficou conhecido como “Primeira República”.
A vitória da República significou a hegemonia das elites regionais contra o cen
rralismo do Império. O País foi dividido em estados e o conjunto destes formava.
federação do Brasil. Cada estado da federação passou a ter maior autonomia, podend.
escolher seus governantes, constituir forças policiais, arrecadar impostos, operacio
nalizar gastos, de acordo com suas necessidades.
Os primeiros anos da República foram muito difíceis.” Os diversos grupos repu
blicanos que brigavam pelo poder entre si; os conflitos armados, como a Revoluçã.
Federalista; a Guerra de Canudos; as revoltas populares, como a da Vacina;"'a
greves operárias;'!o descontentamento dos tenentes, que buscavam maior espaçi
de participação política,'? e a crise financeira ocasionada pela política adotada pel:
ministro da Fazenda Rui Barbosa'º contribuíram para a instabilidade que o país vive!
nesse período.
A fase inicial, da instalação da República até o período de 1930, foi, portanto, contur
bada. Muitos adeptos da República, que lutaram para a sua implantação, se desgostaran
rigues Alves
10 O presidente Rod
a assessoria do
(1902-1906), com
Cruz, elaborou
cientista Osvaldo
ear o Rio de
um projeto para san
e epi dem ias como à de
Janeiro, ond
iam anu almente
febre amarela faz
execução do
muitas vítimas. A
ção de casas
projeto, com demoli
inv asã o de domicílios
e cortiços,
eir a autoritária
etc., foi feita de man
ando a ira da
e violenta, provoc
s à obrigato-
população, que se opô
ina con tra a varíola,
riedade da vac
ou barricadas,
foi paraas ruas. levant
fez depredações.
strialização
11 No processo de indu
nto operário
do Brasil, o movime
te entre 1917
cresceu, principalmen
qua ndo ecl odiram greves
e 1920,
s cid ade s do pais.
nas principai
vindicavam
Os trabalhadores rei um
condições de vida,
melhores
protestavam
mínimo de direitos, e
care stia sob retudo dos
contra a
gêneros alimentícios.
movimento
12 O tenentismo foium
por jovens ohci
desencadeado
nem sem-
do Exército. Suas idéias,
elitistas,
pre muito precisas, eram
itári as, cons erva dora s € refle-
autor
República
tiam insatisfação com a
igarquias
vigente. Opunham-se àsol
gover-
estaduais e defendiam um
a guerra
no central forte. Desde
passou à
do Paraguai, o Exército
salvador
avocar para si O papel de
dade de
da Pátria ca responsabili
do país,
manter a ordem ea defesa
imiscuin do-s e na polít ica.
do Mi-
13 Rui Barbosa, à frente
antou
nistério da Fazenda, impl
polít ica econ ômic a conh ecida
a
ilha ment o”. Essa polít ica
por “Enc
udos
Sobreviventes do massac re de Can fundamentava-se no aume
nto da
zada
emissão de moedas, então reali
do
por bancos em quatro regiões
tendo como lastro não mais o
país,
ca
ouro, mas títulos da dívida públi
no
federal. Gerou intensa jogatina
ou a
mercado de títulos é desvaloriz
-
moeda de maneira abrupta, provo
cando polêmicas.
e» a asi a tes
TS
ação
Canudos: um lugar para viver e ficar livre da explor
mara EEE Aeee raça
REGINA
a
HEES / SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO
ge SC SR io oo
24 - o |
a eufor Í uiu-se
Í uma fase de d escontentament o
ver os pro . .
com ostu OS “ “ . .
tomados
mos regime pelá Strpotes
seé mostrou eficaz
inefica para reso ouço on blemas da nação. O desânimo, as def.
Maca
vez > que queoO regime pais
e pensadores, qu e foram afastados dos p OSTOS p principais
uma
|
1usoes, tomaram
toma conta« dos Ê homens públicos
tbli
n
.
]
26
sobba proteçaão
so
desses senhores, que, por sua vez,
ca va m
vínculos pessoais. Inc livídu
os se co lo
o As tiv ess e sob sua pro teç ão, maior O prestigio
pess
dac le. Quanto mais
recebiam respeito e solidarie
lidades p pe ssoais e de séseu poder
de
do senhor. a n d e D:
par te de sua s q ua
O voder do coronel dependia em grande de de f forma hereditária. Às vezes
cas , por tan "
to, 10 do do coronel se dava
à sucessão
| erança. Ne
lid m sem pre a
ed ê-lo.
o coronel ind icavava uma uma outraoutr: pessoaa parapar suc
indica mu ito grande. Seu prestígio
ad-
e de pe nd en te s era
A autoridade do coronel sobre parentes da dis tri bui ção de empregos públicos,
fami liar es e ami gos ,
vinha da proteção que assegurava a cargos eletivos, ou ainda por
ser
ian do seus pro teg ido s p ara
dele ei empréstimos de dinheiro, apo
benfeitor de igrejas e patrocinador de festas. es e
tav a que inte ress es eco nôm ico s, políticos e sociais unissem senhor
Esse sistema possibili
seus dependentes.
se desej asse uma união entre o grupo form ado pelo coronel e seus subordinados, não
Embora
grupo.
raro ocorria uma cisão, dando origem à formação de um novo
dificuldades de
Segundo Janotti'*, a organização da administração metropolitana, aliada às
ionalismo
comunicação entre as diferentes regiões do Brasil, combinada coma corrupção do func
real português, permitiu a ascensão do poder privado, e foi este poder privado que possibilitou a
formação de grupos donos do poder formados pelos coronéis.
O poderoso chefe local tinha grandes poderes e “armado, dispondo de uma milícia, senhor
ura dada wivida dos ce indivíduos, sem noção de limites, ele representava o poder. Era um perso-
abentuto
absol
nagem que personificava a vida política no Brasil que não existia sem ele”.!º
A maior arma do coronel era O vOtO, por meio do qual exercia seu poder político. Quanto
mais votos pudesse oferecer, maior o seu poder. Em razão disso, fraudava as eleições, Y 3
institucio-
nalizando o “voto de cabresto”.
1 ( «
o
do ]Norte Epode S esclare cer F bem como funcionava I tt LC a “y t caDi l
[... aa
| assist as manifestações ao senhor é ari
ções a rem Acari [... ]. Amanhã o senhor passará por Currais
apareça ninguém g com o »intultoIntui de manifestação
a ; vai o senhor se hospeda 5 e N IEA os, município
icípio de de que que
ar em casa de meu sobri
obrinho[... ], porque o
senhor anda atrás de votos e não de 'manifestações polia
S a s, tenho no meu m
nãoão tenh a, 800 elei
tenh: le toressa que , [...] são seus de por unicipio o que ourro [...] provavelmente
teira
batida.
27
A REPÚBLICA E O ESPÍRITO SANTO
Na época de fazer inscrição eleitoral, nós éramos chamados pelos candidatos para fazer o Constitui. Era
o seguinte: o sujeito passava uma procuração que dizia: constituo meu procurador o coronel [ ...) para fim
de me alistar como eleitor e assinava. Fazíamos isso com a letra de meninos de nove ou dez anos, justamente
porque a letra ruim, confundia-se com as letras de colonos que, geralmente, não era boa.”
