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Relatório 3: Perda de Carga

Engenharia Civil
Raul Lima Ferreira

26 de março de 2021

1 Objetivo
O experimento tem o objetivo de analisar, para diferentes condições de vazão e diâmetro,
de um dado material (no experimento foi utilizado tubo PVC), a perda de carga em
condutos retos, comparando os resultados experimentais de perda de carga com os resultados
das curvas teóricas.

2 Materiais e métodos
A perda de carga foi aferida utilizando um circuito hidráulico fechado, onde o escoamento
pressurizado pode ser criado. O circuito é formado por:

ˆ Bomba;

ˆ Reservatórios;

ˆ Circuito com trechos lineares e conexões;

ˆ Registros para controlar vazão;

ˆ Medidores de pressão: manômetro diferencial de mercúrio, piezômetros;

ˆ Recipiente/reservatório para medição de volume;

ˆ Cronômetro.

No laboratório foram colhidos, para cada diâmetro de tubulação PVC, as leituras dos
piezômetros e manômetro de mercúrio, a variação de volume da água no reservatório e o
tempo. A tabela 1 contém as informações da tubulação, as tabelas 2 e 3 contém os dados
colhidos usando o manômetro de mercúrio, e nas tabelas 4 e 5 exibem os dados coletados
usando piezômetro.
De posse com as variações de volume de água no reservatório e tempo, determinou-
se as respectivas vazões. A partir da equação de Bernoulli e fazendo as considerações
necessárias, concluimos que para o piezômetro a perda de carga (∆h) seria dada por,

∆h = h0 1 − h0 2 (1)

onde h0 1 e h0 2 são as leituras dos piezômetros. E para o manômetro de mercúrio ∆h seria


dado por,

1
Dados da tubulação
DI (1/2") 16 mm
DI (3/4") 20,8 mm
Comprimento da tubulação 2 m

Table 1

Tubulação de 1/2"
Vazão (leitura no reservatório dh (manômetro de mercúrio)
H1 (cm) H2 (cm) t (s) h1 (cm) h2 (cm)
28,0 30,0 32,5 35,4 36,3
29,0 31,0 16,6 34,3 37,2
30,0 33,0 18,1 33,2 38,1
31,0 34,0 15,0 31,5 39,4
30,0 33,0 12,4 30,5 40,6
31,0 35,0 13,3 28,7 42,0
31,0 35,0 12,6 27,8 42,6
33,0 37,0 11,7 26,0 44,4
33,0 40,0 20,3 26,6 43,7
32,0 35,0 8,2 26,3 44,1
34,0 39,0 13,1 24,7 45,4
30,0 31,0 15,2 35,4 36,4
31,0 33,0 15,6 34,2 37,4
32,0 35,0 18,5 33,5 38,0
35,0 38,0 14,2 31,9 39,6
35,0 39,0 16,3 30,6 40,5
35,0 40,0 17,2 29,3 41,6
37,0 43,0 19,4 28,2 42,6
37,0 42,0 14,6 26,9 43,7
36,0 42,0 15,4 24,7 45,6
30,0 31,0 21,7 35,7 36,2
30,0 34,0 39,3 34,8 37,0
31,0 36,0 29,2 33,0 38,5
32,0 36,0 20,0 32,4 39,1
34,0 40,0 29,4 32,5 39,0
34,0 38,0 19,5 32,0 39,5
34,0 41,0 25,1 29,8 41,9
34,0 40,0 18,4 25,7 44,8
35,0 40,0 15,2 27,8 43,1
35,0 40,0 13,8 26,5 44,2
36,0 43,0 18,8 26,3 44,5
36,0 43,0 17,7 24,7 45,8

Table 2

g(γHg − γH2 O )
∆h = (h1 − h2 ) (2)
γH2 O

2
Tubulação de 3/4"
Vazão (leitura no reservatório dh (manômetro de mercúrio)
H1 (cm) H2 (cm) t (s) h1 (cm) h2 (cm)
31,0 35,0 25,9 35,1 36,4
33,0 37,0 18,6 34,6 36,9
35,0 39,0 14,4 33,8 37,7
36,0 40,0 12,1 33,1 38,3
33,0 39,0 16,7 33,0 38,2
36,0 41,0 13,0 32,6 38,7
33,0 39,0 14,0 31,8 39,4
30,0 33,0 30,9 35,4 36,1
30,0 32,0 19,9 35,5 36,2
33,0 36,0 14,9 34,8 36,8
33,0 36,0 13,2 34,5 37,1
37,0 41,0 12,8 33,5 37,8
36,0 41,0 15,5 33,4 37,9
35,0 41,0 14,8 32,5 38,8
37,0 40,0 7,3 32,7 38,5
36,0 41,0 11,3 31,9 39,5
36,0 45,0 14,9 31,8 39,4
34,0 35,0 10,5 35,6 36,0
32,0 34,0 14,5 35,4 36,5
35,0 39,0 15,5 34,5 37,3
36,0 40,0 13,2 33,9 37,8
37,0 41,0 11,0 33,2 38,5
37,0 42,0 12,9 32,8 38,9
36,0 41,0 11,3 32,0 39,5

