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WORKSHOP DO MINISTÉRIO

DE FORMAÇÃO

Transcrições dos ensinos


do ENF2021
ENSINO 1 - “PREPARAI O CAMINHO DO SENHOR,
ENDIREITAI AS SUAS VEREDAS” (MT 3,3B)
VINÍCIUS SIMÕES

Apresentação

Olá, querido irmão, querida irmã.

Que alegria estarmos reunidos aqui como família carismática


nesta que é a maior festa da Renovação Carismática Católica do Brasil,
o ENF - Encontro Nacional de Formação. Então você que é do Norte,
você que é do Sul, que é do Leste, do Oeste, seja muito bem vindo,
seja muito bem vinda ao ENF 2021, um ENF um pouco diferente, mas
nem por isso menos especial. Na verdade, nós estamos alcançando
mais pessoas, a Palavra de Deus está indo mais longe através desse
ENF online, deste ENF virtual.

Por isso meu irmão, minha irmã quero te convidar desde já a


participar ativamente de todos os momentos do nosso ENF. Participe
do ENF como se você estivesse participando de um encontro
presencial, não perca nenhuma oportunidade porque nós teremos
momentos especiais, pregação da Palavra de Deus, de oração, de
escuta profética, de orientações para o mundo da RCC ao longo do
ano do ano de 2021. Celebraremos todos os dias a Santa Missa, ápice
da oração da Igreja. Teremos adoração ao Santíssimo Sacramento,
enfim, momentos maravilhosos.

Por segurança, o conselho nacional da RCC Brasil, após ouvir


alguns ministros, sacerdotes e até mesmo coordenadores diocesanos,
o conselho então discerniu para a sua segurança fazer o ENF 2021 de
forma virtual, online. Mas repito, nem por isso esse ENF vai ser menos
especial. A Palavra de Deus semeada não volta sem produzir o seu
efeito. Certamente Deus tem maravilhas a realizar na sua vida, no teu
ministério, nesses dias de encontro nacional de formação. Nestes dois
primeiros dias você estará reunido com os ministeriados do teu
ministério específico, num workshop, uma formação específica de
ministérios. E nos dois dias seguintes então nós teremos os nossos
momentos gerais, com pregações gerais, para toda a liderança, para
todos os servos do Senhor, nos milhares de grupos de oração que
compõe a Renovação Carismática Católica do Brasil. Portanto
participe, motive seus irmãos de Grupo de Oração a participar de
todos os momentos do nosso encontro de formação. Sem dúvida
nenhuma tudo foi preparado para maior glória do Senhor e também
com muito carinho para levar até você um conteúdo precioso,
aprofundado, de formação. Afinal de contas, este é o encontro
nacional de formação da RCC Brasil.

Introdução

Neste ano de 2021, o Senhor nos chama a um novo vigor


missionário, a cheios do Espírito Santo, sermos testemunhas dele em
Jerusalém, em toda a Judéia, Samaria e até os confins do mundo. Esta
é a hora de Deus. Deus está renovando a face da terra! O Espírito do
Senhor está renovando a face da terra e quer agir muito mais através
da Renovação Carismática Católica do Brasil. Esta é a hora de Deus e
o Senhor nos constituiu servos seus, para levarmos a boa nova, para
sermos testemunhas, não só daquilo que ouvimos, mas também
daquilo que vivenciamos com o Senhor no nosso dia a dia, na nossa
vida.

Nessa primeira partilha, nessa primeira reflexão da Palavra de


Deus, então, nós queremos aprofundar um pouquinho mais sobre o
que é servir, a exemplo de João Batista, o último dos profetas, que
anunciara a vinda de Jesus. João Batista é um personagem que tem
muito a nos ensinar. Então o tema da nossa primeira reflexão comum
a todos os workshops será: servo de Deus, prepara o caminho do
Senhor, endireita as suas veredas.

“Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. Esta


foi a missão de João Batista, essa é a missão de cada um de nós hoje,
e de modo especial nesse ano de 2021.
Por isso quero convidá-lo a abrir a sua Bíblia em Mateus 3,1-12.
Eu aguardo até você pegar a sua bíblia e vamos juntos saborear a
Palavra de Deus.

A escritura nos diz assim:

Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no


deserto da Judeia. Dizia ele: “Fazei penitência porque está
próximo o Reino dos Céus.” Este é aquele de quem falou o
profeta Isaías, quando disse: Uma voz clama no deserto:
Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. João
usava uma vestimenta de pelos de camelo e um cinto de couro
em volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
Pessoas de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a
circunvizinhança do Jordão vinham a ele. Confessavam seus
pecados e eram batizadas por ele nas águas do Jordão. Ao ver,
porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu
batismo, disse-lhes: “Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir
da cólera vindoura? Dai, pois, frutos de verdadeira penitência.
Não digais dentro de vós: Nós temos a Abraão por pai! Pois eu
vos digo: Deus é poderoso para suscitar destas pedras filhos a
Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore
que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo.
Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que
virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno
de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e
em fogo. Tem na mão a pá, limpará sua eira e recolherá o trigo
ao celeiro. As palhas, porém, serão queimadas num fogo
inextinguível”.

Que texto precioso, que palavra preciosa no evangelho de São


Mateus pra nós. E aqui nós podemos extrair pelo menos 7
características de São João Batista, esse servo do Senhor que nos
inspira hoje, e em 2021, a como devemos servir a Deus de um modo
agradável. A como podemos ser profetas em 2021. A como podemos
ser homens e mulheres de pentecostes, testemunhas em Jerusalém,
Judeia, Samaria e até os confins do mundo, nos dias de hoje.
1) Anunciador da Boa Nova

E a primeira característica que eu quero apresentar, partilhar


com vocês, está no versículo 2, dizia João Batista: “fazei penitência
porque está próximo o reino de Deus”.

João Batista era um servo de boas notícias, era um anunciador


da boa nova, alguém que apresentava às pessoas uma possibilidade
de recomeçarem; apresentava às pessoas um caminho novo, uma via
nova, uma nova oportunidade de vida. João Batista pregava todos os
dias na beira do Jordão dizendo: meus irmãos queridos, minhas irmãs
amadas, façam penitência porque o reino de Deus, que é justiça, que
é alegria, que é paz, que é vida eterna, está próximo. Em outras
palavras ele dizia: arrependei-vos porque Jesus está no meio de vocês.
João Batista então era um profeta de boas novas.

Eu e você, meu irmão, este também é o papel do líder, é o papel


do servo do Senhor, do coordenador estadual, do coordenador
diocesano, do coordenador de ministério, do coordenador do Grupo
de Oração, enfim, sermos portadores da boa nova, portadores da
alegria da salvação. Termos uma palavra de encorajamento para os
nossos irmãos, uma palavra de amor, de acolhimento, de promoção
humana. Era isso que João Batista estava fazendo em seu tempo.

Meus irmãos, arrependam-se, não continuem por esse caminho


de perdição, voltem-se para Deus, arrependam-se, convertam-se,
porque o reino de Deus está próximo. Era um portador de boas
notícias, um anunciador da vida em abundância que só Jesus pode
nos oferecer.

Nós vemos também no evangelho de João capítulo primeiro,


também a figura de João Batista, ele vai apontar pra Jesus e vai dizer:
“eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Segui-o.
Segui-o”. Então João Batista era esse que estava sempre apontando
pra Jesus.

Meu querido irmão, minha querida irmã, nós, servos do Senhor


da Renovação Carismática Católica somos chamados a sermos esses
anunciadores, essas pessoas que apontam para Jesus. Ele é o cordeiro
de Deus, sigam-no. Ele tem vida nova pra vocês, Ele tem vida eterna,
Ele tem salvação pra vocês. Não temos que apontar para nossos
próprios ministérios, não temos que apontar para nós mesmos. Não
temos que apontar para outros interesses que não sejam o de as
pessoas se encontrarem com o Senhor. Precisamos apontar para
Jesus sempre. Jesus é o nosso guia, Jesus é aquele que vai a nossa
frente, a frente de todos nós, sem exceção, na Igreja. Jesus é o
supremo pastor, aquele que está à frente do seu rebanho nos levando
a verdes pastagens. Então o papel do servo, o papel da serva, lá do
Grupo de Oração, na diocese, enfim, aonde você serve ao Senhor, é
apontar para Jesus, anunciar Jesus, a boa nova, a vida nova que Jesus
pode oferecer. Jesus é a solução, Jesus é o Senhor e todos os olhos,
todos os corações, precisam estar voltados para Jesus.

2) Preparar o caminho do Senhor

Depois continuando a nossa reflexão, a palavra de Deus, nós


lemos no versículo 3: Este é aquele de quem falou o profeta Isaías,
quando disse: Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do
Senhor, endireitai as suas veredas.

A escritura está dizendo que João é aquele que vem preparar a


vinda do Senhor, preparar o caminho para que Jesus venha. João vem
nivelar os vales, João vem aplainar a montanha, endireitar o que está
torto. João então é aquela presença diferenciada que antecede a
vinda do Senhor, que denota a presença do Senhor. Também nós,
servos do Senhor, somos chamados a ser como João Batista, preparar
o caminho do Senhor na vida dos nossos irmãos, na vida das nossas
ovelhas, mas igualmente preparar o caminho do Senhor nas nossas
vidas. É uma exortação a uma conversão sincera.

O que significa preparar o caminho do Senhor na minha e na


tua vida hoje?

Significa preparar o nosso coração para o Senhor que vem, e


vem a qualquer momento. Significa passar a nossa vida a limpo,
endireitar o que está torto para que o Senhor venha e possa agir em
nós e através de nós com a sua graça. Portanto, como servos, como
líderes na renovação, nós somos chamados a exemplo de João
Batista, a aplainar as montanhas, a aterrar os vales na vida dos nossos
irmãos, ajudando-lhes a um processo de conversão sincera, de voltar
o foco pra Jesus, de assumir o Senhorio de Jesus em suas vidas. Mas
não só eles, também nós, cada um de nós devemos preparar o
caminho do Senhor na nossa vida pessoal, aplainar as montanhas,
aterrar os vales, fechar as brechas espirituais, as brechas de pecado
que ainda existem na nossa vida, lutar pela santidade, preparando
assim a vinda gloriosa de Jesus Cristo, que vem para reinar em nossos
corações.

3) Simplicidade e Pequenez

Continuando a nossa reflexão na Palavra de Deus nós lemos no


versículo 4: "João usava uma vestimenta de pelos de camelo e um
cinto de couro em volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos e
mel silvestre".

O que a gente pode depreender desse pequeno versículo de


Mateus 3?

Primeiro, João era um homem simples, era um homem


totalmente despretensioso, humilde. João Batista reconhecia sua
pequenez. Ele reconhecia que era só um instrumento do Senhor, um
servo do Senhor, um homem a serviço do reino de Deus. João Batista
não andava, portanto, com as melhores túnicas, não. Andava com
uma veste rudimentar, uma veste de pelo de camelo. Nos tempos de
Jesus quem andava com roupas de pelos de camelo eram pessoas
muito simples, eram pessoas muito desprovidas de recursos
financeiros, eram homens humildes, pequenos à luz da sociedade
daquele tempo. Eram homens despretensiosos. Os homens que
tinham poder aquisitivo melhor usavam roupas de lã, ou então
importavam tecidos de outras nações, de outros países. Os mais
simples usavam pelo dos animais ali da região, notadamente o
camelo do deserto. Uma veste que servia para abrigar do frio noturno
e ao mesmo tempo era fresca para o calor do dia, naquele clima
desértico. Mas aqui no versículo 4 nós aprendemos com João Batista
essa lição: “João Batista usava uma vestimenta de pelos de camelo e
um cinto de couro em volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos e
de mel silvestre”. Era uma pessoa simples, humilde, despretensiosa.
Nós podemos até imaginar aqueles chefes do povo, os doutores
da lei, chegando ali à margem do Jordão, esperando encontrar um
grande profeta, cheio de turbante, cheio de túnicas, de vestes
litúrgicas e tudo, e ao chegarem lá se deparavam com um homem
desprovido de bens materiais, um homem humilde, um homem que
reconhecia a sua pequenez.

Irmão, simplicidade e pequenez são palavras de ordem para o


servo do Senhor. Sem Jesus nada podemos fazer. Ele é o Senhor e nós
somos simplesmente os seus servos, pequenos, falhos, simples,
tardos de inteligência, que, no entanto, o Senhor ama e o Senhor
envia para a sua maior glória.

Ainda nesse versículo 4, quando nós vemos as vestes humildes


de João Batista a gente percebe que João Batista rompe
completamente com o mundanismo. João Batista rompe com todas
as benesses que o mundo lhe podia oferecer, afinal de contas, ele era
um homem influente a seu tempo. Ele batizava para a remissão dos
pecados, ele batizava em água, ele era conhecido por todo o Israel,
era um homem famoso. E no entanto, essas vestes humildes, essa
alimentação simples de João Batista denota pra nós que João Batista
rompe com as honrarias do mundo, que João Batista rompe com tudo
aquilo que o mundo poderia lhe oferecer, com todo o conforto que
o mundo poderia lhe oferecer e assume a via da simplicidade, a via
da pequenez. Por isso nós podemos dizer: “João Batista está no
mundo, mas não é do mundo. Não se corrompe pelo mundo, pelas
falsas benesses do mundo”.

Assim também, devemos ser nós, servos do Senhor. Somos


cidadãos deste mundo, vivemos neste mundo, nos relacionamos
neste mundo, mas não somos deste mundo, não nos deixamos
corromper por esse mundo corrompido, por esse mundo manchado
pelo pecado. Portanto, nós vemos em João Batista essa renúncia, esse
rompimento com tudo que é mundano. João Batista era apenas um
servo a serviço do Messias.

Parafraseando aqui o versículo 4 de Mateus 3 que nós estamos


refletindo, nós vamos ler lá em João 3,30 que João vai dizer assim:
convém que Ele cresça, que Jesus cresça e que eu diminua.
convém que Ele cresça, que Ele apareça e que eu diminua.

Irmãos, nós somos e precisamos ser coadjuvantes na obra do


Senhor. O protagonista tem que ser Jesus, é Jesus quem tem que
aparecer, é Jesus quem tem que brilhar, é Jesus quem tem que ser
aplaudido, louvado e glorificado, e não nós, os seus servos. Nós
somos coadjuvantes na obra do Senhor, o protagonista deve ser
Jesus. é Ele quem deve aparecer. Simplicidade, pequenez, humildade,
reconhecimento de que somos apenas servos.

O verdadeiro líder é aquele que está a serviço de todos, é o


servo de todos os servos. É aquele que reconhece que é um mero
instrumento nas mãos do Senhor. Precisamos nos esvaziar do
mundanismo para sermos enchidos do Espírito Santo. E aqui uma
reflexão muito importante: se queremos ser pessoas cheias do
Espírito Santo, a exemplo de João Batista, então precisamos nos
esvaziar de nós mesmos. Quem muito se esvazia de si dá mais espaço
para que o Espírito Santo possa enchê-lo. Então, humildade é uma
palavra de ordem, simplicidade, esvaziamento de si mesmo,
coadjuvação diante daquele que é o protagonista: Jesus Cristo.
Quanto mais vazios de nós mesmos mais cheios do Espírito Santo nós
seremos. E verdadeiramente meus irmãos e minhas irmãs, a resposta
de Deus para o mundo de hoje é: homens e mulheres cheios do
Espírito Santo! A resposta de Deus para o mundo de hoje é: homens
vazios de si mesmo e cada vez mais cheios do Espírito Santo!

A resposta de Deus em Pentecostes foi exatamente esta:


homens que se esvaziaram de si a partir da oração no cenáculo de
Jerusalém em torno de Maria Santíssima, e porque estavam vazios de
si puderam ser enchidos do Espírito Santo e a resposta de Deus para
aquele tempo foi homens e mulheres cheios do Espírito Santo.

Essa também é a resposta de Deus para o século 21: homens e


mulheres coadjuvantes que apontam para Jesus, que é o
protagonista; homens e mulheres que se esvaziam de si mesmo, que
se esvaziam de tudo que é mundano, que rompem com o
mundanismo para ser enchidos do Espírito Santo e por Ele enviados
como testemunhas em Jerusalém, toda a Judéia, Samaria e até os
confins do mundo.

4) Servos e 5) Testemunhas

Vamos ao versículo 5 de Mateus 3. No versículo 5 a escritura nos


diz assim: “Pessoas de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a
circunvizinhança do Jordão vinham a ele. Confessavam seus
pecados e eram batizadas por ele nas águas do Jordão.

O que esse versículo 5 e 6 nos ensinam a respeito de João


Batista?

João Batista era só um servo, mas a sua fama se espalhou por


todo Israel e as pessoas viam em João Batista “um sinal visível da
presença de Deus”. As pessoas viam em João Batista “o rosto da
santidade”, as pessoas “sentiam o perfume da graça de Deus”, o
“perfume do Messias”, o “perfume de Cristo” em João Batista.

Alguns anos atrás um grande servo do Senhor, chamado Jim


Murphy, que foi presidente do Serviço Internacional para a Renovação
Carismática Católica, até então ICCRS, ele vindo ao Brasil disse assim
pra nós: “as pessoas querem tocar em seus coordenadores para tocar
em Deus. Nós somos os primeiros onde as pessoas podem tocar para
tocar em Deus.”

Nós não somos Deus, nós somos meramente servos, mas somos
sinais visíveis do amor de Deus, da misericórdia de Deus, somos sinais
visíveis da presença de Deus, da ação de Deus neste mundo. Então,
assim como a João Batista, pessoas de Jerusalém, de toda a Judéia e
de toda circunvizinhança do Jordão vinham a ele e ele tinha uma
palavra de alento, ele tinha uma palavra de conforto, ele tinha a
solução espiritual para aquelas pessoas, também assim deve suceder
conosco. As pessoas vêm a nós querendo ver Jesus, e nós precisamos
ser “sinais”, “testemunhas de Cristo” para estas pessoas. O nosso
testemunho pessoal é a bíblia que muitas pessoas poderão ler. Talvez
você seja a única bíblia que muitas pessoas deste mundo poderão ler.
E como tem sido a tua escrita, como tem sido a minha e a tua postura,
o nosso testemunho? Nós temos exalado o perfume da graça de Deus
para aqueles irmãos e irmãs que vem a nós querendo tocar no
Senhor? Querendo ver o Senhor? Que eu e você sejamos essa
presença, esse sinal da ação amorosa de Deus neste mundo.

6) Guardião

Ainda podemos aprender com João Batista uma sexta


característica, e ela está nos versículos de 7 a 10 de Mateus 3. A
escritura nos diz assim: Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e
dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: “Raça de
víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura? Dai, pois,
frutos de verdadeira penitência. Não digais dentro de vós: Nós
temos a Abraão por pai! Pois eu vos digo: Deus é poderoso para
suscitar destas pedras filhos a Abraão. O machado já está posto à
raiz das árvores: toda árvore que não produzir bons frutos será
cortada e lançada ao fogo.

Será que João Batista estava com raiva dos Fariseus e dos
Saduceus?

É obvio que não. João Batista estava interessado na salvação


dos Fariseus e dos Saduceus. Portanto, João Batista nestes três
versículos... quatro versículos, de 7 a 10, vai se colocar como uma
sentinela, guardião do que é essencial. Vai dizer assim pra eles: vocês
estão fugindo da cólera vindoura? Não sejam orgulhosos dizendo
que vocês são filhos e Abraão e que isso já é suficiente para que vocês
sejam salvos. Se vocês não se converterem, vocês morrerão, vocês não
alcançarão a vida eterna. Dai frutos de verdadeira penitência e não de
uma penitência superficial, efêmera, uma penitência de aparências.

João Batista então aqui aparece como alguém que vai exortá-
los a voltar para os trilhos, a voltar para aquilo que é essencial. João
Batista se coloca como uma sentinela, guardião de todo o povo de
Deus. Uma sentinela que toca a trombeta para exortar de que o
perigo está na vida daqueles homens, Fariseus e Saduceus.

Irmãos queridos, imãs, nós também somos chamados a ser essa


sentinela, guardião do que é essencial na vida dos irmãos. Guardião
da nossa identidade cristã, mais íntima. Guardião do sentido de
seguirmos o Senhor, de sermos testemunhas, de sermos homens e
mulheres de penitência verdadeira e não de uma penitência
superficial e efêmera. João Batista então nos ensina a tocar a
trombeta, anunciando e denunciando tudo aquilo que é um caminho
de morte, aquilo que é um caminho contrário ao plano salvífico do
Senhor para nós.

7) Formador de Missionários

E uma última característica que nós vamos encontrar em João


Batista, não no evangelho de Mateus, mas no evangelho de São João
no capítulo primeiro. João capítulo primeiro, nós vamos ver a partir
do versículo 35, essa característica fundamental de João. João 1,35.
Olha que coisa maravilhosa, que coisa linda: "No dia seguinte,
estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos.".

Onde estava João? À beira do Jordão, no campo de trabalho


dele. Há até uma musiquinha que a gente canta: "quando Jesus
passar, quando Jesus passar, quando Jesus passar eu quero estar no
meu lugar".

Quando Jesus passar, meus irmãos, ele quer nos encontrar no


posto onde ele nos colocou para servi-lo. Ele quer nos encontrar em
plena atividade, em pleno vigor missionário. No versículo 35 nós
lemos que João estava lá no lugar onde o Senhor o plantou, à beira
do Jordão, no campo de missão dele, fazendo a coisa ordinária de um
modo extraordinário.

Então estava lá João outra vez com dois de seus discípulos, a


avistando Jesus que ia passando o que João fez? Apontou para Jesus:
"E, avistando Jesus que ia passando, disse: “Eis o Cordeiro de Deus”.
Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. Voltando-se
Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: “Que procurais?”.
Disseram-lhe: “Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?”. – “Vinde
e vede” – respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com
ele aquele dia. Era cerca da hora décima. André, irmão de Simão
Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinham
seguido. Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe:
“Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo)”. Levou-o a Jesus, e
Jesus, fixando nele o olhar, disse: “Tu és Simão, filho de João; serás
chamado Cefas (que quer dizer pedra)”.
A sétima característica que nós aprendemos então, com João
Batista, é que João Batista é um missionário formador de outros
missionários. João Batista tinha os seus discípulos e formava aqueles
discípulos segundo o coração de Deus, e João Batista como um bom
formador, como um bom formador de missionários, de servos, João
Batista sempre apontava para o mestre, apontava para Jesus: eis o
cordeiro de Deus, segui-o! João Batista não dizia: olha eu sou o
cordeiro de Deus, olhe para mim, sigam-me, não... João Batista
apontava para Jesus, eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo, segui-o.

A escritura vai dizer que aqueles dois discípulos seguiram Jesus


e foram para a casa de Jesus. Foram até onde Jesus morava e ficaram
com ele todo aquele dia.

O que esse trecho da escritura nos ensina?

Que primeiro a gente tem amizade com Deus, a gente tem


intimidade com Deus, a gente vai pra casa do Senhor.

Eu fico imaginando, irmãos, essa cena: “esses dois homens


foram para a casa de Jesus”. Naturalmente, quem é que estava na casa
de Jesus cozinhando, cuidando da casa de Jesus? Maria Santíssima.
Então durante aquela tarde eles tiveram um colóquio com Jesus, um
colóquio com Maria, eles rezaram com Jesus, como bons judeus que
eram, horário certo de oração, eles fizeram refeição com Jesus.

E no versículo 40 a escritura diz, André, irmão de Simão Pedro,


era um dos dois que estavam lá com Jesus. Foi ele então correndo a
procura de seu irmão e disse-lhe: achamos o Messias. Nós vemos que
João Batista formou outros missionários. Agora não é mais João
Batista que aponta para Jesus, agora é André que vai anunciar a boa
notícia: encontramos o messias. E logo levou Simão Pedro até Jesus.
E aí nós sabemos quem foi Simão Pedro, o primeiro papa da Igreja,
aquele que tem o primado no colégio dos Apóstolos, aquele que é o
enviado por excelência de Jesus como apóstolo, coluna da Igreja do
Senhor. Tudo isso fruto do ministério de João Batista.

João Batista não foi papa, mas ele foi instrumento de Deus para
que aquele que seria papa pudesse se encontrar com Jesus.
Que coisa linda! O teu ministério deve alicerçar o plano de Deus
na vida de muitos irmãos e irmãs. O teu serviço deve ser apontar para
Jesus e formar outros servos, para que o reino de Deus possa se
expandir cada vez mais. Para que os servos possam cada vez mais
bradar em alta voz: encontramos o messias! Como disse André para
seu irmão Simão Pedro.

Cinco palavras-chave, as 5 pedrinhas

Queridos irmãos, concluindo já esse momento da nossa


reflexão quero partilhar com vocês que no final de setembro, de 2020,
o conselho nacional da RCC Brasil como uma instância de serviço e
de discernimento da vontade de Deus para todo o Movimento
Eclesial, nós nos reunimos durante cinco dias em oração. Foi uma
assembleia virtual, mas nem por isso menos frutuosa. E lá naquela
assembleia durante toda a escuta do Senhor, o Senhor nos Deus 5
palavras-chave para esse ano de 2021. Cinco palavras que nós
podemos dizer assim: “são as cinco pedrinhas para o servo do Senhor
notadamente no ano de 2021”. Praticamente, todas essas palavras
estão no evangelho de Mateus e João que nós acabamos de refletir.
Mas eu quero partilhar cada uma delas aqui com vocês.

