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Lilith: Deusa de Sitra Ahra

Torre Negra Editoriais


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Conteúdo

• Prefácio
• Ama Lilith – Daemon Barzai
• Lilith Aracnídea – Salomelihecatel
• O Legado de Lilith – Frater Nephilim
• BINAH – David “Eosphorus” Maples
• Abertura do Olho de Lilith – Edgar Kerval
• A Serpente Vermelha
• A Morada da Mãe Negra – Walter García
• Lilith – A Bruxa da Noite – Pairika – Eva
Barowska
• A Bruxa da Noite – Daemon Barzai
• Lilith – Astartaros Magan
• Gnose Lilith – James L. George
• Invocação de Lilith – Lucien von Wolfe
• Três Rituais da Rainha da Noite – Daemon
Chertograd
• Lilith: A Aranha Rainha de Qlipoth – Daemon
Barzai
• O Ventre da Arte – Tim Katteluhn
• Lilith Como a Grande Iniciadora Cabalística –
Rev Bill Duvendack
• Minha Deusa Tripla Lilith, Minha Liberdade
Eterna – Selene Lilith
• Lilith Serpina – James George
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• Rito de Sedução da Virgem – Matthew


Wightman
• Lilith e as Cônjuges de Samael – Yla Ysgarlad
• Poesia de Lilith – Ari
• A Peregrinação de Viryklu – Luis G. Abbadie
• O Batismo da Bruxa de Sangue – Kazim
• A Evocação de Lilith – Daemon Barzai
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Prefácio

Lilith é uma das deusas mais bem conhecidas


dentro do caminho de magia da Mão Esquerda e esta
antologia foi escrita de diferentes pontos de vista,
com visões diferentes, experiências e gnoses pessoais.
Ela é aquela que atenta o homem a comer a fruta da
Árvore do Conhecimento (a Árvore da Qlipoth)
guiando o homem a auto – deificação. Ela foi a
primeira a se rebelar, se recusou a obedecer os
comandos de seu marido Adão e não seguiu as
ordens de Deus. Portanto, ela deixou a segurança do
Eden e deu nascimento a milhares de demónios, os
Incubus e Succubus.
Ela dota os princípios do Antinomianismo e
rebelião. Ela nos convida a ver o que está além das
leis morais de Deus e dos homens. Ela é a força
Draconiana da vida, mas também força Draconiana
da morte, a Kundalini Vermelha e Preta. Ela encarna
paixão, sexualidade, vontade verdadeira e energia,
mas ela também é morte, infertilidade, aborto e
putrefação.
Ela veste muitas Máscaras, algumas delas são
agradáveis e sedutoras, mas algumas outras são
terríveis e verdadeiramente escuras. Ela é a Mãe de
todas as Prostitutas. O Lado Negro da Lua, a Deusa
Aranha que guia a Iniciação além do Abismo (Daath).
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Ela governa sobre a Árvore da Qlipoth. Nós podemos


dizer que ela é a Rainha de Sitra Ahra.
Um encontro com Lilith poderia ser até mesmo
uma bênção ou uma maldição completa. O mago a
encontra na primeira Qlipha a qual é chamada de
Lilith e é governada por Naamah, sua jovem
irmã/filha. Ela é uma aliada poderosa e a pior dos
inimigos. Ela também governa sobre a segunda
Qlipha, Gamaliel: o Lado Negro da Lua. Lá, o mago
aprende a magia dos mistérios da lua, sonho negro,
feitiçaria e como usar o poder da sexualidade para
manifestar suas vontades. Ela não vem sozinha, ela
vem com os seus filhos e filhas, os Incubus e
Succubus, os demónios vampiros da sexualidade.

Abra sua mente para os mistérios da Deusa da Lua


Sangrenta…

Ama Lilith, Liftoach Kliffoth!

Daemon Barzai

2015
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Ama Lilith

Daemon Barzai

Ama Lilith é a Mãe Negra. A progenitora dos


demónios. Ela nos seduz do Lado Negro da Lua, guia
os homens com sonhos pecaminosos de luxo e
luxúria. Ela guia as mulheres no caminho da
sedução, as ensina sobre a livre sexualidade sem
restrições. Ela as ensina o poder do sexo a expressar
a Verdadeira Vontade na terra.
Ela é Lilith, a Madona Negra, ela é aquela quem
assombra nos sonhos, torna-se o pesadelo do Santo e
bons homens. Ela é quem nos confronta com nossos
medos mais profundos, sonhos e saudades. Ela é má
e sedutora, e pode ser até mesmo uma aliada
imbatível ou a pior dos inimigos. Trabalhar com este
aspecto de Lilith vai abrir nossas mentes e guiar
nossas almas para regiões escuras do plano astral,
para o Lado Negro da Lua; onde os pesadelos
habitam, o medo mais profundo e os demónios
vampiros da sexualidade, os Incubus e os Succubus.
Aqueles que não estão preparados para passar os
testes que aguardam nos Reinos da Lua Negra, serão
as vítimas destes demónios. Aqueles serão um vaso
vazio de carne, atormentados pelos horrores
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noturnos. Mas aqueles que são capazes de ir fundo na


escuridão do seu próprio ser e se levantar a partir
dele, ganhará aliados poderosos e aprenderá os
segredos de magia da Lua Negra e os segredos da
própria Lilith.

Invocação de Ama Lilith

A melhor hora para realizar este rito é quando a


lua está mais poderosa na Lua Cheia ou na Lua Nova.
Se você realizar este rito dentro de casa, o lugar tem
que ser aceso apenas por velas pretas. Se você
realizar este ritual. Se você realizar este ritual ao ar
livre, você precisa acender uma fogueira.
A chave para o sucesso neste ritual é fazer uma
oferenda de sangue no sigilo de Lilith, isto abrirá as
Portas para o Lado Negro da Lua, também criará
uma ligação entre a Deusa e a sua mente e alma.
Derrame seu sague no sigilo e cante 11 vezes:

AMA LILITH LAYIL RIMOG LILITH!

Foque sua atenção no sigilo, assista como o seu


sangue é absorvido pelo sigilo e isto torna-se o Portal
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para o Lado Negro do Plano Astral. Quando você se


sentir pronto, comece com a invocação:

LEPACA LILITH!
LEPACA KLIFFOTH!
LEPACA GAMALIEL!
AMA LILITH LIFTOACH KLIFFOTH!

Lilith Deusa da Devassidão e Blasfêmia,


Mãe Negra, Rainha da Lua Sangrenta,
Venha para mim!
Minha mente e meu espírito estão prontos para
receber a sua gnose,
Esta é a gnose do Lado Negro,
Venha com a sua Progênie Negra!
Esteja presente neste rito Profano de Blasfêmia!

É você quem me guiará aos Mistérios do Outro


Lado.
Eu anseio pelo seu Beijo da Paixão, Luxúria e Morte!
Me ensine os segredos que escondem a Lua Negra de
Gamaliel,
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Lá, onde as chamas do Sabá ardem e os Sátiros


dançam em volta das Chamas Negras de nosso Pai
Negro Samael!
Você é a Rainha das Prostitutas!
Me ensine a como usar o poder da sexualidade para
manifestar minha vontade.
Amante da Lua Sangrenta,
Eu me rendo a você. Me ensine os seus segredos e me
dê a sua gnose.
Que assim seja!

Ho Drakon Ho Megas!
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Sigilo de Ama Lilith


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Lilith Aracnídea

Salomelihecatel

Através da história, o aspecto de Lilith mais


conhecido é relacionado ao folclore Judaico da
Mesopotâmia. Entre este sistema de crenças, ela é
considerada por ser a primeira esposa de Adão, antes
de Eva. De acordo com a lenda, Lilith abandonou o
Eden por sua própria vontade e se estabeleceu ao
lado do Mar Vermelho, se juntando a Asmodeus o
qual se tornou seu amante junto com outros
demônios.
Lilith é o lado negro da feminilidade, a antítese de
Eva. Ela é a dona da Lua de Sangue, seu poder é
extraído do sangue menstrual. Ela é a mãe dos
demónios, a bruxa que sequestra crianças de seus
berços de noite. Ela se junta aos homens como uma
succubus, dando nascimento a crianças do sêmen
que eles derramaram involuntariamente durante
seus sonos, arrastando os homens para as
profundidades do abismo e devorando suas almas.
Em relação a este aspecto, a deusa representa a
liberação dos instintos, a luxúria, a sexualidade, a
luta contra o tabu, o vampirismo e Sábado
Sangrento. Este é o aspecto mais explorado da deusa,
onde ela é representada como uma linda mulher com
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um cabelo longo loiro-avermelhado e grandes asas


surgindo de suas costas.
Contudo, a deusa possui muitos aspectos que
podem ser explorados. Este relatório reflete o aspecto
de Lilith como aranha. Uma breve descrição sobre as
características sobre a deusa nesta fachada será
apresentada, junto com um trabalho em meditação
usando um selo e um guia pathworking.

Lilith Aracnídea

“… A Deusa Aranha tece suas teias por todo o


abismo e espera que sua presa se aproxime,
inconsciente…
… Suas teias podem serem percebidas na escuridão,
a noite antes que a lua fique vermelha… Preste
atenção em cada passo que você dá porque, se você
estiver distraído, você ficará preso, devorado e
esvaziado, tornando-se em uma concha vazia, e você
se tornará servo eterno dela…
… Pois ela é a Rainha das armadilhas, de amarras e
morte; seu Reino é feito de ossos, e veneno preenche
o ar…
… E quem não estiver preparado a enfrentá-la, será
petrificado antes do olhar frio da Deusa Aranha…”
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O aspecto de Lilith Aracnídea, também conhecido


como Akkawbishia Lilith, é uma das personificações
mais poderosas da Deusa de Qlipoth. Na sua
representação animal como Deusa Aranha, Lilith é
associada com o aspecto mais negro e agressivo de
Gamaliel, seu aspecto governa sobre a magia negra
conectada com:

• Vampirismo;
• Criação e deliberação de pesadelos;
• Trabalhos de ligações;
• A viagem para o topo da Árvore através das teias
de aranha que conectam toda a Qliphoth com
cada uma;
• Formas avançadas de metamorfose (prática de
mudança de forma), por exemplo animais.

De acordo com a tradição, Lilith Aracnídea é


associada com “cordas” ou ligações, como a ligação
de almas, ou morte por estrangulamento. De fato,
muitas das sombras que acompanham a Deusa (seus
servos), são vítimas que morreram por
estrangulamento. Por esta razão, entre as várias
práticas que podem serem realizadas usando este
aspecto da Deusa, os que se destacam são aqueles
relatados nas formas avançadas de prática de magia
com cordas e nós. Nestas práticas, o objetivo
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principal é infligir agonia e morte ao inimigo,


derramando sua vida nas mandíbulas famintas da
Qlipoth.
Nos cantos escuros do Reino de Gamaliel (a Deusa
Aranha domina) estão seus demônios, os
“Zachalilim”. De acordo com as tradições do culto
negro, estas criaturas negras são criadas da mesma
“semente caída” que cria as raízes mais fortes da
Mandrágora que cresce sob o solo negro. Esta
semente especial é usada pela Deusa para conceber
seus ovos, do qual os “Zachalilim” vão chocar e irão
possuir uma grande parte do poder de sua mãe.
Junto com Lilith, eles irão caçar suas vítimas através
das teias de aranha e eles irão extrair os fluídos vitais
de suas vítimas, deixando nada mas uma concha
vazia. Esta concha (chamada a Sombra da Morte)
será preenchida com a sombra da Deusa, tornando-a
sua serva e fortalecendo seu exército dos vampiros.
Na luz de cima, é recomendado que o usuário
esteja verdadeiramente preparado para trabalhar
com este aspecto da Deusa. Mesmo que este seja um
dos aspectos mais agressivos da Deusa, aquele que
administra o trabalho com ela não obterá apenas
conhecimento nesta viagem através dos poderes da
Lua Negra de Gamaliel, mas também será capaz de
vagar pelas teias que guiam para os corredores mais
altos da Sombra da Árvore.
Fonte: Temple of Black Light – 218 Web site
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Selo de Meditação e Pathworking

A guia de Pathworking pode ser memorizada ou


gravada para seu uso mais tarde ou a reprodução
durante a prática. Se for para ser empregado em
uma sessão em grupo, um membro do grupo pode
lê-lo e guiar os outros passo a passo através dele.
Embora as preparações do altar estejam de acordo
com o conteúdo do usuário, o uso de velas pretas e
incenso como uma oferenda para a Deusa é
recomendado. A oferenda de sangue também é
importante para obter resultados apropriados. Se
uma aranha (morta ou viva) for necessária para o
altar, é recomendado meditar antes com a Deusa,
para então receber sua bênção.

Prepare o altar, acenda as velas e alguns incensos.


Sente em uma posição confortável e coloque o selo na
sua frente. Manche o selo com gotas de sangue.
Medite no selo, autorizando as energias da Deusa
preencher a sala. Quando você estiver capaz de
imaginar o selo na sua mente e você se considerar
pronto, repita as seguintes palavras:
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Lilith Aracnídea!
Mãe de todos os demónios!
Líder dos exércitos!
Devoradora de almas!
Eu submerjo das profundidades da Terra
E penetro em suas cavernas úmidas
Guiado por um dos seus servos
Me autorize a ver além das suas teias
Para alcançar seus aposentos
Dona das Sombras da Morte
Eu imploro a você para trazer para mim sua gnose
e me iniciar nos segredos da Lua Negra de
Gamaliel!

Assim seja!

Ho Drakon Ho Megas!
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Pathworking

Você se encontra em uma sala escura, nada apenas


escuridão ao seu redor. Você está sentado em uma
posição meditativa. Você se levanta e tenta ver ao seu
redor, mas você não consegue perceber nada, apenas
escuridão. Você parece ouvir ruídos, mas você não
consegue identificar sua origem. Você decide
caminhar em frente, em uma linha reta. Depois de
caminhar por muitos minutos, você vê uma luz
distante e você corre rapidamente para chegar nela.
Quando você está perto o suficiente, você percebe
que é uma chama, preta e cintilante em branco e tons
de vermelho. Você chega mais perto e percebe que a
chama está em cima de uma porta triangular, a qual é
guardada por uma aranha de muitas dimensões. Ela
tem um olho grande vermelho em sua cauda. Você
chega ainda mais perto. A aranha ainda está parada
em frente da porta, mas seus olhos se movem até que
olham para você. Você sente o seu terceiro olho arder
e tinge de vermelho. Quando a sensação de ardência
se desvanece, a grande criatura se move para a porta
do outro lado, abandonando a sala que você está.
Você sabe que você tem que seguir a aranha. Pegue a
chama negra em suas mãos e atravesse a porta.
Quando você chega do outro lado, você olha para trás
e percebe que você estava dentro de uma grande
árvore, uma antiga e imensa árvore seca, com raízes
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grandes e fincadas. Olhe ao seu redor. Você está


cercado por uma densa floresta. Todas as árvores
estão secas, o ar está pesado e uma névoa escura
permite que você veja até seus pés. Você sente ruídos,
passos, há sombras se movendo rapidamente ao seu
redor. Eles não chegam mais perto de você e você
sabe que é porque você segura a chama em suas
mãos. A aranha se destaca na névoa, seus olhos estão
brilhando como uma lâmpada de fogo. Você a segue.
Olhe ao seu redor, as árvores podres, o solo seco,
tudo está morto. Você olha para cima e uma lua
quase cheia aparece no céu. Ela está quase
completamente vermelha.
Você chega no final da estrada, onde um grande
buraco se abre no chão. Você percebe que é muito
estreito para você entrar nele. Antes de você ser
capaz de dizer alguma coisa, a aranha caminha para
longe de você, mergulhando na névoa. Você está
sozinho com a chama negra em suas mãos, parado
em frente a porta que você está prestes a entrar.
Pegue a chama com ambas de suas mãos e puxe para
mais perto de seu corpo, permitindo-a a entrar no
seu corpo e queimar seus lombos. Sinta o poder da
chama negra por todo o seu ser, sinta seu corpo
queimar, explodindo em chamas. Seu corpo humano
queima para o solo, tornando-se em cinzas. Você é
agora uma cobra de olhos vermelhos e pele escura, e
você pode deslizar através daquela entrada estreita.
Uma vez dentro, você percebe que você está dentro
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de algum tipo de labirinto subterrâneo. Milhares de


buracos abertos no chão, caminhos diferentes que
você pode tomar. Escolha um, tome-o e siga-o. Sinta
a textura dos túneis, os cheiros, as cores das coisas
que cercam você. Conforme você rasteja mais, você
pode sentir a energia ficando mais densa, o ar
ficando mais venenoso.
Você chega no fim do túnel estreito e você se
encontra em uma grande câmara. No centro da
câmara, você pode ver um tipo de lago. No meio do
lago encontra-se uma pequena ilha rochosa, de onde
nasce uma teia de aranha, indo para cima e se
espalhando por todo o teto da caverna. O reflexo
vermelho da lua entra na caverna através de um
buraco no teto da câmara, deixando uma grande rede
vermelha e o lago em uma cor vermelho-sangue.
Observe a interminável teia de aranha, corpos vazios,
sombras da morte, conchas sem almas penduradas
nela. Você sente seu corpo queimar, uma vez que está
envolto em chamas negras mais uma vez. Você é um
humano novamente. Do outro lado do lago, alguém
está assistindo você. É Lilith, a Deusa Predadora.
Olhe para as suas grandes presas, suas pernas
pontudas, seu olhar gelado. Peça a ela para ser a sua
guia, para trazer a gnose dela para você. Abra-se para
a experiência.
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Selo de Lilith Aracnídea


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O Legado de Lilith

Frater Nephilim

Muitos autores têm escrito sobre Lilith, a Deusa


Negra, Demônia, Rainha do Submundo, Rainha das
Prostitutas, Vampira, Mãe dos Demônios e Guia para
os Iniciantes que andam pelo Caminho da Magia
Draconiana.
O Olho do Dragão é o Olho do Fogo que destrói as
ilusões de realidade ao nosso redor e nos mostra as
verdades que são escondidas diante de nossos olhos.
Este é um paralelo com o Olho de Lucifer. Lucifer
tem a chama Negra da Gnose e de onde o seu trono é
Thaumiel (a Qlipha superior) representa o Adepto
Auto-Deificado. O relacionamento entre Lilith na
primeira Qlipha e Lucifer na última, nos permite ver
como o Caminho do Dragão aparecem entre estas
duas divindades na forma do mapa iniciatório da
Árvore da Noite com os seus 22 túneis que os
conectam.
Até certo ponto o Olho do Dragão também é o
Ventre de Lilith, o qual é a caverna na qual o
iniciante entra para acessar o mundo Qliphótico. O
Olho do Dragão é o que desperta nos Iniciados à
medida que a Iniciação avança na Qliphoth Superior.
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Ele está na caverna de Lilith onde nós encontramos


seu sangue menstrual, sangue morto que traz nova
vida e símbolo da fruta proibida da Árvore da Noite.
Além disso, Lilith no seu papel como vampira, é
aquela que demonstra o significado do
relacionamento com o sangue. Muitas vezes há uma
troca entre o Sangue do Iniciado com o sangue
menstrual de Lilith, é nesta troca que o Iniciado
pactua com a Escuridão e transmuta seu sangue
humano para um sangue divino e assim, iniciando
seu caminho para a auto-deificação.
Parte do trabalho do Iniciado é se tornar um Filho
de Lilith, um herdeiro de Sangue do Dragão.
Consequentemente, ele poderia clamar seu lugar no
trono de Lucifer e entre os deuses. Isto é em
contraste por permanecer um Filho de Adão,
pertencendo a estruturas patriarcais, aguardando o
retorno do falso paraíso e os confortos da ignorância
de sua própria natureza e potencial. O Iniciado
escolhe o Caminho da Sabedoria e Poder, e é por isto
que ele pega a fruta proibida por sua própria Vontade
e a consome para fugir, como Lilith fez, do Paraíso,
para procurar sua própria divindade. Abaixo eu
apresento um Ritual de Dedicação a Lilith, com o
qual o Iniciado pode se conectar com estes aspectos
da Deusa, e começar o processo de transmutação de
seu sangue, e assim se tornar um filho de Lilith e
herdeiro de sua própria divindade.
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Ritual de Dedicação a Lilith

Prepare seu templo para a invocação de Lilith.


Coloque o selo de Lilith no altar. Unte-o com o seu
próprio sangue e visualize como suas linhas são
ativadas e vem a vida com o seu sangue. Recite o
Mantra “Lepaca Lilith” até você sentir que o templo
está carregado com a energia da Deusa. Uma vez que
você estiver pronto, prossiga para a Invocação.

LEPACA LILITH!
LEPACA KLIFFOTH!
MARAG AMA LILITH RIMOG SAMALO NAAMAH!

Venha Lilith do abismo negro da Terra, eu chamo


você Deusa Negra!
Venha da Eternidade, além do Paraíso, e atente-me
com a sua fruta proibida, atente-me com o
Conhecimento e Poder, e deixe-me tornar um Deus!
Eu não morrerei!
Aqui estou eu na frente da Árvore do Conhecimento,
em frente da Árvore da Noite!
Eu estou disposto a comer da sua fruta proibida!
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Eu estou disposto a deixa o Paraíso, e procurar pelo


meu Verdadeiro Deus!

MARAG AMA LILITH RIMOG SAMALO NAAMAH!

Visualize Lilith entrando no seu templo, na forma


de uma Serpente. Deixe ela dar a você a Fruta
Proibida, experimente-a, e sinta como este ato
pecaminoso, desperta a Centelha Divina dentro de
você, sinta a energia do seu Chakra inferior ascender
e preenchendo seu corpo, alcançando o terceiro olho,
e transformando você em um Dragão.

Mãe da Blasfêmia e Fornicação!


Deusa Negra!
Eu tenho em meu sangue o Sangue do Dragão!
Eu sou um herdeiro de minha própria Divindade!
Eu me transformo em um Dragão e eu me levanto
com você além do Eden!
Montado em sua Chama Sagrada, eu procuro o
Êxtase de sua Glória!
Eu invoco você, Deusa da Lua, Mãe das Bruxas,
Mestre e Iniciadora da Escuridão!
Mãe das Prostitutas!
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O seu ventre é o Covil da Serpente!


Deixe-me renascer na Escuridão e me tornar seu
Filho!
Deixe a Centelha Divina renascer dentro de mim!
Rainha de Sabá, Consorte de Deus!
Rainha do Inferno!

MARAG! AMA LILITH! RIMOG! SAMALO!


NAAMAH!

Eu rejeito o Paraíso!
Não há Deus além de mim!
Lilith!
Eu sou seu sangue! Lilith!
Mãe da Escuridão!
Deixe-me renascer como seu Filho!
Seu Sangue é o Sangue do Dragão!
Sua Chama é a Centelha Divina dentro de mim!
Sua Paixão é a força vital do Universo!

LILITH! NAAMAH! MAALATH! LIL-KA-LITU!


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Eu me derreto com você no Êxtase da Vitória!


Rainha da Imortalidade! Guie-me no Caminho da
Escuridão! Conduza-me ao trono de Lucifer! Eu
clamo a imortalidade de seu sangue como minha
herança!

LILITH! MARAG! AMA! LILITH! RIMOG!


SAMALO! NAAMAH!

Eu sou seu Herdeiro de Sangue!


Dentro de mim corre o Sangue do Dragão!
Eu sou o meu próprio Deus!
Desperte em mim a Chama da Divindade!

LEPACA LILITH! LEPACA NAAMAH!

IN NOMINE DRAKONIS!

HO DRAKON HO MEGAS!
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Pathworking

Visualize-se andando em um caminho árido,


acima de você há um céu de noite e uma lua cheia
brilhando. A luz da lua se torna em uma cor
Vermelho Sangue, mudando tudo ao seu redor com
uma estranha luz vermelha. Em sua frente há uma
caverna, você se aproxima e entra nela. Você anda na
escuridão, e a sua visão começa a se adaptar a ela.
Você alcança o fim da caverna, onde está esculpido o
Sigilo de Lilith. Visualize-o com intensidade. De suas
vestes você obtém sua Adaga de Ritual. Corte sua
mão e unte com seu sangue o sigilo de Lilith. O sigilo
começa a brilhar com uma luz vermelho-sangue.
Você sente um movimento ao seu redor, e sente como
uma serpente começa a se enrolar ao redor do seu
corpo, esta serpente sobe em você e finalmente
morde seu terceiro olho com suas presas afiadas.
Você sente o veneno da serpente preenchendo o seu
corpo e enfraquecendo você. Você sente como se sua
força mortal começasse a desaparecer. Quando você
se sente próximo ao colapso, o veneno alcança seu
chakra inferior e desperta sua energia. A energia
deste chakra se expande e ascende através da sua
coluna, despertando cada um dos chakras e
preenchendo seu corpo com nova energia e um novo
sangue.
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Ao mesmo tempo que isto está acontecendo, você


se sente transformado em um Dragão, todo o seu
corpo mudando e se transformando em um Dragão
poderoso. Quando a energia chega ao seu terceiro
olho, você sente asas negras crescendo e você sente o
êxtase se sua transformação. Deixe-se ir com esta
experiência, aproveite o seu novo sangue, sinta como
agora dentro de você não há mais sangue humano,
mas o Sangue do Dragão, o Sangue de Lilith, deixe-se
conduzir pelo êxtase da experiência e anote os
resultados.

Fontes: Temple of Ascending Flame Inner Material.

Thomas Karlsson: Qabalah, Qlipoth and Goetic


Magic.
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Selo de Lilith
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BINAH

David “Eosphorus” Maples

Eu comecei quando seus lábios coroaram minha


cabeça, me marcando com vida e amor. Uma nova
estrela nasceu para brilhar como o sol negro na
escuridão.