As fraudes eleitorais eram uma constante: ganhava o candidato que as forças políticas
mais poderosas desejassem. Quase sempre ganhava o candidato apoiado pelo governo.
Segundo ainda Carlos Lindenberg, “[...] porque as eleições eram feitas nas vésperas ou
nas antevésperas. E nós fazíamos as procurações para alistar as pessoas [...] e obviamente
alistavam seus correligionários”?.
Caso acontecesse de a oposição ganhar as eleições, restava o parecer das Comissões de
Verificações de Poderes, que, em geral, expurgavam candidatos indesejáveis, alegando
que teriam ocorrido fraudes e irregularidades nas eleições, impedindo assim a posse dos
VILOrIOSOS.
Um exemplo ilustrativo ocorreu nas eleições de 4 de março de 1906, quando os adeptos
de Moniz Freire saíram vitoriosos, após terem anulado 47 das 74 seções eleitorais existentes
no Estado.
No Espírito Santo, a partir de 1908, quando foi eleito Jerônimo Monteiro, a oligar-
quia comandada por ele conseguiu se manter no poder até os anos 30, quando ocorreu a
S // E R IÃO E
STM T
ME MA
ENT raNç
EL O
FRa m,
O IGI
RERE NNAA MBHEEESS SEBA PIM
28
es sa su pr em ac| ia de ca iu . Os revo.
anos após a re
volu ção, João Punarç
ses ima À
Durante os primeiros r o E s p í r i t o S a n t o
revolução.
O poder, indicaram para 5 o
verna
lucionarios, ao assumirem
Bley, que não era oriundo do Estado. a ter influência.
aos Monteiro voltou
ia lifá gada
40, a oligarquia
Apos os anos
a
i ICA
A REPÚBL E O ESPÍRITTOO SANTO
capíruLo III
3.1] À AGRICULTURA
do colonial e continuaria
Á assicultura era a base da economia do Espírito Santo no perío
cultivo do café e sua rápida
a sé-lo durante a Primeira República. Com a introdução do
não apenas do Estado como
expansão, esse produto tornou-se a maior fonte de renda
também do resto do Brasil.
a, e, no início do século XVI, levado
O café foi descoberto na Etiópia, país do leste da Áfric
decorrer dos séculos XVI «
para a Península Arábica e, depois, Egito, Síria e Turquia. No
no século XVIII já era cultivadc
XVIL seu consumo se espalhou pela Europa. Admite-se que
no Brasil, havendo notí cias do seu comércio no Espír
ito Santo em 1811.%
aqui existia terra abundante.
A cafeicultura no Brasil se exp andiu rapidamente, pois
clima apropriado e mão-de-obra disponível.
o um dos principais produto:
Em meados do século XIX, o café já se destacava com
a cultura da cana-de-açúcar
da província do Espírito Santo, suplantando pouco a pouco
provocada pela demanda inter
A expansão do cultivo se deve sobretudo à alta do preço,
em áreas até entãc
nacional. Os cafezais se estenderam não só pelas terras incultas, mas
em pequenas € mé-
destinadas à cana-de-açúcar e produtos agrícolas diversos, cultivados
implementação
dias propriedades. A carência desses produtos viria a ser um dos fatores da
eram própria:
da imigração estrangeira. Mais tarde constatou-se que nem todas as terras
ltore:
para a cultura do café. Em áreas onde ele não deu os resultados esperados, os agricu
voltaram a plantar cana, mandioca e outros produtos.
REGINA HEES / SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO
30 o o ——————T
era oo
“ciliájáera
O Brasil o exportador
maior mundiall dede cafecafé.
dor mundia
do período republi cano, Aqui
No início es
95% da receita do Espírito Santo eram p
No ano de 1903,
IO S | nte famoso por seu aroma e sabor.
café capit «anja, 3 À
o : :
Ara |qe om o seu cultivo, i
tendo surgido, como em outras
Muitos fazendeiros enriqueceram €
lo Brasil, b uma “nobreza do café”. Eram
do
: fazendei
: ros que
É passaram a formar uma
partes
eles, destacamos
. r e ,
3 A « VIAS - ç .
2 +45 DE COMUNICAÇÃO: ESTRADAS, PONTES, CAMINHOS, PORTOS E FERROVIAS
3.2.1 Estradas
AÀ ne
nerecoid-
cessidade de €Scoamento
odu ção cafeeira foi
da pr
tura de estradas € cons a motivação maior para a aber-
trução de pontes
podemos citar Bernardino
Monteir o Promovidas Por vários governantes. Dentre eles,
? r 1 Pa
o
3.2.2 Caminhos de penetraçã
ou de caminhos de penetração,
O presidente Avidos abriu ainda o que cham
. Destinavam-se principalmente às
ESTE "a mai or parte deles no município d e Colatina
RÃ dói amento da produção agrícola, sobretudo
tropas de burro, tão importantes para O esco
do café. Mas houve a preocupação de construí-los com possibilidade de adaptação
ives muito fortes.
fácil ao tráfego de veículos, evitando-se decl
3.2.3 Pontes
º .
geral, eram de cimento armado. Algumas, porém, foram feitas de madeira, com
pilares de alvenaria de pedra. Citaremos apenas as mais importantes: ponte sobre
o rio Doce, em Colatina; ponte em Vitória, ligando a ilha ao continente; ponte
interestadual de Bom Jesus, sobre o rio Itabapoana (o custo dessa ponte foi dividido
Santa
com o estado do Rio de Janeiro); ponte de Santa Leopoldina, sobre o rio
Maria, dando acesso à estrada de Santa Leopoldina a Santa Teresa.”
A ponte Florentino Avidos foi uma obra grandiosa, que requereu serviços de
aterro € saneamento nas regiões de acesso, sobretudo na Ilha do Príncipe. À supe
supervisão do engenheiro
Ponte Florentino Auidos Anidos. 2
3.2.4 Portos
*
ona DAN
p.205.
a Tr a E
a á Ds
comercial, como o porto de Santa Leopoldina, às margens do rio Santa Maria. Esse porto
recebia a produção de café das áreas vizinhas, que era conduzida até ali por tropas de burros,
e levada em canoas até o porto de Vitória, de onde seguia para o exterior. Com o passar dos
anos, esses rios deixaram de ser navegáveis, em consegiiência do assoreamento dos seus leitos.
O porto marítimo mais importante do sul da costa era o de Itapemirim, cujos valores
de exportação de café chegaram a superar os de Vitória. Em 1885 estava superando Vi.
tória em 45% na exportação do café.”” A importância do porto de Itapemirim derivava
de dois fatores fundamentais para o comércio da época: primeiro, a sua localização, em
uma região grande produtora de café; segundo, a proximidade do Rio de Janeiro. Deve-se
observar que os exportadores remetiam o café para o Rio de Janeiro, de onde era embar-
cado para o exterior.