1. A primeira palavra chave é: SIMPLICIDADE. Simplicidade,


o Senhor pede de nós simplicidade, ou seja, uma pessoa sem
vaidades, sem apegos, sem rebuscamento, sem acessórios, uma
pessoa que vive com o essencial, uma pessoa que se desprovê de
tudo, uma pessoa que renuncia a todo mundanismo.
2. A segunda palavra chave que o Senhor nos Deus, muito
ligada a essa primeira é: PEQUENEZ. Ou seja, reconhecimento do que
se é. Reconhecimento de que nós somos “pobres vermezinhos”,
míseros insetos, como vai dizer o profeta Isaías. Pequenez é
humildade, é reconhecimento de que eu sou um coadjuvante e que o
protagonista é Jesus Cristo, o Senhor do tempo e da história. Que caia
por terra toda vaidade pessoal, que caia por terra toda tentação à
autopromoção, à competição entre servos, entre líderes, na
Renovação Carismática, que caia por terra todo o desejo de aparecer.
Sejamos pequenos porque no reino de Deus o menor é o maior. Então
reconheçamos a nossa pequenez, a nossa fragilidade, a nossa
finitude. Reconheçamos que sem Deus nada nós somos e nada
podemos fazer.
3. A terceira palavra chave que Deus nos deu foi: TOTAL
DEPENDÊNCIA DE DEUS. Ou seja, termos a nossa cabeça recostada
no colo do mestre. Depender totalmente do Senhor é colocar a nossa
confiança e a nossa esperança unicamente no Senhor, que fez o céu
e a terra. O poder é todo e unicamente do Senhor, nós não temos
poder algum. Ele nos dá a autoridade, nos outorga a sua autoridade
para que façamos a sua obra, em seu nome, mas nós somos
totalmente dependentes do Senhor. Portanto, inclinemos a nossa
cabeça no colo do Senhor, repousa ó minha alma em meu Deus, diz
o salmista. Vamos descansar, vamos depender do Senhor, ele que nos
fala em João 15, porque sem mim nada podeis fazer. Ele é o Senhor.
4. Quarta palavra chave que o Senhor nos deu:
RELACIONAMENTO. Podemos até colocar assim entre aspas: "uns
aos outros". Cristianismo e relacionamento é convívio uns com os
outros, é perdão trocado, é amor trocado, é suporte mútuo em fé, é
promoção do outro, é uma genuína vivência fraterna. E como nossos
grupos de oração precisam se aperfeiçoar em vivência fraterna, em
relacionamento uns com os outros! O Papa Francisco, na sua primeira
encíclica, chamada Lumen Fidei (Luz da Fé), vai dizer que: “a fé não é
um ato que se possa viver só, a fé é por excelência um ato
comunitário, é impossível ter fé sozinho”. Mais cedo ou mais tarde
nós vamos esmorecer. Portanto, relacionamento, vivência fraterna,
cultura do encontro, ir ao encontro dos irmãos, só dentro da Igreja
não... também, e principalmente fora da Igreja, para que eles também
cressem, no convívio dos eleitos do Senhor.
5. E por fim, a última palavra chave, que tem tudo a ver com
a palavra norteadora para a RCC Brasil no ano de 2021. A última
palavra chave é: VIGOR MISSIONÁRIO. O que é vigor missionário,
irmão? Quem está dormindo, dormindo, fique de pé! Quem está com
os joelhos vacilantes, robusteça as força das suas pernas para
marchar! Quem está deitado coloque-se de pé em estado de alerta,
em estado de vigilância, em estado de sentinela! Vigor missionário
significa robustecimento espiritual, sentir-se alistado no exército de
Deus. Você é um soldado de Cristo, uma soldada de Cristo, você foi
alistado para o exército do Senhor! Isso é vigor missionário: senso de
pertença, desejo de marchar. Deus levanta o homem acabrunhado, dá
vigor de adolescente aos que estão enfraquecidos, nos diz Isaias no
capítulo 40. Então, meus queridos irmãos a quinta palavra-chave é
vigor missionário, que tem tudo a ver com a palavra norteadora para
a RCC Brasil em 2021. Aquela palavra que está lá em Atos 1,8:
“descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força e sereis
minhas testemunhas”. Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará
parresia, ou seja, audácia apostólica, destemor, ousadia,
combatividade profética e ousadia apostólica. Descerá sobre vós e
vos dará força, vos dará dínamus, força propulsora, força que leva pra
frente, força que não nos permite desanimar, que não nos permite
voltar atrás, força que nos empurra cada vez mais para alto mar. Essa
força de que fala Atos 1,8 sem dúvida nenhuma é essa coragem, essa
força sobrenatural que nos vem do céu para nós sermos homens e
mulheres agradáveis ao Senhor nesse tempo.

Conclusão

Portanto, para concluir a nossa reflexão, sejamos dóceis ao


Espírito Santo. Deixemos que o Espírito Santo forje em nós esse
caráter de servo a semelhança do profeta João Batista. Que o Espírito
Santo possa forjar em nós esse caráter de servidão, de serviço, de
querer apontar para Jesus, de sermos coadjuvantes, simples,
pequenos, totalmente dependentes do Senhor. Pessoas que querem
promover o outro, pessoas cheias do Espírito Santo.

A profecia que nós recebemos do Senhor em 2017 por ocasião


do Jubileu de Ouro da Renovação Carismática Católica diz assim: “se
vocês obedecerem a inspiração do meu Espírito, se vocês forem
dóceis ao meu Espírito, vocês verão infinitamente mais do que
possam pedir ou imaginar”. Que nós, irmãos, sejamos, pois,
obedientes a voz do Espírito, dóceis a este Espírito que vem sobre
nós, nos dá força e nos envia como testemunhas em Jerusalém, em
toda Judéia, Samaria e até os confins do mundo!
Oração final

Convido você a fechar rapidamente os seus olhos e a juntos


pedirmos ao Senhor o dom da simplicidade. O dom da pequenez.

Senhor dá-nos a graça nessa hora de nos reconhecermos


pequenos na tua presença, pobres vermezinhos, míseros insetos,
aqueles que tu amas.

Dá-nos a graça de nos reconhecermos coadjuvantes na tua obra


Senhor. Porque o protagonista és Tu.

Dá-nos a graça de sermos servos que apontamos sempre para


Ti, Tu és o essencial, tudo passa, mas Tu não passas, Jesus.

Dai-nos a graça de apontarmos para Ti.

Dá-nos a graça, Senhor, de sermos também esses sinais visíveis


da Tua presença no mundo de hoje. Exalar o Teu perfume, Senhor,
por onde quer que nós passemos.

Dai-nos a graça, Senhor, de sermos essas sentinelas, guardiães


da identidade, guardiões do que é essencial na nossa vida dos irmãos.

Por fim, Senhor, pelo poder do Teu Espírito, nós pedimos, dai-
nos a graça de sermos missionários, formadores de outros
missionários.

Vem Espírito Santo e renova a terra dos nossos corações!

Vem Espírito Santo e faz de nós servos e servas segundo o teu


coração para a tua maior glória! Amém.

Deus te abençoe meu querido irmão, minha querida irmã.

Um excelente ENF para você!


ENSINO 2 – FORMAR COMO PAULO
PE. ANTÔNIO JOSÉ

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Introdução

Queridos irmãos do Ministério de formação, eu sou o Padre


Antonio José, daqui da Arquidiocese do Rio de Janeiro e hoje tenho
a alegria de poder estar com os irmãos compartilhando um
pouquinho da palavra de Deus. Partilhando um pouco daquilo que
ela nos ensina sobre esse mistério tão precioso; tão necessário; na
Renovação e na Igreja.

Na nossa conversa, eu gostaria de compartilhar um pouquinho


com os irmãos acerca de algumas lições que um grande formador
pode dar pra gente, o Apóstolo Paulo. Gostaria de conversar com
você sobre duas ou três coisas que me parece: eram muito
importantes no trabalho missionário, evangelizador e formativo do
apóstolo Paulo. Podem ser coisas que também podem nos ajudar no
modo de nós organizarmos a nossa formação.

Desenvolvimento

Eu sei, que graças a Deus, a Renovação já nos oferece um


itinerário de formação com etapas, com propósitos, com conteúdo,
mas a gente pode dizer esse é o esqueleto que mantém tudo de pé:
é preciso que haja pele e carne, é preciso que haja alma em tudo isso.

A pessoa do formador, ela é fundamental nesse “colocar alma”,


nesse “inspirar alma” ao processo formativo. É por isso meu irmão
querido, minha irmã que quero ressaltar algo que eu acho que nunca
vai ser ressaltado o bastante: no seu serviço de formador, no seu
ministério de formador, o seu grande recurso, o seu grande material,
o seu grande instrumento é você próprio! É aquilo que você tem
vivido com o senhor! Nós temos muitos outros bons recursos: livros,
as nossas apostilas, os nossos retiros, os nossos momentos
formativos; tudo isso é valioso, mas o grande recurso do formador é
ele próprio e o que o Espírito Santo está fazendo nele.

Acho que se nós dermos uma olhadinha no Livro de Atos do


Apóstolos e nas Cartas de São Paulo nós vamos ver que o Apóstolo
entendia as coisas desse Jeito.

Paulo não falava de coisas das quais ele tinha ouvido falar. Paulo
compartilhava com os irmãos o que ele aprendia, o que o Espírito
Santo revelava a ele pessoalmente. Paulo não era um repórter que
descrevia alguns fatos passados. Paulo era um homem de profunda
comunhão com Deus, que nessa comunhão era capaz de entender
todas as repercussões do Evangelho e Era capaz de acender esse fogo
no coração dos seus irmãos. Paulo, no fundo no fundo, está
respeitando algo que parece que é uma “marca do trabalho de Deus”
em toda a história da salvação: Deus não trabalha com projetos, Deus
não trabalha com estratégias, Deus não trabalha com planos
pastorais..., planos..., não, não! Deus trabalha com gente e Gente cheia
do Espírito Santo!

Deus trabalha com pessoas! Deus investe em pessoas! Deus se


revela a pessoas! E pessoas que estão em comunhão com Deus,
pessoas que estão sendo alimentadas com a revelação de Deus, com
a Palavra de Deus, elas são capazes de imprimir isto em outras
pessoas.

Nosso Processo Formativo não pode ser, jamais, apenas a


aplicação de apostilas ou de cursos, nosso Projeto Formativo não
pode se resumir apenas ao repasse de alguns conteúdos muito
interessantes; nosso Projeto Formativo sequer pode se realizar
plenamente por exemplo, à distância. Algumas coisas se passam à
distância, mas o nosso Processo Formativo é sempre como o Processo
de Paulo, como o Processo de Jesus, um Processo de Discipulado.
Pessoas convivendo juntas, pessoas aprendendo junto, pessoas que
estão sendo colocadas ao lado de irmãos mais velhos e que veem
esses irmãos mais velhos viverem, servirem, pregarem, e aprendem
com essa vivência. Foi assim entre os discípulos e Jesus, foi assim
entre a equipe missionária de Paulo e o Apóstolo.

Formação não é algo que possa acontecer tendo entre uma


pessoa e outra algum instrumento que acabe se tornando um
empecilho no relacionamento. Nossas apostilas, nossas aulas, nossos
cursos não podem ser obstáculos para o relacionamento entre os
formadores e aqueles que estão sendo preparados pelo processo de
formação. Todos esses objetos, todos esses recursos, têm que de
alguma maneira potencializar aquilo que só acontece no nosso
relacionamento. Irmãos, precisamos apostar muito nisso!

Você que conheceu a renovação a 25, 30 anos atrás, eu tenho


certeza que você teve pessoas que você via pregar, que você via orar,
com quem você convivia no Grupo de Oração, pessoas que trouxeram
você para perto, pessoas que partilhavam coisas com você, que
convidavam você para momentos de partilha ou de oração, e essas
pessoas foram modelo, inspiração, ajudaram você a descobrir a vida
no Reino de Deus. Essas pessoas discipularam você! Agora é a sua
vez, faça isso com os seus irmãos!

Talvez..., é certo! Não seja possível fazer isso com centenas e


centenas, mas se você fizer esse processo de maneira consciente,
verdadeira, intensa, espiritual, com algumas pessoas, você pode ter
certeza que através delas você vai alcançar as centenas, através delas
o formador é capaz de cercar-se de pessoas que, ele sabe, são “boa
matéria-prima” para a obra de Deus. E ele é capaz de criar esses laços
de comunhão, de partilha de vida, nos quais tanta coisa preciosa e
insubstituível chega nos nossos irmãos.

Formadores não são professores, formadores não são mentores


de algum tipo de curso, de alguma disciplina, formadores são homens
e mulheres como Paulo, como Jesus, que convivem com os seus e
nessa convivência fazem com que os formandos experimentem o que
é a vida no Reino, o que é viver uma vida em contínuo contato com
o sobrenatural. Se a gente perde isso irmãos, por mais que nós
tenhamos boas apostilas, bons Processos Formativos, bons cursos,
nós não vamos alcançar o nosso alvo. O nosso alvo não é apenas
formar pessoas que sejam capazes de realizar essa ou aquela tarefa
num Grupo de Oração, nosso alvo é formar homens e mulheres que
cheios do Espírito Santo, onde estiverem, possam ser facilitadores da
palavra de Deus, possam fazer a Palavra de Deus chegar mais longe;
esse é o nosso alvo! Esse é o nosso alvo!

Nós não formamos especialistas nisso ou naquilo, o Evangelho


não é assim! Nós não formamos especialistas numa tarefa ou em um
trabalho ou outro do Grupo de Oração, nós formamos homens e
mulheres batizados no Espírito Santo, que agora precisam aprender
uma vida nova, e essa vida nova vai amadurecendo, e à medida que
amadurece ela dá frutos em qualquer lugar.

É verdade que no Grupo de Oração esses irmãos vão ser


ajudados a discernir os seus ministérios particulares, é verdade! E eles
vão ser ajudados também pelo Ministério da informação a crescer no
serviço, a se tornar servos melhores, mas olha, um servo não é alguém
que aprendeu a desempenhar essa ou aquela tarefa no Grupo de
Oração, um servo é alguém que foi treinado a discernir e obedecer à
vontade de Deus. É diferente, é muito mais amplo, e os nossos irmãos
precisam de ajuda nesse caminho. O Ministério de Formação é uma
dessas ajudas.

Como é que a gente forma um homem ou uma mulher capaz


de discernir e obedecer à vontade de Deus?

Isso não se aprende só com leitura de bons livros. É positivo,


mas não é assim. Isso não se aprende apenas ouvindo pregações,
ensinos ou palestras. Isso é positivo, mas não é só assim. A gente
aprende a discernir a voz de Deus e obedecer a ela estando num
ambiente onde há pessoas que estão vivendo isso. Estando inserido
num ambiente onde há pessoas que estão buscando para elas
próprias discernir a vontade de Deus e cumpri-la. Discipulado
significa que a nossa formação é por contágio, é por contato, pessoas
que estão caminhando no senhor, pessoas que estão aprendendo a
viver no senhor, trazem para perto de si irmãos mais novos que tem
a mesma sede de aprendizado. Foi assim com o apóstolo Paulo.
Se você der uma olhadinha em Atos e nas Cartas de Paulo, você
vai ver que nas diversas comunidades fundadas por Paulo, nas
diversas Igrejas, onde ele passava cerca de 18 meses, pelo que a gente
lê nos seus escritos, formando as pessoas anunciando a elas um
Evangelho e ajudando-as a amadurecerem, Paulo identificava alguns
irmãos a quem ele dava uma atenção particular formando-os para
anunciar o Evangelho a outros, formando-os para poderem pastorear
aquelas Igrejas. Paulo discernia irmãos que tinham um chamado que
ele percebia que era particular, trazia essas pessoas para perto dele,
fazia com que essas pessoas se tornassem membros da sua equipe
missionária, sustentava essas pessoas pacientemente para que no
momento oportuno elas pudessem multiplicar o anúncio da Palavra
ou então serem colocadas à frente das comunidades.

Paulo sabia que a formação necessária seria dada em primeiro


lugar pela convivência com ele; isso é discipulado! Veja, na primeira
carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo chega a dizer no capítulo 4,
versículo 16: “por isso eu vos conjuro irmãos, a que sejais meus
imitadores”.

Imitadores! A gente só aprende a imitar alguém quando a gente


tem convívio com essa pessoa. Eu tenho certeza que apesar de você
já ser grandinho, já ter se tornado uma pessoa adulta, tem hábitos na
sua vida – talvez uma maneira de falar, uma maneira de se comportar
própria sua – que se entranharam em você porque você aprendeu
convivendo com seus pais. Quando nós somos crianças, adolescentes,
a nossa convivência com os nossos pais faz com que certo tipo de
atitude, maneira de falar, vá se entranhando na gente, e de tanto
conviver com eles nós acabamos nos tornando imitadores deles. Eles
são para nós inspiração.

Meu irmão formador, minha irmã formadora, você tem um


chamado a ser inspiração para os seus irmãos. Isso pode parecer
constrangedor pra gente, mas é o que diz a Palavra. Nós temos um
chamado para que a nossa vida seja motivo de imitação para os
irmãos. De tal maneira deve ser grande o nosso compromisso com a
Palavra de Deus que aqueles que convivem conosco devem aprender
a viver do nosso jeito, a reagir do nosso jeito, a se comportar do nosso
jeito. Isso tudo é formação, e posso dizer para você: “é o pedaço mais
importante da formação”. Mais importante porque é o pedaço que
mexe com aquilo que é a existência das pessoas: o modo de viver, o
modo de reagir, o modo de se colocar diante dos problemas ou
diante de Deus mesmo, nossa tarefa é sermos inspiradores para os
nossos irmãos como o apóstolo Paulo. Isso seria impossível se nós
não convivêssemos juntos.

Repito a você, o nosso material formativo é só um instrumento


e não é o instrumento mais precioso. O instrumento mais precioso
que a Renovação Carismática Católica no Brasil tem para a formação
dos seus irmãos é você! Esse é um instrumento mais precioso que nós
temos: sua vida, seu compromisso com Deus, sua fome e sede da
Palavra de Deus. Esse é o recurso mais importante que nós temos!

Quando convivemos juntos, imprimimos os valores que


carregamos em nós, nos nossos irmãos. E isso vai tudo, até na maneira
como a gente prega, até na maneira como a gente ensina, em tudo!
A gente “vai” em tudo o que a gente faz!

Mas veja, esse nosso relacionamento tem que ser o


relacionamento de família. A carta aos efésios diz que “A Igreja é a
Família de Deus”. É uma pena que ao longo do tempo a gente tenha
se acostumado, talvez, a ver mais a Igreja como “O Quartel de Deus”
e por isso nossos relacionamentos, nossa maneira de organizar as
coisas, às vezes, tem mais a ver com a estrutura de um quartel do que
com o relacionamento de uma família. Ainda nesse trechinho de
Primeira aos Coríntios, capítulo 4, no versículo anterior ao que a gente
leu, nós Lemos o 16, olha no 15 o que Paulo diz: “Com efeito, ainda
que tivésseis dez mil mestres em Cristo não tendes muitos pais,
ora, fui eu que vos gerei em Cristo Jesus pelo Evangelho”.

Paulo era Apóstolo e ele era muito consciente do privilégio que


Deus o havia dado ao fazer dele Apóstolo. Paulo sabia que ele tinha
autoridade para fundar Igrejas; Paulo sabia que ele tinha autoridade
para corrigir confusões que acontecessem entre os irmãos porque era
Apóstolo. Ele era muito cioso disso, mas se você der uma olhadinha
nas cartas de Paulo quando ele se dirige às Igrejas que ele fundou,
quando ele se dirige a esses irmãos de quem ele tinha saudade,
normalmente no trato com eles, ao longo das cartas, Paulo não fala
como Apóstolo, ele se apresenta como tal no início das cartas mas à
medida que ele vai conversando, ele fala com filhos, filhos muito
amados, como aqui aos Coríntios, ele fala como “pai na fé”. Veja, ele
chega a dizer nesse versículo: “ainda que vocês tenham dez mil
mestres, vocês têm poucos pais”.

Irmãos queridos, nós vivemos um tempo em que as pessoas,


talvez mais do que nunca, precisam de pais e mães na fé, mestres já
há muitos! Basta ligar a internet, abrir no YouTube e você vai
encontrar milhares e milhares de pessoas dando aulas sobre religião,
às vezes até sobre o Evangelho. Há muitos mestres!

Uma aula pode ser dada pela internet, mas ninguém pode ser
pai ou mãe pela internet. Eu posso usar a internet sendo pai ou mãe
em algum momento. Meus filhos estão viajando ou eu estou viajando
e aí eu faço lá uma chamada pela internet para a gente se ver, mas é
algo acidental porque a missão de pai e de mãe significa
relacionamento, proximidade, acompanhamento paciente, saber dar
um passo para a frente e dois para trás, corrigir, recomeçar, tudo isso
é relacionamento de pai e mãe. Vocês que são pais e mães biológicos
sabem disso muito melhor do que eu: “educar um filho é algo para a
vida toda”.

Paulo diz aos Coríntios: “ainda que vocês tenham milhares de


mestres, vocês têm poucos pais na fé!” E assim, ele se apresentava aos
Coríntios como seu pai.

Irmãos queridos, “nossa formação na Renovação não deve nos


tornar mais parecidos com mestres do que com pais e mães”.

Os irmãos que você está ajudando a formar devem ver


(perceber) em você um sentido paternal, uma alegria em vê-los
crescer, amadurecer, uma paciência em saber que ninguém nasce
pronto, e por isso vai dando tempo para que elas possam crescer e
despontar com os seus dons.

Que tipo de relacionamento bonito!

Quando esse relacionamento não existe, o que era para ser


formação acaba se tornando uma fonte de muitos problemas. Se eu
não tenho coração de pai ou de mãe com relação àqueles que eu
estou formando, eu vou vê-los como uma ameaça se eles começarem
a se tornar adultos, a se tornarem pessoas capazes de estar à frente,
quem sabe, tendo eu que estar a dois passinhos para trás. Pais e mães
saudáveis se alegram vendo seus filhos amadurecerem; pais e mães
saudáveis se alegram vendo os filhos sendo capazes de trabalhar, de
ganhar o seu sustento, de gerenciar a sua vida. Cuidado! Porque se
não há esse coração de pai ou de mãe que nos torna felizes por ver
os nossos irmãos capazes de levar o Evangelho adiante e ensinar a
outros, poder irem adiante com seu próprio Ministério, a outra opção
é que nós comecemos a olhar para eles como ameaças! “Se essa
pessoa cresce muito daqui a pouco vamos ser dois ou três aqui pra
fazer a mesma coisa!”

Não, não, misericórdia de Deus sobre nós! Nós não estamos


competindo por trabalho, a messe é grande! Há trabalho para todos...
pra todos! Nós não estamos competindo por posições. Se alegre por
ver os seus irmãos amadurecendo, se alegre por ver os seus irmãos
crescendo, se alegre por vê-los dando fruto, se alegre por vê-los,
talvez, até se descolando de você, como um pai ou uma mãe sabem
que em algum momento o filho vai caminhar.

Alguns pais têm síndrome de ninho vazio né! Não seja um


formador assim, pelo contrário, se você souber que um irmão que um
dia esteve sendo discipulado por você agora está sendo uma bênção
lá, e lá, e lá; fique feliz com isso, não queira todo mundo dependente
de você o tempo inteiro, não queira todo mundo, talvez, se sentindo
ao seu redor um pouco menor de jeito nenhum. Pais e mães saudáveis
se alegram vendo os filhos despontar. Pais e mães saudáveis sabem
ter a medida certa de correção e estímulo. Pais que não corrigem são
permissivos, fazem mal. Pais que só reclamam de que nada ‘tá bom,
que não podia ser assim, de que você tinha que fazer diferente,
desestimula os filhos. Pais saudáveis conseguem fazer essa relação
positiva entre corrigir e encorajar; a correção é sempre o
encorajamento; o encorajamento mostra que é possível dar um passo
adiante, não se pode estacionar.

Assim também, no caso do Formador, acompanhe, tenha


paciência.
Em alguns lugares parece que a gente só fica seguro de uma
pessoa poder ministrar, de algum modo, se a gente tiver a impressão
de que ela está pronta e acabada. Isso não existe! Eu duvido que tenha
sido assim com você hein! Não foi mesmo! A gente tem que ir criando
espaços para as pessoas, para que elas possam aprender enquanto
servem.

A gente aprende a servir servindo, a gente aprende a


evangelizar evangelizando, a gente não pode dar às pessoas a
impressão de que durante alguns meses nós vamos colocá-las num
tubo de ensaio e quando elas saírem dali vão estar prontas. De forma
alguma, não estarão! E se durante esse tempo a gente não caminhar
com as pessoas dando a elas a chance de começar a caminhar um
pouquinho no serviço, irmãos como é que vai ser? Não se educa um
filho desse modo: “eu o coloco numa redoma e um dia sim, ou
quando ele fica pronto aí ele vai, não acontece assim.

Paulo teve um Barnabé que apostou nele quando todo mundo


tinha medo de Paulo. Apolo, um grande pregador do Evangelho que
é citado por Paulo, ele teve o apoio e o suporte de Priscila e Áquila, e
de algumas pessoas da equipe de Paulo que viram naquele jovem
pregador um homem de Deus, mas que precisava de apoio, de
formação, e não o impediram de pregar, mas ajudaram-no a conhecer
em mais profundidade o Evangelho.