Eu vivi enquanto seus braços aqueciam meu corpo,


ascendendo a chama da minha alma
Eu afundei em seu coração e o amor me envolveu

Com você, eu assisti os horrores da vida


Como o diabo devorou todas as formas de prazer
E as mortalhas da inocência foram arrancadas

Você é meu transe alimentado pela imaginação,


Minha segunda pele
Uma licença desta realidade,
Um método de fuga mascarado como fé em uma
ideia
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Estes são tempos para novos começos,


Antes de nós está uma prova
Tempo nunca espera
E a dor nunca dorme
O que uma vez nos trouxe conforto agora começa a
nos sufocar

Suporte esta loucura temporal da Era das Crianças


Pois a morte irá trazer a eternidade iluminada
Bem-vindo esquecimento,
Porque se renascermos, nós não somos livres

E apenas como eu, nós somos vazios


Mas não mais
E de repente
Nós somos muito mais…

E se eu pudesse pintar um quadro, um retrato de nós


Pelos seus olhos
Seria feio manchado com cicatrizes de simetria
perfeita
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Duas essências conduzidas por sua própria auto-


destruição

Espreitadores no vazio, nós encontramos um ao


outro
Dois espectros de sombra alcançando a luz
Nós dançamos e nos entrelaçamos, nos tornando…
E com este casamento alquímico nós criaremos

Amor é nossa lei, e a lei do forte


Desejando que aperfeiçoemos nossa fórmula
E o nascimento da criança da magia

Todos os números são igualmente infinitos e vazios


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Abertura do Olho de Lilith

Edgar Kerval

Trabalhar com Lilith é andar no caminho de


profundidades do conhecimento escondido da
poderosa serpente vermelha, tão escura, tão
selvagem na natureza; Lilith é manifestada neste
plano físico deixando-nos entrar em outros mundos
através de suas kalas vermelhas e manifestações
vibracionais de prazeres sexuais e luxúria
incontrolada. Poderes instintivos, sodomia são os
elementos poderosos da deusa da noite, conhecida
como Lil pelos Sumerianos e as vezes associada como
Layil (a noite).
A prostituta de templos astrais da sexualidade que
no seu aspecto lunar está sempre conectada com a
qliphoth Gamaliel através da qual ela é manifestada
sabendo que Gamaliel corresponde ao lado negro da
lua e as regiões proibidas dos templos astrais. Lilith é
o instinto selvagem, o lado luxurioso e sexual nesta
forma mais primitiva e bruta, representando em
homens os desejos mais incontroláveis e no êxtase
mais profundo.
Abrir o olho de Lilith é a estrada para o portal de
reinos ctônicos, o qual o feiticeiro reabre este olho
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dentro de si próprio em ordem para penetrar em tais


vastas regiões profundas do subconsciente e comer
em frutas poderosas do conhecimento. O primeiro
passo do processo para esta alquimia sinistra é rasgar
o véu de Lilith e abrir o olho, você pode brilhar em
todo o seu esplendor e então conjurar as outras
conchas qliphoticas. O olho de Lilith é o portal da
intermedialidade entre este plano existencial e os
reinos da morte onde o longo processo de iniciação
começa sob a gnose de Orgath Bath Mahalath.
Apenas com o olho de Lilith, nós podemos nos
mover através de diversos caminhos nos mistérios
sabáticos evocando a fórmula secreta através do uso
de sexo e sangue para convocar a mãe das bruxas, a
prostitutas da profundidade de seus desejos mais
profundos de êxtase e dor, através de um caminho
espiritual no jardim da sabedoria escondida da
serpente vermelha poderosa chamada Isheth
Zenunim, e o caminho sob este processo individual
para se tornar um dentro da prostituta dos reinos da
noite.
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A Fórmula de Isheth Zenunim

(Rito de Entrada)

O rito é uma chamada interna, um diagrama


astral para a entrada de Lilith na sua forma de Isheth
Zenunim. Este ritual potente é um processo
individual no caminho alquímico sinistro para obter
o influxo de Lilith em uma de suas formas mais
primitiva e atávica. A fórmula própria incorpora a
síntese dos mistérios arcanos da sagrada sexualidade
e a corrente lunar para um nível espiritual e físico,
tentando andar através de diversas máscaras e
atributos da mãe das bruxas e absorver um por um
de todos os seus néctares sagrados.
O propósito principal é criar uma conexão potente
entre você e Isheth Zenunim através de um denso
mar negro do infinito onde converge o êxtase e dor, a
loucura e sabedoria termina na apoteose do espírito e
carne. A deusa deve ser invocada de noite vestido de
vestes pretas, vermelho ou simplesmente nu. Vá para
a sua câmara de ritual ou floresta. Um estado de
gnose é a porta de entrada para entrar no seu templo
lunar. O transe oracular deve ocorrer através de
algumas horas de meditação. O olho de Lilith está
aqui abrindo como um portal, para entrar para beber
38

de seus elixires de venenos femininos. Então, prepare


o altar com todos os implementos:

• Duas velas, uma vermelha e uma preta


• Adaga mágica
• Incenso
• Taça
• Vinho
• Sigilo
• Invocação
39

Sigilo de Isheth Zenunim


40

Com o altar pronto e em estado meditativo,


queime o incenso e mais tarde as velas vermelha e
preta e enquanto isto visualize duas serpentes, uma
vermelha e outra preta vindo das chamas das velas
em um caminho vaporoso, se movendo ao redor de
cada uma na sua frente, e lentamente ambas delas
através de sombras que você pode ver um olho
abrindo e uma manifestação sinistra através da
fumaça, repita 3 vezes:

ISHETH ZENUNIM, demônia sedutora


Através das chamas abertas para mim, a chave
para a sua misteriosa sabedoria
Oh serpente venenosa
Deusa aranha! Oh ISHETH ZENUNIM

Depois disto, espere alguns minutos e pegue a


adaga e faça um pequeno corte na sua mão esquerda,
coloque um pouco de seu sangue na taça e fale alto:

ISHETH ZENUNIM minha oferenda para você


ISHETH ZENUNIM minha essência para você
41

Pegue um pouco de vinho e misture-o com o seu


próprio sangue na taça, com a sua mão esquerda
pegue um pouco da mistura da taça e desenhe o sigilo
no seu peito e repita a seguinte invocação:

Ventre cavernoso bem aberto,


Através do caminho lunar liminar,
Iniciação em águas vermelhas e pretas
Uma porta de entrada para transformação
Através de chamas negras
Águas turbulentas de sabedoria
Êxtase misterioso do espírito e carne
Rainha da escuridão, serpente venenosa
42
43

A Serpente Vermelha

Frater G.S

Lilith, a mãe poderosa das bestas e demónios da


noite, a qual é frenesi aterrorizar a noite a procura de
vítimas para satisfazer seus apetites primais, mantém
uma posição de destaque no Culto no qual eu sirvo
como Magista atualmente, e no meu uso pessoal
também. Em tal manifestação a sempre imponente a
Deusa é chamado de Serpente Vermelha, em
contraposição a Hecate, a qual é vista como a
Serpente Preta, dando uma dica a este
relacionamento próximo entre ambas, no qual diz
respeito a esta corrente particular.
Isto não deve dar a errada suposição de que ambas
são a mesma Deusa, tal presunção seria prejudicial
para o desenvolvimento do praticante e a obtenção
de gnose valiosa; desde que cada uma delas possui
por si própria um vasto e rico compêndio de
ensinamentos e portões particulares. No entanto, não
é estranho que pelo menos inicialmente, que ambas
as Amantes podem ser confusas, especialmente se
ele/ela não entra em contato direto com uma delas
ainda, porque mesmo com as diferenças de
simbolismo, um magnetismo pessoal parece uni-las.
Mesmo assim, cada Deusa desempenha seu próprio
44

papel particular no que diz respeito a Arte Mágica e


Bruxaria.
As características que cercam Hecate como a
Serpente Preta são aquelas que correspondem ao
Princípio Criacionista infalível, para a Fonte Primária
de todo o Universo e a Magia própria, enquanto isto é
possível para a Imperatriz Suprema contactar a
humanidade empregando os portões da Lua, na
distância existencial do Vazio que é a morada final
dela, a Primeira dos Deuses, tem lugar. Este fato a
torna por isso a Mãe de Tudo, e é o traço materno
que é refletido em ambas no aspecto macrocósmico
como no microcósmico, e pela interação dela com o
iniciado. A Escuridão Suprema é representada de tal
maneira por Hecate como a Rainha do Vazio.
Na outra mão nós podemos encontrar diferenças
claras no que diz respeito ao papel de Lilith como a
Serpente Vermelha inconstante na ordem divina,
também na aproximação dela para o indivíduo. Nela
nós não encontramos a perspectiva de Mãe, severa
mas justa, que nós podemos vislumbrar em Hecate e
que é inextricavelmente ligado a ela do aspecto mais
elevado como a Imperatriz Estelar; em Lilith a Mãe
cruel e caprichosa se manifesta, não apenas mas
essencialmente vingativa, veemente e bruta. É a
terrível matriarca que, nublada pelo amor passional
por seus filhos, é capaz de fazer a própria Criação
desmoronar para vingar as afrontas que sofrem,
mesmo se eles tiverem sido parcialmente ou
45

inteiramente responsáveis por isto. Lilith não leva


em consideração os meio termos, nem o equilíbrio
em seu instrumento, não; ela prefere empregar
diretamente a espada porque em seu julgamento
atroz aqueles que se atrevem a levantar mão contra
seus parentes são culpados. Se em Hecate a Mãe
Suprema e Justa é presente, em Lilith nós
encontramos a Mãe Terrível, impiedosa e feroz.

“A Chama precisa de oxigênio para viver e eu sou


ambos”

A Serpente Vermelha é por tal a representação


perfeita da paixão primordial que move o cosmo. Ela
tem sido bem falada que Lilith é ambos fogo e ar;
ambos componentes simbólicos do sangue em sua
ira, e que arrasa a Terra se não controlada. A Deusa
Vermelha é portanto o impulso violento e indomado
que permite a Criação continuar seu movimento,
carregando as correntes cósmicas em sua dança
tempestuosa. Isto faz a comparação entre Lilith e a
Kundalini não muito difícil em considerar, porque
assim como a força ofídica interior mítica revigora e
desperta o homem para a sua verdadeira capacidade,
da mesma maneira que a linda Deusa de cabelo
avermelhado impulsiona as paixões primitivas do
indivíduo, que, se for capaz de manter sua busca
espiritual, se encontrará a si mesmo liberado das
46

restrições mentais e emocionais de seu Ser Inferior. É


desta maneira que Lilith se torna uma Iniciadora no
Caminho Negro de Hecate, servindo a certos casos
como a guia que apresenta o Buscador na estrada da
Rainha Bruxa. Não é estranho que este processo seja
a outra maneira ao redor para outros, tudo depende
do caminho espiritual singular.
Malkuth é conhecido na sua reflexão negra como o
nome de Lilith, mesmo quando a esfera obscura é
liderada por Naamah, a considere como filha da
Deusa Vermelha, e é uma particularidade
extremamente esclarecedora. Ela está em Lilith,
como a reflexão negra da Sephiroth terrosa, que a
viagem do neófito começa na ascensão dele/dela na
Árvore do Conhecimento, e isto dá uma clara
referência sobre o impacto absoluto da Serpente
Vermelha no plano material, envolvê-lo com seu
sedimento primitivo, por exemplo o Reino
Qliphotico. Enquanto a Kundalini permanece
enrolada no chakra raiz, a própria Lilith o faz em sua
reflexão macrocósmica, conduzindo o processo de
elevação da Alma e quebrando a casca egóica básica
do individual como preparação para a primeira
iniciação dele/dela no reino sexual de Gamaliel, no
qual ela reserva para si mesma total domínio e
direção.
O velho ditado diz que “Kether é em Malkuth e
Malkuth em Kether mas de outra maneira”; o mesmo
pode ser aplicado neste caso para o conceito de
47

Shekhiná, a essência feminina da Divindade, a qual


em sua forma primitiva não é outro do que a própria
Lilith, e, como a Amante Pura mantém parte de sua
essência em Malkuth; o mesmo acontece com Lilith
no reflexo sombrio da Terra. Através desta porta, a
Deusa é capaz de iniciar o despertar do Buscador, o
conduzindo através de suas paixões e o seduzindo
para fazê-lo pular para a escuridão e entender o
Reino das Sombras. O aspecto dela como Iniciadora é
então evidente. No entanto é difícil considerar que a
atração de Lilith é reduzida apenas para o alcance
sexual.
Na realidade, sexo é apenas um meio; o último fim
é, como esperado, o Poder; e a ansiedade para isto é a
bandeira chave para a Deusa que é considerada
invencível e irreprimível. O desejo veemente e
ardente por conhecimento e poder espiritual, na
procura pela Ascensão, é constantemente presente e
negá-la é cheio de toda a falsidade; os Deuses Bruxos
não condenam este fato, contudo este não deve ser o
foco central, mas uma peça útil e necessária do
quebra-cabeça que integra todo o processo. Este fator
não é desconhecido para Lilith, que em seu assobio
atrai com movimentos sedutores aqueles que dentro
possui a capacidade de andar o caminho negro, o que
não significa que se destinam a superar as
dificuldades. O caminho é de vontade, devoção e
calma.
48

Uma vez que o passo é dado e a serpente começa a


se desenroscar, ambos no universo pessoal como na
face macrocósmica, o encontro com Lilith como a
Iniciadora Sexual, aquela que através da liberação de
inibição e exaltação da corrente erótica desencadeia a
abertura da alma; ocorre. Este é um papel que ela
compartilha com Hecate, mesmo assim a
aproximação é essencialmente diferente e a eleição é
determinante diretamente pelo caminho pessoal do
praticante e a inclinação maior ou menor dele/dela
para qualquer uma delas. No fim a decisão está nas
Deusas e elas o farão saber no decorrer do
desenvolvimento espiritual inicial.
A presença de Hecate, para ele que segue esta
estrada, manterá em uma maneira permanente,
permanecendo na Encruzilhada dos Mundos, mesmo
para eles que recebem o chamado da Serpente
Vermelha com mais força. A Rainha Suprema
mantém seu olho firme em qualquer um que vá
através de seu reino, a Árvore da Morte. Tal é o
direito dela como Fonte. Aqui está quando nós
percebemos a particularidade de ambos os caminhos,
porque mesmo quando a Serpente Preta e Vermelha
se manifesta é estender mais ou menos na vida do
iniciado, fornecendo aspectos diferentes de trabalho
espiritual; um deles prevalecerá na vida do indivíduo,
se tornando o guia por excelência dele/dela no que
diz respeito à corrente feminina na Feitiçaria.
49

Sonhos e Pesadelos

As incursões noturnas de Lilith para aqueles que


trabalham próximos dela e têm a bênção da Deusa, a
aproximação da Amante dos Sonhos Negros é
inconfundível. A sensação de uma paranóia
crescente, o aumento dos batimentos cardíacos que
terminam em uma arritmia cardíaca branda que
impede o repouso, o toque sutil na superfície da
cama, todos são preâmbulos da chegada próxima de
Lilith, que fez um uso delicioso do terror e
expectativa como um meio de produzir o estado
necessário alterado para testemunhar sua forma e ser
levado depois pela serpente negra para o plano
onírico.
É mencionado em fontes diferentes a
predisposição de Lilith de romper as moradas de
homens solitários e crianças, na maioria das vezes
Hebreus, de pouca idade; o qual, de acordo com o
folclore popular, ela estrangula se eles não possuem a
adequada proteção angélica. Esta é uma clara
indicação de seu papel preponderante como Rainha
da Noite, o título que ela compartilha com Hecate,
não obstante, ao contrário da segunda, Lilith não é
50

acompanhada por cachorros pretos de olhos furiosos


ou uma procissão fantasmagórica; mas ela, enrolada
em correntes obscuras de ar tempestuoso no céu da
noite, regozija-se em enviar sua prole, os Incubbus e
Succubus, para conceber, empregando êxtase sexual,
mais descendência. É difícil acreditar que Lilith por
si só visitaria qualquer mortal para sua habitação,
como Rainha em todos os seus direitos seria infame,
não, ela reserva seu direito de aparição para aqueles
homens e mulheres que são dignos de estarem cara a
cara com a Mãe Terrível, aqueles que são chamados
para o caminho dela. Em tais encontros a Serpente
Vermelha vibrou sua contraparte microcósmica com
um toque erótico de prazer no chakra raiz, causando,
se o escolhido for adequado, que ocorre uma leve
possessão ofídica e, em algumas circunstâncias, um
êxtase completo do corpo é alcançado. É neste êxtase
de estado espiritual que a mente do bruxo permeia
com a da Rainha Vermelha e a viagem sabática é
alcançada em uma viagem astral de degrau
simultâneo ficar terrestre. Incômodo, para dizer
menos, são os efeitos psicossomáticos que precedem
a chegada da soberana irreprimível, é uma
experiência que não é desejada para toda noite,
mesmo assim Lilith não mostra interesse no conforto
pessoal do indivíduo, é o desejo dela que aquele que
finalmente prevalecerá e apenas ela decidirá se é
apropriado ou não ela vir.
51

Como Rainha dos Sonhos a linda Deusa pode


facilmente moldar as concepções astrais e mentais do
ser, é desta maneira que ela mostra como uma das
divindades da Arte com quem o trabalho onírico
pode ser alcançado com pouco esforço; isto como
uma consequência da já mencionada influência
terrestre e lunar. Mesmo depois de alguns trabalhos
evocativos, a presença de Lilith em alguns sonhos
pode ser sentida, e até mesmo durante a sonolência a
sensação que uma entidade negra cerca as paredes do
quarto e nos observa pode ser muito tangível. É em
tais encontros íntimos que o conhecimento sobre sua
verdadeira natureza pode ser ganhada, Lilith não é
limitada por rituais de cerimônia para transmitir sua
sabedoria, de fato, é da semelhança dela que maioria
fizeram contato com ela escolhida nos seus
momentos de fraqueza, quando as defesas mentais
são desactivadas no anseio para descansar e acreditar
que o dia está terminado. Mesmo assim Lilith não se
irrita em total solidão, seus parentes espirituais
constantemente vagam ao redor de sua mãe, e não é
surpresa que quando ela vai embora alguns deles
permanecem, isto com conhecimento total da dama
negra; uma diversão dela ou simplesmente um fato
natural ou indiferente da rainha poderosa,
permanecerá nas mãos do bruxo para lidar com a
entidade e decifrar suas intenções. Daí uma das
razões por trás do congresso voluntário sexual com
Succubus e Incubbus. Tais assuntos fizeram-nos
52

entender e realmente se aproximar de Lilith e saber


seus altos mistérios é necessário fazer para então
fazer isto de uma posição totalmente aberta, e
disposto a correr qualquer risco, ou tentar
estabelecer um relacionamento puramente
cerimonial com ela que não dará benefício seja o que
for e cortará as infinitas possibilidades da comunhão
espiritual; além disto o fato que dificilmente a Deusa
Rainha poderia estar limitada por um círculo
protetor e uma adaga ou espada. Lilith não pode ser
domesticada, amarrada ou coagida, isto é
absolutamente impossível; seria similar a tentar
parar o próprio impulso cósmico e balançar a dança
do universo.
O Caminho da Serpente Vermelha pertence ao
Bruxo da Arte, não ao mago clássico cerimonialista,
ele requer uma integração profunda não apenas da
Deusa mas com os espíritos dela e familiares, os
quais irão guiar o praticante no desenvolvimento de
suas habilidades dormentes, se a semente ardente for
encontrada dentro. Os véus serão postos de lado
conforme a união se fortalece, apenas depois a
verdadeira face de Lilith, aquela que se mantém
longe das ilusões fantásticas antinômicas que a
enquadra como uma demônia simples que quer ver o
Universo de Yahvé se destruir; ela mostrará, e a sua
essência de bruxa emergirá para revelar seu papel
como a esotérica e paixão eminente que mantém a
Criação em movimento. A sala escura, as rosas pretas
53

do príncipe no Altar, as velas carmesins e o sândalo


permeando o meio ambiente, com o toque leve do
perfume Azahar, todos são características dos
elementos de adoração e atração da Amante Noturna,
tudo em preparação para a chegada dela, não apenas
para a morada mas para o templo da carne, para ser
possuído por sua divina nuvem e arrastado para os
túneis negros entre os mundos, em uma viagem de
sonhos e pesadelos.
54

A Morada da Mãe Negra

Walter García

Dentro do contexto da tradição cabalística


Judaica, Lilith é um dos seres mais terríveis que se
pode encontrar. Ela foi a primeira esposa de Adão, o
qual a baniu do Jardim do Eden. Depois ela se tornou
a cônjuge do grande demônio Samael, e com ele, ela
deu a luz a incontáveis demônios e monstros que
ainda instila terror e medo nas almas de pessoas
religiosas. Lilith fugiu do Eden por pronunciar o
nome secreto de Deus, um nome tão poderoso que
até mesmo em suas versões mais curtas são usados
como palavras mágicas em rituais e orações. Mas,
como Lilith sabe o nome secreto de Deus? Foi
revelado a ela quando Deus a criou. Contudo, Lilith
não é um ser passivo: ela é uma mulher rebelde que
sabe que é poderosa por estar na posse do nome
secreto de Deus, ela usa este poder para se libertar
dos limites da Criação. Pronunciar o nome inefável
de Deus, Lilith nega o Paraíso e escolhe viver no
deserto, vivendo em cavernas onde ela dará a luz a
incontáveis demónios. Neste sentido, Lilith tem sido
comparada com a presença feminina de Deus,
Shekinah, a qual, na tradição Judaica, é exilada no
plano físico, sendo o trabalho do cabalista reunir este
55

princípio feminino com a divindade. Aqui estão as


chaves as quais podem permitir estabelecer um
relacionamento estre o misticismo Judaico e
Tântrico, mas isto vai além do alcance desta
composição, tendo em posse o nome de Deus, Lilith é
poderosa. Seu exílio como um ato de rebelião, e seus
coitos com os demónios do deserto, a tornaram a
sombra da presença de Deus no mundo.
Na Cabala Qliphotica, Lilith é comumente
associada com as três Qliphoth: Lilith, Gamaliel e
Satariel. Alguns trabalhos, tais como o excelente de
Thomas Karlsson Qabalah, Qliphoth and Goetic
Magic, tem derramado um pouco de luz no
relacionamento entre Lilith e a Sitra Ahra. O
principal objetivo desta composição, é apresentar os
resultados de minhas próprias investigações,
reflexões, trabalhos e explorações sobre a figura de
Lilith e suas formas diferentes. Em praticamente
toda a cultura ao redor do mundo, nós podemos
encontrar deusas as quais incorporam o arquétipo da
Deusa Mãe, e quase sempre nós podemos encontra
uma contraparte negra destas deusas. Estas deusas
negras são aquelas que sabem os segredos de morte e
renascimento, como Lilith na Cabala é uma delas. As
diferentes dimensões na qual o poder de Lilith se
manifesta são comummente relacionadas ao mistério
do feminino. A mulher tem sido sempre a fonte de
inspiração para os homens de todas as idades, mas
também uma fonte de medo e aversão. As mulheres
56

incorporam o mistério da criação dentro de seus


corpos, e Lilith, como o lado negro deste potencial,
tem também inspirado um número de correntes
artísticas, mais notavelmente corrente gótica em
pintura. Para homens, as mulheres têm sido sempre
um mistério, e isto também é verdade para muitas
mulheres no mundo de hoje, um tempo que até
mesmo as mulheres têm esquecido seus poderes
reais. Para redescobrir os mistérios do feminino,
então os seres humanos modernos podem alcançar
um estado de integridade espiritual, nós devemos
ousar explorar as dimensões negras dos nossos seres.
Lilith é o portão para estes mundos. Nós podemos
identificar três diferentes expressões de Lilith: Lilith
em Lilith como o lado negro da mãe Terra; Lilith em
Gamaliel como a Iniciadora dos mistérios do Outro
Lado; e Lilith em Satariel, como o arquétipo da
Divina Mãe Negra.
57

Lilith em Lilith

A primeira esfera da Árvore da Morte é a


contraparte negra de Malkuth, o plano físico.
Malkuth é associado com o símbolo de dar vida,
correspondente a Eva, segunda esposa submissa de
Adão, e também para Shekinah, o lado feminino de
Deus preso na esfera física, longe do reino divino. O
lado negro de sephira é a qlipha Lilith. Este aspecto
de Lilith representa não uma mãe a dar vida, mas a
uma caçadora e assassina de crianças pequenas. Se
nós analisarmos este par de forças opostas, nós
encontraremos que é presente implicitamente na
outra. Malkuth e Eva são poderes os quais permitem
vida para crescer e desenvolver, enquanto Lilith é
uma assassina. Contudo, a vida que Eva dá é frágil e
breve, e é condenada para o fim na morte. Era Eva,
depois de tudo, quem condenou a humanidade a
levar a marca do pecado original, um mal que
pessoas religiosas se esforçam para reparar. Na outra
mão, na morte Lilith traz a mentira do segredo da
vida eterna.
É dito que nós nascemos neste mundo (Malkuth)
contra nossa vontade. Lilith como o lado negro do
arquétipo mãe, oferece apenas morte, mas nesta
morte há também vida, uma nova vida a qual o
adepto consegue despertar para ir fundo nas esferas
negras da qliphoth e se tornar um deus. O poder de
58

dar vida de Malkuth implica também no poder de dar


morte, Lilith, e isto é porque é dito que Lilith está
escondida dentro de Malkuth. A vida que Lilith dá
requer que um deve morrer primeiro em ordem para
ser capaz de ver o lado negro da existência. Na
mesma maneira que nós nascemos contra nossa
vontade, maioria das pessoas também morrem
contra suas vontades, vivendo uma existência vazia
na qual eles estão apenas esperando passivelmente
pelo fim chegar. Contudo, quando um passo no Outro
Lado, e no ventre estéril de Lilith, um está
escolhendo ativamente em ordem para se tornar o
criador de uma nova realidade. Esta é uma morte
iniciática, um processo o qual transformará o adepto
ao núcleo mais profundo dele ou dela.
A presença de Lilith nesta qlipha, pode também
ser apreciada na forma de Naamah, a demônia é
frequentemente associada com Lilith, e também é
considerada ser uma forma menor dela, sua filha, ou
sua irmã mais jovem. “Naamah” significa
“agradável”, e é dito que ela é a demônia de beleza
extraordinária. Naamah, como Lilith, é uma
assassina de crianças, e ataca homens em seus sonos
para procriar incontáveis entidades as quais habitam
o lado negro do plano astral. De acordo com a
tradição rabínica, Lilith e Naamah, assim como suas
descendências demoníacas, succubo e incubo, são
responsáveis pelas emissões noturnas de sêmen e de
sonhos sexuais. Lilith e Naamah, juntas com Agrat
59

bat Malat e Eishet Zenunim, são chamados de


“Quatro Anjos da Prostituição Sagrada”, e são os
cônjuges de Samael.
Lilith também tem sido descrevida como uma
mulher com uma parte inferior do corpo serpentina,
reminiscência da lâmia grega. Ela também é dita ter
sido a serpente que atentou Eva com a fruta do
conhecimento no Jardim de Eden. A respeito disto,
ela também é a serpente de poder a qual está
adormecida no corpo humano, Kundalini. Kundalini
é simbolizada por uma serpente enrolada três vezes e
meia dentro do chakra Muladhara. Através de
práticas diferentes de yoga, o adepto tântrico
consegue despertar e direccionar a Kundalini através
dos sete chakras principais e atingir liberação. Há
também uma similaridade interessante entre os
casais Samael-Lilith e Shiva-Shakti. Em ambos casos,
o princípio masculino (Samael e Shiva) são passivos,
enquanto os femininos (Lilith e Shakti) são ativos.
Enquanto Eva e Malkuth representam a mulher
maternal, Naamah e Lilith são associadas com
luxúria e morte. Elas são tentadoras que chupam a
energia dos homens durantes seus sonos para
procriar descendência de demônios astrais.
Enquanto muitos sistemas de caminhos da Mão
Direita dificilmente usarão energias sexuais, ou
mesmo indo tão longe que exige absoluta
abstinência, os adeptos do caminho Mão Esquerda
devem aprender para ativelmente usar sexo e
60

orgasmos como meios de alcançar transes extático e


estados altos de consciência. A sociedade tem
considerado sexo com um tabu por muito tempo, e o
adepto do Lado Esquerdo deve se esforçar para ser
livre destes conceitos e fazer muito o uso do potencial
sexual dele ou dela em ordem para alcançar partes
mais profundas da mente e alma dele ou dela.
Naamah, e Lilith através dela, incorporam estas
ideias como o lado de sombra de Malkuth, a
realidade comum da esfera terrestre.
61

Lilith em Gamaliel

Gamaliel é a qlipha correspondente a esfera da


Lua, e é a contraparte negra de Yesod, ambas esferas
pertencem ao reino dos sonhos e fantasias. Em
Yesod, a energia emana da sephiroth mais alta, pega
aqui uma forma mais concreta na mente humana,
como definido sonhos, fantasias, visões e ideias. Em
Gamaliel, nós encontramos sonhos e visões, mas de
uma natureza diferente: estes são os sonhos que
nossa mente banirá do reino do subconsciente, por
causa de suas naturezas reveladoras, algumas vezes
tão divergente com o ego. O ego é a imagem que nós
temos de nós mesmos, uma face externa construída
de necessidades sociais e expectativas. Muitas
pessoas tendem a identificar muito em si mesmas no
pessoal, no que elas acreditam que são todas as suas
personalidades. Isto é falso, como o pessoal e o ego,
são, em muitos casos, manifestações de si mesmo (a
esfera solar, Tipharet e Tharigion). Trabalhar para
saber e aceitar estes sonhos, nós estamos
trabalhando para alcançar um conhecimento mais
profundo sobre nós mesmos.
Na qlipha anterior, Lilith se manifesta através de
Naamah. Lilith é a demônia regente da esfera lunas, e
é quem inicia o adepto nos mistérios do lado negro
do plano astral. Nesta esfera é possível encontrar
vampiros astrais e outras criaturas de pesadelos. Nos
62

sonhos, Lilith revela nossas fantasias mais


escondidas e os desejos que nós normalmente
negaríamos. É frequente que nestes sonhos ter
experiências de sensualidade e horror, dor e prazer,
sexo e morte. Estes tipos de experiências também são
características dos encontros sexuais que podem
serem experimentados com os filhos astrais de Lilith:
incubo e succubu. Estas entidades roubarão a energia
do viajante astral, e o mago adepto deve usar a
vontade dele ou dela, e usar estes encontros para
alcançar estados mais altos de consciência. Em Yesod
e Gamaliel, um começa a desvendar os mistérios por
trás da sexualidade humana, e aprender a como usar
este poder para avanços mágicos.
O papel de Lilith aqui é de uma iniciadora dos
adeptos do caminho da Mão Esquerda. A qlipha
anterior é a entrada para o lado sombrio, e aqui os
primeiros mistérios são revelados. Deste nível, o
mago adepto experienciará iniciações sucessivas
através da Árvore da Morte, na qual ele ou ela
revelará aspectos esquecidos do ser dele ou dela, para
finalmente pegar o passo final fora do universo. Aqui,
Lilith se revela como o poder por trás das formas bela
e prazerosa de Naamah, e através de uma
combinação de experiências opostas, ela guia o
adepto nas profundidades de seu ventre. Esta esfera
também é relacionada a bruxaria, uma tradição
mágica antiga de uma natureza profunda sexual e
orgiástica. A coruja, um pássaro associado com
63

bruxas, é também associada com Lilith, mesmo de


fontes anteriores da Babilônia. Os Sabás das bruxas
foram celebrações de poderes da noite e as regiões
selvagens ambas na natureza e no homem. Através
destas cerimônias orgiásticas, na qual o uso de
plantas alucinógenas e fungos são comuns, juntos
com danças extáticas e cantos, os celebrantes
alcançariam estados mais altos de consciência, nos
quais eles seriam capazes de estabelecer contato com
criaturas do Outro Lado.
O relacionamento entre a Lua e os poderes
femininos é antiga, e está presente em quase toda
cultura. Um consegue estabelecer contato com Lilith
através de trabalho de sonho e meditação profunda,
assim como as viagens astrais para Gamaliel. Esta é
uma reminiscência dos contos antigos nos quais as
bruxas voariam em suas vassouras no meio da noite
para seus portões. Nestes, eles participariam em
cerimônias orgiásticas e rituais para canalizar os
poderes da fonte feminina esquecida, simbolizada
por Lilith. O vôo das bruxas para o Sabá, e a viagem
de Tannhauser para Venusberg para adorar a deusa
pagã Afrodite, são símbolos de uma busca para
recuperar uma força feminina perdida: em uma mão,
o Sabá das bruxas femininas como uma maneira de
recuperar contato com uma força sexual reprimida e
poder criativo, e na outra mão, a missão do cavaleiro
pelo seu lado feminino reprimido em ordem para
alcançar um conhecimento total de sua alma. É nesta
64

esfera que o adepto começa a “lembrar” das partes


esquecidas de sua alma, para eventualmente fundir
na unidade funcional. Lilith é a iniciadora deste
processo, a qual eventualmente guia para a apoteose
do adepto em Thaumiel.
65

Lilith em Satariel

É dito que a verdadeira morada de Lilith está em


uma esfera superior (ou inferior, dependendo de
como alguém o vê): Satariel, o lado de sombra da
sephira Binah. Na Cabala, Binah representa o
primeiro pólo negativo na Árvore da Vida, e no
processo de Criação, a manifestação da luz divina,
esta esfera é o poder o qual para a luz emanando de
Chokmah, o pólo positivo primitivo, o princípio
masculino, associado com a figura do pai celestial, e
também funções como um ventre no qual o cosmos
gestará antes de se manifestar nos mundos
inferiores. Neste sentido, Binah é a sephira
responsável pela revelação do divino nos reinos
inferiores. Binah é associada com o arquétipo da mãe
divina que dá luz ao mundo. Satariel, na outra mão, é
a qlipha a qual esconde a luz divina. Esta esfera está
além do Abismo do Outro Lado, longe da luz do dia
da Criação, portanto sendo o primeiro passo do
adepto para a escuridão absoluta a qual está antes do
portal final em Thaumiel, no qual ele ou ela se
tornará um criador de um novo universo. Isto é
representado também pelo governante demoníaco de
Satariel: Lucifuge. Lucifuge significa “aquele que foge
da luz”, e é o oposto de Lucifer, o portador da luz.
Lucifuge foge da luz divina do lado do dia para que o
adepto possa começar para ver verdadeiramente nos
66

caminhos da escuridão do reino divino no Outro


Lado.
Na configuração cabalística de Partzufim, Binah é
chamada de amma, ou “mãe”, enquanto Chokmah é
chamada abba, ou “pai”. Estes dois pólos
representam as forças primitivas opostas que
trouxeram a criação da singularidade de Kether. A
quarta partzuf é chamada zeir anpin ou “rosto
pequeno” (a primeira corresponde ao Kether e é
chamada arik anpin, “rosto maior”) e corresponde
com as seis sephiroth ao redor de Tiphareth, com
Tiphareth no centro, também chamada “O Filho”. A
quinta e última partzuf é chamada nukvah, e
corresponde a Malkuth. Nukvah é o lado feminino de
zeir anpin, e é chamada de “a Noiva”. No outro lado,
este arranjo pode revelar mais sobre as diferentes
moradias de Lilith. Em Sataiel (Amma), ela é a Mãe
Negra; em Lilith (Nukvah) ela é a sedutora tentadora.
Em Treatise on the Left Emanations, por R. Isaac ha-
Cohen, somos informados da existência de duas
Liliths: uma jovem Lilith que é a cônjuge de
Asmodeus, e a Lilith mais velha que é a contraparte
feminina de Samael. A jovem Lilith corresponde para
o partzuf da Noiva, enquanto a Lilith mais velha
para o partzuf da mãe. A jovem Lilith é mais
relacionada com sensualidade e luxúria carnal, e é
nesta maneira que é mais relacionada a ambas
esferas Terra e Lua, assim como com Naamah. A
Lilith mais velha é a encarnação da escuridão
67

primitiva da qual a jovem Lilith é uma expressão.