O porto de Vitória, até início do século XX, não tinha atracadouro para navios, que
operavam ao largo. As mercadorias eram trazidas até os trapiches por meio de chatas ou
flutuantes. Somente embarcações pequenas, os escaleres, acostavam no cais do Imperador,
que se situava junto à atual escadaria do Palácio, e outros, como o cais grande da praça
vimento do porto de V
(1870-1940). Vitória, Ita,
1995, p. 47.
contun ente ou na ilha de Vitória foi uma das questões mais debatidas. À escolha de um ou outro
local determinaria o destino econômico, político e soci al da região portuária, seu crescimento c
progresso.
do
Construção porto de Vitória (1912)
: . (IO:
Construção do porto de Vitória
1881 , o enge nhei ro Miln or Robe rts elab orou estudos para a construção do porto,
Em
a sua loca liza ção no cont inen te, do outr o lado da cidade, apontando a vanta-
indicando
e pela viabilidade da construção de
gem do local pela profundidade da bacia marítima por pressão do
o cais. O projeto não foi executado
uma estrada de ferro que penetrasse até
no continente. Tecnicamente, usava-se o
governo estadual, que não aprovava a construção
te fosse mais profunda, possuía maior volume
argumento de que, embora a área do continen
, nece ssit ando de trab alho s de dre nag em que encareceriam o projeto. A área localizada
de lama possivelmente, a maior
na ilha, embora meno s profunda, estava assentada em rochas. Mas,
comerciantes € políticos estava centrada em
preocupação dos governantes capixabas, dos . Certa-
er 0 seu crescimento econômico
manter a supremacia da cidade de Vitória e promov
caso a escolha o tivesse favorecido, e
mente, o progresso teria sido levado para 0 continente,
um novo plano foi aprovado por
Vitória ficaria marginalizada, talvez estagnada. Finalmente,
trução de 855 metros de
meio do decreto 7.994, de 10 de maio de 1910. Determinava a cons
a e outros serviços.
cais, de uma ponte de 199 metros de comprimento, a dragagem da barr
cia da Pri-
Os trabalhos foram iniciados em 1911, mas paralisados em 1914, em decorrên
meira Guerra Mundial. Até aquela data haviam sido concluídos 348 metros do cais. Como
dos
fim da guerra e a melhoria dos recursos financeiros do Estado, em 1925 foram reinicia
os trabalhos e puderam ser construídos os armazéns, a linha férrea, o calçamento. Foram
e
instalados guindastes, pontes rolantes e iluminação elétrica. Os serviços foram novament
interrompidos no dia 16 de outubro de 1930, quando já estavam concluídos 670 metros de
cais, dois armazéns e a ponte de ligação com o continente, além de já haver nove guindastes
montados. Os trabalhos foram retomados no dia 11 de junho de 1935. A primeira seção do
DonfoeMd de bp
e (ou eita em 1937. Os navios passaram então a operar diretamente no porto, cuja
3.2.5 Ferrovias
31 Desena. du
Baografia de
de Juneno. Pongera
pp 208209
O 39
o
cedendo lugar aos caminhões.
As tropas de burro partiam para | ongas jornadas diárias,
vencendo picadas e caminhos mal
! e estradas lamacentas, esburacadas, ou cheias de poeira, em dias ensolarados
abertos, atoleiros
e quentes, enfrentando a chuva, o frio, o vento ou o calor. Os tropeiros ajudavam também a
conservar Os caminhos, principalmente as trilhas abertas nas matas, facilmente obstruídas pelo
crescimento da vegetação.
Devemos notar ainda que, naqueles anos, o Espírito Santo carecia de estradas e pontes. A
travessia de um rio era, na maior parte das vezes, muito trabalhosa, pois frequentemente só se
encontravam pontes nos pequenos cursos d'água. Deviam então descarregar os animais e deixar
que atravessassem a nado, enquanto a carga era colocada em canoas. Especialmente difícil era o
trecho entre a cidade de Santa Leopoldina e a atual Santa Maria de Jetibá. “Do início deste século
até os anos 30, Santa Leopoldina foi importante empório comercial e um dos maiores centros de
atividade tropeira do Estado”
Seus ricos comerciantes negociavam diretamente com a Europa. Mais ou menos no mesmo
lugar da estrada que liga atualmente Santa Leopoldina a Santa Teresa, existia um caminho que,
por vezes, se transformava em trilha, imprensado entrea montanha e vales profundos. Não poucas
vezes tropeiros perderam animais, que despencaram pelo precipício. Como esse caminho, outros
existiam espalhados pelo Espírito Santo. o
portos marítimos ou
As tropas faziam a conexão entre as fontes produtoras e as cidades, os
Huviais, as estações das estradas de ferro, percorrendo todo o Estado. Levavam a produção agrícola
querosene,
e transportavam devolta para o interior produtos ali inexistentes, como o sal, o açúcar,
domésticas.
ferramentas, bebidas, peixes salgad os, tecidos, calçados, utilidades
e, às vezes, mais um burro
A tropa era formada por dez an imais de carga (burros e bestas)
de cozinha e cama, que conduzia a limentos,
utensílios de cozinha, agasalhos. Havia ainda a
bem enfeitada, que, com um cincerro pendurado ao
madrinha da tropa, égua miúda, sempre
ajudando também a reunir
pescoço, mantinha a tropa reunida, inclusive nos pousos € paradas, Ormand
ser o dono da tropa ou um
32 Moraes,
Os animais soltos no past o. O chefe da tropa era o arreeiro, que podia por
rs e vales do Espir
3.2.7 À industrialização
O Estado não pod ja con tin uar com a suua economiaa relada aos rendimentos originados
pelo café, sujeito às osc ilações às variaç desde preço no mercado internacional.
safr as €
Jerônimo Monte iro não teria ons eguido exec utar O seu programa de governo
se não
sã nanças do Estado sa neadas pelo se u antecessor, Henrique da Silva
33 Bittencourt, Gabriel.
tivesse encontra
Coutinho (1 20d Em 1907,0 residea te Cout nho, diante das quedas do preço
do café, da grave cr coonô ica queeo É tado atrav ssava € dos compromissos assumi-
Departamento Estadual
dos para a Espadasa da Estiá S da Esp fri to Santo, resolveu privatizar essa de Cultura, 1987, p. 125.
Monteiro, então pr ocur or do Es tad o,€ viriam a bene ficiar seu próprio governo. nhaS. op.cit., p. 48.
m o total apoio do Congresso
plantaa das no Estado durante se
u 8overr
Ni
cuteu a , fábrica de tecidos em
| Cach Oeiro
de:
E têxteis do sul do Estado; uma g and
Br eUsina d
fábrica de papel; outra de óleo, e um a
grande serr ara,
m, transformado em em p parque industrial do
Estado. A
is adiantada do Brasil, na época. “L | usi
E E ou OS esses est
ir m rec
recebi
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am elet triciddadade for
ele ornnecida por uma usina hidr abel
elétrica Con
struída
Falta
a “Tea de tanspor
t
«À fábrica de óleo
queda do Preço da Madeir
a industrializada Int
A REPÚBLICA E O ESPÍRITO SANTO 43
Duas novas usinas deaçúcar surgem no final da Primeira Guerra Mundial: a Usina Cascata,
inaugurada em 1918, e a Jabaquara, em 1919. Entretanto, o café continuaria a ser a maior
fonte de renda do Estado. Em 1918, ele era responsável por 60% da receita total do Espírito
Santo. Exportavam-se também nesse mesmo ano: madeiras, feijão, farinha, milho, tecidos,
areias monaziticas, couros, arroz e açúcar.
