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FACULDADE MADRE THAIS

CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: HERMENEUTICA JURÍDICA
DOCENTE: PAULO BOMFIM

ERIKA P RIBEIRO DE ANDRADE


JÚLIA FERNANDA DA SILVA LINO

RESENHA CRÍTICA: OS PRINCÍPIOS E MÉTODOS DA MODERNA


HERMENEUTICA CONSTITUCIONAL (MHC)

ILHEUS
2020
RESENHA CRÍTICA: OS PRINCÍPIOS E MÉTODOS DA MODERNA HERMENEUTICA
CONSTITUCIONAL (MHC)

Trabalho apresentado na Disciplina de


Hermenêutica Jurídica, no 3º semestre do
Curso de Direito na Faculdade Madre Thais.

Prof. Paulo Bomfim

ILHEUS
2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14
2 DESCRIÇÃO DO ASSUNTO........................................................................ 15
3 APRECIAÇÃO CRITICA........................................................................ 15
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 16
5 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 17
6 ANEXOS............................................................................................................. 18
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1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata dos princípios e métodos da Moderna Hermenêutica
Constitucional (MHC), mostrando também a sua evolução, com base no texto de Rodrigo
Eustáquio Ferreira. Para tal, faz-se necessário pontuar que a Constituição Federal é a lei maior
de um Estado, sua importância é permitir que a sociedade se organize e se estruture no
território de um país orientado a buscar o bem comum e a garantir os direitos daqueles que o
formam. Assim, conhecer a Constituição é algo necessário à todos.

A Hermenêutica Constitucional se propõe a estudar, os princípios, os métodos, e


compreender os institutos da Constituição para colocá-la diante da sociedade, buscando
determinar o sentido e o alcance de suas expressões. A interpretação constitucional é um dos
mais importantes tópicos da teoria constitucional e muito do que se afirma nessa seara revela
como a Constituição é encarada pelo teórico constitucional.

Todos os ramos do direito fazem uso da hermenêutica tradicional, que incluem os


métodos filológico, histórico, sociológico, sistemático e teleológico. De acordo com Savigny,
esses métodos deveriam ser aplicados em conjunto para se encontrar o verdadeiro sentido das
normas constitucionais. Essa ideia de encontrar o real sentido das normas, contribuiu para o
surgimento de novas teorias da interpretação constitucional, muitas delas baseadas na ideia de
concretização, contrária ao padrão hermenêutico clássico.

A tese é moderna e decorre das inevitáveis transformações passadas


pelo constitucionalismo moderno, donde, após as duas grandes guerras, evidencia-se o caráter
social das Constituições, ressaltando-se os direitos e garantias fundamentais. Com isso
surgiram três correntes doutrinárias no intuito de diferenciar a Hermenêutica Constitucional
da Clássica (a tese da diferença intrínseca, a tese da igualdade total e a tese da igualdade com
particularidades). Esta última, dirigida por Konrad Hesse, vem se destacando no Brasil onde
os seus princípios são sempre citados pela doutrina e jurisprudência que se referem a temas
constitucionais, partindo daí o que chamamos de moderna hermenêutica constitucional.
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2 DESCRIÇÃO DO ASSUNTO

A presente resenha versa sobre a Moderna Hermenêutica Constitucional e tem


como objetivo demonstrar de forma breve os princípios e métodos utilizados pela mesma,
para assim compreender e aplicar o conjunto de leis que organiza e rege o país.

Dentre os métodos de interpretação constitucional, Método Hermenêutico-


Concretizador, Método Tópico-Problemático, Método Científico-Estrutural e Método
Normativo-Estruturante.

Quanto aos princípios, via de regra, são citados os seguintes: Unidade da


Constituição; Concordância Prática; Conformidade Funcional; Efeito Integrador; Máxima
Efetividade; Força normativa da constituição e Interpretação conforme a constituição. Além
da análise através da apreciação crítica de outros doutrinadores, o trabalho exposto apresenta
também a apreciação por parte dos alunos, onde, foi relatada a importância de tal instrumento
jurídico (hermenêutica constitucional), assim como, a contribuição do tema para o
desenvolvimento para o conhecimento acadêmico na área jurídica.

