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Livro Eletrônico

Aula 00

Legislação Especial p/ PC-SC (Escrivão) Com videoaulas


Professores: Marcos Girão, Paulo Guimarães

00000000000 - DEMO
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL Ð PC-SC (ESCRIVÌO)
Teoria e Quest›es
Aula 00 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

AULA 00
ESTATUTO DO IDOSO (LEI 10.741/2003). LEI
MARIA DA PENHA (LEI 11.340/06).

Sum‡rio
Sum‡rio ................................................................................................. 1!
1 - Considera•›es Iniciais ......................................................................... 2!
2 Ð Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03) .................................................... 4!
3 - Lei Maria da Penha (Lei n¼ 11.340/2006) ..............................................11!
4 - Quest›es ..........................................................................................
0 25!
4.1 - Quest›es sem Coment‡rios ...........................................................25!
4.2 Ð Gabarito .....................................................................................36!
4.3 - Quest›es Comentadas ..................................................................37!
5 - Resumo da Aula ................................................................................56!
6 - Considera•›es Finais ..........................................................................62!

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AULA 00 - ESTATUTO DO IDOSO (LEI


10.741/2003). LEI MARIA DA PENHA (LEI
11.340/06).
1 - Considera•›es Iniciais
Ol‡, amigo concurseiro! O edital para o concurso da Pol’cia Civil do Estado de
Santa Catarina est‡ no forno! N‹o d‡ para esperar o edital para come•ar a
estudar, n‹o Ž mesmo!?
Meu nome Ž Paulo Guimar‹es, e estarei junto com voc• na sua jornada rumo ˆ
aprova•‹o. Vamos estudar em detalhes os conteœdos de Legisla•‹o Especial, de
acordo com o edital do concurso anterior. Teremos quest›es comentadas e
trataremos desses temas de forma exaustiva.
Antes de colocarmos a Òm‹o na massaÓ, permitam-me uma pequena
apresenta•‹o. Nasci em Recife e sou graduado em Direito pela Universidade
Federal de Pernambuco, com especializa•‹o em Direito Constitucional. Minha vida
de concurseiro come•ou ainda antes da vida acad•mica, quando concorri e fui
aprovado para uma vaga no ColŽgio Militar do Recife, aos 10 anos de idade.
Em 2003, aos 17 anos, fui aprovado no concurso do Banco do Brasil, e cruzei os
dedos para n‹o ser convocado antes de fazer anivers‡rio. Tomei posse em 2004
e trabalhei como escritur‡rio, caixa executivo e assistente em diversas ‡reas do
BB, incluindo atendimento a governo e comŽrcio exterior. Fui tambŽm aprovado
no concurso da Caixa Econ™mica Federal em 2004, mas n‹o cheguei a tomar
posse.
Mais tarde, deixei o Banco do Brasil para tomar posse no cargo de tŽcnico do
Banco Central, e l‡ trabalhei no Departamento de Liquida•›es Extrajudiciais e na
Secretaria da Diretoria e do Conselho Monet‡rio Nacional.
Em 2012, tive o privilŽgio de ser aprovado no concurso para o cargo de Auditor
Federal de Finan•as e Controle da Controladoria-Geral da Uni‹o, em 2¡ lugar na
‡rea de Preven•‹o da Corrup•‹o e Ouvidoria. Atualmente, desempenho minhas
fun•›es na Ouvidoria-Geral da Uni‹o, que Ž um dos —rg‹os componentes da CGU.
Minha experi•ncia prŽvia como professor em cursos preparat—rios engloba as
‡reas de Direito Constitucional e legisla•‹o especial.
Ao longo do nosso curso estudaremos os dispositivos legais, as abordagens
doutrin‡rias e tambŽm a jurisprud•ncia dos tribunais superiores. Tentarei deixar
tudo muito claro, mas se ainda ficarem dœvidas n‹o deixe de me procurar no
nosso f—rum ou nas redes sociais, ok!?
Acredito que nossa matŽria seja uma daquelas que constituir‹o o verdadeiro
diferencial dos aprovados. Muitos candidatos deixam o estudo de legisla•‹o
espec’fica para a œltima hora, mas isso n‹o vai acontecer com voc•!

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Garanto que todos os meus esfor•os ser‹o concentrados na tarefa de obter a SUA
aprova•‹o. Esse comprometimento, tanto da minha parte quanto da sua,
resultar‡, sem dœvida, numa prepara•‹o consistente, que vai permitir que voc•
esteja pronto no dia da prova, e tenha motivos para comemorar quando o
resultado for publicado.
Nosso cronograma nos permitir‡ cobrir todo o conteœdo de Legisla•‹o Penal atŽ
a prova, com as aulas em PDF sendo liberadas nas datas a seguir:

Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003). Lei Maria da


Aula 00
Penha (Lei 11.340/06).

Leis das contraven•›es penais, incluindo Dec. Lei n.¼


Aula 01 6.259/44 e Lei n.¼ 1.508/51. Crimes hediondos (Lei n.¼ 8/6
8.072/90 e 8.930/94);

Lei de execu•‹o penal (Lei n.¼ 7.210/84). Juizados


Aula 02 22/6
especiais (Lei n.¼ 9.099/95).

Estatuto da crian•a e do adolescente (Lei n.¼


Aula 03 6/7
8.069/90).

Lei que Institui o Sistema Nacional Sobre Pol’ticas


Aula 04 20/7
Pœblicas Sobre Drogas (Lei n.¼ 11.343/06).

Encerrada a apresenta•‹o, vamos ˆ matŽria. Lembro a voc• que essa aula


demonstrativa serve para mostrar como o curso funcionar‡, mas isso n‹o quer
dizer que a matŽria explorada nas p‡ginas a seguir n‹o seja importante ou n‹o
fa•a parte do programa.
Analise o material com carinho, fa•a seus esquemas de memoriza•‹o e prepare-
se para a revis‹o final. Se voc• seguir esta f—rmula, o curso ser‡ o suficiente para
que voc• atinja um excelente resultado. Espero que voc• e goste e opte por se
preparar conosco.
Agora vamos ao que interessa. M‹os ˆ obra!

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2 Ð Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03)


Estudaremos a partir de agora os dispositivos da Lei n¼ 10.741/2003, conhecida
como Estatuto do Idoso. Daremos •nfase ˆs disposi•›es atinentes ao Direito
Penal e ao Processo Penal.

Art. 1o ƒ institu’do o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados ˆs


pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

H‡ dificuldade para estabelecer par‰metros que definam o in’cio da ÒTerceira


IdadeÓ, tendo em vista os diversos fatores que atuam no processo de
envelhecimento e variam de caso a caso. Entretanto, para efeitos jur’dicos, Ž
necess‡rio definir um limite de idade que caracterize esse segmento da
popula•‹o.
Nos pa’ses desenvolvidos a tend•ncia Ž utilizar a idade de 65 anos, enquanto que
nos pa’ses emergentes, como o Brasil, a idade geralmente utilizada Ž de 60 anos,
uma vez que a expectativa de vida nestes pa’ses Ž menor. Desta forma, o
Estatuto do Idoso adotou a idade igual ou superior a 60 anos, para regular os
direitos das pessoas que se encontram nesta faixa et‡ria, que s‹o portadoras de
necessidades espec’ficas e, por esta raz‹o, merecem maior aten•‹o da sociedade.

O Estatuto do Idoso regula os direitos das pessoas com idade igual


ou superior a 60 (sessenta) anos.

Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes ˆ pessoa humana, sem
preju’zo da prote•‹o integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preserva•‹o de sua saœde f’sica e mental
e seu aperfei•oamento moral, intelectual, espiritual e social, em condi•›es de liberdade e
dignidade.

Nesse dispositivo s‹o reafirmadas as garantias conferidas a todos os cidad‹os


pelo art. 5¼ da Constitui•‹o, bem como as garantias e direitos previstos pelos
arts. 6¼ e 7¼, que tratam dos Direitos Sociais (saœde, seguran•a, etc.), bem
como dos Direitos Trabalhistas e Previdenci‡rios (aposentadoria, proibi•‹o
de diferen•a de sal‡rios por motivo de idade, etc.).

Art. 6o Todo cidad‹o tem o dever de comunicar ˆ autoridade competente qualquer forma
de viola•‹o a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

Tal dever parece —bvio, mas j‡ apareceu em provas anteriores. Lembre-se de


que o dever de delatar atos que violem os direitos do idoso se estende a
qualquer cidad‹o.

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O T’tulo II do Estatuto trata dos Direitos Fundamentais, dedicando cap’tulos


espec’ficos ao Direito ˆ Vida, ˆ Liberdade, ao Respeito, ˆ Dignidade, aos
Alimentos, ˆ Saœde, ˆ Educa•‹o, Cultura, Esporte e Lazer, ˆ Profissionaliza•‹o e
ao Trabalho, ˆ Previd•ncia Social, ˆ Assist•ncia Social, ˆ Habita•‹o e ao
Transporte.
O T’tulo III trata das medidas de prote•‹o. Vejamos que medidas s‹o essas e em
quais situa•›es podem ser aplicadas.

Art. 43. As medidas de prote•‹o ao idoso s‹o aplic‡veis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem amea•ados ou violados:
I Ð por a•‹o ou omiss‹o da sociedade ou do Estado;
II Ð por falta, omiss‹o ou abuso da fam’lia, curador ou entidade de atendimento;
III Ð em raz‹o de sua condi•‹o pessoal.

O Estatuto do Idoso criou medidas de prote•‹o, que podem ser aplicadas


isolada ou cumulativamente diante amea•a ou les‹o aos direitos legalmente
assegurados ˆ popula•‹o idosa;
Deve-se ressaltar, contudo, que essas medidas de prote•‹o n‹o se confundem
com as penas aplic‡veis para os crimes contra os idosos, que ser‹o analisados
por n—s mais adiante.

Art. 45. Verificada qualquer das hip—teses previstas no art. 43, o MinistŽrio Pœblico ou o
Poder Judici‡rio, a requerimento daquele, poder‡ determinar, dentre outras, as seguintes
medidas:
I Ð encaminhamento ˆ fam’lia ou curador, mediante termo de responsabilidade;
II Ð orienta•‹o, apoio e acompanhamento tempor‡rios;
III Ð requisi•‹o para tratamento de sua saœde, em regime ambulatorial, hospitalar ou
domiciliar;
IV Ð inclus‹o em programa oficial ou comunit‡rio de aux’lio, orienta•‹o e tratamento a
usu‡rios dependentes de drogas l’citas ou il’citas, ao pr—prio idoso ou ˆ pessoa de sua
conviv•ncia que lhe cause perturba•‹o;
V Ð abrigo em entidade;
VI Ð abrigo tempor‡rio.

ƒ atribui•‹o do MinistŽrio Pœblico zelar pelo respeito aos direitos do idoso.


Nesse sentido, deve ser investigado qualquer ind’cio de viola•‹o dessas
garantias.
Sempre que sofrer abusos e sentir que seus direitos n‹o est‹o sendo respeitados,
o idoso deve levar o problema ˆs autoridades competentes, mesmo que o
desrespeito seja praticado por familiares.

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O encaminhamento ˆ fam’lia ou curador de que trata o inciso I Ž determinado


pelo MinistŽrio Pœblico. O termo de responsabilidade Ž importante para
estabelecer compromissos b‡sicos, firmados para o bem-estar do idoso. Nesse
documento s‹o especificados o tipo de tratamento que o idoso deve receber, a
exemplo da necessidade de aquisi•‹o de medicamentos, acompanhamento
mŽdico, etc. TambŽm constar‡ no referido termo o tratamento que deve ser dado
ao idoso por sua fam’lia, incluindo passeios, um ambiente agrad‡vel e respeitoso,
adapta•›es na estrutura da casa para que o idoso possa locomover-se com mais
facilidade e continue exercendo suas atividades di‡rias.
Haver‡ necessidade de curador quando o idoso tiver que ser interditado.
Geralmente o curador Ž nomeado entre os membros da fam’lia. As normas da
curatela constam nos arts. 1.767 a 1.783 do C—digo Civil de 2002.

Ð Encaminhamento ˆ fam’lia ou curador, mediante termo


de responsabilidade;
Ð Orienta•‹o, apoio e acompanhamento tempor‡rios;
Ð Requisi•‹o para tratamento de sua saœde, em regime
MEDIDAS PROTETIVAS ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
PREVISTAS PELO Ð Inclus‹o em programa oficial ou comunit‡rio de aux’lio,
ESTATUTO DO IDOSO orienta•‹o e tratamento a usu‡rios dependentes de
drogas l’citas ou il’citas, ao pr—prio idoso ou ˆ pessoa de
sua conviv•ncia que lhe cause perturba•‹o;
Ð Abrigo em entidade;
Ð Abrigo tempor‡rio.

Vamos, a partir de agora, nos ater ao estudo do T’tulo V do Estatuto do Idoso,


que trata do acesso ˆ justi•a.

Art. 74. Compete ao MinistŽrio Pœblico:


I Ð instaurar o inquŽrito civil e a a•‹o civil pœblica para a prote•‹o dos direitos e interesses
difusos ou coletivos, individuais indispon’veis e individuais homog•neos do idoso;
II Ð promover e acompanhar as a•›es de alimentos, de interdi•‹o total ou parcial, de
designa•‹o de curador especial, em circunst‰ncias que justifiquem a medida e oficiar em
todos os feitos em que se discutam os direitos de idosos em condi•›es de risco;
III Ð atuar como substituto processual do idoso em situa•‹o de risco, conforme o disposto
no art. 43 desta Lei;
IV Ð promover a revoga•‹o de instrumento procurat—rio do idoso, nas hip—teses previstas
no art. 43 desta Lei, quando necess‡rio ou o interesse pœblico justificar;
V Ð instaurar procedimento administrativo e, para instru’-lo:
a) expedir notifica•›es, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de n‹o
comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condu•‹o coercitiva, inclusive
pela Pol’cia Civil ou Militar;

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b) requisitar informa•›es, exames, per’cias e documentos de autoridades municipais,


estaduais e federais, da administra•‹o direta e indireta, bem como promover inspe•›es e
dilig•ncias investigat—rias;
c) requisitar informa•›es e documentos particulares de institui•›es privadas;
VI Ð instaurar sindic‰ncias, requisitar dilig•ncias investigat—rias e a instaura•‹o de inquŽrito
policial, para a apura•‹o de il’citos ou infra•›es ˆs normas de prote•‹o ao idoso;
VII Ð zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados ao idoso,
promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cab’veis;
VIII Ð inspecionar as entidades pœblicas e particulares de atendimento e os programas de
que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necess‡rias
ˆ remo•‹o de irregularidades porventura verificadas;
IX Ð requisitar for•a policial, bem como a colabora•‹o dos servi•os de saœde, educacionais
e de assist•ncia social, pœblicos, para o desempenho de suas atribui•›es;
X Ð referendar transa•›es envolvendo interesses e direitos dos idosos previstos nesta Lei.

S‹o muitas e importantes as atribui•›es conferidas ao MinistŽrio Pœblico pelo


Estatuto do Idoso.
Quero chamar sua aten•‹o para tr•s delas especificamente:
a)!Atuar como substituto processual do idoso em situa•‹o de
risco à Este Ž um dos poucos casos em que a substitui•‹o Ž
autorizada no nosso ordenamento jur’dico. O MP pode, portanto,
atuar em benef’cio do idoso em situa•‹o de risco
independentemente de autoriza•‹o ou procura•‹o.
b)!Instaurar procedimento administrativo à AlŽm do manejo das
a•›es judiciais, o MP pode tambŽm instaurar procedimento
administrativo para investigar o cometimento das infra•›es
previstas no Estatuto (arts. 56 a 58).
c)!Inspecionar as entidades pœblicas e particulares de atendimento
e os programas de que trata o Estatuto do Idoso à AlŽm de
inspecionar, o MP pode adotar medidas administrativas ou judiciais
que sejam necess‡rias para sanar as irregularidades apontadas.
Para cumprir esse dever, o Estatuto confere ao representante do
MP a prerrogativa de livre acesso a toda entidade de atendimento
ao idoso.

Art. 90. Os agentes pœblicos em geral, os ju’zes e tribunais, no exerc’cio de suas fun•›es,
quando tiverem conhecimento de fatos que possam configurar crime de a•‹o pœblica
contra idoso ou ensejar a propositura de a•‹o para sua defesa, devem encaminhar as pe•as
pertinentes ao MinistŽrio Pœblico, para as provid•ncias cab’veis.

Essa obriga•‹o Ž imposta a todos os agentes pœblicos, incluindo os pr—prios


magistrados. Sempre que houver not’cia de fato que seja tipificado como crime
de a•‹o pœblica, os documentos comprobat—rios devem ser encaminhados ao
MinistŽrio Pœblico, para que este possa decidir acerca da oportunidade de

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apresenta•‹o da denœncia perante do Poder Judici‡rio. Na realidade, todos os


crimes previstos no Estatuto do Idoso s‹o de a•‹o penal pœblica, como veremos
a seguir.

Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena m‡xima privativa de liberdade n‹o
ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposi•›es do C—digo Penal e
do C—digo de Processo Penal.

Este dispositivo merece melhores explica•›es. A Lei n¼ 9.099/1995 trata do


procedimento adotado pelos Juizados Especiais Criminais. Ocorre que esta lei
define expressamente seu ‰mbito de aplica•‹o, que se estende apenas ˆs
contraven•›es penais e aos crimes cuja pena m‡xima Ž de atŽ 2 anos de
priva•‹o de liberdade.
Acontece que o Estatuto do Idoso estendeu a aplica•‹o do procedimento previsto
na Lei n¼ 9.099/1995 aos crimes cuja pena m‡xima n‹o ultrapasse 4 anos. E a’?
O que devemos aplicar agora?
A quest‹o foi solucionada por meio da A•‹o Direta de Inconstitucionalidade n¼
3.096-5, na qual foi dada interpreta•‹o conforme a Constitui•‹o ao dispositivo.
Essa interpreta•‹o foi no sentido de que apenas o procedimento sumar’ssimo
deve ser aplicado aos crimes cuja pena Ž de atŽ 4 anos, e n‹o os institutos
despenalizadores previstos na Lei n¼ 9.099/1995 (transa•‹o penal, suspens‹o
condicional do processo, etc.).
A interpreta•‹o dada pelo STF, portanto, contemplou apenas o procedimento
adotado no julgamento, tornando-o mais cŽlere, em benef’cio do idoso. Deixou
de fazer sentido, portanto, e por isso foi julgada inconstitucional a men•‹o ˆ
aplica•‹o subsidi‡ria do C—digo Penal.

ADIN 3.096-5 STF


A‚ÌO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 39 E 94 DA LEI
10.741/2003 (ESTATUTO DO IDOSO). RESTRI‚ÌO Ë GRATUIDADE DO
TRANSPORTE COLETIVO. SERVI‚OS DE TRANSPORTE SELETIVOS E ESPECIAIS.
APLICABILIDADE DOS PROCEDIMENTOS PREVISTOS NA LEI 9.099/1995 AOS
CRIMES COMETIDOS CONTRA IDOSOS.
1. No julgamento da A•‹o Direta de Inconstitucionalidade 3.768/DF, o Supremo Tribunal
Federal julgou constitucional o art. 39 da Lei n¼ 10.741/2003. N‹o conhecimento da a•‹o
direta de inconstitucionalidade
nessa parte.
2. Art. 94 da Lei n. 10.741/2003: interpreta•‹o conforme ˆ Constitui•‹o do Brasil, com
redu•‹o de texto, para suprimir a express‹o Òdo C—digo Penal eÓ. Aplica•‹o apenas do
procedimento sumar’ssimo previsto na Lei n¼ 9.099/95: benef’cio do idoso com a celeridade
processual. Impossibilidade de aplica•‹o de quaisquer medidas despenalizadoras e
de interpreta•‹o benŽfica ao autor do crime.

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3. A•‹o direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar


interpreta•‹o conforme ˆ Constitui•‹o do Brasil, com redu•‹o de texto, ao art. 94 da Lei n¼
10.741/2003.

A Lei n¼ 9.099/1995 deve ser aplicada aos crimes previstos no


Estatuto do Idoso, quando a pena m‡xima n‹o ultrapassar 4
anos. Entretanto, essa aplica•‹o deve ocorrer apenas no que
diz respeito ao procedimento sumar’ssimo, e n‹o ˆs medidas
despenalizadoras.

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei s‹o de a•‹o penal pœblica incondicionada, n‹o
se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do C—digo Penal.

Todos os crimes previstos pelo Estatuto do Idoso s‹o de a•‹o penal pœblica
incondicionada. Isso significa que n‹o Ž necess‡ria qualquer provoca•‹o ou
representa•‹o por parte da v’tima para que o MinistŽrio Pœblico ofere•a a
denœncia ao Poder Judici‡rio.
Quando se tratar de crime que tenha por v’tima o idoso, n‹o ter‡ aplica•‹o a
escusa absolut—ria prevista pelo art. 181 do C—digo Penal, nem a fixa•‹o da a•‹o
penal condicionada ˆ representa•‹o, esta prevista pelo art. 182.

CP, Art. 181 - ƒ isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste t’tulo,
em preju’zo:
I - do c™njuge, na const‰ncia da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco leg’timo ou ileg’timo, seja civil ou
natural.
CP, Art. 182 - Somente se procede mediante representa•‹o, se o crime previsto neste
t’tulo Ž cometido em preju’zo:
I - do c™njuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irm‹o, leg’timo ou ileg’timo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

O Estatuto do Idoso tipifica 14 crimes diferentes, resumidos no quadro


esquem‡tico abaixo. Em negrito est‹o os tipos penais que j‡ foram cobrados em
provas anteriores, ok?

CRIMES CONTRA OS IDOSOS

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, Art. 97. Deixar de prestar


impedindo ou dificultando seu acesso a assist•ncia ao idoso, quando poss’vel
opera•›es banc‡rias, aos meios de faz•-lo sem risco pessoal, em situa•‹o
transporte, ao direito de contratar ou por de iminente perigo, ou recusar,

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qualquer outro meio ou instrumento retardar ou dificultar sua assist•ncia ˆ


necess‡rio ao exerc’cio da cidadania, por saœde, sem justa causa, ou n‹o pedir,
motivo de idade: nesses casos, o socorro de autoridade
pœblica:
Pena Ð reclus‹o de 6 (seis) meses a
1 (um) ano e multa. Pena Ð deten•‹o de 6 (seis) meses
a 1 (um) ano e multa.
¤ 1o Na mesma pena incorre quem
desdenhar, humilhar, menosprezar ou Par‡grafo œnico. A pena Ž
discriminar pessoa idosa, por qualquer aumentada de metade, se da omiss‹o
motivo. resulta les‹o corporal de natureza
grave, e triplicada, se resulta a morte.
¤ 2o A pena ser‡ aumentada de 1/3
(um ter•o) se a v’tima se encontrar sob os
cuidados ou responsabilidade do agente.

Art. 98. Abandonar o idoso em Art. 99. Expor a perigo a integridade


hospitais, casas de saœde, entidades de e a saœde, f’sica ou ps’quica, do idoso,
longa perman•ncia, ou cong•neres, ou submetendo-o a condi•›es desumanas ou
n‹o prover suas necessidades b‡sicas, degradantes ou privando-o de alimentos e
quando obrigado por lei ou mandado: cuidados indispens‡veis, quando obrigado a
faz•-lo, ou sujeitando-o a trabalho
Pena Ð deten•‹o de 6 (seis)
excessivo ou inadequado:
meses a 3 (tr•s) anos e multa.
Pena Ð deten•‹o de 2 (dois) meses a
1 (um) ano e multa.
¤ 1o Se do fato resulta les‹o corporal
de natureza grave:
Pena Ð reclus‹o de 1 (um) a 4
(quatro) anos.
¤ 2o Se resulta a morte:
Pena Ð reclus‹o de 4 (quatro) a 12
(doze) anos.

Art. 100. Constitui crime pun’vel com Art. 101. Deixar de cumprir, retardar
reclus‹o de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e ou frustrar, sem justo motivo, a execu•‹o
multa: de ordem judicial expedida nas a•›es em
que for parte ou interveniente o idoso:
I Ð obstar o acesso de alguŽm a
qualquer cargo pœblico por motivo de idade; Pena Ð deten•‹o de 6 (seis) meses a
1 (um) ano e multa.
II Ð negar a alguŽm, por motivo
de idade, emprego ou trabalho;
III Ð recusar, retardar ou dificultar
atendimento ou deixar de prestar
assist•ncia ˆ saœde, sem justa causa, a
pessoa idosa;
IV Ð deixar de cumprir, retardar ou
frustrar, sem justo motivo, a execu•‹o de
ordem judicial expedida na a•‹o civil a que
alude esta Lei;
V Ð recusar, retardar ou omitir dados
tŽcnicos indispens‡veis ˆ propositura da
a•‹o civil objeto desta Lei, quando
requisitados pelo MinistŽrio Pœblico.

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Art. 102. Apropriar-se de ou desviar Art. 103. Negar o acolhimento ou a


bens, proventos, pens‹o ou qualquer outro perman•ncia do idoso, como abrigado, por
rendimento do idoso, dando-lhes aplica•‹o recusa deste em outorgar procura•‹o ˆ
diversa da de sua finalidade: entidade de atendimento:
Pena Ð reclus‹o de 1 (um) a 4 Pena Ð deten•‹o de 6 (seis) meses a
(quatro) anos e multa. 1 (um) ano e multa.

Art. 104. Reter o cart‹o Art. 105. Exibir ou veicular, por


magnŽtico de conta banc‡ria relativa a qualquer meio de comunica•‹o,
benef’cios, proventos ou pens‹o do informa•›es ou imagens depreciativas ou
idoso, bem como qualquer outro injuriosas ˆ pessoa do idoso:
documento com objetivo de assegurar
Pena Ð deten•‹o de 1 (um) a 3 (tr•s)
recebimento ou ressarcimento de
anos e multa.
d’vida:
Pena Ð deten•‹o de 6 (seis)
meses a 2 (dois) anos e multa.

Art. 106. Induzir pessoa idosa sem Art. 107. Coagir, de qualquer
discernimento de seus atos a outorgar modo, o idoso a doar, contratar, testar
procura•‹o para fins de administra•‹o de ou outorgar procura•‹o:
bens ou deles dispor livremente:
Pena Ð reclus‹o de 2 (dois) a 5
Pena Ð reclus‹o de 2 (dois) a 4 (cinco) anos.
(quatro) anos.

Art. 108. Lavrar ato notarial que Art. 109. Impedir ou embara•ar ato
envolva pessoa idosa sem do representante do MinistŽrio Pœblico ou
discernimento de seus atos, sem a de qualquer outro agente fiscalizador:
devida representa•‹o legal:
Pena Ð reclus‹o de 6 (seis) meses a 1
Pena Ð reclus‹o de 2 (dois) a 4 (um) ano e multa.
(quatro) anos.

3 - Lei Maria da Penha (Lei n¼ 11.340/2006)

Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a viol•ncia domŽstica e
familiar contra a mulher, nos termos do ¤ 8o do art. 226 da Constitui•‹o Federal, da
Conven•‹o sobre a Elimina•‹o de Todas as Formas de Viol•ncia contra a Mulher, da
Conven•‹o Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Viol•ncia contra a Mulher e de
outros tratados internacionais ratificados pela Repœblica Federativa do Brasil; disp›e sobre
a cria•‹o dos Juizados de Viol•ncia DomŽstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece
medidas de assist•ncia e prote•‹o ˆs mulheres em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e
familiar.

A Lei n¼ 11.340/2006 tem por finalidade coibir a viol•ncia domŽstica e familiar


contra a mulher. Esse diploma normativo Ž amplamente conhecido como Lei
Maria da Penha, uma refer•ncia a Maria da Penha Maria Fernandes.

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Esta senhora sofreu agress›es por parte de seu marido por anos, sem buscar a
tutela dos —rg‹os estatais. No dia 29 de maio de 1983, em Fortaleza (CE), foi
atingida enquanto dormia por um tiro de espingarda disparado por seu marido.
Como consequ•ncia desse tiro, Maria ficou paraplŽgica.
N‹o satisfeito com o resultado dessa viol•ncia, que tinha como finalidade a morte
da mesma, depois de alguns dias o marido tentou outra investida: eletrocut‡-la
durante o banho. Seis meses antes da prescri•‹o, o marido foi condenado, em
raz‹o dos crimes, a cumprir pena de dez anos em regime aberto.
A hist—ria de Maria da Penha foi objeto de tamanha repercuss‹o internacional que
o Comit• Latino-Americano e Caribe para Defesa da Mulher (CLADEM) formalizou
denœncia ˆ Comiss‹o Interamericana de Direitos Humanos da Organiza•‹o dos
Estados Americanos (OEA).
Em 2001, o Brasil foi condenado por meio de um relat—rio da OEA, que imp™s um
pagamento de indeniza•‹o de 20 mil d—lares em favor de Maria da Penha,
responsabilizando o Estado Brasileiro pela neglig•ncia e omiss‹o em rela•‹o ˆ
viol•ncia domŽstica, e recomendando a ado•‹o de v‡rias medidas, entre elas a
de simplificar procedimentos judiciais, diminuindo os prazos processuais de
julgados.
Diante da press‹o sofrida pela OEA, o Brasil viu-se for•ado a cumprir as
conven•›es e tratados internacionais dos quais Ž signat‡rio. Est‡ Ž a raz‹o da
refer•ncia que o art. 1¼ da Lei Maria da Penha faz ˆ Conven•‹o sobre Elimina•‹o
de Todas as Formas de Discrimina•‹o Contra as Mulheres e ˆ Conven•‹o
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Viol•ncia Contra a Mulher.

Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, ra•a, etnia, orienta•‹o sexual, renda,
cultura, n’vel educacional, idade e religi‹o, goza dos direitos fundamentais inerentes ˆ
pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem
viol•ncia, preservar sua saœde f’sica e mental e seu aperfei•oamento moral, intelectual e
social.
Art. 3o Ser‹o asseguradas ˆs mulheres as condi•›es para o exerc’cio efetivo dos
direitos ˆ vida, ˆ seguran•a, ˆ saœde, ˆ alimenta•‹o, ˆ educa•‹o, ˆ cultura, ˆ moradia, ao
acesso ˆ justi•a, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, ˆ cidadania, ˆ liberdade, ˆ dignidade, ao
respeito e ˆ conviv•ncia familiar e comunit‡ria.

A Lei Maria da Penha n‹o Ž apenas uma norma protetiva. Ela tambŽm tem car‡ter
program‡tico, determinando ao Estado que desenvolva pol’ticas capazes de
assegurar ˆs mulheres o exerc’cio de direitos fundamentais, estendendo
tambŽm ˆ fam’lia e ˆ sociedade em geral o dever de criar as condi•›es
necess‡rias ao efetivo exerc’cio desses direitos.
A lei determina que a pol’tica pœblica relacionada ˆ preven•‹o da viol•ncia familiar
e domŽstica contra a mulher seja desenvolvida por meio de um conjunto
articulado de a•›es da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios,
alŽm de a•›es n‹o governamentais, com as seguintes diretrizes:

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a) integra•‹o operacional do Poder Judici‡rio, do MinistŽrio Pœblico e da


Defensoria Pœblica com as ‡reas de seguran•a pœblica, assist•ncia social, saœde,
educa•‹o, trabalho e habita•‹o;
b) promo•‹o de estudos e pesquisas, estat’sticas e outras informa•›es
relevantes, com a perspectiva de g•nero e de ra•a ou etnia, concernentes ˆs
causas, ˆs consequ•ncias e ˆ frequ•ncia da viol•ncia domŽstica e familiar contra
a mulher, para a sistematiza•‹o de dados, a serem unificados nacionalmente, e
a avalia•‹o peri—dica dos resultados das medidas adotadas;
c) respeito, nos meios de comunica•‹o social, dos valores Žticos e sociais da
pessoa e da fam’lia, de forma a coibir os papŽis estereotipados que legitimem ou
exacerbem a viol•ncia domŽstica e familiar;
d) implementa•‹o de atendimento policial especializado para as mulheres, em
particular nas Delegacias de Atendimento ˆ Mulher;
e) promo•‹o e a realiza•‹o de campanhas educativas de preven•‹o da viol•ncia
domŽstica e familiar contra a mulher, voltadas ao pœblico escolar e ˆ sociedade
em geral, e a difus‹o desta Lei e dos instrumentos de prote•‹o aos direitos
humanos das mulheres;
f) celebra•‹o de conv•nios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos
de promo•‹o de parceria entre —rg‹os governamentais ou entre estes e entidades
n‹o-governamentais, tendo por objetivo a implementa•‹o de programas de
erradica•‹o da viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher;
g) capacita•‹o permanente das Pol’cias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do
Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos —rg‹os e ˆs ‡reas
enunciados no inciso I quanto ˆs quest›es de g•nero e de ra•a ou etnia;
h) promo•‹o de programas educacionais que disseminem valores Žticos de
irrestrito respeito ˆ dignidade da pessoa humana com a perspectiva de g•nero e
de ra•a ou etnia;
i) destaque, nos curr’culos escolares de todos os n’veis de ensino, para os
conteœdos relativos aos direitos humanos, ˆ equidade de g•nero e de ra•a ou
etnia e ao problema da viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher.

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura viol•ncia domŽstica e familiar contra a
mulher qualquer a•‹o ou omiss‹o baseada no g•nero que lhe cause morte, les‹o,
sofrimento f’sico, sexual ou psicol—gico e dano moral ou patrimonial:
I - no ‰mbito da unidade domŽstica, compreendida como o espa•o de conv’vio
permanente de pessoas, com ou sem v’nculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
II - no ‰mbito da fam’lia, compreendida como a comunidade formada por indiv’duos que
s‹o ou se consideram aparentados, unidos por la•os naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;
III - em qualquer rela•‹o ’ntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabita•‹o.

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Para fins de prova, Ž importante compreender bem as defini•›es trazidas pela lei
no que se refere ˆ viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher. Essa viol•ncia
consiste numa a•‹o ou omiss‹o baseada no g•nero.
O conceito de g•nero surgiu a partir de 1980, na tentativa de aumentar o
entendimento a respeito das diferen•as e desigualdades com rela•‹o aos sexos,
que eram entendidas como express›es de comportamentos sociais rigorosos,
ligados por meio das diferen•as biol—gicas entre homem e mulher, com foco nos
aspectos sociais dessa rela•‹o desigual.
A mulher Ž a maior vitima da viol•ncia de g•nero. Estudos confirmam que em
cerca de 95% dos casos de viol•ncia praticada contra a mulher, o homem Ž o
agressor.
As express›es viol•ncia de g•nero e viol•ncia contra a mulher geralmente
s‹o utilizadas como sin™nimos, mas a viol•ncia de g•nero Ž mais abrangente,
alcan•ando tambŽm rela•›es motivadas pela ra•a, etnia, classe, etc.

Preste bastante aten•‹o ˆs defini•›es trazidas pelos incisos do art. 5¼, pois elas
j‡ foram cobradas em provas anteriores.

O QUE ƒ?

No ‰mbito da unidade domŽstica


à espa•o de conv’vio permanente de
pessoas, com ou sem v’nculo
familiar, inclusive as
A•‹o ou omiss‹o esporadicamente agregadas
VIOLæNCIA baseada no
DOMƒSTICA E g•nero que lhe No ‰mbito da fam’lia à
FAMILIAR cause morte, les‹o, comunidade formada por indiv’duos
CONTRA A sofrimento f’sico, que s‹o ou se consideram
MULHER sexual ou aparentados, unidos por la•os
psicol—gico e dano naturais, por afinidade ou por
moral ou vontade expressa
patrimonial
Em qualquer rela•‹o ’ntima de
afeto à na qual o agressor conviva
ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabita•‹o

ƒ interessante saber que o STJ j‡ decidiu que a Lei Maria da Penha pode ser
aplicada mesmo que n‹o tenha havido coabita•‹o, e mesmo quando as agress›es
ocorrerem quando j‡ se tiver encerrado o relacionamento entre as partes, desde
que guardem v’nculo com a rela•‹o anteriormente existente.

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Reproduzo a seguir matŽria dispon’vel no site do STJ


(http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.te
xto=93036) que menciona decis‹o nesse sentido proferida pela Terceira Sess‹o.

NÌO ƒ NECESSçRIO COABITA‚ÌO PARA CARACTERIZA‚ÌO DA VIOLæNCIA


DOMƒSTICA CONTRA A MULHER
O namoro evidencia uma rela•‹o ’ntima de afeto que independe de coabita•‹o. Portanto,
agress›es e amea•as de namorado contra a namorada Ð mesmo que o relacionamento
tenha terminado Ð que ocorram em decorr•ncia dele caracterizam viol•ncia domŽstica. O
entendimento Ž do ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justi•a (STJ),
fundamentando-se na Lei Maria da Penha para julgar conflito negativo de compet•ncia
(quando uma vara c’vel atribui a outra a responsabilidade de fazer o julgamento) entre dois
ju’zos de Direito mineiros.
Segundo os autos, o denunciado teria amea•ado sua ex-namorada, com quem teria vivido
durante 24 anos, e seu atual namorado. O ju’zo de Direito da 1» Vara Criminal de
Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, ent‹o processante do caso, declinou da
compet•ncia, alegando que os fatos n‹o ocorreram no ‰mbito familiar e domŽstico, pois o
relacionamento das partes j‡ tinha acabado, n‹o se enquadrando, assim, na Lei n.
11.340/2006 (Lei Maria da Penha).
O ju’zo de Direito do Juizado Especial Criminal de Conselheiro Lafaiete, por sua vez,
sustentou que os fatos narrados nos autos decorreram da rela•‹o de namoro entre rŽu e
v’tima. Afirmou, ainda, que a Lei Maria da Penha tem efetiva aplica•‹o nos casos de
relacionamentos amorosos j‡ encerrados, uma vez que a lei n‹o exige coabita•‹o. Diante
disso, entrou com conflito de compet•ncia no STJ, solicitando reconhecimento da
compet•ncia do ju’zo da Direito da 1» Vara Criminal para o processamento da a•‹o.
Ao decidir, o ministro Jorge Mussi ressaltou que de fato existiu um relacionamento entre
rŽu e v’tima durante 24 anos, n‹o tendo o acusado aparentemente se conformado com o
rompimento da rela•‹o, passando a amea•ar a ex-namorada. Assim, caracteriza-se o nexo
causal entre a conduta agressiva do ex-namorado e a rela•‹o de intimidade que havia entre
ambos.
O ministro destacou que a hip—tese em quest‹o se amolda perfeitamente ˆ Lei Maria da
Penha, uma vez que est‡ caracterizada a rela•‹o ’ntima de afeto entre as partes, ainda que
apenas como namorados, pois o dispositivo legal n‹o exige coabita•‹o para configura•‹o
da viol•ncia domŽstica contra a mulher. O relator conheceu do conflito e declarou a
compet•ncia do ju’zo de Direito da 1» Vara Criminal de Conselheiro Lafaiete para processar
e julgar a a•‹o.

Par‡grafo œnico. As rela•›es pessoais enunciadas neste artigo independem de orienta•‹o


sexual.

A orienta•‹o sexual da mulher n‹o pode servir de par‰metro para determinar se


ela sofreu ou n‹o viol•ncia domŽstica e familiar.
A Lei, no intento de asseverar o car‡ter desprez’vel dos crimes por ela tratados,
qualifica a viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher como uma viola•‹o
dos direitos humanos.
H‡ um julgado recente do STJ tambŽm em que se confirmou a possibilidade de
incid•ncia da Lei Maria da Penha nas rela•›es ente m‹e e filha.

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DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. APLICA‚ÌO DA LEI MARIA DA PENHA NA


RELA‚ÌO ENTRE MÌE E FILHA.
ƒ poss’vel a incid•ncia da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) nas rela•›es entre m‹e e
filha. Isso porque, de acordo com o art. 5¼, III, da Lei 11.340/2006, configura viol•ncia
domŽstica e familiar contra a mulher qualquer a•‹o ou omiss‹o baseada no g•nero que lhe
cause morte, les‹o, sofrimento f’sico, sexual ou psicol—gico e dano moral ou patrimonial em
qualquer rela•‹o ’ntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a
ofendida, independentemente de coabita•‹o. Da an‡lise do dispositivo citado, infere-se que
o objeto de tutela da Lei Ž a mulher em situa•‹o de vulnerabilidade, n‹o s— em rela•‹o ao
c™njuge ou companheiro, mas tambŽm qualquer outro familiar ou pessoa que conviva com
a v’tima, independentemente do g•nero do agressor. Nessa mesma linha, entende a
jurisprud•ncia do STJ que o sujeito ativo do crime pode ser tanto o homem como a mulher,
desde que esteja presente o estado de vulnerabilidade caracterizado por uma rela•‹o de
poder e submiss‹o. Precedentes citados: HC 175.816-RS, Quinta Turma, DJe 28/6/2013; e
HC 250.435-RJ, Quinta Turma, DJe 27/9/2013. HC 277.561-AL, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 6/11/2014.

Art. 7o S‹o formas de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a viol•ncia f’sica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saœde corporal;
II - a viol•ncia psicol—gica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminui•‹o da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas a•›es, comportamentos, cren•as
e decis›es, mediante amea•a, constrangimento, humilha•‹o, manipula•‹o, isolamento,
vigil‰ncia constante, persegui•‹o contumaz, insulto, chantagem, ridiculariza•‹o, explora•‹o
e limita•‹o do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause preju’zo ˆ saœde
psicol—gica e ˆ autodetermina•‹o;
III - a viol•ncia sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar,
a manter ou a participar de rela•‹o sexual n‹o desejada, mediante intimida•‹o, amea•a,
coa•‹o ou uso da for•a; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impe•a de usar qualquer mŽtodo contraceptivo ou que a force ao
matrim™nio, ˆ gravidez, ao aborto ou ˆ prostitui•‹o, mediante coa•‹o, chantagem, suborno
ou manipula•‹o; ou que limite ou anule o exerc’cio de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a viol•ncia patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure reten•‹o,
subtra•‹o, destrui•‹o parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econ™micos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a viol•ncia moral, entendida como qualquer conduta que configure calœnia, difama•‹o
ou injœria.

Este dispositivo Ž muito importante para a sua prova. Agora que j‡ vimos a
defini•‹o da viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher, devemos
compreender os detalhes a respeito dos tipos de viol•ncia que pode ser infringida.
N‹o precisamos nos aprofundar numa explana•‹o te—rica mais detalhada acerca
dessas modalidades, pois a pr—pria lei nos fornece as defini•›es.

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MODALIDADES DE VIOLæNCIA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Ofensa ˆ integridade ou saœde corporal è a viol•ncia f’sica


VIOLæNCIA FêSICA
contra a mulher Ž perpetrada por meio da les‹o corporal.

Qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminui•‹o


da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
a•›es, comportamentos, cren•as e decis›es, mediante
amea•a, constrangimento, humilha•‹o, manipula•‹o,
VIOLæNCIA isolamento, vigil‰ncia constante, persegui•‹o contumaz, insulto,
PSICOLîGICA chantagem, ridiculariza•‹o, explora•‹o e limita•‹o do direito de
ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause preju’zo ˆ saœde
psicol—gica e ˆ autodetermina•‹o è Essa modalidade Ž a mais
frequente e provavelmente a menos denunciada. Muitas vezes a
v’tima nem se d‡ conta de que est‡ sendo agredida por meio de
palavras e a•›es.

Qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a


participar de rela•‹o sexual n‹o desejada, mediante
intimida•‹o, amea•a, coa•‹o ou uso da for•a; que a induza a
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
que a impe•a de usar qualquer mŽtodo contraceptivo ou que a
VIOLæNCIA force ao matrim™nio, ˆ gravidez, ao aborto ou ˆ prostitui•‹o,
SEXUAL mediante coa•‹o, chantagem, suborno ou manipula•‹o; ou que
limite ou anule o exerc’cio de seus direitos sexuais e
reprodutivos è A identifica•‹o da viol•ncia sexual no meio
conjugal representa inova•‹o, pois o sexo sempre foi
tradicionalmente considerado como uma obriga•‹o decorrente
do matrim™nio.

Reten•‹o, subtra•‹o, destrui•‹o parcial ou total de seus objetos,


instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e
VIOLæNCIA direitos ou recursos econ™micos, incluindo os destinados a
PATRIMONIAL satisfazer suas necessidades è O furto Ž crime contra o
patrim™nio, e, se a v’tima for a mulher com quem se mantŽm
rela•‹o afetiva, o ato Ž considerado viol•ncia patrimonial.

Calœnia, difama•‹o ou injœria è O crime de calœnia pode ser


descrito como Òimputar ˆ v’tima a pr‡tica de determinado fato
criminoso sabidamente falsoÓ. A difama•‹o define-se como
VIOLæNCIA MORAL
Òimputar ˆ v’tima a pr‡tica de determinado fato desonrosoÓ. J‡
a injœria pode ser definida como Òatribuir ˆ v’tima qualidades
negativasÓ.

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Existem alguns posicionamentos doutrin‡rios no sentido da exig•ncia de


habitualidade para caracterizar os delitos previstos na Lei Maria da Penha. Essa
doutrina, entretanto, Ž minorit‡ria, e n‹o merece muita aten•‹o da nossa parte...
J

Art. 9o A assist•ncia ˆ mulher em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar ser‡ prestada


de forma articulada e conforme os princ’pios e as diretrizes previstos na Lei Org‰nica da
Assist•ncia Social, no Sistema ònico de Saœde, no Sistema ònico de Seguran•a Pœblica,
entre outras normas e pol’ticas pœblicas de prote•‹o, e emergencialmente quando for o
caso.

A inclus‹o da mulher em programas assistenciais do governo federal, estadual e


municipal ser‡ determinada pelo magistrado, por prazo certo.
Veremos agora disposi•›es legais muito importantes para a sua prova.

¤ 2o O juiz assegurar‡ ˆ mulher em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar, para


preservar sua integridade f’sica e psicol—gica:
I - acesso priorit‡rio ˆ remo•‹o quando servidora pœblica, integrante da administra•‹o
direta ou indireta;
II - manuten•‹o do v’nculo trabalhista, quando necess‡rio o afastamento do local de
trabalho, por atŽ seis meses.

A mulher v’tima de viol•ncia domŽstica muitas vezes precisa ser retirada


rapidamente do conv’vio do agressor. Esse afastamento, entretanto, pode
implicar em preju’zos ˆ v’tima, e as medidas previstas no ¤2¡ t•m o cond‹o de
diminuir essas consequ•ncias danosas, pelo menos no que tange aos v’nculos de
trabalho.
Caso a mulher seja servidora pœblica, o juiz deve determinar acesso priorit‡rio ˆ
remo•‹o, que nada mais Ž do que a mudan•a do local de trabalho da servidora.
Caso se trata de empregada, a lei autoriza o juiz a determinar a manuten•‹o
do v’nculo trabalhista pelo per’odo de atŽ 6 meses. A Doutrina tem se
posicionado no sentido de que o afastamento deve contemplar tambŽm a
remunera•‹o, pois de nada adiantaria a v’tima manter seu v’nculo empregat’cio
se n‹o tiver como se sustentar.
Entretanto, n‹o h‡ nenhuma regra a respeito da responsabilidade pelo
pagamento dos sal‡rios, e nem existe ainda benef’cio assistencial espec’fico para
essa finalidade.

¤ 3o A assist•ncia ˆ mulher em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar compreender‡ o


acesso aos benef’cios decorrentes do desenvolvimento cient’fico e tecnol—gico, incluindo os
servi•os de contracep•‹o de emerg•ncia, a profilaxia das Doen•as Sexualmente
Transmiss’veis (DST) e da S’ndrome da Imunodefici•ncia Adquirida (AIDS) e outros
procedimentos mŽdicos necess‡rios e cab’veis nos casos de viol•ncia sexual.

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A Lei Maria da Penha protege a mulher com rela•‹o ˆ sua liberdade no uso de
sua capacidade reprodutiva. S‹o considerados sexualmente violentos os atos que
impedirem o acesso da mulher a mŽtodos contraceptivos.
A prote•‹o conferida pelo ¤3¡ ˆ mulher v’tima de viol•ncia exige a coordena•‹o
de diversos n’veis no ‰mbito governamental e n‹o governamental, possibilitando
a garantia de direitos fundamentais.

A Lei Maria da Penha assegura ˆ mulher em situa•‹o de


viol•ncia domŽstica e familiar o acesso a servi•os de
contracep•‹o de emerg•ncia, a profilaxia das Doen•as
Sexualmente Transmiss’veis (DST) e da S’ndrome da Imunodefici•ncia
Adquirida (AIDS) e outros procedimentos mŽdicos necess‡rios e cab’veis nos
casos de viol•ncia sexual.
0
Art. 10. Na hip—tese da imin•ncia ou da pr‡tica de viol•ncia domŽstica e familiar contra a
mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorr•ncia adotar‡, de imediato,
as provid•ncias legais cab’veis.
Par‡grafo œnico. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de medida
protetiva de urg•ncia deferida.

A partir de agora estudaremos os dispositivos da Lei Maria da Penha que se


destinam aos policiais. A mulher que seja v’tima de viol•ncia domŽstica tem
direito a tratamento diferenciado e espec’fico por parte da autoridade policial.
As provid•ncias que devem ser adotadas imediatamente pela autoridade policial
diante de situa•›es de viol•ncia familiar contra a mulher incluem a garantia de
prote•‹o policial, comunica•‹o imediata ao Poder Judici‡rio e ao MinistŽrio
Pœblico, o encaminhamento da ofendida a estabelecimentos de tratamento
mŽdico, o fornecimento de transporte ˆ ofendida que corra risco de vida e seus
dependentes para local seguro, a informa•‹o ˆ ofendida dos direitos a ela
assegurados e dos servi•os dispon’veis.

Art. 12. Em todos os casos de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorr•ncia, dever‡ a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes
procedimentos, sem preju’zo daqueles previstos no C—digo de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorr•ncia e tomar a representa•‹o a termo, se
apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas
circunst‰ncias;
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o
pedido da ofendida, para a concess‹o de medidas protetivas de urg•ncia;
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros
exames periciais necess‡rios;
V - ouvir o agressor e as testemunhas;

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VI - ordenar a identifica•‹o do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
criminais, indicando a exist•ncia de mandado de pris‹o ou registro de outras ocorr•ncias
policiais contra ele;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquŽrito policial ao juiz e ao MinistŽrio Pœblico.

Por favor d• uma aten•‹o especial a esse dispositivo, pois as medidas que devem
ser adotadas imediatamente pela autoridade policial j‡ foram cobradas em provas
anteriores.
O pedido da ofendida poder‡ ser feito oralmente, e caber‡ ao policial redigi-lo.
O pedido deve conter a qualifica•‹o da ofendida e do agressor, o nome e a idade
dos dependentes, e a descri•‹o sucinta do fato e das medidas protetivas
solicitadas.

Art. 14. Os Juizados de Viol•ncia DomŽstica e Familiar contra a Mulher, —rg‹os da


Justi•a Ordin‡ria com compet•ncia c’vel e criminal, poder‹o ser criados pela Uni‹o, no
Distrito Federal e nos Territ—rios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a
execu•‹o das causas decorrentes da pr‡tica de viol•ncia domŽstica e familiar contra a
mulher.
Par‡grafo œnico. Os atos processuais poder‹o realizar-se em hor‡rio noturno, conforme
dispuserem as normas de organiza•‹o judici‡ria.

Os Juizados Especiais s‹o —rg‹os do Poder Judici‡rio que se dedicam ao


julgamento de processos de menor complexidade. Os Juizados de Viol•ncia
DomŽstica e Familiar contra a Mulher acumulam compet•ncia c’vel e criminal,
e fazem parte da Justi•a comum estadual. A men•‹o que o dispositivo faz ˆ Uni‹o
diz respeito aos Juizados instalados no Distrito Federal, onde a Uni‹o exerce a
compet•ncia que em outros locais Ž conferida aos Estados.
Enquanto os Juizados n‹o forem estruturados, as varas criminais acumular‹o a
compet•ncia criminal e a c’vel para conhecer e julgar causas decorrentes da
pr‡tica de viol•ncia contra a mulher. AlŽm disso, esses processos ter‹o
prefer•ncia no julgamento.
Apesar de esses Juizados terem compet•ncia criminal, o STF j‡ se manifestou no
sentido de que eles n‹o seguem o procedimento simplificado t’pico dos juizados
criminais, onde se podem aplicar diversos Òinstitutos despenalizadoresÓ, por meio
dos quais podem ser celebrados acordos para evitar a pris‹o do criminoso. AlŽm
disso, a pr—pria lei estabelece expressamente que n‹o se aplica a esses juizados
o rito previsto na Lei n¡ 9.099/1995.

Os Juizados de Viol•ncia DomŽstica e Familiar contra a


Mulher acumulam compet•ncia c’vel e criminal, e fazem parte
da Justi•a comum estadual, mas o STF j‡ decidiu que esses
—rg‹os n‹o podem aplicar os Òinstitutos despenalizadoresÓ t’picos dos juizados
criminais.

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Art. 15. ƒ competente, por op•‹o da ofendida, para os processos c’veis regidos por esta
Lei, o Juizado:
I - do seu domic’lio ou de sua resid•ncia;
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III - do domic’lio do agressor.

Neste dispositivo quero chamar sua aten•‹o para um aspecto muito importante:
para facilitar o acesso ao Poder Judici‡rio, a mulher v’tima de viol•ncia tem a
op•‹o de buscar o Juizado que seja mais pr—ximo de sua resid•ncia, do local em
que ocorreu o ato de viol•ncia, ou ainda do domic’lio do agressor.
Essa op•‹o, entretanto, diz respeito apenas no que se refere aos processos c’veis,
ou seja, ˆs medidas protetivas, a•›es indenizat—rias, etc.

Art. 29. Os Juizados de Viol•ncia DomŽstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser
criados poder‹o contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser
integrada por profissionais especializados nas ‡reas psicossocial, jur’dica e de saœde.

Maria Berenice Dias diz que um dos maiores avan•os trazidos pela Lei n¡
11.340/2006 foi a cria•‹o dos Juizados de Viol•ncia DomŽstica e Familiar contra
a Mulher, que devem contar com profissionais capacitados e uma equipe
multidisciplinar.
Essa equipe tem a finalidade de prestar ˆ mulher atendimento especializado e
aux’lio no reestabelecimento de sua saœde f’sica e mental, bem como a orienta•‹o
jur’dica adequada para fazer valer seus direitos.
ƒ por essa raz‹o que a lei tambŽm estabelece a obrigatoriedade de, em todos
os atos processuais c’veis ou criminais, a mulher em situa•‹o de
viol•ncia ser acompanhada por advogado. Essa regra comporta uma
exce•‹o, relacionada ˆ situa•‹o em que a mulher pede diretamente ao
magistrado a ado•‹o de medidas protetivas de urg•ncia.
Se for necess‡rio, o magistrado tambŽm pode determinar a atua•‹o de
profissional especializado para realizar avalia•‹o mais profunda, mas esse
profissional deve ser indicado pela equipe multidisciplinar.
A compet•ncia da equipe multidisciplinar Ž detalhada pelo art. 30.

Art. 30. Compete ˆ equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribui•›es


que lhe forem reservadas pela legisla•‹o local, fornecer subs’dios por escrito ao juiz, ao
MinistŽrio Pœblico e ˆ Defensoria Pœblica, mediante laudos ou verbalmente em audi•ncia, e
desenvolver trabalhos de orienta•‹o, encaminhamento, preven•‹o e outras medidas,
voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial aten•‹o ˆs crian•as e aos
adolescentes.

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Uma das principais fun•›es da equipe multidisciplinar Ž fornecer subs’dios ao juiz,


ao MinistŽrio Pœblico e ˆ Defensoria Pœblica, mas, alŽm disso, cabe ˆ equipe
orientar a ofendida, o agressor e os familiares, especialmente as crian•as e
adolescentes envolvidos na situa•‹o de viol•ncia contra a mulher.

Art. 16. Nas a•›es penais pœblicas condicionadas ˆ representa•‹o da ofendida de


que trata esta Lei, s— ser‡ admitida a renœncia ˆ representa•‹o perante o juiz, em audi•ncia
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denœncia e ouvido o
MinistŽrio Pœblico.

Este dispositivo foi considerado inconstitucional pelo STF em rela•‹o aos


crimes de les‹o corporal, no julgamento da ADI n¡ 4.424. Para a Suprema Corte,
a necessidade de representa•‹o da ofendida acaba por esvaziar a prote•‹o
constitucional assegurada ˆs mulheres.
Podemos dizer, portanto, sem medo de errar, que a a•‹o penal nos crimes de
les‹o Ž de natureza pœblica incondicionada, ou seja, a a•‹o Ž proposta pelo
MinistŽrio Pœblico, sem necessidade de representa•‹o por parte da ofendida.
Lembre-se, porŽm, de que os crimes de amea•a e contra a dignidade sexual, por
exemplo, continuam obedecendo ˆ regra do art. 16 (vide julgamento do RHC
33620 do STJ).

Art. 17. ƒ vedada a aplica•‹o, nos casos de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher,
de penas de cesta b‡sica ou outras de presta•‹o pecuni‡ria, bem como a substitui•‹o de
pena que implique o pagamento isolado de multa.

As veda•›es do art. 17 endurecem o tratamento dado aos crimes relacionados ˆ


viol•ncia domŽstica contra a mulher. N‹o podem ser aplicadas penas que
consistam exclusivamente em presta•‹o material, ou seja, n‹o pode haver
penas cujo cumprimento consista simplesmente no pagamento de valores ou
doa•‹o de bens.

Art. 20. Em qualquer fase do inquŽrito policial ou da instru•‹o criminal, caber‡ a pris‹o
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de of’cio, a requerimento do MinistŽrio Pœblico
ou mediante representa•‹o da autoridade policial.

Perceba que o juiz pode decretar a pris‹o preventiva do agressor a


requerimento do MinistŽrio Pœblico, por representa•‹o da autoridade policial, ou
mesmo de of’cio, ou seja, sem qualquer provoca•‹o.

Art. 19. As medidas protetivas de urg•ncia poder‹o ser concedidas pelo juiz, a
requerimento do MinistŽrio Pœblico ou a pedido da ofendida.

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Essas medidas servem para proteger a ofendida diante de uma situa•‹o de


emerg•ncia, e por essa raz‹o podem ser concedidas imediatamente, mesmo que
n‹o haja audi•ncia e nem manifesta•‹o do MinistŽrio Pœblico, em que pese este
deva ser comunicado imediatamente.
TambŽm n‹o h‡ qualquer empecilho ˆ aplica•‹o de mais de uma medida, ou ˆ
substitui•‹o delas por outras que tenham maior efic‡cia.
ÒMas professor, que medidas s‹o essas?Ó Vejamos agora, caro aluno. Reuni as
medidas protetivas de urg•ncia no quadro abaixo. H‡ medidas aplic‡veis ao
agressor e outras aplic‡veis ˆ ofendida.

MEDIDAS PROTETIVAS DE URGæNCIA

MEDIDAS QUE OBRIGAM O MEDIDAS QUE PROTEGEM A


AGRESSOR OFENDIDA

I - suspens‹o da posse ou restri•‹o do I - encaminhamento da ofendida e seus


porte de armas, com comunica•‹o ao dependentes a programa oficial ou
—rg‹o competente; comunit‡rio de prote•‹o ou de
atendimento;
II - afastamento do lar, domic’lio ou local
de conviv•ncia com a ofendida; II - recondu•‹o da ofendida e a de seus
dependentes ao respectivo domic’lio, ap—s
III - proibi•‹o de determinadas condutas,
afastamento do agressor;
entre as quais:
III - afastamento da ofendida do lar,
a) aproxima•‹o da ofendida, de seus
sem preju’zo dos direitos relativos a bens,
familiares e das testemunhas, fixando o
guarda dos filhos e alimentos;
limite m’nimo de dist‰ncia entre estes e o
agressor; IV - determinar a separa•‹o de corpos;
b) contato com a ofendida, seus familiares V - restitui•‹o de bens indevidamente
e testemunhas por qualquer meio de subtra’dos pelo agressor ˆ ofendida;
comunica•‹o;
VI - proibi•‹o tempor‡ria para a celebra•‹o
c) frequenta•‹o de determinados de atos e contratos de compra, venda e
lugares a fim de preservar a integridade loca•‹o de propriedade em comum, salvo
f’sica e psicol—gica da ofendida; expressa autoriza•‹o judicial;
IV - restri•‹o ou suspens‹o de visitas VII - suspens‹o das procura•›es
aos dependentes menores, ouvida a equipe conferidas pela ofendida ao agressor;
de atendimento multidisciplinar ou servi•o
VIII - presta•‹o de cau•‹o provis—ria,
similar;
mediante dep—sito judicial, por perdas e
V - presta•‹o de alimentos provisionais danos materiais decorrentes da pr‡tica de
ou provis—rios. viol•ncia domŽstica e familiar contra a
ofendida.

Art. 25. O MinistŽrio Pœblico intervir‡, quando n‹o for parte, nas causas c’veis e criminais
decorrentes da viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher.

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A Lei n¡ 11.340/2006 destinou cap’tulo especial ˆ atua•‹o do MinistŽrio Pœblico,


conferindo a esse —rg‹o a compet•ncia para intervir em todas as causas que
tratem de viol•ncia domŽstica contra a mulher. ƒ importante que voc• fixe
bem esse aspecto: o MinistŽrio Pœblico n‹o intervir‡ apenas nos processos
criminais, mas tambŽm nas causas c’veis.

Quando n‹o for parte, o MinistŽrio Pœblico ser‡ competente


para intervir em todas as causas c’veis e criminais que
tratem da viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher.

Para cumprir esse mister, o representante do MinistŽrio Pœblico poder‡ requisitar


o aux’lio de for•a policial e servi•os pœblicos de saœde, de educa•‹o, de
assist•ncia social e de seguran•a, entre outros, alŽm de fiscalizar os
estabelecimentos pœblicos e particulares de atendimento ˆ mulher em situa•‹o
de viol•ncia domŽstica e familiar e adotar imediatamente as medidas
administrativas ou judiciais cab’veis no tocando ˆs irregularidades encontradas.
ƒ compet•ncia do MinistŽrio Pœblico tambŽm cadastrar os casos de viol•ncia
domŽstica e familiar contra a mulher. Tal atribui•‹o Ž necess‡ria para a cria•‹o
de estat’sticas, que dever‹o ser registradas no nas bases de dados dos —rg‹os
do Sistema de Justi•a e Seguran•a a fim de subsidiar o sistema nacional de dados
e informa•›es relativo ˆs mulheres.
Para concluir nossa explana•‹o te—rica, veremos o teor das disposi•›es finais da
Lei n¡ 11.340/2006. Esses œltimos dispositivos tratam de assuntos variados
relacionados ˆ implementa•‹o das disposi•›es legais que estudamos atŽ agora.

Art. 35. A Uni‹o, o Distrito Federal, os Estados e os Munic’pios poder‹o criar e promover,
no limite das respectivas compet•ncias:
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos
dependentes em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar;
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situa•‹o de
viol•ncia domŽstica e familiar;
III - delegacias, nœcleos de defensoria pœblica, servi•os de saœde e centros de
per’cia mŽdico-legal especializados no atendimento ˆ mulher em situa•‹o de viol•ncia
domŽstica e familiar;
IV - programas e campanhas de enfrentamento da viol•ncia domŽstica e familiar;
V - centros de educa•‹o e de reabilita•‹o para os agressores.

AlŽm de autorizar os entes federados a criar esses —rg‹os, a Lei determina que a
Uni‹o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic’pios promovam adapta•›es nos
—rg‹os e programas j‡ existentes no que se refere ˆs situa•›es de viol•ncia
domŽstica e familiar contra a mulher.

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4 - Quest›es
4.1 - Quest›es sem Coment‡rios
QUESTÌO 01 Ð TJDFT Ð Analista Judici‡rio Ð 2013 Ð Cespe
O Estatuto do Idoso imp›e a todo cidad‹o que tenha testemunhado viola•›es
aos preceitos estabelecidos nesse estatuto ou que delas tenha tomado
conhecimento o dever da delatio criminis perante a autoridade competente.

QUESTÌO 02 Ð PC-SC Ð Delegado de Pol’cia Ð 2008 Ð Acafe


ÒCr‡cioÓ encontrou o anci‹o ÒMŽvioÓ, 80 anos de idade e inv‡lido, ferido em
consequ•ncia de um desabamento, sem condi•›es de socorrer-se por suas
pr—prias for•as. Dolosamente, deixou de prestar-lhe assist•ncia, embora
fosse poss’vel faz•-lo sem risco pessoal, na expectativa de que outrem o
socorresse. Da omiss‹o resultou a morte de ÒMŽvioÓ. ÒCr‡cioÓ responder‡
por:
a) modalidade especial de omiss‹o de socorro prevista no Estatuto do Idoso
(Lei n. 10.741/03), qualificada pelo resultado morte (preterdolo).
b) crime de omiss‹o de socorro, qualificado pelo resultado morte
(preterdolo), previsto no C—digo Penal.
c) crime de abandono de incapaz, qualificado pelo resultado morte
(preterdolo), previsto no C—digo Penal.
d) crime de homic’dio culposo, com aumento de pena, pois a v’tima era
maior de 60 (sessenta) anos..

QUESTÌO 03 Ð TJ-RJ Ð Titular de Servi•os de Notas e de


Registros Ð 2012 Ð Cetro
ƒ correto afirmar que o ato de lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa
sem discernimento de seus atos, sem a devida representa•‹o legal,
a) Ž um fato at’pico.
b) Ž descrito como contraven•‹o penal, mas n‹o como crime.
c) configura crime tipificado no Estatuto do Idoso.
d) implica exclusivamente a anulabilidade do ato praticado.
e) implica apenas consequ•ncias administrativas a quem lavrou o ato
notarial.

QUESTÌO 04 Ð DPE-BA Ð Defensor Pœblico Ð 2010 Ð Cespe


Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso s‹o vedadas a aplica•‹o das
medidas despenalizadoras da composi•‹o civil dos danos e da transa•‹o,
bem como a incid•ncia das imunidades penais absolutas ou escusas
absolut—rias.

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QUESTÌO 05 Ð DPE-PI Ð Defensor Pœblico Ð 2009 Ð Cespe


(adaptada)
O agente que retŽm cart‹o magnŽtico de conta banc‡ria relativa a
benef’cios, proventos ou pens‹o do idoso, bem como qualquer outro
documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de
d’vida, deve responder pelo delito de exerc’cio arbitr‡rio das pr—prias raz›es,
com causa geral de aumento de pena.

QUESTÌO 06 Ð DPE-PI Ð Defensor Pœblico Ð 2009 Ð Cespe


(adaptada)
Aquele que induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procura•‹o para fins de administra•‹o de bens deve responder pelo delito
de estelionato, com causa especial de aumento de pena.

QUESTÌO 07 Ð PC-AP Ð Delegado de Pol’cia Ð 2010 Ð FGV


Relativamente ao Estatuto do Idoso (Lei n¼ 10.741/2003), analise as
afirmativas a seguir:
I. O Estatuto do Idoso Ž destinado a regular os direitos assegurados ˆs
pessoas com idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos.
II. Os crimes definidos no Estatuto do Idoso s‹o de a•‹o penal pœblica
incondicionada, n‹o se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do C—digo Penal.
III. Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso, cuja pena m‡xima privativa
de liberdade n‹o ultrapasse 2 (dois) anos, aplica-se o procedimento previsto
na Lei n¼ 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposi•›es do C—digo Penal e do C—digo de Processo Penal.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

QUESTÌO 08 Ð DPE-AL Ð Defensor Pœblico Ð 2009 Ð Cespe


Constitui crime de menor potencial ofensivo abandonar injustificadamente
pessoa idosa em hospital ou casa de saœde.

QUESTÌO 09 - TJ-SC Ð Juiz de Direito Ð 2015 Ð FCC (adaptada).


As formas de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher est‹o
taxativamente previstas no art. 7o da Lei no 11.340/2006, n‹o sendo objeto
de medidas protetivas de urg•ncia outras sen‹o aquelas elencadas nesse
dispositivo.

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QUESTÌO 10 - PCDF Ð Papiloscopista Policial Ð 2015 Ð


Universa.
Convencido de que havia sido tra’do, Pedro empurrou violentamente sua
esposa contra a parede. Submetida a exame de corpo de delito, constatou-
se a presen•a de les›es corporais de natureza leve praticada em contexto
de viol•ncia domŽstica.
Considerando esse caso hipotŽtico, assinale a alternativa correta acerca dos
juizados especiais criminais e da Lei Maria da Penha.
a) A a•‹o penal ser‡ pœblica condicionada ˆ requisi•‹o do ministro da Justi•a.
b) ƒ poss’vel a composi•‹o civil dos danos, com estipula•‹o de danos morais
em favor da v’tima, para se evitar a persecu•‹o penal.
c) A a•‹o penal ser‡ pœblica incondicionada.
d) A a•‹o penal ser‡ privada.
e) A a•‹o penal ser‡ pœblica condicionada ˆ representa•‹o da ofendida.

QUESTÌO 11 - TJ-CE Ð Analista Judici‡rio Ð 2014 Ð Cespe


(adaptada).
Crime de les‹o corporal leve praticado em contexto de viol•ncia domŽstica
contra a mulher Ž de a•‹o penal pœblica condicionada ˆ representa•‹o da
ofendida.

QUESTÌO 12 - MPE-PE Ð Promotor de Justi•a Ð 2014 Ð FCC.


Nas a•›es penais abrangidas pela chamada Lei Maria da Penha, admiss’vel
a renœncia ˆ representa•‹o da ofendida perante o juiz, em audi•ncia
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da
denœncia e ouvido o MinistŽrio Pœblico,
a) nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa.
b) em qualquer crime.
c) apenas no crime de les‹o corporal leve.
d) nos crimes de les‹o corporal leve e de amea•a.
e) no crime de amea•a.

QUESTÌO 13 - MPE-SC Ð Promotor de Justi•a Ð 2014 Ð FEPESE.


O crime de les‹o corporal com viol•ncia domŽstica somente pode ser
praticado contra c™njuge ou companheira, com quem o autor da agress‹o
conviva ou tenha convivido na Žpoca dos fatos.

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QUESTÌO 14 - TJ-PR Ð Titular de Servi•os de Notas e de


Registros Ð 2014 Ð IBFC (adaptada).
ƒ vedada a aplica•‹o, nos casos de viol•ncia domŽstica e familiar contra a
mulher, de penas de cesta b‡sica ou outras de presta•‹o pecuni‡ria, sendo
admiss’vel, entretanto, a substitui•‹o de pena que implique o pagamento
isolado de multa.

QUESTÌO 15 - TJ-DF Ð Oficial de Justi•a Ð 2013 Ð Cespe.


Consoante o que disp›e a Lei Maria da Penha, a a•‹o penal para apurar
qualquer crime perpetrado nas circunst‰ncias descritas nessa lei ser‡ pœblica
incondicionada, devendo o feito tramitar obrigatoriamente em segredo de
justi•a.

QUESTÌO 16 - PC-RJ Ð Oficial de Cart—rio Ð 2013 Ð IBFC.


==0==

Com fundamento nas disposi•›es da Lei n. 11.340/2006 (ÒLei Maria da


PenhaÓ) e em decis‹o proferida pelo Supremo Tribunal Federal em sede de
A•‹o Direta de Inconstitucionalidade, podemos afirmar corretamente que as
les›es corporais geradas na mulher em decorr•ncia de viol•ncia domŽstica,
constituem crime de:
a) A•‹o penal pœblica incondicionada, independentemente da natureza da
les‹o.
b) A•‹o penal pœbica condicionada, sendo admitida a renœncia ao direito de
representa•‹o somente perante o juiz.
c) A•‹o penal privada personal’ssima, devendo existir manifesta•‹o
expressa da v’tima no sentido de intentar a queixa- crime.
d) A•‹o penal pœblica condicionada ˆ representa•‹o nos casos de les‹o leve
e pœblica incondicionada em se tratando de les‹o grave ou grav’ssima.
e) A•‹o penal privada exclusiva, podendo o representante legal da v’tima
incapaz propor a queixa-crime, independentemente da natureza da les‹o
sofrida.

QUESTÌO 17 - PC-SP Ð Investigador de Pol’cia Ð 2013 Ð


VUNESP.
Fulano, casado com Ciclana, num momento de discuss‹o no lar, destruiu
parte dos instrumentos de trabalho de sua esposa. Considerando a conduta
de Fulano em face do disposto na Lei Maria da Penha, pode-se afirmar que
a) Fulano, pela sua conduta, poder‡ ser submetido ˆ pena de pagamento de
cestas b‡sicas em favor de entidades assistenciais.
b) Fulano n‹o se sujeitar‡ ˆs penas da Lei Maria da Penha, pois a sua conduta
ocorreu apenas dentro do ambiente familiar.

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c) Fulano estar‡ sujeito ˆ pris‹o preventiva, a ser decretada pelo juiz, de


of’cio, a requerimento do MinistŽrio Pœblico ou mediante representa•‹o da
autoridade policial.
d) Fulano n‹o poder‡ ser processado pela Lei Maria da Penha, tendo em vista
que esta se destina a proteger a mulher contra agress›es f’sicas, psicol—gicas
ou morais, mas n‹o patrimoniais.
e) Ciclana ter‡ direito a obter medida judicial protetiva de urg•ncia contra
Fulano, podendo entregar pessoalmente a intima•‹o da respectiva medida
ao seu marido.

QUESTÌO 18 - PC-SP Ð Escriv‹o Ð 2013 Ð VUNESP.


Assinale a alternativa que est‡ de acordo com o disposto na Lei Maria da
Penha (Lei n.¼ 11.340/2006).
a) Em qualquer fase do inquŽrito policial ou da instru•‹o criminal, caber‡ a
pris‹o preventiva do agressor, a ser decretada pela autoridade policial
competente, desde que esta entenda urgente e indispens‡vel a sua
aplica•‹o.
b) Nos casos de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher, poder‹o ser
aplicadas ao rŽu as penas de deten•‹o, reclus‹o, de pagamento de cesta
b‡sica ou outras de presta•‹o pecuni‡ria, bem como a imposi•‹o de multa.
c) Constatada a pr‡tica de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher,
poder‡ ser aplicada ao agressor, entre outras, a medida protetiva de
urg•ncia de afastamento do lar, domic’lio ou local de conviv•ncia com a
ofendida, podendo a intima•‹o ser entregue pela ofendida diretamente ao
agressor.
d) No atendimento ˆ mulher em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar,
a autoridade policial dever‡, entre outras provid•ncias, conceder-lhe as
medidas protetivas de urg•ncia cab’veis no caso.
e) O juiz assegurar‡ ˆ mulher em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar,
para preservar sua integridade f’sica e psicol—gica, a manuten•‹o do v’nculo
trabalhista, quando necess‡rio o afastamento do local de trabalho, por atŽ
seis meses.

QUESTÌO 19 - PC-AL Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2012 Ð Cespe.


Conforme a referida lei, consideram-se viol•ncia sexual as a•›es ou
omiss›es que impe•am a mulher de usar qualquer mŽtodo contraceptivo ou
que a forcem ˆ gravidez, ao aborto ou ˆ prostitui•‹o, mediante coa•‹o,
chantagem, suborno ou manipula•‹o.

QUESTÌO 20 - PC-AL Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2012 Ð Cespe.


ƒ expressamente previsto na lei o dever de a autoridade policial acompanhar
a ofendida, de forma a assegurar-lhe, se houver necessidade, o direito de
retirar seus pertences do local da ocorr•ncia ou do domic’lio familiar.

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QUESTÌO 21 - PC-AL Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2012 Ð Cespe.


A Lei Maria da Penha incide apenas nos casos em que a viol•ncia domŽstica
e familiar contra a mulher, que consiste em a•‹o ou omiss‹o, baseada no
g•nero, que resulte em morte, les‹o, sofrimento f’sico, sexual ou psicol—gico
e dano moral ou patrimonial, Ž praticada no ‰mbito da unidade domŽstica.

QUESTÌO 22 - TJ-AC Ð TŽcnico Judici‡rio Ð 2012 Ð Cespe.


Para a caracteriza•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher,
conceitua-se como unidade domŽstica o local onde haja o conv’vio
permanente de pessoas, inclusive as esporadicamente agregadas, em t’pico
ambiente familiar, sem necessidade de v’nculo natural ou civil.

QUESTÌO 23 - CGU Ð Analista de Finan•as e Controle Ð


Preven•‹o da Corrup•‹o e Ouvidoria Ð 2012 Ð ESAF.
Em observ‰ncia ao Princ’pio da Dignidade da Pessoa Humana o Estado,
buscando tutelar os direitos da mulher e prevenir situa•‹o de viol•ncia
praticada contra ela no ‰mbito familiar e domŽstico, editou a denominada
Lei ÒMaria da PenhaÓ. Assim, nos termos do referido diploma legal, Ž correto
afirmar que
a) o Estado, ao explicitar formas de viol•ncia que podem ser empregadas
contra a mulher, n‹o fez alus‹o aos instrumentos de trabalho.
b) a mulher n‹o pode ser demitida, dispensada ou exonerada quando
precisar ficar afastada do local do trabalho, por atŽ seis meses.
c) faculta-se a aplica•‹o de pena alternativa quando da agress‹o resultar
les‹o de natureza leve.
d) ˆ mulher servidora pœblica integrante da administra•‹o direta Ž facultada
a prioriza•‹o de utiliza•‹o de licen•a pr•mio.
e) as medidas protetivas de urg•ncia somente ser‹o concedidas pelo juiz
quando requeridas pela autoridade policial ou pelo MinistŽrio Pœblico.

QUESTÌO 24 - MPE-RO Ð Analista Processual Ð 2012 Ð


FUNCAB.
Segundo a Lei de Viol•ncia DomŽstica (Lei n¡ 11.340/06), o MinistŽrio
Pœblico dever‡:
a) intervir, quando n‹o for parte, nas causas criminais, sendo dispensada
sua interven•‹o nas causas c’veis decorrentes da viol•ncia domŽstica e
familiar contra a mulher.
b) cadastrar os casos de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher.
c) determinar, por prazo certo, a inclus‹o da mulher em situa•‹o de viol•ncia
domŽstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo
federal, estadual e municipal.

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d) encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou


comunit‡rio de prote•‹o ou de atendimento.
e) assegurar ˆ mulher em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar, para
preservar sua integridade f’sica e psicol—gica, acesso priorit‡rio ˆ remo•‹o,
quando servidora pœblica, integrante da administra•‹o direta ou indireta.

QUESTÌO 25 - SES-DF Ð Enfermeiro Ð 2011 Ð Universa


(adaptada).
A viol•ncia domŽstica contra a mulher compreende a viol•ncia psicol—gica,
entendida como qualquer ofensa que configure calœnia, difama•‹o ou injœria.

QUESTÌO 26 - SEPLAG-DF Ð Analista Ð Servi•o Social Ð 2010 Ð


Universa.
Na Lei Maria da Penha, est‡ prevista a assist•ncia ˆ mulher em situa•‹o de
viol•ncia domŽstica e familiar, coadunada aos direitos sociais. Assinale a
alternativa que n‹o representa um tipo de assist•ncia oferecida pela Lei
Maria da Penha.
a) Acesso ao Sistema ònico de Seguran•a Pœblica.
b) Acesso aos benef’cios decorrentes do desenvolvimento cient’fico e
tecnol—gico, incluindo os servi•os de contracep•‹o de emerg•ncia.
c) Acesso ˆ profilaxia das doen•as sexualmente transmiss’veis (DST) e da
S’ndrome da Imunodefici•ncia Adquirida (AIDS).
d) Acesso a procedimentos mŽdicos necess‡rios e cab’veis nos casos de
viol•ncia sexual.
e) Acesso ao benef’cio emergencial para v’timas de viol•ncia.

QUESTÌO 27 - MPE-GO Ð Assistente Social Ð 2010 Ð Universa.


A Lei Maria da Penha, criada em 2006, protege as mulheres da viol•ncia
domŽstica e representa um avan•o na legisla•‹o brasileira. Entre as
inova•›es legais, est‡ a impossibilidade de a v’tima retirar a queixa de
agress‹o, a n‹o ser que isso seja feito perante o juiz, em audi•ncia marcada
exclusivamente com este fim. Assinale a alternativa que n‹o corresponde a
uma forma de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher definida na Lei
Maria da Penha.
a) A viol•ncia f’sica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saœde corporal.
b) A viol•ncia psicol—gica, entendida como qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminui•‹o da auto-estima ou que lhe prejudique e
perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
a•›es, comportamentos, cren•as e decis›es, mediante amea•a,
constrangimento, humilha•‹o, manipula•‹o, isolamento, vigil‰ncia
constante, persegui•‹o contumaz, insulto, chantagem, ridiculariza•‹o,

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explora•‹o e limita•‹o do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe


cause preju’zo ˆ saœde psicol—gica e ˆ autodetermina•‹o.
c) A viol•ncia domŽstica, entendida como qualquer conduta que configure
reten•‹o, subtra•‹o, destrui•‹o parcial ou total de seus objetos,
instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econ™micos, incluindo os destinados a satisfazer suas
necessidades.
d) A viol•ncia sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de rela•‹o sexual n‹o desejada,
mediante intimida•‹o, amea•a, coa•‹o ou uso da for•a; que a induza a
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
impe•a de usar qualquer mŽtodo contraceptivo ou que a force ao
matrim™nio, ˆ gravidez, ao aborto ou ˆ prostitui•‹o, mediante coa•‹o,
chantagem, suborno ou manipula•‹o; ou que limite ou anule o exerc’cio de
seus direitos sexuais e reprodutivos.
e) A viol•ncia moral, entendida como qualquer conduta que configure
calœnia, difama•‹o ou injœria.

QUESTÌO 28 - TJ-MT Ð Juiz de Direito Ð 2009 Ð VUNESP.


Em rela•‹o aos crimes contra a viol•ncia domŽstica, analise as afirma•›es e
em seguida assinale a alternativa correta.
I. Por expressa determina•‹o legal n‹o se aplicam aos crimes praticados
com viol•ncia domŽstica os dispositivos da Lei n.¼ 9.099/95.
II. O juiz, ao constatar a pr‡tica de viol•ncia domŽstica, poder‡ determinar
que o agressor n‹o tenha contato com a ofendida.
III. Os crimes contra a viol•ncia domŽstica ser‹o julgados perante o Juizado
Especial Criminal e ter‹o prioridade no julgamento.
a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
c) II e III, somente.
d) somente I.
e) somente II.

QUESTÌO 29 - TJ-SE Ð Analista Judici‡rio Ð Psicologia Ð 2009


Ð FCC.
A Lei no 11.340/06 que cria mecanismos para coibir a viol•ncia domŽstica e
familiar contra a mulher prev• que
a) ser‡ considerado autor apenas o indiv’duo que coabita com a v’tima.
b) ser‡ considerado autor n‹o apenas aquele que coabita com a v’tima, mas
que tenha rela•‹o domŽstica e familiar.

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c) a v’tima declare antecipadamente quais s‹o seus parentes residentes no


munic’pio sob pena de ser acusada de desajuste emocional.
d) ser‡ considerado autor apenas o indiv’duo que tenha com a v’tima um
grau de parentesco.
e) a v’tima n‹o pode denunciar como sendo viol•ncia domŽstica a agress‹o
que ocorreu fora do ‰mbito de sua resid•ncia.

QUESTÌO 30 - PM-DF Ð Soldado Combatente Ð 2009 Ð Cespe.


Uma mulher solicitou apoio policial sob alega•‹o de que seu esposo lhe
agredira minutos antes, provocando-lhe les›es corporais de natureza leve.
Ap—s breves dilig•ncias, o autor foi localizado e apresentado, sem qualquer
resist•ncia, ˆ autoridade policial, perante a qual assumiu ter agredido
fisicamente a esposa com o cabo de um fac‹o. Nessa situa•‹o, pode a
autoridade policial agir de of’cio e adotar as provid•ncias legais cab’veis,
independentemente de representa•‹o da v’tima.

QUESTÌO 31 - MPE-SP Ð Promotor de Justi•a Ð 2008 Ð


VUNESP.
Nos termos da Lei n.¼ 11.340/06 (Lei contra a viol•ncia domŽstica e familiar
contra a mulher), assinale a alternativa incorreta.
a) A lei compreende o dano patrimonial ˆ mulher.
b) A lei compreende o dano moral ˆ mulher.
c) A coabita•‹o entre os sujeitos ativo e passivo Ž condi•‹o para a aplica•‹o
da lei.
d) A empregada domŽstica pode ser sujeito passivo.
e) O parentesco entre os sujeitos ativo e passivo n‹o Ž condi•‹o para a
aplica•‹o da lei.

QUESTÌO 32 - STJ Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


A possibilidade real de o acusado de pr‡tica de crime contra a mulher no
‰mbito domŽstico e familiar cumprir amea•as de morte dirigidas a sua ex-
esposa basta como fundamento para a sua segrega•‹o, sobretudo ante a
disciplina protetiva da Lei Maria da Penha, que visa a prote•‹o da saœde
mental e f’sica da mulher.

QUESTÌO 33 - TJDFT Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


Nos casos de viol•ncia domŽstica contra a mulher, o juiz pode determinar o
comparecimento obrigat—rio do agressor a programas de recupera•‹o e
reeduca•‹o.

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QUESTÌO 34 - TJDFT Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


No atendimento a v’timas de viol•ncia, deve-se adotar o que preconiza a Lei
Maria da Penha: para agilizar o processo de denœncia, cabe ˆ v’tima entregar
pessoalmente a intima•‹o ao agressor.

QUESTÌO 35 - STF Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


Em caso de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher, caber‹o medidas
protetivas de urg•ncia, que poder‹o ser concedidas pelo juiz, a requerimento
do MP ou a pedido da ofendida, devendo necessariamente o juiz ouvir as
partes e o MP antes da decis‹o sobre as medidas.

QUESTÌO 36 - TJDFT Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


Aos crimes praticados com viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher,
previstos na Lei Maria da Penha, independentemente da pena prevista, n‹o
se aplica a Lei dos Juizados Especiais Criminais.

QUESTÌO 37 - MPE-SC - Promotor de Justi•a Ð Matutina Ð 2016


- MPE-SC.
Segundo o art. 18 da Lei n. 11.340/06 (Maria da Penha), recebido o
expediente com o pedido da ofendida, caber‡ ao juiz, no prazo m‡ximo de
vinte e quatro horas: conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as
medidas protetivas de urg•ncia; determinar o encaminhamento da ofendida
ao —rg‹o de assist•ncia judici‡ria, quando for o caso; comunicar ao MinistŽrio
Pœblico para que adote as provid•ncias cab’veis.

QUESTÌO 38 - Prefeitura de Fortaleza Ð CE Ð Psicologia Ð 2016


- Prefeitura de Fortaleza Ð CE.
De acordo com a Lei n¼ 11.340, de 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da
Penha, assinale a alternativa correta quanto as Medidas Protetivas de
Urg•ncia ao Agressor.
a) Pris‹o em 48 horas e afastamento tempor‡rio do lar, domic’lio ou local de
conviv•ncia com a ofendida.
b) Restri•‹o ou suspens‹o de visitas aos dependentes menores, ouvindo a
equipe de atendimento multidisciplinar ou servi•o similar.
c) Determina•‹o da separa•‹o de corpos.
d) Determina•‹o do afastamento da mulher e seus filhos do lar, sem preju’zo
dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos.

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QUESTÌO 39 - MPE-RJ - Analista do MinistŽrio Pœblico Ð


Processual - 2016 Ð FGV.
Penha foi v’tima de um crime de les‹o corporal leve praticada por seu
companheiro Leopoldo, que n‹o aceitou ver a companheira conversando com
um ex-namorado na rua. Penha comparece ao MinistŽrio Pœblico para narrar
os fatos, sendo oferecida denœncia em face de Leopoldo. Antes do
recebimento da denœncia, Penha novamente comparece ao MinistŽrio Pœblico
e afirma que n‹o mais tem interesse em ver seu companheiro processado
criminalmente. Diante da situa•‹o narrada e das previs›es da Lei n¼
11.340/06, Ž correto afirmar que:
a) a retrata•‹o de Penha ao direito de representa•‹o dever‡ ser ratificada
na presen•a do magistrado, em audi•ncia especialmente designada para
tanto, para gerar a extin•‹o da punibilidade;
b) a vontade de Penha Ž irrelevante, pois, uma vez oferecida representa•‹o,
n‹o cabe sua retrata•‹o, independente do crime praticado quando no
contexto da Lei n¼ 11.340/06;
c) poder‡ ser aplicado a Leopoldo o benef’cio da transa•‹o penal, em raz‹o
da pena prevista ao delito;
d) n‹o cabe retrata•‹o ao direito de representa•‹o no contexto da Lei n¼
11.340/06 ap—s o oferecimento da denœncia;
e) a vontade de Penha Ž irrelevante, tendo em vista que a infra•‹o penal
praticada Ž de natureza pœblica incondicionada.

QUESTÌO 40 - TRT - 8» Regi‹o (PA e AP) - Analista Judici‡rio


- Servi•o Social - 2016 - Cespe.
Maria, com setenta e cinco anos de idade, viœva, com diversos problemas de
saœde, reside com a filha Ana, de quarenta e oito anos de idade, e com o
filho JosŽ, de cinquenta e dois anos de idade. Frequentemente, Maria e Ana
s‹o v’timas de situa•›es de viol•ncia praticadas por JosŽ, dependente de
‡lcool h‡ mais de vinte anos. M‹e e filha, cansadas de serem agredidas f’sica
e verbalmente, foram ˆ pol’cia e fizeram uma denœncia contra JosŽ.
Considerando essa situa•‹o hipotŽtica, assinale a op•‹o correta com base
na Lei Maria da Penha Ñ Lei n.¼ 11.340/2006 Ñ e no Estatuto do Idoso Ñ
Lei n.¼ 10.741/2003.
a) O juiz somente poder‡ determinar o afastamento de JosŽ da resid•ncia
da m‹e ap—s a conclus‹o do inquŽrito policial.
b) Ap—s o registro da ocorr•ncia, a autoridade policial deve conceder, no
prazo de vinte e quatro horas, medida protetiva de urg•ncia.
c) Tanto Maria quanto Ana pode entregar a JosŽ a intima•‹o para
comparecimento deste perante o juiz.
d) O MinistŽrio Pœblico poder‡ determinar que JosŽ seja inclu’do em
programa oficial de tratamento de usu‡rios dependentes de drogas l’citas.

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e) A pris‹o preventiva de JosŽ somente poder‡ ser decretada pelo juiz


quando o inquŽrito policial estiver conclu’do.

QUESTÌO 41 - TRT - 8» Regi‹o (PA e AP) Ð Analista judici‡rio


- Oficial de Justi•a Avaliador Federal Ð 2016 Ð Cespe
(Adaptada).
A coabita•‹o entre os sujeitos ativo e passivo Ž condi•‹o necess‡ria para a
aplica•‹o da Lei Maria da Penha no ‰mbito das rela•›es ’ntimas de afeto.

4.2 Ð Gabarito
1. C 15. E 29. B

2. A 16. A 30. C

3. C 17. C 31. C

4. C 18. E 32. C

5. E 19. C 33. C

6. E 20. C 34. E

7. B 21. E 35. E

8. E 22. C 36. C

9. E 23. B 37. E

10. C 24. B 38. B

11. E 25. E 39. E

12. E 26. E 40. D

13. E 27. C 41. E

14. E 28. A

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4.3 - Quest›es Comentadas


QUESTÌO 01 Ð TJDFT Ð Analista Judici‡rio Ð 2013 Ð Cespe
O Estatuto do Idoso imp›e a todo cidad‹o que tenha testemunhado viola•›es
aos preceitos estabelecidos nesse estatuto ou que delas tenha tomado
conhecimento o dever da delatio criminis perante a autoridade competente.

Coment‡rios
Essa Ž uma obriga•‹o muito importante, imposta a qualquer cidad‹o, prevista no
art. 6¼ do Estatuto do Idoso
Art. 6o Todo cidad‹o tem o dever de comunicar ˆ autoridade competente qualquer forma
de viola•‹o a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

GABARITO: C

QUESTÌO 02 Ð PC-SC Ð Delegado de Pol’cia Ð 2008 Ð Acafe


ÒCr‡cioÓ encontrou o anci‹o ÒMŽvioÓ, 80 anos de idade e inv‡lido, ferido em
consequ•ncia de um desabamento, sem condi•›es de socorrer-se por suas
pr—prias for•as. Dolosamente, deixou de prestar-lhe assist•ncia, embora
fosse poss’vel faz•-lo sem risco pessoal, na expectativa de que outrem o
socorresse. Da omiss‹o resultou a morte de ÒMŽvioÓ. ÒCr‡cioÓ responder‡
por:
a) modalidade especial de omiss‹o de socorro prevista no Estatuto do Idoso
(Lei n. 10.741/03), qualificada pelo resultado morte (preterdolo).
b) crime de omiss‹o de socorro, qualificado pelo resultado morte
(preterdolo), previsto no C—digo Penal.
c) crime de abandono de incapaz, qualificado pelo resultado morte
(preterdolo), previsto no C—digo Penal.
d) crime de homic’dio culposo, com aumento de pena, pois a v’tima era
maior de 60 (sessenta) anos..

Coment‡rios
A reda•‹o do enunciado pode assustar um pouco, mas o crime cometido pelo
agente Ž tipificado pelo art. 97 do Estatuto do Idoso.
Art. 97. Deixar de prestar assist•ncia ao idoso, quando poss’vel faz•-lo sem risco pessoal,
em situa•‹o de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assist•ncia ˆ saœde,
sem justa causa, ou n‹o pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pœblica:
Pena Ð deten•‹o de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Par‡grafo œnico. A pena Ž aumentada de metade, se da omiss‹o resulta les‹o corporal de
natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

GABARITO: A

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QUESTÌO 03 Ð TJ-RJ Ð Titular de Servi•os de Notas e de


Registros Ð 2012 Ð Cetro
ƒ correto afirmar que o ato de lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa
sem discernimento de seus atos, sem a devida representa•‹o legal,
a) Ž um fato at’pico.
b) Ž descrito como contraven•‹o penal, mas n‹o como crime.
c) configura crime tipificado no Estatuto do Idoso.
d) implica exclusivamente a anulabilidade do ato praticado.
e) implica apenas consequ•ncias administrativas a quem lavrou o ato
notarial.

Coment‡rios
Este crime Ž previsto no art. 108 do Estatuto do Idoso.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos,
sem a devida representa•‹o legal:
Pena Ð reclus‹o de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

GABARITO: C

QUESTÌO 04 Ð DPE-BA Ð Defensor Pœblico Ð 2010 Ð Cespe


Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso s‹o vedadas a aplica•‹o das
medidas despenalizadoras da composi•‹o civil dos danos e da transa•‹o,
bem como a incid•ncia das imunidades penais absolutas ou escusas
absolut—rias.

Coment‡rios
Para responder essa quest‹o Ž necess‡rio lembrar do teor do art. 94 do Estatuto
do Idoso, bem como da ADIN n¼ 3.096-5, por meio da foi dada interpreta•‹o
conforme a Constitui•‹o ao dispositivo. Essa interpreta•‹o foi no sentido de que
apenas o procedimento sumar’ssimo previsto pela Lei n¼ 9.099/1995 deve ser
aplicado aos crimes cuja pena Ž de atŽ 4 anos, e n‹o os institutos
despenalizadores (transa•‹o penal, suspens‹o condicional do processo, etc.).
GABARITO: C

QUESTÌO 05 Ð DPE-PI Ð Defensor Pœblico Ð 2009 Ð Cespe


(adaptada)
O agente que retŽm cart‹o magnŽtico de conta banc‡ria relativa a
benef’cios, proventos ou pens‹o do idoso, bem como qualquer outro
documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de
d’vida, deve responder pelo delito de exerc’cio arbitr‡rio das pr—prias raz›es,
com causa geral de aumento de pena.

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Coment‡rios
A reten•‹o de cart‹o magnŽtico do idoso nessa situa•‹o constitui crime
aut™nomo, tipificado pelo art. 104 do Estatuto do Idoso.
Art. 104. Reter o cart‹o magnŽtico de conta banc‡ria relativa a benef’cios, proventos ou
pens‹o do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar
recebimento ou ressarcimento de d’vida:
Pena Ð deten•‹o de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.

GABARITO: E

QUESTÌO 06 Ð DPE-PI Ð Defensor Pœblico Ð 2009 Ð Cespe


(adaptada)
Aquele que induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procura•‹o para fins de administra•‹o de bens deve responder pelo delito
de estelionato, com causa especial de aumento de pena.

Coment‡rios
Essa conduta constitui crime aut™nomo, previsto pelo art. 106 do Estatuto do
Idoso.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procura•‹o para
fins de administra•‹o de bens ou deles dispor livremente:
Pena Ð reclus‹o de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

GABARITO: E

QUESTÌO 07 Ð PC-AP Ð Delegado de Pol’cia Ð 2010 Ð FGV


Relativamente ao Estatuto do Idoso (Lei n¼ 10.741/2003), analise as
afirmativas a seguir:
I. O Estatuto do Idoso Ž destinado a regular os direitos assegurados ˆs
pessoas com idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos.
II. Os crimes definidos no Estatuto do Idoso s‹o de a•‹o penal pœblica
incondicionada, n‹o se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do C—digo Penal.
III. Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso, cuja pena m‡xima privativa
de liberdade n‹o ultrapasse 2 (dois) anos, aplica-se o procedimento previsto
na Lei n¼ 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposi•›es do C—digo Penal e do C—digo de Processo Penal.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

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Coment‡rios
A assertiva I est‡ incorreta porque o Estatuto do Idoso regula os direitos das
pessoas com mais de 60 anos. A assertiva III est‡ errada porque a previs‹o de
aplica•‹o do procedimento sumar’ssimo da Lei n¼ 9.099/1995 trazida pelo
Estatuto do Idoso Ž aplic‡vel aos crimes cuja pena m‡xima Ž de 4 anos de
priva•‹o de liberdade. AlŽm disso, lembre-se de que a express‹o Òdo C—digo
PenalÓ foi considerada inconstitucional pelo STF.
GABARITO: B

QUESTÌO 08 Ð DPE-AL Ð Defensor Pœblico Ð 2009 Ð Cespe


Constitui crime de menor potencial ofensivo abandonar injustificadamente
pessoa idosa em hospital ou casa de saœde.

Coment‡rios
A pena prevista para o crime mencionado Ž de deten•‹o de 6 meses a 3 anos, e
multa. Os crimes de menor potencial ofensivo s‹o aqueles cuja pena m‡xima Ž
de atŽ 2 anos de priva•‹o de liberdade. Lembre-se de que a Lei n¼ 9.099/1995
n‹o se aplica integralmente a esses crimes, mas somente no que diz respeito ao
procedimento sumar’ssimo.
GABARITO: E

QUESTÌO 09 - TJ-SC Ð Juiz de Direito Ð 2015 Ð FCC (adaptada).


As formas de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher est‹o
taxativamente previstas no art. 7o da Lei no 11.340/2006, n‹o sendo objeto
de medidas protetivas de urg•ncia outras sen‹o aquelas elencadas nesse
dispositivo.

Coment‡rios
O pr—prio art. 7¼ da Lei explicita que as formas de viol•ncia domŽstica e familiar
ali previstas n‹o s‹o as œnicas. Isso j‡ torna a quest‹o errada...! J
GABARITO: E

QUESTÌO 10 - PCDF Ð Papiloscopista Policial Ð 2015 Ð


Universa.
Convencido de que havia sido tra’do, Pedro empurrou violentamente sua
esposa contra a parede. Submetida a exame de corpo de delito, constatou-
se a presen•a de les›es corporais de natureza leve praticada em contexto
de viol•ncia domŽstica.
Considerando esse caso hipotŽtico, assinale a alternativa correta acerca dos
juizados especiais criminais e da Lei Maria da Penha.
a) A a•‹o penal ser‡ pœblica condicionada ˆ requisi•‹o do ministro da Justi•a.

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b) ƒ poss’vel a composi•‹o civil dos danos, com estipula•‹o de danos morais


em favor da v’tima, para se evitar a persecu•‹o penal.
c) A a•‹o penal ser‡ pœblica incondicionada.
d) A a•‹o penal ser‡ privada.
e) A a•‹o penal ser‡ pœblica condicionada ˆ representa•‹o da ofendida.

Coment‡rios
A Sœmula 542 do STJ j‡ deixou claro que a a•‹o penal resultante do crime de
les‹o corporal resultante de viol•ncia domŽstica contra a mulher Ž pœblica
incondicionada.
GABARITO: C

QUESTÌO 11 - TJ-CE Ð Analista Judici‡rio Ð 2014 Ð Cespe


(adaptada).
Crime de les‹o corporal leve praticado em contexto de viol•ncia domŽstica
contra a mulher Ž de a•‹o penal pœblica condicionada ˆ representa•‹o da
ofendida.

Coment‡rios
Esses crimes s‹o de a•‹o penal pœblica incondicionada, como j‡ ficou claro em
raz‹o da Sœmula 542 do STJ.
GABARITO: E

QUESTÌO 12 - MPE-PE Ð Promotor de Justi•a Ð 2014 Ð FCC.


Nas a•›es penais abrangidas pela chamada Lei Maria da Penha, admiss’vel
a renœncia ˆ representa•‹o da ofendida perante o juiz, em audi•ncia
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da
denœncia e ouvido o MinistŽrio Pœblico,
a) nos crimes cometidos sem viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa.
b) em qualquer crime.
c) apenas no crime de les‹o corporal leve.
d) nos crimes de les‹o corporal leve e de amea•a.
e) no crime de amea•a.

Coment‡rios
Voc• j‡ sabe que o STF julgou inconstitucional o art. 16 em rela•‹o aos crimes
de les‹o, mas a regra continua valendo em rela•‹o aos crimes de amea•a e contra
a dignidade sexual.
GABARITO: E

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QUESTÌO 13 - MPE-SC Ð Promotor de Justi•a Ð 2014 Ð FEPESE.


O crime de les‹o corporal com viol•ncia domŽstica somente pode ser
praticado contra c™njuge ou companheira, com quem o autor da agress‹o
conviva ou tenha convivido na Žpoca dos fatos.

Coment‡rios
A aplica•‹o da Lei Maria da Penha independe de coabita•‹o do agressor com a
v’tima e tambŽm independe de orienta•‹o sexual.
GABARITO: E

QUESTÌO 14 - TJ-PR Ð Titular de Servi•os de Notas e de


Registros Ð 2014 Ð IBFC (adaptada).
ƒ vedada a aplica•‹o, nos casos de viol•ncia domŽstica e familiar contra a
mulher, de penas de cesta b‡sica ou outras de presta•‹o pecuni‡ria, sendo
admiss’vel, entretanto, a substitui•‹o de pena que implique o pagamento
isolado de multa.

Coment‡rios
Cuidado aqui hein? O art. 17 da Lei Maria da Penha veda a aplica•‹o de penas de
cesta b‡sica ou outras de presta•‹o pecuni‡ria, bem como a substitui•‹o de pena
que implique o pagamento isolado de multa.
GABARITO: E

QUESTÌO 15 - TJ-DF Ð Oficial de Justi•a Ð 2013 Ð Cespe.


Consoante o que disp›e a Lei Maria da Penha, a a•‹o penal para apurar
qualquer crime perpetrado nas circunst‰ncias descritas nessa lei ser‡ pœblica
incondicionada, devendo o feito tramitar obrigatoriamente em segredo de
justi•a.

Coment‡rios
Agora nos aparece uma quest‹o trai•oeira. Preste bastante aten•‹o ˆ forma como
a assertiva foi escrita. A express‹o Òconsoante o que disp›e a lei...Ó torna
necess‡rio que voc• conhe•a n‹o s— a posi•‹o dos tribunais superiores sobre o
assunto, mas tambŽm o que est‡ efetivamente escrito na lei. Embora a posi•‹o
do STF seja no sentido de que os crimes que envolvam viol•ncia domŽstica e
familiar contra a mulher s‹o de a•‹o penal pœblica incondicionada, o texto do art.
16 nos d‡ o entendimento de que h‡ crimes cuja a•‹o penal depende de
representa•‹o da ofendida.
GABARITO: E

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QUESTÌO 16 - PC-RJ Ð Oficial de Cart—rio Ð 2013 Ð IBFC.


Com fundamento nas disposi•›es da Lei n. 11.340/2006 (ÒLei Maria da
PenhaÓ) e em decis‹o proferida pelo Supremo Tribunal Federal em sede de
A•‹o Direta de Inconstitucionalidade, podemos afirmar corretamente que as
les›es corporais geradas na mulher em decorr•ncia de viol•ncia domŽstica,
constituem crime de:
a) A•‹o penal pœblica incondicionada, independentemente da natureza da
les‹o.
b) A•‹o penal pœbica condicionada, sendo admitida a renœncia ao direito de
representa•‹o somente perante o juiz.
c) A•‹o penal privada personal’ssima, devendo existir manifesta•‹o
expressa da v’tima no sentido de intentar a queixa- crime.
d) A•‹o penal pœblica condicionada ˆ representa•‹o nos casos de les‹o leve
e pœblica incondicionada em se tratando de les‹o grave ou grav’ssima.
e) A•‹o penal privada exclusiva, podendo o representante legal da v’tima
incapaz propor a queixa-crime, independentemente da natureza da les‹o
sofrida.

Coment‡rios
Na aula de hoje voc• aprendeu que o STF decidiu que a a•‹o penal nos crimes
de viol•ncia familiar e domŽstica contra a mulher Ž pœblica incondicionada.
GABARITO: A

QUESTÌO 17 - PC-SP Ð Investigador de Pol’cia Ð 2013 Ð


VUNESP.
Fulano, casado com Ciclana, num momento de discuss‹o no lar, destruiu
parte dos instrumentos de trabalho de sua esposa. Considerando a conduta
de Fulano em face do disposto na Lei Maria da Penha, pode-se afirmar que
a) Fulano, pela sua conduta, poder‡ ser submetido ˆ pena de pagamento de
cestas b‡sicas em favor de entidades assistenciais.
b) Fulano n‹o se sujeitar‡ ˆs penas da Lei Maria da Penha, pois a sua conduta
ocorreu apenas dentro do ambiente familiar.
c) Fulano estar‡ sujeito ˆ pris‹o preventiva, a ser decretada pelo juiz, de
of’cio, a requerimento do MinistŽrio Pœblico ou mediante representa•‹o da
autoridade policial.
d) Fulano n‹o poder‡ ser processado pela Lei Maria da Penha, tendo em vista
que esta se destina a proteger a mulher contra agress›es f’sicas, psicol—gicas
ou morais, mas n‹o patrimoniais.
e) Ciclana ter‡ direito a obter medida judicial protetiva de urg•ncia contra
Fulano, podendo entregar pessoalmente a intima•‹o da respectiva medida
ao seu marido.

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Coment‡rios
A quest‹o trata de um caso claro de viol•ncia patrimonial e, portanto, a Lei Maria
da Penha Ž perfeitamente aplic‡vel. Da’ j‡ sabemos que as alternativas B e D
est‹o incorretas. A alternativa A est‡ incorreta porque a Lei n‹o prev• o
pagamento de cestas b‡sicas como pena. A alternativa E est‡ incorreta porque a
mulher v’tima de viol•ncia n‹o deve entregar pessoalmente intima•‹o ou
notifica•‹o ao agressor, nos termos do art. 21.
Apenas uma observa•‹o quanto ˆ letra C, que Ž a nossa resposta: normalmente
o Juiz s— pode decretar pris‹o preventiva durante a fase processual. A Lei Maria
da Penha abre uma exce•‹o, permitindo que isso ocorra ainda no curso do
inquŽrito policial.
GABARITO: C

QUESTÌO 18 - PC-SP Ð Escriv‹o Ð 2013 Ð VUNESP.


Assinale a alternativa que est‡ de acordo com o disposto na Lei Maria da
Penha (Lei n.¼ 11.340/2006).
a) Em qualquer fase do inquŽrito policial ou da instru•‹o criminal, caber‡ a
pris‹o preventiva do agressor, a ser decretada pela autoridade policial
competente, desde que esta entenda urgente e indispens‡vel a sua
aplica•‹o.
b) Nos casos de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher, poder‹o ser
aplicadas ao rŽu as penas de deten•‹o, reclus‹o, de pagamento de cesta
b‡sica ou outras de presta•‹o pecuni‡ria, bem como a imposi•‹o de multa.
c) Constatada a pr‡tica de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher,
poder‡ ser aplicada ao agressor, entre outras, a medida protetiva de
urg•ncia de afastamento do lar, domic’lio ou local de conviv•ncia com a
ofendida, podendo a intima•‹o ser entregue pela ofendida diretamente ao
agressor.
d) No atendimento ˆ mulher em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar,
a autoridade policial dever‡, entre outras provid•ncias, conceder-lhe as
medidas protetivas de urg•ncia cab’veis no caso.
e) O juiz assegurar‡ ˆ mulher em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar,
para preservar sua integridade f’sica e psicol—gica, a manuten•‹o do v’nculo
trabalhista, quando necess‡rio o afastamento do local de trabalho, por atŽ
seis meses.

Coment‡rios
A alternativa A est‡ incorreta porque a pris‹o preventiva do agressor s— pode ser
decretada pelo Juiz, de of’cio, a requerimento do MinistŽrio Pœblico ou mediante
representa•‹o da autoridade policial. A alternativa B est‡ incorreta porque, no
que se refere aos crimes de viol•ncia contra a mulher, Ž proibida a aplica•‹o de
penas de cesta b‡sica ou outras de presta•‹o pecuni‡ria, bem como a
substitui•‹o de pena que implique o pagamento isolado de multa. A alternativa

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C est‡ incorreta porque a ofendida n‹o poder‡ entregar intima•‹o ou notifica•‹o


ao agressor. A alternativa D est‡ incorreta porque as medidas protetivas s—
poder‹o ser concedidas pelo Juiz, a requerimento do MinistŽrio Pœblico ou a
pedido da ofendida.
GABARITO: E

QUESTÌO 19 - PC-AL Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2012 Ð Cespe.


Conforme a referida lei, consideram-se viol•ncia sexual as a•›es ou
omiss›es que impe•am a mulher de usar qualquer mŽtodo contraceptivo ou
que a forcem ˆ gravidez, ao aborto ou ˆ prostitui•‹o, mediante coa•‹o,
chantagem, suborno ou manipula•‹o.

Coment‡rios
Vamos relembrar a defini•‹o de viol•ncia sexual trazida pela Lei Maria da Penha.

Qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a


participar de rela•‹o sexual n‹o desejada, mediante
intimida•‹o, amea•a, coa•‹o ou uso da for•a; que a induza a
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
que a impe•a de usar qualquer mŽtodo contraceptivo ou que a
VIOLæNCIA force ao matrim™nio, ˆ gravidez, ao aborto ou ˆ prostitui•‹o,
SEXUAL mediante coa•‹o, chantagem, suborno ou manipula•‹o; ou que
limite ou anule o exerc’cio de seus direitos sexuais e
reprodutivos è A identifica•‹o da viol•ncia sexual no meio
conjugal representa inova•‹o, pois o sexo sempre foi
tradicionalmente considerado como uma obriga•‹o decorrente
do matrim™nio.

GABARITO: C

QUESTÌO 20 - PC-AL Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2012 Ð Cespe.


ƒ expressamente previsto na lei o dever de a autoridade policial acompanhar
a ofendida, de forma a assegurar-lhe, se houver necessidade, o direito de
retirar seus pertences do local da ocorr•ncia ou do domic’lio familiar.

Coment‡rios
O art. 11 da Lei n¡ 11.340/2006 estabelece claramente o dever da autoridade
policial de, se necess‡rio, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de
seus pertences do local da ocorr•ncia ou do domic’lio familiar.
GABARITO: C

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QUESTÌO 21 - PC-AL Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2012 Ð Cespe.


A Lei Maria da Penha incide apenas nos casos em que a viol•ncia domŽstica
e familiar contra a mulher, que consiste em a•‹o ou omiss‹o, baseada no
g•nero, que resulte em morte, les‹o, sofrimento f’sico, sexual ou psicol—gico
e dano moral ou patrimonial, Ž praticada no ‰mbito da unidade domŽstica.

Coment‡rios
A Lei Maria da Penha abrange a viol•ncia ocorrida no ‰mbito da unidade
domŽstica, no ‰mbito da fam’lia, e em qualquer rela•‹o ’ntima de afeto,
independente de coabita•‹o. Vamos relembrar os conceitos?

O QUE ƒ?

No ‰mbito da unidade domŽstica


à espa•o de conv’vio permanente de
pessoas, com ou sem v’nculo
familiar, inclusive as
A•‹o ou omiss‹o esporadicamente agregadas
VIOLæNCIA baseada no
DOMƒSTICA E g•nero que lhe No ‰mbito da fam’lia à
FAMILIAR cause morte, les‹o, comunidade formada por indiv’duos
CONTRA A sofrimento f’sico, que s‹o ou se consideram
MULHER sexual ou aparentados, unidos por la•os
psicol—gico e dano naturais, por afinidade ou por
moral ou vontade expressa
patrimonial
Em qualquer rela•‹o ’ntima de
afeto à na qual o agressor conviva
ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabita•‹o

GABARITO: E

QUESTÌO 22 - TJ-AC Ð TŽcnico Judici‡rio Ð 2012 Ð Cespe.


Para a caracteriza•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher,
conceitua-se como unidade domŽstica o local onde haja o conv’vio
permanente de pessoas, inclusive as esporadicamente agregadas, em t’pico
ambiente familiar, sem necessidade de v’nculo natural ou civil.

Coment‡rios
A defini•‹o de unidade domŽstica est‡ de acordo com o art. 5o da Lei Maria da
Penha.

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GABARITO: C

QUESTÌO 23 - CGU Ð Analista de Finan•as e Controle Ð


Preven•‹o da Corrup•‹o e Ouvidoria Ð 2012 Ð ESAF.
Em observ‰ncia ao Princ’pio da Dignidade da Pessoa Humana o Estado,
buscando tutelar os direitos da mulher e prevenir situa•‹o de viol•ncia
praticada contra ela no ‰mbito familiar e domŽstico, editou a denominada
Lei ÒMaria da PenhaÓ. Assim, nos termos do referido diploma legal, Ž correto
afirmar que
a) o Estado, ao explicitar formas de viol•ncia que podem ser empregadas
contra a mulher, n‹o fez alus‹o aos instrumentos de trabalho.
b) a mulher n‹o pode ser demitida, dispensada ou exonerada quando
precisar ficar afastada do local do trabalho, por atŽ seis meses.
c) faculta-se a aplica•‹o de pena alternativa quando da agress‹o resultar
les‹o de natureza leve.
d) ˆ mulher servidora pœblica integrante da administra•‹o direta Ž facultada
a prioriza•‹o de utiliza•‹o de licen•a pr•mio.
e) as medidas protetivas de urg•ncia somente ser‹o concedidas pelo juiz
quando requeridas pela autoridade policial ou pelo MinistŽrio Pœblico.

Coment‡rios
A alternativa A est‡ incorreta porque a viol•ncia patrimonial, como definida pela
lei, tambŽm diz respeito aos instrumentos de trabalho da mulher. A alternativa C
est‡ incorreta porque o art. 17 veda a aplica•‹o, nos casos de viol•ncia domŽstica
e familiar contra a mulher, de penas de cesta b‡sica ou outras de presta•‹o
pecuni‡ria, bem como a substitui•‹o de pena que implique o pagamento isolado
de multa. A alternativa D est‡ incorreta porque a lei n‹o menciona a licen•a
pr•mio, que inclusive j‡ extinta h‡ muitos anos no n’vel federal. A alternativa E
est‡ incorreta porque as medidas podem ser decretadas pela autoridade judici‡ria
de of’cio, nos termos do art. 20.
GABARITO: B

QUESTÌO 24 - MPE-RO Ð Analista Processual Ð 2012 Ð


FUNCAB.
Segundo a Lei de Viol•ncia DomŽstica (Lei n¡ 11.340/06), o MinistŽrio
Pœblico dever‡:
a) intervir, quando n‹o for parte, nas causas criminais, sendo dispensada
sua interven•‹o nas causas c’veis decorrentes da viol•ncia domŽstica e
familiar contra a mulher.
b) cadastrar os casos de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher.

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c) determinar, por prazo certo, a inclus‹o da mulher em situa•‹o de viol•ncia


domŽstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo
federal, estadual e municipal.
d) encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou
comunit‡rio de prote•‹o ou de atendimento.
e) assegurar ˆ mulher em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e familiar, para
preservar sua integridade f’sica e psicol—gica, acesso priorit‡rio ˆ remo•‹o,
quando servidora pœblica, integrante da administra•‹o direta ou indireta.

Coment‡rios
A atua•‹o do MinistŽrio Pœblico Ž disciplinada pelos arts. 25 e 26 da lei. A
alternativa A est‡ incorreta porque o MP intervŽm tanto nas causas criminais
quanto nas c’veis decorrentes de viol•ncia domŽstica contra a mulher. A
alternativa C est‡ incorreta porque expressa uma compet•ncia do Juiz. A
alternativa D trata de uma compet•ncia da autoridade policial. A alternativa E
trata de uma compet•ncia do Juiz.
GABARITO: B

QUESTÌO 25 - SES-DF Ð Enfermeiro Ð 2011 Ð Universa


(adaptada).
A viol•ncia domŽstica contra a mulher compreende a viol•ncia psicol—gica,
entendida como qualquer ofensa que configure calœnia, difama•‹o ou injœria.

Coment‡rios
Mais uma vez a banca tenta enganar voc• mencionando a viol•ncia psicol—gica,
mas trazendo a defini•‹o de viol•ncia moral.
GABARITO: E

QUESTÌO 26 - SEPLAG-DF Ð Analista Ð Servi•o Social Ð 2010 Ð


Universa.
Na Lei Maria da Penha, est‡ prevista a assist•ncia ˆ mulher em situa•‹o de
viol•ncia domŽstica e familiar, coadunada aos direitos sociais. Assinale a
alternativa que n‹o representa um tipo de assist•ncia oferecida pela Lei
Maria da Penha.
a) Acesso ao Sistema ònico de Seguran•a Pœblica.
b) Acesso aos benef’cios decorrentes do desenvolvimento cient’fico e
tecnol—gico, incluindo os servi•os de contracep•‹o de emerg•ncia.
c) Acesso ˆ profilaxia das doen•as sexualmente transmiss’veis (DST) e da
S’ndrome da Imunodefici•ncia Adquirida (AIDS).
d) Acesso a procedimentos mŽdicos necess‡rios e cab’veis nos casos de
viol•ncia sexual.
e) Acesso ao benef’cio emergencial para v’timas de viol•ncia.

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Coment‡rios
O rol de medidas de assist•ncia consta no art. 9o, ¤3o. A œnica medida que n‹o
consta no rol Ž o acesso a benef’cio emergencial.
GABARITO: E

QUESTÌO 27 - MPE-GO Ð Assistente Social Ð 2010 Ð Universa.


A Lei Maria da Penha, criada em 2006, protege as mulheres da viol•ncia
domŽstica e representa um avan•o na legisla•‹o brasileira. Entre as
inova•›es legais, est‡ a impossibilidade de a v’tima retirar a queixa de
agress‹o, a n‹o ser que isso seja feito perante o juiz, em audi•ncia marcada
exclusivamente com este fim. Assinale a alternativa que n‹o corresponde a
uma forma de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher definida na Lei
Maria da Penha.
a) A viol•ncia f’sica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saœde corporal.
b) A viol•ncia psicol—gica, entendida como qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminui•‹o da auto-estima ou que lhe prejudique e
perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
a•›es, comportamentos, cren•as e decis›es, mediante amea•a,
constrangimento, humilha•‹o, manipula•‹o, isolamento, vigil‰ncia
constante, persegui•‹o contumaz, insulto, chantagem, ridiculariza•‹o,
explora•‹o e limita•‹o do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe
cause preju’zo ˆ saœde psicol—gica e ˆ autodetermina•‹o.
c) A viol•ncia domŽstica, entendida como qualquer conduta que configure
reten•‹o, subtra•‹o, destrui•‹o parcial ou total de seus objetos,
instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econ™micos, incluindo os destinados a satisfazer suas
necessidades.
d) A viol•ncia sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de rela•‹o sexual n‹o desejada,
mediante intimida•‹o, amea•a, coa•‹o ou uso da for•a; que a induza a
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a
impe•a de usar qualquer mŽtodo contraceptivo ou que a force ao
matrim™nio, ˆ gravidez, ao aborto ou ˆ prostitui•‹o, mediante coa•‹o,
chantagem, suborno ou manipula•‹o; ou que limite ou anule o exerc’cio de
seus direitos sexuais e reprodutivos.
e) A viol•ncia moral, entendida como qualquer conduta que configure
calœnia, difama•‹o ou injœria.

Coment‡rios
Nossa resposta Ž alternativa C, pois a banca menciona a viol•ncia domŽstica, que
Ž g•nero, mas na realidade traz a defini•‹o da viol•ncia patrimonial.
GABARITO: C

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QUESTÌO 28 - TJ-MT Ð Juiz de Direito Ð 2009 Ð VUNESP.


Em rela•‹o aos crimes contra a viol•ncia domŽstica, analise as afirma•›es e
em seguida assinale a alternativa correta.
I. Por expressa determina•‹o legal n‹o se aplicam aos crimes praticados
com viol•ncia domŽstica os dispositivos da Lei n.¼ 9.099/95.
II. O juiz, ao constatar a pr‡tica de viol•ncia domŽstica, poder‡ determinar
que o agressor n‹o tenha contato com a ofendida.
III. Os crimes contra a viol•ncia domŽstica ser‹o julgados perante o Juizado
Especial Criminal e ter‹o prioridade no julgamento.
a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
c) II e III, somente.
d) somente I.
e) somente II.

Coment‡rios
A assertiva I est‡ correta, pois o art. 41 da Lei Maria da Penha determina que
aos crimes praticados com viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, n‹o se aplica a Lei no 9.099/1995. A
assertiva II est‡ correta, pois, de acordo com o art. 22, o juiz pode determinar
que o agressor n‹o mantenha contato com a ofendida, dentre outras medidas. A
assertiva III est‡ incorreta, pois o art. 14 faculta a cria•‹o de juizados espec’ficos
para o julgamento e execu•‹o das causas decorrentes da pr‡tica de viol•ncia
domŽstica e familiar contra a mulher. Lembre-se, porŽm, de que o STF j‡ se
manifestou no sentido de que eles n‹o s‹o —rg‹os competentes para julgar os
crimes cometidos no ‰mbito da Lei Maria da Penha.
GABARITO: A

QUESTÌO 29 - TJ-SE Ð Analista Judici‡rio Ð Psicologia Ð 2009


Ð FCC.
A Lei no 11.340/06 que cria mecanismos para coibir a viol•ncia domŽstica e
familiar contra a mulher prev• que
a) ser‡ considerado autor apenas o indiv’duo que coabita com a v’tima.
b) ser‡ considerado autor n‹o apenas aquele que coabita com a v’tima, mas
que tenha rela•‹o domŽstica e familiar.
c) a v’tima declare antecipadamente quais s‹o seus parentes residentes no
munic’pio sob pena de ser acusada de desajuste emocional.
d) ser‡ considerado autor apenas o indiv’duo que tenha com a v’tima um
grau de parentesco.

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e) a v’tima n‹o pode denunciar como sendo viol•ncia domŽstica a agress‹o


que ocorreu fora do ‰mbito de sua resid•ncia.

Coment‡rios
A alternativa A est‡ incorreta porque o autor n‹o precisa coabitar com a v’tima.
A alternativa C est‡ incorreta porque n‹o faz o menor sentido... A alternativa D
est‡ incorreta porque o autor n‹o precisa ser parente da v’tima. Diga-se de
passagem que c™njuges n‹o s‹o considerados parentes para o Direito Civil, ok?
A alternativa E est‡ incorreta porque a viol•ncia pode ocorrer em diferentes
locais.
GABARITO: B

QUESTÌO 30 - PM-DF Ð Soldado Combatente Ð 2009 Ð Cespe.


Uma mulher solicitou apoio policial sob alega•‹o de que seu esposo lhe
agredira minutos antes, provocando-lhe les›es corporais de natureza leve.
Ap—s breves dilig•ncias, o autor foi localizado e apresentado, sem qualquer
resist•ncia, ˆ autoridade policial, perante a qual assumiu ter agredido
fisicamente a esposa com o cabo de um fac‹o. Nessa situa•‹o, pode a
autoridade policial agir de of’cio e adotar as provid•ncias legais cab’veis,
independentemente de representa•‹o da v’tima.

Coment‡rios
Apesar de o art. 16 da Lei n¡ 11.343/2006 mencionar a necessidade de
representa•‹o da v’tima, o STF j‡ decidiu que os crimes de les‹o processados no
‰mbito da Lei Maria da Penha devem ser considerados de a•‹o penal pœblica
incondicionada.
GABARITO: C

QUESTÌO 31 - MPE-SP Ð Promotor de Justi•a Ð 2008 Ð


VUNESP.
Nos termos da Lei n.¼ 11.340/06 (Lei contra a viol•ncia domŽstica e familiar
contra a mulher), assinale a alternativa incorreta.
a) A lei compreende o dano patrimonial ˆ mulher.
b) A lei compreende o dano moral ˆ mulher.
c) A coabita•‹o entre os sujeitos ativo e passivo Ž condi•‹o para a aplica•‹o
da lei.
d) A empregada domŽstica pode ser sujeito passivo.
e) O parentesco entre os sujeitos ativo e passivo n‹o Ž condi•‹o para a
aplica•‹o da lei.

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Coment‡rios
A œnica alternativa errada Ž a letra C. Voc• j‡ sabe que o STJ decidiu que n‹o Ž
necess‡rio que haja coabita•‹o para que seja aplicada a Lei Maria da Penha.
GABARITO: C

QUESTÌO 32 - STJ Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


A possibilidade real de o acusado de pr‡tica de crime contra a mulher no
‰mbito domŽstico e familiar cumprir amea•as de morte dirigidas a sua ex-
esposa basta como fundamento para a sua segrega•‹o, sobretudo ante a
disciplina protetiva da Lei Maria da Penha, que visa a prote•‹o da saœde
mental e f’sica da mulher.

Coment‡rios
A Lei n¡ 11.343/2006 autoriza expressamente a decreta•‹o da pris‹o preventiva
do agressor. Para responder corretamente a quest‹o, tambŽm Ž necess‡rio ter
em mente que a Lei Maria da Penha tambŽm determina a puni•‹o da agress‹o
psicol—gica.
GABARITO: C

QUESTÌO 33 - TJDFT Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


Nos casos de viol•ncia domŽstica contra a mulher, o juiz pode determinar o
comparecimento obrigat—rio do agressor a programas de recupera•‹o e
reeduca•‹o.

Coment‡rios
A Lei Maria da Penha operou uma modifica•‹o na Lei de Execu•›es Penais, de
forma a autorizar expressamente o magistrado a determinar o comparecimento
obrigat—rio do agressor a programas de recupera•‹o e reeduca•‹o.
GABARITO: C

QUESTÌO 34 - TJDFT Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


No atendimento a v’timas de viol•ncia, deve-se adotar o que preconiza a Lei
Maria da Penha: para agilizar o processo de denœncia, cabe ˆ v’tima entregar
pessoalmente a intima•‹o ao agressor.

Coment‡rios
A Lei Maria da Penha pro’be expressamente que a v’tima entregue intima•‹o ao
agressor. Esse tipo de determina•‹o por parte do Poder Judici‡rio ofenderia toda
a sistem‡tica protetiva estabelecida pela lei.
GABARITO: E

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QUESTÌO 35 - STF Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


Em caso de viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher, caber‹o medidas
protetivas de urg•ncia, que poder‹o ser concedidas pelo juiz, a requerimento
do MP ou a pedido da ofendida, devendo necessariamente o juiz ouvir as
partes e o MP antes da decis‹o sobre as medidas.

Coment‡rios
As medidas protetivas de urg•ncia poder‹o ser concedidas de imediato,
independente de audi•ncia das partes e de manifesta•‹o do MinistŽrio Pœblico,
devendo este ser prontamente comunicado.
GABARITO: E

QUESTÌO 36 - TJDFT Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


Aos crimes praticados com viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher,
previstos na Lei Maria da Penha, independentemente da pena prevista, n‹o
se aplica a Lei dos Juizados Especiais Criminais.

Coment‡rios
A Lei Maria da Penha contŽm dispositivo expresso proibindo a aplica•‹o da Lei n¡
9.099/1995. A constitucionalidade desse dispositivo, inclusive, j‡ foi confirmada
pelo STF.
GABARITO: C

QUESTÌO 37 - MPE-SC - Promotor de Justi•a Ð Matutina Ð 2016


- MPE-SC.
Segundo o art. 18 da Lei n. 11.340/06 (Maria da Penha), recebido o
expediente com o pedido da ofendida, caber‡ ao juiz, no prazo m‡ximo de
vinte e quatro horas: conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as
medidas protetivas de urg•ncia; determinar o encaminhamento da ofendida
ao —rg‹o de assist•ncia judici‡ria, quando for o caso; comunicar ao MinistŽrio
Pœblico para que adote as provid•ncias cab’veis.

Coment‡rios
O erro da quest‹o est‡ no prazo. A autoridade policial ter‡ prazo de 48 horas
para remeter ao juiz o pedido da ofendida para concess‹o de medidas protetivas
de urg•ncia. Recebido o pedido, o juiz ter‡ mais 48 horas para decidir.
GABARITO: E

QUESTÌO 38 - Prefeitura de Fortaleza Ð CE Ð Psicologia Ð 2016


- Prefeitura de Fortaleza Ð CE.
De acordo com a Lei n¼ 11.340, de 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da
Penha, assinale a alternativa correta quanto as Medidas Protetivas de
Urg•ncia ao Agressor.

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a) Pris‹o em 48 horas e afastamento tempor‡rio do lar, domic’lio ou local de


conviv•ncia com a ofendida.
b) Restri•‹o ou suspens‹o de visitas aos dependentes menores, ouvindo a
equipe de atendimento multidisciplinar ou servi•o similar.
c) Determina•‹o da separa•‹o de corpos.
d) Determina•‹o do afastamento da mulher e seus filhos do lar, sem preju’zo
dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos.

Coment‡rios
A alternativa A est‡ incorreta porque n‹o existe essa previs‹o de praz o de 48h
para decreta•‹o da pris‹o. Na realidade, a pris‹o preventiva poder‡ ser decretada
em qualquer fase do inquŽrito policial ou da instru•‹o criminal. A alternativa C
est‡ incorreta porque a separa•‹o e corpos Ž medida de urg•ncia com rela•‹o ˆ
ofendida. A alternativa D est‡ incorreta porque, mais uma vez, a determina•‹o
do afastamento da mulher e seus filhos do lar, sem preju’zo dos direitos relativos
a bens, guarda dos filhos e alimentos Ž medida de urg•ncia com rela•‹o ˆ
ofendida.
GABARITO: B

QUESTÌO 39 - MPE-RJ - Analista do MinistŽrio Pœblico Ð


Processual - 2016 Ð FGV.
Penha foi v’tima de um crime de les‹o corporal leve praticada por seu
companheiro Leopoldo, que n‹o aceitou ver a companheira conversando com
um ex-namorado na rua. Penha comparece ao MinistŽrio Pœblico para narrar
os fatos, sendo oferecida denœncia em face de Leopoldo. Antes do
recebimento da denœncia, Penha novamente comparece ao MinistŽrio Pœblico
e afirma que n‹o mais tem interesse em ver seu companheiro processado
criminalmente. Diante da situa•‹o narrada e das previs›es da Lei n¼
11.340/06, Ž correto afirmar que:
a) a retrata•‹o de Penha ao direito de representa•‹o dever‡ ser ratificada
na presen•a do magistrado, em audi•ncia especialmente designada para
tanto, para gerar a extin•‹o da punibilidade;
b) a vontade de Penha Ž irrelevante, pois, uma vez oferecida representa•‹o,
n‹o cabe sua retrata•‹o, independente do crime praticado quando no
contexto da Lei n¼ 11.340/06;
c) poder‡ ser aplicado a Leopoldo o benef’cio da transa•‹o penal, em raz‹o
da pena prevista ao delito;
d) n‹o cabe retrata•‹o ao direito de representa•‹o no contexto da Lei n¼
11.340/06 ap—s o oferecimento da denœncia;
e) a vontade de Penha Ž irrelevante, tendo em vista que a infra•‹o penal
praticada Ž de natureza pœblica incondicionada.

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Coment‡rios
Esta quest‹o enfatiza um aspecto importante dos crimes que envolvem a
viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher. Segundo a jurisprud•ncia dos
Tribunais Superiores, estamos falando de crimes de a•‹o penal pœblica
incondicionada, ou seja, o oferecimento da a•‹o penal independe de qualquer ato
da v’tima.
GABARITO: E

QUESTÌO 40 - TRT - 8» Regi‹o (PA e AP) - Analista Judici‡rio


- Servi•o Social - 2016 - Cespe.
Maria, com setenta e cinco anos de idade, viœva, com diversos problemas de
saœde, reside com a filha Ana, de quarenta e oito anos de idade, e com o
filho JosŽ, de cinquenta e dois anos de idade. Frequentemente, Maria e Ana
s‹o v’timas de situa•›es de viol•ncia praticadas por JosŽ, dependente de
‡lcool h‡ mais de vinte anos. M‹e e filha, cansadas de serem agredidas f’sica
e verbalmente, foram ˆ pol’cia e fizeram uma denœncia contra JosŽ.
Considerando essa situa•‹o hipotŽtica, assinale a op•‹o correta com base
na Lei Maria da Penha Ñ Lei n.¼ 11.340/2006 Ñ e no Estatuto do Idoso Ñ
Lei n.¼ 10.741/2003.
a) O juiz somente poder‡ determinar o afastamento de JosŽ da resid•ncia
da m‹e ap—s a conclus‹o do inquŽrito policial.
b) Ap—s o registro da ocorr•ncia, a autoridade policial deve conceder, no
prazo de vinte e quatro horas, medida protetiva de urg•ncia.
c) Tanto Maria quanto Ana pode entregar a JosŽ a intima•‹o para
comparecimento deste perante o juiz.
d) O MinistŽrio Pœblico poder‡ determinar que JosŽ seja inclu’do em
programa oficial de tratamento de usu‡rios dependentes de drogas l’citas.
e) A pris‹o preventiva de JosŽ somente poder‡ ser decretada pelo juiz
quando o inquŽrito policial estiver conclu’do.

Coment‡rios
A alternativa A est‡ incorreta porque o afastamento de JosŽ da resid•ncia pode
ser decretado imediatamente pelo juiz, nos termos do art. 22, II. A alternativa
B est‡ incorreta porque o prazo de 48h Ž concedido pela lei ˆ autoridade policial
para que remeta expediente ao juiz com o pedido da ofendida para concess‹o
de medidas protetivas de urg•ncia. A alternativa C est‡ incorreta porque a lei
pro’be que a ofendida entregue intima•‹o ou notifica•‹o ao agressor (art. 21).
A alternativa E est‡ incorreta porque a pris‹o preventiva poder‡ ser decretada a
qualquer tempo pelo juiz (art. 20).

GABARITO: D

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QUESTÌO 41 - TRT - 8» Regi‹o (PA e AP) Ð Analista judici‡rio


- Oficial de Justi•a Avaliador Federal Ð 2016 Ð Cespe
(Adaptada).
A coabita•‹o entre os sujeitos ativo e passivo Ž condi•‹o necess‡ria para a
aplica•‹o da Lei Maria da Penha no ‰mbito das rela•›es ’ntimas de afeto.

Coment‡rios
A jurisprud•ncia do STF j‡ Ž pac’fica no sentido de que, para que se configurem
os crimes envolvendo viol•ncia domŽstica e familiar contra a mulher, n‹o Ž
necess‡rio que haja coabita•‹o entre o sujeito ativo e a v’tima.

GABARITO: E

5 - Resumo da Aula
Para finalizar o estudo da matŽria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugest‹o Ž a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao in’cio da aula seguinte, como forma de
ÒrefrescarÓ a mem—ria. AlŽm disso, segundo a organiza•‹o de
estudos de voc•s, a cada ciclo de estudos Ž fundamental
retomar esses resumos.

O Estatuto do Idoso regula os direitos das pessoas com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos.

Ð Encaminhamento ˆ fam’lia ou curador, mediante termo


de responsabilidade;
Ð Orienta•‹o, apoio e acompanhamento tempor‡rios;
Ð Requisi•‹o para tratamento de sua saœde, em regime
MEDIDAS PROTETIVAS ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
PREVISTAS PELO Ð Inclus‹o em programa oficial ou comunit‡rio de aux’lio,
ESTATUTO DO IDOSO orienta•‹o e tratamento a usu‡rios dependentes de
drogas l’citas ou il’citas, ao pr—prio idoso ou ˆ pessoa de
sua conviv•ncia que lhe cause perturba•‹o;
Ð Abrigo em entidade;
Ð Abrigo tempor‡rio.

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A Lei n¼ 9.099/1995 deve ser aplicada aos crimes previstos no Estatuto do Idoso,
quando a pena m‡xima n‹o ultrapassar 4 anos. Entretanto, essa aplica•‹o deve
ocorrer apenas no que diz respeito ao procedimento sumar’ssimo, e n‹o ˆs
medidas despenalizadoras.

CRIMES CONTRA OS IDOSOS

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, Art. 97. Deixar de prestar


impedindo ou dificultando seu acesso a assist•ncia ao idoso, quando poss’vel
opera•›es banc‡rias, aos meios de faz•-lo sem risco pessoal, em situa•‹o
transporte, ao direito de contratar ou por de iminente perigo, ou recusar,
qualquer outro meio ou instrumento retardar ou dificultar sua assist•ncia ˆ
necess‡rio ao exerc’cio da cidadania, por saœde, sem justa causa, ou n‹o pedir,
motivo de idade: nesses casos, o socorro de autoridade
pœblica:
Pena Ð reclus‹o de 6 (seis) meses a
1 (um) ano e multa. Pena Ð deten•‹o de 6 (seis) meses
a 1 (um) ano e multa.
¤ 1o Na mesma pena incorre quem
desdenhar, humilhar, menosprezar ou Par‡grafo œnico. A pena Ž
discriminar pessoa idosa, por qualquer aumentada de metade, se da omiss‹o
motivo. resulta les‹o corporal de natureza
grave, e triplicada, se resulta a morte.
¤ 2o A pena ser‡ aumentada de 1/3
(um ter•o) se a v’tima se encontrar sob os
cuidados ou responsabilidade do agente.

Art. 98. Abandonar o idoso em Art. 99. Expor a perigo a integridade


hospitais, casas de saœde, entidades de e a saœde, f’sica ou ps’quica, do idoso,
longa perman•ncia, ou cong•neres, ou submetendo-o a condi•›es desumanas ou
n‹o prover suas necessidades b‡sicas, degradantes ou privando-o de alimentos e
quando obrigado por lei ou mandado: cuidados indispens‡veis, quando obrigado a
faz•-lo, ou sujeitando-o a trabalho
Pena Ð deten•‹o de 6 (seis)
excessivo ou inadequado:
meses a 3 (tr•s) anos e multa.
Pena Ð deten•‹o de 2 (dois) meses a
1 (um) ano e multa.
¤ 1o Se do fato resulta les‹o corporal
de natureza grave:
Pena Ð reclus‹o de 1 (um) a 4
(quatro) anos.
¤ 2o Se resulta a morte:
Pena Ð reclus‹o de 4 (quatro) a 12
(doze) anos.

Art. 100. Constitui crime pun’vel com Art. 101. Deixar de cumprir, retardar
reclus‹o de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e ou frustrar, sem justo motivo, a execu•‹o
multa: de ordem judicial expedida nas a•›es em
que for parte ou interveniente o idoso:
I Ð obstar o acesso de alguŽm a
qualquer cargo pœblico por motivo de idade; Pena Ð deten•‹o de 6 (seis) meses a
1 (um) ano e multa.
II Ð negar a alguŽm, por motivo
de idade, emprego ou trabalho;

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III Ð recusar, retardar ou dificultar


atendimento ou deixar de prestar
assist•ncia ˆ saœde, sem justa causa, a
pessoa idosa;
IV Ð deixar de cumprir, retardar ou
frustrar, sem justo motivo, a execu•‹o de
ordem judicial expedida na a•‹o civil a que
alude esta Lei;
V Ð recusar, retardar ou omitir dados
tŽcnicos indispens‡veis ˆ propositura da
a•‹o civil objeto desta Lei, quando
requisitados pelo MinistŽrio Pœblico.

Art. 102. Apropriar-se de ou desviar Art. 103. Negar o acolhimento ou a


bens, proventos, pens‹o ou qualquer outro perman•ncia do idoso, como abrigado, por
rendimento do idoso, dando-lhes aplica•‹o recusa deste em outorgar procura•‹o ˆ
diversa da de sua finalidade: entidade de atendimento:
Pena Ð reclus‹o de 1 (um) a 4 Pena Ð deten•‹o de 6 (seis) meses a
(quatro) anos e multa. 1 (um) ano e multa.

Art. 104. Reter o cart‹o Art. 105. Exibir ou veicular, por


magnŽtico de conta banc‡ria relativa a qualquer meio de comunica•‹o,
benef’cios, proventos ou pens‹o do informa•›es ou imagens depreciativas ou
idoso, bem como qualquer outro injuriosas ˆ pessoa do idoso:
documento com objetivo de assegurar
Pena Ð deten•‹o de 1 (um) a 3 (tr•s)
recebimento ou ressarcimento de
anos e multa.
d’vida:
Pena Ð deten•‹o de 6 (seis)
meses a 2 (dois) anos e multa.

Art. 106. Induzir pessoa idosa sem Art. 107. Coagir, de qualquer
discernimento de seus atos a outorgar modo, o idoso a doar, contratar, testar
procura•‹o para fins de administra•‹o de ou outorgar procura•‹o:
bens ou deles dispor livremente:
Pena Ð reclus‹o de 2 (dois) a 5
Pena Ð reclus‹o de 2 (dois) a 4 (cinco) anos.
(quatro) anos.

Art. 108. Lavrar ato notarial que Art. 109. Impedir ou embara•ar ato
envolva pessoa idosa sem do representante do MinistŽrio Pœblico ou
discernimento de seus atos, sem a de qualquer outro agente fiscalizador:
devida representa•‹o legal:
Pena Ð reclus‹o de 6 (seis) meses a 1
Pena Ð reclus‹o de 2 (dois) a 4 (um) ano e multa.
(quatro) anos.

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O QUE ƒ?

No ‰mbito da unidade domŽstica


à espa•o de conv’vio permanente
de pessoas, com ou sem v’nculo
familiar, inclusive as
A•‹o ou omiss‹o esporadicamente agregadas
VIOLæNCIA baseada no
DOMƒSTICA E g•nero que lhe No ‰mbito da fam’lia à
FAMILIAR cause morte, les‹o, comunidade formada por indiv’duos
CONTRA A sofrimento f’sico, que s‹o ou se consideram
MULHER sexual ou aparentados, unidos por la•os
psicol—gico e dano naturais, por afinidade ou por
moral ou vontade expressa
patrimonial
Em qualquer rela•‹o ’ntima de
afeto à na qual o agressor conviva
ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabita•‹o

MODALIDADES DE VIOLæNCIA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Ofensa ˆ integridade ou saœde corporal è a viol•ncia f’sica


VIOLæNCIA FêSICA
contra a mulher Ž perpetrada por meio da les‹o corporal.

Qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminui•‹o


da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
a•›es, comportamentos, cren•as e decis›es, mediante
amea•a, constrangimento, humilha•‹o, manipula•‹o,
VIOLæNCIA isolamento, vigil‰ncia constante, persegui•‹o contumaz, insulto,
PSICOLîGICA chantagem, ridiculariza•‹o, explora•‹o e limita•‹o do direito de
ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause preju’zo ˆ saœde
psicol—gica e ˆ autodetermina•‹o è Essa modalidade Ž a mais
frequente e provavelmente a menos denunciada. Muitas vezes a
v’tima nem se d‡ conta de que est‡ sendo agredida por meio de
palavras e a•›es.

Qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a


participar de rela•‹o sexual n‹o desejada, mediante
VIOLæNCIA intimida•‹o, amea•a, coa•‹o ou uso da for•a; que a induza a
SEXUAL comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
que a impe•a de usar qualquer mŽtodo contraceptivo ou que a
force ao matrim™nio, ˆ gravidez, ao aborto ou ˆ prostitui•‹o,

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mediante coa•‹o, chantagem, suborno ou manipula•‹o; ou que


limite ou anule o exerc’cio de seus direitos sexuais e
reprodutivos è A identifica•‹o da viol•ncia sexual no meio
conjugal representa inova•‹o, pois o sexo sempre foi
tradicionalmente considerado como uma obriga•‹o decorrente
do matrim™nio.

Reten•‹o, subtra•‹o, destrui•‹o parcial ou total de seus objetos,


instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e
VIOLæNCIA direitos ou recursos econ™micos, incluindo os destinados a
PATRIMONIAL satisfazer suas necessidades è O furto Ž crime contra o
patrim™nio, e, se a v’tima for a mulher com quem se mantŽm
rela•‹o afetiva, o ato Ž considerado viol•ncia patrimonial.

Calœnia, difama•‹o ou injœria è O crime de calœnia pode ser


descrito como Òimputar ˆ v’tima a pr‡tica de determinado fato
criminoso sabidamente falsoÓ. A difama•‹o define-se como
VIOLæNCIA MORAL
Òimputar ˆ v’tima a pr‡tica de determinado fato desonrosoÓ. J‡
a injœria pode ser definida como Òatribuir ˆ v’tima qualidades
negativasÓ.

A Lei Maria da Penha assegura ˆ mulher em situa•‹o de viol•ncia domŽstica e


familiar o acesso a servi•os de contracep•‹o de emerg•ncia, a profilaxia
das Doen•as Sexualmente Transmiss’veis (DST) e da S’ndrome da
Imunodefici•ncia Adquirida (AIDS) e outros procedimentos mŽdicos necess‡rios
e cab’veis nos casos de viol•ncia sexual.

Os Juizados de Viol•ncia DomŽstica e Familiar contra a Mulher acumulam


compet•ncia c’vel e criminal, e fazem parte da Justi•a comum estadual, mas o
STF j‡ decidiu que esses —rg‹os n‹o podem aplicar os Òinstitutos
despenalizadoresÓ t’picos dos juizados criminais.

Quando n‹o for parte, o MinistŽrio Pœblico ser‡ competente para intervir em
todas as causas c’veis e criminais que tratem da viol•ncia domŽstica e
familiar contra a mulher.

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MEDIDAS PROTETIVAS DE URGæNCIA

MEDIDAS QUE OBRIGAM O MEDIDAS QUE PROTEGEM A


AGRESSOR OFENDIDA

I - suspens‹o da posse ou restri•‹o do I - encaminhamento da ofendida e seus


porte de armas, com comunica•‹o ao dependentes a programa oficial ou
—rg‹o competente; comunit‡rio de prote•‹o ou de
atendimento;
II - afastamento do lar, domic’lio ou local
de conviv•ncia com a ofendida; II - recondu•‹o da ofendida e a de seus
dependentes ao respectivo domic’lio, ap—s
III - proibi•‹o de determinadas condutas,
afastamento do agressor;
entre as quais:
III - afastamento da ofendida do lar,
a) aproxima•‹o da ofendida, de seus
sem preju’zo dos direitos relativos a bens,
familiares e das testemunhas, fixando o
guarda dos filhos e alimentos;
limite m’nimo de dist‰ncia entre estes e o
agressor; IV - determinar a separa•‹o de corpos;
b) contato com a ofendida, seus familiares V - restitui•‹o de bens indevidamente
e testemunhas por qualquer meio de subtra’dos pelo agressor ˆ ofendida;
comunica•‹o;
VI - proibi•‹o tempor‡ria para a celebra•‹o
c) frequenta•‹o de determinados de atos e contratos de compra, venda e
lugares a fim de preservar a integridade loca•‹o de propriedade em comum, salvo
f’sica e psicol—gica da ofendida; expressa autoriza•‹o judicial;
IV - restri•‹o ou suspens‹o de visitas VII - suspens‹o das procura•›es
aos dependentes menores, ouvida a equipe conferidas pela ofendida ao agressor;
de atendimento multidisciplinar ou servi•o
VIII - presta•‹o de cau•‹o provis—ria,
similar;
mediante dep—sito judicial, por perdas e
V - presta•‹o de alimentos provisionais danos materiais decorrentes da pr‡tica de
ou provis—rios. viol•ncia domŽstica e familiar contra a
ofendida.

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6 - Considera•›es Finais
Caro amigo, chegamos ao final desta nossa aula demonstrativa! Estudamos hoje
leis pequena e de f‡cil compreens‹o, mas que vem sendo cobrada com uma certa
frequ•ncia em provas de legisla•‹o penal.
Espero que voc• tenha gostado deste aperitivo e decida preparar-se com o
EstratŽgia! Se tiver ficado alguma dœvida por favor me procure no f—rum. Estou
tambŽm dispon’vel no e-mail e nas redes sociais.

Grande abra•o!

Paulo Guimar‹es
professorpauloguimaraes@gmail.com

N‹o deixe de me seguir nas redes sociais!

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