A Palavra de Deus é rica de exemplos de homens e mulheres,


verdadeiros formadores que pacientemente, com o coração de pai e
de mãe foram dando apoio, dando suporte aos seus irmãos, não
pensando que eles um dia estariam prontos e só então poderiam
servir, mas enquanto serviam estavam ao lado deles, trocando ideias,
revendo as coisas estimulando, ajudando.

Irmãos, nós estamos num tempo que precisa mais de pais do


que de mestres. O pai e a mãe não dão o trabalho por encerrado, não
é verdade? O professor dá. As minhas professoras de ensino básico
ou de ensino médio num determinado dia me disseram: “parabéns
você está formado, pode ir! Pronto, agora você já tem tudo o que a
gente podia dar!” Meu pai e minha mãe, são meu pai e minha mãe
até o último dia. E até o último dia eu aprendo com eles.
Assim deve ser na família de Deus, a Igreja. Caminhamos com
pessoas com o coração de pai e mãe ajudando essas pessoas a
amadurecer na fé, a poder ser tudo aquilo que Deus sonhou para elas,
mas sem a impressão de que um dia vamos dizer para elas: “parabéns,
vocês estão formados! Podem ir!” Cuidado com formaturas, cuidado
com formaturas!

Uma coisinha a mais..., só pra não cansar os irmãos, só mais


duas ideias:

Paulo era um formador que não trabalhava sozinho. Paulo tinha


uma equipe e ele inseria pessoas nessa equipe. E a experiência de
evangelizar juntos, de servir juntos, era grandemente formativa!

Você pode imaginar o que foi para Silas estar preso com o
Paulo, lá, à meia noite, quando Paulo começou a louvar a Deus e Silas
se uniu a ele e de repente houve aquele terremoto, e a prisão se
abriu? Você pode imaginar o quanto isso marcou o coração desse
homem? Servir juntos, caminhar juntos, sermos de verdade uma
equipe de comunhão, essa experiência é insubstituível! Uma coisa é
termos numa mesma sala vinte pessoas assistindo uma palestra, outra
coisa muito mais profunda é nós fazermos com que essas pessoas se
sintam uma família porque são! E interajam, trabalhem juntas,
aprendam juntas, ouçam ao Senhor juntas, evangelizem juntas, é
coisa bem diferente! Eu tenho certeza que você já passou por
experiências de ter as duas coisas diante dos olhos, um auditório de
pessoas que parecia uma sala de aula e um grupo de pessoas que
vivia como família, como irmãos, você sabe o tamanho da diferença.
No que depender de nós precisamos fomentar esse espírito, fomentar
esse ambiente de família, esse ambiente de equipe. Veja, é a questão
do trabalhar em equipe é tão importante para Paulo que em vários
lugares esse assunto volta (repete-se).

Lembra da primeira carta aos Coríntios no capítulo 12, no


capítulo 13, no capítulo 14? Nós na Renovação costumamos falar
muito desses trechinhos da Palavra porque eles têm ensinos sobre os
dons espirituais mas se a gente prestar atenção não são apenas sobre
ensinos sobre dons, mas são ensinos sobre como usar dons diferentes
numa mesma família, onde tantas pessoas diferentes devem ter o
mesmo alvo e o mesmo propósito.

Dá uma olhadinha lá em Primeira Coríntios, capítulo 12, olha


que beleza que Paulo diz aqui no versículo 4: “Há diversidade de
dons, mas um só Espírito; os ministérios são diversos, mas um só
é o Senhor; há também diversas operações mas é o mesmo Deus
que opera tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do
espírito para aproveito comum.”

Eu creio que esse é um ensino de Paulo que para ele era muito
importante, se repete constantemente nas Cartas. O Espírito Santo
deseja se manifestar na Terra através de cada um de nós e essa
manifestação do Espírito porque acontece em/e através de pessoas
tão diferentes umas das outras é uma riqueza inesgotável porque o
Espírito de Deus é rico à infinidade. Mas, todas as manifestações do
Espírito são como que os instrumentos de uma orquestra, se juntam
para o proveito comum.

Paulo está falando de trabalho em equipe, Paulo está falando


de vivência em comum, Paulo está falando de vida comunitária,
unidade, e uma das coisas primeiras que eram essenciais para aqueles
que eram escolhidos por Paulo para ajudarem na sua missão era
entrar e fazer parte dessa equipe. Nenhum de nós sozinho é tão bom
no evangelho, na evangelização, como todos nós juntos! O que a
gente aprende a fazer junto a gente faz melhor, e os nossos
formandos devem constantemente ser expostos a isso, caso contrário,
todo o discurso que nós temos na Renovação sobre unidade e que os
nossos servos escutam à exaustão, às vezes, quase em tom de bronca,
todo esse nosso discurso vai ser inútil se desde o início a vivência dos
nossos formandos não for uma vivência de comunhão, trabalho em
equipe, alegria pela diversidade de dons, porque são manifestações
múltiplas do mesmo Espírito Santo, que trabalha em todos e para o
benefício de todos.

Cuidado pra gente não ficar repetindo em tom de bronca um


discurso que não é verdadeiramente capaz de ressoar no Espírito
porque lá no início as pessoas não foram formadas a acreditar. O
trabalho de Deus se faz assim. O trabalho de Deus é um trabalho de
orquestra, o trabalho de Deus é um trabalho de comunhão, isso tem
que ficar gravado no coração, e não fica com uma palestra, só fica
com a vivência. O “estar junto”, formador, não pode ser uma pessoa
de longe. Formador tem que ser como Jesus, aquele que ela anda
mais perto, mais no meio, aquele que gasta tempo com os discípulos,
como Jesus gastou tempo com aqueles homens, não podemos estar
tão longe das pessoas como se fôssemos professores. Esse negócio
não é o nosso chamado!

Por fim, dá uma olhadinha junto comigo, para terminar, na


Segunda Carta de Paulo a Timóteo, capítulo 2, versículo 2. Olha que
beleza a dica que Paulo dá para o seu formando Timóteo. Que era
muito jovem. Paulo acreditou nele, Paulo apostou nele. Paulo sabia
que seria um desafio para ele, mas Paulo sabia: “esse rapaz é um
homem de Deus!” Paulo escreve para ele aqui: “o que de mim
ouviste em presença de muitas testemunhas confia-o a homens
fiéis, que por sua vez, sejam capazes de instruir a outros.”

Irmãos, um grande irmão nosso, Prado Flores, que escreve


coisas lindas que nos ensinam tanto sobre o trabalho de
evangelização, ele tem um livro chamado O SEGREDO DE PAULO.
Talvez muitos conheçam, também fez um seminário com esse nome,
e nesse livro me parece que um dos pontos chaves do Segredo de
Paulo, que ele compartilha com a gente é justamente esse: “Paulo
sabia que ele não seria capaz de correr todo o tempo – e olha que
Paulo correu hein! – Ele andou pelo mundo todo, mas ele sabia, ele
foi preso mais uma vez, ele sabia que o seu destino seria um destino
sangrento, ele sabia! E ele também sabia que ainda que ele parasse a
Palavra de Deus não podia parar, a Palavra de Deus tinha de continuar
correndo, portanto, Paulo tinha uma verdadeira preocupação de
formador.

Qual deve ser a preocupação do formador? - Eu sei que eu não


posso correr todo o tempo, eu sei que circunstâncias podem me
deter, eu sei que um dia o Senhor vai me chamar, mas a Palavra que
chegou até mim tem que continuar correndo, a Palavra que veio até
mim tem que ir além, tem que alcançar outros. Então Paulo percebeu
que ele era um elo de uma corrente que ele devia fazer avançar, e é
isso que ele diz a Timóteo aqui: “o que você ouviu de mim Timóteo
confia-o agora a homens fiéis para que eles por sua vez possam
instruir a outros.”

A Palavra de Deus tem que continuar correndo irmãos, nossa


tarefa não é mobilizar as pessoas para dentro, para nós, nossa tarefa
é fazer a Palavra sair e alcançar outros.

Um informador como Paulo, ele tem os seus Timóteos que por


sua vez vão formar outros homens fiéis, que por sua vez vão anunciar
a Palavra muitos outros. É assim, é assim!

Como seria maravilhoso se a gente pudesse, depois quem sabe,


com calma, encorajo você fazer isso, dar uma olhadinha em todo o
Novo Testamento: Atos do Apóstolos, Cartas de Paulo... Mas com esse
olhar: eu quero encontrar inspiração nesse formador que é Paulo, mas
mais ainda, eu quero encontrar a inspiração nesse informador que é
Cristo! E a gente vai ver quantas riquezas de Deus a personalidade
desses homens ensina pra gente, como conduzidos pelo Espírito
Santo, eles foram capazes de fazer a Palavra correr e chegar até nós
hoje, como hoje ela está passando pelas suas mãos e vai continuar
correndo para chegar a centenas, milhares de outros corações daqui
pra frente!

Conclusão

Querido irmão formador, você é o grande recurso da Renovação


Carismática Católica para formar evangelizadores nesse Brasil, para
formar homens fiéis, e mulheres fiéis, que por sua vez vão comunicar
a muitos outros o Evangelho de Jesus. Você, não projetos em papel,
não métodos de psicologia ou de pedagogia não, você, uma pessoa
cheia do Espírito Santo que tem um compromisso em ser dócil ao
senhor.

Oração final

Nós oramos agora que o senhor faça de nós formadores


capazes de espalhar esse fogo que um dia o senhor acendeu em nós.
Queremos orar agora para que o Senhor nos dê coração de pai e mãe,
coração paciente, coração despojado de si mesmo. Que o Senhor nos
dê a graça de não andarmos sozinhos, mas que nós vejamos os
nossos irmãos de equipe como presentes de Deus para nós. Também
eles nos formam. Formação é para a vida toda! Juntos todos nós
aprendemos mais.

Peço ao senhor que abençoe a sua vida agora

Deus pai querido, te agradeço muito pela vida desse irmão,


dessa irmã, porque o Senhor confiou a ele, confiou a ela, uma missão
tão preciosa. Pai Santo, Pai querido, vem com o fogo do teu Espírito
e renova o ardor desse coração. Esse fogo tem que se espalhar
Senhor, e só um coração incendiado incendeia outros. Refaz as forças
desse irmão, dessa irmã, depois de todas as provas, depois de todas
as cruzes, agora ressuscita esse chamado, ressuscita esse Ministério
Pai, coloca no peito dele ou dela, um coração de pai ou de mãe, um
coração paciente, um coração que corrija e encoraje, um coração que
saiba diminuir pra que outros possam crescer.

Pai querido, Pai Santo, em nome de Jesus abençoa esse irmão


formador, essa irmã formadora, com uma unção poderosa de
comunhão e de unidade, que esse teu filho, que essa tua filha, sejam
ministros de unidade, ministros de reconciliação, ministros de
comunhão, para edificar a Tua família Pai, onde quer que eles estejam.

Te peço em nome de Jesus, Senhor, como Paulo, que eles sejam


homens e mulheres cheios do Espírito, capazes de ajudar os seus
irmãos a servirem juntos, numa mesma messe, preparando tudo para
a grande colheita que o senhor está por fazer.

Que Deus todo-poderoso renove o seu chamado, abençoe e


frutifique o seu sim, e derrame sobre você toda a paz, toda a graça
do seu Espírito Santo!

Em nome do ϯPai, e do ϯFilho e do ϯEspírito Santo! Amém!


ENSINO 3 - MINISTÉRIO DE FORMAÇÃO É UM
SERVIÇO NA IGREJA PARA IGREJA
ELIANE NORONHA

Introdução

Como tem sido o exercício do seu serviço/ministério na


Igreja?

Para falar sobre o Ministério de Formação como um serviço na


Igreja e para Igreja, nós precisamos relembrar o significado de duas
palavras importantes: ministério e serviço.

• Os documentos da Igreja vão nos ensinar que o


Ministério provém de um carisma e deve ser colocado à serviço
da comunidade. Portanto, ministério é um dom doado pelo
Espírito Santo a cada um de nós para o colocarmos à serviço da
comunidade.
• O dicionário vai definir a palavra serviço como ação
ou feito de servir, de dar de si como forma de trabalho.

Então, o meu ministério eu o coloco à serviço e em prol


da comunidade. Eu me dou sem reservas ao meu irmão a partir
do meu ministério.

• I Pedro, 4,10 - Eu recebo de Deus essa graça e não a


guardo para mim mesmo, mas a coloco à serviço do outro.

1. A importância da Formação na RCC

O Ministério de Formação é importante para RCC do ponto de


vista pastoral porque somos responsáveis por educar nossos irmãos
na fé e também pela observância dos critérios de eclesialidade
propostos pelo Magistério da Igreja.
Falando sobre a importância da formação Dom Azcona, no ano
de 1992, em um Congresso Nacional, dizia assim para a RCC: “A RCC
não deveria apenas pescar os batizados, mas também formá-los
em cristãos maduros e autênticos.”

Esta é a missão da RCC: formar cristãos maduros e


autênticos. Um povo que não se deixar conduzir por qualquer
doutrina como diz São Paulo a Timóteo.

São João Paulo II em 1998, em uma conferência com as


lideranças carismáticas disse: “De uma formação sólida surgirá uma
espiritualidade profunda enraizada nas fontes da vida cristã e capaz
de corresponder as perguntas cruciais colocadas pela cultura de
nosso dia.”

Nós precisamos estar prontos para dar testemunho da razão da


nossa fé. Somente um povo bem formado é capaz de dar um
testemunho autêntico, um testemunho concreto de fé em Jesus
Cristo, um testemunho ao mundo e a esta realidade que encontramos
hoje.

O Papa Paulo VI vai falar de testemunho credível. Ele nos diz na


Evangelii Nuntiandi, nº 41: "O homem contemporâneo escuta com
melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou então se
escuta os mestres, é porque eles são testemunhas."

É necessário dar esse testemunho credível da nossa fé,


enraizado na fé cristã, e isso só é possível a partir de uma formação
sólida.

Nós só podemos dar um testemunho que defendemos, os


valores humanos e morais da Igreja, se passarmos pela formação.

O Papa Bento XVI vai dizer que: “quando muitos navios


naufragam é que se deve intensificar as luzes dos faróis”. Quanto mais
este tempo e a realidade de mundo exigem de nós, quanto mais nós
vemos esses naufrágios dos navios, mais nós devemos intensificar as
luzes dos faróis que vem da formação porque ela que ilumina o nosso
caminho para que possamos caminhar de forma segura.
O Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 8 diz: “Os períodos
de renovação da Igreja são também tempos fortes de catequese.”
Então é tempo de catequizarmos os nossos irmãos porque somente
uma boa formação levará os membros da RCC a uma maior
consciência da sua missão, da sua identidade, daquilo para o qual a
RCC foi chamada.

Esse ano vamos vivenciar o verbo “GUARDAR”. Nós devemos


guardar a nossa identidade e só podemos guardar aquilo que
conhecemos. Portanto, nesse ano nós devemos zelar pela formação e
pela identidade do nosso Movimento para que ela não se perca.

Nesse sentido, o Vinicius Simões nos recordou sobre a missão


da RCC ao dizer que: “A RCC é chamada, portanto, a fazer uma
releitura atualizada da experiência de Pentecostes”. Ou seja, a RCC é
chamada a fazer uma releitura atualizada da graça do Batismo no
Espírito Santo, para ser cada vez mais rosto e memória de
Pentecostes.

O Documento de Aparecida vai nos dizer que “a formação nos


garante a caminhada segura pela verdadeira estrada”. A verdadeira
estrada, o verdadeiro caminho é Jesus. E o principal papel do
Ministério de Formação é levar os homens e mulheres a um encontro
pessoal com Jesus.

Em 2015, o Papa Francisco, no encontro mundial com


sacerdotes, pediu aos sacerdotes que eles realizassem Seminários de
Vida no Espírito Santo em suas Paróquias, mas que também
aplicassem uma catequese capaz de fazer as pessoas terem um
encontro pessoal e profundo com Cristo.

Esta é missão da RCC, esta é a missão do Ministério de


Formação. É assim que o Ministério de Formação presta o serviço a
Igreja e para a Igreja. Nós não formamos pessoas em série, nós não
estamos preocupados em aplicar “x” número de módulo básico,
embora isso seja importante para nós já que a Igreja pede para que
os movimentos e pastorais se preocupem com a formação de seus
membros. Mas a nossa principal missão é formar homens e mulheres
para o céu.
2. A preparação para o serviço

Nós nos preparamos para enfrentar nossa jornada de trabalho,


nós não saímos diariamente para trabalhar de qualquer jeito.

O Decreto Ad Gentes, nº 26, afirma que “todos os


missionários — sacerdotes, irmãos, irmãs, leigos — sejam preparados
e formados, cada qual segundo a sua condição, de maneira a estarem
à altura das exigências do trabalho futuro”.

Nós não podemos negligenciar aquilo que Deus nos confiou.


Precisamos fazer da melhor forma possível. O que cabe a mim
enquanto formador (a) é estudar, pesquisar, me aprofundar naquilo
que o Senhor espera de mim.

Só haverá uma eficácia plena no serviço se o servo estiver bem


formado. Caso contrário nós só teremos um paliativo porque só um
povo bem formado é capaz de corresponder com o espírito de fé e
esperança às adversidades enfrentadas hoje.

3. Relação entre o Ministério de Formação e o Magistério


da Igreja

Qual é o conteúdo da formação/catequese? A resposta está no


parágrafo 427 do Catecismo da Igreja Católica: “Na catequese, é
Cristo, Verbo Encarnado e Filho de Deus, que é ensinado; tudo o mais
é-o em referência a Ele.” O Ministério de Formação não fala sobre si
mesmo, mas aquilo que ensinamos é transmissão da Sã Doutrina
Católica e ensina sobre Cristo.

O Ministério de Formação está em comunhão com o Sagrado


Magistério da Igreja, com a Sagrada Tradição e com a Sagrada
Escritura. Aquilo que aprendemos desse precioso Depósito da Fé nós
transmitimos com fidelidade aos nossos irmãos.

Nós podemos considerar o Ministério de Formação como um


serviço da Igreja e para Igreja porque temos a missão de transmitir os
conteúdos da fé de forma fiel ao Magistério da Igreja.
Desempenhamos o papel de oferecer a cada homem e cada mulher
um alimento sólido para que eles possam cada vez mais amar a Igreja
e aderir a fé da Igreja. O Papa Bento XVI nos recorda que “nós não
anunciamos teorias e opiniões privadas, mas sim a fé da Igreja da qual
nós somos servidores”. O Ministério de Formação é um servidor da fé
da Igreja.

É impossível amar aquilo que não se conhece. O serviço que eu


desenvolvo é um ato de amor em prol do Reino de Deus, em prol do
meu irmão e da minha irmã. Eu dou ao outro aquilo que eu recebi do
Senhor.

4. O servo e o serviço na Renovação Carismática Católica.

A partir da experiência do Batismo no Espírito Santo a primeira


coisa que surge de forma natural em nosso coração é o desejo de
servir para que outros tenham a mesma experiência que tivemos.
Nesse desejo pelo serviço nós vamos compreendendo que o servo e
o serviço estão em intimamente ligados. O servo não escolhe o
trabalho, ele vai onde colocam ele.

O Papa Francisco fala que a Renovação Carismática Católica é


uma grande força à serviço do Evangelho.

Os formadores escolhidos e capacitados pelo Senhor também


são essa grande força a serviço do Evangelho, eles são responsáveis
por serem como braços que trabalham no Corpo de Cristo, a Igreja.

O verdadeiro servo é aquele que se desprende de seus desejos


para realizar o desejo do Senhor. O desejo dele é o desejo do coração
do seu Senhor. Nesse sentido, nós somos chamados a doar as nossas
vidas, forças, tempo, capacidades, inteligência, talentos,
absolutamente tudo em prol do Reino de Deus.

Que o meu cansaço a outros descanse.

5. Aprender de Jesus e com Maria a ser servo

Nós temos esses dois exemplos maravilhosos para a aprender a


ser servo: Jesus e Maria. Jesus que é o servo dos servos que se coloca
a serviço. Maria não hesita em fazer a vontade de Deus. Ela não mede
esforços e não permite que o cansaço venha abatê-la e impedi-la de
servir ao próximo.

É preciso aprender com Jesus e Maria, meus irmãos, para que o


nosso serviço seja de verdade prestado para Igreja e na Igreja e para
que ele gere frutos de muitas bênçãos na vida de cada um de nossos
formandos.

“Nós não podemos ser indecisos em oferecer o melhor de


nossas vidas a Deus” (Santa Teresinha do Menino Jesus). Maria diz “eis
aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra”. É
necessário dar-se ao Senhor sem reservas e oferecer o melhor de
nossas vidas a Ele.

Jesus é o servo por excelência. No Evangelho de São Joao 13,


na passagem do lava pés, nós vemos Jesus dando um testemunho de
humildade e serviço. Jesus desce para lavar os pés dos seus discípulos.
Jesus nos coloca diante dessa cena para dizer a nós o que temos que
fazer uns com os outros.

Precisamos aprender com Jesus que servir é uma ação divina.


Se não for divina, nós não conseguimos fazer. “Sem mim nada podeis
fazer” (Jo 15,5). Sem a ação do Espírito Santo em nós não
conseguiremos cumprir a nossa missão.

Jesus lava os pés de Judas para nos ensinar que nós não temos
privilégios e nós não devemos priorizar ninguém. A nossa formação
deve chegar a todos. São João Paulo II vai dizer que “a formação não
é o privilégio de uns poucos, mas sim um direito e um dever para
todos”. (CFL, 63)

Ser servo não é ser melhor que o outro ou mesmo dar ordens.
O que vale na vida da Igreja é ser humilde, é reconhecer-se pequeno
e simples. Zaqueu estava em cima de uma árvore e Jesus disse para
que ele descesse de onde estava. Jesus quer nos dizer hoje que é
necessário que desçamos do nosso orgulho e da nossa vaidade para
que a graça de Deus aconteça e nosso ministério dê frutos. Por outro
lado, devemos deixar que Jesus nos faça subir cada dia mais no grau
de santidade, obediência e de serviço.
Existem três características que para nós são muito importantes
quando falamos em serviço: humildade, harmonia e obediência.

A humildade de entender que nada é nosso, tudo que temos


em nosso ministério provém do Senhor. O Ministério de Formação
não anda sozinho. Tudo o que temos é graça, é dom do Espírito Santo.
Entendendo isso nós não temos vaidade e orgulho porque sabemos
que tudo provém de Deus e é para a glória de Deus.

Devemos trabalhar em harmonia com a RCC, com os outros


ministérios e com a Igreja. Quando falamos em harmonia lembramos
de uma orquestra que tem muitos músicos cada um com sua função,
mas ninguém se sente melhor que ninguém. Entre nós deve ser assim,
para que o nosso ensino quando ministrado chegue ao coração de
cada irmão.

Devemos também exercer o nosso serviço em obediência e


comunhão com a Igreja que é Mãe e Mestra e com a Renovação
Carismática Católica da qual fazemos parte.

Nós não caminhamos sozinhos, nós ensinamos aquilo que a fé


da Igreja nos ensina. Nós somos servidores da fé da Igreja. O
ministério de formação, assim como a RCC, é Igreja, na Igreja, para
Igreja e com a Igreja e jamais é contra a Igreja.

Somos um braço que trabalha no Corpo de Cristo, que é a


Igreja, logo não podemos estar fora daquilo que nos fala a nossa
Santa Igreja. Tudo que fizermos deve estar em comunhão e à serviço
da Igreja.

“Vivi e morrerei como filha da Igreja” (Santa Teresa de Ávila).


Somos filhos da Igreja para que no fim de tudo nós possamos dizer:
tudo eu recebi da Igreja (Batismo, Crisma, doutrina) então tudo eu
darei a ela (o meu serviço). Essa é a forma que eu tenho de manifestar
o meu amor: servir à Igreja com os dons que Deus me deu.

Nós não podemos deixar de falar do protagonista de toda a


evangelização, aquele que, conforme fala Paulo VI, coloca as palavras
certas quando o evangelizador/catequista não sabe o que falar. O
formador deve ser sempre conduzido pelo Espírito Santo.
É o Espírito Santo que vai nos conduzir em nosso serviço, é o
Espírito Santo quem vai colocar as palavras certas em nossa boca, é
Ele quem vai nos alinhando e nos mostrando a direção daquilo que
devemos fazer. É o Espírito Santo quem supera todas as técnicas.

O serviço do Ministério de Formação na Igreja e para Igreja é


esse. Nós recebemos dons do Senhor para colocá-los à serviço da
Igreja e dos nossos irmãos. Recebemos do Senhor o dom de ensinar,
então precisamos prestar esse serviço à Igreja e àqueles que o Senhor
nos confiar com muito zelo, docilidade e amor.

Devemos aprender a servir com Jesus, entendendo que sem Ele


nada podemos fazer, e com Maria, exercendo o ministério com
humildade, obediência e harmonia e permitindo que o Espírito Santo
nos conduza.
ENSNO 4 – GUARDIÕES DO CARISMA ORIGINAL
CARLOS CÉSAR SALES

Introdução

Olá pessoal! Seja bem-vindo ao workshop do Ministério de


Formação, deste ENF tão especial de 2021. É uma alegria ter você aqui
conosco, e eu desejo que a gente possa passear por toda esta
formação, que nós teremos agora, nesse momento.

Eu me chamo Carlos César, faço parte de um Grupo de Oração


que se chama “Obra Renascer”, da Arquidiocese de Teresina, no
estado do Piauí. Sou membro do Núcleo Nacional do Ministério de
Formação, e também participo da Comissão Nacional de Formação
da RCC Brasil.