3 APRECIAÇÃO CRÍTICA DE OUTROS DOUTRINADORES ACERCA DA


MODERNA HERMENÊUTICA JURÍDICA (OPINIÕES E ANALISES DOS
PRINCÍPIOS E MÉTODOS DA MODERNA HERMENÊUTICA
CONSTITUCIONAL)

PRINCÍPIOS DE HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL

Diversos princípios foram desenvolvidos pela hermenêutica constitucional no


sentido de estabelecer parâmetros interpretativos racionais e razoáveis a respaldar a atividade
do exegeta no descobrimento do real sentido atribuído à norma. São diversos os princípios
que norteiam a interpretação constitucional, tais como o princípio da unidade da Constituição,
do efeito integrador, da máxima efetividade, da justeza ou conformidade funcional, da
concordância prática ou harmonização, da força normativa, da interpretação conforme a
Constituição, da presunção de constitucionalidade das leis e da proporcionalidade ou
razoabilidade.
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Os princípios também são utilizados no momento da realização da interpretação


constitucional, destacando-se os seguintes adotado por CANOTILHO:

PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO- segundo o qual as normas


constitucionais não devem ser vistas de maneira isolada, mas sim interpretadas em sua
globalidade. segundo o qual, ao procurar soluções para os conflitos jurídicos, deve ser dada
preferência àqueles que favoreçam a integração social e à unidade política.

PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE- que aduz que a norma


constitucional deve ter a mais ampla efetividade social.

PRINCÍPIO DA CONFORMIDADE FUNCIONAL- tem como finalidade


impedir, a alteração da repartição de funções (competências) constitucionalmente
estabelecida.

PRINCIPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA- ou da harmonização, segundo o


qual os bens jurídicos constitucionais deverão existir de forma harmônica, na hipótese de
eventual conflito entre eles, buscando assim evitar o sacrifício de um princípio em detrimento
a outro.

PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA- deve-se dar prioridade às soluções


interpretativas que, compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitem
a atualização normativa, garantindo-lhe eficácia e permanência.

PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE- que aduz


que as normas devem ser interpretadas seguindo critérios de equidade, bom senso, ideias de
justiça, prudência, moderação, entre outros.

Outro tópico importante a ser colocado é no tocante à mutação constitucional. A


mutação constitucional não é uma alteração física no texto normativo, mas sim uma alteração
no significado e no sentido interpretativo de um texto constitucional. O texto permanece
inalterado, sendo certo que a mudança ocorre na interpretação daquela regra enunciada. Segue
no anexo.

MÉTODOS DA NOVA HERMENEUTICA CONTITUCIONAL


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Podemos estabelecer métodos de interpretação pautados nos próprios princípios,


os quais serão utilizados como parâmetros para aplicação da norma jurídica ao caso concreto.

COLOCAR OS MÉTODOS

As teorias modernas de interpretação, no entanto, se mostram, segundo a visão do


autor, um sistema de maior eficácia na aplicação hermenêutica da interpretação
constitucional, sem que desprezemos os meios e atribuições clássicas e nem sem aplicar os
princípios modernos de maneira isolada e difusa.

