Entende-se por conhecimento tudo aquilo que é resultante de uma relação
com realidades diferentes, ou seja, necessita ter a presença de um sujeito
cognoscente e um objeto cognoscível. Ao longo da história da humanidade, o homem sempre buscou entender o mundo em que vive, sendo assim, tentou achar essas respostas por meio dos mais diversos conhecimentos, a interpretação sobre uma determinada conjuntura dependerá do enfoque dado ao conhecimento propriamente dito. Entre as tentativas para desvendar tais segredos de si e o do mundo, o homem atribuiu ao conhecimento certos sentidos recorrendo aos mitos, fé, criticidade e interpretação, experiências construídas pela comunidade em que vive e ciência.
Nessa tentativa de explicar o mundo, surge inicialmente o conhecimento
mítico, o qual é anterior à filosofia e com foco nas emoções e crenças humanas, este entendimento sobre o universo desempenhou por longos séculos a função de ciência e até mesmo filosofia, porém, atualmente esse conhecimento é negado pela ciência, veremos a seguir mais sobre essa critica da filosofia ao conhecimento mítico. Ainda sobre o período em que o homem está inserido ao criar o conhecimento mítico, é fundamental entender que o homem se vê em uma realidade antagonista ao seu dia, insere-se aqui o conceito de “cultura maniqueísta” a qual divide o bem e o mal, desta forma, buscou nos mitos um conforto para esse mundo incompreensível e assustador, na tentativa de anular o medo e insegurança. Na cultura nórdica, para explicar um barulho assustador e a claridade vindos dos céus (trovão) criou-se o entendimento do deus do trovão conhecido por Thor (filho de Odin) o qual era o protetor dos agricultores.
Em contrapartida, o conhecimento filosófico adota uma postura reflexiva
diante do mundo, não procura somente as respostas, porém traz para a discussão novas reflexões. Este conhecimento está baseado na etimologia de filosofia “amor à sabedoria”, portanto, reflete criticamente sobre todas as coisas, pois tem como intuito principal a verdade, a base da filosofia versa sobre a busca pela sabedoria e não pelo seu poder absoluto. A filosofia não investiga somente um objeto em especifico, mas está inserida em um contexto universal com uma reflexão critica e racional. Analisa-se ainda o conhecimento de senso comum e o senso crítico que leva até o conhecimento cientifico. Em primeira análise, o senso comum está próximo ao homem comum, é o conhecimento adquirido por experiências do cotidiano e por trocas de informações da comunidade que está inserido, não apresenta um conteúdo crítico. Já o senso crítico analisa e desconfia de tudo ao redor, ao adquirir um senso critico significa dizer que o individuo tornou-se intelectivo. O conhecimento científico proporciona ao ser humano um processo de entendimento livre do medo e das superstições, neste tipo de conhecimento é possível analisar o universo de forma objetiva, crítica e sistematizada, este está em continuo processo de composição.
Em última análise, conclui-se que todos os processos de conhecimento são
legítimos, tal conclusão é vista ao longo do texto ao citar que o conhecimento científico também pode evoluir por meio do acúmulo dos conhecimentos de senso comum. A forma legítima de conhecimento citada logo acima não tem como objetivo inferir que esses conhecimentos podem ser comprovados, porém, é justificável analisar que os conhecimentos têm por finalidade desvendar o até então incompreensível, por isso tentam explicar por meio do mito, fé, entre outros, o mundo em que vivem. Verifica-se também que a busca pelo conhecimento precisa estar livre de todo medo, logo, torna-se fundamental o senso crítico para um conhecimento pleno ser justificável por meio da ciência.