Na década de 1920, a Fábrica de Tecidos de Cachoeiro de Itapemirim foiarrendada à firma
Ferreira Guimarães e Cia. Sua produção de tecidos de algodão chegava a quase dois milhões de
metros por ano, dos quais 1.600.000 eram exportados. Possuía então 161 teares e empregava
287 operários (101 homens e 186 mulheres).”
Nessa mesma década, observa-se certo esforço do governo estadual em busca do desenvolvi
mento industrial, inclusive fomentando a produção de matérias-primas como o algodão, cujos
pequenos produtores recebiam incentivos e assistência técnica da Secretaria de Agricultura,
Terras e Obras.
Paralelamente, surgiram várias pequenas indústrias de material de construção em Cachoeiro
de Itapemirim, como a de cal, na Fazenda Aquidabã, de ladrilhos, telhas “francesas”, manilhas de
cimento, cerâmica, de produção de meias, além de uma usina de beneficiamento de café. O apa-
recimento dessas indústrias deveu-se, provavelmente, à presença da fábrica de cimento. Devemos
assinalar também que, em Cachoeiro, na época, existiam algumas pequenas indústrias de mobílias,
calçados e tamancos, e uma fábrica de “pios de pássaros”, feitos de madeira, que se tornaram
tradicionais, sendo produzidos até hoje.
Mas, então, ocorreram mudanças significativas no cenário das indústrias do Estado.
No
governo de Nestor Gomes (1920-1924), a fábrica de papel de Cachoeiro de Itapemirim, havia
vários anos parada, teve o seu maquinário desmontado e vendido.
Seu prédio foi aproveitado
para a instalação de um estabelecimento de ensino, o Liceu Moniz Freire.
Afábrica de óleo, cujas atividades também estavam suspensas, foi desmembrada da Serraria
Industrial de Cachoeiro de Itapemirim e levada para o barracão da Fábrica Sílico-Calcário, em 37 Ribeiro, Do
Ubaldo Lopes. 4/
Vila Velha, também parada. de Cachoeiro de |
Ainda na década de 1920, foi feita uma tentativa de exploração industrial de minerais repe: suas terras, sº
seu progresso, su:
metálicos a serem retirados das areias monazíticas de Guarapari. Para isso, aqui se
instalou a Rio de Janeiro: Pat
1928.p. 98.
“REGINA HEES / SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO
, mi ceara
44
norte
esilienne, que fez importantes investimentos ao
Companhia Miniére Fran co-Br crise internacional,
de Guarapari. Mas, em julho de 1929, pouco antes da grande
da do mercado externo pela
Hidlo . 4vV,
3.2.8 O comércio
A Principal, À Mimosa, Casa das Meias, Casa das Linhas, Casa Madame Prado, ,
A Queimamade deira, Estúdio Fotográfico Mazzei, Estúdio
Fotográfico Otávio Paes.
No interior, destacavam-se as firmas: Elias Pádua, Nemer, Perim, Ceotto,
Biase
& Cia,J. Reiser & Cia » Vervloet Irmãos & Cia, C. Miiller, José Eugen
io Vervloete
outras. Nessa época, 40% dos produtos importados eram tecido
s; 30%, bebidas;
20%, gêneros alimentícios; 10%, diversos produtos.”
Em 1900, já existiam em Vitória dois estabelecimentos bancários: o Banco
Espírito-Santense e o Banco da Vitória. Em 1910, o Banco Inglês é instalado na
rua da Alfândega. Durante o governo de Jerônimo Monteiro, no dia 1º de junho |
de 1911, foi inaugurado o Banco Hipotecário e Agrícola do Espírito Santo, como
já dissemos anteriormente. Aos poucos, outros bancos foram surgindo. Em 1909,
um grupo de destacados comerciantes fundou a Associação Comercial de Vitória,
que, em 1917, foi reconhecida de utilidade pública. Tinha como finalidade básica
defender os interesses da classe comercial.
À Primeira Guerra Mundial (1914-1918) afetou a nossa economia eo comércio
exterior, com o fechamento de vários portos europeus. Teve também repercussão
sobre a agricultura e a indústria e paralisou obras, como a do porto de Vitória.
Além de ser o principal produto de exportação, o café promoveu também o
desenvolvimento do interior do Estado e seu povoamento. À comercialização desse
produto deu vida a portos marítimos e fluviais, estações de trens, movimentou
estradas e caminhos, provocou o aparecimento de povoados, vilas e cidades. Com Casa Verde, Vitória (1910)
viajantes, denominados “cometas”, que receberam esse nome por só aparecerem de tempos em p. 55.
tempos. Eram homens que percorriam O interior com os seus mostruários e se hospedavam 40 Moraes, Or
nos “hotéis dos viajantes”, quase sempre existentes nas cidades por onde passavam. História dos ba
rito Santo. Nuória. LHGES.
REGINA HEES / SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO
46
Naqueles tempos, as comunicações eram difíceis, as viagens, muito mais longas. Assim, 2»
a se aventurar
«
pobre,
ba
par
ETR
Comercial Teixeira &
Guimarães, Vitória
(1910)
47
CaríruLO IV
Do. presidentes que governaram o Espírito Santo na Primeira República, três se destacaram
por suas realizações administrativas no que se refere ao conjunto de obras que executaram,
modificando substancialmente as características urbanísticas, sobretudo da capital do estado,
Vitória.
As ações desses presidentes seguiam um padrão de modernidade que se iniciou na Europa,
no final do século XIX, e que tomou vulto no Brasil, a partir dos primeiros anos do século XX.
Esses governantes foram bem-sucedidos graças, principalmente, aos recursos advindos da
produção e expansão do café, que, após uma fase de dificuldades e queda de preços, recuperou
importância no mercado nacional e internacional, e aos seus dotes de bons administradores.
Esses políticos fizeram parte de uma oligarquia poderosa que se revezou no poder, do-
minando a política local durante toda a Primeira República, sobretudo Jerônimo Monteiro,
principal líder dessa fase.
José de Mello Carvalho Moniz Freire nasceu em Vitória, no dia 13 de julho de 1861. Estu-
dou no Atheneu Provincial de Vitória, tendo desde cedo demonstrado forte tendência para o
Peixoto,
jornalismo. Junto com os seus colegas de Atheneu, Afonso Cláudio e João Monteiro
fundou o jornal literário “A Aurora”. Em 1877 transferiu-se para Pernambuco, onde se matri-
culou no curso jurídico da Faculdade de Recife, um dos melhores do Brasil na época. Em Recife José de Mello Carvalho
Moniz Freire
continuou a pôr em prática sua vocação jornalística, criando o jornal “A Gazeta Acadêmica”.