Sou biólogo, trabalho como professor de biologia e quero dizer


para vocês que sou também, assim como você, um Guardião desta
identidade que Deus concedeu a cada um de nós, como Renovação
Carismática Católica.

Estamos num tempo de guardar, né? Vivemos um tempo em


que, no ano passado nós estávamos falando o tempo todo sobre
Resgate da nossa identidade.

Neste ano, estamos trazendo esse verbo, que é o verbo


“Guardar”. Mas, isso não quer dizer que o verbo resgatar não esteja
ainda tão presente na nossa caminhada.

O nosso workshop traz como tema “Guardiões do Carisma


original da RCC”.
Desenvolvimento

Irmãos eu queria pegar uma palavra, a de Jeremias 6,16. E a


Palavra de Deus diz o seguinte: “Assim fala o Senhor: Sustai vossos
passos e escutai, informai-vos sobre os caminhos de outrora, vede
qual a cena da salvação, segue-a, e encontrareis a quietude para
vossas almas. Responderam, porém, não a seguiremos”.

Meus irmãos eu queria começar por essa palavra e por assim


dizer por essa expressão que Deus fala, quando ele diz “Assim fala o
Senhor”. Isso já é motivo para quem tem Deus como Senhor da sua
vida, e já prestar atenção, de manter os olhos fixos, e entender: Ele
está falando, eu devo prestar atenção. A palavra começa dizendo
“Sustai vossos passos e escutai”.

Nós estamos ainda vivendo um tempo tanto delicado. Tivemos


um ano de 2020, com essa pandemia, uma situação atípica na nossa
realidade de vida, depois de tantos anos nós passarmos por uma
pandemia que parou o mundo! E quando falamos “parar”, gente, olha
para essa expressão “Sustai”, ou seja, suspende, para um pouco os
vossos passos.

Deus nos deu a graça de passar um ano, muitos de nós em casa,


participando das nossas atividades por essas ferramentas
tecnológicas, que ainda hoje nós estamos passando. E muitos de nós
paramos e pensamos: O que Deus tem a fazer? O que Deus tem a
falar para nós nesse tempo de pandemia? E muitos de nós paramos,
ouvimos, refletimos, e hoje talvez estamos dando um passo bem
diferente de tudo aquilo que nós já tínhamos vivido na nossa vida.

Quantas coisas novas surgiram, quantas coisas vieram à tona, e


quantas reflexões chegaram à humanidade inteira. Mas, sobretudo
aqueles que se abriram também a entender que Deus ali também quis
falar conosco, e Ele ainda continua falando conosco, porque nós ainda
estamos vivendo um tempo um tanto delicado com tudo isso.

Meus irmãos, a Palavra de Deus diz: “informai-vos sobre os


caminhos de outrora, vede qual a senda da salvação e segui-a”, ou
seja, o Senhor está dizendo para, escuta e veja qual é a vontade de
Deus, para nós Renovação Carismática Católica, para você
carismático, batizado no Espírito Santo! Você que tantas vezes ouviu
essa expressão, que você é um Apóstolo da efusão do Espírito Santo.

Então a palavra de Deus, ela chega para nós, e eu queria trazer


um pouco ainda aquele verbo que nós vimos ano passado, que é o
verbo “Resgatar”.

Então quando falamos tanto, tantas vezes, nós fomos falando


desse resgate da nossa identidade. O resgate que a Renovação
Carismática Católica estava fazendo. Nós ouvimos muito essa
expressão, que resgatar é pegar de volta, recuperar, retomar, ou seja,
eu preciso pegar de volta, recuperar, retomar algo que tenha ficado à
beira do caminho, e quantas coisas você deve ter deixado à beira do
caminho ao longo desses anos.

A minha caminhada na Renovação, esse ano faz 28 (vinte e oito)


anos que eu estou na Renovação, no mesmo Grupo de Oração,
vivendo maravilhas a cada semana em que eu que estou ali presente.

Mesmo quando durante todo esse tempo, nós temos nos


reunido por essas redes sociais, seja pelo Instagram, seja pelo
WhatsApp, seja pelas plataformas que nós temos, mas, ali estávamos
todos nós reunidos. E isso foi fundamental para estarmos aqui hoje,
vivendo esse tempo de graça que o Senhor está chamando a cada um
de nós, de sermos testemunhas dessa graça do Batismo no Espírito
Santo.

Então o Senhor foi nos dando esse sentimento, colocou no


coração, da Presidência da Renovação Carismática Católica do Brasil,
que nós precisamos resgatar a nossa identidade, porque muitas
coisas talvez nós fomos colocando para segundo plano.

E aí meus irmãos eu digo para vocês: “Precisamos retomar o


sonho e a visão de Deus para a RCC”. Eu acredito que você passou o
ano pensando nisso! Retomar esse sonho, retomar aquilo que Deus
colocou nas nossas mãos a mais de cinquenta anos quando no
coração daqueles jovens universitários, nós tivemos a graça de ver, de
estudar, de conhecer, e até mesmo de ministrar ensino falando sobre
isso, as maravilhas que foi derramada no coração daqueles jovem
naquela Universidade nos Estados Unidos.
E ainda hoje nós temos pessoas que falam para nós essa
experiência, porque estão ainda entre nós, no meio de nós. Quantas
maravilhas foram feitas, quantas coisas nós podemos perceber lendo
também os livros, como o livro que a Patty colocou para nós – “Como
um novo Pentecostes”.

Agora nessa última edição com mais conteúdo, com mais


testemunhos, falando do Retiro, falando de como tudo aconteceu, da
experiência de cada um, dos testemunhos de cada um, eu acredito
que cada um de nós hoje, teria um grande testemunho para falar, o
que é de fato a sua vida hoje em Renovação, o que é de fato hoje a
sua vida na Renovação.

Mas, eu queria meus irmãos, hoje também trazer para nós esse
verbo, que é o verbo “Guardar”. E guardar vem de quê? De proteger.

Olha esses ramos aqui, o ramo da colheita, não é? De certa


forma, eles não estão soltos, onde é que eles estão? Estão guardados
nesse jarro. Então eles estão protegidos porque se eles ficassem
soltos, o que iria acontecer? Eles iriam voar, eles iriam se perder. E o
que é que está sendo, o que foi feito aqui? Foi colocado dentro de
um jarro para ficar guardado para ficar protegido, mas, olha só, ele
está coberto? Não. Ele está exposto. Então o “Guardar” que nós
queremos nesse tempo, vem de conservar, proteger, de vigiar, mas,
não esconder. Isso tem que ficar bem claro. Nós somos chamados a
sermos Guardiões da nossa identidade.

Eu acredito que como formador você já ouviu essa expressão, e


você já até falou essa expressão: “o Ministério de Formação é o
guardião dos carismas”. E como nós somos Guardiões meus irmãos?
Lembra da palavra de Ezequiel 33, o que o Senhor falou no coração
da Presidência da Renovação quando foi feito esse livro, “Eu te
constituir Sentinela da casa de Israel”. E vocês sabem que esse livro
muitos de nós estudamos. Estudamos, durante o ano todo e aí vocês
viram quantos conteúdos desse livro chegou até nós, o quanto o
conteúdo foi importante para relembrarmos tudo aquilo que nós
precisamos voltar a viver, despertar a viver, e quantas coisas também
nesse livro nos chamam para conservar aquilo que é próprio da nossa
essência.
Então vocês sabem, estão muito a par dessa palavra, aonde o
Senhor chama Ezequiel para uma missão de ser um Guardião, de ser
um sentinela, e como sentinela, como Guardião, vocês com certeza já
ouviram, ou pregações, por formações ou até por estudos próprios,
que “Guardião”, Sentinela, é aquele que vigia, é aquele que vela 24
(vinte e quatro) horas, e uma das coisas muito importante, que ficou
muito no meu coração, quando nós estávamos falando, sempre soube
o que é ser Sentinelas, Sentinela na casa de Israel, o Sentinela ele para
pra ouvir o seu Senhor.

E olha como isso é importante, todo sentinela ele foi escolhido


por um Senhor, e ele deve ordem, obrigações para com esse Senhor.
Quando nós somos chamados para sermos Sentinelas da Casa de
Israel, Sentinelas desse movimento, Sentinelas desse Ministério,
Sentinelas do seu Grupo de Oração, o Senhor te chamou a ser um
vigilante 24 (vinte e quatro) horas por dia.

Deus te chamou a ser aquele que se prostra diante daquele que


te chamou, que é o próprio Deus, para ouvi-lo, para escutá-lo, para
saber o que Ele quer. Então, a Palavra de Deus vai dizer que se nós
fizermos isso, nós encontraremos quietude para nossas almas.

Irmãos, não existe graça maior do que obedecer a voz do seu


Senhor, não existe graça maior do que entender o que Ele quer para
nós. Entender o que Deus quer para esse tempo. E é isso que nós
temos feito, parado para pensar, para refletir, e aos poucos
começarmos a dar alguns passos. Porque tudo que Deus está pedindo
para nós nesse tempo Renovação Carismática Católica, “Volta a ser o
que tu sempre foste, mas volta a ser aquilo que tu foste no princípio”.

Porque muitos anos se passaram, muitos de nós alcançamos a


maturidade, e muitas vezes na maturidade nós nos tornamos donos
da própria razão. Capazes de querer fazer tudo por conta própria. Isso
acontece muito quando do nosso desenvolvimento humano, físico e
psicológico a gente chega aos 18 (dezoito) anos. Nos consideramos
na maioridade. Aos 21 (vinte e um) anos somos capazes de ser aquele
ser humano, já com personalidade constituída. E com isso a gente
começa a achar que somos donos de si próprio, donos de tudo. Mas
nós sabemos meus irmãos que a nossa vida deve estar submissa ao
Criador. Àquele que te gerou, Àquele que me gerou. E é isso que está
sendo perdido em muitas pessoas, deixar de ter Jesus como Senhor,
deixar de consultá-Lo para saber o que Ele quer na obra, que não é
sua, não é minha, é Dele.

E é por isso meus irmãos, que eu trago para vocês uma


pergunta: “o que é preciso para hoje nós guardarmos, conservarmos
desse carisma original na nossa vida?” E eu coloco aqui alguns passos.

O primeiro deles é necessário que nós preservemos o louvor


sincero a Deus. Irmãos, nós somos conhecidos, e este livro que
durante todo o ano passado nós estamos estudando, lendo ainda
hoje, nós continuamos lendo esse livro, porque ele é uma inspiração
de Deus para nós. Como nós somos reconhecidos pela Igreja? Como
o Papa Francisco, por exemplo, ele fala o que é a Renovação aos seus
olhos: Um povo do louvor.

O Papa Bento XVI também deixa muito claro nós somos um


povo que trouxe uma essência, de que é possível viver a ação dos
carismas nos tempos de hoje, e não só no tempo de Paulo, que eu
falei lá no Encontro Nacional de Formação. Não. Os carismas são
derramados hoje tal qual foi derramado nos Apóstolos, e toda essa
história que chega até os dias de hoje, a ação dos carismas é muito
viva na nossa vida. E a Renovação Carismática Católica, ela traz esse
presente para nós.

É necessário que conservemos, preservemos no nosso Carisma


Original, o genuíno Batismo no Espírito Santo.

Irmãos, nós precisamos tomar muito cuidado para que o


Batismo que está sendo ministrado no nosso Grupo de Oração não
seja um mero teatro. E eu não tenho medo de dizer isso. Por que isso?
Porque o Batismo, ele traz como consequência grandes
transformações de vida. O Batismo traz como consequência e você
sabe disso, um amor profundo pela palavra de Deus. Quantos hoje no
seu grupo, no seu ministério, amam, oram, conhecem a Palavra de
Deus. O Batismo no Espírito Santo, ele traz para nós a humildade, a
submissão a Deus, e aí eu digo, quantos se perderam por não querer
obedecer a voz de Deus?
Então o genuíno Batismo no Espírito Santo, ele causa em nós
uma profunda transformação de vida, um reconhecimento de que eu
sou pecador, e que eu preciso da misericórdia de Deus para tudo. Eu
passo a compreender que eu preciso do Espírito Santo para tudo na
minha vida. E esse é o verdadeiro Batismo no Espírito Santo, e tantas
outras consequências que você conhece.

E quantas vezes temos feito Seminário de Vida no Espírito,


Experiência de Oração que não tem passado de momentos de
emoção, de comoção, mas, com pouca perseverança, com pessoas
cada vez menos decididas a seguir o Reino de Deus, que por um
tempo estão empolgadas, envolvidas, dizem que amam, que querem
seguir, mas na primeira tempestade querem desistir. Nas primeiras
realidades de vida já estão ali com reações totalmente diferentes do
que elas ouviram dentro deu um Grupo de Oração, que é a graça do
amar, do perdoar, do corrigir, sempre com um verdadeiro amor.

É necessário que a gente conserve a nossa intimidade com


Deus, de maneira fecunda. Aí eu digo para vocês, tudo aquilo que é
fecundado gera frutos. Embora algumas coisas sejam fecundadas e
terminam espontaneamente sendo abortadas.

Vocês sabem muito bem, quando nós tivemos a experiência do


Batismo no Espírito Santo no Seminário de Vida no Espírito, foi
derramado sobre nós uma semente fecunda. Num solo que ao longo
do Seminário de Vida no Espírito foi sendo trabalhado, para que ele
saísse de um solo seco e tornasse um solo úmido, um solo capaz de
germinar e gerar uma árvore com bons frutos.

Ao longo do tempo, nós vamos percebendo que se nós não


conservamos a nossa intimidade com o Senhor, espontaneamente
nós podemos abortar tudo isso, tudo isso que foi fecundado na nossa
vida, e podemos muitas vezes até desistir, e pasmem, alguns até
colocar-se contrário a tudo aquilo que foi vivenciado por ele, e é aí
que nós precisamos conservar, o que de fato temos experimentado
no nosso Grupo de Oração.

Porque no nosso carisma original, o Batismo no Espírito Santo,


ele transforma vida, ele converte o coração, ele muda a mentalidade,
muda a postura de uma pessoa, e ela passa a ser de fato uma pessoa
verdadeiramente conduzida pelo Espírito Santo.

É necessário conservarmos a nossa entrega absoluta a Deus.


Meus irmãos, muitas vezes é necessário que estejamos como paciente
numa maca, que recebeu uma anestesia geral para que o médico faça
ali tudo que ele tem para fazer.

Quando eu rezava Deus mostrava isso, no meu coração, muitas


vezes nós não permitimos que Deus faça toda obra dele na nossa
vida. Por isso é necessário ter momentos na nossa vida, em que nos
abandonamos ao próprio Espírito. Como numa cirurgia, e com isso
ficamos nas mãos do médico dos médicos, e Ele possa fazer uma
grande obra na nossa vida. Uma cirurgia em todas as áreas, eu digo
que Deus é especialista em todas as especialidades, em tudo aquilo
que nós precisamos. Ele é especialista em psiquiatria. Ele é
especialista em gastro. Ele é especialista em neurologia. Ele é
especialista em psicologia. Por quê? Porque não há quem nos
conheça melhor que Ele.

E muitas vezes nós não nos entregamos nas mãos de Deus. E


com isso nos impedimos que ele faça uma grande obra na nossa vida.
É necessário que a gente possamos conservar a nossa vida de
santidade. Meus irmãos, quando nós falamos de santidade, eu quero
trazer para um lado bem humano também, que é a nossa integridade.

A nossa santidade, ela passa pelo cotidiano na nossa vida, pela


maneira em que vivemos, pela conduta diária da nossa vida, aquilo
que fazemos, não só o que falamos, mas aquilo que vivemos
diariamente.

Claro que a santidade, ela é movida por essa ação do Espírito,


por uma profunda vida de oração, mas, a vida de oração vai sendo a
nossa bússola, o nosso condutor. E com isso nós vamos percebendo
o que Deus quer para nós, o que é bom, o que é ruim, aí lembramos
da palavra de Tiago: “Provai tudo, examinai e ficai com que é bom”.

Somente a vida no Espírito vai nos revelar isso. Aquilo que é


bom, aquilo que eu posso ouvir, examinar, e dizer, isso não fica, isso
fica, porque é bom para mim, porque me aproxima de Deus.
Irmãos, nós precisamos conservar, guardar, proteger, a alegria
de orar com a palavra, e quando eu digo isso, é fazer estudo da
palavra.

O pregador e o formador, são aqueles que oram com a palavra,


mas, eles também fazem um estudo com a palavra, buscam a exegese
da palavra na interpretação autêntica do Magistério da Igreja, eles
buscam aprofundar a palavra, eles não vivem da superficialidade da
palavra, não, eles são aqueles que mergulham na palavra.

Eu digo para vocês que eu tenho tido experiências muito fortes,


até mesmo você também do ministério de pregação, de mergulhar
no querigma com a palavra, de buscar entender o contexto da
palavra, para que a palavra se torne mais viva, para que a palavra se
torne mais fecunda, na vida daqueles que estão ouvindo lá no nosso
Grupo de Oração. Seja quando nós estamos anunciando o querigma,
porque como eu disse para vocês, o formador é um pouco pregador,
o pregador é um pouco formador, embora às vezes os perfis sejam
distintos. Tem uns que só pregam, tem uns que só formam. Mas, nós
temos um pouco de tudo isso dentro dos dois ministérios, que na
verdade são duas graças que Deus deu para cada um de nós, nesse
Movimento da Renovação Carismática, e que nós chamamos por
esses Ministério de Pregação e Ministério de Formação.

Irmãos, eu quero perguntar pra você: “Você tem conservado a


sua vida sacramental? Como tem sido a sua busca nesse tempo em
que nós estamos passando e passamos de pandemia?” Quantos de
nós ficamos meses sem se confessar, mas eu digo, e a Santa Missa,
quantas vezes você participou mesmo sendo em casa? E agora que
nós estamos voltando, quem já voltou para a Santa Missa? Quem se
sente motivado a estar indo para a Santa Missa? Porque nós podemos
encontrar todos os motivos do mundo, justificar tudo, para não ir
mais para a Santa Missa.

Então é importante lembrar que nós somos um povo que


amamos, e quando eu digo participar da Santa Missa é no sentido
presencial. Nós amamos, faz parte da nossa característica, faz parte
da nossa identidade também, amarmos a participação na Santa Missa.
E é por isso que a palavra de Deus, em II Timóteo 1,6 ela vai
dizer “Reaviva a chama do dom de Deus que está em ti”. Reaviva,
desperta, a Palavra de Deus é muito clara, ela vai mostrar isso para
nós, e nós precisamos estar muito atentos à palavra de Deus, porque
ela está nos exortando de fato, ela está nos chamando atenção.

E eu digo meus irmãos, como nós podemos conseguir preservar


tudo isso? Como é necessário? O que nós podemos fazer para
conservar, para guardar esse carisma original que nós temos
enquanto Renovação Carismática Católica? Eu digo, pedindo todos
os dias a Jesus “dai-me de beber, dai-me desta água Senhor, para eu
não voltar a ter sede”.

Nós encontramos isso aonde? Em João 4,15. Esse diálogo é com


quem? É com a samaritana. Então meus irmãos, ela fala isso, dai-me
desta água para que eu não volte a ter sede, porque o Senhor disse
que a água que ele daria a ela, seria a água do qual as pessoas não
teriam mais sede.

Então meus irmãos, como é necessário nós buscarmos dentro


desse guardar, desse conservar, a água do Senhor. Como é
importante para nós todos os dias acordarmos, oh água viva, vem
sobre nós! Oh vento impetuoso vem sobre nós! Abrasa o nosso
coração, enche-nos com teu amor, enche-nos com a tua graça!

Meus irmãos, o carisma original da Renovação, nos convida a


ser um povo orante, a ser um povo que clama, um povo que louva,
um povo que anuncia, um povo que se prostra diante de Deus, um
povo que se permite ser moldado como um barro nas mãos do oleiro
e vocês bem conhecem essa palavra. Vamos parar de querer nos
moldarmos ao nosso próprio modo. Deus tem o melhor modelo para
nós. Deus tem a melhor forma de nos moldar. Está nas mãos Dele nos
moldar.

Você poderia dizer isso agora, eu permito que o Senhor possa


me moldar ao seu modo, do jeito que Ele quer. Molda o meu
comportamento, molda o meu temperamento! Porque você se
conhece e precisa muito se conhecer nesses tempos.
Meus irmãos, uma das coisas muito importante nessa
caminhada na Renovação, foi o encontro que aconteceu em 2013, lá
na terra santa. Um encontro de escuta profética, do qual todos
estavam rezando e de repente houve um apagão, a energia faltou. E
quanto essa energia faltou houve uma grande escuridão, lógico.

E aí meus irmãos veio uma profecia, aonde o Senhor dizia:


“Vocês já não têm a força do Alto. Venham a mim”. E Deus colocou
uma palavra no coração daquela comunidade que estava ali. A palavra
que está em Isaías, e ela diz assim, a palavra diz: “Vocês já não me
procuram mais, estive com um povo que já não me consultam mais,
estive a disposição de um povo que não mais me procuram.”

Olha como isso muitas vezes nos entristece. Quando eu ouvi e


li essa expressão, essa palavra, eu fiquei bastante preocupado e triste
também. Mas, depois eu fui me alegrando, porque o Senhor, Ele nos
chama a atenção no tempo certo, na hora certa.

E esse encontro foi até para a preparação do próprio jubileu de


ouro da Renovação a nível mundial. E quando você [lê] essa palavra
de Isaías 65, podemos ver o quanto, o quanto que Deus está falando
ao nosso coração. E muitas vezes, a gente não liga, não lembra que
Deus está ali, falando para nós. Diz assim: “Mantive-me à disposição
de um povo que não me consultava, ofereci-me àqueles que não me
procuravam. Eis me aqui, eis me aqui, dizia eu. Há um povo que não
invocava o meu nome”.

Irmãos, essa palavra é forte, de Isaías 65, porque nessa


escuridão podemos olhar, que numa questão geográfica, a falta de
energia aconteceu por falta de força elétrica. Mas quando nós
olhamos para a escuridão espiritual, isso significa que falta o que? A
intimidade com Deus. E quando falta a intimidade com Deus, nos falta
a força do Alto. Então quando nós estamos na escuridão espiritual,
nós corremos um grande risco de desviar o plano de Deus, e cairmos
na cilada de realizar o nosso plano. E aí eu queria chamar a atenção
de vocês, lá em Josué, no capítulo 1º. Você sabe que Josué ele
sucedeu Moisés. E o Senhor deu uma grande missão a Josué, e uma
das coisas que ele disse a Josué cuidado, não desvie o seu olhar nem
para a direita nem para a esquerda.
E até hoje irmãos eu conservo isso para mim. Lembro que
quando eu entrei na Renovação Carismática Católica, no meu Grupo
de Oração, uma pessoa falou: César nunca deixe de olhar para Jesus,
não desvie ou seu olhar nem para a direita e nem para a esquerda, e
é por causa disso que eu estou até hoje, esses 27 (vinte e sete) anos
de Renovação Carismática Católica. Mas, os momentos e segundos
que eu desviei o meu olhar eu caí em muitas coisas. Mas, Deus veio
ali e fez novamente uma aliança comigo. Porque ele levanta o
abatido, você sabe disso. Ele dá vida aquele que está acabrunhado,
porque nós cremos profeticamente na profecia de Joel que o Espírito
Santo seria derramado sobre nós.

E essa graça prometida aos discípulos foi tão viva na nossa vida,
que nós hoje podemos dizer somos um povo de Pentecostes, e como
diz Atos 1,8, somos testemunhas, em Jerusalém na Judéia, em tantos
outros lugares, na Samaria, e eu acredito que em algumas lives da
vida, você viu qual o entendimento de Jerusalém, de Judéia, de
Samaria, ou seja, entre os nossos, entre aqueles que moram perto, e
entre aqueles também que nós não amamos.

Para todos, nós precisamos anunciar a verdade, e a verdade é


Jesus, o nosso Senhor o nosso salvador.

Meus irmãos, é hora de olhar para dentro de si e fazer de


maneira corajosa, uma autoavaliação de forma crítica, para que
alcancemos um diagnóstico certo, que nos leva a um grau maior de
maturidade. E eu digo, se temos um caminho do mais profundo de
cura interior, é quando nós mergulhamos dentro de nós mesmos,
quando nós passamos a nos conhecermos mais. Muitas vezes nós
estamos olhando muito para o outro, para o outro que não reza, para
o outro que não está vindo, para o outro que não está fazendo isso
ou aquilo, esquecemos de olhar para nós. E muitas vezes olhamos
tanto para o outro e abrimos brecha para que o inimigo entre na
nossa vida. E ao invés de ser o outro a cair, somos nós que caímos.
Ao invés de ser o outro um contratestemunho, somos nós que
seremos um contratestemunho para tantos outros. Então é muito
importante que você olhe pra sua humanidade, que você olhe para
dentro dos limites, que você olhe para suas fraquezas, que você
reconheça muitas vezes que você não está rezando como deveria, e
fazer uma grande mudança de vida.

Faça nesse momento uma grande metamorfose na sua vida.


Transforme a sua vida. Faça agora uma mudança radical, e quando eu
falo radical não é uma mudança com muito extremismo, é uma
mudança onde você vai reconhecendo as suas misérias e as suas
fragilidades.