Tratando dos métodos modernos de interpretação Rodrigo Eustáquio traz os


princípios gerais de interpretação, chamando a atenção para peculiaridades e importância de
cada princípio de maneira individual, mas trazendo uma visão sistematizada da aplicação
interpretativa hermenêutica em cada princípio aplicados de maneira conjunta; princípio da
unidade constitucional; princípio da concordância pratica; princípio da exaustão funcional;
princípio do efeito integrador; princípio da máxima efetiva da constituição; princípio da
interpretação conforme a constituição. Ou seja, o que o autor pretende não é impor ao leitor a
sugestão de que os mecanismos modernos são melhores que a maneira clássica de interpretar
a Constituição, o que se defende é a possibilidade de uma atuação mais integrante entre a
interpretação entre o interprete e a sociedade, demostrando normas que não são menos
complexas que os modelos clássicos, mas tem uma eficácia mas ampla e simplificada , ele nos
orienta a lembrar que “os membros do Poder Judiciário, principais intérpretes das leis e da
Constituição e responsáveis pela última palavra interpretativa, não são, em nosso sistema,
eleitos pelo povo. A legitimidade de suas funções decorre, portanto, de uma atuação séria,
escorreita, transparente e plenamente justificável (e justificada) em face das diretrizes
constitucionais. Como afirma Sanchís, citado por Pereira (2007, p. 170)”
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Hermenêutica é compreensão, é incidibilidade entre a interpretação, aplicação e


concretização da norma jurídica. No decorrer dos anos a hermenêutica ganha contornos
específicos no constitucionalismo, uma vez que a Constituição passa a ser o ponto de partida
da atividade interpretativa. A Hermenêutica Constitucional surge em decorrência da natureza
da norma constitucional, da sua supremacia em face das demais normas infraconstitucionais,
bem como do surgimento do sistema de controle constitucional dos atos normativos
infraconstitucionais, não se confundindo com a hermenêutica jurídica.
Muitos foram os avanços no campo da interpretação constitucional. Sem dúvida, a
hermenêutica constitucional abre novas possibilidades, uma nova compreensão, uma nova
construção da norma que é produto da interpretação do texto.
A Constituição precisa ser concretizada. Os direitos fundamentais nela dispostos
precisam ser efetivados, e isto ocorrerá por meio da hermenêutica. Apesar de não existir um
método que garanta uma correta interpretação, é possível uma interpretação, aplicação e
concretização da norma jurídica imersa na historicidade e faticidade, que trabalhe as questões
concretas de uma sociedade complexa.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OS PRÍNCIPIOS E MÉTODOS DA MODERNA HEMENÊUTICA CONSTITUCIONAL de,


Rodrigo Eustáquio Ferreira.

BASTOS, Celso Ribeiro. Hermenêutica e Interpretação Constitucional. São Paulo: Instituto


Brasileiro de Direito Constitucional, 1999.

6 ANEXOS

Um exemplo de mutação constitucional é o julgado do STF (HC 86.009 – QO,


Rel. Min. Carlos Britto), abaixo colacionado, que modificou o entendimento sobre a
competência para julgar HC impetrado em face de decisão de uma Turma Recursal,
determinando a competência do TJ:

“EMENTA: QUESTÃO DE ORDEM. HABEAS CORPUS CONTRA ATO DE TURMA


RECURSAL DE JUIZADO ESPECIAL. INCOMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. ALTERAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. REMESSA DOS AUTOS.
JULGAMENTO JÁ INICIADO. INSUBSISTÊNCIA DOS VOTOS PROFERIDOS. Tendo
em vista que o Supremo Tribunal Federal, modificando sua jurisprudência, assentou a
competência dos Tribunais de Justiça estaduais para julgar habeas corpus contra ato de
Turmas Recursais dos Juizados Especiais, impõe-se a imediata remessa dos autos à respectiva
Corte local para reinício do julgamento da causa, ficando sem efeito os votos já proferidos.
Mesmo tratando-se de alteração de competência por efeito de mutação constitucional (nova
interpretação à Constituição Federal), e não propriamente de alteração no texto da Lei
Fundamental, o fato é que se tem, na espécie, hipótese de competência absoluta (em razão do
grau de jurisdição), que não se prorroga. Questão de ordem que se resolve pela remessa dos
autos ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, para reinício do julgamento
do feito.”

Além da interpretação da própria norma constitucional, também devem as normas


infraconstitucionais ser interpretadas conforme a Carta Magna. Como exemplo dessa
interpretação, cito o artigo 198 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que aborda os
recursos no âmbito daquela legislação especial, com sua nova redação dada pela Lei 12.010
de 2009.
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