z af ' / . . . c A : »”»
REGINA HEES / SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO
TOO
nsf eri u-s e par a São Pau lo, ond e se tornou redator chete Ea
Três anos mais tard
e tra da E
o curso jurídico, oras
Em 1881 conclutu
“Liberal Acadêmico”. Nunes, n a o no iá-
to com Clero
No dia 15 de março de 1882, jun consegu projeção fora ER
to - Esse jorna
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a “Província do Espírito San
vários intelectuais, entre eles Jo-
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gn s de
z Fre ire re ce be u elo gio
trabalho po de Moni a se chamar “Estado
Estado: O
da nto” passou
aquim Nabuco. Mais tarde “À p rovíncia do Espírito
do Espírito Santo. pau-
com Co latina de Azevedo Muniz, filha de
Ercire constituiu família, casando-se
listas, com quem teve 9 filhos. e TER e
Ao longo da segunda metade do século XIX, várias reivindicações do Espírito Santo,
governo imperial.
cadas cobretudo à economia provincial, vinham sendo negadas pelo
nando a
Diante
IJJalite disso, Moniz Freire enviou ao imperador uma série de sete cartas, exter
QUIS.
nis
A REPÚBLICA E O ESPÍRITO SANTO
ist meses
meme
metem —
o 49
gi ão foi| beneficiada
cnettad Mi por um período
«4
de prosperidade, graças aos bons preços do
café e ao
ve ume de exportações desse produto. Em 18
foram exportados 21.763.930 quilos, ; um
número recorde.
gundo Carlos Teixeir o
des Carlos Teixeira, o Programa de Freire visava a transformar Vitória num grande
centro populacional e comercial, de onde seria expo
rtada a produção, sobretudo de café, das
regiões proximas inclusive parte de Minas Gerais.?
Freire procurou entrar em contato
com Afonso Pena, então presidente de Minas, para
juntos estudarem problemas ligados aos dois esta
dos. Um dos principais projetos discutidos
pelos dois presidentes foi a construção de
um a estrada de ferro unindo Minas e Espírito
Santo. Desse entendimento resultou a assinatur a, em Vitória
, do convênio para a construção
)
da citada ferrovia, cujas obras começaram em seguida.
Durante o governo Moniz Freire, o estado contraiu o primeiro emprés
timo externo,
no valor de 17.500.000 francos franceses, para a construção da Estrada de Ferro Sul do
Espírito Santo, que ligaria Vitória a Cachoeiro de Itapemirim. Quando foi proclamada a
República, já existia a Estrada de Ferro Caravelas, que unia Cachoeiro a Alegre.
Seguindo a outra meta do seu governo, Freire promoveu a introdução de 20.000 italianos
direcionados para a lavoura.
A prosperidade advinda da boa fase da produção e comercialização do café tinha reflexos
em toda a vida econômica do Estado. O comércio, de um modo geral, prosperava. Vitória e,
sobretudo, Santa Leopoldina, importavam diretamente da Europa manufaturados, enlatados,
bebidas erc. A boa fase econômica permitiu a realização de obras como o teatro Melpômene,
inaugurado em 1896, construído em pinho de riga, no largo da Conceição, atual praça Costa
Pereira, que comportava 1.200 pessoas. ,
Foram também estabelecidos contratos para a construção de um engenho central em
Itapemirim, e de fábricas de tecidos em Vila Velha e Benevente. .
Nesse período foi inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, 42 Campos Junior
entre o porto de Argolas, fronteiro à capital, e a então vila de Viana. | lt
| plantou também a navegação a vapor no rio Doce, feita por pequenas Vitória, Secretaria
oniz Ereire
Mania Freire im
embarcações, que ficaram conhecidas como “gaiolas”, para o transporte de carga e passageiros.
cipal de Cultura c
>
mo. 1996, p. 148.
REGINA HEES / SEBASTIÃO PIMENTEL FRANC o
o escoamento da
[sso trouxe muitos benefícios para os habitantes da região, contribuindo para
la e facili tando a comun icaçã o com regiões até então isoladas.
produção agríco
10.000 habitantes, imprensada
Vitória, nessa época, era uma pequena cidade, com cerca de
ampliar sua área de ocupação a fim
entre as montanhas co mar, com poucos meios disponíveis para
saneamento continuava propiciaro
de suportar a expansão populacional. Além disso, a falta de
a serem enfrentados. No
aparecimento de epidemias, que faziam muitas vítimas. Eram problemas
a solução seria a extensão
que diz respeito à ampliação da área urbana, pensou Moniz Freire que
objetivo, encarregou o
da cidade em direção às planícies situadas a nordeste da baía. Com esse
estudar o assunto. Essa
engenheiro sanitarista Saturnino de Brito de presidir uma comissão para
o Novo Arra-
comissão decidiu que fosse elaborado um projeto para a construção de um bairro,
novo bairro
balde, que ocuparia uma área equivalente a cinco ou seis vezes a área da capital. O
com
seria ligado por trilhos de ferro à parte antiga de Vitória. Embora a cidade não contasse ainda
trânsito de veículos, o projeto era uma obra-prima de urbanismo, com amplas avenidas e ótimas
condições de tráfego. Foi previsto o saneamento de toda a área, assim como O fornecimento de
água e iluminação a gás. Porém, com a crise que se instalou no Espírito Santo em consequência
da queda dos preços do café, as obras na capital foram paralisadas e a área destinada ao Novo Ar-
rabalde não recebeu nenhuma infra-estrutura: construiu-se apenas uma estrada ligando o bairro
ao Centro. O Novo Arrabalde só receberia estímulos para a sua ocupação na década de 1920,
durante Os governos de Nestor Gomes e, principalmente no governo de Florentino Avidos, que
construiu o serviço de canalização de água potável e calçou e drenou ruas e avenidas, despertando
o ritenesse pela ocupação da área. Para isso contribuíram o progresso econômico e o aumento
populacional que ocorreram naquela época.
Em 23 de maio de 1896, Moniz Freire deixou à presidência do Estado. Em julho do mesmo
E Rap Issã do Estado, sendo sucedido no governo
ça para desempenharalta comissão
por Graciano dos Santos Neves.
A REPÚBLICA E O ESPÍRITO SANTO
51
RR o e pa e
, muito distante da que ele encontrara no início do
seu primeiro governo: forte seca se abatia sobre o Estado, caíam tanto o preço do café quanto o
volume da produção. Diante dessa difícil situação financeira, decidiu-se que o Estado pediria
moratória aos credores estrangeiros.
Para atravessar a crise, Moniz Freire estabeleceu um regime de austeridade e cortes nos gastos
públicos: fechou escolas, reduziu a força pública, reduziu o número de funcionários, tornou mais
à continuação
eficiente a arrecadação de impostos. Mas, apesar dos cortes nos gastos, autorizou
que as obras levariam a estrada
da construção da Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, alegando
verbas com essa destinação, oriundas
até as zonas de produção mais importantes e que existiam
de empréstimos feitos na França pelo seu antecessor.
1902, a situação econômi ca deu sinais de melhoras com o aumento da produção de café.
Em
Moniz Freire poucas obras consegui u realizar durante o seu segundo mandato.
Entretan to,
quando assumiu o vice-presidente eleito, Argeu
Ele deixou o poder e m 23 de maio de 1904,
dim , no imp ed imen to do coro nel Hen rique da Silva Coutinho, que só assu-
Hortêncio Monjar
miria o poder no dia 11 de julho.
a
Mo ni z Fre ire deixa o gov ern o mas permanece na vida públic
41.2
r ao jornalismo: no jornal
ando a se de. dica
10) í | 1 4re deixo
u,o senado,
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P ass
publicou artigos, sob o pseudônimo
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Pratarias e crista;
Stais.de,Além
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A REPÚBLICA E O ESPÍRITO SANTO
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infant.