Table 3

onde h1 e h2 são os valores medidos no manômetro de mercúrio.


As perdas de carga também foram avaliadas através das seguintes equações empíricas:
Hazen-Williams:

10, 64 Q1,85
∆h = 4,87 1,85 L (3)
D C
onde C é um coeciente que depende do material, D e L são o diâmetro e o comprimento
do tubo, respectivamente.
Flamant:

Q1,75
∆h = 0, 000824 L (4)
D4,75
Fair-Whipple-Hsiao:

Q1,75
∆h = 0, 000859 L (5)
D4,75
E a equação universal:

3
Tubulação de 1/2"
0 0
h1 (cm) h2 (cm) Volume (L) t (s)
5 3 0,72 11,97
11,5 5,8 1,22 11,48
26,5 13,5 2,22 13,07
43 22,5 2,36 10,71
54,5 29,5 2,64 10,83
62 33 3,145 11,41
78 42 3,35 11,01
82 44 2,4 7,75
93 51 3,81 11,31
5 3 0,95 15,46
31 25 1,66 15,69
27,5 19,5 1,86 14,64
41,5 26,5 4,8 25,75
62,5 40,5 3 12,89
82 49,5 2,98 10,11
80 44 2,6 8,33
100 61 3,25 9,76
94 54 3,69 10,84
11,5 5,0 1,1 10,6
21,5 14,0 1,9 14,6
24,5 13,0 1,7 10,4
46,0 33,5 2,0 12,0
46,0 30,0 2,7 13,6
62,5 39,0 2,8 11,8
75,5 41,5 3,4 11,6
83,0 48,0 3,5 11,6
103,0 64,0 3,7 11,5

Table 4

8f Q2
∆h = L (6)
π 2 gD5
onde f é um fator de atrito.

3 Resultados e discussão
Com as informações provindas do laboratório, foi possível calcular as vazões e as
perdas de carga. Nas tabelas 4 e 5, encontram-se os valores calculados das perdas de
carga no ensaio onde foi utilizado piezômetros. Como já é de conhecimento, a perda de
carga irá depender também do material da tubulação, assim, como a tubulação usada no
experimento é PVC (ver tabela 1), na equação de Hazen-Williams usamos C = 125, e na
equação universal utilizamos f = 0, 035, nos nossos cálculos. Os valores das constantes
relacionadas com material foram obtidos da literatura cuja referência econtra-se no m

4
Tubulação 3/4"
” ”
h1 (cm) h2 (cm) Volume (L) t (s)
59 42 4,36 10,43
34 25 3 10,08
5,5 2 1,06 10,81
10 2 1,575 11
9 6,5 1,87 12,52
58 40,5 2,98 7,14
53 37,5 3,54 9,08
61 43,5 3,77 9,1
51 38,5 4,645 14,46
46 35 1,68 9,46
41,5 34 2,4 9,48
45 36 3,32 11,33
5,5 4,0 1,4 12,4
19,0 12,5 3,1 13,6
30,0 20,0 3,4 10,6
49,0 34,0 4,0 9,9
59,0 41,0 3,6 7,9

Table 5

desse texto. Nas tabelas 2 e 3, encontram-se os valores calculados das perdas de carga no
ensaio onde foi utilizado manômetro de mercúrio.
Nas guras 1 e 3 temos a perda de carga em função da vazão para o tubo de 1/2“.
Em ambas as guras nota-se que as equações de Flamant e Fair produzem resultados bem
semelhantes, e que a equação de Hazen-Williams produz os maiores valores para perda
de carga a medida que a vazão aumenta. Nessas guras também está plotado a perda
de carga a partir da equação de Bernoulli obtida dos dados experimentais, a linha preta
contínua é determida pelo ajuste dos pontos.
Nas guras 2 e 9 temos as perdas de carga em função da vazão. Novamente a equação
de Hazen-Williams produziu os maiores valores de perda de carga com aumento da vazão
e as equações de Flamant e Fair apresentaram resultados bem próximos uma da outra.
Nessas guras a linha preta contínua indica a tendência dos pontos obtidos pelos dados
experimentais e a equação de Bernoulli.