Meus irmãos, eu queria pegar a palavra, e eu convido a você a


pegar a palavra em Apocalipse no capítulo 2, e a palavra de
Apocalipse 2,1-5, já é uma leitura conhecida, é uma mensagem a
comunidade de Éfeso. Você lembra que há alguns anos tivemos
estudos sobre o livro de Apocalipse, “Eis que estou a porta e bato”. E
então conserva isso: as profecias, as moções anualmente trabalhadas
na Renovação. Não é para serem esquecidas, é para serem
conservadas. Isso também é conservar o nosso carisma, o carisma
original de que somos um povo profético, que escuta Deus, que
segue aquilo que ele está falando, então nós somos um povo movido
pelo Espírito Santo.

E a Palavra de Deus diz o seguinte: “Ao anjo da Igreja de Éfeso,


escreve: Eis o que diz aquele que segura as sete estrelas na sua mão
direita, aquele que anda pelo meio dos sete candelabros de ouro.
Conheço tuas obras, teu trabalho e tua paciência: não podes suportar
os maus, puseste à prova os que se dizem Apóstolos e não o são e os
achaste mentirosos. Tens perseverança, sofreste pelo meu nome e
não desanimaste. Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro
amor. Lembra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas
primeiras obras. Senão, virei a ti e removerei o teu candelabro do seu
lugar, caso não te arrependas.” Palavra do Senhor – Graças a Deus.

Meus irmãos, é uma palavra tão conhecida, onde você olha


Jesus falando... Ele inicia, elogiando a Igreja de Éfeso, que ela tem um
trabalho incansável, que ela tem perseverança, que ela tem resiliência,
que ela tem têmpera. Tudo isso ele observa nessa Igreja, mas ao
mesmo tempo, [...] você percebe que Jesus também é Aquele que
percebe a nossa qualidade, ele não só olha os nossos defeitos.
E eu costumo sempre dizer aonde eu vou formar: “Você já parou
para diante de Jesus, até mesmo na adoração dizer para Ele, Jesus o
que tu pensas ao meu respeito? Como tu me vês? Muitas vezes
chegamos diante de Jesus, falamos, louvamos, glorificamos, pedimos,
escutamos, mas, em algum momento você precisa parar e perguntar
para Ele, como o Senhor tem me visto? Como tu me vês?

Olha que você pode sair sorrindo, pode sair chorando, porque
Ele vai ser sincero como foi nessa comunidade. E lógico, que Deus vai
olhar toda a dimensão. Jesus vai falar do todo, de tudo, e aqui nessa
comunidade você vê que Ele olha os pontos positivos. Mas, ele
também demonstra uma queixa àquela comunidade. E muitas vezes
o Senhor realmente pode demonstrar uma queixa a mim, a você,
daquilo que não estamos vivendo, daquilo que estamos perdendo.

É por isso que Ele está chamando durante este tempo, sustai,
parai, escutai, voltem a ser o que vocês eram antes, conserva a graça
que vocês tinham quando vocês receberam o Batismo no Espírito
Santo pela primeira vez. E que a cada dia vocês tenham atualizado
esse batismo!

Quando você buscou conservar, você também pode ter


permitido que muitos micróbios tenham entrado na sua vida, na tua
humanidade, na tua espiritualidade, na tua psique, e esses micróbios
podem ter apodrecido algumas áreas da tua vida.

Então é importante que você ouça Deus. E ele pode muitas


vezes dizer isso, você arrefeceu do teu primeiro amor, ou seja, eu não
vejo mais em você, formador, um coração ardente, de um amor
apaixonado por mim, e aí muito cuidado meus irmãos, porque nós
podemos estar fazendo tudo. Você pode dizer, eu não desisti, eu
continuo no grupo, eu estou lá, mas, muitas vezes você pode estar
vivendo da empolgação, da animação, mas, muitas vezes você pode
não estar ali mais por Ele. O teu coração ter se acostumado apenas a
fazer as coisas, então você vai, você faz.

O teu coração pode ter se acostumado a formar, e aí você


precisa tomar cuidado, porque você precisa ter ali o amor ardente por
Deus. Ter o coração inflamado pelo Espírito. Cuidado meu irmão,
porque nós não podemos viver na falsidade, nós não podemos mais
viver no orgulho. O Senhor quer ver em nós sinceridade e o Senhor,
Ele pede para nós, para que façamos unicamente a vontade Dele.

O Senhor pede para nós aquilo que é muito importante na


nossa vida, que é a gratuidade, não a reciprocidade. Fazer com o
coração aberto, com o coração gratuito.

Faltava naquela comunidade pessoal, a parresia do Espírito. A


fé expectante. E nós precisamos voltar a ter essa fé. Essa fé que nos
move, que nos faz acreditar que milagres e prodígios acontecerão.
Porque quando nós começamos, nós acreditávamos nisso. Você orava
pelo irmão que estava adoentado e você acreditava, e eu espero que
você ainda continue acreditando que aquele tumor maligno, por
exemplo, poderia desaparecer pelo poder de Deus. Que aquela
pessoa que estava doente com doenças incuráveis ela seria curada
com o poder de Deus.

Você precisa guardar essa fé dentro de você, conservando esse


carisma original da fé expectante, que vem da palavra de Deus, ela
transforma o homem. Ela ajuda o homem a conduzir a sua vida para
uma via de salvação.

E é por isso que o Senhor, Ele vai dizer que, Ele dá aqui um
diagnóstico, e por isso Ele dá, Ele mostra esses três verbos: Lembra-
te, ou seja, faz um profundo exame de consciência, e lembra aonde
você errou, aonde você caiu, e arrepende-te, ou seja, para, recolhe-te,
volta a ter saudades do Pai, e volta às primeiras obras, ou seja, volta
à tua aliança com Deus.

Então Jesus está fazendo um convite: Ei, vamos começar de


novo, retomar o caminho, rever algumas coisas que você precisa
conservar, que você precisa guardar.

E aí eu digo, de quem é a responsabilidade hoje, de fazer com


que seja guardado na RCC a nossa identidade, o genuíno batismo no
Espírito, a graça de Pentecostes? É a liderança da Renovação. É você
formador, é você ministeriado.
Então é muito importante que você perceba que as ações de
Jesus, elas vão estar sempre nos convidando a voltarmos, a sermos o
que éramos antes.

Aí eu queria, já praticamente finalizando este momento, dizer o


que o documento de aparecida traz para nós no número 311. A Igreja
ela é muito sábia e ela foi percebendo quantos movimentos,
pastorais, foram entrando em crise. E a Igreja, ela fala, quando uma
pastoral, um serviço começa entrar em crise é porque ela está se
afastando do seu carisma original.

Todas as vezes que uma comunidade entra em crise, todas as


vezes que um Grupo de Oração entra em crise, pode ter certeza que
ele se afastou do carisma original. E aí nós precisamos ouvir o que a
Igreja diz. Ela fala no 311 no documento de Aparecida: “Seria
conveniente incentivar alguns movimentos e associações que
mostram hoje certo cansaço ou fraqueza e convidá-los a renovar seu
carisma original, que não deixa de enriquecer a diversidade com que
o Espírito se manifesta e atua no povo cristão”.

Então a Igreja é muito atualizada, já nos convidava nessa


Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, do
qual saiu o documento de Aparecida, a nos voltarmos para o nosso
carisma.

E é por isso meus irmãos que nós precisamos nos deixar


Renovar nesse carisma original, o qual somos chamados a zelar,
guardar, proteger e propagar como ele foi sonhado por Deus para a
RCC, para o nosso Grupo de Oração.

De certa forma nós já vamos caminhando para nossa oração, e


aí eu convidei um irmão para que pudesse estar aqui conosco.

Nós somos convidados a preservar a nossa identidade. Nós


somos convidados a valorizar, a resgatar os elementos que de fato
expressam como é essa corrente de graça. Nós precisamos meus
irmãos voltar a ser o Grupo de Oração que Deus quer, que Deus
sonhou, que vive todos os seus elementos.
Por isso, nós não podemos fazer do Grupo de Oração tudo
aquilo que a gente quer, mas, a gente precisa conservar.

O Grupo de Oração é constituído pelo louvor, ele é constituído


pelo Batismo no Espírito Santo, ele é constituído pela pregação da
palavra, ele é constituído pela prática dos carismas, e é nessa
realidade que nós conservamos o nosso carisma.

E é por isso meus irmãos que nós precisamos dar ao nosso povo
uma experiência verdadeira com o Senhor e não apenas um belo
momento cheio de emoção.

O Papa João Paulo II, o nosso São João Paulo II, ele já nos
alertava. Ele nos alertava para que nós não caíssemos no risco de
vivermos a imaturidade da espiritualidade, fazendo muitas vezes no
nosso momento de oração espetáculos, shows, tudo que não é pra
ser feito. E ele dizia, cuidado, porque nós podemos ser acometidos de
uma profunda vaidade. De nós centralizarmos e acharmos que tudo
deve parar em nós, que nós somos o centro de tudo, que nós
sabemos que o centro é Jesus.

Quantas vezes, você formador, quis trazer você como o centro


da formação, e você falou mais de você que de Jesus.

Quantas vezes você quis fazer do momento de oração, pós


formação um grande espetáculo, aonde você via tantas coisas
acontecerem, e isso alegrava o teu coração, o teu ego, mas, não
alegrou o coração de Deus.

E nós precisamos fazer aquilo que a palavra diz, cada vez mais
diminuir para que Ele possa crescer.

E é muito importante meus irmãos que nós possamos guardar


a nossa identidade, aprofundando constantemente o nosso conserto
e a nossa vivência do Batismo no Espírito Santo, através de uma
formação assídua, continuada e sistemática.

Nós precisamos conservar isso, precisamos ter uma formação


contínua, uma formação que possa dar ao povo um alimento sólido,
para isso nós temos materiais, nós temos livros, nós temos
documentos, nós temos a palavra de Deus, nós temos uma biblioteca
de formação para nós, para conservar o nosso povo, ali, como vigias,
como sentinelas seguras, para elas não caírem, para elas não se
dispersarem, para elas não viverem à mercê de qualquer sopro, e com
isso elas saírem muitas vezes do rebanho que Deus nunca quis que
elas saíssem.

É necessário, meus irmãos, com que nós na vivência do nosso


carisma original, possamos garantir uma unidade profunda entre
todos os serviços, os ministérios, dentro daquilo que é essencial.
Vamos tirar o acessório de nossa vida, e vamos viver com o que é
essencial. É necessário, meus irmãos, que a gente possa compreender
a vontade de Deus para o nosso movimento.

E eu digo pra vocês, é muito importante que tomemos cuidado


com aquilo que estamos falando, com aquilo que estamos vivendo.

Eu queria trazer pra vocês uma palavra, que foi um discurso do


Santo Padre o Papa João Paulo II, numa missão que houve com a
Renovação Carismática em Rimini, em março de 2002, ele dizia assim:
“O amor pela Igreja, e a adesão pelo seu ministério, num caminho de
amadurecimento eclesial, sustentado por uma sólida formação
permanente, constitui sinais eloquentes pelo empenho, em ordem a
evitar o perigo de promover sem eu desejar, uma experiência divina,
exclusivamente a nível emocional, uma busca exagerada do
extraordinário, e um egoísmo intimista que evita o compromisso
apostólico. Isso é um grande perigo, acharmos que tudo pode
acontecer e só é ungido se teve choro, se teve gritos, se as pessoas
caíram”.

Irmãos, vamos amadurecer, vamos conseguir enxergar, que a


Renovação é muito mais do que tudo isso. De que a vontade de Deus
é que sejamos um povo equilibrado.

Conclusão

E eu queria fechar esse momento dizendo um pensamento de


um grande filósofo que é Aristóteles que ele diz: “A virtude da vida
está no equilíbrio”, ou seja, a virtude da nossa caminhada está em não
perder o foco, e nós não perderemos o foco se nós continuarmos
olhando para Jesus e não desviarmos o nosso olhar, nem para a
direita e nem para a esquerda.

Equilíbrio, resiliência, é o que nós precisamos pra esse novo


tempo, pra esses tempos de conservar o carisma original da
Renovação.

Seja uma pessoa equilibrada no âmbito humano, no âmbito


psíquico, no âmbito espiritual.

Oração Final

Senhor nós queremos te pedir neste momento, derrama sobre


nós o teu Espírito, derrama sobre nós uma profunda efusão do
Espírito Santo, que nos faça, Senhor, viver a graça de sermos
guardiões, de sermos Sentinelas da tua vontade. De sermos Senhor
aqueles a cuidar, a proteger esse carisma, que o Senhor derramou
sobre nós ao longo desses 50 (cinquenta) anos, já são mais de 53 anos
Senhor de graça, de Pentecostes na nossa vida. Conserva em nós
Senhor a graça da profecia, o dom das línguas, do carisma Senhor da
ciência, da sabedoria.

Sopra sobre nós o teu Espírito Santo Senhor, e conserva em nós


a alegria de louvarmos e bendizermos a Deus por sermos um povo
eleito por Ele.

Louva meu irmão por ser um homem de Deus, louva pela tua
vida. Louva pela vida que o Senhor tem te dado. Louva pelo carisma
que concedeu a ti de formar, de conscientizar o povo de Deus,
daquilo que é a verdade, daquilo que a justiça.

Jesus derrama sobre nós a graça de vivenciarmos o batismo


verdadeiro na nossa vida, que muda a nossa integridade, que muda a
nossa postura, que nos faz sermos homens e mulheres com profecia
nos lábios, com fogo nos lábios, com o olhar de Deus, aquele que leva
a presença de Deus aonde quer que ele esteja.
Conserva em nós Jesus a força do Espírito. Conserva em nós
essa intimidade com teu Espírito Senhor.

Oh vento impetuoso, oh fogo impetuoso, de qualquer maneira


que queira se manifestar, como um fogo, como uma brisa, como uma
água torrente, dai-nos essa graça Senhor de conservar a palavra de
Deus, viva na nossa vida, dai-nos a graça Senhor de fazer com que a
Palavra de Deus seja um alimento forte na nossa vida.

Bendito seja o teu nome, nós te louvamos e agradecemos.

Meu irmão eu quero finalizar essa formação, nesse workshop,


nesse ENF 2021, deixa o Espírito Santo repousar sobre ti, deixa o
Espírito Santo vir sobre você para te tornar uma testemunha viva, fiel
da Graça de Deus. Bendito seja o teu nome.

Considerações Finais

Quero te agradecer meu irmão, Fernando, coordenador da


Arquidiocese de Teresina, do Ministério das Artes. É um trabalho
junto, é um trabalho comum. E quero bendizer pela tua vida, pela
canção, pela tua voz, muito obrigado, que seja perene na nossa vida
o fogo do Espírito Santo! Conserva você o carisma original de Deus
depositado na tua vida!

E você meu irmão, conserve em você, seja um guardião daquilo


que não se pode ser confundido! E quando tu entrares em crises,
lembra disso: “eu estou perdendo a minha identidade”. Porque aquele
que entra em crise é porque ele se afastou do “carisma original”, do
“carisma fundante”.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja


louvado!

Um grande abraço!

Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Amém!


ENSINO 5 – PESEVERAVAM ELES NA DOUTRINA
DOS APÓSTOLOS
DIÁCONO SENA

Apresentação

Olá meu irmão, minha irmã, Graça e Paz!

Eu sou o diácono Sena, da arquidiocese de Florianópolis. Neste


tempo, na RCC, eu faço parte do núcleo nacional do MF.

Eu quero acolher você com muito carinho que acompanha


conosco este nosso ENF 2021.

Introdução

O senhor nos convida a mergulhar nas profundezas do seu


amor para viver a graça desse tempo novo em que somos chamados
a praticar o verbo Guardar. Com alegria também acolho o Jorge, meu
irmão que vai junto comigo partilhar essa graça que Deus vem
fazendo em nossas vidas.

Nesse ano então, nesse nosso momento, elevemos a nossa voz


ao céu clamando a graça de um novo Batismo no Espírito Santo.
Aonde você está, da sua forma, peça que o Espírito Santo, agora, seja
derramado com profusão sobre sua vida, sobre o seu ministério.

Oração inicial

Pai querido e amado nós clamamos sobre nós o teu Espírito,


infunde em nossos corações a graça de fazer em tudo a Tua Palavra.
Que a tua vontade se faça verdadeira em nossas vidas. Que possamos
experimentar nesse tempo de graça o teu amor, tua misericórdia, tua
unção. Derrama sobre nós o teu Espírito, nós clamamos Senhor, para
que sejamos fieis, perseverantes, que possamos experimentar hoje e
sempre a tua presença, que possamos proclamar que tudo nós
podemos se contigo caminharmos, que o teu Espírito nos faça viver
essa graça, que possamos juntos pedir ao senhor essa graça desse
novo derramamento do Espírito Santo sobre nossas vidas, sobre o
nosso ministério, sobre a RCC do Brasil, sobre a Igreja e sobre todos
nós. Vem Espírito Santo. Que sejamos fiéis.

Acolha a graça do Espírito Santo meu irmão e minha irmã.

Seja agora inundado por esse mover do Espírito Santo. Nós


pedimos pai, que venha hoje em socorro dos nossos pedidos. Realiza,
neste momento, em nossas vidas, a graça de um novo Batismo no
Espírito Santo. Acolha meu irmão, aí aonde você estiver, na condição
que você se encontrar, seja Batizado no Espírito Santo, acolha o
Espírito Santo. Acolha o Espírito de Deus que se manifesta agora nas
nossas vidas, na nossa história. Obrigado Senhor, obrigado porque tu
realizas a promessa de derramar o teu Espírito a todo aqueles que
pedir. Nós acolhemos o teu Espírito Santo e queremos permanecer
firmes com Ele.

E é nessa firmeza que eu convido você a traçar sobre você o


sinal da nossa salvação. O sinal da Santa Cruz que nos identifica, que
nos marca como filhos e filhas de Deus: Em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo, Amém.

Desenvolvimento

Meu irmão, minha irmã, você formador da RCC do Brasil que


participa hoje desse Workshop obrigado por você estar conosco.
Obrigado porque você doa um momentinho da tua vida e história
para crescer no chamado da nossa vocação e do nosso ministério.
Porque somos convidados meus irmãos a perseverar nesse encontro
com o Senhor. É esse o tema que eu quero partilhar contigo.

Perseveravam eles na doutrina dos Apóstolos.

Porque somos chamados nesse tempo, e guardar a nossa


identidade como principal caminho é perseverar. Perseverar na
presença do Senhor, principalmente perseverar nos seus
ensinamentos, seus mandamentos, em tudo aquilo que Ele nos
deixou. Eu quero trazer para você e aprofundar, sem pretensão
alguma de desenvolver uma tese, eu quero partilhar contigo sobre o
Grupo de Perseverança. E trazer nessa partilha um novo olhar. Quero
que você me permita, meu irmão e minha irmã, a trazer uma visão do
Grupo de Perseverança da RCC.

A visão do Grupo de Perseverança, não como um momento,


mas sim como um espaço que acolhe todos aquele que fizeram a
experiência de um encontro pessoal com o amor de Deus. Se
encontraram e acolheram a salvação que vem de Jesus. Que
receberam essa graça de uma vida nova a partir da efusão do Espírito.
Mas também que procura aprofundar sua fé e crescer no
conhecimento de Deus. Permita-me ainda também, colocar que a
base desta visão de Grupo de Perseverança está no anúncio da
Palavra, na fidelidade da doutrina dos Apóstolos e no magistério da
Igreja. Essa é uma visão que gostaria de partilhar um pouco com
vocês. Vou dividir esse breve momento em 2 tópicos.

Primeiro como acolher o que é a doutrina dos Apóstolos e


depois mergulhamos um pouco nesse entendimento de Grupo de
Perseverança como um espaço acolhedor.

Mas primeiro tome comigo a sua Bíblia lá no livro dos Atos do


Apóstolos, no capítulo 2, versículo 42 e 43, assim nos diz o texto
sagrado: "

“42. Perseveravam eles na doutrina dos Apóstolos, nas reuniões


em comum, na fração do pão e nas orações. * 43. De todos eles se
apoderou o temor, pois pelos Apóstolos foram feitos também muitos
prodígios e milagres em Jerusalém, e o temor estava em todos os
corações."

Perseverar, meu irmão, minha irmã, naquilo que chamamos de


doutrina dos Apóstolos. Mas antes de falar da doutrina é necessário
entender como tudo começou. Após o evento de pentecostes e isso
Lucas narra logo no capítulo 2, no início do capítulo 2 dos Atos do
Apóstolos, que Pedro toma a palavra e, a partir deste magnifico
discurso, deixa claro uma coisa, que essa graça do derramamento do
Espírito Santo, de perseverar, de viver a presença de Deus, são para
todos, são para todos que ouvirem o apelo de Deus. Assim também,
meu querido e minha querida, é porque, pela graça do derramamento
do Espírito e pelo anúncio da salvação, é que ali nasceu a Igreja.

Permita-me trazer somente esse elemento que contribuiu para


o nascimento da Igreja: o derramamento do Espírito no dia de
pentecostes, mas também o anúncio corajoso e profético da salvação
em Jesus.

Percebemos que é a efusão do Espírito a mola mestre, a força


propulsora que dá início a todo esse projeto de Deus. Tudo inicia com
o Batismo no Espírito Santo, tudo inicia com pentecostes. Sim, no
pentecostes a Igreja dá início, mas a partir, meu irmão e minha irmã,
do anúncio profético, corajoso, audacioso de Pedro é que a Igreja que
nasce minúscula se torna um grande povo do qual eu e você fazemos
parte.

Percebam também que tudo que se inicia, e aqui me permitam


uma pequena comparação, assim como toda a edificação precisa ser
alicerçada de maneira forte, sólida, para que ela possa suportar todas
as intempéries do lugar em que está edificada, da natureza e também
é dessa mesma forma que nos fala Mateus, que o homem prudente
constrói a sua casa. É nessa mesma solidez que aquela Igreja nascente
começa a tomar corpo. Porque meu irmão, para construir também o
homem novo que é forjado pelo Espírito, é fundamental que ele seja
construído tendo por base essa doutrina do conhecimento dos
Apóstolos. Que importante, que graça perceber que por aquela
pregação ungida, com autoridade, três mil homens se convertem. Se
convertem!

Eu fico imaginando Jorge, a cabeça de algum daqueles homens.


Deveriam pensar mais ou menos assim: “o que nós vamos fazer com
tanta gente?” Nós que saímos de um ambiente fechado, também me
parece meu irmão, minha irmã, que a resposta é um tanto quanto
óbvia. Porque eles não tinham outra coisa do que fazer se não reunir
aquele povo partilhar com ele tudo aquilo que eles ouviram de Jesus
nesses três anos de catequese, de caminhada com Jesus. E eu tenho
pra mim que esse também deve ser alguns questionamentos de
alguns coordenadores de algum Grupo de Oração, formadores,
liderança da RCC. O que fazer com as pessoas que tiveram essa
experiência tão profunda do Espírito e o encontro pessoal com Jesus
pelo Batismo no Espírito Santo, nas nossas comunidades, nos nossos
encontros, nas nossas reuniões de oração? Essa angústia meu irmão,
minha irmã, que muitas vezes nós temos precisamos olhar para o que
aconteceu com aquela primeira comunidade. A resposta parece ser a
mesma. Permita só uma pequena adaptação. Reuniram aquele povo
para juntos perseverarem nas Palavra que os Apóstolos ouviram de
Jesus. O que chegaram até nós hoje pela Sagrada Escritura, pelo
magistério, são o Depósito da nossa fé.

Aí está o caminho meu irmão, aí está minha irmã, o caminho


para que essas três mil pessoas pudessem se tornar hoje essa nação
que nós somos, essa multidão que nós somos. Juntos perseveraram.
Juntos porque como fala são Jeronimo: sozinhos nunca poderemos
ler a escritura. Encontramos demasiadas portas fechadas e caímos
facilmente em erro, por isso meu irmão e minha irmã, é necessário
que estejamos juntos para meditar a palavra, para aprofundar no
conhecimento do Senhor. Juntos porque somente juntos que
podemos mergulhar com segurança como aquele que conduz os seus
por caminhos desconhecidos, obscuros. Juntos também mergulhar
naquilo que a Igreja fala. Aquilo que recebemos da tradição, aquilo
que recebemos de inicialmente e agora escrito. Mas juntos mergulhar
no que a Igreja interpreta de tudo isso que nos chegou dos Apóstolos.
Somente juntos.

E a outra palavra mágica que nos ajuda nessa percepção se


chama perseveraram. Juntos perseveraram. Perseverar nós podemos
encontrar algumas definições em alguns dos nossos dicionários que
pode ser mais ou menos assim: Persistir apesar das dificuldades.
Perseverar meu irmão, minha irmã, é persistir apesar de momentos
difíceis. Persistir com uma ovelha nas costas. Persistir quando tantas
portas se fecham. Também perseverar quer dizer ser constante,
constate é constar de. Fazer parte. Estar incluído, integrante, fazer se.
Faz lembrar um tema nacional da RCC: que sejamos um.

Meu irmão e minha irmã, é estando unidos, sendo um só, é que


nos alcançaremos essa persistência apesar das dificuldades. Mas
também perseverar pode ser definido como permanecer. Permanecer
é demorar em algo, é se gastar em tempo ali, é também se deixar que
o tempo nos envolva a ponto de não entrar na presença de Deus. Se
deter no tempo. Poderíamos dizer, sem pensar, gastar tempo ou
ganhar tempo. Ganhar tempo é se ficar temporariamente em um
lugar. Perseverar também pode ser definido com conserva-se.
Conservar no sentido de manter- se no mesmo estado, na mesma
posição, sem apresentar alteração. Ou seja, ser fiel. Perseverar meu
irmão, minha irmã, é persistir, ser constante, permanecer e conservar-
se.