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ce nt ro de at ra çã o . Pe lo de cr et
ornou-se do es ta do
criador dos sí mbolos da mesma data, Insti-
imo Monteiro for o de cr et o nú me ro 45 6,
ituído o Grande Selo; o | iden| cial.
etembro de 1909, foi “nst ze mb ro de 19 1 0, 0 Distintivo Pres
Estado; co de 5 de de
vo Escudo das Armas do ia”. Segundo a historra iadora
me sm a div isa do Estado: «Trabalha e conf
Loss simb
mo olkos
bol tra zia m a
ins pir ou- se nu ma fra se aprendida com os jesuítas
tei ro
: Stella 1a Q de Novaes, Jerônimo Mon pe nd es se de ti; confia como se tudo
lha , co mo se tud o de
To Co
'o São Luís, em Itu: “Traba e rosa. Eram as cores de um
os símb olos traz iam as core s azul
“e de Deus”. Todos m Era
o na campanha republicana.
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fabricação
ilha de defhonte ] hollandeza. A descarga dos exgottos, é feita fóra do
ral e as derivações são dei nan do forte de São João, havendo em pontos convenientes
bahi às
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nidos de bombas para a elevação das materias ao nivel necessario
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Criou
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o Segurança Pica Ts e canais, remodelou o serviço policial,
Fomentou também o e stab
recendo finan elec| imento de indásera cteforma no Quartel Cent
ciamento ral de Polícia.
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59
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aregião de Cachoeiro de Itapemiraim concentrou
num nascente pólo industrial. . Todas
Lodasas indú
Itapemir
valale Édo ida im ,recebia sia das oia indússtri
tri as do
política io io elétrica da hidrelétrica de Fruteiras, como também já foi dito.
liar de Jerôni
dito
v
Bernardino Monteiro nimo Monteiro foi marcada pelas desavenças com seu irmão
Es do da escolha d q ue Egover nou o Estado de 19164 1920. Essas desavenças se exacerbaram
uan a do ca A = É
q dino ind; ndidato à sucessão de Bernardi no na chefia do governo do Estado.
2
mn A.
Bernardino E para sucedê lo Henrique Novaes, seu sobrinho e desafeto de Jerônimo.
Pops ss Jerônimo fez a indicação de Abner Mourão. Não concordando com essa indicação,
Bernardino entrou em guerra declarada contra o seu irmão, chegando inclusive a demitir todos
os funcionários que este havia nomeado.
Membros da oligarquia tentaram mediar o conflito, o que, a princípio, foi conseguido. Os
irmãos chegaram a um acordo quanto a indicação de um novo nome. O escolhido foi Nestor
Gomes.
Esse acordo inicial, no entanto, acabou sendo rompido em razão da atitude de Bernardino,
que continuou demitindo do governo os amigos de Jerônimo, que então, desistiu do acordo e
lançou a candidatura de Abner Mourão. Graças ao controle do voto de cabresto, o candidato de
| e edu
Bernardino, Nestor Gomes, foi eleito.
pelo Congresso Legislativo,
Vencedor das eleições, Nestor Gomes precisava ser reconhecido
onde Jerônimo possuía maioria.
tiros ocorreu entre os grupos antagônicos. O
À disputa chegou às vias de fato: até t rocaacede
Epitá cio Pessoa reconheceu Nestor (Gomes como
caso só foi encerrado quando o presidente
governador eleito.
rôn imo Mon tei ro foi a destruição de templos antigas
Um ponto negativo do governo Je par a a construção de novos edifícios. As-
valor his tór icoe ,
obras de arquitetura de inigualável Pal áci o, par a a ampliação desse edifício. O
El
: a igreja de São Tiago, a
ão T i nexa a a i
Sim, . desapropriou E dado em 1591, foito o remodelado, per
dendo a sua forma
antigo convento do Carmo, funda RAE ção do edifício da Assembléia
Original. À igreja da Misericó! la simos apenas pouco exemplos. Para alguns,
oucos
ln ed Ed
Palácio. Isso o p para
Legislativa, em frente ao
REGINA HEES / SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO
60 CU
c ficável
tentado inquali , cometido contra os testemunhos históricos da cidade
, um erro
“foi o1 um atent c
»49
sacrílego, que germinaria frutos amargos
e arquitetos de então não tinham os critérios
A seu favor temos a dizer que os governantes
históricos e os valores artísticos atuais.
Jerônimo de Souza Monteiro deixo u o governo no dia 23 de maio de 1912. Dedicou-se
? ?
à advocacia e depois ao comércio, com uma papelaria, e | a tipografia Santa Helena. Ainda em
1912, foi nomeado representante da Fazenda Nacional junto à Inspetoria dos Portos, Rios e
Canais. Em 1913, elegeu-se deputado estadual; em 1914, deputado federal e, em 1918, sena-
dor Novamente candidato ao senado em 1927, foi derrotado. Mas, em 1933, elegeu-se outra
vez deputado federal. Não chegou a exercer o mandato: faleceu, no Rio de Janeiro, no dia 23
de outubro daquele ano.
Como última homenagem a Jerônimo Monteiro, o desembargador Augusto Botelho,
presidente do Tribunal Eleitoral, não quis receber oficialmente a notícia do óbito, a fim de que
pudesse entregar o diploma de deputado ao procurador do Dr. Jerônimo.
Para muitos, Jerônimo Monteiro foi um dos maiores políticos e administradores que o Esta-
do do Espírito Santo conheceu. Outros o criticam abertamente por considerarem que as obras
realizadas em seu governo descaracterizaram a beleza colonial da cidade de Vitória. Políticos
de seu tempo foram também ferozes ao criticá-lo, sobretudo pelos empréstimos que assumiu
pelo domínio oligárquico com que comandou à política local, em parceria com seus irmãos
n
%ernardino Monteiro e, principalmente, com o bispo Dom Fernando de
Souza Monteiro. Dom
D
“ar:
pela le; 638, de 21 de dezembro de 1909, o governo estadual emitiu títulos da dívida pública num à
é
valor total de 4.000:000$000 (quatro mil contos de réis). As receitas previstas no orçamento de &
1908 eram de 2.403:056$401.7*º
Em 1908, as dívidas contraídas por Jerônimo Monteiro alcançavam a cifra de 24.000:000$000
(vinte e quatro mil contos de réis), dez vezes as receitas fiscais do exercício.