Lilith em Satariel representa a mãe negra divina, a
escuridão que está além da luz de Deus e na qual o
adepto encontra a centelha divina interior.
A jovem Lilith aparece em duas esferas: Gamaliel e
Lilith. Em Malkuth, ela é o poder por trás de cada
tentação e pecado, e em Gamaliel ela se revela como
iniciadora dos mistérios de sexo e morte. Mas a
morada verdadeira de Lilith está além do Abismo do
Outro Lado. Satariel, sendo a esfera da Mãe em Sitra
Ahra, é a morada da mais velha, e verdadeira Lilith, e
é aqui que ela abre seu ventre para dar a luz a
escuridão e mal que assombra e ameaça o mundo do
homem. A vida e luz que Binah faz manifestar são
escondidas em Satariel, onde Lilith transforma as
energias externas do universo em morte e desolação.
Apenas aqueles de uma forte vontade, moldado pelas
dificuldades da iniciação nos mistérios da qliphoth,
pode andar os últimos passos no reino do divino.
Satariel e Binah pertencem a esfera de Saturno, um
planeta associado com morte e doença. Lilith é a
assassina de crianças, e ela que traz nova vida através
da morte. Ela também é a deusa Hindu Kali e a deusa
nórdica Hel. A deusa asteca Tlazolteotl, a deusa da
sujeira e excremento, também é relacionada a Lilith.
Estas deusas incorporam os mistérios da vida através
de morte, e nestes tempos nos quais nós somos
sedados pela mídia e as comodidades da vida
moderna, eles nos relembram que nós também
68

somos mortais, mas também que, abraçando este


fato, nós conseguimos viajar ao desconhecido para
alcançar as partes mais profundas de nossas almas
em uma viagem sem fim. Nós nascemos do ventre da
terra, e quando nós morremos, nós entramos no
ventre da deusa negra. Contudo, se nós escolhermos
entrar no desconhecido enquanto ainda vivos, nós
podemos experienciar uma iniciação nos mistérios
destas deusas, um processo que nos permitirá
lembrar o esquecido, destruir o antigo e construir um
novo.
69

Conclusão – Lilith e a Iniciação Mágica

O papel de Lilith como Rainha de Sitra Ahra é de


uma iniciadora que, através de uma descida
progressiva para as profundezas da alma, é revelador
aquelas partes de nós mesmos que nós temos banido
em nosso inconsciente. A soma deste material
negado é nossa sombra. A exploração do lado negro
através do simbolismo cabalístico, é a exploração do
lado negro, não apenas da própria alma, mas
também da alma da humanidade, assim como o
próprio cosmos. O homem, domesticado pelas
comodidades da modernidade, tem esquecido a si
mesmo de se tornar uma peça da grande máquina
que é a sociedade moderna. O questionamento
existencial é por si só uma ferramenta útil para
começar a se libertar do paradigma, mas isto não é o
suficiente. Ação é necessário. O existencialismo deve
servir para começar um processo progressivo que
termina com a maturidade do homem como criador
de sua própria existência, e isto pode ser apenas
alcançado através da exploração do próprio ser em
todas suas dimensões. Neste processo, e por causa de
muitas natureza de conhecimento próprio, o homem
é transformado. Como é possível esta transformação?
Através da iniciação mágica.
Sistemas de iniciação tradicionais decaíram em
meros grupos especulativos, apenas discutindo os
70

símbolos e mitos de suas tradições, sem na verdade


aplicar seus conhecimentos. Magia é uma ferramenta
para alcançar esta realização, mas apenas dentro de
um contexto iniciático, este é, então que permite a
realização de todo o potencial do indivíduo. Para
fazer isto, um sistema iniciatório de magia não deve
focar apenas em um aspecto do indivíduo, mas tem
que se esforçar para alcançar o equilíbrio das forças e
potências em ordem para alcançar um certo
dinamismo permitindo a ascensão do espírito para a
realização própria.
Lilith é a iniciadora dos mistérios do lado sombrio,
tal como, é a mãe negra em cujo o ventre nós
podemos apenas encontrar morte e desolação, mas,
como eu mencionei antes, é neste ventre que nós
podemos encontrar os segredos da divindade. A
busca pela centelha divina interior requer sacrifícios,
e o pagamento por uma nova vida a qual se torna de
sua própria realidade dele ou dela, é aquele que deve
destruir sua antiga vida. No outro lado, além da luz
de Deus, está o poder que o homem moderno tem
esquecido e banido, um poder que Lilith, como
Rainha de Sitra Ahra, revela para o adepto que ousa
entrar em seu ventre. O sangue de Lilith, os kalas da
Lua Negra, é o veneno que mata os filhos dos
homens, mas não aqueles que andam no Caminho da
Mão Esquerda, este é o elixir da vida eterna.
71

A Árvore de Huluppu

Frater G.S

Havia uma Árvore Huluppu


E Inanna perdeu seus olhos nela
Como é linda a Árvore
A deusa a tocou com um aperto tenro

Oh os sonhos que o caule abrigou


Oh os tesouros da coroa pendurada
Oh a mais radiante Inanna
A alegria de seus olhos derramada
Com brilho eterno

Mas a noite escura caiu


E o terrível pio da coruja
E a serpente antiga emergiu da raiz
72

Oh os sonhos quebrados
Oh as faces murchas
Que a tristeza viciosa gera

A noite mostra a dona da Árvore


O cabelo avermelhado que o céu reflete
E o olhar cruel quebrou as fundações

Das sombras venha!


Pelo pio da coruja venha!
Pelo sibilar da serpente venha!
Pelo uivo do lobo venha!
Oh Lilith venha!
Venha aqui
Venha para mim

Que a lua minguou


Que o sol se esconde
Desça Oh Rainha
Amante do meu coração
73

Oh Lilith venha!
Venha para mim
Mingue aqui

Oh Lilith venha!
Venha para mim
Minta comigo

Havia uma Árvore Huluppu


Oh Inanna chora muito!
Não chore mais Inanna
Lilith está entre nós

Lilith: A Bruxa da Noite

Pairika – Eva Borowska

Para JD White Night – Obrigada por toda a inspiração.

Para Seis – Obrigada por toda a ajuda quando eu a precisei.


74

Na mitologia o nome Lilith é usualmente derivado


da palavra Assíria Babilonica “Lilitu” a qual é a
mesma como o demónio feminino e o espírito do
vento, e do Hebreu “Layil” a qual denota a noite.
Lilith tem muitos outros nomes, e também é
identificada com outras deusas que são suas iguais.
Tais divindades são: Mahakali, Az, Hecate, Sophia,
Naamah… Usualmente nós sabemos dos mitos dela e
lendas, de acordo de que ela foi a primeira esposa de
Adão, aquela que se rebelou contra as leis patriarcais.
É dito que o relacionamento de Adão e Lilith deu a
luz a Asmodeus/Lucifer/Samael, rei de todos os
demónios. Como a primeira a se rebelar contra a
ordem patriarcal, ela introduz caos e leva à
emancipação. Ela é aquela que estabelece as regras
do jogo e o Livre Arbítrio. Cansada de ser obediente e
servir a Adão, ela pronunciou a palavra de absoluto
Poder, invocando Deus o Criador, e deixou o Paraíso
para se estabelecer na região selvagem do Mar
Vermelho. Como ela foi a primeira a deixar o Eden
por sua própria vontade, ela também foi a primeira a
experienciar ambos luz e escuridão. Portanto ela
poderia escolher andar o caminho do equilíbrio
perfeito de nenhum.
O Mar Vermelho também é simbolismo de sangue.
Como a menstruação costumava ser um tabu, o
sangue foi um símbolo de grande poder,
espiritualidade e conexão ao elemento da natureza.
Lilith incorpora adoradoras femininas da deusa
75

Caananita Anath, que com o consentimento do padre


poderia ter amantes fora do casamento. Anath foi
uma deusa guerreira cruel deleitando-se com sangue
e carnificina que foi para o submundo para
salvar/reviver seu marido Baal. Em uma lenda
similar, nós podemos vê-la como a deusa Persa Az-
Jeh que depois de milhares de anos entrou na
caverna do morto/dormindo Ahriman para abençoa-
lo com o beijo do despertar. É uma metáfora de uma
relação sexual grátis/defloramento, como eu diria,
através de que Jeh recebe o beijo de Ahriman de
sangue e se torna em uma sangrenta, mulher
madura, a mulher que realiza o poder de que ela tem
sobre o homem ao redor. Ela desperta medo e
luxúria. Medo da fraqueza masculina, porque como
pode uma mulher ter uma vontade maior do que o
homem? Luxúria porque um lindo, tentador corpo
sempre permanece na mente do homem, provocando
sonhos cheios de perversidade, prazer e satisfação.
Daí a tradução de tais nomes como Naamah indica
gemido, ou Lil-lil como um espírito mal, ou Lilith
como a estridente. Na Árvore da Noite a Rainha
Negra Lilith é a governante da Qlipha Gamaliel e a
esposa de Samael. Ela também é a advogada da
primeira Qlipha Malkuth, onde ela é identificada
como Naamah. Do meu ponto de vista, a Qlipha
Malkuth como o início, e a deusa Naamah personifica
Inocência, o início do qual é o caminho da Vida e
Destino, assim como a escolha de andar o caminho
76

da Escuridão ou Luz. A segunda Qlipha, depois de


uma decisão interna sido feita, representa a
maturidade feminina e poder, mas também a arte de
manipulação do ego masculino e o sêmen do qual os
filhos da noite de Lilitu são nascidos, o succubo e
incubbo.
O próximo passo no caminho do poder interior
feminino é onisciência que não faz pertencer a mãe
mas para a velha - A Bruxa da Noite. É ela a quem
pedimos conselhos em todo aspecto da vida, aquela
que vive sozinha nos recessos mais escuros da
floresta, assim como aquela que nos assombra nos
mais negros pesadelos e tira a vida. Ela é a
personificação feminina da Morte.
Mulher/sacerdotisa/Lilith é aquela que dá a vida mas
também aquela que tira a vida através de
derramamento de sangue e morte. Lilith como uma
mãe dá luz a centenas de demônios todos os dias,
mas também a cada dia ela devora centenas de seus
próprios filhos os assassinando. Nos tempos antigos
ela era identificada com a deusa que trouxe ambos
prazer e paixão assim como morte, assassinando
recém-nascidos ou causando aborto espontâneo de
mulheres grávidas. Neste respeito, ela representa as
práticas primitivas e secretas da feitiçaria a qual
inclui poções e feitiços que causaram doenças, morte,
impotência, mas também trouxeram alívio para
aqueles que estavam cansados da doença e morte que
nos cerca todo o tempo.
77

A Bruxa da Noite é também uma guia que dá


conselhos no que fazer e no que não na maioria dos
eventos mais importantes da vida. Ela é a bruxa
antiga, a velha, a quem nós respeitamos e tememos
as vezes. A Bruxa da Noite usualmente aparece para
nós como feia, mulher velha magra com uma pele
negra apodrecida e flácida, olhos lustrosos vermelhos
ou pretos, com dentes ruins fortemente curvados
como suas garras com as quais ela agarra sua vítima
dormindo e sonhando sonhos felizes, sugando a
energia da vida, que é o esperma e sangue. Como a
Bruxa da Noite, Lilith nos traz habilidades mágicas
chamada “febre demoníaca” a qual ela passa suas
vítimas através da mordida da morte. Ela também
envia sonhos caóticos e angustiados que são
destinados a atormentar sua vítima a tal ponto que
como um resultado ela poderia possuir a alma
torturada, dando efeitos ilusórios de paz no plano
físico e fechá-lo dentro da pedra chamada
Heartstone.
Como velha as vezes ela fica grávida, dando luz a
bruxas como ela mesma, mas com muito corações
mais pretos que não conhece misericórdia. Estas
criaturas assemelham-se a cabelos pretos, gasto e
esqueletos em decomposição que nos assombram nos
piores dos pesadelos. A Bruxa Mãe da Noite visita
seus filhos 11 vezes, realizando rituais de limpeza,
levando a transformação do Eu interior,
transubstanciação interna de beleza e integridade.
78

Um destes filhos também foi o Sapo Sábio nascido do


relacionamento secreto com Adão que se absteve de
práticas sexuais com Eva por 130 anos. O Sapo Sábio
ensinou para a humanidade as línguas dos animais e
pássaros, o conhecimento de cura de ervas e pedras
preciosas. Portanto nós nos encontramos novamente
em um círculo grande do qual há apenas uma saída
que é o Eu interior. É como o vaguear da sacerdotisa
através da Árvore da Vida, Conhecimento e Morte.
Em uma mão, nós conseguimos saber os aspectos
benéficos de mover-se para o topo, ganhando
conhecimento que está no entanto fechado dentro
das regras impostas pelo elemento masculino. Na
outra mão, descendo através da Árvore do
Conhecimento nós ganhamos experiência
aprendendo sobre as regras, a qual nos leva em
conexão com o elemento feminino. Desta maneira
nós nos tornamos a criatura andrógina que contém
dentro os elementos do masculino e feminino, não
mais andando os caminhos das dualidades, mas o
caminho da união e harmonização de escuridão e luz.
O caminho que não é, não aqui e nem lá, o caminho
que A.O. Spare se chama Neither Neither.
Lilith é o aspecto que incorpora escuridão e
sangue, ela é uma adversária ou parceira,
equilibrando as forças opostas que iniciam o
antinomianismo e auto - deificação. Nas obras
anteriores de Zohar, é sugerido que Samael e Lilith
foram nascidos de uma essência divina emanando
79

poder do trono divino, aparecendo como uma


criatura andrógina com duas faces. Lilith e a Bruxa
da Noite vem para nós em seu aspecto mais negro no
tempo da lua nova. Este é o tempo quando o mundo
está coberto com a mais negra escuridão, e a estrela
Algol, que as vezes brilha mais forte e outra hora
mais escura, em um transe hipnótico que leva a
morte. A Bruxa da Noite é aquele que sabe o que é a
rebelião, o instinto materno e morte, é o arquétipo da
consciência feminina representando a consciência
feminina do inferno, princípio negro e amorfo que
simboliza e se assemelha ao drama humano do
inferno, a consciência que nós viemos do vazio e ao
longo de nossas vidas/existências nós estamos
inevitavelmente voltando para lá. Rejeitada como
uma mãe, Lilith pode ser chamada de caminhando
viva a morte, e depende de nós, nossa auto-criação e
auto-deificação, nos reconectarmos com o vazio do
qual fomos gerados, ou nos separarmos de nós
mesmos e se tornar um Novo Ser, conhecendo e
tendo dois elementos opostos ainda harmoniosos.
Nós nos tornaremos totalmente igual a deus…
80

A Bruxa da Noite

Daemon Barzai

Quando no céu, a lua está completamente preta e a


escuridão governa, é quando o aspecto de Lilith é
mais poderoso. Esta Máscara é sobre as coisas mais
negras, a magia mais negra e o Sabá Infernal. Lá,
Lilith mostra a si mesma como uma mulher velha
sábia, seu corpo está nu e decrépito. Ela oferece a
você a beber o Vinum Sabbati diretamente de seu
ventre. Quando nós trabalhamos com este lado da
Deusa, é frequente experienciar visões tóxicas,
negras e cruéis, tal como orgias, ritos de blasfema
como canibalismo e sacrifícios de crianças, consumo
de feto e zoofilia. Trabalhar com este aspecto de
Lilith, significa ir profundamente na escuridão do
plano astral, mas também é visitar a escuridão de sua
própria psique. Aqui, nós podemos aprender sobre a
feitiçaria negra e como chegar ao Sabá. O encontro
com a Bruxa da Noite é íntimo e pessoal para cada
iniciante.
81

Invocação da Bruxa da Noite

O melhor momento para trabalhar com esta


Máscara de Lilith é quando você não consegue ver a
lua no céu, ou quando houver um Sabá. O altar
poderia ter algumas velas pretas e elementos os quais
nos lembre a morte, tais como ossos, crânios, etc.
Comece o ritual derramando um pouco de seu sangue
no selo, e repita as seguintes palavras:

“Eu (nome mágico) derramo meu sangue em honra


de Lilith, Amante da Noite”

In Nomine Draconis!
Deixe o ritual começar!
Durante a Lua Negra, você é aquela que governa!
Oh Poderosa Lilith, Idosa, Bruxa da Noite!
Conhecedora dos Segredos mais Negros e da Magia
mais Terrível,
Eu peço a você para ser minha guia nos mistérios
que envolvem a Lua Negra,
Leve-me para o seu Sabá Profano,
Lá, onde eu bebo seu sangue, o Vinum Sabbati,
82

Me mostre a escuridão que envolve sua velhice,


Minha alma está pronta para se fundir com a sua
escuridão, a qual é a própria noite,
Leve-me com seus demônios para o seu Sabá,
Lá, eu aprenderei a libertar minha mente e minha
alma do Sono da Ignorância que me escraviza,
Venha para o meu templo Amante da Noite,
Idosa, Harpia e Sábia!

OEOS ACAPHOSH NYOT ZELESH


ISTVAMAN TENEB NSGIAH ATOMOR
NE AMMITABAS NORZEBR
EYATTAN KELOSH TSABELMES
NRIOZT HANANEF FTAA EOS GHAT
Assim seja!
Ho Drakon Ho Megas!

Fontes: The Red Book of Appin.


83

O Selo da Bruxa da Noite


84

Lilith

Astartaros Magan

A Gnose ganhada através do “Path-Workings”


Qliphótico, nas Conchas, assim como através de
testes encontraram nos Túneis da Árvore da Morte, é
difícil efetivamente transmitir para outros através de
qualquer meio de expressão. Se a manifestação
Qliphótica de Lilith é invocada na arte literária, arte
interpretativa ou até mesmo transmissão verbal, a
mensagem é de tal natureza negra interior
psicomágica que é quase impossível para outros
sondar por fora da experiência. Como um resultado
deste fato, o Conhecimento obtido aqui é
principalmente de uma natureza pessoal e eu não
procuro fazer a afirmação de que é de uma ordem
“Universal” no fato de que o aposto é muito mais
próximo da verdade.
O Conhecimento obtido de ABOMINAÇÕES do
antigo Tartaros, ou através do Abismo perscrutando
o Vazio de Da’ath, ou em desilusão enlouquecedora
atravessando os Túneis de Seth são gradações das
forças da Qliphótica. Aquelas forças potentes existem
antes da criação de demiurgo e sua ordem decadente
são expressões impulso negro divino caótico
enfurecido pela contaminação de Adão. De um
85

pesadelo horrível, Lilith a Deusa Dragão tem sido


lentamente despertada dentro do torpor inconsciente
da psique como uma força negra de depravação
ctônica primitiva, ela serve para destruir esta falsa
criação. Lilith quer seus poderes ampliados em
ordem para abrir as Conchas do reino de Assiah e
através de além de manifestações triplas. Rasgar o
reino de Yetzirah, dividir o impulso Briático e criar
um arco-íris de fogo de permeação intensa que
depois disto se torna obliterado na Luz Negra
cintilante. Os poderes Titânicos estão finalmente
prontos para destruir as falsas impressões de
arquétipos invadindo a serenidade sem causa da
escuridão amorfa através do reino de Atziluth. Os
Deuses Negros do Caos estão agora derramando este
mundo da ordem. Lilith logo trará de volta o Silêncio
Sagrado em um pulso caótico final de destruição.
A Deusa da Lua na antiga Babilônia, Inanna, é
retratada como uma divindade lunar. A natureza
Lunar de Lilith como a contraparte de Inanna é
análoga as forças opostas que trazem equilíbrio em
consumação dupla, como Seth para Anúbis, Ísis para
Néftis, Inanna para Eresquigal e Geburah para
Gha’agsheblah. Uma história que ainda existe entre
os Mitos na antiga Babilônia encontrada nos poemas
de Gilgamesh onde Inanna perde seu mais amado
Salgueiro para Lilith que descansa no centro com
demónios vis e horrores inimagináveis para nós. Na
árvore um pássaro ANZU repousa imóvel nos galhos
86

e uma Serpente/Dragão encontra-se nas raízesda


árvore. O simbolismo da árvore ilustra a dualidade
entre a Árvore da Vida/Inanna e a Árvore da
Morte/Lilith. É claro que esta é uma analogia de uma
gnose pessoal e eu não acredito que isto era a
intenção literária dos escribas antigos. Como
devemos notar a já mencionada dualidade de Poder
que cria alguns interesses paralelos em relação a
Lilith como o inverso de Sephirah de Malkuth. Yesod
tem fortes poderes profundamente influenciados pela
Lua. Assim como a Sephirah de Yesod abre o portão
de Malkuth em Yetzirah, a Concha Qliphótica de
Lilith em alguns círculos ocultos abre o Portão do
Reino do Caos através de Nahemoth; em outros
círculos é a Concha Qliphótica de Gamaliel onde
Lilith mora e guarda o portão de iniciação além do
limite nos outros mundos, mas Lilith também
governa sobre a Qlipha Lilith que reconcilia o
paradoxo de suas uniões Qliphóticas. Para enfatizar
as forças bipolarizantes nós também devemos
perceber o poder de Diana/Inanna durante a Lua
Cheia e o poder de Lilith na Negra e Lua invisível.
Contudo os poderes não são limitados por qualquer
lado para uma fase da lua, e um pode invocar Lilith
na lua Cheia durante certos tempos e Inanna durante
uma Lua Nova…
Na tradição antiga, Hecate compartilha muito da
natureza arquetípica de Lilith. Sempre que uma
Divindade entra em outra cultura, a Divindade
87

rapidamente assimila certos traços de caráter da


cultura que ele veio para uma nova cultura da qual
ele se torna parte. Nós vemos esta transmutação de
poderes com Lilith e Hecate; Hecate como deusa das
encruzilhadas e Lilith como deusa do Portal Infernal,
ambas divindades também compartilham uma
existência multidimensional. Hecate é considerada
universalmente como a Mãe Virgem, Prostituta e
Velha. Lilith sempre foi associada a um certo grau
com as succubinas Deusas Negras de Na’amah,
Eisheth Zenunim e Agrat Bat Mahlat.
O poder de Lilith concede passagem através do
Portão e permite a entrada nos reinos além do Reino
do Caos, passando o Domínio do mundano ela abre
os Caminhos das Conchas Qliphóticas além de sua
emanação material Qliphótica e nos mais profundos
Túneis, onde seus poderes Etéreos têm suas fontes da
Boca de Thaumial. Nos tempos antigos, Os Túneis
foram vistos como Caminhos abertos do Lixo para a
Árvore da Vida; formando um redemoinho
turbulento do psíquico e algumas vezes Caminhos
sencientes como o excesso de energia e “substância”
imaterial forjada da Qliphoth. Os 22 Caminhos são os
reinos levados para e além do físico Arconte
Planetário e forças. A Qliphoth conhecida na tradição
oculta do passado visto de Lilith como um “Monstro
da Noite”. Ela era conhecida por prender homens
sobre seu Feitiço Succubino. Muitos homens Santos
sem querer derramaram suas sementes devido às
88

forças Succubinas de Lilith. Santos, Padres e outros


membros masculinos da igreja foram afligidos pelos
poderes sedutores ctônicos que ela empunha. A
consequência de suas uniões resultou em
descendências demoníacas vampirizantes conhecidas
como Mastema. A Mastema se alimenta como incubo
sobre o mundo dos vivos usando ataques físicos
durante o sono para estuprar mentalmente suas
vítimas assim como Lilith faz.
Os Túneis são preenchidos com muitos
Mastemicos e outros poderes de drenagem da vida
humana. Lilith guiará você para o limite mas cuidado
com a descendência dela. As forças vampíricas de sua
essência de estupro mental roubando abortos e seus
recipientes de retenção são comprovados pelos
Feiticeiros que perdem seus caminhos no Deserto de
Seth. Estes Túneis servem como guias através de
mundos proibidos governados por uma Força Negra
chamada de Dumah para alguns ocultistas, mais
notavelmente nos trabalhos de Denning & Philips.
Dominar o Caminho da Auto-Iniciação e ganhar a
força da Verdadeira Vontade pode abrir os Portões
para os Reinos do Caos e obter sabedoria uma vez
obscurecida completamente do intelecto humano e
personalidade mágica. Assim como a Cabala não é
uma visão Judaica estática de Ordem Cósmica, o
mesmo pode certamente ser dito dos Poderes
Qliphóticos. Os Deuses Negros têm suas vitórias
finais em pura ausência de forma como antes era o
89

poder Anárquico de ordem buscado para criar a


Eternidade das Mentiras. A Árvore da Morte tem sua
própria realidade e qualquer um que mergulhou
fundo o suficiente neste “Reino” em algum ponto foi
engolido pelas profundezas de sua própria
“existência” se tal termo pode ser usado para definir
os mundos extra dimensionais do nada encontrado
dentro de tal Gnose arcana do Caminho Noturno.
Lilith não se submeteria para o arquétipo do Homem
expressado no simbolismo de Adão. Isto serve como
uma metáfora suprema para aqueles dispostos a se
tornar contra os ardis da mediocridade, e pisar no
mundo antinomiano da Divindade Negra espreitando
dentro do coração preto pulsante da Deusa Dragão.
Em ordem para obter a Gnose de sua sabedoria de
fogo, muitos testes devem serem conquistados.
Qualquer Feiticeiro disposto a comungar com a
energia dela irá em algum momento enquanto estiver
trabalhando na corrente de Poder dela sentir o êxtase
sexual da natureza dela de Succubu. Como dito
anteriormente ela atrai vítimas incontáveis e os
prende sobre seus feitiços sexuais. Enquanto muitos
podem desejarem exercer sua Magia Negra, apenas
alguns seleccionados são fortes o suficiente para
sobreviver a provação. Qualquer um capaz de
sobreviver aos testes estabelecidos por Lilith será
dado as Asas Infernais para transcender as mentiras
da escravidão humana que envolve a entrada na
morada de Sitra Ahra.
90