Trazendo isso quando nós dizemos que devemos perseverar na


doutrina, permita-me trazer uma pequena tradução. Perseverar na
doutrina é mergulhar no desejo de Deus e lá permanecer constante,
apesar de toda dificuldade. Para que? Para ser inundado no
conhecimento que brotam no coração de nosso Deus. Porque no seu
interior, nos diz São Joao, fluirão rios de água vida. Perseverar na
doutrina dos Apóstolos é entrar em íntima comunhão com Deus.
Olhar para Ele como fonte. Em toda a graça e todo o amor nos fazer
filhos.

São Paulo ao redigir a sua 2 carta aos tessalonicense 2, versículo


14 e 15, exortava que aquele que foram formados por Jesus foram
fiéis aos ensinamentos. Assim nos dizia o apostolo:

"E pelo anúncio do nosso Evangelho vos chamou para tomardes


parte na glória de nosso Senhor Jesus Cristo. 15.Assim, pois, irmãos,
ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja
por palavras, seja por carta nossa."

A perseverança da doutrina dos Apóstolos é a fidelidade para


aquilo que Deus nos chamou. E que chegou até nós por esses
mesmos Apóstolos. E porque, então, perseverar? Talvez, por que
motivo diácono eu preciso perseverar? A resposta nós vamos
encontrar na 1ª carta de São Pedro onde ele vai dizer que é para
sermos capazes de defender as razões da nossa experiência.
Perseverar, ser fiel àquilo que nos foi legado, que vieram dos
Apóstolos, que a nossa Igreja interpreta e que nós acolhemos como
verdade é necessário para defender as razões da nossa esperança. Da
nossa fé. E somente será possível, meu irmão e minha irmã, eu e você
defender as razões da nossa fé, somente mediante a um discipulado
perseverante. É sendo discípulo de Jesus fiel é que nós vamos
experimentar toda essa graça. Quanto a nós, observamos que a
perseverança na doutrina dos Apóstolos é uma condição para
defender a nossa fé. Esse texto nos remete também àquilo que nos
exorta o nosso coordenador nacional, o Vinicius quando no seu livro
“Eu te Constitui Sentinela na casa de Israel” ele diz que neste tempo,
todos nós somos chamados não a meramente conjugar o verbo
guardar, devemos antes e precisamente proteger, vigiar de dia e de
noite. Para que não se extravie, para que não se perca, para que não
se desvie nem para esquerda nem para a direita. Perseverar é
proteger. Perseverar na fidelidade, no chamado, no amor, na graça, é
viver esta fidelidade ancorado no Senhor.

Nesse mesmo pensamento São João Paulo II ao apresentar o


CIC, lá em outubro de 1992, nos ensina que “guardar o Depósito da
fé” é missão que o Senhor confiou a sua Igreja e que ela cumpre em
todos os tempos. A Igreja somos nós. Eu você, que alcança por essa
dimensão de tempo e que somos chamados também a esta
responsabilidade. Nós, especialmente, também comunguemos de um
Movimento chamado RCC.

Percebam uma coisa, é absolutamente necessário perceber que


o ambiente que ocorre o perseverar na doutrina é o seio da Igreja. É
somente na Igreja, inseridos na Igreja, vivendo a eclesialidade do
corpo místico de Cristo é que nós vamos viver verdadeiramente e com
fidelidade essa graça. Porque meu irmão, minha irmã, a Igreja
primeiro que escuta, e é a primeira que nos ajuda a compreender essa
graça.

Por isso fica claro para cada um de nós, da importância daqueles


que foram tocados pela nossa evangelização. Que devam ser
conduzidos aos nossos Grupos de Perseverança, o nosso GP. Para
crescerem nessa doutrina, mas também para viver uma profunda
fraternidade, para que possam com solidez, com fidelidade, com
conhecimento, participar da Eucaristia, da vida litúrgica da sua
comunidade. Mas que também aqueles que vêm aos nossos Grupos
de Oração, aos nossos encontros, possam ser conduzidos a entender
e a viver verdadeiramente a oração. É a missão primordial do Grupo
de Perseverança. Não é formar servos. Nós não podemos ter essa
consciência. Que no meu entender um pouco reduzida de que é o
Grupo de Perseverança para formar servos. O Grupo de Perseverança
tem a grande missão de formar discípulos de Jesus, capazes de
testemunhar a fé nesse mesmo Jesus que nos redimiu e que nos
acolhe. Em todos os ambientes que estiverem inseridos, aonde você
estiver, aonde este irmão que vem até nós estiver, ele tenha condições
de testemunhar e defender a fé. Não somente no âmbito da RCC, mas
aonde ele estiver.

Que os nossos Grupos de Perseverança, meus irmãos, sejam


esse espaço de aprofundamento da fé. Esse espaço de mergulhar na
fé. Dar condições de viver esta fé. E também nossos Grupos de Oração
sejam como aquilo que pediu o Santo Padre, o Papa Francisco,
quando ele fala do Charis, que sejamos centros catequéticos. Olha
essa visão de um novo Grupo de Perseverança. Que sejam centros
Catequéticos.

Agora sim permita-me avançar. Não somente para os membros


dos nossos grupos de oração. Os membros dos grupos de oração da
RCC, mas atendendo esse pedido do Santo Padre, os nosso Grupos
de Perseverança sejam como que um serviço para todo o povo de
Deus. E que seja fonte de comunhão para toda a Igreja.

Grupo de Perseverança deve ser esse local próprio, ainda me


permitam uma pequena analogia, o útero onde é gestado aquele que
nasce de novo pelo Batismo no Espírito Santo. Assim como um útero
de uma mulher que alimenta no seu seio aquele que está sendo
gestado. Os nosso Grupos de Oração precisam ser esse útero, esse
espaço para que todos possam viver genuinamente o seu chamado
batismal. É primordial para aquele que busca viver a fidelidade da fé
que esta seja apresentada de forma mais fiel e é somente na Igreja
que nós devemos e podemos transmitir essa fé com tanta fidelidade.

O Grupo de Perseverança, meu irmão e minha irmã, não pode


ser considerado um simples momento do Grupo de Oração.

Temos aprendido em nossos encontros de formação que o


Grupo de Perseverança é o terceiro momento no nosso Grupo, mas
temos percebido o quão é difícil, nas nossas realidades, a implantação
do Grupo de Perseverança. Porque, muitas vezes, ao dizer que o
Grupo de Perseverança é um terceiro momento, que faz parte da
estrutura de um Grupo de Oração da RCC, muitas vezes, ele se torna
um fardo para os seus membros. Mas eles precisam não ser somente
um momento, terceiro momento no nosso Grupo de Oração.

O Grupo de Perseverança precisa ser como que um espaço de


acolhida fraterna, que expresse o amor com todos nós que fomos
chamados a viver. É onde também eu desejo ficar. Expressar o amor
fraterno para que eu possa ali permanecer e perseverar.

Meu irmão e minha irmã o Grupo de Perseverança é o espaço


privilegiado que Deus inspirou na RCC para guardar os seus
ensinamentos. Onde se ensina não a fé meramente conceitual,
intelectualizada, mas uma fé que seja vivida e testemunhada.
Testemunhar a nossa fé como sinal daqueles que estão em busca da
santificação. Na graça, no amor e na misericórdia.

O Grupo de Perseverança necessita se tornar, olha a audácia


que o diácono pede pra vcs. O Grupo de Perseverança necessita se
tornar o centro catequético da RCC, onde sai aqueles que
caminharem, aqueles que fizeram a experiência em Deus, com Seu
Amor, que receberam uma nova efusão do seu Espírito, juntos
perseverantes possam irradiar a fé e espiritualidade carismática.

Permita-me apropriar das palavras do Santo Padre, na Igreja e


para a Igreja. Essa é a nova visão do Grupo de Perseverança com
aqueles que caminham, aqueles que buscam estar na presença de
Deus, crescer na fé, inspirados no amor, na caridade.

Permitam-me reavivar então o tema deste pequeno momento.


Perseveravam eles na doutrina dos Apóstolos, conforme atos 2,4.

Com o GP sendo esse local especial da graça aonde nós


devemos perseverar, com esse novo olhar de um Grupo acolhedor
fraterno na Igreja para a Igreja.
Conclusão

Assim, meu irmão e minha irmã, eu termino dizendo que


somente assim, aquele que fez as experiências de um novo Batismo
no Espírito Santo. Aí eu vou além, não só na RCC, mas aquele que
experimentou do Espírito Santo na sua vida. Só assim aquele que
recebe a vida nova por essa graça do Espírito conhecerá a vontade do
Pai. Conhecer aquilo que o nosso Pai espera de cada um de nós.

Desejo imensamente que o teu coração arda de desejo de


irradiar a tua fé. Ao viver essa experiência de nos encontrar com jesus
que ele nos abra a esta graça a esse novo mover e a essa fidelidade.

Convido você meu irmão e minha irmã, unidos, pedir que esse
Senhor Deus possa nos iluminar, nos conduzir, nos fazer sentir o seu
amor e a sua misericórdia.

Oração final

Deus eterno todo poderoso Senhor da vida, Senhor da história.


Tu que chamastes todos esses filhos que agora escuta essa oração,
que sejamos fiéis, perseverantes, orantes na Tua paz.

Que possamos crescer no conhecimento do teu amor, mas para


viver a fidelidade do nosso chamado, do nosso batismo. Para que
possamos ser impulsionados e alcançar a tua presença.

Clamamos sobre todos nós essa graça de um novo Batismo no


Espírito Santo, desse novo mover do Espírito: Vem sobre nós com tua
graça, com teu amor, com tua bondade, com tua unção!
ENSINO 6 – MATURIDADE ECLESIAL
LUCAS SOARES

Introdução

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja


louvado!

Meus irmãos e minhas irmãs é uma alegria estarmos reunidos


neste workshop do Ministério de Formação do ENF 2021. Meu nome
é Lucas, sou Postulante Salvista, e atualmente estou na direção da
Escola Nacional de Líderes e Missionários da RCCBRASIL.

O tema dessa formação do nosso workshop é “Maturidade


Eclesial”. Hoje nós vamos aprofundar um pouquinho neste tema.

Desenvolvimento

Segundo o dicionário Michaelis: Maturidade é qualidade


daquele que pode ter atingido a idade madura age com reflexão; com
bom senso e prudência. Em língua portuguesa as palavras terminadas
com o sufixo “dade” sempre vão designar qualidade, ou modo de ser.

A partir do sacramento do Batismo nós somos chamados a


atingir a maturidade em Cristo. Até que todos cheguemos à unidade
da fé, ao conhecimento do filho de Deus, ao homem perfeito, à
medida da estatura completa de Cristo. (Cf. Ef 4,3).

Para aprofundar essas dimensões, definições, é necessário


também refletir esse processo tomando como início aquilo que todos
nós somos chamados, ou seja, a nossa vocação universal, a vocação
universal do homem que é a santidade.
O Concilio Vaticano II na Lumen Gentium, capítulo 11, vai dizer:
“todos os cristãos, seja qual for sua condição ou estado, são
chamados pelo Senhor, cada um no seu caminho, à perfeição da
santidade, pelo qual é Perfeito o próprio Pai.

Santidade é o quê? Como que nós poderíamos aqui definir


santidade? Santidade é viver em Cristo e participar da Santíssima
Trindade. Para iniciarmos o bem o nosso workshop, esta definição
precisa estar muito clara para nós. Santidade é viver em Cristo e
participar da Santíssima Trindade. E essa participação efetivada no
batismo é sempre “em Igreja”, como nós temos em ICor 12, e sempre
“no amor”, como em João 13,34.

A participação efetivada no batismo, na Santíssima


Trindade é sempre “em Igreja”. Outra coisa que precisa ficar claro
para nós.

Nós podemos afirmar então que a maturidade significa


corresponder a esse chamado primeiro, nenhum aspecto da
maturidade se alcança com a negação desta vocação, vocação à
santidade.

Quando a pessoa se configura..., configura sua identidade em


Cristo pela vocação universal, ela permite então que a maturidade
transborde para duas dimensões: a dimensão humana e espiritual.
Então resumindo, a vocação do homem? a santidade. Corresponder
ao chamado de Deus pelo batismo? É a maturidade. E maturidade nas
suas dimensões humana e espiritual.

Nós estamos aqui aprofundando um pouquinho o que é


maturidade, antes de entrar no tema geral que é maturidade Eclesial.
Poderíamos passar todo o nosso workshop falando sobre maturidade
humana, que é o primeiro ponto, humana e espiritual, mas não é o
foco de hoje. Basta nós recordamos então as apostilas de Formação
Humana que nós temos: Encontro com Deus; Encontro Comigo
Mesmo através do autoconhecimento; e Encontro com os Outros. Isso
está dentro da dimensão da maturidade humana, da formação
humana.
Eu vou fazer uma breve retrospectiva dessas nossas apostilas.
Eu tenho certeza que você que está passando aqui por essa formação,
esse workshop já passou com certeza por essa formação, mas eu vou
recapitular alguns pontos para nós avançarmos no conceito de
maturidade e também de maturidade Eclesial.

Quanto mais eu me aprofundo então no autoconhecimento,


que é o primeiro ponto né, relação comigo mesmo, eu vou tendo
ciência de quem eu sou, qual é o meu lugar no mundo e qual é a
minha missão.

Esse conhecimento só se dá através do conhecimento de Deus,


que tem a visão verdadeira de quem nós somos, ou seja, quanto mais
me aproximo de Deus, mas eu vou tendo uma visão clara de quem eu
sou. Por isso, aqui nós podemos usar aquela frase famosíssima de
Santa Terezinha do Menino Jesus: “Eu sou aquilo que Deus pensa
da mim”. Quanto mais eu vou me aproximando do Senhor, nessa
questão do autoconhecimento, mais eu vou me conhecendo porque
só Ele olhando para mim consegue ver quem eu sou
verdadeiramente.

Essa visão correta de si sempre envolve um processo longo de


cura, de libertação, de restauração, uma vez que a verdade sempre
nos liberta, como está na Palavra. Então, a partir deste
autoconhecimento eu consigo me relacionar com o outro, como
verdadeiro cristão, amando meu irmão à maneira de Cristo.
Resumindo, quanto mais eu trabalho o autoconhecimento, a relação
comigo mesmo, e quanto mais eu me aproximo de Deus eu aprendo
a amar.

A maturidade espiritual está intimamente ligada a tudo isso que


nós acabamos de explanar.

Eu acabei de falar um pouco sobre a maturidade humana e


vamos entrar um pouco nessa dimensão da maturidade espiritual.

Ela é fruto, sempre, da estabilidade de espírito, ou seja, da


estabilidade do nosso relacionamento com Deus. Então quanto mais
eu caminho numa relação comigo mesmo, no autoconhecimento, e
quanto a minha relação com Deus está estabilizada, a minha
maturidade espiritual começa então a ser desenvolvida. Por isso, a
gente chama a maturidade espiritual como uma “estabilidade de
espírito”.

A maturidade espiritual leva-nos a não perder o alvo mesmo


diante as adversidades, pois o Senhor mesmo nos mostrou que é pelo
calvário que se chega à glória.

Então, quando eu estou com a estabilidade de espírito, quando


a minha relação com Deus está estável, nada vai me abalar, então a
maturidade sempre vai nos ajudar a manter o alvo, ou seja, a nossa
meta, a nossa vocação, o nosso chamado. Isso é maturidade
espiritual. Mesmo com as dificuldades, mesmo com as provações,
mesmo com tudo aquilo que nos aflige no dia a dia, nós sempre
mantemos o foco no chamado de Deus, na vontade do Senhor, e na
missão que ele nos confiou.

Como nós falamos, a pessoa madura busca sempre


corresponder ao seu chamado, caminhando sempre no
autoconhecimento e assumindo seu lugar, sua missão na Igreja. Para
isso é necessário saber o que é Igreja, e qual a sua missão. Por isso é
essencial também, para a maturidade, o processo formativo como nós
tanto trabalhamos não só aqui nos nossos workshops, mas como nas
nossas bases enquanto Ministério de Formação. Então se é necessário
nesse processo de maturidade eu saber quem eu sou, me relacionar
com o outro, porque tudo vai se dar na participação efetivada no
batismo, em Igreja. É necessário eu conhecer a Igreja, o seu papel, e
sua missão. E aqui então, nós começamos a adentrar o nosso tema,
de forma muito específica, que é maturidade eclesial (Eclesiae =
Igreja).

Então maturidade eclesial é um tema que nós vamos começar a


aprofundar agora. Mas antes, é impossível falar de maturidade eclesial
sem falar de comunhão. São coisas extremamente ligadas,
interligadas, portanto, vou começar a falando um pouquinho dessa
questão da comunhão.

A Igreja, ela é UMA, em virtude do Espírito. O Espírito é princípio


de comunhão porque é amor, e o amor sempre une. Ser Igreja implica
estar em comunhão com Deus na busca da santidade, mas também,
com os irmãos. Então nessa pequena frase que eu acabei de falar já
dá pra fazer uma ponte com aquilo que eu coloquei logo agora no
início. Santidade de vida em Cristo e participar da Santíssima
Trindade. E essa participação efetivada no batismo é sempre em
Igreja, ou seja, em comunhão e sempre no amor.

Isso nós vemos claramente em Atos do Apóstolos, que a


comunhão é fruto do Espírito Santo nas primeiras comunidades
Cristãs (At 2,42-47). Nós não podemos dizer que somos cheios do
Espírito Santo meus irmãos se nós não permitimos que gere em nós
aquilo que nós chamamos de Koinonia (palavra grega que significa
comunhão, unidade, etc.). Essa palavra Koinonia, do grego, aparece
então em Atos do Apóstolos 2,42 como acabei de colocar.

Então nós vamos falar um pouquinho agora desta questão de


koinonia, mas sempre recordando de uma forma muito prática a
nossa experiência de Renovação Carismática.

É necessário para compreender esse conceito de comunhão, de


koinonia, de vivência fraterna, nós lembrarmos lá da nossa primeira
experiência, ou seja do nosso Batismo no Espírito Santo. Nós então
tivemos essa experiência com o Espírito Santo e fomos tocados pela
graça de Deus, ficamos apaixonados por jesus, sentimos sede de
buscá-lo, sede de estar na sua presença, mas, muito mais que isso: foi
gerado em nossos corações o desejo de estar entre irmãos, os irmãos
do nosso Grupo de Oração.

Nós começamos a amar a Igreja, já não éramos mais Católicos


só de nome, mas fazíamos questão de mostrar o orgulho de ser de
Deus. Mas não foi a assim? Pelo menos comigo, foi. Essa experiência
então, que nos impulsiona em viver em comunidade, a buscar o
Grupo de Oração. Não era só mais um católico de nome, mas é aquele
orgulho de mostrar que é de Deus. Naquela experiência, a gente vem
naquela empolgação também, de todo mundo andando com aquele
crucifixo, com o Tau, aquela experiência, aquela sede também de
comunicar ao outros essa experiência maravilhosa com Deus.
E com passar do tempo nós vamos então crescendo no amor
por Jesus; nosso amor passa a ser provado e comprovado pela
experiência da cruz. E nós vamos crescendo então, na maturidade
espiritual e consequentemente na maturidade eclesial; no amor pela
Igreja, na comunhão, na Koinonia, com os irmãos e com os pastores
da Igreja, os sucessores dos Apóstolos. Vamos aprendendo também
a amar os nossos padres, amar os nossos bispos, o Santo Padre. Tudo
isso vem dessa experiência profunda com o Espírito Santo.

E é justamente neste último ponto, neste fruto dessa


experiência com os irmãos, com os pastores da Igreja, com os
sucessores dos Apóstolos, que nós vamos nos deter um pouquinho
agora no nosso workshop.

O amor pela Igreja quando maduro implica em uma fidelidade,


uma obediência à toda prova. Somos muito inclinados pelo orgulho
e pela formação do mundo à autossuficiência, sempre a uma
independência. Muitos aparentam aceitar o que a Igreja diz, mas no
seu interior não aceitam, nem sequer querem ouvir o que a Igreja
como mãe tem a dizer.

Essa é infelizmente uma realidade que nós encontramos hoje.


Muitos católicos, que se dizem católicos, professam a fé da Igreja, mas
não têm uma obediência à toda prova, não querem se submeter à voz
da Igreja, não querem escutar a Igreja como a uma mãe. Não. Nem
querem ao menos ouvir o que ela tem a dizer. Isso, infelizmente é
uma realidade que aos poucos, se nós não tomamos cuidado, começa
a se infiltrar na mentalidade de muitos servos de Grupo de Oração. E
aí nós começamos a achar que o objetivo da Igreja, dos bispos, do
Santo Padre, dos sacerdotes é tolher a nossa liberdade, abafar os
nossos carismas isso nós vemos em muitos católicos, atitudes que
não condizem com a fé que professam.

Então parece que a gente não pode se relacionar com outras


pastorais e Movimentos da Igreja, que nós não podemos nos
relacionar com bispos ou com padres porque é como se eles fossem
nos podar, tirar a nossa liberdade, e abafar nossos carismas. Isso é
imaturidade, isso é uma pessoa que não sabe amar a Igreja,
infelizmente essa mentalidade, às vezes começa a se infiltrar em
muitas das nossas realidades, mas graças a Deus o Espírito Santo
sempre vem converter o nosso coração, sempre nos colocar de volta
no caminho.

O papa João Paulo II em seu último pentecostes disse a


Renovação Carismática: Hoje, diante de vocês, se abre-se uma nova
etapa, a da maturidade eclesial. Isto não quer dizer que todos os
problemas foram resolvidos. É, antes, um desafio. Um caminho a
percorrer. A Igreja espera de vocês frutos «maduros» de comunhão e
compromisso.

A partir desta fala do papa, desta provocação do Santo Padre, o


então ICRRS (Serviço Internacional da Renovação Carismática), que
hoje deu lugar ao CHARIS, na época organizou a Escola de
Internacional de Formação da RCC que depois deu origem à nossa
Escola Nacional de Formação de Líderes Missionários no brasil. Tudo
isso para corresponder prontamente a esta provocação feita pela voz
profética do Santo Padre, o Papa João Paulo II, pedindo então que
nós aprofundássemos na dimensão da maturidade eclesial. Então
meus irmãos e irmãs, é tempo de nós deixarmos de simplesmente
andar de mãos dadas com a Igreja para sermos Igreja, nós não
andamos apenas ao lado da Igreja, nós somos “corpo de Cristo”, isso
é ser Igreja. Sabendo que a Igreja acolhe com gratidão os carismas
que livremente o Espírito distribui, sejam carismas efusos como nós
vemos em 1Cor 12, ou sejam os carismas comunitários, como
vocações específicas que têm surgido no coração da Igreja, como por
exemplo as Novas Comunidades.

Na CHRISTIFIDELES LAICI diz que à Igreja não compete extinguir


o Espírito, mas julgar tudo e conservar o que é bom, por isso nós
sempre temos que assumir nosso papel como corpo de Cristo, como
Igreja. Se nós Vivermos em fidelidade, em amor que gera comunhão
daremos o eloquente testemunho de obediência e fidelidade que o
mundo precisa.

Então meus irmãos, a partir de tudo isso que nós abordamos


rapidamente eu gostaria de trabalhar com vocês também, alguns
pontos práticos, que as vezes nós vamos colocando conceitos, mas
eu gostaria de colocar exemplos práticos que estão dentro das nossas
realidades para que nós possamos fazer uma autoanálise da nossa
conduta como Igreja, como servos, como Renovação Carismática
Católica. Então, só recapitulando: o nosso chamado universal é a
santidade, santidade é viver e participar da Santíssima Trindade, e
essa participação efetivada no batismo, mas sempre em Igreja, e
sempre no amor. Então se é sempre em Igreja, é também na
comunhão como nós víamos antes de conceituar maturidade eclesial,
falando um pouco da comunhão. É necessária esta comunhão, esta
união.

E a partir desta comunhão que é vida fraterna, que é koinonia,


que é estar junto com os irmãos eu quero colocar alguns exemplos
aqui, de forma muito clara: atitudes eclesiais maduras e atitudes
eclesiais imaturas:

Atitudes eclesiais maduras e imaturas

Primeira atitude madura

Valorizar a unção, o desenvolvimento e o envolvimento


ministerial do irmão, entendendo que cada um colabora naquilo que
Deus lhe confia.

Como oposição temos: Inveja, ciúmes ministeriais, não valoriza


o desenvolvimento do outro e coloca sempre como pedra de tropeço.
As vezes acaba acontecendo o irmão ao invés de valorizar o outro
investir no outro, ir ao encontro do outro o que acontece fica com
inveja. Não quer deixar o irmão crescer.

Segunda atitude madura

Entender que a unidade é fruto da oração e que cada servo é


membro de um corpo chamado Grupo de Oração. Atuar como um
propagador das moções dadas pelos organismos responsáveis pelo
discernimento, ou seja, pelos conselhos nacional, estadual e
diocesano.

Postura imatura: falta de unidade intergrupo de Oração e com


as linhas diretivas do movimento. Está sempre questionando sem
fundamento e é avido por discussões e desentendimentos. Pessoas
que, infelizmente, tem dificuldades de submissão, que tudo isso está
aprofundando no pilar do egoísmo e não entendem a importância da
unidade do movimento, da Igreja e ao invés de propagar as moções
elas acabam se fechando, não aceitando os discernimentos.

