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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – CAMPUS PORTO UNIÃO

CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL IV
PROFESSOR: ERNANI BORTOLINI
ACADÊMICA: AMANDA GABRIELE HENKEL DA COSTA
5ª FASE

ATIVIDADES DOMICILIARES REFERENTES A AULA DO


DIA 25 DE MARÇO DE 2021

Em relação ao Delito de Associação Criminosa, analisado na noite de hoje, 25.


03, responda as seguintes indagações:
1) Em relação ao sujeito passivo do citado crime, responda se a presença de
menores de 18 anos tem validade para se configurar o referido tipo
penal. Justifique sua resposta, como no mínimo 3 doutrinadores.
2) Este delito prevê a figura da " Delação Premiada”, prevista também no
artigo 8o da lei específica e considerada como até mesmo imoral.
Responda, justificando.
3) Acerca da consumação do referido tipo penal, exponha o entendimento
de 3 doutrinadores pátrios.

Associação Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de
cometer crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.850,
de 2013)
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada
ou se houver a participação de criança ou adolescente. (Redação dada pela
Lei nº 12.850, de 2013)

Resposta a questão nº 1
Sim. A presença de menor de 18 anos tem validade para configurar o referido
tipo penal. Vitor Eduardo Rios Gonçalves, esclarece que a atual redação do
parágrafo único do art. 288, dada pela Lei nº 12850/2013, prevê que a pena será
aumentada em até a metade se a associação for armada ou se houver participação de
criança ou adolescente. Guilherme de Souza Nucci assevera que uma das hipóteses
para aumento de pena, é a participação de criança ou adolescente, não importando
se o menor de 18 anos é usado como mero instrumento ou se participa ativamente
da associação. Luis Régis Prado afirma que a Lei 12.850/2013 introduziu nova
causa de aumento de pena, no que diz respeito a participação de criança ou
adolescente na associação, tratando-se de uma forma e coibir a participação dessas
pessoas como instrumento para prática dos crime de associação.

Resposta a questão nº 2
Sim, o delito prevê a figura da Delação Premiada. De acordo com Fernando
Capez, o parágrafo único do artigo 8º da Lei 8.072/1990 institui da Delação
Premiada, chamada pelo autor de “traição benéfica”, reduzindo a pena de um a dois
terços para o participe ou associado que denunciar à autoridade o bando ou
associação criminosa, formado com a finalidade de praticar um dos crimes previsto
na Lei 8.072/1990, possibilitando necessariamente o seu desmantelamento. Afirma
o referido autor que os pressupostos da delação premiada são os seguintes: a) crime
de associação criminosa; b) formado com a finalidade de praticar tortura,
terrorismo, tráfico de drogas ou crime hediondo; c) delação da existência dos
associados à autoridade; d) formulada por um dos seus coautores ou partícipes; e)
eficácia da traição. Com relação a eficácia da delação, existem ainda dois requisitos:
1) desmantelamento da associação e 2) nexo causal entre a delação e o
desmantelamento.

Resposta a questão nº 3
No que se refere Consumação deste delito, passo a expor o entendimento de
três doutrinadores:
• De acordo com Fernando Capez, a consumação dá-se no instante em que a
associação criminosa é formada, independente da prática de qualquer delito.
Para Capez, mesmo que um dos integrantes se retire da associação após a sua
formação, ainda assim, considera-se consumado, pois trata-se de um delito
permanente.
• No entendimento de Luiz Regis Prado, o delito consuma-se no momento da
associação. Não é necessário que a associação criminosa tenha cometido algum
crime para que o delito se concretize, pois a simples associação é suficiente para
configurar o delito.
• Já o posicionamento de Rogério Sanches Cunha sobre a consumação é de que o
crime se consuma, em relação aos fundadores, no momento em que se
aperfeiçoada na convergência de vontades entre ao menos três pessoas, e quanto
aqueles que venham posteriormente integrar-se ao grupo já formado, na adesão
de cada qual.

Bibliografia Consultada

CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, Volume 3, Parte Especial: Arts. 213 a
359-H – 17ª ed. - São Paulo: Saraiva Educação, 2019 – ISBN 9788553606146

CUNHA. Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: Parte Especial (art. 121 ao
361). 9ª ed - Salvador: JusPODIVM, 2017. ISBN 9788544210451

GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Penal Esquematizado – Parte Especial


– 10ª ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. ISBN 9788553618910

NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Parte Especial: Arts. 213 a 361 do
Código Penal – 3ª ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019. ISBN 9788530983222

PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro: Parte Geral e Parte
Especial. 18ª ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. ISBN 9788530990107

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