Através de muita meditação e prática ritualística,


uma conexão pode ser desenvolvida. Há muitas
fontes grandes para puxar de como comungar com as
forças da Qliphoth, especialmente Lilith. Contudo
apenas depois de fazer algumas conexões pessoais
com a mais efetiva de sua própria mistura e ervas
preparadas, bebidas e/ou incenso, o ritual gerará um
nível intensificado de eficácia. O Feiticeiro/Bruxo
também pode procurar criar uma conexão mais forte
com as outras Forças invocadas; Os Observadores
(Deuses Negros)/direções e os próprios itens do
ritual são um pouco de minhas sugestões pessoais de
meditação. Se isto é praticado conscientemente ao
longo do tempo pode desenvolver uma conexão inata
com o ritual. O ritual é o processo de sincronização
espiritual revelando os mundos além de nossa
compreensão inicial. Nós cruzamos o limiar por
meios de evocação e invocação. Lilith concederá
passagem se você tiver estabelecido um poder forte o
suficiente com ela. A centelha inata da chama negra
pulsa e chama se estiver disposto a ouvir e comandar.
Resultados da Invocação de Lilith: o Ritual foi
feito sobre o Solstício de Verão de 2013. Eu omiti o
ritual real aqui como certos aspectos do meu trabalho
de ritual é puxado de várias fontes de um altamente
pessoal e portanto natureza esotérica. Eu pedi a
Lilith para me conceder os Poderes dos Reinos
Qliphóticos onde ela mora. Eu fui capaz de controlar
91

a mente inconsciente de 2 pessoas perdidas e


fisicamente decadente.
Eu estava andando lentamente para casa em
transe com minha bicicleta em minhas mãos. Eu
tinha acabado de sair do cemitério onde eu estava
indo olhar a lápide que são os restos materiais de
minha mãe morta há muito tempo. Eu vejo agora que
isto era Lilith me mostrando sua presença simbólica,
minha mãe morta/a mãe da Árvore da Morte, isto foi
no meio do dia e no Meio do Verão no estado mais
quente da América, Arizona. O pneu da minha
bicicleta na parte traseira furou depois que eu fiz
uma tentativa errada de virar para pegar um atalho
ao longo de um dos cemitérios vizinhos a calçadas,
uma pinha atingiu o pneu da minha bicicleta e de
extrema raiva causada pelos poderosos raios Solares,
falta de água, falta de dormir e exaustão geral, eu
disse alto “eu quero que minha bicicleta fique plana
agora”… e então eu o fiz.
Eu estava me sentindo desitratado nos 113 graus
de calor e estava começando a se perguntar em como
eu poderia fazer nas mais 8 milhas que eu precisava
para chegar em casa. Eu odeio celulares e me recuso
a pegar um então eu não poderia ir através da minha
lista de contato para ligar para alguém e eu não
estava prestes a chamar um motorista de táxi e lidar
com suas idiossincracias pessoais, eu não estava de
bom humor e preferia morrer de calor e de exaustão
do que sofrer as gentilezas de uma conversa pequena
92

com uma pessoa procurando lucrar com o meu


infortúnio.
O Sol do Deserto Ocidental estava queimando
minha carne e eu pude sentir câimbra nas minhas
pernas a começarem a se desenvolver, de repente eu
me lembrei desta paranóia estranha da minha
juventude quando abelhas Africanizadas estavam
infestando a antiga vizinhança que eu morava. Eu
imaginei abelhas descendo dos arbustos e de dentro
dos arbustos, e pinheiros indiginosos me atacando
enquanto eu permanecia atordoado e não afetado
pelo enxame devido a outro pensamento o qual
inundou minha mente simultaneamente. Eu não
estava com medo de ser picado enquanto ao invés
disto pensava sobre a mulher idosa que parecia
surgir do nada logo à frente; embora o início da
insolação pode ter prejudicado minha percepção
visual de como ela apareceu diante de mim. Elas
estava um pouco abaixo de um quarteirão à frente.
Eu mal a vi e pensei comigo mesmo como facilmente
o ataque de enxame poderia ser direccionado na
mulher velha também quem se importa se eu for
picado, porque eu sei que ela sobreviveria ao ataque
na idade dela. Eu imaginei seu grito e pensei comigo
mesmo a frequência cardíaca elevada dela garantiria
que ela sentiria o pior disto. Eu rapidamente deixei-o
ir com o pensamento dela sendo picada em choque
anafilático trazendo um conforto sádico. Pense o que
quiser sobre minha lógica de todos estes
93

pensamentos, pareciam estranhos para mim na


época, e eu estou sendo tão preciso e verdadeiro
quanto minha memória permite.
De repente eu vi a mulher velha andando pela
estrada e então sombriamente olha para mim. Ela
estava a frente de mim mas se manteve parada como
se olhasse com medo para mim e, em seguida,
mancando lentamente mais alguns passos e andou
um pouco mais a frente apenas para olhar para trás
novamente. Quando eu finalmente a alcancei, eu
tentei ignorá-la mas sem sucesso. Ela disse olá
através de uma boca desdentada tornando a palavra
confusa e difícil para compreender, ela então
continuou a conversar comigo. Ela disse que estava
com dor porque ela estava coçava muito. Ela
expressou seu desconforto por arranhar
agressivamente seu pescoço, braços e costas de um
jeito febril. Ela disse que foi por causa de todas as
abelhas, mas então outros dos pensamentos na
minha cabeça de que não havia abelhas à vista,
absolutamente nenhuma. Ela disse que era alérgica e
que aquelas abelhas poderiam matá-la e então ela
repetiu as palavras novamente. Ela falou usando seus
lábios agitando-se sobre jorros forçados de estalo
seco acentuado e através de um filtro desdentado.
Era óbvio que a mente dela se foi da senilidade e
possivelmente demência. Ela continuou me
garantindo que as abelhas fizeram com que ela se
94

coçasse, mas não havia abelhas ao redor, além dos


que atacaram em minha mente.
Lilith concedeu passagem em seu ventre. Ela me
imbuiu com uma estranha loucura aquele dia. O
poder de possuir psiquicamente foi concedido em
exaustão, fadiga e loucura enlouquecida. Eu senti
como Lilith brilhou para mim seu poder pela velha
por ter poder sobre a velha usando minha mente
como sua tela psíquica. Pintando imagens na minha
cabeça e reforçando os pensamentos em
manifestação através de loucura da mulher velha.
Outro evento ocorreu na minha caminhada para casa
naquele dia que reafirmou a conexão mas como
também lidar com aspectos de mim mesmo, Lilith e
aqueles Deuses Negros da Qliphoth procurando
serem destruídos, eu não divulgarei a experiência até
eu sentir que eu dominei sua lição para que eu não
me coloque no assento de ideais futuro fixos antes do
tempo adequado.
95

A Gnose de Lilith

James L. George

Gritando, uivando, gritando por sangue,


rasgando o céu de ferro com meus dentes e garras;
Eu me levanto como uma fênix do submundo
com asas envoltas de chamas do Sol Noturno.
Turbulenta, incontrolável, torre inatacável;
Eu sou adorada por lobos medonhos e guinchos
semelhantes de corujas;
concedendo cacos de obsidiana para os caminhantes
Noturnos carrancudos.

Eu sou a Caçadora solitária de Almas Amaldiçoadas,


Ela cujos olhos brancos rodeados de chamas
enlouquecedoras
fascina e engana teu inimigo misógino.
Eu extirpo os esqueletos de cada mentira
contaminadora,
queimando seus pergaminhos sacerdotais com
Feitiçaria furiana
96

até que os credos cinzentos se espalhem na


mandíbula da tempestade de Notus.
Ninguém deve me domesticar, pois nenhum
dominou suas próprias aflições internas;
Aqueles gritos estilhaçados espreitando em
masmorras negligenciadas.

Eu sou a Chama Negra Inextinguível de cada


megálito assombrado;
pesada como a vingança magnética da Bruxa de
sangue Hecate;
uma sabedoria violenta devorando o aço de Excalibur
antes de misturar o elixir do caldeirão de ossos de
Merlin.
Meus gritos de gelar o sangue enfurecem o sapo
cativo,
incitando seu veneno secretado para inverter a
sanidade dos mortais.
Visões gotejam de minha língua vermelha pendurada
na imaginação barracada de todos os meu devotos.
Seus guardas noturnos cerebrais fogem ao me ver,
para este obscuro Ker não está desarmado!
97

Como filha Bruxa de Erebus e Nyx,


Eu empunho minhas seis lâminas amazônicas de
transmutação,
balançando-as com força Valquíria,
cortando as sensibilidades preocupantes
que procuram enredar todas as mentes sem objetivo.
Eu conheço bem meus inimigos, e os escravos
hipnotizados por suas pontificações monótonas.

Eu devo reclamar todos os meus filhos e filhas


da redenção fraudulenta do Demiurgo Ciumento!
Como fogo selvagem, meu veneno salvífico se infiltra
na catedral,
queimando os pergaminhos de padres impotentes da
Cristandade,
derretendo seus altares sedutores como cera,
cortando versos hipócritas,
até que tudo permaneça em tua glândula pulsante,
transbordando com a Tintura da Meia Noite do
Dragão.

Solta, minha busca desconsidera os limites


98

elaborado por cartógrafos meticulosos de uma mente


racional.
Não! Minha feitiçaria evoca cada demônio do
Epicentro abismal do Mar Lemariano.
Dez mil lascas esvoaçantes preenchem o cemitério
como uma nuvem de morcegos;
cada um procurando por sustento, ainda não
encontrando nenhum.
Eles correm para a noite, acariciado pelo sopro de
fantasmas apocalípticos.

Eu sussurro, e eles vêm batendo as asas com alegria;


chovendo como granizo em minhas cavernas geladas
pois comigo há banquete otimista para queimar
todos os meus parentes.
Liberada de suas prisões sinápticas,
meus devotos serpenteiam ao longo dos rios dos
mortos sonhadores
até que sejam cercados por uma miríade de cães
etéreos
na Encruzilhada Sacrifical da língua bifurcada.
Respirações doces de conforto em seus rostos,
pois eu dispersei a dicotomia de suas almas;
99

a natureza divisiva da Mentira Patriarcal


que procurou debilmente entregá-los à morte.
E eles receberam a gnose do meu Ouroborus
indomável:
que aqueles que devoram sua própria história de
desgraça,
devem passar através do limite do Seio de Hecate!
100

Uma Pequena Informação do Trabalho

Soror Basilisk

Foto 1

Imagine a si mesmo em pé sob o sol sufocante do


deserto; seus pés queimando, seu coração acelerado e
sua boca seca pronuncia uma chamada para a mãe.
Ela vem como um Siroco comprimido, torcendo e se
contorcendo enquanto ela solta os fios para amarrar.
Pegue-os para si mesmo, respire-os saboreie-os. Eles
vão combinar e se torcer dentro da trama de seus
desejos.

Foto 2

Um estado de transe de possessão em que rostos


parecem entrelaçados na energia do espírito e as
palavras sagradas faladas. Um estado de êxtase e
desistir de si mesmo.
101
102
103

Invocação de Lilith

Lucien von Wolfe

Lilith, Rainha no caminhar Divino,


Despertando os Filhos de Lucifer,
Aqueles que andam como Lobos entre as ovelhas,
Protetores e Profetas da Chama,
Regue-me com Sua Visão Predatória.

Guie-me, Rainha Demônio, enquanto eu Desperto,


em transição da forma divina etérea
em que a carne viva em chamas com a verdade
para acender os Observadores do Homem
novamente.
Mate minha Sede, sacie minha Fome,
Rainha dos Vampiros,
Irmã e Amante do Portador da Luz,
Me dê Seus Olhos negros noturnos,
Ecoando gritos deliciosos de presa devastada.
104

Caminhe comigo, Serpente Tortuosa, quando eu


entrar no Vazio
Despojado de camadas de pele com osso
Desafiado ao longo dos Túneis de Seth
Até eu Renascer mais uma vez.
105

Três Rituais para a Rainha da Noite

Chertograd Daemon

Ave Lilith Reginam Noctis!

Lilith a Deusa de Sitra Ahra e do Caos Noturno não


é feita só de uma, mas de muitas faces e Nomes que
refletem a natureza mais instintiva da alma humana.
Estes instintos negros e básicos são negados pelas
pessoas mundanas, mas eles são instrumentos de
grandes poderes para os que se iniciaram no
Caminho da Mão Esquerda.
Estes instintos são as relações sexuais e a
sobrevivência a qualquer preço. Sexo é o princípio da
reprodução e também a necessidade de trocar
energia com um parceiro, o momento onde os dois
adeptos se tornam juntos como Satan e Lilith, unidos
para gerar a energia do Caos. Sobrevivência é para
fazer qualquer coisa para destruir uma Ameaça
iminente para sua existência, incluindo devastar
completamente qualquer ameaça ou inimigo do seu
caminho. Nestes dois momentos, o Satanista chega
mais perto de se tornar um verdadeiro deus, quando
ele está criando alguma coisa (através da magia
sexual) ou quando ele está destruindo alguém.
106

Como um Espelho Negro, a alma humana e a


Deusa se refletem um ao outro, guiando o
praticante para um novo nível mental, e mudando
sua alma através da alquimia proibida do sexo e
destruição. Nestes três rituais apresentados aqui,
nós trabalharemos com algumas peças específicas
deste espelho negro da alma:
107
108

A Noiva Negra do Caos

O ritual para a Noiva Negra é o primeiro ritual


relacionado para a Deusa Noturna, é a maneira de
obter gnose, compreensão e para obter a frequência
negra dela para seu próprio corpo astral ficando em
sincronia com ela. A sincronia é necessária para
acessar os trabalhos mais fortes e intensos energias
geradas por ela.

Um Ritual para a Noiva do Caos

Este ritual é para ser feito em uma noite de Lua


Minguante, o período quando as energias de
Gamaliel, a Qliphoth relacionada com a Lua e os
Sonhos são mais acessíveis e influentes no Mundo
Material.

Materiais:
109

É necessário construir ou comprar um Apanhador


de Sonhos, e por três noites o energize com sua
própria energia. Na terceira noite (a qual deve
coincidir com a lua minguante) o sigilo da Noiva do
Caos deve ser desenhado em um pedaço de papel
virgem com tinta preta. Incenso relacionado com a
lua deve ser queimado e a fumaça deve preencher o
lugar do ritual. Nenhuma vela deve ser acesa; a única
luz deve vir da própria lua.

Ritualística:

Coloque o Apanhador de Sonhos no chão, acima


do sigilo e fique de joelhos, em uma posição de
respeito. Olhando para a Lua, visualize com toda a
força da sua mente uma energia prata e preta indo
para baixo do céu para o sigilo. Não apenas imagine,
mas sinta a grande presença da Deusa poderosa na
sua frente, e peça a ela a manifestação em seus
sonhos. Invoque com toda a sua vontade, e você será
escutado.
Lentamente, pare a visualização depois de suas
orações e colete o sigilo e o Apanhador de Sonhos.
Mantenha o Sigilo em um lugar seguro, pois ele agora
está carregado com a energia da Rainha da Noite, e
coloque o Apanhador de Sonhos próximo a sua cama,
e antes de dormir faça uma pequena oração para
110

Lilith, a Jovem. Se você é mulher, você pode se


visualizar a se tornar como ela. Se você é homem,
visualize ela como sua amante, na sua cama.
Aproveite o sono e mantenha notas de seus sonhos,
porque eles serão da melhor maneira para entrar em
contato com a Deusa, como eles vêm de seus
domínios do Caos.
111
112

Lilith, a Escuridão Devoradora

O segundo aspecto de Lilith é a Dama das Bestas.


A grande governadora dos predadores da Noite, os
insetos, aves de rapina e outras bestas predadoras.
Neste aspecto agressivo, Lilith deixa de lado sua face
relacionada ao sexo e se torna a Rainha da Violência
e repressão. O segundo instinto primitivo da alma
Humana, que é a sobrevivência do mais apto, é
governada por este nome da Deusa.
Os rituais feitos sob a energia e invocações são
relacionados a defesa astral, e vampirismo ofensivo.
É o momento os exercícios Satanistas da Chama
Negra de sua alma através da destruição de seus
inimigos.

O Rito da Escuridão Devoradora

Este ritual é melhor realizado na Lua Nova, na


hora mais negra da noite. Ele pode ser feito em um
lugar fechado. É necessário ter realizado pelo menos
o ritual da Noiva do Caos antes de colocar este em
prática.
113

Materiais:

• Uma foto do alvo que será drenado e aflito com


pesadelos e fraquezas.
• Uma jarra pequena com tampa.
• Um pouco de teia de aranha, colectado
cuidadosamente.
• Velas pretas e incenso da lua.
• Um espelho negro, energizado.

Ritualística:

Primeiro você deve acender a vela preta e o


incenso para preparar o lugar do ritual. O próximo
passo é energizar o sigilo de Lilith Devoradora com
sangue de sua própria mão esquerda. Invoque Lilith
em seu aspecto de Aranha agressivo sobre você. Sinta
as aranhas rastejando sobre seu corpo enquanto você
emaranha a imagem da vítima na teia de aranha.
Faça isto na frente do Espelho Negro, visualizando a
vítima se tornando fraca e sem poderes, sendo
completamente drenada no nível mental, físico e
astral. Assista a decadência e alegre-se com isto,
como uma aranha apanha uma mosca pequena.
Quando você sentir que é o suficiente, mantenha a
imagem na jarra e sele-a, apenas abra quando você
114

querer repetir o ritual, usando mais teias de aranhas


para emaranhar a imagem, acumulando nela e a
mantendo na jarra novamente. Quando chega a hora
que você sentir que não precisa mais fazer isto,
enterre a jarra em um lugar secreto e deixe a
Decadência causada pelo veneno de Lilith acabar
com a vítima, invoque ela em uma hora que você
saiba que o alvo está dormindo.
115
116

A Mãe da Escuridão

A última face de Lilith é a Grande Mãe da


Escuridão e Sombras. É a mais forte de todas as três
faces, aquela que dá a luz a todos os demônios e
arautos do caos. É o aspecto da Deusa que governa o
grande Portal para Sitra Ahra, o qual é o seu próprio
Ventre que gera a Escuridão quando fertilizada por
Satan, seu cônjuge. Esta é a face chamada de “a
prostituta” ou “meretriz” por alguns ocultistas, pela
inspiração sexual dela e relação com os desejos da
Carne, mas esta energia sexual forte não é apenas
para prazer, mas também para gerar a energia
necessária para criar os demônios e acesso ao Caos e
planos de liberação.
As invocações desta face de Lilith envolvem um
controle sexual forte para realizar corretamente o
ritual sexual que abre o Portal para o Caos. O casal
deve conhecer um ao outro muito bem e tem que
estar no mesmo estado da mente, obtido através de
meditação. É muito importante ter controle sobre o
corpo, para chegar no clímax na hora certa com o
parceiro. A energia gerada no ritual pode ser usada
para criar um “filho” astral, uma espécie de elemental
da noite com um objetivo específico ou para pegar a
mente do casal mais próxima do Caos primordial
através do transe sexual.
117

O Ritual da Comunhão do Sexo

Este ritual só poder ser feito por um casal, onde a


mulher será o aspecto de Lilith e o homem o aspecto
de Satan. Ambos opostos, polaridades Masculina e
Feminina deve estar junto em harmonia para gerar a
certa quantia de energia para abrir os Portais de Sitra
Ahra.

Materiais:

O ritual deve ser feito em uma sala fechada,


anteriormente defumado com incensos e acendido
apenas velas vermelhas e pretas. Um espelho com
tamanho suficiente para refletir o casal deve ser
energizado e colocado onde ele reflete os dois
praticantes. O homem deve estar usando um manto
preto e a mulher um roxo ou vermelho. Jóias podem
serem usadas. Um cristal com um tamanho médio
deve ser colocado em frente do espelho.

Ritual:
118

Durante a noite, o casal deve sentar e meditar, até


alcançar um estado de relaxamento e foco. Todo o
corpo e mente devem estarem totalmente relaxados e
fixados na intenção deste ritual. Isto pode durar pelo
menos 10 ou 15 minutos. Próximo, ambos devem
ficar na frente do espelho e tirar os mantos, ficando
completamente nús. O ritual deve começar com um
beijo intenso entre eles, e lentamente ficar mais
intenso até eles chegarem no ato sexual. Esta é a
parte mais difícil, ambos os praticantes devem estar
com um grande controle sobre o próprio corpo, para
então eles poderem alcançar o clímax do ato sexual
juntos. Isto envolve muito trabalho difícil da vontade
e conhecimento próprio e do seu parceiro. No
momento do orgasmo, o casal deve olhar para o
espelho e ver um grande fluxo de energia saindo
disto, e desenhando no cristal. A figura de Lilith e a
entrada de seu ventre podem também serem vistas
neste momento, refletidas no espelho. Os fluídos
sexuais gerados neste ritual podem serem usados
para energizar o sigilo de Lilith, Mãe da Escuridão. O
sigilo pode ser usado em trabalhos posteriores com a
Deusa. Depois da relação sexual, um dos praticantes
deve pegar o cristal nas mãos dele/dela e, olhando no
espelho ele pode abrir e a si mesmo através do
espelho e encontrar um plano astral de Caos, ou
trazer para vida o Filho da Lua, os filhos da besta
gerados pela energia do ritual, visualize uma forma e
objetivo para esta nova forma astral. Esta forma
119

astral pode ser destruída depois de cumprir seu


objetivo. E estas são as três maneiras básicas de
trabalhar com os nomes de Lilith.
120

Uma Oração para a Rainha da Noite

Sobre a Luz Negra da Lua


E sobre o vôo das Corujas
Nós te invocamos, oh Poderosa
Lilith, Rainha da Noite!

Traga-nos sua presença devoradora


Venha com a Besta do Inferno
Através de sua alma e carne
Leve-nos para a Morada sagrada

Noiva do Caos, Mãe da Escuridão


Venha adiante com sua coroa de Prata
E abra a entrada de seu Ventre
Espalhe pela terra o Hecatombe

Pegue seus filhos e filhas


Pois você é a estrada para Sitra Ahra
E para tua Arte, a Chama Negra queima
121

Dentro do meu Coração Profano


122

Lilith: A Rainha Aranha da Qliphoth

Daemon Barzai

Este é um dos mais misteriosos e, muitas vezes,


aspecto incompreendido de Lilith. Quando ela
aparece nesta forma, ela se mostra como uma forma
bestial e primitiva. Ela parece como uma metade de
mulher e a outra metade de aranha. Sua face é pálida,
seu cabelo é avermelhado e está emaranhado, ela tem
unhas afiadas e um terceiro olho queimando em sua
testa. Seu corpo aranha causam sentimentos
misturados que variam entre sedução e repulsão. Em
suas veias não há sangue, ao invés disto há veneno.
Ela seduz suas vítimas e as prende em suas teias,
onde elas saboreiam seu veneno doce-amargo. Isto
leva as vítimas a uma morte espiritual certa. Mas,
quando a Deusa Aranha é nossa aliada, ela nos
ensina a como controlar e como criar as teias de
nosso destino.
Nós podemos encontrar esta máscara de Lilith no
lado mais profundo de Gamaliel, e depois nos
Labirintos de Satariel. Ela pode nos ensinar sobre os
mundos que existem entre ambas as Árvores
Cósmicas. Ela tem o conhecimento da mudança de
forma e de como usar o veneno astral na magia
maldita. Para este ritual, você precisará do Selo da
123

Deusa, duas velas: uma vermelha, uma preta. Apenas


sente em uma posição confortável, olhe para o selo, e
tanto mentalmente ou em voz alta repita o seguinte
mantra até você sentir a conexão com a Deusa:

Arachnidia Lilith Shemamithilil Akkawbishia


Zachalayla!

Derrame um pouco de seu sangue no selo e diga a


seguinte invocação:

Lilith, Rainha de Sitra Ahra, entre neste templo de


carne!
Me ensine os segredos do destino e me ajude a
alcançar a centelha da divindade!
Abra para mim os caminhos secretos entre os
mundos e dimensões,
Lá, onde os Seres Primitivos habitam!
Abra para mim os caminhos secretos da Árvore
Cósmica do Lado Negro!
Seu Veneno é um Elixir que dá ou tira a vida!
Deusa Aranha, Comedora de Almas e Mundos,
Você destrói o fraco sem misericórdia,
124

E recompensa seus escolhidos com virtudes!


Venha para mim nesta Noite,
Me ensine seus Poderes!
Eu (nome mágico) é quem está chamando você!

Em nome do Dragão!
Ho Drakon Ho Megas!

Abra sua mente e deixe as visões fluírem livremente.

Fontes: Clavicula Nox IV: Lilith – Ixaxxar.