Terceira atitude madura

Reconhecer-se autenticamente membro da RCC, um elo da


corrente de graça entendendo que o Batismo no Espírito Santo é a
nossa experiência fundante, nosso patamar comum.

A postura imatura a partir disso: falta de zelo pela identidade


do movimento, nega a linha pastoral do movimento, não valoriza o
Batismo no Espírito Santo como experiência fundante, nem a pratica
dos carismas nem a vivencia fraterna, aqui aquele DNA da RCC que
está na nossa apostila de identidade do módulo básico. Acaba não
tendo uma visão correta do Movimento é aquele tipo de pessoa que
além de negar muitas vezes a sua espiritualidade é uma pessoa que
pensa que para ser Igreja precisa estar inserida em 15 pastorais e
movimentos, porque se eu for somente da renovação não sou Igreja.
Tendo uma visa errada e equivocada, RCC é um Movimento da Igreja.

Quarta atitude madura

Experimenta a relação consigo e com Deus que levam ao


transbordamento de amor para com o irmão respeitando as etapas
do seu desenvolvimento no Movimento e espiritual.

Atitude imatura: Falta de caridade com o irmão, é ríspido com


os irmãos, grosseiro ou cobra em demasia, exige sempre o mesmo
nível de maturidade. Ao invés de acolher o irmão e respeitar o seu
processo ou etapa, o que nós fazemos? Somos ríspidos e cobramos
de todos uma igualdade, todos têm que ter a mesma maturidade,
todos tem que andar na mesma velocidade, fazer a mesmas coisas e
tudo isso não pode ser assim, cada pessoa é uma pessoa. Vemos isso
na abordagem personalista de São João Paulo II, temos que olhar
para a pessoa vendo o processo em que ela está, respeitar a sua
história, respeitar o que ela traz consigo, cada um tem o seu ritmo,
não adianta forçar a barra. Nós temos que acompanhar os irmãos e
formá-los de acordo com suas necessidades, até que todos cheguem
ao um ponto de maturidade para servir o senhor!

Quinta atitude madura

Entender que nosso chamado maior é para ser servo e que os


cargos são meios para Deus nos santificar e não uma experiência de
poder e de hierarquia.

A postura imatura então: apego a cargos e pessoas, faz o cargo


um local de poder e não de serviço e tem respeito humano em
excesso. Então é aquela pessoa que tem um extremo respeito
humano, porque não quer ferir as pessoas, não quer ficar mal com as
pessoas, não quer que as pessoas tenham uma ideia ruim. Tudo isso
é apego e imaturidade, então a pessoa que é apegada a cargo, ela
tem medo de corrigir o outro porque esse outro pode não me querer
no cargo então faz tudo em vista do poder. Que imaturidade e
infelicidade uma pessoa só querer servir ao senhor em cargos, por
isso que a coordenação sempre é algo que passa, importante é que
todos somos servos de Grupo de Oração. Hoje eu, Lucas, estou no
conselho nacional como diretor da Escola Nacional De Formação,
amanhã posso não estar mais como diretor mas continuo servo de
Grupo de Oração, continuo servindo ao Movimento normalmente,
porque não é um cargo que vai definir se eu sirvo ou não a Igreja e
um Grupo de Oração. Isso então é um caminhar na maturidade. E às
vezes essa postura, muitas vezes, está velada, nós temos que olhar
muito bem para os servos da RCC aqueles estão exercendo
coordenação para ver se isso não está entranhado ou enraizado no
coração de muitos, porque fica sempre com um discurso “muito
doce” né, aquele mel escorrendo, mas na verdade isso é um apego
uma atitude imatura e nós temos que ajudar os irmãos que estão
nessa situação.

Sexta atitude madura

Reconhecer que a vida de oração é o meio perfeito de relação


com Deus e por ela concretizamos a nossa vocação a santidade.

O ponto imaturo: Falta de vida de oração e pior do que isso é


dentro do nosso movimento, dentro dos nossos Grupos de Oração a
falta de vida de oração é acompanhada por uma máscara, a máscara
da pessoa que finge que tem vida de oração, então outra atitude
imatura. Em vez da pessoa assumir aquilo que ela está vivendo,
assumir a sua dificuldade de rezar de se colocar a serviço, de se
colocar na presença do Senhor, mas não todo mundo aqui reza,
participar da RCC tem que rezar então eu vou fingir que eu rezo. Uma
pessoa que falo muito de espiritualidade, tem sempre “papos”
espirituais na ponta da língua, mas na verdade não está vivendo nada
daquilo. Uma postura muito imatura e muitos acham que ninguém
percebe isso, mas formador tem sempre um olhar muito clínico e a
gente sempre percebe, então nós precisamos sempre ir ao encontro
desses irmãos para auxilia-los nesse ponto de imaturidade a ponto
que de a pessoa consiga então voltar ao caminho e assumir que
precisa de ajuda e seguir uma vida de oração. Eu lembro uma vez que
uma pessoa chegou para mim uma vez e era de outra pastoral e falava
assim “ah eu queria que você Lucas rezasse por mim por que eu sei
que vocês da renovação são um povo de oração, um povo de clamor,
eu sei o quanto vocês rezam, o quanto vocês se sacrificam”. Eu
comecei: “ah meu Deus”, e fui falando para o Senhor: eu queria rezar
o quanto essa pessoa acha que eu rezo, porque às vezes as pessoas
olham para nós e veem pessoas de oração muito mais do que nós
somos, e graças a Deus que as pessoas tem essa visão da RCC e nós
temos que nos esforçar para realmente ter esta vida de oração.

Sétima atitude madura

Entender que a vida carismática é um Dom destinado a crescer


e a formação é o substrato para este crescimento.

A postura imatura então será: fechamento à formação. Isso


acontece muito né, desestimula os outros e usa esse tipo de frase: “o
meu tempo era assim, ou é sempre a mesma coisa, ou isso não leva a
nada”, são pessoas que são infelizmente imaturas, se fecham à
formação e não se contentam em se fechar na formação mas querem
tirar o ânimo, desestimular os outros mais novos que estão no
processo formativo, lá sempre foi assim, é uma coisa demorada não
leva a lugar nenhum, no meu tempo era diferente, no meu tempo era
do fogo, infelizmente atitudes imaturas. Nós precisamos entender
que a vida carismática é um dom destinado a crescer e a formação é
o que auxilia esse crescimento, sem a formação nós estamos
destinados a regredir e não foi para isso que Deus nos deu esse dom
da vida carismática.

Oitava atitude madura

Responsabilidade, comprometimento com a missão confiada.

A postura imatura seria precisar ser cobrado por todas as


funções: uma pessoa inconstante. Então aquela pessoa precisa ser
cobrada de tudo, já está um tempo no Grupo de Oração, mas não sai
daquele ponto, precisa ser cobrado: Ó fulano vai ter reunião! Ó fulano
vai ter retiro! Ó fulano Grupo de Oração! Aquela pessoa imatura
sempre precisa ser cobrada, sempre inconstante, começa tudo e não
termina nada, infelizmente é uma pessoa que precisa de auxílio ela
está imatura em relação com a Igreja e consequentemente na relação
consigo, com Deus e com os outros.

Nona atitude madura

Ter uma solida formação para desenvolver as habilidades


necessárias que constituem a competência para liderar.

Postura imatura: liderança baseada em achismos, sem ser


iluminado conduzem os outros a partir de uma experiência tão
pessoal que acabam anulando a experiência do outro. Infelizmente
uma postura muito imatura que acontece muito em nosso meio.
Então aquela pessoa que invés de buscar formação ou aqueles servos
mais experientes ela faz o que ela acha que é melhor: ah isso é bom,
isso é bom, porque para mim foi bom! Ai a pessoa começa a anular a
experiência do outro.

Décima atitude madura

Valorizar a diferença entre mandar e liderar, entendendo que o


líder é aquele que agrega e que valoriza os diversos pontos de vista.

Postura imatura: Liderança não colegiada, não sabe ouvir o


irmão e não valoriza a opinião dos demais integrantes do conselho e
do grupo. É aquele líder autoritário, aquela pessoa que passa por cima
de todo mundo porque não sabe lhe dar com o diferente. Então isso
tem raiz aonde é uma postura imatura na questão eclesial, mas tem
raiz lá no relacionamento consigo mesmo e no relacionamento com
Deus, então não sabe lhe dar com os outros

Décima primeira atitude madura

Liderar tendo como início a oração, estar aos pés do mestre para
crescer espiritualmente, ter visão ampliada e senso de unidade.

A postura imatura seria: liderança sem autoridade espiritual,


alicerça sua liderança sobre autoridade humana e na rispidez e não
ora para alcançar a autoridade espiritual. Infelizmente é aquela
pessoa que são ótimos lideres, ótimos pessoas, ótimas servas, ótimos
irmãos de Grupo de Oração, mas acabam somente se fixando em
técnicas, não tem autoridade espiritual, não tem submissão a Deus,
para que então a autoridade seja dada por Deus como nós vemos em
Romanos no capítulos 13.

Décima segunda atitude madura

Basear suas ações a partir da fidelidade e autenticidade com as


formações e direcionamentos do movimento, entendendo que o
Movimento oferece todas as diretrizes necessárias para uma
evangelização eficaz.

A postura imatura contrapondo isso, seria: “experimentação


carismática”. Bebe de diversas fontes segundo uma preferência
pessoal, mistura as preferências pessoais por pregadores, novas
comunidades, congregações, pastorais e movimentos, fazendo delas
a linha de pregação e oração, desprezando as orientações do
Movimento. Então aqui é uma postura extremamente imatura, por
quê? Como vemos em 1 coríntios 12, há uma diversidade de carismas,
cada um tem sua beleza e cada um tem a sua especificidade então eu
não posso trazer algo para dentro da espiritualidade carismática que
não é dela, porque a espiritualidade carismática eu a vivo mas ela não
foi criada por mim ela foi dada por Deus. Não posso ficar trazendo
elementos externos, penduricalhos como Dom Alberto nos falava em
um dos ENF que nós participamos porque eu não tenho esse direito
e começo a desfigurar aquilo que Deus concedeu a mim; desfigurar a
minha espiritualidade, trazendo gostos, preferencias minhas, mesmo
sabendo que todos os carismas tem a sua beleza, todas as
manifestações de novas comunidades de espiritualidade e devoções
tem as suas belezas, porque foi Deus quem deu, mas eu não posso
ficar trazendo essas preferências pessoais minhas para dentro das
diretrizes do Movimento. Tudo que nós fazemos se dá pela escuta e
pela fidelidade da identidade que Deus nos deu.

Décima terceira atitude madura

A pessoa que trabalha suas carências

A postura imatura será: a pessoa que alimenta suas carências


com cargos e com pessoas, temos que tomar cuidado e prestar muita
atenção nos nossos irmãos que estão nessa faixa ai de atitudes, temos
que trabalhar muito bem com elas.

Décimo quarta atitude madura

Entender que a Igreja não só é formada somente pela RCC e


que os demais movimentos e pastorais têm o seu valor e constitui
legitimamente a Igreja.

A postura imatura então: rispidez com demais movimentos e


pastorais acha que a RCC somente agrega pessoas santas e somente
por elas se chega ao céu sem ser proprietário do Espírito Santo. Ave
Maria! Infelizmente nós temos irmãos assim. Isso é uma pessoa
extremamente imatura, aqui a coisa mais imatura em dimensão de
maturidade eclesial, a pessoa não se conhece, a pessoa não tem um
bom relacionamento com Deus, a pessoa não sabe qual é a missão
da Igreja e o que é Igreja, não sabe o que é RCC está toda perdida
coitada, precisa então ser orientada. Nós não somos proprietários do
Espírito Santo, então se na Koinonia é necessária esta comunhão, eu
preciso saber lhe dar com os meus irmãos. Então tem gente que tem
medo, vive uma competitividade em relação a pastorais e
movimentos. Nós formamos um só corpo que é a Igreja, então nós
precisamos meus irmãos, prestar muita atenção, porque muitas vezes
essas atitudes imaturas principalmente esta, está muito velada. Às
vezes nós velamos esse nosso medo, essa nossa imaturidade como
uma postura de zelo, “ah eu tenho que zelos pelo movimento”. Temos
que zelar sim pelo movimento, mas um Movimento bem formado, um
Grupo de Oração bem formado não tem medo de se relacionar com
as outras pastorais ou movimentos. Eu me lembro que uma vez uma
pessoa queria fazer o vocacional de uma nova comunidade e um
servo falou assim: “não pelo amor de Deus nós não podemos perder
esse irmão ele é servo”! Olha que postura imatura, eu vou perder a
pessoa? Eu estaria perdendo o irmão se ele estivesse saindo da Igreja,
se ele estivesse caindo num vício, se afundando num pecado, ele está
se sentindo atraído por um carisma, sendo chamado por Deus e
precisa fazer aquele discernimento, mas a pessoa em sua imaturidade
já acha que vai perder o irmão em seu Grupo de Oração. Não é assim,
exemplos são os jovens que vão para o seminário, para o convento,
nós não estamos perdendo ninguém, nós estamos ofertando
vocações maduras para a Igreja.

Décima quinta atitude madura

Preza pela unidade, sabe dialogar, tem uma postura


conciliadora e assume que precisa de ajuda

O contrário: é uma pessoa competitiva, é uma pessoa


fofoqueira, egoísta, autossuficiente e melindrosa, sempre com medo
de tudo, um pessoa “dodói”, fulano não olhou para mim, a pessoa
não me deu a paz de Jesus, um irmão que não sabe dialogar acha que
tudo é contra ele.

Décima sexta atitude madura

Entender que o sacerdote, deve pastorear todas as postarias e


movimentos e o respeito a eles deve ser características de todo o
cristão.

A postura imatura seria:, Falta de respeito a autoridade


sacerdotal, acha-se num nível de superior ao do padre e se ver no
direito de desrespeitá-lo. Graças a Deus vemos um maturidade
eclesial muito boa, mas em algumas realidades que a RCC sofre
muito, acaba acontecendo isso, nós acabamos nos achando melhores
que os padres e acabamos desrespeitando a autoridade da Igreja.
Décima sétima atitude madura

Valorizar o amor fraterno entendendo que o grupo de


discípulos de Jesus precisa crescer e que a experiência com o Espírito
Santo precisa ser mais difundida.

A postura imatura: GO fechados, panelinhas, não se abre aos


novos que chegam por medo de ocuparem o seu lugar, esquecendo
que o amor de Deus é pessoal e único. Infelizmente muitos de nós
acabam se fechando em panelinhas e não acolhemos os novos irmãos
do Grupo de Oração.

Décima oitava atitude madura

Entender que a oração alcança profundidade pela abertura de


coração.

A postura imatura significa: infantilidade na oração e no louvor,


ver o louvor somente ligado a coreografia e não como uma oração.
Não se aprofunda para ter matéria-prima agradável ao Espírito Santo
para a oração fluir.

Décima nona atitude madura

Valorizar a formação dos demais irmãos de grupo para que


tenham habilidade e competências para atuar nos mais diversos
setores da vida carismática, tem o erro como a possibilidade de
crescimento e não como uma forma de punição.

A postura imatura: uma centralização como não forma novos


líderes tem medo das coisas não saiam do jeito que queria, tomando
para si todo o serviço gerando cansaço e desestimulando os outros
irmãos. Então precisamos valorizar sempre a formação dos nossos
irmãos

Vigésima atitude madura

Entender que a humildade é estar no lugar aonde Deus nos


colocou, com as características com que ele nos criou, não precisa ser
o melhor, precisa ser autêntico e conhecedor da sua identidade.
A postura contrária então: mentira e ilusão espiritual, a pessoa
acha que por ser líder ou servo tem que ter sempre uma visualização,
uma profecia, uma palavra de ciência ou sabedoria, chegando a
mentir para manter sua aparência profética, Deus não te chama para
ser o melhor, ele te chama para ser o que ele pensa de você. Então
Deus te chama com suas características, você não precisa mentir,
mostrar uma pessoa que você não é, você precisar ser aquilo que
Deus pensa de você.

E a partir de tudo isso, dessa maturidade a que o Senhor nos


chama, dessa maturidade humana, espiritual e eclesial eu quero
convidar você nesse momento a rezar um pouquinho para nós
encerrarmos a nossa formação neste workshop. Rezar
verdadeiramente para que o Senhor venha nos colocando cada vez
mais no caminho de maturidade, e isso só é possível se nós damos
liberdade, livre acesso ao Espírito Santo.

Portanto meus irmãos convido vocês agora para este momento


de oração. Vamos colocar o nosso coração diante do Senhor, aquele
que nos batiza, aquele que não chama a atingir a sua estatura, a viver
e participar da Santíssima Trindade.

Oremos!
ENSINO 7 – FORMAÇÃO HUMANA NA VIDA DO
SERVO
PADRE MARIANO RODRIGO
Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador

Saudação

Louvado sejam Jesus e Maria! Para sempre sejam louvados! É


uma imensa alegria estarmos aqui reunidos em nome de Jesus. Eu me
chamo Padre Mariano. Aqui está o Lucas Felipe, postulante da nossa
Comunidade. Nós pertencemos à Fraternidade Jesus Salvador e é
uma imensa alegria estarmos aqui no ENF 2021 contribuindo. Nosso
carisma Salvista, o carisma do Louvor de Deus, contribuindo aí com o
Ministério da Formação.

Oração inicial

Mas, antes de nós iniciarmos a nossa formação de hoje, vamos


cantar ao Espírito Santo. Vamos suplicar em nome de Jesus para a que
Força do Alto caia sobre nós com todo poder. Em nome do Pai, do
Filho, do Espírito Santo. Amém.

Desenvolvimento

Formação Humana na vida do servo

O tema que foi nos apresentado como proposta para


desenvolvermos neste momento é a Formação Humana na vida dos
servos.

Queridos, antes de nós falarmos diretamente sobre a Formação


Humana, nós precisaríamos em primeiro lugar definir, conceituar o
que seria formação. Com certeza você já ouviu muitas definições, já
tem conhecimento de muitos conceitos, mas aqui eu gostaria de
contribuir com mais uma.

A formação é um processo, processo que deve favorecer o


cristão, o servo de Deus, deve favorecer o cristão em tudo que precisa
saber, experimentar, vivenciar para acolher a proposta da Boa Nova
de Jesus.

É muito interessante, que muitas vezes passa pela nossa cabeça


ao falarmos de formação, como que se a formação alcançasse
somente a capacidade cognitiva, a inteligência, o conhecimento
racional do ser humano. Mas, na verdade se trata de um processo,
trata-se de um processo de transformação que alcança o ser humano,
que alcança o cristão na sua totalidade.

E é por isso que aqui vai nos dizer que tudo aquilo que favorece
o cristão, o servo de Deus, tudo aquilo que ele precisa saber...,
portanto, a formação em primeiro lugar alcança o conhecimento, os
conteúdos que são transmitidos, a assimilação da mensagem, da
Doutrina de Jesus, dos ensinamentos de Jesus, do Magistério da
Igreja, que perpassa pela nossa parte cognitiva, a nossa capacidade
de elaborar pensamentos, a nossa capacidade intelectual. Então,
passa pelo saber.

Segundo é a experiência: a formação deve levar os cristãos,


deve levar o servo de Deus a experimentar. Nós que falamos tanto do
encontro pessoal com Jesus, falamos dessa experiência com Jesus,
com o Espírito Santo. A formação deve nos levar a essa experiência, a
uma experiência que nos leva a provar o sabor do Evangelho, que nos
leva a testar, a saborear tudo aquilo que são as promessas, as
propostas das bem-aventuranças do cristão, que Jesus nos deixou.

E o outro ponto é a vivência, a prática, colocar em prática os


ensinamentos de Jesus. Nós vamos aqui compreendendo então que
a formação alcança o ser humano na sua totalidade, porque a
formação no contexto evangelizador e missionário ... precisa ser um
instrumento de Salvação. E quando nós falamos de Salvação nós não
podemos reduzir a Obra da Salvação a um simples livramento, a um
socorro momentâneo, ou então um alívio. Não, quando nós falamos
de Salvação, conquistada por Jesus por meio da sua morte e
ressurreição, nós estamos falando de comunhão plena com a
Trindade. Nós estamos falando do ser humano que participa da vida
divina. Isso é salvação: comunhão com a Santíssima Trindade.

E a formação ela é instrumento de Salvação na vida do ser


humano, na vida do servo de Deus, na vida daquele que se colocou à
disposição do serviço do Reino de Deus, dos carismas, no Grupo de
Oração, dentro daquele contexto social, aquele contexto paroquial,
na qual você carismático atua no anúncio da Boa Nova de Jesus. A
formação deve alcançar o ser humano na sua totalidade. E é por isso
que existe a formação intelectual, a formação espiritual, a formação
missionária e também a formação humana.

Mas, padre Mariano, o que é formação humana? Por que ela é


tão importante assim na vida da Igreja, na vida daquele que se dispõe
a servir Jesus?

Formação humana nada mais é do que a contribuição que nós


damos para que o homem possa assimilar o projeto de Deus. Quando
nós falamos de Salvação, nós estamos falando de uma salvação que
alcança o ser humano na sua totalidade. E aqui nós estamos falando
da humanidade que foi redimida por Jesus, a humanidade que foi
assumida por Jesus. Ele foi 100% homem. Então, olhando para o
grande modelo da vida cristã que é Jesus Cristo, nós queremos
assimilar a proposta do Reino de Deus a partir de Jesus. E a formação
humana contribui para que a nossa humanidade possa adentrar e,
portanto, vivenciar a riqueza do Evangelho.

Que possamos assimilar este projeto hoje, no dia de hoje. Eu


comecei a compreender a tamanha importância da Formação
Humana primeiramente em nível pessoal. Quanto que a formação
humana contribuiu na minha formação enquanto consagrado, na vida
religiosa, no exercício do meu ministério sacerdotal, mas também na
vida pastoral!

Certa vez, eu recebi um jovem numa sala para atendimento e


este jovem estava cheio de desejo pela santidade e queria viver essa
santidade na radicalidade, queria viver essa santidade de um dia para
o outro. E eu fui mostrando para ele que na verdade nosso processo
de santidade é um caminho. Falar de santidade é falar de caminho. E
depois eu nunca mais tive a oportunidade de me encontrar com esse
jovem. Conversei com ele, ele não ficou muito feliz com a minha
abordagem, com a forma como eu ia apresentando, de uma forma
madura a nossa caminhada com Jesus. Ele ficou muito desanimado,
ficou entristecido.

Passou-se um tempo, eu estive num encontro vocacional, aliás,


na feira vocacional da Diocese de Santo Amaro. E lá estava tendo uma
festa, com apresentações de bandas católicas, enfim havia muitos
stands ali, cada comunidade apresentando o seu carisma e a sua
proposta vocacional.

E um jovem bateu no meu ombro, eu me voltei para ele, ele


olhou para mim e disse: Padre o senhor se recorda de mim? Ele estava
todo vestido de preto, estava tatuado, com piercing, enfim, estava
diferente. E eu falei: irmão, eu não vou mentir para você, não estou
me recordando. Ele falou: padre eu sou aquele jovem assim, assim...
e aí eu fui me recordando que se tratava daquele jovem que um dia
eu atendi. E ele me disse: padre, agora eu sou ateu.

Fiquei espantado com a fala dele e olhei assim para ele e falei:
mas você é ateu, estando aqui no meio cristão, estando numa
apresentação de bandas católicas, músicas cristãs, por que você está
aqui? Ele falou: padre, eu desisti da caminhada, eu desisti da
santidade. E ali não havia muito ambiente, não havia um clima para
nós descermos um pouco nessa conversa, mas ali eu compreendi: na
verdade, aquele jovem não estava em busca da santidade. Ele estava
em busca do orgulho da perfeição. Ele não conseguiu trabalhar a sua
humanidade a tal ponto de essa humanidade acolher a proposta do
Cristo.

O que nós muitas vezes encontramos são pessoas


entusiasmadas, desejosas de viver esta santidade, mas existe um
passado, existe uma história, existem comprometimentos, existem
realidades e as pessoas querem apagar tudo isso, passar uma grande
borracha em toda essa história, permitindo que este orgulho de
perfeição possa sufocar todo o seu eu mais profundo. E é por isso que
esse jovem não conseguiu crescer no relacionamento com Jesus, não
conseguiu nutrir a sua fé, porque ele quis sufocar a sua humanidade,
ele quis apagar a sua história. E sabemos que quando nós falamos de
perfeição cristã nós estamos falando de crescer na caridade, crescer
no amor. Santidade não é impecabilidade, santidade não é ser
perfeitinho, pois isso não faz parte da nossa condição humana. Só
Deus é perfeito. E perfeccionismo vai totalmente contra aquilo que é
o Movimento da graça. A graça quer nos transformar de dentro para
fora. O perfeccionismo é uma ação de fora para dentro, é exterior, é
um trabalho vazio.

Vamos para o Evangelho de Lucas, capítulo 18, versículo 18. O


jovem rico que vai ao encontro de Jesus, o Bom Mestre, e diz: Bom
Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?

Nós vemos aqui esse jovem como este outro jovem que acabei
de trazer aqui como exemplo, como testemunho. Esse jovem está
desejoso por uma vida plena, ele está desejoso pela vida eterna. Está
desejoso por trilhar os caminhos retos, mas ele era rico, cheio de si,
incapaz de se esvaziar para me permitir que a obra da Boa Nova de
Jesus o concretizasse no seu coração.