4 Conclusões
Com esses experimento foi possível notar como a perda de carga é inuenciada pelas
características da tubulação. É fácil perceber por meio das guras que o diâmetro altera
signicativamente o padrão de perda de carga. Notamos também que dentro a diversidade
de previsões teóricas para a perda de carga em função da vazão, faz-se necessário um
estudo para saber qual melhor se adequa a as particularidades do uxo que se deseja
analisar. Em todas as guras é evidente que no limite de baixas vazões (< 0, 2L/s) as
equações teóricas mantém uma concondância em si.

5
0,6
Hazen-Williams
0,5 Flamant
Fair
0,4
∆h (m)
Universal
Bernoulli
0,3

0,2

0,1

0
0,1 0,2 0,3
Q (L/s)
Figure 1: Curvas teóricas de perda de carga em função da vazão para tubulação de 1/2,
onde foi utilizado piezômetro.

0,3

0,25 Hazen-Willians
Flamant
0,2 Fair
∆h (m)

Universal
0,15 Bernoulli

0,1

0,05

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Q (L/s)
Figure 2: Curvas teóricas de perda de carga em função da vazão para tubulação de 3/4,
onde foi utilizado piezômetro.

6
5

4 Hazen-Williams
Flamant
Fair
3
∆h (m)
Universal
Bernoulli
2

0
0,2 0,4 0,6 0,8 1
Q (L/s)
Figure 3: Curvas teóricas de perda de carga em função da vazão para tubulação de 1/2,
onde foi utilizado manômetro de mercúrio.

2,5

2 Hazen-Willians
Flamant
Fair
1,5
∆h (m)

Universal
Bernoulli
1

0,5

0
0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
Q (L/s)
Figure 4: Curvas teóricas de perda de carga em função da vazão para tubulação de 3/4,
onde foi utilizado manômetro de mercúrio.

7
Tubulação 1/2"
Q (L/s) Hazen-Williams Flamant Fair Universal
0,06015037593985 0,024 0,023 0,024 0,020
0,061448900388098 0,025 0,024 0,025 0,021
0,098777046095955 0,061 0,055 0,057 0,054
0,105799872530274 0,069 0,062 0,064 0,062
0,106271777003484 0,070 0,062 0,065 0,062
0,127049180327869 0,097 0,085 0,089 0,089
0,127147766323024 0,097 0,085 0,089 0,089
0,163618864292589 0,155 0,132 0,138 0,148
0,165557404326123 0,158 0,135 0,141 0,151
0,169854628921194 0,166 0,141 0,147 0,159
0,186407766990291 0,197 0,166 0,173 0,192
0,194852941176471 0,214 0,180 0,187 0,209
0,220354808590103 0,269 0,223 0,232 0,268
0,232738557020946 0,297 0,245 0,256 0,299
0,233050847457627 0,298 0,246 0,256 0,300
0,243767313019391 0,324 0,266 0,277 0,328
0,275635407537248 0,407 0,330 0,344 0,419
0,288793103448276 0,443 0,358 0,373 0,460
0,294757665677547 0,460 0,371 0,386 0,479
0,301724137931034 0,481 0,386 0,403 0,502
0,304268846503179 0,488 0,392 0,408 0,511
0,309677419354839 0,504 0,404 0,421 0,529
0,312124849939976 0,512 0,410 0,427 0,537
0,320623916811092 0,538 0,429 0,448 0,567
0,332991803278689 0,577 0,459 0,478 0,612
0,336870026525199 0,589 0,468 0,488 0,626
0,340405904059041 0,601 0,477 0,497 0,639