125
126

O Ventre da Arte

Tim Katteluhn

“Ela não se manifestará através de uma casca, a


qual não for perfeita o suficiente para refletir sua
beleza.”
- Asenath Mason

Sempre foi uma tradição que magia e arte


pertencem juntas. Ambas são usadas para pegar uma
pessoa fora da vida mundana cotidiana, ambas
permitem experiências de outro mundo e oferecem
um vislumbre por trás da superfície da existência.
Artistas como William Blake, Austin Osman Spare e
Rosaleen Norton, que dedicaram suas obras para o
oculto, são bem conhecidos. Até mesmo gráficos
alquímicos, sigilos goéticos, xilogravuras medievais
etc, que refletem visões históricas, culturais,
espirituais e ideologias, correm como um fio oculto
através da história.
Em adição para isto, rituais, mantras rítmicos e
sons para transes nos levam para um uso espiritual
da música como um género de arte oculta. No
começo da era moderna, o violinista virtuoso Niccolo
127

Paganini foi comentado estar em aliança com o


diabo. Se você pensa em música e ocultismo hoje em
dia, você encontrará na maioria das vezes
provocações ao invés de intenções sérias (claro que
há grandes artistas que apresentam exceções, mas
que iriam além das restrições desta composição).
A literatura novamente serve como uma fonte para
estudos, mas também uma expressão artística
(Goethe, Huysmans, Lovecraft…). Enquanto que
magos como Crowley, Gregorius e Anton Long
encontraram uma maneira de criar novelas e
histórias, as quais explicam as suas práticas de
magia. Mesmo cinematografia, como uma forma
relativa de arte jovem, oferece culto a diretores como
Kenneth Anger e Alejandro Jodorowsky, que são bem
conhecidos para cineastas hoje. Esta lista é apenas
um piscar da conexão entre arte e magia. Portanto eu
estou escrevendo esta composição, esta a questão da
fotografia oculta.
A fotografia é mais antiga do que filme e
cinematografia, mais simples do que fazer e
distribuir música e é praticado mais frequentemente
do que por exemplo poesia. O que há de errado? Um
problema, para fotografia e filme, é o vicário. Há
sempre um passo entre o artista, quem tira a foto e o
visualizador, considerando o término e a foto
imprimida. Enquanto que textos e ilustrações são
escritos ou desenhados com tinta (consagrada) em
papel (consagrado) e música, também como cantos, é
128

ouvido no momento da criação, a fotografia parece


estar tão mecânica, dividindo o mago e seu objectivo.
Aparte dos usos práticos/rituais e concentração no
aspecto artístico, nós chegamos aos fatos mais
importante desta composição: a limitação física. Um
fotógrafo não consegue expressar visões ou evocações
diretamente sem manipulação, ele tem que procurar
por modelos representativos ou objetos. Sentimentos
não podem serem mostrados imediatamente, como
por exemplo na música. Uma vez que a fotografia é
limitada para nossa existência física. Esta forma de
arte consegue mostrar apenas situações verificáveis e
por isto recusa a representação do que tratam os
estudos ocultos, tudo que está além da realidade
mundana. Isto previne a fotografia oculta? Claro que
não, porque o mundo físico é tão importante como
qualquer outro mundo. Transcendência é o objetivo,
importância (importância=mãe) a origem. Você tem
que ser experiente neste mundo para alcançar planos
mais altos. Mas quais temas permanecem para a
fotografia oculta, apesar dos limites físicos? Os
artistas não poderiam mostrar rituais, suas
ferramentas e configurações, o que fortaleceria
grimórios e outros textos de práticas ocultas. Além
disto, seria uma documentação interessante de
tendências culturais e históricas, mas não artística.
Então a questão do tema permanece não respondida
para o presente.
129

Este livro é dedicado a Lilith/Lilitu/Lil. Ela é


Daath, a filha na quaternidade cabalística original,
primeira esposa de Adão, a serpente no jardim de
Eden, a Sophia caída, o lado sombrio de Shekinah e
sua filha, ela a mantém presa. Ela é Lil, uma demônia
da tempestade suméria, ela é Layil, a noite. Ela é uma
vampira, uma succubus, mãe dos demónios, esposa
de Samael, o arquétipo feminino banido e a alma dos
animais selvagens. Ela é a lua original, que brilha e
não reflete, ela é o lado sombrio da lua, o aspecto
violento da mãe terra, a volta do chakra Muladhara,
ela é Kali, ela é uma aranha-mulher e ela é associada
com Leviathan, Tiamat e Kundalini. Ela governa o
mundo das sombras e sonhos, ela é a grande
iniciadora, ela é uma qlipha, ela é a deusa de Sitra
Ahra e escuridão no ventre dela! A lista dos títulos
dela é certamente extensiva e eu adicionaria o título
como padroeira do caminho da mão esquerda de arte
inspirada (especialmente lhp fotografia inspirada) no
contexto desta composição.
Lilith governa o mundo material e se manifesta lá,
enquanto a fotografia é o limite para o material, e
assim é o limite para Lilith. Portanto a fotografia
oculta tem sido discutida com um foco em Lilith.
Quando Anna me contou, que ela participaria neste
livro com o seu “retrato de Lilith”, eu estava muito
satisfeito, especialmente esta foto que me hipnotiza e
que eu consiga olhá-la, enterrado em pensamentos,
por muitos minutos. Ela sabia sobre minha paixão
130

por Lilith e me pediu para escrever um pequeno texto


para esta foto. Nós não soubemos qual direcção isto
levaria. Depois de algum tempo e pesquisa, nós
desenvolvemos o conceito para esta composição, que
excedeu a ideia original de um texto/biografia curto.
Anna Krajewski começou com fotografia antes de
entrar na magia e ocultismo, suas maiores
influências são surreais e artistas simbólicos como
Hans Bellmer, Arnold Bocklin, Dante Gabriel
Rossetti, Gustave Moereau e Franz von Stuck, que
tem assuntos qliphóticos sinistros em comum,
enquanto alguns deles até retrataram Lilith ou
assuntos, que estão ligados a ela, como a Queda do
Homem.
Por muito tempo ela tirou fotos de ruínas, casas
abandonadas, esculturas envelhecidas e cemitérios
antigos, que foram reconquistados pela natureza, em
adição para que ela encontrasse detalhes sinistros e
surpreendentes nas ruas, detalhes, desconsiderados
pela maioria. Estes são assuntos de ideais góticos
(arte e literatura) e assim eles correspondem com
Lilith. Ela é a escuridão gótica. Seu ventre é o portão
para o outro lado e sua qlipha é encontrada no
mundo físico, onde a jornada iniciatória começa.
Quando você olhar para as primeiras fotos de Anna
sob esta luz, você tem que concordar, que Lilith a
escolheu e não inversamente. Inspirada e conduzida
pelo que ela começou na pesquisa em Lilith e
trabalhar com ela, que encontra sua expressão neste
131

retrato. Para retornar para a questão da fotografia


oculta e seus assuntos, eu penso que eu dei uma
resposta indireta dentro das últimas sentenças.
A fotografia é o limite para o nosso mundo, Lilith é
a volta de Malkuth e existe nele, nos aspectos, que o
ser humano médio não entende, portanto a busca
pela qlipha Lilith é o primeiro desafio que tem que
ser tratado pelo adepto das trevas.
Consequentemente para minha mente, Lilith é a
padroeira da arte/fotografia, ela se manifesta em
Assiah, o plano que a fotografia é o limite e para
encontra-la é um passo importante no avanço
mágico, com que nós temos o benefício da fotografia
oculta para o artista. Em coleções de composições
como esta, nós sempre vemos imagens de artistas
com um fundo mágico, dos quais eu gostaria de
questionar e por meio deste eu explicar minha
opinião no benefício destas obras de artes. Não é
apenas uma questão de expressão e imediatismo.
Impressões visuais são muito fáceis de compartilhar
e apreender do que verbais, desde que a informação
não necessite ser convertida. Então há um efeito
completamente diferente.
Mais importante, o processo de criação tal como
arte consegue corresponder a possessão, os artistas
se tornam um instrumento. Há uma interação entre o
artista, o assunto e um poder inconsciente, o qual
pode ser visto em pequenos detalhes do fim do
produto ou em uma expressão totalmente inesperada
132

da imagem. Este aspecto da arbitrariedade


inconsciente pode ser o portador da iluminação,
como incorporado em Lilith como uma serpente. As
imagens podem ser um meio de transcendência.
Como mencionado acima, elas aparecem mais fortes
do que palavras, elas podem ser a fundação para
meditações ou visualizações. Fotos como o “retrato”
de Lilith podem ser usados como retábulos, se eles
combinarem com a imaginação individual. Elas
podem ser usadas como um contato direto para
outros planos da consciência, apesar de que ela vêm
do mundo material. Agora eu gostaria de dizer algo
sobre o retrato, que levou a esta composição.
Você reconhece a metade superior de uma mulher
nua, coberta com sangue, em frente de um fundo
preto. Lilith é sempre descrevida como uma mulher
estando em frente da lua, por causa do aspecto lunar
da qlipha Gamaliel. Mas aqui nós temos um fundo
preto que simboliza a noite (layil). O vermelho
profundo de sangue é a cor de Lilith e o chakra
Muladhara. Sua conexão com o sangue é essencial,
ela representa a menstruação, que simboliza vida,
que é a perca de sangue e é associada com as fases da
lua. Ela é ligada com a sensualidade, a selvagem, a
sexualidade da iniciação carnal e proibida, portanto a
mulher é representada nua. Você poderia perguntar,
por que ela não cruza seus braços como um símbolo
de morte, mas se você der uma olhada na postura dos
dedos, você reconhecerá uma cruzada (encruzilhada)
133

e uma teia. Como deusa-aranha e criadora do


destino, ela está tecendo suas teias em toda a árvore
da morte/sabedoria, começando em Gamaliel, o bem
das Nornas.
O colar feito de ossos é incomum para Lilith, mas
ele é uma conexão para o colar de caveiras de Kali.
Estes ossos representam o aspecto mortal de Lilith
como mãe de abortos e assassina de crianças, além
disto os ossos são um símbolo para a iniciação e
morte/renascimento. A isto a necromancia é operada
através da qlipha Gamaliel, onde Lilith governa.
Como sempre descrevida, sua face é velada por
sombras, você ainda consegue ver o sangue
escorrendo de seus lábios vampíricos. Sua expressão
é forte e orgulhosa. Sua gnose é vida e morte, sangue
e sexo, dor e prazer. Eu acho que a expressão que
Lilith manifesta aqui, é um exemplo perfeito para o
aspecto de possessão e imprevisibilidade, como eu
mencionei antes e que o aspecto domina o artista
mágico. O retrato termina acima do quadril. Lilith é
sempre descrevida como uma mulher com um corpo
de serpente abaixo do quadril e com aquela parte ela
nos abraça, segura firme e nunca solta, a parte que
nós não conseguimos ver…
134
135

Lilith como a Grande Iniciadora Cabalística

Rev Bill Duvendack

Nesta composição eu vou direto para a história do


coração de Lilith e colocar coisas juntas em uma
moda cronológica que revela percepções poderosas, e
seu papel sempre revelador em um ocultismo
moderno. Por tempo demais ela tem sido associada
com apenas um pouco de ideias, e isto tem confinado
nosso entendimento dela, pois ela é mais do que a
qliphoth de Malkuth. Para entender isto contudo, é
sábio voltar para as origens dela, e eu não estou
falando sobre suas raízes Judaica-Cristãs. Eu estou
falando sobre suas raízes pré-Zohar que vem para
nós do panteão Mesopotâmico. Aqui você encontrará
informação que foi esquecida, suprimida, ou
simplesmete não relembrada para a mente
consciente. Uma das razões para isto é que a muito
tempo ela é trabalhada como uma ferramenta
qliphótica e nada mais. Em alguns casos ela é mais
do que isto, em outros muito menos.
A primeira menção da vinda dela de
aproximadamente século 26 a.c, especialmente a
épica Gilgamés, onde ela é mencionada como um tipo
de demônio do ar. Se avançarmos alguns séculos, a
136

influência Judaica já criou raízes, e nós encontramos


as correspondências dela mudadas, em muito dos
casos estado a mesma. Verdade, há muita ênfase nas
características que nós conhecemos dela hoje, mas
algumas evidências arqueológicas mostram que
partes de sua herança passada ainda estavam sido
honradas. Em exemplo, eu gostaria de chamar sua
atenção para os artefatos Babilônicos que datam do
século IV-VI a.c; em particular, tigelas de
encantamentos.

Tigelas de Encantamentos e História


Antiga

Tigelas de encantamentos tem sobrevivido nesta


era como uma ferramenta mágica interessante.
Durante aquele tempo, tigelas de encantamentos
foram usadas para prender e segurar espíritos que
pudessem serem desafios para a família que habitou
na casa onde a tigela ou tigelas foram encontrados.
Estas são tigelas que são inscritas com
encantamentos que servem para prender qualquer
espírito ou espíritos presentes. As tigelas foram então
enterradas de cabeça para baixo na terra para conter
137

os espíritos referidos. Este é um artefato que vale a


pena mencionar porque Lilith era uma divindade
comum que era usada nas invocações destes itens.
Interessantemente suficiente, há outra divindade que
é mencionada com ela que, para mim, é mais
profunda que o nome de Lilith, que é o nome
Bagdana, que é listado como “Rei de Lilits.” É fácil de
ver a amarra entre os seres que nós conhecemos
como Lilith e as Lilits que são mencionadas aqui. Se
você aplicar a Navalha de Occam, a conclusão que é
desenhado logicamente é quem nós conhecemos
como Lilith é uma das Lilits mencionadas acima. De
uma forma muito engraçada, vale a pena ressaltar
que ela não é a líder daqueles espíritos nem nada de
especial; ela era simplesmente uma deles!
Possivelmente ela fosse sua rainha ou filha favorita?
Seja qual for o caso que for, este fato voa na face
daqueles desenharam paralelos entre Lilith e o
feminismo. Contudo, eu cinicamente divago.
De repente, entre a tradição Mesopotâmica de
Lilith e as tigelas de encantamentos que eu
mencionei acima que nós agora temos uma
hierarquia e um panteão para Lilith. Isto é
importante porque ele estabiliza um contexto do que
trabalhar, e quando manter em mente que Pitágoras
trouxe a ideia dos elementos correspondentes as
direções da Grécia para Babilônia, temos um quadro
pintado de estrutura para este assunto. Vamos pegar
um momento para recapitular. Com a informação
138

que eu mencionei acima, isto coloca Lilith no mesmo


panteão como a última parte do panteão
Mesopotâmico. Ela é associada com demônios do ar,
e seu rei é Bagdana. Consequentemente ela é uma de
um número dos espíritos do ar sob sua direção.
De fato, não era até o tempo da escrita de Zohar
(cerca do século VI a.c) que ela realmente se tornou
mencionada de uma forma tradicional esotérica
ocidental, e mesmo assim a sua referência era tênue,
no melhor. Interessantemente suficiente como uma
peça cabalística de curiosidades, o termo qliphoth
remonta ao tempo de Zohar, mas há um termo mais
antigo Aramaico que também pode servir bem, e que
é o termo “qippoz,”que corresponde a uma serpente
ou cobra. Se você pensar sobre isto por um momento,
não muda muitas coisas na Tradição Esotérica
Ocidental? Eu vou sair em uma parte psicológica
aqui, e dizer que se Lilith, e pela extensão de
qualquer outra qliphoth lá fora, tem uma
correspondência, ela não é o termo mais recente
“qliphoth,” mas sim “qippoz,” que poderia ser visto
como a primeira etimologia Aramaica, que poderia
significar que o termo que aqueles que moram no
lado negro da árvore da vida são aqueles da serpente,
com Lilith sendo a mais velha de todos eles, e ela
responde a Bagdana. Considere o fato que a
“Hierarquia Celestial”, o texto central dos anjos e
suas posições, não foram escritos por várias centenas
de anos, e assim as outras referências angélicas na
139

qliphoth não tinham vindo a existir ainda. Isto faria


Lilith a mãe das bestas na qliphoth, e portanto seu
posição entre eles seria elevado para aquela acima
simplesmente da esfera de Malkuth.

Shekinah/Sophia/Lilith

Se você considerar o fato de que Lilith antecede a


Cabala histórica, então isto se torna claro como uma
adição, era era o pino redondo sendo colocado no
buraco quadrado. Cabalistas históricos das Eras
Medievais criaram a associação entre ela e Malkuth, e
todas as outras associações angélicas, como de fato.
Lilith como qippoz é um conceito que apenas
remonta à versão para Rei James da Bíblia Judaica-
Cristã, mas recentemente estudiosos têm concluído
que a tradução de Rei James da Bíblia é aquela que
mais se assemelha a uma tradução precisa do
Aramaico original. Portanto ela é atualmente a mais
precisa do que maioria das Bíblias. Interessante, não
é? Então vamos olhar para a situação de duas
perspectivas diferente. Primeiro vamos considerar
que a palavra de Rei James é errada, e que é suposto
ser qliphoth, e não qippoz. Até se acreditou que esta
palavra usada na tradução de Rei James da Bíblia
está lá porque ela representa uma palavra
desafiadora para traduzir para o Inglês, e que iria
140

satisfazer o critério para ela corresponder para a


qliphoth, que faça tudo vir na linha de muitas
maneiras, mas que também significaria que cada
qliphoth é serpentina. Enquanto eu estou bem com
isto, eu tenho certeza que há outros lá fora que
diriam que nem todas as qliphóths são serpentinas
por natureza. O segundo ponto para considerar é que
talvez a tradução de Rei James esteja certa, o que
significaria que outros escritores cabalistas estão
errados, e que o que a tradução de Rei James estava
nos contando era que ela era a serpente na árvore
qliphótica da vida, ao invés de amarrada a uma
Sephiroth em particular.
Finalmente, vamos brincar de advogado do diabo,
e dizer que ambos são precisos, e que cada um reflete
ideias diferentes na história Hebraica. Se este é o
caso, então há um problema de correspondência
porque aquela passagem particular da Bíblia de Rei
James faz referência a qippoz como corujas, e se
corujas são associadas com a energia da serpente, ou
a qippoz, então elas certamente não estão associadas
com a qliphoth, e muitos têm corujas associadas com
Lilith. Nós todos sabemos que certas palavras e
conceitos não se traduzem bem de uma linguagem
para outra, e por causa disto, o princípio deveria ser
entendido mais do que o literalismo das linguagens.
Eu estou escrevendo o resto desta composição da
perspectiva que a palavra usada na tradução de Rei
James da Bíblia Judaica-Cristã (qippoz) é a mesma
141

que qliphoth, e que a qliphoth é serpentina por


natureza. Isto também faria Lilith a serpente da
Árvore da Morte, que a manteria alinhada com
muitas interpretações da história da criação do
sistema de crenças Judaico-Cristão. Ela então se
tornaria a serpente na árvore que tentou Eva, e seu
papel mais tarde nos textos Cabalísticos não seriam
disputados, pois ela ainda seria uma deles. Contudo,
o que faz mudança drasticamente é que ela não seria
mais amarrada à esfera de Malkuth, mas preferiria
correr por toda a árvore, como a serpente, mas não a
espada. A espada seria, talvez, Samael, mas isto
honestamente seria forçar demais, então talvez seja o
gêmeo de Samael; Shemel. Isto faria Lilith
comparável a Shekinah/Sophia atualmente associada
com a Cabala, e a elevaria de uma Sephiroth em
particular a uma deusa divina na Cabala. Ela agora
estaria em uma posição do espírito da qliphoth,
passando de buscador para buscador, inspirando
aqueles que buscam por conhecimento. Desta
maneira ela seria similar para a ideia Cristã do
Espírito Santo.
A perspectiva de Sophia é interessante porque
Sophia é sabedoria e isto faria sentido que Lilith teria
essa correspondência, também, devido a sua
associação com o elemento do ar. Em ordem para
maximizar nossa sabedoria, nós usamos a mente.
Sabedoria é a aplicação do conhecimento para
situação dada, e ambos conhecimento e sabedoria
142

tem afazeres com a mente, que é o ar. Em um forte


contraste, embora Sophia é muitas vezes vista como
uma deusa gentil, enquanto Lilith não é, e eu
menciono isto porque ambas podem ser gentis, e
ainda ambas podem ser intensas também. Muitas
vezes ao longo de minha carreira mágica eu tenho
aprendido sabedoria do modo difícil, e por causa
disto, eu tenho que rir quando as pessoas pensam
que sabedoria é suave. Verdade, sabedoria pode fazer
coisas suaves a longo prazo com a quantidade de
dores de cabeça que são salvas aplicando sabedoria,
mas algumas vezes para ganhar sabedoria nós temos
que passar pela dor inicialmente.

Um Novo Papel para Lilith

Então vamos olhar para Lilith neste novo


contexto. Vamos olhar para da perspectiva de ser a
consciência da serpente na árvore da Qliphoth. Isto
não muda um pouco as coisas? Afinal, isto
significaria que há agora um ponto aberto em
Malkuth para uma nova correspondência, mas que é
um tópico para outra hora. Esta nova
correspondência colocaria Lilith atravessando a
árvore, indo para onde ela quiser, e tocando a
maioria das esferas. Isto colocaria sua influência em
muitos caminhos também. Se tornando mais do que
143

apenas uma qliphoth de Malkuth, ela ascenderia em


um princípio fundamental do Cabalismo, e que
consiga ser aplicado em quase todo o lugar na árvore.
Esta teoria se sustenta? Vamos escolher e descobrir!
A primeira Sephirah que vem para a mente aqui é
Kether. Kether é o redemoinho primordial de todas
as coisas, para ser franco, e não é o que o ar faz:
redemoinho? A correspondência original dela de uma
entidade do ar reflete esta colocação boa e
organizada. A próxima Sephirah que vem para a
mente é a da mãe sobrenatural, Binah. Este é um
natural ajuste para ela, como há aspectos da mãe fria
para ela e para esta esfera. Da’ath é outro ajuste
natural, ele corresponde ao conhecimento; um
atributo do plano mental, e assim do elemento do ar.
Eu conheci muitas pessoas na minha vida que
começaram a trabalhar com Lilith, e com o tempo
perderam o caminho para o conhecimento. Chesed é
outro ajuste natural devido ao fato que esta é a esfera
dos mestres ascensionados, e seres acima das leis do
karma. Embora eu provavelmente pegaria críticas
por dizer isto, é totalmente viável que ela é uma
mestre ascensionada de algum tipo. Se ela não fosse
quando ela era um ser original, então ela poderia sem
dúvida ter se tornado uma ao longo dos séculos.
Chesed também é associado com o conceito de
misericórdia, e isto é algo que eu tenho visto dela ao
longo destes anos. Esta misericórdia é uma que se
estende para aqueles que ela protege. Geburah é a
144

próxima Sephirah que poderia ser um aspecto dela.


Como qualquer uma que tenha tido interações
desafiadoras com ela pode atestar, ela pode ser
bastante como Marte às vezes. Infelizmente, esta é
uma face dela que é comummente vista, mas eu
tenho visto lados dela que não são tão agressivos.
Netzach é outra Sephirah que poderia correlacionar
com ela pelo simples fato de sua energia feminina. Eu
a achei muito feminina, que tem tragicamente
conduzido para ela sendo incompreendida por
muitas pessoas. Ela também pode ser trabalhada com
uma perspectiva intuitiva, que eu achei ser uma
correspondência incomum que muitas pessoas não
discutem. Eu só tenho trabalhado com ela em uma
base semi-regular nos últimos três anos, mas quando
eu estava primeiro começando a trabalhar com ela,
minha intuição era meu guia, e ela me conduziu a ter
sucesso com ela quando eu pensei que eu não a teria.
Eu pensei desta maneira porque há muito poucos
homens que eu conheci que trabalham com ela, então
minha conclusão lógica era para não ter certeza de
como proceder e o que esperar. Eu estava
agradavelmente surpreso de como a nossa relação de
trabalho progrediu. Hod é outra morada natural para
ela devido a correlação ao ar mais uma vez.
Pessoalmente eu achei esta correspondência muito
interessante. Eu trabalhei com ela há muitos anos
atrás na minha carreira mágica, e isto foi…
interessante, para dizer o mínimo. Contudo, mais
145

recentemente quando eu comecei a trabalhar com ela


novamente, eu peguei uma muito diferente, mais
montada a aproximação, e os resultados foram
vastamente diferentes e de uma qualidade mais alta.
Esta vez mais recente que eu trabalhei com ela, foi
mais pensada, lógica, metódica e muito simples, mais
Hod, do que antes. Quando eu estava trabalhando
com ela antes, era mais uma aproximação de desejo
de Yesod e gratificação, e ela funcionou bem naquele
papel, mas era eu que era o problema. Finalmente,
Malkuth é a correspondência qliphótica que ela tem,
e neste papel, ela é muito a rainha da terra até certo
ponto.
Eu percebi que há apenas duas Sephirah que eu
não correlaciono a ela no parágrafo acima: Chokmah
e Tiphareth, e eu tenho minhas razões para isto, eu
estou certo de que há leitores lá fora que poderiam
corresponde-la a estas esferas, a qual eu respondo: vá
em frente! Os pensamentos acima não são absolutos,
mas sim minha perspectiva nisto. Se nós incluirmos
estas duas Sephirah para ela, então ela poderia ser
discutida como sendo associada com toda Sephiroth
na árvore. Isto mostraria que ela poderia facilmente
ser a serpente que atravessa a árvore, tocando em
tudo sobre ela. O ponto que eu enfatizo aqui, é que
embora um estudo de suas raízes possa mostrar que
ela é menos do que o que é actualmente atribuído a
ela, ela poderia indiscutivelmente ser muito mais do
que ela é vista no contexto acima. Quando
146

primeiramente explorando a Qliphoth e os Túneis,


ela pode facilmente ser trabalhada como uma
iniciadora nos mistérios que estão contidos aqui, e
não de uma maneira que é apenas amarrada a
Malkuth, mas sim de uma maneira que é muito mais
do que apenas os quatro elementos e o mundo
manifestado. Ultimamente, entretanto, cabe a cada
um de nós decidir como nós a vemos e trabalhar com
ela. Afinal, ela é tão única conforme eles vêm, e
continuarão a perdurar e evoluir, assim como todos
nós.
147

Minha Deusa Tripla Lilith, Minha


Liberdade Eterna

Selene-Lilith

Dedicado a todos que anseiam por Liberdade

“aqui e agora”
Não é o passado
Sua beleza em Seu poder
E Sua mente
As areias mais antigas
Os tempos mais antigos
Você estava e está comigo
Minha deusa Rubi vivendo agora
É a noite eterna
Você se lembra
Nossa Lua e nosso sangue
Criados para o Sol deles
Eu sou sua filha
148

Através de todas as vezes


Sim
Está na hora
De mudar os dias antigos
Noite antiga
Areias antigas para aqui e agora
Tempo eterno
Seus rituais estão voltando
Da morte em vida ao sangue mortal
Minha Lilith rubi
Minha Deusa
E meu Amor.

Lilith, qual é o significado do nome da Deusa? A


palavra Sumeriana “lil” significa “vento”, “ar”,
“tempestade”; “lulti” – “luxúria”, “lulu” –
“licenciosidade”; o Hebreu “lail” denota “noite”; a
palavra Indo-Européia “la” significa “gritar, cantar”
deriva do termo Sânscrito “lik” – “lamber”; em Latim
“lux” significa “luz” que contém a ideia de ver no
escuro e libertar-se da escuridão. Lilith é escondida
dentro de todas estas palavras e das quais ela emerge
em sua Integridade rubi-branco-preto. Na
Integridade da Grande Mãe!
149

No Velho Testamento nós não encontraremos


muitas menções da Deusa. Elas foram removidas, a
palavra “Deusa” não existe na linguagem Hebraica.
Deixe-nos então alcançar para “As Lendas dos
Judeus” coletada por Mikhah Yosef Bin-Gorion em
1913. No livro II, capítulo 12, nós lemos: “Quando o
Senhor criou Adão, ele disse: Não é bom para o
homem estar sozinho, e ele criou a mulher do mesmo
solo que Adão foi feito, e ele a chamou de Lilith.
Ambos discutiram imediatamente e Lilith disse: Nós
não somos iguais, ambos viemos do solo! E eles não
se relacionaram”. De acordo com outras lendas, Lilith
e Adão foram criados como um ser, juntos através da
costas. Também é dito que Lilith foi feita de sujeira,
não o pó da terra. Uma é certa: esta Deusa possui a
consciência. Ela é consciente dos desejos dela e ela
consegue lutar por sua liberdade. Então, ela é
realmente uma criação, uma mulher comum? Eu
acho que não. Uma mulher mortal não ousaria
desafiar a Deus e escolher o seu próprio destino. De
fato, IHVH ameaça Lilith com uma terrível punição,
todos os dias uma centena de seus filhos morrerão.
Este patologicamente Deus masculino, que odeia
mulheres e aspira controlar o ato de nascimento que
tem sido sempre o domínio da Deusa, rejeita sua
anima e se autoproclama o senhor de todas as coisas
e todos os seres vivos. De fato, Yahweh também toma
vingança em Lilith como mãe, usurpando o direito de
decidir se a mãe pode dar luz ou não, se os filhos dela
150

viverão ou morrerão mais uma vez, mas Ela não é


passiva. Ela sabe como espalhar sua raiva sobre o
usurpador. Ela pode punir seus escolhidos:
humanidade (mas a humanidade é a favorita de
Yahweh? Muito improvável!), talvez, como os Judeus
acreditavam, ela pode provocar o aborto espontâneo
e matar o recém-nascido. Isto, contudo, é a visão
patriarcal de Lilith, a Deusa certamente tem o poder
do nascimento e aborto, e é sempre associado com
sangue, mas é Ela quem mata? Talvez seja a própria
Mãe Natureza? Conhecida como a Deusa dos
vampiros, a succubo e incubo, Lilith anseia por
sangue, se cerca por esta essência da vida. Afinal,
sangue é derramado no nascimento ou aborto
espontâneo é uma parte da vida da mulher. Nós
sabemos que os anjos encontraram Lilith no Mar
Vermelho (novamente nós somos encarados com a
cor vermelha associada com menstruação, se
tornando uma mulher, Lilith passou por outra fase,
Ela não é mais uma “criança”, Ela é madura,
confidente, mas ela tem sido insegura de seu poder?).
Os anjos querem afogar a Deusa, e Ela declara que
seus filhos tiverem que morrer, Ela também trará
morte, assassinando os recém-nascidos, filhos e
filhas do homem, e novamente a Deusa é acusada de
“má” natural, e a morte de bebês era uma ocorrência
muito comum nos tempos antigos. De acordo com
“As Lendas dos Judeus”, Lilith com ciúmes de Eva
decide retornar ao Éden, mas ela não será admita lá.
151

