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GRUPO AUTÔNOMO DE ESTUDOS HISTÓRICOS - ISABEL PATERSON

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Ementa
O Grupo Autônomo de Estudos Históricos Isabel Paterson tem como objetivo estudar as
implicações do individualismo metodológico (base epistemológica da Escola
Austríaca) e da epistemologia objetivista (Objetivismo de Ayn Rand e Leonard
Peikoff) ao método de pesquisa historiográfica e quais são as mudanças promovidas na
análise de eventos e objetos históricos. A partir do estudo destas bases teóricas, elas
serão colocadas em debate com as escolas metodológicas contemporâneas que
constituem o mainstream da Historiografia, tanto nos textos que fundam estas correntes
epistemológicas (teoria) como aqueles que já aplicam estes mesmos métodos em
diferentes períodos e sociedades (prática).

Justificativa
Estudantes do curso de História que se identificam ou com o liberalismo clássico, com o
conservadorismo ou com o libertarianismo logo nos primeiros semestres costumam
identificar um viés muito forte à defesa de valores progressistas (sejam eles sociais ou
econômicos) embutidos nas exposições didáticas dos professores e nos materiais de
estudo selecionados. Mas por que isso acontece? Sob quais meios foi possível haver um
aparelhamento da disciplina em tais proporções que a leitura de mundo esquerdista foi
naturalizada ao ponto de que se você contesta é porque você “não entende História”?
A pista para este entendimento está através dos princípios assumidos na Epistemologia
da História, que incorpora uma série de elementos de linguagem que legitimam crenças
específicas dos projetos políticos de esquerda como absolutos de status objetivo.
Seja negando a objetividade ou assumindo ela como possível, as escolas historiográficas
do século XX podem ser resumidas a grosso modo em duas tendências:
1. A primeira é de um completo nominalismo (iniciado por Dilthey no século XIX,
endossada pelos Annales e atinge seu ápice com Hayden White, Paul Ricoeur e Paul
Veyne) onde a História nada mais é do que uma narrativa criada com elementos
simbólicos da mente do Historiador, sendo o objeto final não existente fora da mente
deste. A História nesse contexto não se preocupa com princípios gerais que perpassem
sociedades ao longo do tempo e nem mesmo com leis em relação à ação humana, e sim
trata-se de um conto, algo próximo de uma ficção, referenciando localidades e pessoas
cujas informações podemos encontrar vestígios, mas que são amarradas pela
imaginação daquele que escreve. Aqui há um componente de tratar de indivíduos e
ações humanas individuais (o que levaria a alguns incautos a pensarem que a proposta
deste grupo é obsoleta), mas quase que reduzindo o conhecimento histórico a mera
curiosidade, como quem lê Tolstoi ou Dostoievski por entretenimento.
2. A segunda tendência rejeita este princípio subjetivista e busca um status de
objetividade no conhecimento histórico, porém, na carência de um referencial teórico
que permita analisar as ações humanas ao longo do tempo, abraçam a visão de homem e
sociedade; política, economia e indivíduo do corpo teórico ou marxista ou neomarxista.

A visão de que o ser humano é um átomo subjugado a estruturas, orientado pelo


“movimento estrutural” do tempo em que nascera inverte a relação indivíduo e
sociedade e anula o caráter volitivo e o livre-arbítrio inerentes ao indivíduo,
colocando as ações humanas como determinadas a fatores econômicos e políticos (no
caso dos autores influenciados direta ou indiretamente pelo marxismo clássico como
Hobsbawm, E. W. Carr ou pelo estruturalismo de Levi-Strauss como o Fernand
Braudel), ou condicionado em suas crenças pela classe, gênero, raça e afins (que
influencia os pesquisadores pós-estruturalistas, influenciados tanto pelo Foucault quanto
por Adorno).
Posto isso, antes de este ser um grupo que estude e endosse o liberalismo, o
conservadorismo ou libertarianismo aplicados à História, este se trata de um grupo que
pretende se debruçar sobre a objetividade e o estudo do papel do indivíduo na História,
respeitando as características de seu livre-arbítrio e de sua volição como inerentes à sua
identidade, isto é, as bases intelectuais anteriores e que permitem a defesa da liberdade
na política como consequência.

Objetivo Geral

Revisar os princípios epistemológicos do mainstream acadêmico que norteiam o


trabalho historiográfico e o ensino de História nas Universidades, contrastando com
referenciais teóricos de autores marginais à atual Academia mas que se debruçaram
sobre questões similares em suas respectivas áreas com erudição e considerações
pertinentes.

Objetivos Específicos de curto prazo

 Ampliar o referencial de ferramentas intelectuais disponíveis ao historiador a luz


dos conceitos trabalhados em discussões e leituras;

 Ter acesso a produções historiográficas já desenvolvidas (ainda que de modo


rudimentar e não integradas numa mesma escola metodológica individualista
ou objetivista dentro da História como campo acadêmico) e refletir as
implicações destas correntes em trabalhos práticos (portanto, concretos);

 Identificar nos textos convencionalmente dados ao estudante nas disciplinas


universitárias, os vieses epistemológicos assumidos pelas escolas
historiográficas e contrastá-los com o individualismo metodológico e a
epistemologia objetivista;

 Divulgar nossas reuniões através de plataformas como o Youtube, Instagram e


Twitter e expandir o grupo de estudos angariando estudantes interessados de
diferentes universidades;

Objetivos Específicos de médio e longo prazo


 Oficialização do Grupo de Estudos Autônomo como um grupo de pesquisa
registrado na CNPq;
 Produção de artigos, publicações ou mesmo coleções (livros e revistas) a luz das
correntes aqui discutidas e incorporadas ao trabalho historiográfico;

 Participações em eventos, seminários e a divulgação dos trabalhos


desenvolvidos pelos membros participantes do grupo para auxiliar na sua
trajetória acadêmica;

 Associação a instituições vinculadas de forma parcial ou integral aos princípios


metodológicos aqui desenvolvidos (Mises Institute, Estudantes pela Liberdade,
Ayn Rand Institute, Atlas Society, Foundation for Economic Education);

 Desenvolvimento de uma nova corrente metodológica que seja academicamente


competitiva às demais correntes metodológicas já existentes na Academia;

Metodologia
Discussão dos textos indicados nas bibliografias. As discussões serão norteadas pelos
participantes do grupo que irão ressaltar os pontos mais importantes do texto estudado,
bem como levantar questões para debate em grupo.
Público Alvo
Prioritariamente estudantes acadêmicos de História, sendo o grupo aberto a áreas
relacionadas (Filosofia, Ciências Sociais, Direito, Economia).
Encontros
Encontros quinzenais na plataforma Google Meet. O dia da semana fica em aberto para
se definir consoante a disponibilidade da maioria dos interessados.

ORGANIZAÇÃO/COORDENAÇÃO
Lucas Cameron Zanoni Moreira – Licenciado em História pela PUC Rio Grande do
Sul (Brasil).
Novos nomes serão inseridos aqui consoante a manifestação de interesse.

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