Table 6: Dados das medidas onde foi utilizado piezômetros

8
Tubulação 3/4"
Q (L/s) Hazen-Williams Flamant Fair Universal
0,098057354301573 0,017 0,016 0,016 0,014
0,109311740890688 0,020 0,019 0,020 0,018
0,143181818181818 0,034 0,030 0,031 0,030
0,149361022364217 0,036 0,032 0,034 0,033
0,177589852008457 0,050 0,044 0,046 0,047
0,227941176470588 0,080 0,068 0,071 0,077
0,253164556962025 0,097 0,082 0,085 0,095
0,293027360988526 0,127 0,105 0,110 0,128
0,297619047619048 0,131 0,108 0,113 0,132
0,317234848484848 0,147 0,121 0,126 0,150
0,321230982019364 0,150 0,124 0,129 0,153
0,389867841409692 0,215 0,174 0,181 0,226
0,406091370558376 0,232 0,187 0,195 0,245
0,414285714285714 0,241 0,193 0,202 0,255
0,417366946778712 0,244 0,196 0,204 0,259
0,418024928092042 0,245 0,196 0,205 0,260
0,449367088607595 0,280 0,223 0,232 0,300

Table 7: Dados das medidas onde foi utilizado piezômetros

9
Tubulação 1/2"
Q (L/s) Hazen-Williams Flamant Fair Universal
0,110 0,075 0,066 0,069 0,067
0,147 0,127 0,110 0,114 0,119
0,158 0,144 0,124 0,129 0,137
0,243 0,322 0,264 0,275 0,325
0,288 0,442 0,356 0,372 0,458
0,305 0,492 0,394 0,411 0,514
0,387 0,761 0,596 0,622 0,825
0,397 0,798 0,624 0,650 0,869
0,408 0,842 0,656 0,684 0,920
0,478 1,125 0,863 0,900 1,260
0,478 1,126 0,863 0,900 1,260
0,487 1,166 0,892 0,930 1,308
0,491 1,184 0,906 0,944 1,330
0,504 1,241 0,947 0,987 1,400
0,579 1,606 1,209 1,260 1,850
0,586 1,643 1,235 1,288 1,897
0,667 2,087 1,549 1,614 2,456
0,695 2,253 1,665 1,735 2,668
0,717 2,382 1,754 1,829 2,833
0,740 2,526 1,855 1,933 3,018
0,757 2,639 1,933 2,015 3,165
0,781 2,792 2,039 2,125 3,363
0,788 2,840 2,072 2,160 3,426
0,815 3,022 2,198 2,291 3,664
0,819 3,053 2,219 2,313 3,705
0,825 3,091 2,245 2,341 3,755
0,865 3,371 2,437 2,540 4,124
0,870 3,413 2,466 2,571 4,180
0,890 3,557 2,564 2,673 4,370
0,909 3,701 2,662 2,775 4,562
0,929 3,847 2,761 2,878 4,756
0,947 3,986 2,855 2,976 4,942

Table 8: Dados das medidas onde foi utilizado monômetro de mercúrio

10
Tubulação 3/4"
Q (L/s) Hazen-Williams Flamant Fair Universal
0,227862595419846 0,080 0,068 0,071 0,077
0,231619786614937 0,082 0,070 0,073 0,080
0,239638735574511 0,087 0,074 0,077 0,085
0,329379310344828 0,158 0,129 0,135 0,161
0,368660748745658 0,194 0,158 0,164 0,202
0,480805369127516 0,317 0,251 0,262 0,343
0,51382463690156 0,359 0,282 0,294 0,392
0,541496598639455 0,395 0,309 0,322 0,436
0,617054263565892 0,503 0,388 0,405 0,566
0,663794301598333 0,576 0,441 0,460 0,655
0,721995464852608 0,673 0,511 0,533 0,774
0,744505066250974 0,712 0,539 0,562 0,823
0,772315653298835 0,762 0,575 0,600 0,886
0,790728476821193 0,796 0,599 0,625 0,929
0,858992805755396 0,928 0,693 0,722 1,096
0,866001813236627 0,942 0,703 0,733 1,114
0,921296296296296 1,056 0,783 0,816 1,261
0,924864446165763 1,064 0,788 0,822 1,271
0,970074475287746 1,162 0,857 0,894 1,398
0,985419532324623 1,197 0,881 0,918 1,443
1,02269807280514 1,282 0,940 0,980 1,554
1,05383936451898 1,355 0,991 1,033 1,650
1,0547703180212 1,357 0,992 1,035 1,653
1,44241610738255 2,421 1,716 1,789 3,091

Table 9: Dados das medidas onde foi utilizado monômetro de mercúrio

11
Referências
1. Halliday, D., Resnick R. e Walker, J., Fundamentos de Física, Vol. 1, 7a edição,Ed.
LTC. Young, H. D e Freedman, R. A.  Sears e Zemansky, Física II.

2. Material da aula.

3. KSB. Manual de Treinamento  Seleção e aplicação de bombas centrífugas. 4a Ed.


2001.

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