Ele deixou o governo como chefe político incontestável do Espírito Santo, tendo feito o
seu sucessor, Marcondes Alves de Souza, que recebeu a árdua tarefa de administrar um Estado e. |
endividado. Florentinc
g
,
de Janei
Rioarem ro. Era prátic a comu m de — sppejui as.1995 ,p.159.
parasese noinici
os ando-
Para o Brasil aos 11 anos de ida de, e, , r radic o. dade
na ativi comercialli junto a
famílias portuguesas enviarem seus filh
REGINA O HEES
=
/ SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO
me
62
da Silva em sua obra
mc aponta Marta Beatriz Nizza
os aqui no Bras
il, conforme . Janeiro, trabalhou no comércio, embora sua
colonial. No
rua ie par
ld tlno Brasil
A
abel, uma O
moç a de família de classe média alta que se havia
conheceu lz ela.”
re 4 música;
om ia pe l 1 Sor bon | em Paris, e casou-se com
ne,
, em Matematica « Astron
an te e da s co nd iç ões quea família de Izabel poderia oferecer
com er ci
| pesoar de prosperar como Im | pé ri o, re so lve u jun | ias às da
tar suas econom
cer na capital do
| nara se estabele
li za da no in te ri or do Rio de Janeiro.
ca
m
nda Graciosa, lo
Cas
vida profissional
“ entre aquela cidade e O
Espírito Santo. À doença era
faleceu. Com isso, isa incurável e Henriqueta
Florentino pen sou em se mudar
para o Rio de Janeiro, mas foi convencido
a mudar-se para Vitória,
Na época do governo de Nestor
Go mes, por convite, passou a chefiar o setor
Melhoramentos de Vitória. do Serviço de
Foi indicado para suceder a Nestor
Gomes n o governo do Estado, resolvendo um grande
impasse na convenção do Partido Re
publicano, extremamente dividido quanto à indicação do
sucessor. À escolha de Florentino Avi dos pegou
a todos de surpresa e serviu para unir os Monteiro
e evitar uma disputa entre eles para indicar um candidato.
Em 23 de maio de 1924, assumiu
o governo do Estado, até junho de 1928, quando encerrou seu manda
to fazendo seu sucessor.
No ano seguinte, foi eleito senador da República, mudando-se para o Rio
de Janeiro. Com
a deposição de Washington Luiz, a instalação do governo provisório e o fechamento
do Con-
gresso Nacional, extinguiu-se o seu mandato de senador, terminando, assim, a sua vida política.
Sem espaço com os novos donos de poder, Avidos ficou isolado, no ostracismo, sem con-
dições nem mesmo de desenvolver seus projetos como servidor do Ministério da Agricultura,
Viação e Obras Públicas, tendo sido colocado em disponibilidade remunerada.
Começou então a passar por graves dificuldades financeiras. Transferiu-se para a cidade
de Campos, no Rio de Janeiro, onde viveu em um modesto hotel. Passou a receber, de forma
velada, ajuda de seus filhos, que já eram adultos. Em Campos, levou uma vida que não o satis-
fazia. A perda dos filhos Moacyr, em 1932, e Silvio, em 1945, abalaram-no profundamente.
Morreu em 1956, no Rio de Janeiro.
Como já vimos anteriormente, O período de 1924 a 1928 foi um dos mais prósperos
do Espírito Santo. A exportação de café estava a todo vapor, possibilitando a entrada
de grandes divisas. Economicamente, o Estado se estabilizava e, com os recursos prove-
nientes sobretudo da exportação do café e da madeira, muitas obras públicas puderam
ser realizadas.
TT
REGINA HEES / SEBASTIÃO PIMENTEL FRAN
CO
64 ———
|
tudo. melhoramento s na capita
l do Estado. dedicou-se à
co mu ni ca çõ es ent re as di versas regiões do Estado,
Procurando facilitar as Via na construção de uma rede h ro-
est ada s de ro da ge m. E ii
construção de inúmeras pontes € itiria melhor
entre uma região e outra, O que perm
doviária a possibilidade de interligação ia e O desenvolvi-
escoamento da produção das dive rsas regiões, incrementando a econom
Importantes, quer
cinco estradas. Às mais
mento do Estado. Construiu trinta e
ões econômicas, foram: Vitória
por sua extensão ou por interligarem prósperas regi
ria, Baixo Guandu
à Cariacica, Cariacica a Santa Leopoldina, Santa Teresa a Vitó
unicação
a Afonso Cláudio. Quase todas as regiões do Estado passaram a ter com
entre si. Convém destacar que a construção dessas estradas possibilitou o povoa-
mento de regiões que viviam isoladas.
Sua preocupação com a ocupação de territórios isolados e despovoados era tão
grande que criou os já caos “caminhos de penetração”, que tinham por objetivo
Dada a configuração do Espírito Santo com extenso litoral onde vão ter diversos rios franca-
mente navegáveis por pequenas embarcações e a cujas margens já encontramos vários centros de população,
com o seu desenvolvimento retardado em grande parte à falta de meios de transportes regulares, o serviço de
navegação interior, e o de pequena cabotagem se apresentaram dignos de atenção.
grande extensão, atingindo
Nosso estado apresenta uma faixa litorânea que se prolonga para o interiorem
sinuoso dos rios nessa faixa, esses
amais de 30 kcilometros em alguns pontos. Dada a fraca declividade e curso
por vegetação fluctuante que chega ao
são sujeitos a obstrucção com madeiras das matas E marginaes ligadas , s2
nto das águas.
ponto de impedir a passagem de embarcação e o livre escoame
gação (como
ruir rios, abrir canais, criar linhas . de nave ..
im, preocupo
Ássi u-se em desobst
a a Benevente e a do rio Doce) e adquiriu
a São Mat eus , Vit óri
as que ligavam Vitória
cargas €pessoná
barcos para o transporte de rentino Avidos. Existiam as linhas que
eram
paç á de
ão Flo
A telefonia foi out ra pre ocu esse
arrendada sa particulares. Para melhorar
administradas pelo governo € às e ala ral nas linhas, che gando a substituir a
sistema de comunicação; fez uma Teen ação ee icas que se apresentavam em estado
"ais teletônica
bre; [ remodelou centra
52 Espírito Santo (Esta-
fiaçã o de ferro por cobre; o. .
“avestimento na rede ni
telefônica, no ano de do). Presidente (1924-
66
etudo para a
difícios públicos, sobr
tino Avidos da construç oram construídas ou reformadas,
Não se descutdou Floren tas edificações f
ensino. Muit m, OS grupos escolares de Santa Teresa,
instalação de estabelecime ntos de Itap emir i
pd a
,
teiasro)de
coo mo em Cachoeiro iro
colégio Pedro Palácios, de
de
a Itape mirimorc(G.
s),
din
narola
E. asBerEsc s o Rci
Monmid
Cláudio, Itapemirim, Cac hoe na
Vegre Afonso l Oie Gas Via
Castelo (G. E. Nestor
Mun) (G. E. Marcondes de Souza), ginas €
Pau Gigante,
Vi im Baixo Guandu, Santa Leopoldina,
de Paulo (Vitória). executá-
governo Te alizou as maiores obras. Para
Foi, entretanto, na capital do Estado que seu o de diretor era
las, deu grande importância ao Serviço de Melhoramentos de Vitória, cujo carg
ocupado por seu filho Moacyr Avidos.
Engenheiro de formação, Florentino Avidos tinha uma visão de progresso, de evolução, | de
.
estar à frente. Entendia que a cidade de Vitória estava muito atrasada para a condição de capital
justifica o porquê desse atraso e expõe seu pensamento de como visualiza a cidade, ao fazer a
seguinte declaração:
Ascrises advindas após 1912, não permitiram à construção de obras necessárias para o desenvolvimento da nossa
Capital e nem ao menos, a regular conservação dos grandes serviços de abastecimento de água
> ”
esgoto e eletricidade
o
e viação urbana.