Então, ela vagueia sem parar ao redor do mundo, e o


Querubim com espadas de fogo não deixa ela se
aproximar dos portões do paraíso. Lilith se une com
Adão quando ele é exilado do Éden, e desta união ela
dá luz a demónios, ou talvez eles nasceram antes,
quando Ela ainda estava no Jardim. Em “As
Lendas…” nós lemos: “Por volta da meia noite, Lilith
vai para o grande e terrível deserto, lá ela começa a
uivar, e junto com ela, quatrocentos e oitenta
príncipes uivam na noite… Isto acontece algumas
vezes que Lilith e Samael são amantes e ele a deseja,
e algumas vezes ele apenas deseja Machlat. Por causa
destas mudanças de gostos, há ciúme constante e
argumento entre as duas diabas”. Como nós podemos
ver, há duas Liliths mencionadas aqui: velha e jovem.
A velha Lilith é a esposa de Samael, a jovem é a
esposa de Ashmedai. O grande príncipe Samael é
ciumento da jovem donzela Lilith. Ele odeia o rei dos
demônios Ashmedai, que é atualmente retribuído.
Ele quer a donzela, que é linda e parece como uma
mulher mas do umbigo aos pés sua carne é fogo.
Esta versão da história de Lilith mostra que ela,
como eu mencionei antes, do ponto de vista
patriarcal, aqui a Deusa quer retornar a Adão, é
enganada por Samael, vagueia sem rumo, e ainda é
afogada no Mar Vermelho. Deve ser observado,
contudo, que a água é o domínio das Deusas. Elas
não podem ser afogadas, elas habitam as profundezas
do inconsciente e emergem à vontade, quando elas
152

desejam se revelarem para seus escolhidos. Lilith não


pode ser afogada. Os homens tentarão “afogar” a
feminilidade no senso literal e figurativo, colocando
as mulheres em testes para ver se se elas são bruxas,
se a suposta bruxa não se afogar na água, era uma
prova de que ela era uma bruxa, e então ela tinha que
encarar a morte cruel na estaca; se ela se afogasse,
ela provaria sua inocência, mas então a “prova” era
sua morte. Mas vamos voltar para Lilith. Ela mesma
escolheu viver nas profundezas do Mar Vermelho, e
Ela também é vista no deserto ou em uma caverna de
sangue. A caverna é um lugar característico para a
Grande Mãe, é a barriga grávida dela. A caverna de
Lilith brilha em vermelho, a cor do sangue, símbolo
da feminilidade que dá luz e menstrua. É o lugar
onde Lilith convida o escolhido para oferecer seu
sangue e ser transformado por ela através da bebida
de seu sangue divino, que é um veneno, mas que traz
nova vida, ele mata tudo que é antigo em ordem para
dar a luz a um novo ser humano consciente. Por que
a Deusa escapou do Éden? Por que ela deixou o
paraíso “masculino”? Ela decidiu deixar a gaiola
dourada e se tornar independente, um Ser livre, a
verdadeira Deusa. Tudo que ela poderia ter no Éden
era escravização. O Deus patriarcal e seu escolhido
Adão pensaram que o lugar de Lilith não é ao lado do
homem, mas abaixo (no sentido metafórico e literal).
Lilith era esperada a não se opor, não expressar sua
própria opinião, mas obedecer as ordens de seu
153

mestre e marido. Adão não conseguiria entender


Lilith, ele não compreendeu por que a mulher queria
ser sua igual. Adão e Lilith foram incapazes de
encontrar concordância até mesmo na importância
da posição sexual, Lilith não queria pegar a posição
representando sua dependência. Ela não queria
deitar abaixo de Adão, mas então, ela não exigiu o
direito exclusivo de dominá-lo. Então o que é que ela
queria? Ser igual, reconhecer que a mulher e o
homem tem os mesmos direitos. Quando ela
percebeu o que o destino a aguarda no Éden
patriarcal, ela decidiu partir. Interessantemente,
Lilith sabia o nome secreto de Deus. Uma mulher
comum, criada por Deus, sabe seu nome secreto?
Provavelmente não. Então quem é Lilith? Vamos
lembrar que o nome mágico é conhecido por alguém
que o deu ou participou na cerimônia no qual ele foi
dado, isto teria que ser alguém mais velho do que
IHVH. Talvez Lilith é a Grande Deusa que existiu
antes da Criação? Poderia ela não ter sido a
escuridão, a água que sempre existiu? Lendo o
Antigo Testamento, nós percebemos que Yahweh não
criou o mundo a partir de nada, como algumas vezes
é clamado. Antes da Criação já tinha sido águas
negras, e águas são as Deusas, o princípio feminino.
Talvez era Lilith, a Grande Mãe que governou sobre o
universo primordial, ainda não destruído por
Yahweh. Estes são apenas meus pensamentos, minha
percepção pessoal de Lilith. A Deusa nunca foi
154

descrevida como Magna Mater mas para mim ela


sempre foi e permanece a Grande Mãe, como ela me
guiou através das três cores das Grandes Mães:
Vermelho, Preto e Branco. Ela me mostrou sua face
negra e sangrenta em ordem para conceder
liberdade. Ela é Liberdade. Quem já quis
independência mais do que ela? Lilith já é
encontrada nas crenças Sumérias. Seu lugar de
moradia é nos galhos de árvore que pertencem a
Deusa Inanna. Talvez, contudo, Lilith e Inanna são as
mesmas Deusas em duas encarnações. Esta
suposição aparece no livro de Ewa Kornafel “Lilith –
Forbidden Femininity”.
Lilith é um demônio, bruxa, Deusa. Gilgamesh
corta a árvore onde ela reside, forçando assim Lilith
(Inanna, Ishtar) escapar para o deserto. Deus derrota
a Deusa, o sistema patriarcal é estabelecido, a
feminilidade é banida. A humanidade ainda
permanece neste estado deplorável hoje. Lilith
também é a Lua Negra. Ewa Kornafel escreve sobre a
crise que é oferecida para nós pela Deusa. Sim, ela é
oferecida, porque com a crise, confusão, caos, nós
começamos a olhar para nós mesmos. A Mãe nos
guia através da Noite Negra da Alma e nos leva para
esta condição para a luz. Nós encontramos o
conhecimento de nossa Sombra e alcançamos
Integridade. Nós nos tornamos inteiros, conhecendo
nossa Luz e Escuridão. Só então nós conseguimos
nos tornar seres conscientes. Mas para isto
155

acontecer, nós temos que fazer um sacrifício (a cor


vermelha de Lilith), deixar nossa vida, antiga, vazia
ou incompleta, dando a ela nosso sangue “impuro”,
deixando ela nos levar para a escuridão, o nigredo
que nos purificará (a cor preta da Deusa) e atingir
consciência (a cor branca). “Per aspera ad astra”, isto
é verdade, sem sacrifícios nós não atingiremos nada.
Nós não seremos capazes de se livrar do fardo de
nossos problemas, fraquezas ou ignorância. Assim
Lilith oferece ajuda, nos alertando a ir para o deserto,
onde nós conseguimos pensar sobre nossos
problemas, quando nos tornamos o Eremita e
retornamos para o mundo como o Todo. Como no
Jardim do Éden, Lilith dota o homem de consciência.
Se ela nos guia através da escuridão e luz, ela tem as
características da Grande Mãe. Ela inicia nossa
consciência. Ewa Kornafel escreve: “O que é
importante surge das profundezas, rasteja para fora e
não é mais assustador”. Lilith é a escuridão e a
natureza de seu sangue-vermelho não quer dizer para
nos assustar, mas para nos libertar. A Deusa é
vermelho escuro, mas também branco. Afinal, é era
Ela a suposta serpente que persuadiu Eva, dando a
ela parte se sua própria consciência. É uma pena que
Eva não conseguiria se tornar um ser livre. Ela teve a
chance, mas ela escolheu submissão para a
masculinidade negativa de Deus e Adão. Ela faliu em
reconhecer Lilith como sua irmã e mãe, não
despertou totalmente sua feminilidade.
156

Naquela noite fatídica eu me encontrei em uma


caverna. A parede preta brilhava com uma radiância
rubi brilhando de selos estranhos. Personagens
misteriosos e desenhos sangrentos de lobos e cobras
ainda estão presos na minha mente. Animais rubi-
pretos por alguma razão desconhecida me
acalmaram e eu decidi entrar na caverna. Então eu vi
a Deusa, magnífica, pingando sangue. Sangue,
sangue por todo lado, senti seu cheiro, metálico,
azedo, ainda estranhamente doce e familiar. E ainda,
o medo apareceu mais forte do que o prazer do
Vermelho. Eu me ajoelhei em horror e ela estava
imediatamente na minha frente. Sangue fluiu por
toda a Deusa, e ajoelhada aos pés de Lilith, eu estava
com medo de que eu não seria capaz de respirar sob o
fluxo vermelho da substância de dar vida. Mas
quando o sangue inundou todo o meu corpo, eu senti
calor e alegria. Eu respirei facilmente, e a Deusa me
falou um de seus nomes. Este é o baptismo
matriarcal, a nova Maneira no caminho de Magna
Mater, a mudança “vampira”. O horror se tornou
amor, respeito e gratidão. Lilith me despertou para o
mundo dela. Ao longo de todos estes anos Ela me
guiou através da Noite Negra da Alma, mostrando
seus poderes e possibilidades ilimitadas, e finalmente
ela me deu o que eu mais queria mas não acreditava
mais que eu iria receber, a brancura da liberdade
pura, liberação de tudo o que estava me prendendo
por anos, a gaiola, o entorpecente “Éden”, conhecido
157

como o “Jardim do Prazer”, o prazer duvidoso. Eu


sou grata a Ela por este Presente. É por isto que vejo
Lilith como minha Grande Mãe. Na caverna, Lilith
estava acompanhada por outro Ser, também
vermelho-sangue, mas semelhante a uma mulher
como eu. Eu não sabia com quem eu estava lidando,
quem tão poderoso para estar na caverna com Lilith.
Este Ser, uma mulher, talvez a união da Deusa de
feminilidade e divindade, estava logo a andar na
minha vida e me levar para o novo Caminho. Ela me
ajudou quando eu me senti fraca, quando eu estava
sobrecarregada de incertezas. A Deusa pode viver no
corpo de uma mulher? Sim! Esta mulher notável era
Asenath Mason, a mensageira de Lilith, a Deusa em
carne. Este é um sentimento muito pessoal meu e
ninguém precisa ter a mesma opinião, mas eu sei
quem acompanhou a minha Grande Mãe na caverna
rubi.
Alina Reyes é uma autora de um livro considerado
chocante e incomum. Eu encorajei todos a lerem a
sua “Lilith”. Um dos personagens explica a origem da
adoração da Deusa: “Havia um culto muito antigo
que adorava a Grande Deusa, também chamado de
Grande Serpente ou Dragão, que incorporou a força
cósmica do feminino eterno conhecido pelos nomes
de Astarte, Ishtar ou Istar, Mylitta, Innini ou
Innana”. Esta discussão é mantida com Lilith, que
aparece no título, e ao mesmo tempo uma mulher
contemporânea e a Deusa Lilith que se esconde e
158

emerge da psique humana com loucura


incompreensível para residentes da cidade Lone.
Como nós podemos ver, a Deusa pode residir no
corpo humano. A paleontóloga feminina deseja
muitos homens, nunca é o bastante para dá-la prazer,
procura por eles nas ruas, caçando no escuro cada
noite em ordem para seduzi-los, desejando pelo
desejo da carne e satisfação, os homens se tornam
sua presa, e ela ainda os quer, devora seus espermas,
suga seus sangues, ela se torna a Grande Mãe de
Lone, destruindo as estruturas antigas patriarcais.
Ela é a verdadeira Lilith, livre, tendo sexo por prazer,
desprovida de inibições. Ela quer homens e mulheres
apenas para satisfazer por um breve momento seu
desejo sexual de devorar. Como succubus, ela engole
o esperma de homens aleatórios, sugando seus
membros, drenando seus sangues manchados de
hipocrisia. Ela mostra o que eles são realmente, o que
se esconde por trás da máscara do honesto, do
cidadão cumpridor da lei, por trás da falsidade da
cidade que tem construído a estrutura pseudo-norma
social apenas para esconder a realidade da falta de
compaixão, o desprezo pelo pobre, a total
insensibilidade. Lilith suga o sangue e então cospe
fora a essência suja da hipocrisia, o sangue dos falsos
benfeitores não conseguem permanecer no corpo
dela. Ela e Samael, quem ela conhece uma noite em
sua "caçada” por homens, destrói o antigo, estruturas
vazias, matando os padrões falsos impostos na
159

sociedade. Mesmo quando o corpo físico de Lilith


morre, ela se transforma em um pássaro, e com seu
amado Samael-corvo, retornam para a antiga cidade
para drenar e matar o que é falso e patriarcal. Lilith
também aparece em “Luciferian Witchcraft” por
Michael W. Ford como a força da criação própria e
iluminação através da chama negra. Seu
companheiro é Samael. Lá nós lemos:

“Há um caminho do qual o sábio procura procura a


luz,
E da escuridão nutre suas sombras no sonho.
O caminho nasce da Deusa das Cavernas, do qual as
Serpentes deslizam.
Isto é andar para sempre um caminho de cerca, de
qual será revelado os grandes mistérios, falados no
vento.
Este é para sempre um caminho do qual Lilith
emerge no fogo do Sabá,
E Lucifer emerge como o sol”.

E aqui as uniões negras com a luz. Lilith como a


rainha do sabá das bruxas criado para o equilíbrio
entre vida e morte. Ela é a beleza da mulher, vida e
alegria, que existe em cada ser humano. Ford observa
que Lilith transmite conhecimento através do ventre
160

dela. Este conhecimento não é limitado para as


mulheres, ela ajuda todas, ela não quer dominar, seu
presente é igualdade. Ela é a morte e a proteção
contra a morte. Ela não é então a Grande Mãe? Ford
nota que as características Diânicas de Lilith, a Deusa
também poderia ser Diana e Selene, como ela é
Lilith, a Lua. Lilith pode ajudar todos? Claro que não.
Seu poder se manifesta através do plano astral dos
demônios e apenas aqueles que passam através do
espelho da Deusa ganharão poder, no escuro eles
herdarão a luz da sabedoria e poder. Em “Luciferian
Witchcraft” nós lemos:

“Pelos direitos do prazer


a carne pode procriar de dentro.
Mãe do Sabá,
Lilith eu desperto para os mistérios da nossa arte”.
Lilith também pode nos dar prazer:

“De seus lombos grande prazer é mostrado,


A cama acolhe a sua paixão.
Você deve revelar a Lua escondida,
que funciona como uma porta para tal visão e
beleza?
161

Besta e Anjo, eu procuro o vício de duas doces


veias”.

Aqueles que desejam os prazeres da sabedoria,


encontre eles através de Lilith. Ela guia os amantes
dela através da escuridão da lua nova. Ela é Selene,
presidindo não sobre o aspecto claro, mas sobre o
aspecto escuro do reino lunar. Logo a Lua crescerá e
ela nos guiará para a luz da autoconsciência. É assim
tão importante conhecer a beleza da Mãe, seu poder,
sua escuridão. Ela não terá seus filhos prejudicados,
sempre representando por direitos iguais e respeito
por mulheres. A Deusa espera para oferecer a si
mesma para nós. Deixe-nos então absorver a força
que ela está dando para nós, que ela tem concedido
em mulheres e homens ao longo das eras em muitas
culturas e religiões. A Mãe Tripla-Colorida está por
todo lado!

Bibliografia:

Berdyczewski Micha Josef Bin Gorion, Żydowskie


legendy biblijne, Katowice 2009
162

Ford Michael W., Magia lucyferiańska, Wrocław,


2010
Gardner Gerald, Współczesne czarownictwo,
Warszawa, 2010
Kohli Anna, Trzy kolory Bogini, Kraków, 2007
Kornafel Ewa, Lilith – zakazana kobiecość, Tychy,
2010
Krzak Zygmunt, Od matriarchatu do patriarchatu,
Warszawa, 2007
Kubiak Zygmunt, Mitologia Greków i Rzymian,
Warszawa, 1997
Leland Charles Godfrey, Aradia. Ewangelia
czarownic, Warszawa, 2011
Pairika – Ewa Borowska, The Living Dead: Two
Faces of the Feminine – Lilith and Az (Jeh), W:
Dragon`s Blood # 6 – Lilith, Poland, Lodge Magan,
2008
Pismo Święte Starego i Nowego Testamentu, Poznań-
Warszawa, 1990
Prokopiuk Jerzy, Herezja znaczy wolność, Białystok
2008
Reyes Alina, Lilith, Poznań, 2005
163

Lilith Serpina

James George

Oh flamejante Lilith de Altares Desolados,


Eu entro em suas profundezas escuras:
teus tesouros perdidos e abandonados da escuridão.
Suas são as corujas, arranhando o hálito do demônio!
Seus, os ritos blasfemos intoxicantes
os padres rebeldes de Belial.
Dentro do prisma de obsidiana da sabedoria mais
negra,
rega o vinho Dionisíaco, embebido no crepúsculo
furiano.

Oh Lilith da meia noite em chamas,


nós ouvimos a tua fala com presas de encantamento.
Conjugados na dança de faunos bêbados,
teus pés heréticos não têm limites com a geidade.
164

Oh Senhora do Sangue-Bruxo e amantes travessos,


Teus dedos dominaram as cordas da harpa de Eros;
Afiou a lâmina dos Labrys Imortais,
para alugar em duas Caixas de Pandora!
Tal é o louvor na boca de seus parentes;
seus lábios de Bruxa em Chamas, sensual com
alegria.

Oh Lilitu Naamah com espada desembainhada,


sobre tua lâmina eu ofereço meu peito.
Destemido e imprudente, tu fortificaste a minha
alma
com artes encantadoras dos Salões Negros de Caim.
Com carne de fogo estendida em teu altar,
meu sangue não consegue descansar até ele tocar
teus lábios.
Sob o teu beijo no meu pescoço, eu desmaiei;
meu elixir sanguíneo, você deve saborear estar noite.

Em meio a tempestades violentas no mar tremendo,


eu prometi te amar, perto e longe.
Sobre as alturas queimadas da fama de Edom,
165

Eu segui tua trilha para os fins da minha alma.

Oh Lilith Serpina, luz velada de Malkuth,


tuas canções ressoam nas ilhas dos condenados.
Aqueles que te temem, nunca devem atingir
as jóias sagradas das profundezas do teu covil.
166

Rito de Sedução da Virgem

Matthew Wightman

Lilith, como a primeira mulher, foi criada pela


Demiúrgica Ain Sof Aur para ser uma expressão do
Amor divino. Na verdade, ela era a metade feminina
da expressão de desejo por Ain, o qual é tão temido
pelo Ain Sof Aur que não pode reconhecer sua
realidade. Sua contraparte não era o Adão afirmativo
mas sim o anjo anticósmico Samael. Juntos, eles
formam o Nachash, a Serpente, Samaelilith. Juntos,
eles seduzem Eva para trazer Qayin (e Kalmana), o
Messias anticósmico de Sitra Ahra.
Esta parte da história é bastante familiar, mas que
pode não ser tão bem conhecida é de que eles
também seduziram Maria, a mãe virgem do Messias
de Ain Sof Aur. Neste ato, a semente da Serpente foi
misturada com a essência divina, dando a Nachash
domínio sobre o Salvador. Como Qayin, a orientação
de Jesus Cristo é para Ain, tendo deixado de lado sua
ansiedade. Totalmente integrado na Trindade
Demiúrgica, Jesus Cristo é capaz de servir as
maquinações da Serpente por possuir ambas as
realidades divinas também como a realidade de todos
quem o segue em fé. Na hora marcada, Cristo irá
167

realizar o desejo por Ain, obliterando o Demiurgo e


todos os que seguiram cegamente.
Lilith é o impulso sexual primário destas duas
seduções monumentais e foi ela que me ensinou o
seguinte rito de recapitulação de Sedução da Virgem.
Este ritual é idealmente realizado em dias que os
Cristãos consideram Sagrados, tais como Natal ou
Páscoa, e é especialmente potente em dias de festa
relacionados a Maria. O propósito deste rito
iniciatório é ambos para recapitular a Sedução da
Virgem pela Serpente, Samaelilith, com os propósitos
de cooptar o nascimento do Salvador para o objetivo
de Ain, e para profanar e redirecionar as energias das
adoração Demiúrgica e devoção para os trabalhos de
Sitra Ahra.
Se uma mulher está realizando o rito sozinha, é
melhor feito na hora que ela está menstruada. O rito
é supervisionado pela Ama Lilith e portanto o espaço
do ritual deve ser preenchido com a imagem dela.
Imagens nuas do cônjuge de Lilith, Samael ou outra
entidade Qliphótica. Incluindo Naamah e Asmodeus,
também é apropriado. Também é altamente potente
realizar este ritual na presença de um crucifixo,
representando muito o resultado da união sexual
entre a Serpente (Samaelilith) e a Virgem Maria. O
Cristo sobre a cruz é ambos a culminação da agenda
Serpentine para seduzir os fracos da humanidade
para o propósito de Ain, e a ira de Sitra Ahra contra o
Demiurgo. O crucifixo pode ser incorporado no ritual
168

ainda mais, especialmente por uma praticante


feminina, inserindo a cruz invertida na vagina (ou
ânus), ambos contaminando a imagem Cristãs e
representando o nascimento do Salvador, também
como a recepção sexual da gnose.
As ferramentas tradicionais mágicas deveriam ser
apresentadas sobre o altar, incluindo a Vela Pilar
Preta que tem sido consagrada para os trabalhos de
Sitra Ahra. Adicionalmente, duas velas cônicas
vermelhas untadas em óleos e gravadas com
símbolos relevante a Lilith são colocados em ambos
os lados da Pilar Preta e são acesos. Incenso lunar
pode ser queimado como uma oferenda para Lilith e
para aumentar os sentidos do praticante. O chão em
frente ao altar deve ser coberto com tecido vermelho,
de preferência cetim ou seda. O participante entra no
ritual nú. O praticante deve meditar sobre o rito,
clareando sua mente de todas as distrações antes de
começar o ritual.
Cercado pelas imagens de Lilith e seus cônjuges,
deve-se colocar-se em um estado elevado de
excitação sexual. O praticante pode até ser convidado
para uma orgia demoníaca por Lilith, a qual deve ser
aceitada alegremente. Idealmente, antes do rito
começar, o praticante deve ser preenchido com
sentimentos avassaladores de Luxúria. Qualquer
tendência sadomasoquista dentro do praticante deve
ser trazida para a superfície. Para começar o rito, um
169

deve recitar a seguinte invocação ou outra que sentir


apropriado para criar o apropriado estado da mente:

Ama Lilith,
Mãe da Luxúria e Contaminação,
Abra suas pernas para mim para que eu possa
compartilhar de seu sangue nutritivo.
Me beije, para que meus olhos possam ser abertos
E conceda-me sua Sabedoria proibida.
Pode ultrapassar meu corpo, penetrando meu
Espírito.
Convide-me para o seu harém demoníaco de
prazeres orgiásticos
Que lá eu pudesse ficar maravilhado diante do pau
duro de Samael

Vamos foder a boceta frígida da Virgem


E chupar seus peitos.
Que os gritos dela de dor e êxtase acenda os portões
do Céu.
E reduzir o Reino de Deus para Cinzas.
Que seu ventre se torne o lugar de moradia para a
Semente da Serpente
170

E uma abertura para o reino de Sitra Ahra!

No chão forrado de cetim diante do altar,


imediatamente na frente do praticante, está a
imagem da Virgem Maria em papel/pergaminho
fumigado abaixo da qual é a imagem de Lilith, com a
mão esquerda (ou direita se o Crucifixo está sendo
utilizado na esquerda) o praticante começa a se
masturbar. Visualizando-se contaminando a Virgem
da maneira mais pervertida possível. O praticante
deve imaginar a dupla penetração da Virgem pelos
hemipenos de Nachash inserido em seu ânus e
vagina. Os gemidos da Virgem são abafados pela
cabeça da serpente abrindo caminho para dentro da
boca dela. Conforme o rito progride, visualize a
Virgem se transformando em Lilith enquanto ela
olha para o Filho dela pendurado. Embora não haja
nenhum script ou invocação proibida neste ponto, o
praticante deve vocalizar qualquer coisa que vier dela
neste estado de êxtase. No ponto do orgasmo deve-se
gritar: Ama Lilith, Liftoach Shaari há-Sitra Ahra!
Fluídos sexuais e/ou sangue menstrual devem ser
espalhados pela imagem da Virgem. Isto deve ser
fluído suficiente para que a imagem de Lilith comece
a sangrar através da imagem de Maria. Se houver
uma quantidade insuficiente de fluídos, um pouco de
vinho tinto do cálice untado com sangue da mão
esquerda do praticante pode ser usado. As imagens
devem ser em seguida, expostas à luz de velas e
171

meditada sobre elas. A imagem untada com fluídos


sexuais se tornará uma fonte potente de adivinhação.
Quaisquer percepções devem ser escritas em um
grimório, como qualquer visões oníricas concedida
do seguinte ritual.
O ritual também pode ser realizado usando uma
imagem de Naamah ou o selo da Prostituta da
Babilônia (as Sombra Qliphóticas da Virgem) abaixo
da imagem de Maria. No caso de Naamah, imagine
Maria como uma encarnação humana de Shekinah, a
presença Demiúrgica feminina e representativa da
Sefirótica Malkuth. Conforme o rito progride, a
Shekinah é transformada na dominadora da Qliphoth
Nahemoth. Este é um rito iniciatório poderoso que
pode ser realizado em conjunção com outros rituais
relacionado a Naamah como a entrada para o reino
Qliphótico. Outro ritual potente é o uso da imagem
do Ventre de Lilith, como uma solicitação de entrada
nos mistérios da Qliphoth e oferece a ela atos
profanadores como uma oferta agradável. Este ritual,
como qualquer trabalho Qliphótico, irá expor o
praticante a qualquer fraqueza que ele possa ter e isto
é frequentemente experienciado como tendências
masoquistas dentro da orgia demoníaca. Deve-se
aceitar e não negar estas fraquezas mas procurar
também se levantar sobre elas em reconhecimento de
suas existências. A Serpente está sempre presente
durante este rito e ficará em seu caminho até que
toda a fraqueza é reconhecida e superada. Deve ser
172

notado por qualquer pessoa que esteja planejando


em realizar este rito que eu sou antes de tudo um
teólogo Qliphótico. Quando isto vem para o uso da
magia anticósmica eu me considero um estudante;
um estudante cujos professores são principalmente
os próprio Elohim Qliphóticos. Embora eu tenha
sempre me considerado ser um devoto da Corrente
218, tendo dedicado meu espaço do templo e
consagrado minhas ferramentas de rituais de acordo
com ensinamentos externos do Temple of the Black
Light, e tendo seguido outros ensinamentos
exteriores (que agora são bastante antigos e já
descartado pelo Templo) para a melhor de minha
habilidade no uso do meu ritual, eu não sou afiliado
de forma alguma, tanto oficialmente como não
oficialmente, com o Templo. Além disto, tem sido
sugerido pelos professores do Templo com quem
encarnações deste trabalho foram compartilhadas,
destas formas anteriores, que colocou uma grande
ênfase no uso sexual do crucifixo, é “profano”,
rebaixando o praticante a um lugar que apenas
estranhos poderiam encontra-lo. Embora eu não
discorde desta avaliação, eu insistiria que morar nas
profundezas ctônicas de depravação e profanação o
que é apropriado quando ao embarcar no caminho da
Qliphoth e trabalhar com Nahemoth e Gamaliel (e
mesmo tão alto (ou baixo) junto com a árvore de
Da’ath como Thagirion). Nestes espaços nós
chamamos pela escuridão primitiva de dentro de nós
173

mesmos e a juntamos com o do Elohim Qliphótico.


Nós recapitulamos a inversão e profanação da Árvore
da Vida pela Árvore da Morte. Estes são os reinos de
sujeira, sangue, urina, merda e esperma, da Terra
Negra e Sol Negro, que chamam de nossos instintos
mais pervertidos e caídos. Nós estamos contentes em
morar nestes lugares para sempre? Não. Nós
devemos passar por eles para alcançar as elevadas
alturas procuradas? Eu acredito que sim. Embora
seja verdade que o rito é inspirado por um ethos que
foi transcendido pelo Templo há muito tempo, esta é
a minha opinião que tal ethos ainda deve ser aceitado
e transmitido por todos os estudantes através do uso.
De fato, é minha crença que este ritual encapsula
ambos as profundezas ctônicas e as alturas
procuradas. Isto começa com o primeiro e termina
com o último. É uma questão de transformação
alquímica do praticante de puramente carnal para o
verdadeiramente sublime. Também é um rito
importante de iniciação, especialmente para aqueles
vindo do fundo de uma religião tradicional. A Virgem
ou Shekinah é literalmente transformada dentro e
fora de si mesmo na Amante de Sitra Ahra. Assim, se
sai de um estado de falsa inocência, o estado anterior
do consumo da Fruta do Conhecimento, para um
estado de maturidade e consciência do horror do Ser.
Para mim, o rito é um ritual iniciatório perfeito,
fazendo a transição dos reinos profanos inferiores
para a Alta Magia de Sitra Ahra.
174

É precisamente esta transição que Lilith


representa. Ela conecta as profundezas da Terra
Negra do reino de Nahemoth abaixo dela com os
poderes sobrenaturais/infernais de Samael para
Thaumiel acima. Realizando este rito, invoca-se a
presença de Lilith e ser cônjuge em manifestação de
ambos para dentro e para fora. Usa-se e experimenta
a Gnose proibida em relação à natureza de Nachash e
sua descendência. É através deste rito transgressivo
sexual que nós participamos na transformação de
nossas profundezas ctônicas nos mistérios mais
negros do Outro Lado. Lá, Lilith nos encontra, nos
acolhendo em seu seio frio de Sabedoria. Lá, somos
testemunhas das maquinações da Serpente movendo
toda a criação e divindade em direção ao desejo de
Ain.

Para mais Cristologia detalhada e Teologia


Serpentina por favor veja: Wightman, Matthew.
“The Serpent’s Servants: Disciples of Ain.” Qliphoth
Journal Opus III. Nephilim Press. Date TBA, 2013.
Pgs. TBA. Wightman, Matthew. “The Nailed God: A
Klifotic Christology.” THE 13TH PATH. Aeon Sophia
Press. Date TBA. Pgs. TBA.
175

Lilith e as Cônjuges de Samael

Yla Ysgarlad

Nunca houve apenas uma, ou duas.

