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A crise do Complexo Rural e o surgimento do novo complexo cafeeiro paulista- simultâneo ao processo de
substituição de importações- significaram o desenvolvimento do mercado de trabalho e a constituição do mercado
interno. Foi um longo processo que ganhou impulso a partir de 1850, acelerou-se após a grande crise de 1929 com
a orientação clara da economia no sentido de industrialização e se consolidou nos anos 50 com a internalização do
setor industrial produtor de bens de capital e insumos básico (D1). A partir daí completa-se o processo geral de
industrialização e se inicia o processo específico de industrialização da agricultura, qual seja, o de montagem do D1
agrícola e o do proletariado rural, que responderão pelo fornecimento de capital e força de trabalho,
respectivamente, para a nova dinâmica da acumulação de capital no campo. O novo centro dinâmico da economia-
a indústria e a vida urbana- impõe suas demandas ao setor agrícola e passa a condicionar suas transformações,
que vão conduzindo ao domínio dos complexos agroindustriais.(...)
É em São Paulo, particularmente no Oeste do estado, a partir de 1870, que encontraremos um novo regime de
trabalho- o colonato- a partir da incorporação das unidades familiares de imigrantes. O novo sistema, que foi
denominado de complexo cafeeiro paulista por Wilson Cano, não era nem monocultor nem latifundiário. O colono,
que era um trabalhador assalariado temporário (na época da colheita), produzia parte da sua subsistência na roça
familiar ao mesmo tempo que gerava excedentes de produtos alimentícios comercializáveis na própria região. Dessa
maneira, o complexo cafeeiro, ao contrário do complexo rural, criou um amplo mercado para bens-salário e permitiu
que fosse ampliada substancialmente a divisão social do trabalho. (...)
Mais importante que isso foi a demanda urbana que o complexo cafeeiro engendrou, como bem mostra
Cano. As necessidades comerciais e financeiras para a comercialização e a expansão das atividades agrícolas, a
necessidade crescente de novos meios de transporte com o deslocamento da produção de café do Oeste, bem
como a necessidade de novas máquinas e novos equipamentos (de beneficiamento, por exemplo) e de outros
insumos (sacos d juta, por exemplo) fizeram com que o complexo cafeeiro engendrasse fora da fazenda de café
atividades complementares como os bancos, as estradas de ferro, as fábricas têxteis, etc, atividades que foram, em
grande medida, financiadas pelos excedentes acumulados pelos próprios fazendeiros de café.
5-(Ação Afirmativa 2008) Os dados do Censo de 2000 não confirmaram a idéia do Centro-Sul brasileiro rico, mas
apontam para uma disparidade intraregional, bem como macrorregional, quando se compara essa região ao Norte e
Nordeste brasileiros. Acerca dessas disparidades socioeconômicas, julgue os itens que se seguem.
( ) O processo de industrialização no Brasil promoveu a diminuição das disparidades socioeconômicas interregionais.
( ) A atual dinâmica econômica do país, apesar do crescimento do produto interno bruto (PIB) de outras regiões,
revela uma concentração no Centro-Sul.
( ) O Norte e o Nordeste brasileiros são áreas agrícolas, estagnadas economicamente, com baixo índice de renda per
capita.
6-(Ação Afirmativa 2008) A economia brasileira tem como uma de suas características básicas o elevado grau de
internacionalização de seu sistema produtivo. Desde o início do processo de industrialização, mais particularmente a
partir de meados da década de 50, as filiais de empresas estrangeiras estabeleceram liderança em vários setores
industriais. Mais recentemente, os investimentos estrangeiros verificados na década passada
aumentaram ainda mais o grau de internacionalização do sistema produtivo brasileiro.
A. A. et al. Castro. (Org). In: Brasil em desenvolvimento I, Economia, tecnologia e competitividade. Rio de janeiro:
Civilização Brasileira, 2005, p. 295 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes.
( ) O aumento da integração do mercado interno foi promovido pela industrialização em substituição às importações
vividas anteriormente pelo país.
( ) Em cifras e volumes, a maior parte das exportações brasileiras ocorre com países da América do Sul devido às
barreiras alfandegárias impostas por países de outros continentes.
( ) Nos últimos anos, se assistiu no país a um aumento do protecionismo comercial como forma de incentivar a
modernização econômica, para facilitar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo.
GABARITO
2- C C C E
3-D
4- C C C E
5- E C E
6- C E E