CAPÍTULO V
R E P Ú B L I C A E O “ESFORÇO”
A PRIMEIRA ZAÇÃO
OLARI
PELA EXPANSÃO DA ESC
O otimis
“ mo pedagó
| gico que tom
tom ou conta do país foi, sem dúvida, responsável pelo aume
| de vagas nas escolas primárias. nto
o início da Rep
cpub
úbllica
ica,ue perm
entre os graves problemas o Beav: a as S autori| dades governamentaisis aa idéi
idé! a
de que,
Eia. as que o Brasil atravessava . ã
'orimportânc Para solucioná-] nn
is sérios e d€
ignatários do Manifesto dj Pie O, acreditava-se que era
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reformas educarians . ' d terar O
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| clas acionai s que comb e tetrógrados métod os de educação
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de ensino. | mo modelo artificial e verbalista que prevalecia º RO
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educacional popolitica
Uca cmpm favor
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da am Lars
4“CGONaI como base da Orpani D) lação e melho ss0
al, err aad; . ria. da escolarização, que via O proce lo
S BA DIZAÇ dO soci
Icar o analfabetismo,
ç
e ; visto como cute
obstác!
69
lin ha q ue co me ça va a
uma Presidente do Estado, Co-
Esse governante seguia vaç ão” par a Os males que afligiam o país. ronel Henrique da silva
de sal
po »
“tá bua
viam na instrução a
em 7 de se-
CC A
É
.
-
Coutinho,
tembro de 1907. Victória,
da cultura geral,
mentos
an to possível os ele
in di sp en sá ve l ampliar tanto qu para exercer
Papelaria e Typographia
der nocraticas é passa aprender epr
eparar-sé
Nelson Costa, 1907
, p. 2.
Nas sociedades me nt os de in strucção onde o povo
le ci
as de estabe
alargand o os programm s o que a Republic
a lhe concede. 56 Ib.
de di re ito
érios
com capacidade e crit
70 +
s de ensino
co mm |
um a tod os, e assim dos estabelecimento
ias, dizer, os elementos
de ser d as escolas primár e resumem, por assim
A cultura geral é a razão das hu ma ni da de s qu
idade se dedic a ao
estudo
«ccundário, onde a moc
= a
essenciais da educação.
eres à aço
com às ref orm as, est aria sendo garantido a no
No entender desse govern ant e, sta om a uma
de 190 9 do ins or geral de ensino, em 190 e
pet
De acordo com o relatório requência
52. 245 cri anç as em ida de esc ola r. Só 10% estavam manero as ef
população de pulação
épo ca, pre val eci a um sis tem a dua l de ensino, em função do quala po
era de 7%. Nessa to as elites
re tin ha ace sso ape nas à ins tru ção pri már ia e, quando muito, à secundária, enquan
pob l e real:
exis tia uma outra situação, ainda mais crue
tinham acesso ao curso superior. Para Soares,
Dessa forma, evidencia-se que o novo ensino de que falava Jerônimo Monteiro só era facul-
tado, em verdade, às elites ou a setores da classe média urbana.
| o Ea viesse aumentando o número de crianças que passavam a ter acesso à escola
primária,
primár deve-seadmitira
- procedência
ênci das constatações
a de Soares. O próprio sucessor de Jerônimo
Monteiro, Marcondes
ivesse elogiado Alvesde desouSouza,
o esforço ais embora emÊ sua M ensagem ao Congresso do Espírito
fã Santo
ecessor e a rmado que continuaria se esforçando
: cada vez
“mu Nine done mais para ampliaro acesso a esse tipo de i
nstded
em 3 je dezembro de ução, informava que as escolas iso ladas do interior,
Instr ã 1 €
71
err es and o a çõ q
um ensino de boa qualidade.
livros e de objetos escolares”*. Na prática, efetivamente, não colocou em ação esse ideal.
fato de serem seus ante
sores membros das olij
República conti-
Não obstante a ação dos governantes, a oferta de escolarização na Primeira quias das quais fazia pa
nuou insuficiente: em relação à população do Estado, não passava de 3,8% para matrícula e de Jeronymo Monteiro,
governou de 1908 a 19
matrícula
apenas 2,6% para frequência; em relação à população escolar, chegava a 13,4% para eraseuirmão e Marcor
Alves de Souza, seu tio
ea 11,89% para frequência.
na questão do ensino:
Durante o governo Nestor Gomes (1920-1924), pouca coisa se alterou 61 Mensagemapresent
Á lificação de de p pessoal
rurais, de qualificaç
continuaram os problemas da falta de professores nas áreas ao Congresso Legisla
do magi stér io, da falta de equi pame ntos , ao lado da Santo, em 12 de outu
| |
2 ê
concerne à educação.
72 REGINA HEES / SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO
Foi uma época significativa para a educação, em relação não só ao número de novas escolas
62 Mensagem final apre- mas também ao de alunos que lograram ter acesso à escolarização primária. O Estado passou a
sentada pelo Exmo. Sr. ter, em 1924, 455 unidades escolares, para um total de 22.121 alunos matriculados e 15.525 de
Presidente do Estado do
E
frequência (8.686 meninos e 6.839 meninas).”
O governo Aristeu Borges de Aguiar (1929-1930), apesar de se ter encerrado antes do final
do mandato, devido à eclosão da Revolução de 30, registrou também reformas na educação,
Le 3,315
64 Ib.
A REPÚBLICA E O ESPÍRITO SANTO
e
DE ————=em
73
aà sa s 2atitudes,
nçEão. Essa
,
74
subve
através desivo
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rescimen presex da escolarização, entre
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Foi também apoi ul n cr
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conjunto, tiveram crabalho,
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—
4.826
6.204
X
190
1911
8.974
12.828
289 15.802
E
22.448
37.642
49.313
1929 1001
Marias. Poucas eram as escolas existentes, o que dificultava muito o acesso da população mais
pobre a esse tipo de instrução. Somente as famílias mais abastadas tinham condições de enviar
«eus filhos para cursar escolas superiores nas outras cidades.
Se, por um lado, não temos como negar que quantitativamente houve uma ampliação da oferta
(“e escolarização primária, por outro, podemos afirmar com certeza que qualitativamente pouca
coisa mudou com o advento da República.
As escolas das áreas mais urbanizad
adas ef etivamente eram as que poderiam oferece
E r um enst-Ê
no ae melhor qualidade por Í
ess
jualificado.
A
áreas Interioranas ficaram entregues
à própria sorte. Nelas, o ensino continuou sendo
rs ró .
CAPÍTULO VI
O PROCESSO IMIG
RATÓRIO NO ES PÍRITO SAN
TO
É Í anos no Brasil
rasil. .“* Mas sea
de. op. cit. p. 257.
introdução dos açori do mesmo século.
gra tór io; , q ue só foi retomado em mea dos
no processo imi
681b.
REGINA HEES / SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO
Do
76 o
A chega 580 imigrantes poloneses em 1872, erece enfoq ue especial pois da França no Brasil. Por suas cont
foram an dedos canoas para Santa Leoopoldina, e lá divididos n quatro mestiçagem no Brasil estava a de «
compras
REGINA HEES / SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO