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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO

CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA JURÍDICA JUNTO AO MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS, BWCO "V", 9° ANDAR, SALA 935, CEP: 70065-900, BRASÍLIA/DF,
FONE: (61) 2032-5252

PARECER n. 00138/2016/CONJUR-MME/CGU/AGU

NUP: 48403.830342/2006-44
INTERESSADOS: CVRD COMPANIDA VALE DO RIO DOCE
ASSUNTOS: Recurso. Ato administrativo de indeferimento de alvará de pesquisa sem vício de legalidade.

EMENTA: I. Direito Minerário. Decreto-Lei n° 22711967 (Código de Mineração).


11. Recurso hierárquico. Art. 19,§1 o do Código de Mineração. Ato administrativo de
indeferimento de Prorrogação de alvará de pesquisa sem vício de legalidade.
ill. Decisão do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM
que indeferiu o Requerimento de Prorrogação do Alvará de Pesquisa do Recorrente.
rv. Não provimento do Recurso.

Senhora Consultora Jurídica,

1. Trata-se de Recurso interposto pelo interessado em face de Decisão do Diretor-Geral do


Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, que indeferiu o Requerimento de Alvará de Pesquisa
baseado no fato de a interessada não ter cumprido exigência formulada pelo DNPM.
2. Ao analisar o recurso, o Departamento de Geologia e Produção Mineral da Secretaria de
Geologia, Mineração e Transformação Mineral - SGM elaborou relatório dos fatos, o qual pedimos venia para
transcrever e sugeriu o encaminhamento dos autos a esta Consultoria Jurídica pra análise do caso, fls. 195/195, in
ver bis:
"1. O processo em referência foi submetido a esta Coordenação- Geral para análise de
Recurso Hierárquico dirigido ao Senhor Ministro de Minas e Energia interposto pelo
interessado, em face da decisão de indeferimento do Requerimento de Autorização de
Pesquisa, publicado no D.O.U. de21 de setembro de 2007 (fl.59).
2. Compulsando os autos, verifica-se que o interessado interpôs
Reconsideração, com fulcro no artigo 19do C.M. em 24.10.2007,
indeferimento proferida pelo Chefe do 3° Distrito do DNPM (fl. 60). Em 16.02.2009 o
Chefe do 3° Distrito do DNPM manteve a decisão de indeferimento do Requerimento de
Autorização de Pesquisa (fl. 84). Inconformado, o interessado apresentou, em 02.03.2009,
novo Recurso direcionado ao Ministro de Minas e Energia (fl. 85). Em 06.01.2014°
Diretor-Geral do DNPM conheceu o recurso e no mérito deu provimento parcial, ao
recurso interposto, mantendo a decisão de indeferimento (fi. 171). Após, em petição às fls.
175/192, protocolizada em26.02.2014, o interessado requer o envio dos autos ao
Ministro de Estado de Minas e Energia, alegando que o recurso deveria subir ex oficio
após decisão do Diretor Geral o DNPM, nos termos do Parecer no 64112011/CONJUR-
MME/CGU/AGU.
3. Analisando o documento, resta dúvida se com a mantença da decisão de indeferimento
do alvará de pesquisa pelo Diretor Geral do DNPM o recurso interposto deveria subir de
oficio, como alega o interessado, ou deveria ser interposto novo Recurso, conforme dispõe
o item 45 do Parecer CONJUR supracitado. Isso porque, se houver a necessidade desse
interpor novo recurso, entendemos que a petição de fls. 1591176, se considerada como
recurso, foi realizada de forma intempestiva, nos termos do §I O do artigo 19 do C.M.,
considerando a data da publicação da decisão do Diretor Geral do DNPM, 06.01.2014, e a
data de protocolização do petitório de remessa dos autos com o recurso interposto perante
o DNPM, 26.02.2014.
4. No mérito, mantemos o entendimento contido no despacho de fls. 112/116 dos auto."
3. O Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral determinou a remessa dos autos à
CONJUR, para análise e manifestação acerca do Recurso Administrativo interposto, fls. 197.
4. Após este relatório, passamos a opinar.
FUNDAMENTAÇÃO
5. O exame desta Consultoria Jurídica é feito nos termos do art. 11 da Lei Complementar n° 73/93 e
do Anexo I, art. 7°, do Decreto n° 5.267/2004, subtraindo-se do âmbito da competência institucional deste Órgão
Jurídico, delimitada em lei, análises que importem em considerações de ordem técnica, financeira ou
orçamentária.
6. Inicialmente, sobre a questão preliminar apontada pela SGM, importa esclarecer que quando o
recurso da decisão de indeferimento do pedido de reconsideração for endereçado ao Ministro de Minas e Energia,
o recurso será remetido para a decisão do Diretor-Geral do DNPM, para então posterior consideração do Sr.
Ministro. Somente é exigido, nos termos do Parecer n° 641/2011/CONJUR-MME/CGU/AGU, novo recurso se o
recurso contra a manutenção do pedido de reconsideração for endereçado diretamente e exclusivamente ao
Diretor-Geral do DNPM, vejamos:
"10. Desta forma, temos que da decisão do Superintendente que indefere o Alvará de
Pesquisa, cabe pedido de reconsideração a ele endereçado; e, sendo este indeferido,
recurso administrativo. E aqui reside toda a celeuma, que originou os pareceres que esta
nota visa elucidar.
11. Se o recurso administrativo for endereçado ao Diretor-Geral do DNPM, este deverá
apreciar o recurso e da sua decisão caberá recurso impróprio ao Ministro de Minas
Energia, com respaldo no art. 19, 91°. Não sendo interposto recurso voluntário do
interessado, não deve o processo ser remetido ao Ministro de Minas e Energia para
apreciação do ato, urna vez que o DNPM exauriu a competência a ele atribuída pelo novo
arcabouço jurídico (Lei n° 8.876/1994 e Lei n° 9.784/1999).
12. Contudo, se o recurso for endereçado diretamente ao Ministro de Minas e
Energia, o Diretor-Geral do DNPM deverá exercer juízo sobre o recurso, lastreado
no Poder de autotutela, e, caso venha a manter o indeferimento ou indeferindo a sua
renovação, deve encaminhar o recurso para análise do Ministro de Minas e Energia,
nos termos do art. 19, §1° do Dec.-Lei n° 227/1967.
13. Isto porque, a Lei diz que cabe recurso ao Ministro da decisão que indeferir o pedido
de reconsideração. Não se quer dizer aqui que o recurso na forma do enunciado no item 11
é a mesma coisa do enunciado no item 12, uma vez que, no momento que houve a
delegação ao Superintendente criou o Diretor-Geral do DNPM a obrigação de rever, via
recurso, a decisão de seu subalterno, e não a analisando - e sim remetendo o recurso
diretamente ao Ministro de Minas e Energia, na forma do Código de Mineração -
significaria supressão de instância, como consignado nos pareceres que visa esta nota
esclarecer." (grifei)

7. No mérito, melhor sorte não socorre ao recorrente, isto porque, consoante narrado anteriormente
cuida-se de Recurso contra decisão do Diretor-Geral do DNPM que indeferiu alvará de pesquisa do interessado,
por descumprimento de exigência formulada.
8. Com efeito, ao analisar o processo verificou a autarquia que a parte da área do processo está
inserido em unidade de conservação de proteção integral.
9. Para e solução do problema, o DNPM solicitou por meio do oficio n° 208/2007-0UTORGA
/3°DS/DNPM, fls. 39, a retirada da interferência com a área do Parque Federal e ART do responsável técnico.
Contudo, ante o não atendimento das exigências formuladas, outra solução não restou ao superintendente que
indeferir o alvará de pesquisa, por incidência expressa do art. 17, §§ 1° e 2° do Código de Mineração, verbis:
"Art. 17. Será indeferido de plano pelo Diretor-Geral do DNPM o requerimento
desacompanhado de qualquer dos elementos de instrução referidos nos incisos I a Vil do
artigo anterior
§ 1°. Será de sessenta dias, a contar da data da publicação da respectiva intimação no
Diário Oficial da União, o prazo para cumprimento de exigências formuladas pelo DNPM
sobre dados complementares ou elementos necessários à melhor instrução do processo.
§ 2°. Esgotado o prazo de que trata o parágrafo anterior, sem que haja o requerente
cumprido a exigência, o requerimento será indeferido pelo Diretor-Geral do DNPM."
10. Desta forma, pode-se concluir que o indeferimento foi sem qualquer mácula de legalidade, a
decisão mais acertada, tendo em conta a incidência dos princípios da legalidade, previsto no art. 37, caput, da
Constituição Federal de 1988, e da supremacia do interesse público sobre o particular.
CONCLUSÃO

11. Diante do exposto, OPINO pelo conhecimento e não provimento do re rso.

À consideração superior. ~
Brasília, 10 de março de 2016.
MAT. SIAPE N° 1507915

Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante


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DESPACHO no 220/2016/CONJUR-MME/CGU/AGU

NUP: 48403.830342/2006-44.
INTERESSADOS: CVRD COMPANHIA VALE DO RIO DOCE.
ASSUNTOS: Recurso. Ato administrativo de indeferimento de alvará de pesquisa sem vício de legalidade.

Aprovo PARECER N° 138/2016/CONJUR-MME/CGU/AGU. Encaminhe-se à Secretaria de


Geologia, Mineração e Transformação Mineral, para apresentar a consideração do Excelentíssimo Senhor Ministro
de Estado de Minas e Energia.

Brasília, 10 de março de 2016 .

...--~-("~ ~~
TICIANA FREITAS DE SOUSA
Consultora Jurídica

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