Para o buscador da gnose Qliphótica, Lilith a Mais


Jovem e Lilith a Grande podem serem intimamente
familiares. Enquanto eu mesma conhecia essas
entidades, eu me senti atraída cada vez mais perto de
Samael. Eu o persegui, arranhando meu caminho
para baixo da Árvore do Conhecimento. Eu pesquisei
a tradição Judaica, escritas rabínicas, e buscas
complementares de Samael e suas cônjuges, meu
desejo por conhecimento nunca se saciou. Foi então,
nas garras da Árvore Negra, que eu encontrei uma
tapeçaria muito mais rica tecida por fios de lenda.
Depois de cavar fundo o suficiente, ficou claro,
mesmo na tradição Abrâamica mais antiga, há
história que sussurram de duas outras cônjuges de
Samael, cada distinção em forma e função. Sentado
em uma pilha esperando por um tecelão, estes fios
nos permitem a oportunidade de tecer uma tapeçaria
das cônjuges que hoje estão obscurecidas na melhor
das hipóteses, e contraditório na pior das hipóteses.
Eu não pretendo apresentar para você a resposta
176

para este quebra-cabeça, pode muito bem haver uma


resposta absoluta. Ao invés disto, eu apresento para
você uma tapeçaria entre muitas tecidas com os fios
da lenda; uma tapeçaria com que eu tenho
trabalhado pessoalmente para fins grandes e
vermelhos. Contudo, é um universo onde
conhecimento é aparentemente infinito, poderia ser
dito que nós todos somos infinitamente tolos. As
fontes que nós apresentamos aqui não são de forma
alguma as únicas fontes de informação sobre as
cônjuges de Samael, e eu embora eu tenha tomado
todo cuidado para evitar supervisão, tenho certeza de
que apenas deslizei sobre a superfície.
Este trabalho abordará as quatro cônjuges de
Samael. Primeiro, Ashet Zennanim, a cônjuge chefe
de Samael. Juntos, Ashet e Samael formam a Besta.
Individualmente, ela devora as almas dos
condenados com um frio ardente. Lilith, a primeira
esposa de Adão, a mulher lendária e grande que se
recusou a deitar de costas, e quem semeia suas
sementes não no elixir da vida, mas no elixir da
morte. Naamah doce e sinistra, o tormento de Adão
em seu exílio, e Khavah, aquela que trouxe a fruta
proibida para a Terra, quebrando para sempre as
ilusões bem-aventuradas do demiurgo. Embora o
número de entidades antinomianas femininas não é
de forma alguma limita para estes, este tratado
focará naqueles que estão mais próximos conectados
a Samael. Isto não diminui a gnose que pode ser
177

ganhada por trabalhar com outros succubos


antinomianos, até mesmo succubos que podem ter
conhecido Samael na tradição antiga e nova. Agrat
bat Mahlat, sugerida por Michael Ford em Liber
HVHI ser uma das “Quatro Noivas” de Samael, é um
exemplo. De acordo com Treatise of the Left
Emanation, Agrat se acasalou com o Rei Davi para
dar a luz a Ashmodai, também conhecido como
Samael O Negro. Ela também é notada em Zohar por
ter descendido de Lilith. Contudo, não consegui
encontrar nenhuma tradição que ligasse Agrat a
Samael diferente de Samael O Negro, que está
explicitamente distinto em forma e função de
Samael. Seria tolice assumir que qualquer escrita,
antiga ou moderna, é totalmente confiável. De
importância, as especulações dos estudiosos Judeus
podem ser tendenciosas por sua oposição feroz à
exploração do Outro Lado por qualquer meio
independente do demiurgo. Ultimamente, nós todos
estamos trabalhando para as mesmas peças
imperfeitas da tradição, e cabe a nós usar nossa
própria intuição e discernimento para forjar as peças
juntas de volta nas chamas, mais poderosa do que
antes. Digamos que a busca do conhecimento é,
inevitavelmente, crivada de dificuldades. Iluminando
as sombras da ignorância sempre revela verdades
grotescas, e trabalhar com as cônjuges de Samael não
é exceção. O que foi dito na Bíblia é verdade:
178

“De cada árvore do jardim você pode comer


livremente: Mas da árvore do conhecimento você
não deve comê-la: porque no dia em que comeres
certamente morrerás.”
-Genesis 2:16-17, KJV
179

A Esposa da Prostituição

Ashet Zenunim

Ashet, também conhecido como Isheth/Eisheth, é


a gêmea de Samael. Juntos, eles combinam a se
tornar a Besta. Individualmente, ela é a encarnação
do caos feminino. Apesar de que ela não é
mencionada pelo nome em muitas das tradições,
inconsistências nisto girando em torno das outras
cônjuges de Samael (e a forma e função de Lilith)
sussurram dicas de uma verdade velada.
Lilith é dito, em fontes conflituantes, ser ambos
primeira esposa e gêmea de Adão, criada do mesmo
pó, e também a gêmea de Samael, a outra metade da
Besta. Contudo, não há menção de Adão e Samael
tendo um relacionamento familiar, o fazendo
inconsistente na melhor das hipóteses para sugerir
que Lilith é a gêmea de ambos. Embora seja
totalmente possível que qualquer coisa seja verdade
apesar de desafiar a razão, eu proponho que Ashet é a
gêmea de Samael, e Lilith é a gêmea de Adão. Este
desemaranhamento oferece uma resolução do papel
de Ashet Zenunim.
A comparação de Loki para o Adversário (Vexior,
2010) é atraente com base na similaridade mítica
180

sozinha. Ambos Samael e Loki são ambiguamente


bem-vindos acima (em Asgard ou Paraíso) e abaixo
(no Inferno ou Niflheim e Muspellheim), embora
cada um desenvolve uma afinidade distinta para
escuridão, fogo e engano. Adicionalmente, Loki é
nomeado em Gylfaginning como o irmão de Byleistr
e Helblindi. Embora Helblindi é frequentemente
pensado ser outro nome para Odin, é extremamente
interessante notar que “Samael” se originou da
palavra “sami” ( ‫) י סמ‬, significando cego, um
significado compartilhado com “blindi”. Também
tem sido notado na tradição Judaica que os nomes
Beliar (Belial) e Samael “ocorrem lado a lado como
nomes ou sinônimos para Satan”, com contos de
Samael em uma passagem sendo recontada em outra
passagem como contos de Beliar (AICE, 2013).
Embora as etimologias linguísticas de Beliar e
Byleistr são extremamente diferentes, as
similaridades superficiais em fonologia são
intrigantes pelo menos. Poderia ser que Helblindi e
Byleistr são outros nomes para Loki que traçam sua
essência de volta para esta manifestação na religião
Abraâmica? Esta comparação se extende para Ashet e
Gullveig. Vexior expande sobre a ideia é a mesma
essência que Gullveig. Suas comparações de Gullveig
e Lilith giram em torno de seus êxodus para um reino
negro, suas crias monstruosas, suas tendências para
as artes negras, e seus entrelaçamentos com
Loki/Samael. Eu vejo estas similaridades através das
181

cônjuges de Samael, mas particularmente com Ashet


Zenunim. Ela é o caos que faz a Serpente inteira. Ela
é a que leva aqueles que procuram por
conhecimentos escondidos através do abismo. Como
Heidr, Gullveig é um professor de trabalho de transe
que está intimamente conectado com o Submundo,
Seidr. Isto é atestado na primeira história do Poeta
Edda, Voluspá. Eu inclui a a tradução de Vexior ao
lado da original Velha Nórdica abaixo, como não há
tradução que poderia ser justa ao original.

Heiði hana hétu


hvars til húsa kom,
völu velspáa,
vitti hon ganda;
seið hon,
hvars hon kunni,
seið hon hug leikinn,
æ var hon angan illrar brúðar

Heidr era seu nome


Em cada casa ela veio
A vidente com profecias adequadas
182

Bruxaria que ela exercia,


Ela empunhava Seidr sempre que podia
Ela empunhava Seidr avidamente
Ela sempre foi amada por mulheres perversas

Esta não é apenas a fonte que fala de uma mulher


que leva o perverso para o submundo. Uma mulher
reminiscente disto também é encontrada nos
Provérbios da Bíblia 2:18:

“A casa dela afunda até a morte, e o curso dela leva


para as sombras. Todos que vão para ela não
conseguem retornar e encontrar novamente os
caminhos da vida.”

Em ambos os textos, há uma mulher que leva para


as sombras as quais ninguém consegue retornar
inalterado. Com Seidr, ambas as viagens e a
sabedoria dentro deixam suas marcas no Vidente.
Em um contexto Bíblico, a incapacidade de retornar
para os “caminhos da vida” podem ser uma
referência para a separação do Demiurgo que
caracteriza a iniciação da Qliphoth, ou talvez até mais
explicitamente, a escolha da Árvore do
Conhecimento ao invés da Árvore da Vida. Thomas
Karlsson (Qabala, Qliphoth, and Goetic Magic)
183

reconhece explicitamente Ashet Zenunim como a


gêmea de Samael. Juntos, ele escreve, eles se tornam
CHIVA, a Besta. Individualmente, “a besta, Samael, e
a prostituta constituem uma trindade do mal” (p.69).
Michael Ford ecoa este reconhecimento em Liber
HVHI, mas estas escritas se estendem além das
intuições do antinomianismo contemporâneo.

“ Samuel mal e Lilith perversa são como um par


sexual que, por meios de um intermediário, recebem
uma emanação má e perversa de um e emanam
para o outro… Ele (Leviathan) é o vínculo, o
acompanhamento, e a união entre Samael e Lilith.
Se ele fosse criado inteiro na plenitude de sua
emanação ele teria destruído o mundo em um
instante.”
- Treatise on the Left Emanation, 13th century

A Besta, Leviathan, é primeiro dito aqui ser o


intermediário entre Samael e Lilith. Assim como a
passagem continua, contudo, este intermediário
começa a parecer ser muito menos um intermediário
e mais uma manifestação da união de Samael com
sua gêmea negra e feminina. Finalmente, os dois
aspectos da Besta são quase explicitamente tratados
como unidos ao invés de mediado na Bíblia:
184

Naquele dia, o SENHOR punirá com sua espada,


sua espada grande e forte, Leviathan a serpente
planadora, Leviathan a serpente enrolada; ele
matará o monstro do mar.
- Isaías 27:1, NIV

Em seu acoplamento com Samael, Ashet Zenunim


pode assumir um papel muito mais sagrado do que
alguns estudiosos gostariam de admitir. Ser cônjuge,
soma, e todo o Caos não é pouca coisa. Sua é a
divindade do profano. Até mesmo seu nome por ter
maior importância do que sua tradução literal,
“Esposa da Prostituição”. Crowley (Liber 777, p.54)
nota que a Gematria de Ashet Zenunim, 864, é igual
a Gematria por Qadosh Qadeshim, Sagrados dos
Sagrados (‫)ש קדו קדש ‘ם‬. Contudo, meu conhecimento
limitado do Hebraico discorda, a frase para Sagrado
dos Sagrados, o maior sagrado seria ‫ש קד קדשים‬. Este
adicional ‫ ו‬no Hebraico de Crowley altera o valor da
Gematria, e pode ser possível que até o próprio
Crowley soubesse disto, como ele nota ironicamente
na mesma passagem “Sem duvida há um Arcano
escondido aqui, possivelmente junto as linhas de
“você pode provar qualquer coisa com Gematria se
você tentar bastante.”
Trabalhar com Ashet durante a lua crescente pode
ser particularmente potente, e é um excelente ponto
de partida. Ashet nunca irá diminuir, mas ao invés
185

disto expandir eternamente, espalhando o caos


através do Universo como uma ondulação a cada
respiração. Embora Ashet não seja tradicionalmente
alinhada em qualquer das esferas ou túneis na
Qliphoth, eu a encontrei dentro do túnel de Shalicu
(Shin, na Cabala Sefirótica), conectando a casca de
Malkuth a Samael, a casca de Hod. Ela é o frio que
queima com uma fúria maior que o fogo em si,
levando o aspirante mais fundo na Árvore do
Conhecimento e o veneno da gnose. E, como Gullveig
detém as chaves para o caos gerado com Loki, então
Ashet também detém as chaves para o caos da Besta.

Tolos! Eles não sabem quanto mais a metade é do


que o todo… Pelos deuses se manterem escondidos
dos homens os meios de vida…
- Hesiod, Work and Days

Invocação de Ashet Zenunim

Cada vez mais profundo


Através dos portões
Chamas de gelo
Fragmentos de fogo
186

Ashet Zenunim desce.


Sua mancha infecta
Feroz e envenenado
Devorando, penetrando;
Loucura desencadeada, anseio
Gelo desenfreado, entrelaçado
Vazio escancarado, rasgando e cavalgando
No abismo sublime

Lilith “Espírito da Noite”

De acordo com o alfabeto de Ben-Sira (e ecoa no


Zohar), Lilith foi a primeira esposa de Adão, criada
do mesmo pó. Por esta razão, Lilith clamou por ser
igual a Adão. Embora Adão tinha outras ideias, Lilith
deixou o Jardim do Éden, apenas retornando para
Adão durante seu exílio para estuprá-lo. Portanto de
seu êxodo, Lilith acasalou com Samael e homens
semelhantes, e espalhou sua descendência por todos
os mundos.
A etimologia de Lilith é sempre disputada. Os
estudiosos da Bíblia olham para Isaías 34:14, onde no
contexto o nome dela se traduz para coruja da noite,
ou coruja das torres. Ford (p.26) cita o traçado da
187

etimologia dela de volta às raízes YLL, significando


“grito”. Alternativamente, a raiz potencial “Layil”
pode significar noite, ou um nome de um demônio da
tempestade. Ultimamente, não há certeza em sua
etimologia, é possível que uma, ou até mesmo muitas
teorias por trás de seu nome são verdades. É até
mesmo possível que Lilith não seja seu verdadeiro
nome, mas um rótulo para um certo tipo de demônio.
Na língua Acadiana agora extinta, lilu significava
espírito, e lilitu era a forma feminina. Considerando
que o Acadiano e Hebraico são ambas línguas
Semíticas, é ainda mais provável que possa haver
uma conexão aqui. Talvez Lilith seja apenas um título
para a mãe de muitos espíritos, um ventre carmesim
dos quais monstros nascem, um ventre que pode ser
sentido tremendo sob a luz de uma lua vermelha.
Explorações contemporâneas de Lilith incluem
suas conexões com a Qliphoth, como um demônio
sexual, e como uma encarnação da rebelião feminina
e fortalecimento. Ela é (em algumas fontes) o
homônimo da primeira esfera, a casca de Malkuth.
Em outras fontes, esta esfera é chamada Nehemoth, e
é associada com Naamah, a “Lilith mais jovem”.
Lilith também foi nomeada como a observadora da
segunda esfera, a casca de Yesod, Gamaliel. Fontes
que combinam estas duas ideias tal como Karlsson
explica que enquanto ela é o homônimo da primeira
esfera, a primeira esfera está mais intimamente
relacionada com a Lilith mais jovem, Naamah. Entre
188

as esferas de Nehemoth e Gamaliel, contudo, é o


túnel Thantifaxath (ou Tau, na Cabala Sefirótica). Na
minha experiência este túnel está inequivocamente
conectado à matrona Lilith a Grande. Como o
primeiro túnel para aspirantes que andam no
caminho da espada flamejante, Lilith é o portal para
a gnose da Qliphoth e o primeiro passo para a
sabedoria enegrecida. Karlsson (p.155) propõe que
Lilith é uma iniciadora que leva aqueles que a
conhecem para a “iluminação negra”. Embora ele não
prossiga sugerindo que o túnel de Thantifaxath é
vigiado pela matrona Lilith, sua descrição é no
entanto adequada.

“Thantifaxath é o túnel que leva a força do plano


material para os mundos negros astrais além dos
níveis normais de criação… através da entrada dos
túneis Qliphóticos, o mago é aprofundado na
Queda… Thantifaxath representa o primeiro passo
no processo negro alquímico de dar à luz a si
mesmo.”
- Qabalah, Qliphoth, and Goetic Magic

Isto também é reminiscência da própria busca de


Odin por conhecimento, onde ele fica pendurado na
Árvore do Mundo para ganhar conhecimento das
runas, sacrificando a si mesmo para si mesmo:
189

Eu acho que pendurei na árvore ventosa,


Pendurado lá por nove noites inteiras;
Com a lança eu fui ferido, e oferecido eu fui
Para Outro, eu para mim mesmo,
Na árvore que ninguém pode conhecer
Que a raiz abaixo dela corre.
- Havamal, Bellows trans.

De fato, a noção que ninguém pode saber que a


raiz corre abaixo da árvore é severamente cômico. Há
uma imensa probabilidade de que a Árvore do
Conhecimento de Bem e Mal e a Árvore da Vida são
conectadas pelas mesmas raízes, assim como elas
foram plantadas no centro do Jardim do Éden.

“No meio do jardim estava a árvore da vida e a


árvore do conhecimento do bem e do mal.”
- Genesis 2:9, NIV

Quem melhor, então, para proteger o túnel de


Thantifaxath do que aquele que primeiro se separou
do paraíso ilusório do Éden em nome de ninguém
além de si mesma? Ainda assim, mesmo uma
190

pequena morte é uma morte todas iguais, e a


iniciação na Qliphoth não é diferente.
191

Invocação de Lilith a Grande

Lilith, lançadora de tons carmesim, eu sussurro seu


nome
Para que você possa cavalgar o vazio escarlate
Que eu possa conhecer a fome da noite,
A sede do portão
A luxúria dos ocos
O anseio do estéril
Eu me desnudo diante de você, Lilith…
… Que você possa entrar na concha acima
Enquanto eu afundo na casca abaixo
Pois eu tremo com o arrebatamento da apostasia
E me contorço enquanto meus sussurros se
transformam em gritos
192

Naamah “A Agradável”

Raramente foi um nome tão adequado. Embora a


doçura notável de Naamah possa causa-la parecer a
ser uma das cônjuges “mais seguras” de Samael para
trabalhar, sua natureza é na verdade o que faz dela
muito perigosa. Naamah, a pureza que suportou mais
pragas da humanidade com Adão depois que ele foi
expulso do Jardim do Éden, era a corruptora dos
outrora anjos Aza e Azael. Através de suas
corrupções, a Queda foi posta em movimento.

“Esta associação de (Lilith) com Adão continuou


centro e trinta anos até a vinda de Naamah, por
cuja grande beleza Aza e Azael, filhos de Deus,
foram seduzidos e caíram de seus estados altos de
luz e pureza. Deles surgiu uma ninhada de espíritos
malignos para o mundo. Naamah é quem vagueia
pelo mundo no período da noite, especialmente,
enquanto a lua está minguante.”
- The Zohar, Genesis capítulo III

E através de sua beleza, ela continuou a trazer caos


até mesmo para os demônios do próprio caos. Como
a cônjuge de Ashmodai, Naamah seduziu Samael,
provocando uma guerra sem inveja.
193

Samael, o grande príncipe de todos, ficou


extremamente ciúmento de Asmodeus o rei dos
demônios por causa desta Lilith que é chamada de
Lilith a Donzela (a jovem). Ela está na forma de
uma linda mulher da cabeça à cintura. Mas da
cintura ela é fogo ardente, como mãe e como filha.
Ela é chamada de Mehetabel filha de Matred, e o
significado é algo imerso (mabu tabal). O
significado aqui é que as intenções dela nunca são
para o bem. Elas apenas procura incitar guerras e
vários demônios da guerra entre a Filha Lilith e
Matrona Lilith.
- Treatise on the Left Emanation

Naamah é a encarnação do perigo da


sensualidade. Ford (Liber HVHI) traduz o nome de
Naamah como “A Encantadora”, observando que
fontes não específicas dizem que este nome se
relaciona com sua beleza. Mas um diálogo de Zohar
fala muito sobre uma natureza que é conhecida há
quase um milênio.

Rabino Hiya disse: “O que significam as palavras “E


a irmã de Tubal Cain era Naamah” (gentileza), e
por que este nome foi dado a ela? Era para indicar
que ela possuiu o poder de sedução de ambos seres
humanos e angélicos?”
194

Rabino Isaac disse: “Ela venceu Aza e Azael que na


escritura são chamados “filhos de Deus”.
Rabino Simeon disse: “Ela foi a procriadora de
todos os demônios de origem Cainita, e ela é aquela
junto com Lilith que afeta crianças infantis com
doenças epiléticas”.
Rabino Abba disse para Rabino Simeon: “Mestre,
você declarou que ela era chamada assim porque ela
inspirou os homens com desejos carnais”.
Rabino Simeon disse: “É verdade, pois embora ela
excite luxúria nos seres humanos, ainda isto não a
impede de afligir crianças pequenas e portanto ela
continua suas operações no mundo todo até o
presente”.

Embora tradicionalmente alinhada com a esfera


de Nehemoth, eu me conectei com Naamah mais
intimamente no túnel de Qulielfi (Qoph, na Cabala
Sefirótica), entre Nehemoth e A’arab Zaraq. No
trabalho de Karlsson, este túnel corresponde com a
Lua, uma conexão totalmente ajustada com Naamah
e seu desarmamento, beleza enganosa. Enquanto
Gullveig fugia para Jarnvidr para criar monstros,
assim também Naamah encontrou Adão em seu
exílio do Éden para criar sombras caóticas e
famintas.
195

Invocação de Naamah

Serenidade mais doce


Prazer dos condenados
Querendo o mal
Inocência do intoxicado
Desejo do depravado
Suspiro do sinistro
Naamah, eu chamo você
Abraçadora do exilado
Tentadora da tempestade
Fornicadora dos desamparados
Eu imploro pelo prazer da perdição
Eu sangro pela beleza da blasfêmia
196

Khavah “Eva”

De todas as cônjuges, foi Khavah que trouxe caos


para o próprio mundo. Embora ela foi
aparentemente serva de Adão, e assim na Terra
novamente através do nascimento de Caim. Este
nascimento facilitou a corrupção em grande escala.

“Enquanto todos os homens piedosos descendem de


Seth, lá surgiram de Caim todos os iníquos que se
rebelaram contra Deus e cuja perversidade e
corrupção provocada pelo dilúvio: eles cometeram
todas as abominações e crimes incestuosos em
público sem vergonha. As filhas de Caim foram
aquelas “belas filhas dos homens” que por sua
lascívia causaram a queda dos “filhos de Deus”
(Gen. Vi. 1-4; Pirke R. El. Xxii.; compare Sibilinos, i.
75).”
-Kohler et al., The Jewish Encyclopedia

Apesar da tentação óbvia do conhecimento na face


da ignorância, eu propus que Khavah fez uma escolha
totalmente consciente para participar da fruta e
trazer conhecimento no mundo, a essência de
Samael. Embora o Treatise on the Left Emanation
sugira que Lilith foi uma Serpente que tentou
197

Khavah, o Zohar (p.171), contradiz, postulando em


vez disto que Samael foi a verdadeira identidade da
Serpente.

“Samael, quando desceu ao plano terrestre,


montado em uma serpente. Quando ele apareceu
sob a forma serpentina, ele é chamado de Satan.
Qualquer que seja o nome dele, ele é o ser conhecido
como o espírito do mal.”

E Samael pode ter cavalgado novamente, gerando


o Caos com Khavah na forma humana, Caim. Até
Zohar nota (p.232) que Khavah pode não ter
concebido Caim com Adão.

“Apesar que Adão conhecia Eva, sua esposa, e ela


concebeu e trouxe Caim, ainda não se diz que Adão
gerou Caim.”

Olhando para trás para a tradição de Pandora que


oferece mais inspiração nesta interpretação
alternativa de Eva. Ambas Eva e Pandora foram as
primeiras mulheres a serem criadas pelo demiurgo.
As ações de cada uma em suas curiosidades,
tentações, ou talvez até deliberação trouxe caos e
morte para o homem, mas também conhecimento.
198

Cada uma destruiu as ilusões bem-aventuradas do


demiurgo através de suas aparentes transgressões.

Quando ele acabou com o puro, armadilha sem


esperança, o Pai enviou o glorioso Matador Argus, o
mensageiro rápido dos deuses, para levar para
Epimetheus como um presente, e Epimetheus não
pensou no que Prometheus havia dito a ele, pedindo
a ele para nunca pegar um presente do Zeus
Olímpico, mas para mandá-lo de volta por medo de
que pudesse ser prejudicial aos homens. Mas ele
pegou o presente, e depois, quando o mal já era dele,
ele entendeu.
- Hesiod’s Work and Days

Pandora ergueu a tampa do jarra de maldições, o


fechando apenas quando a Esperança permanecesse
dentro. Embora isto seja comumente interpretado
como um sinal de sua inocência, existem
inconscistências que merecem serem adereçadas.
Primeiro, se os males derramados sobre o homem só
se manifestassem quando a jarra fosse aberta e eles
escapassem, por que a presença da bênção da
Esperança faria qualquer coisa para ajudar a
humanidade dentro dos limites da jarra? Sem
escapar, tal bênção não alcançaria a humanidade
para começar. Além disto, por que a bênção da
199

Esperança estaria dentro de uma jarra que apenas


contém maldições? A resposta é simples, porque era
uma maldição. Durante a raiva de Zeus a
Prometheus, Zeus proclama os meios de sua ira:

“Eu darei aos homens pelo preço do fogo uma coisa


má a qual todos eles podem estarem felizes de
coração enquanto eles abraçam sua própria
destruição.”

A esperança não foi salva com o propósito de


fornecer ao homem um meio de consolo em um
mundo de maldade. A esperança não foi pretendida
na malevolência para enganar o homem pela
angústia. A verdadeira malícia deste sentimento é
capturada lindamente por Friedrich Nietzsche:

“Zeus não queria que o homem jogasse sua vida


fora, não importando o quanto as outras maldades
pudessem atormenta-lo, mas sim continuar a
deixar-se atormentar de novo. Para este fim, ele dá
ao homem esperança. Na verdade, este é o maior
mal de todas as maldades porque isto prolonga o
tormento do homem.”
- Human, All Too Human
200

Fechando a jarra antes que a Esperança escapasse,


Pandora destruiu as perspectivas da mesma
ignorância abençoada como Eva quando ela
experimentou a fruta proibida. Adicionalmente,
mesmo se o comportamento de Pandora retratasse
suas acções como inocentes, seria falta de visão
esquecer a contribuição de Hermes para a criação
dela.

E ele cobrou de Hermes o guia, o matador de Argus,


para colocar nela uma mente desavergonhada e
uma natureza enganosa. O Guia, o Matador de
Argus, planejado dentro de suas mentiras e
palavras astutas e uma natureza enganosa à
vontade de Zeus trovejando alto, e o Arauto dos
deuses colocou a fala nela. E ele (Hermes) chamou
esta mulher Pandora “generosa”, porque todos eles
que habitaram no Olimpo deu a cada um, um
presente, uma praga para os homens que comessem
pão.
- Work and Days

Um nome alternativo preservado em uma kylix,


Anesidora, oferece uma compreensão ainda mais
rica, “ela que manda presentes”. E onde mais alguém
poderia enviar presentes senão de baixo? E quem
melhor, do que uma mulher dotada de astúcia por
201

um Enganador. Até o nome Khavah tem um pouco de


similaridade com Pandora na origem:

O homem (Adão) chamou sua esposa Havah (vida),


porque ela era a mãe de todos os seres vivos.
- Genesis 3:20, CJB

Como a vida sem a morte é indistinguível de seu


oposto, a maternidade de Khavah de todos os seres
vivos e a maternidade de Pandora de toda a morte
(através da liberação da morte da jarra de maldições)
é retumbante semelhante. Mesmo através do Pecado
Original é dito que vem de Eva na tradição
Abraâmica enquanto ela é dita ter vindo de
Prometheus (que trouxe fogo para o homem) na
tradição Grega, isto pode ser apenas uma
discrepância superficial. Samael, como a serpente
que apresentou a oportunidade para iluminação, foi a
origem da queda do homem da graça. Eva e Pandora
facilitaram esta iluminação na Terra, e, embora Eva
seja sempre vista como uma bênção enquanto
Pandora é vista como uma punição, o demiurgo em
ambas tradições Abraâmica e Grega criaram cada
mulher com conhecimento total dos males que elas
trariam no mundo.
Me falta a experiência para escrever na
profundidade de qualquer dos caminhos que levam
202

para Tharigion, a casca de Tiphareth. Contudo, a


conexão entre Khavah e Saksaksalim, o túnel entre
Gamaliel e Tharigion, parece ser inteiramente
consistente com ambas natureza de Khavah e minha
própria experiência. Conectado a Arte e Temperança
por Karlsson, este é um túnel mais do que adequado
para uma mulher que através de sua fachada de
subserviência trouxe caos ao nosso mundo para
sempre.

Invocação de Khavah

Pureza, portadora da corrupção


Luz, portadora da sombra
Perfeição, portadora do caos
Khavah, eu chamo você.
Libertadora da tentação
Libertadora do mal
Khavah venha para mim!
Guardiã do néctar da loucura
Entregue-se ao veneno da sabedoria
203

Venha, para que possamos inspirar o mundo


novamente.
Este trabalho é apenas um ponto de partida.
A tela do caos está diante de você.

Referências:

The American-Israeli Cooperative Enterprise (2013).


“Samael”. Retrieved on 19 October 2013 from
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/judaica
/ejud_0002_0017_0_17378.html
Crowley, Aleister. 777 and other Qabalistic writings
of Aleister Crowley. York Beach, ME: Samuel
Weiser, 1977.
Ford, Michael. Liber HVHI: Magick of the Adversary.
Lulu.com, 2005.
Karlsson, Thomas. Qabalah, Qliphoth, and Goetic
Magic. Ajna Bound, 2009.
R. Isaac b. Jacob Ha-Kohen; translated by Ronald C.
Kiener. Treatise on the Left Emanation.
“To the North Wind”. The Hymns of Orpheus (Taylor
Trans., 1792). Retrieved on 19 October 2013
204

from http://www.sacred-
texts.com/cla/hoo/hoo84.htm
Vexior 218.“Gullveig and Lilith”. Lilith: Clavicula Nox
IV, p. 33-38. Ixaxaar Occult Literature,
2009.
Vexior 218. Gullveigarbók. Fall of Man, 2010.

Reconhecimentos:

Minha sincera gratidão vai para aqueles que


trabalharam comigo neste caminho. Como
dançarinos do inferno, nós contemplamos o abismo
carmesim. Eu espero ter feito uma justiça pequena
neste trabalho.
205

Poesia de Lilith

Ari

Se as bestas brincando no lago do desespero,


ninguém se importou
onde estavam perdidos entre ondas vermelhas
com cheiro de enxofre é onde os corpos se perderam
e se fundiram
com a força da tempestade
a ira da vingança e o rugido das hienas apenas uma
beleza brilhava, era Lilith
a deusa vadia escolhida que andava de cama em
cama
procurando por vítimas sexuais
então deveria ser mortal a morte que estava
perseguindo
apesar de que ele queria escapar um dia
mas Asmodeus o retido
lembrando do juramento fodido por dias
sucumbindo ao pecado que guiava suas vidas com
suor,
206

dor e prazer
enquanto a linda mulher se tornou em um monstro
aquele momento de prazer

Cresceu asas nas costas dela


seu cabelo bronzeado parecia uma grande chama
incitando o consumo do desejo
e queimar nas chamas do inferno
Seus olhos eram como o nascer do sol
sol escaldante intenso, eu perdi o controle
apaixonado e misterioso
a senhora da noite chora e sofre com seu destino
liberdade de pensamento
era o seu caminho, mas outro amor encontrado no
mesmo
e neste tempo não havia perdão
apenas condenação e dor
querendo amar verdadeiramente, eu sabia que era
um sonho impossível de ser.
Sinta o veneno da serpente percorrer seu ser,
e não é fácil diferenciar entre amor e prazer,
o quão fácil é ficar perdido no Éden
207

entre ambas as árvores e pouco para fazer…


Foi tão fácil me deixar cair
pois o mal guia montado em um cavalo preto que me
fez corar…
O sorriso deslumbrou a perversão do meu coração
e rastejou no meu templo anido,
passando os dias entre sexo e suor
da minha alma negra eu me apaixonei.
No trovão na noite eu fico acordado e na sua ausência
um anjo nunca me notaria porque o inferno abaixo,
de onde veio
O que eu sabia?
chorar de coração partido
e jurei minha vingança
na costa do Mar Morto para outros demônios que eu
fodi
lembrando sua luxúria e perdido em seus olhos
Meu demônio se foi e agora nada restou.
Noite da trincheira como uma deusa alada,
andei de cama em cama mas eu não me saciei…
Glória para minha Lilith Imaculada chamada de
vadia
208

A Peregrinação de Viryklu

Luis G. Abbadie

Sob a lua crescente, eu iniciei uma busca depois


que o Domo de Viryklu que se ergueu na Planície de
Kalnor, durante os Ciclos mais Antigos, e sobre ainda
fora do Tempo, dentro da esfera de Gamaliel, o qual
está o corpo do Que Não Deve Ser Nomeado, o
Portão e a Chave do Portão. E eu chamei a Mãe de
Sangue, e o Pai de Milhões de Favoritos, pois eu
busquei encontra-la através de sua sacerdotisa a
Virykla, no Trono dela no Altar Carmesim.
209

E esta é a Chamada da Mãe de Sangue do Culto


Eldritch, assim ensinado pela Sacerdotiza dela:

Nos Cinco Nomes Sagrados da Mãe de Sangue


Eu procuro a Virykla, a Mulher de Chama
No nome de Ilyth’la, a Grande Mãe da Feitiçaria
Eu procuro pela sua Sacerdotisa e Filha
No nome de Lillake, Moradora da Grande Árvore do
Mundo
Eu procuro o Guardião da Sabedoria
No nome de Lilith, Amante da Noite
Eu procuro o Titular do Livro do Morto mas Vivo
No nome de Liliya, Anjo da Luxúria
Eu procuro a Filha da Serpente
No nome de Devala, a Lua de Sangue sobre as
encruzilhadas

Eu procuro a Mulher do Domo Viryklu.


Ia Ilyth’la!
Ia Lilith! 1

(Ilustração: Seal of Ilyth’la)


210

E esta é a Chamada do Mensageiro Negro dos


Outros Deuses, conforme estabelecido por seu
Escriba:

Nos Cinco Nomes Sagrados do Portador do Fogo


Eu me torno o L’mur, Detentor da Chama Negra de
Kathulos
No nome de Nyarlathotep, Senhor dos Setes Sóis
Eu me torno o Sacerdote da Esfera Negra
No nome de Nammtar, Detentor da Baqueta Dupla
Eu me torno o Quebrador das Barreiras
No nome de Samael, Traçador dos Caminhos da
Serpente
Eu me torno o Abridor do Livro
No nome de Lumiel, Arcanjo da Luz
Eu me torno o Filho da Bruxa de Sangue
No nome de Deval, o Homem Negro da Noite nas
Estradas Cruzadas
Eu caminho pelos corredores de Hadoth em busca
de Tua Noiva.
Ia Nyarlathotep!
Iâ Samael! 2
211

(Ilustração: Seal of Samael)

E esta é a Chamada da Mulher de Fogo, como falado


pelo L’mur na Cúpula Sagrada:

Grande Sacerdotisa do Domo, Mulher de Fogo


Virykla do Altar Carmesim
Professora e Detentora dos Mistérios da Luxúria
Bebedora do Vinho da Grande Mãe
Detentora do Livro do Morto mas Vivo
Criadora de Canções no Vazio

Amante da Serpente Sagrada


Reveladora do Sacramento dos Corpos
Abridora dos Véus Internos
Amante nas Esferas Externas…
Diante do Pilar de Kathulos,
Abaixo do domo de Viryklu,
Vamos participar do Não Falado
E Gritar o Juramento Proibido.
212

E esta é a Chamada do Sacerdote do Espelho Negro,


como falado por Viryklu antes do Pilar: 3

Grande Sacerdote do Pilar, Detentor da Pedra


Negra
L’mur do Círculo sem Nome
Professor e Detentor dos Mistérios da Arte
Participante da Carne do Pai Negro
Detentor da Pena da Presença
Cantor de Canções no Vazio
Mestre do Corvo Sagrado
Revelador das Palavras do Sacramento
Abridor dos Véus Externos
Amante nas Cavernas Internas…
Sobre o Domo de Viryklu,
Diante do Pilar de Kathulos,
Vamos participar do Não Falado
E gritar o Juramento Proibido.

O caminho era íngreme, e isto me tirou dos jardins


exuberantes além das sebes que delimitavam sua
213

abundância.4 Eu andei ao longo do caminho de terra


que curvava para baixo nas profundezas de um
desfiladeiro que começou a subir paredes
semelhantes a penhascos em ambos os lados; estes, e
os ramos abaixo, isolou-se do Sol, ou ainda era o Sol
que brilhou uma luz fraca? Talvez já tenha afundado
no horizonte, prestes a me deixar perdido na
escuridão. Eu percebi vagamente o quão estranho era
para me preocupar sobre a luz do sol e pôr do sol
dentro de uma jornada de ida e volta, mas isto
importou um pouco no momento. Pois as sombras
ficaram mais profundas à frente, e eu sabia que meu
destino estava próximo. Eu carreguei comigo
algumas caixas pequenas em minhas mãos, cheias de
ervas e comidas; oferendas para o santuário Viryklu.
Uma lagoa estava cercada por árvores finas e
densas; suas águas paradas eram esverdeadas devido
aos reflexos da floresta. Havia uma pequena
multidão de criaturas vagamente vistas que se
moviam freneticamente em torno de uma figura
maior de cabelos escuros. As criaturas pegaram
apressadamente as caixas das minhas mãos, seus
olhos cobiçosos e famintos, sua única expressão de
gratidão;5 em um momento, eles se foram, dispersos
através da floresta. Então eu comecei a me aproximar
da figura restante na beira da lagoa, mas quando
meus olhos a alcançaram, eu parei.
A mulher tinha cabelos longos e cor de ébano
repartidos no meio como uma cortina ou véu, e uma
214

esmeralda brilhava do ponto de sua repartição,


segurada por uma tiara fina.6 Seus olhos, pálpebras
escuras, foram lançados sobre a água, e seus lábios
carnudos permaneceram imóveis. Ela estava vestida,
ou ela estava? Eu não podia ter certeza, ela
aparentava estar vestida em um verde
fantasmagórico, mas na verdade era cinzento, escuro
e sutil, embora parecesse esverdeado através de sua
estranha aparência devido à vegetação além. Mas era
mesmo cinza, isto cobria o seu corpo ou ela estava
apenas embrulhada em sombras? Eu coloquei meus
olhos em seus ombros vestidos, e mesmo enquanto
eu me concentrei sobre as dobras e rugas do pano,
eles se tornaram difíceis de observar, iludiu minha
visão e uma pele escura e doce se revelou, coberta de
sombra. Era ela? Eu me perguntei enquanto a
observava tocar as águas com as pontas da mão
direita. Ela traçou um símbolo em sua testa, então
outro, mais elaborado, no seu peito, acima dos seios
fartos que se recusavam a reconhecer qualquer ponte
de roupa entre eles e eu.
“É você?”
Seus olhos se abriram e dispararam em mim, e
minha respiração parou por um momento, assustado
com a familiaridade daquele olhar. Eu sabia então
que eu tinha falado anteriormente para, talvez até
argumentado em algum ponto ou outro com ela em
algum ponto. Mas isto foi uma mera ilusão ou um
verdadeiro lembrete de algo grandioso?
215

“Eu não sou,” ela disse. “Eu não sou eu. Eu não sou a
mulher do seu mundo, pendente das mentiras e
lágrimas de uma caixa de pretensão. Nem eu sou a
verdade do último, a mulher lançada por suas
próprias mãos do pomar de correntes. Você procura
Lilith, e eu não sou.”
“Você está com fissura no pé esquerdo?” Eu parecia
achar sensato tal inquérito.
“Eu estou cheia e morta,” ela disse, levantando do
chão. “Eu estou vazia e viva.” Ela começou a sorrir,
não, ela não estava, seus lábios se separaram e
respiraram, como se preparando para gritar; mas ela
apenas adicionou, “qual você teria?”
Eu me aproximei, ainda parado novamento enquanto
eu a observava dar um passo em minha direcção, seu
manto que ainda não era mal sombreou sem corpo
inteiro, como se eu pudesse vê-la por trás dos meus
olhos enquanto ela não usava nada; partiu para sua
perna avançando e seu pé apareceu, por um
momento, a garra de um pássaro grande. Mas não,
seus pés eram comuns, dedos pequenos, uma fina
corrente de ouro em torno de seu tornozelo. Ela era
verdadeiramente?
“Não,” ela reiterou, “Eu não sou. No entanto, alguma
mulher não é ela? Alguma feminina não é feminina?
Há uma menina jovem além de uma criança, cujo
sangue brilha ao luar entre suas coxas, cujo peito
sobe em colinas cultivadas recém-nascidas, essa não
216

é a primeira Mulher que se levanta do barro da Terra,


os lábios dela se abrem amplos para absorver e
roubar a Respiração que uma vez encheu o Éden,
mas prontamente girou dentro dela um peito
ansioso? Existe uma mulher picada pela paixão,
sangrando não sangue mas o kala de êxtase de seu
copo transbordando, abalado pelas tempestades do
orgasmo nos braços de seu amante, puxando para
dentro de si aquele vinho nascido da loucura que lava
da pedra vertical como se ela pudesse beber seu
amante inteiro, que não conheceu a fome saciada do
Amante Faminto? Há alguma mulher cujas pernas se
abram para abrir a porta de entrada para um novo
nascer desta paixão, cheio de tempestades
conflituantes de ansiedade para manter dentro e
nunca se separar ou deixar ir o que ela não pode
suportar entregar, ainda ansiando para ver a criatura
crescer e encontrar liberdade, vida e amor por si
mesma? Existe alguma mulher que não tenha sido a
Mãe de Muitos que dá à luz as hostes dos livres
abaixo? Existe uma mulher viva ou morta que não
amou como ela amou seu negro Senhor da luz?
Alguma vez uma mulher não conheceu a dor por sua
progênie que apenas o Gerador de Zemargad
conheceu? Uma mulher consegue rir, e não ser
ouvida em sua risada? Pode uma mulher ser sábia, e
não conhecer a liberdade como ela conhece?”

“Você consegue saber se uma mulher não é ela?”


217

Com isto ela sorriu, e meu corpo aqueceu na visão


dos lábios se curvando, ansiava por sua plenitude.

“Ainda sim você vem procurando por ela,” ela disse


então. “Me conte, homem que procura, você pode
encontrar Lilith em qualquer lugar exceto em uma
mulher? Ou pode procurar dentro de uma mulher, e
não encontra-la?

Ela se aproximou de mim, com passos firmes e


lentos.

“Me chame,” ela disse. Eu estava brevemente


inseguro sobre o que ela queria dizer, então ela
persistiu, alto e comandando: “Me chame!”

“Lilith” Eu disse, então mais alto: “Lilith! Lua Negra,


Amante da Noite, Bebedora de Sangue, Lilith! Eu
chamo você!” Enquanto eu falava a chamada, eu a
senti, não, não a mulher, ela se expandir e encher a
enseada com um presença invisível e respirável; eu
senti a força, aura quente de Lilith me invadir, e
assim que me tocou, meu corpo parecia um vaso
fraco para uma Força que se ergueu, flamejante, de
218

dentro; como uma pele cheia de água fervente


ansiosa para escapar.
Seus dedos roçaram meu peito, eu não estava
vestido? Como pode uma dúvida tão inútil cruzar
minha mente no meio desta inundação do que
parecia ser muito mais que desejo, como uma
explosão de chamas mal contida dentro de uma
montanha grávida de holocausto? E seus lábios
sorridentes, seus olhos devoradores, me arrastaram
para ela. Naquele momento, eu fui pego em uma
torrente, e acelerou ansiosamente nas cataratas que
eram seus olhos invocadores, boca, mão. Minha boca
procurou a dela, mas a mão dela se levantou e
segurou meu rosto de volta com um aperto firme e
macio. Eu quase gritei e a empurrei de lado, mas
minhas mãos já tinham sido tomado segurar seus
quadris e costas. Sua outra mão tocou levemente meu
falo, e eu gritei, mesmo quando ela gritou. “Samael,
Mestre da Luz, Portador do Fogo, Revelador,
Samael!”8 e em gritos, todo o meu ser estourou em
inundação, chama cegante; e seus lábios beberam
meu fogo através dos meus, e eu quemei meu
caminho entre suas coxas e invadiu todo o seu ser,
mesmo quando ela envolveu tudo o que eu estava
com ela em escuridão e tons prateados. Os ritmos da
criação e morte acenaram através de nós, mundos
nasceram então dentro de nossa totalidade, estrelas
brilharam, esferas de substância caótica coalesceram
e criaram mares e picos, cúmulos e espirais de
219

explosões flamejantes dançaram e muitas esferas


foram consumidas e destruídas no vasto vórtice dos
cosmos. E contendo tudo, habitando cada porção e
cada terra, eu, Samael, e ela, Lilith, abraçados e
fomos devorados um pelo outro, por uma eternidade
que vai do Grande Além até o final dos alcances de
vastidão e tempo.

Notas:

1. Os cinco nomes de Lilith incluem Liliya e Devala


seradamente. Apesar de que eu apenas trabalhei
com o Ofício Sabático indiretamente como um
não iniciado na dita Corrente, os Nomes foram
usados como indicado pela Mãe de Sangue. O
livro do Morto e Vivo é o Necronomicon não
escrito guardado pelas Mulheres de Fogo em seu
Domo; o Selo de abertura de Koth (conforme
dado por Pietro Pizzari em sua versão do
Necronomicon) abrirá o caminho para o Livro,
mas este não era meu objectivo nesta noite.
2. Mãe e pai da Bruxa de Sangue nas tradições da
Arte Antiga são abertamente identificados com
Ilyth’la e Nyarlathotep, Mãe e Pai do Culto
Cthulhu, quebrando as barreiras entre cognatos.
Os mitos de Ilyth’la vêm, claro, das escritas
sobreviventes de Fred L. Pelton (d. 1950),
220

principalmente reproduzido em Um Guia para o


Culto Cthulhu (Armitage Press, 1998).
3. A Chamada da Alta Sacerdotisa, a Mulher de
Fogo ou Viryklu que lidera o resto das Mulheres
de Fogo e incorpora a própria Ilyth’la, é feito
porque, apesar de que o Domo reside dentro dos
reinos de Gamaliel, não é a Deusa que guarda
seu próprio templo mas sim as sacerdotisas e
sacerdotes em ambíguo, para enquanto a
maioria pode não ser humana apesar de sua
aparência (ou no máximo, híbrido, entidades
meia humanas se um é considerar a
Daemonologia Alhazredic pelo valor de face), a
Alta Sacerdotisa e Sacerdote são conhas ou
prjeções autoconscientes que serão ocupadas
pela bruxa habilidosa ou mago que venha para o
reino de Kalnor; para visitar o Domo e se
aproximar da Mãe de Sangue e o Pai de Fogo,
como será visto. A Chamada a Alta Sacerdotisa é
incluída para o benefício das praticantes
femininas; como estabelecido acima, a pessoa
que empreender a missão assumirá a identidade
do Sumo Sacerdote ou Alta Sacerdotisa em
chegada, através dos ritos da Mãe de Sangue e
do Pai Fogoso.
4. O símbolo de cobertura não é supreendente
devido ao meu uso principal Homem Astuto;
mesmo que eu geralmente não chame para sair e
sobre, que é, transvecção nos reinos de Elphame,
221

“cruzamento de sebe”, o termo “”sebe” é útil ao


discutir meu caminho com outros, e alguns de
meus colegas trabalhadores gostam de pular
sebes em seus voos de alma. Pode-se presumir
que os jardins com os quais faz fronteira
pertencem a residência ou edifício. Onde eu
estava? Eu inicialmente fui em busca do domo
Viryklu, atendido pelas Viryklas ou Mulheres de
Fogo, sacerdotisas de Ilyth’la (Lilith como
Primeira Mãe do culto bruxo dedicado aos
Antigos), como descrito no Culto Maleficarum.
Estes jardins pertenceram ao domo Viryklu ou
alguma residência próxima? Ou eles foram uma
mera analogia para o Éden? Minha intensão era
explorar o papel de Lilith dentro da gnose
Necronomicon; contudo, como sempre, Lilith
em si tinha seus próprios pensamentos sobre
isto.
5. Os materiais que eu trouxe para minha oferenda
pretendida dentro do domo foram pegadas pelas
criaturas de Lilith, desta maneira imprevista.
Estes são irmãos daqueles que habitam a cidade
em ruínas em Isaías 34:14, ainda habitando essa
floresta luxuriante em desdém flagrante por
qualquer preconceito Bíblico.
6. A esmeralda incrustada na tiara a marcava como
uma das Mulheres de Fogo, e como o que eu
vinha procurando; no entanto, o cenário
inesperado me pegou de surpresa e me perguntei
222

se ela era a própria Mãe Negra, talvez como um


prenúncio do que estava por vir.
7. Estes símbolos foram, em sua testa, o sigilo de
Ilyth’la, dado aqui; e no seu peito, o selo dado
por Samuel L. Mathers, faltando o círculo
circundante usual com sigilos complementares:

(Ilustração: Selo de Lilith)

8. Portanto, tanto o Sumo Sacerdote quanto a Alta


Sacerdotisa são praticantes terrenos assumindo
tais funções e identidades na chegada à Planície
de Kalnor, dentro da esfera de Gamaliel; esta é a
razão que eu me encontrei fora do Domo nesta
ocasião, para minha consagração como L’mur de
Kathulos, como um canal e vaso da forma de
Samael-Nyarlathotep do Pai de Fogo que me
esperava. Toda a situação sublinha como
Deuses/Daemons e humanos se contêm, e a
consciência disto deve ser despertada para estar
preparado para alcançar o santuário interno.

Isto permanece a ser considerado por que, naquele


momentom de consagração, é Lilith e Samael que são
chamados para manifestação. No fim, o verniz Gnose
Necronomicon, enquanto sempre presente, deu lugar
a estes, talvez devido a presença penetrante de Lilith
223

sobre esta Esfera. Contudo, isto deve ser mantido em


mente que o relato de Lilith como Ilyth’la a Mãe do
Culto de Cthulhu é expressamente modelado após a
história de Lilith e Samael, e apenas enfatiza seus
papéis iniciáticos para a humanidade.
224
225
226
227

O Batismo da Bruxa de Sangue

Uma Invocação para a Amante do Sabá Infernal

Kazim

Saudo a Ti, cabeça decapitada da Medusa com tua


língua pendurada da estrela Algol.
Boca Intoxicada, Sede Insaciável, Loucura Lânguida
dos Sentidos.
Iniciadora nos Mistérios da Serpente, Tu que encarna
os Sussurros das Línguas nas queixas do Desejo
Primordial.

Oh Demônia Stryge com seus uivos estridentes


Lilililili, Empalador de Corações com garras afiadas,
Tu que saqueia o sêmen dos homens na Noite, como
um feitiço negro que caiu de uma Tempestade Negra,
Demônia dos Ventos do Leste.

Nós Te honramos como a Sedutora Noturna


cantando as Canções da Liberdade, Filha do Abismo,
que mergulhou nas profundezas antimatéria hílica
228

para escapar da repressão dos Arcontes e a


submissão que eles queriam impor em Ti.

Nós Te adoramos como a Concubina do


Conhecimento Torturado. Descida da Shakti
Primordial no ninho de Esquecimento e Rebelião.
Abrace minha alma e dilacere as dobras de minha
inocência pela Fascinação Primitiva da Serpente.
Possua os rastros perdidos do meu Espírito pelo seu
Estupor, lânguido, negro e irresistível.

Nós Te adoramos como a Hidra Celestial, Víbora


Alada com suas mãos vingativas cobertas por pedras
da lua.
Oh Amante do Sabá Infernal que transmuta as almas
nos vapores gritantes da Pira do Sabá, venha!
Nas melodias liminais das canções das hienas, venha
para mim no meio da sepultura fúnebre! Me leve
para os abrigos noturnos de suas cavernas
subterrâneas!

Venha com seu trêm de criaturas vis, vampiros


sedentos de sangue, a fome deles exaltada pela
decomposição dos corpos! Venha com sua Horda de
Espíritos Malignos usados pelos ventos licenciosos
da Vênus Negra. Oh Rosa Negra e Imperatriz do
229

Portão do Reino do Norte, nós viemos para Ti no


Esplendor da Lua Negra para buscar o teu abraço
arrebatador.

Me ensine a Arte do Succubo e o Druj, o Strigoi e o


Draugr e de Toda a Horda do Abismo. Descendente
do Dragão, a quem você pensou a transvocação das
Energias da Serpente. Língua Bifurcada que cavalga
seus seguidores e os leva às profundezas de seus
Templos do Crepúsculo. Espírito da Luxúria e
Prazeres Proibidos, Dançando Nagini, venha para
nós!

Me ensine a drenagem do sangue e energia no


coração do cemitério, onde a carne se decompõe e
onde os exércitos do Demiurgo não é mais lei. Nós
celebramos em tua honra a devassidão carnal e
vampírica nos conclaves do Sabá Infernal.
Oferecemos-lhes este sangramento para invocar a tua
descida em meio aos daemons do Acre de Sangue,
pois deleitaremos os profanos e nos alimentaremos
de suas vidas nas Asas da Noite.

Pelos 16 nomes desenhados nos horizontes do céu


invertido, Nós Te invocamos!
230

ABEKO ABITO AMIZO BATNA ELIO ITA


IZORPO KALI KEA KOKOS LILITH ODAM
PARTASAH PATROTA PODO SATRINA
TALTO

Sigilo de Lilithu

Manifestando a Lilithu
231

Oh pelos Poderes da Iniciadora Serpentina Vermelha


nos Sonhos Vibrantes dos Desejos Escondidos,
Pela Teia de três fios de Aranha e os Dentes Afiados
dos Lobisomens na Noite.
Pelas Garras e pelas Presas, e os Lábios Insaciáveis
ansiando por Prazer e Luxúria, eu aqui manifesto
este Succubus no nome de Lilithu e o envio na Folia
Astral, para despertar em suas presas uma
Tempestade de Desejos Carnais não reprimidos.

Pelas Milhares de Línguas das Serpentes, deixe este


Druj encarnar neste Sigilo com todos os Poderes dos
Succubus e Inccubus! Que ele possa mergulhar no
Mar Carmesim do Dragão de Sete Cabeças que
conhece todos os caminhos do Fascinação e
Encantamento dos sentidos.
Por todos os meios da Arte do Arrebatamento
Sensual, hipnotize a Teia de minha Rede Astral e
desperte em seus fios uma atração irresistível pela
minha Arte. Que Tudo sucumba ao Poder Primordial
da Sexualidade de Lilithu! Lilathu! Lilethu! Que meu
progresso astuto e minha dedicação pela Sedutora
Negra queime com uma Inspiração e Amor sempre
renovados pela Noite. Assim seja!
232

Neste momento, os participantes estarão


totalmente possuídos pelo espírito da Rainha do Sabá
Infernal, eles devem entrar em um transe profundo e
começar a dançar com movimentos serpentinos,
carícia e se seduzindo, evocando a carnalidade crua
de Lilith e Samael, buscando por todos os meios
despertar o poder da Serpente Vermelha neles e seus
parceiros. Uma Oferenda de Sangue é versada como
uma libação sobre o Desenho e o Sigilo de Lilithu.
Uma gota também é derramada no Cálice. Você pode
querer adicionar vinho tinto, pétalas de rosa, sêmen e
secreções de mulheres. Você busca agora uma
arrebatamento longo e sensual de êxtases
incalculáveis dedicados para a Amante das
Sexualidades Negras. Leve o seu tempo para ir mais
fundo e mais profundamente no reino dela, no que
ela tem para mostrar e ensinar você.
O Cálice, assim consagrado servirá como o
Recipiente do Grail da Bruxa de Sangue e é passado
pelos participantes, que todos os teus irmãos possam
participar de seu Mistério. O rito continua como você
desejar e pode ir mais longe com a recepção de
oráculos, visões, sigilos, desenhos, e de todas as
maneiras de transmissão que Lilith vai ditar a ti.
Que o batismo da da Bruxa de Sangue e as Bênçãos
da Rainha da Noite estejam sobre ti.
233
234

A Evocação de Lilith

Daemon Barzai

Este ritual deve ser realizado durante a Lua Cheia.


O mago não deve ter relações sexuais por 11 dias
anteriores, e também, não deve dormir 24 horas
antes do ritual.
Você precisará de duas velas pretas, e incenso
forte como Sangue de Dragão ou Almíscar; o Espelho
Negro e o Selo de Lilith. Acenda as velas e o incenso,
e foque sua atenção no selo. Uma vez que você fizer
isto, comece a cantar em voz alta ou mentalmente, o
seguinte mantra onze vezes:

Zazas Zazas Nasatanada Zazas!

Sinta a energia negra ao seu redor. Quando você se


sentir pronto, derrame um pouco de sangue no selo e
comece então com a invocação:

Ishet Zenunim Taninsam Ama Lilith Liftoach Kliffot!


Nesta Noite Negra, esta é a minha verdadeira
vontade evocar a Rainha de Sitra Ahra Lilith,
235

Rainha da Prostituição, Mãe de todos os Demônios,


Amante de Gamaliel,
Mãe Profana da Prostituição,apareça diante de
mim,
Este Espelho Negro é um Portal para o Outro Lado,
Uma manifestação Viva de seu Poder Atemporal!

Lepaca Gamaliel!
Lepaca Lilith!
Mãe Obscena Sanguinária,
Madona Negra,
Abra os Portais para o Outro Lado e apareça neste
espelho,
Me ensine seus Segredos Profanos,
Grande Mãe dos Demônios, apareça e mostre-me
sua verdadeira face,
Porque eu sou o seu filho/filha…

Ishet Zenunim Taninsam Ama Lilith Liftoach Kliffot!


(x 11 vezes)

No nome do Dragão!
236

Ho Drakon Ho Megas!

Comece se tocando e foque sua atenção no selo.


Quando você alcançar o orgasmo, projete a imagem
do selo no espelho. Abra sua mente e deixe a
experiência fluir livre.

Fontes: Liber Azerate


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Sigilo de Lilith
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