E o problema já começa na pergunta que ele faz. Ele diz a Jesus:


o que hei de fazer para herdar a vida eterna? Na verdade, ele deveria
perguntar: o que eu deveria ser para herdar a vida eterna? E esse é
um dos grandes problemas que nós encontramos nas nossas
comunidades paroquiais, nos nossos grupos de oração: pessoas que
querem fazer. E aí nos deparamos até mesmo com uma eficiência,
mas na verdade são pessoas desnutridas da graça, do amor de Deus.
Nos deparamos com servos na sua diversidade de carismas e
ministérios, pessoas que possuem até mesmo uma inteligência, mas
não é uma inteligência subordinada, iluminada pelo Evangelho. É uma
inteligência que às vezes se torna instrumento do divisor. É uma fala,
é um discurso, voltado para si, mas não para a verdade e para a
caridade. Nos deparamos com pessoas, servos de grupos de oração,
habilidosas, e as vezes os coordenadores de grupos de oração
querem encontrar habilidades, pessoas que possam fazer bem aquele
trabalho, se esquecendo que a pessoa às vezes ela se depara com
uma realidade ainda imatura, tem muita coisa para crescer, essa
pessoa precisa primeiro conhecer Jesus, experimentar a graça do
Espírito Santo. E já imediatamente colocamos essas pessoas para
executar funções, porque valorizamos as suas habilidades, aquilo que
ela faz.

Hoje eu trabalho, eu atuo na casa de formação da nossa


congregação, Seminário Nossa Senhora de Pentecostes. E hoje eu
trabalho no postulantado, mas anos atrás eu trabalhava no
aspirantado. E eu percebia que tinha um dos nossos seminaristas que
tinha uma grande habilidade com a música, tocava todos os
instrumentos. Tinha uma facilidade para cantar e cantava muito
bonito, tinha essa habilidade, mas eu percebi alguns
comprometimentos na vida comunitária, nos relacionamentos. E certa
vez chamei ele para conversar e fiz a seguinte pergunta: meu irmão,
quem está por detrás desse violão? Quem é esse que está por detrás
do violão? Quem é essa criança ferida e machucada que se esconde
por detrás das artes? Eu não quero saber das suas habilidades, eu
quero saber de você. Quem é você?

E muitas vezes é o que nos deparamos nos nossos grupos de


oração. Valorizamos aquilo que a pessoa faz, aquilo que ela realiza,
as suas habilidades, mas não valorizamos aquilo que a pessoa é na
sua dignidade. Valorizamos tanto a liderança que esquecemos as
virtudes, os valores, a humildade.

Não se fala mais de servos, mas se fala de liderança e o líder é


aquele que sempre precisa estar à frente, aquele que manda, aquele
que executa, aquele que dá a última palavra. Isso é um perigo! É um
perigo porque muitas vezes na baixa autoestima, nas feridas
emocionais, numa história marcada por tantos maus tratos, o que a
pessoa mais deseja é a capacidade de liderar, é estar à frente. Não há
um desejo puro e intenso por servir a Deus e à Verdade; à Igreja de
Cristo, mas na verdade há uma necessidade de suprir os seus vazios
mais profundos.

Falamos hoje tanto de potencialidades. Potencialidades,


especializações e vamos cada vez mais também rejeitando a unção
do Espírito. Eu sou tão potente, sou tão capaz que eu já não preciso
mais da ação do Espírito Santo.
Há 30 dias atrás eu perdi a minha irmã. Ela faleceu, foi vítima do
Coronavírus. E a minha mãe, eu estando com ela nesse momento
difícil. A minha mãe teve muita atuação, muitos trabalhos, uma
diversidade de trabalhos e atividades na paróquia de origem. Hoje ela
possui dificuldades de andar, hoje também não consegue enxergar,
possui muita deficiência visual, não consegue mais fazer os trabalhos
que ela fazia dentro de casa e até mesmo na Igreja. Hoje sua vida é
dedicada à oração.

O seu valor não está naquilo que ela realizava, mas naquilo que
ela é. É aquilo que nós vemos em Filipenses no capítulo 4, versículo
3. O nosso nome está escrito no livro da vida. Você não é aquilo que
você fez ou deixou de fazer, o seu valor está no grande amor de Deus
por você! O seu valor está naquilo que você é, a nível de ser! E esse
foi o grande problema deste jovem rico: O que eu preciso fazer para
ter a vida plena? Não!

O que eu preciso ser para ter a vida plena? Nós que somos
carismáticos, que contemplamos e rezamos a vinda do Espírito Santo,
falamos tanto da Cultura de Pentecostes, nós precisamos ler mais o
livro dos Atos do Apóstolos, onde nós vemos aquele anúncio alegre
dos Apóstolos, mas não é uma alegria fruto de uma conquista
pessoal. Se trata de uma alegria, de uma alma que foi encontrada por
Deus e que encontrou a razão de sua vida no grande amor de Deus
expressada na pessoa de Jesus. Isso é ação do Espírito Santo.

Convido você a abrir agora em Filipenses capítulo 2, versículo


de 3 ao 11.

"Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a


humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós
mesmos. Cada qual tenha em vista não os seus próprios
interesses, e sim os dos outros. Dedicai-vos mutuamente a
estima que se deve em Cristo Jesus. Sendo ele de condição
divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas
aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e
assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente
reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-
se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, Deus o
exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima
de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse,
para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor." Palavra
do Senhor. Graças a Deus.

Querido e querida, nós estamos aqui rezando a humildade de


Jesus, o esvaziamento de Jesus, a Kénosis de Jesus. Ele que se esvazia
de si e de toda a sua glória para nos alcançar. E às vezes o Movimento
que nós fazemos, o nosso processo de maturação, de caminhada, de
crescimento com Jesus é um caminho diferente de Jesus.

Nós queremos uma espiritualidade, como vai dizer Anselm Grün


naquele livro “O céu começa em você”. Ele vai dizer muitas vezes que
queremos uma espiritualidade de cima, sendo que contemplando o
Verbo que se encarnou, nós precisamos da espiritualidade de baixo,
nós precisamos descer, descer no autoconhecimento para crescermos
na santidade.

Para progredirmos na santidade é necessário o


autoconhecimento. O autoconhecimento não é lá para o futuro, o
autoconhecimento não é somente para quando eu estiver lá com os
meus setenta, sessenta, oitenta anos, não. O autoconhecimento é pra
agora, é a base de tudo, é o início de tudo.

Se nós queremos realmente seguir Jesus com autenticidade,


falar de espiritualidade de baixo é falar de um contínuo confronto
consigo mesmo, entrar em crise. Certa vez um seminarista aqui na
nossa casa apareceu com uma camisa escrito assim: “Quem tem Jesus
não tem crise”. Falei: você vai rasgar essa camisa agora, porque isso é
uma mentira.

Nós não podemos mentir para as pessoas, pelo contrário, quem


caminha com Jesus, quem busca a verdade, sempre está entrando
num processo de crise. Falar de crise é falar de crescimento, é falar de
confronto, confronto com os nossos sentimentos, confronto com as
nossas reações, confronto com as nossas reações emocionais, com o
nosso comportamento. Deveríamos entrar em crise sempre quando
nós vamos ao Grupo de Oração, quando participamos de alguma
pregação, alguma homilia de um sacerdote, enfim é um confronto do
nosso eu real com o eu ideal.

Sempre deveríamos estar saindo dessas vivências, desses


momentos em comunidade com uma certa angústia, aquela angústia
que nos levará a um desejo mais profundo de crescermos na vontade
de Deus. E nesse autoconhecimento, permitindo que este amor de
Deus nos alcance, nos cure. Nesse mesmo amor nós vamos
superando a desordem, nós vamos superando toda divisão, toda
dispersão, tudo aquilo que o pecado dividiu.

Se o seu Grupo de Oração está dividido, se o seu Ministério está


dividido é porque existem pessoas interiormente divididas. Toda
divisão externa brota de uma divisão interna. O Batismo no Espírito
Santo, essa graça extraordinária que temos a cada dia experimentado,
essa graça ela não apaga a nossa história, essa não é a finalidade de
Deus, apagar a nossa história. Mas, é o mesmo Espírito que nós
recebemos é que nos ajudará a reconhecer e a colher no mistério que
somos, no mistério escondido na nossa história, a acolher o amor de
Deus e a vontade de Deus expressa nos acontecimentos.

É interessante, Edith Stein, Santa Teresa Benedita da Cruz, a


leitura que ela faz de toda a sua história após o seu encontro com
Jesus, com a verdade. Ela dizia assim: a minha oração no período do
ateísmo ... para quem não sabe, Edith Stein viveu o ateísmo durante
muito tempo, ela se converteu quando já tinha 40 anos. E ela dizia: a
minha oração no período do ateísmo era a busca pela verdade. É isso
que o Espírito nos faz ao olhar para nossa história com o olhar
perfeitíssimo de Deus. E nós vamos fazendo a leitura não a partir das
nossas feridas, não a partir daquilo que são as nossas paixões, as
nossas desordens interiores, mas é a partir do olhar perfeitíssimo de
Deus. E é por isso mesmo que ela dizia: a minha oração no período
do ateísmo era a busca pela verdade.

Ainda ela vai dizer sobre a sua história, ela que morreu no
período do nazismo, ela diz: A minha história é um conjunto de
lástima, mas desde o dia que encontrei sentido para ela, eu não troco
essa história por nenhuma outra. É isso que o Espírito quer realizar
em nós! É isso que a graça do Batismo no Espírito Santo quer realizar
em nós: uma reconciliação conosco mesmo, uma reconciliação com a
nossa história, aprender a levar as nossas feridas a um processo de
transformação.

E quantas feridas escondidas na nossa história, registradas na


nossa memória afetiva que se transformam em dom, que se
transformam em serviço para o outro. Isso é o poder do Amor, isso é
o poder de Jesus quando nos cura interiormente. Esta é a graça do
Batismo no Espírito Santo: nos levar a reconhecer e acolher as
epifanias, as manifestações de Deus na nossa história, até mesmo no
período quando não éramos evangelizados.

Queridos irmãos, quero convidar a você a fazer uma caminhada,


que é próprio da formação humana, a trilhar um caminho de
autoconhecimento, cura interior e projeto de vida. Não tenha medo,
não tenha medo de crescer na vontade de Deus, não queira você se
perder do serviço de Deus. Quantas pessoas que estão na obra do
Senhor, mas não permite que o Senhor realize uma obra em você, não
permite essa obra nova acontecer em você. Se ocupa tanto com as
obras de Deus, mas não se ocupa com o Deus das obras.

Nós queremos cantar como Maria: a minha alma glorifica o


Senhor e meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador,
porque Ele fez em mim grandes coisas.

No seu Grupo de Oração você não é chamado a fazer grandes


coisas. Quando a gente quer fazer muitas coisas, a gente fica com
aquelas comparações odiosas. O Coordenador que esteve aqui fez
isso, o outro construiu isso, o outro fazia aquilo, o outro reunia 500
pessoas, o outro conseguiu fazer aquilo e ficamos nessas
competições, ficamos nessas comparações mundanas, atitudes
mundanas, mas na verdade o que nós queremos é trilhar o caminho
da vontade de Deus. O nosso fazer deve ser um reflexo do nosso ser,
deve ser um prolongamento, uma extensão do nosso ser.

É por isso que eu te convido pelo poder do Espírito Santo a


voltar às suas origens, a sua terra de origem, seu pai, a sua mãe, não
importa se faleceram, vamos fazer memória, vamos fazer memória da
nossa família. Às vezes nos vem lembranças dolorosas, momentos
difíceis, no período da escola, nas relações, foi uma adolescência, uma
juventude conturbada, marcada por tantas situações, por tantas
realidades de pecado. Você fez pessoas sofrerem, pessoas te fizeram
sofrer. Vamos trazendo as realidades da sexualidade, a nossa
afetividade, a nossa sexualidade, ela precisa acolher o projeto de
Deus, o projeto do Evangelho. E é por isso que existe a formação
humana.

Conclusão

Que nós possamos sair daqui mais conscientes a respeito do


quanto que nós precisamos trabalhar a nossa humanidade, o quanto
que nós precisamos crescer no autoconhecimento e nós queremos
nos abrir, nos colocar à disposição para que o amor de Deus, o amor
curador de Nosso Senhor venha realizar nesse momento uma obra
nova em nossos corações, de modo particular, você formador. Não
tenha medo, não tenha medo de entrar nesse processo de
transformação, de cura, processo que é próprio daqueles que
desejam a vida plena, a vida eterna.

Oração final

Convido você a fechar os seus olhos, cada qual tenha em vista


não os seus próprios interesses e sim os dos outros. Ó Senhor Jesus,
convença-nos mais uma vez a respeito do teu grande e imenso amor
que tem por cada um de nós. Sim, nós te pedimos Jesus, que a tua
caridade, que o teu amor salvador, curador, se manifeste agora na
história de cada um daqueles que nos acompanham nesse momento.
Ó Jesus, pelo poder do teu Santo Espírito, visita as áreas sombrias,
visita aquelas realidades onde a mentira, onde a ferida, as
machucaduras, tiveram uma importância, um espaço significativo no
nosso interior. Visita onde dói, visita onde é constrangedor, visita
aquelas realidades até mesmo que eu não consigo dar nomes. Ó
Espírito Santo, em nome de Jesus cura-nos agora, para que essa
palavra se concretize, que o nosso serviço ao Reino de Deus não seja
instrumentalizado, em vista dos nossos próprios interesses
mesquinhos. Sim, que o nosso serviço seja purificado pelo Espírito de
Deus. Que no nosso serviço não haja outro desejo a não ser agradar
a Deus e promover o próximo.

Vamos orando em línguas. Isso, vai orando. Ore dessa forma.

Vamos deixar que o Espírito Santo possa visitar e nos curar nas
raízes mais profundas do nosso sentimento de inferioridade, do
nosso medo, da rejeição que possa estar latejando dentro do seu
coração, esse sentimento de vazio. Talvez você esteja todo
mergulhado nas trevas, mesmo estando na Igreja, mesmo estando na
casa do Senhor, mesmo exercendo um ministério, você esteja tomado
de trevas, de dúvidas, incertezas, depressão. Senhor, eu peço agora
no poder do teu nome que o teu Espírito Santo agora visite a cada
um libertando as suas mentes, curando os afetos, curando o coração,
visitando as realidades de humilhação, realidades que o entristecem,
realidades que ainda comprometem os relacionamentos, a
sexualidade. Ó Senhor venha curando aonde nós não podemos,
porque o Espírito pode.

O Senhor está libertando agora uma mulher que sofre com


transtorno de ansiedade, o Senhor está curando a sua relação com a
sua mãe. Situações dolorosas você enfrentou lá no passado, no
quarto da sua mãe, situações de medo, de pavor, porque você tinha
medo que a sua mãe morresse. Mas o Deus da Vida te visita agora e
o Senhor te cura, cura a sua mente.

Ô, glórias a Ti Senhor, glórias a Ti porque o Senhor está curando


o interior, o Senhor está visitando aquelas realidades de pecado,
quando nós estávamos em lugares que não proclamavam o Senhorio
de Jesus e você não se perdoava por isso.

Senhor nós queremos ser como um vaso, como um barro na


mão do Oleiro. Venha nos moldando, nos transformando.

Deixa o Senhor, deixa o Senhor te libertar de vícios na área da


sexualidade, deixa o Senhor realizar uma profunda libertação de
opressão na sua sexualidade, pessoas que foram tocadas de uma
forma impura, pessoas que foram abusadas, deixa o Senhor te curar,
exponha tudo isso na Cruz de Nosso Senhor. Ele te ama demais para
que você mantenha na mentira, ele te traz para a verdade, ele te traz
para a luz e por isso a libertação precisa ser definitiva, profunda,
autêntica, verdadeira.

Senhor visita você mulher, que perdeu muitos filhos no ano


passado, foram mortes seguidas, o Senhor está te consolando, o
Senhor visita a sua dor mais profunda. O Senhor te ama na sua dor.
Aleluia. Cante a sua libertação.

Senhor encha-nos de esperança, encha-nos de alegria.


Queremos continuar, queremos continuar te louvando, te seguindo,
queremos te anunciar. Amém. Glórias a Ti Senhor.

Bênção final

O Senhor esteja convosco. Ele está no meio de nós. Pela


intercessão de Nossa Senhora de Pentecostes, abençoe-vos Deus
Todo Poderoso: Pai, Filho, Espírito Santo. Amém.

Obrigado. Deus te abençoe.


ENSINO 8 – DINÂMICAS INSPIRADAS NA
FORMAÇÃO
CRISTIANE VOGES

Introdução

Neste workshop será falado de como alcançar o coração das


pessoas através de dinâmicas, de pequenas coisas dentro do ensino,
da formação, para que o Senhor..., para que o ensino seja melhor
compreendido.

Desenvolvimento

O objetivo da formação é formar melhor a pessoa; não para


servir dentro de um Grupo de Oração, mas formar cristãos
verdadeiros, autênticos. E o serviço é uma consequência, chamado de
Deus.

Podemos pegar apostilas, documentos da Igreja e aí pensar


como fazer com que aquele irmão entenda aquilo que vou transmitir.

Na palavra, temos o exemplo de Jesus, Ele usava de muitas


parábolas, se aproximava das pessoas, cada um de um jeito,
chegando como que de mansinho, ambientando, conhecendo as
pessoas. Mesmo sendo Deus, sabia de todas as coisas, mas o povo
que estava ali precisava entender a mensagem ou não. Podemos ver
nas escrituras em alguns momentos que Jesus usava de parábolas
para confundir alguns, para que outros entendessem.

A passagem de Mateus 13,1-23, O semeador. Jesus vai falar


sobre essa parábola tão conhecida por nós. Aqui o Senhor nos fala
dos corações endurecidos, das terras secas que estão sem reter água,
dos corações que não entendem aquilo que Ele quer falar, mas
também existe aquele povo que vai entender, existem muitos irmãos
que estão sedentos, querendo aprender. Dentro do nosso público vai
aparecer aqueles irmãos que estão atentos ao nosso ensino, mas tem
aqueles que não estão atentos.

A partir do relato da parábola do semeador, pode ser feita uma


dinâmica: apresentar os tipos de solo, fazer com que as pessoas
conheçam, joguem as sementes nos espinhos, nas pedras, na terra
boa, jogar água. Usar desses detalhes faz com que o ensino, o visual
alcance mais fácil as pessoas. Numa pregação ou numa formação
usamos dessas dinâmicas e o Senhor vai mais profundamente
atingindo as pessoas.

Neste capítulo do evangelho, há uma sequência de parábolas:


do joio, do grão de mostrada, do fermento, do tesouro, da pérola, das
coisas novas e velhas. O Senhor usa de diversas parábolas durante um
sermão para falar àquela multidão porque cada pessoa tem um jeito
de entender a nossa mensagem.

Há três pontos importantes do ensino para alcançar os


irmãos:

1. Rezar, pedir a graça de Deus e que o Espírito Santo


ilumine.

Não tem como pegar uma dinâmica pronta na internet ou


porque viu em algum lugar uma dinâmica, que lá, naquele público
funcionou, se o Senhor não inspirar aquela dinâmica para aquele dia,
para aquele local. Podemos perceber o quanto Deus age de diversas
maneiras, talvez uma mesma dinâmica dentro de uma pregação pode
não atingir os corações se forem diferentes públicos, portanto, a
primeira ação que tenho que fazer é rezar e apresentar ao Senhor: eu
vou trabalhar um ensino, formar ou pregar, mas o que Tu queres para
este ensino? O que queres falar aos corações? Ali, nos colocar em
escuta profética, porque o Senhor fala de diversas maneiras, por meio
de pequenos gestos, de detalhes, durante todo nosso tempo, desde
o dia que somos chamados para preparar o ensino até o dia do
ensino, temos que dizer: Senhor eu me coloco em escuta, fala comigo!
E ficar atentos ao que Ele vai falar.
2. Conhecer o público: saber quem são os irmãos, chegar o
mais próximo possível da realidade deles.

O Senhor quer alcançar em lugares onde tem pessoas mais


simples, vivem numa região mais isolada, que tem um coração mais
simples. Preciso conhecer aonde vou, se vou pregar numa faculdade,
num Grupo de Oração universitário, formar acadêmicos no Ministério
Universidades Renovadas, lá é outro público, tenho que usar de
oratória, técnicas e dinâmicas diferenciadas, pois o Senhor também
quer alcançar esse povo. É importante identificar se é público mais
jovem, mais adulto ou misto, não posso falar direcionado só para um
ou outro. Eu preciso conhecer o público, mas alguém poderia se
perguntar: se eu for formar num lugar que nunca fui, como é que vou
conhecer, falar com aqueles irmãos se eu não os conheço? Sendo
essencial lembrar de rezar e falar com o Espírito Santo, que já fala
muitas coisas. Mesmo sem conhecer o público, naquele lugar existe
um coordenador que te chamou e poderá informar sobre quem são
os participantes, para quantas pessoas aproximadamente, porque
determinadas dinâmicas funcionam com mais ou menos pessoas,
então é preciso ambientar-se, conhecer as pessoas.

3. Ambiente

Na passagem do semeador, Jesus fala de dentro da barca.


Naquela época não existia microfone e Ele fala para a multidão que
está sentada. Então olhou, começou a vir muita gente. Caso ficasse
num determinado lugar, o som da voz dEle não iria propagar-se,
então foi para o barco a fim de que pudesse falar virado para aquele
povo. Mas tem muitos momentos em que Jesus fala para uma pessoa
só, para um pequeno grupo, somente para os Apóstolos e os
discípulos. Os públicos são muitos e variados, de diferentes tipos,
então o ambiente importa, se é em um local aberto para uma grande
multidão ou se é para pouca gente.

Na cena da samaritana, Jesus e ela estavam sozinhos no poço,


então Ele usa do poço, de uma necessidade daquela mulher, que veio
buscar água porque precisava, foi num horário que achava que não
ia encontrar ninguém, mas Jesus esperava por ela. Ele pede: dá-me
de beber, desinstalando-a. As dinâmicas têm estas funções:
desinstalar as pessoas, fazer pensar, refletir.

Numa outra passagem bíblica, Jesus estava numa casa, cheia de


gente, havia um paralitico naquele lugar, mas a multidão que estava
lá fora não o deixava entrar. Aqueles quatro amigos corajosos, usam
de uma força, retiram o teto da casa e descem aquele amigo até Jesus,
e Jesus o cura. Esse “tirar o telhado”, ação daqueles amigos é uma
forma do Senhor alcançar os nossos corações. Quando Jesus se abaixa
ao lado daquela mulher que foi pega em adultério, enquanto todo
mundo a condenava, Ele se abaixa na altura dela e conversa após
todos saírem, porque Jesus disse: “quem não tiver pecado, atire a
primeira pedra” usando daquele momento, ambiente para
conversarem, convencendo-a não pecar mais.

Esses três passos são significativos para começar a pensar


numa dinâmica: pedir o Espírito Santo, conhecer o público e o
ambiente que é destinado. Pode ser acrescentado qual é o objetivo
dessa dinâmica dentro do ensino, pois se não tiver um objetivo, talvez
seria melhor nem fazer nada e transmitir o ensino, utilizando somente
slides. Se aquela dinâmica não tem um objetivo que for confirmado
na oração, ela não terá frutos. O objetivo é muito importante para
saber o que quero alcançar.

O Espírito Santo pode me inspirar a fazer dinâmica a partir da


minha experiência, porque terei mais facilidade para trabalhar com
aquilo que faz parte da minha realidade. Sou formada em
Administração, mas faço bolos, então usarei disso para criar uma
dinâmica.

Exemplos de dinâmicas:

Formas de bolo:

Apresentar várias formas de bolo, o Ministério de Formação é


para dar forma, colocar dentro de um molde um determinado
assunto, vamos apresentar um ensino a partir daquilo que é o correto.
Formar vem de forma, existem alguns modelos e tipos de formas,
modelos mais novos, velhos, maiores e menores. Quando pensamos
em nossos públicos, os assuntos também são diferentes. Imagine que
essas formas são as apostilas do Modulo Básico: Carismas, por
exemplo. Existem vários carismas, cada um é dado conforme
manifestação do Espírito de acordo com o que lhe apraz. Eu vou
preparar um bolo e posso colocar em qualquer uma dessas formas
citadas, mas pode ser que não caiba numa forma de pizza por ser
pequena, fina e ele pode crescer. Para cada tema e ensino, Deus vai
nos falar de uma determinada forma. E para explicar alguns assuntos,
uso dessa dinâmica. Poderia usar da mesma forma para falar dos
diferentes tipos de ouvintes, diferentes tipos de servos, sendo
essencial ter que rezar e perguntar o que devo fazer, qual a vontade
de Deus para este ensino

Frutas

Bandeja com frutas: bananas, duas mangas, mamão, tomates


verdes e cebola, rezar e perguntar ao Senhor o que falar em
determinado assunto a partir dessas frutas. Posso falar de cada tipo
de ouvinte, falar dos tipos de servos, diversos ministérios em cada
Grupo de Oração, que talvez são mais, como as bananas ou apenas
um como a cebola, quem quer ser uma cebola, pois tem ministérios
que são mais difíceis; 2 mangas: uma vermelha e outra já amassando;
tem aquela banana que está desgrudando do cacho, que está se
afastando, aquele que está verde, ainda não está preparado, que não
está pronto para servir, assim é uma maneira de se falar sobre os
ministérios. Mas poderia pedir para cada pessoa escolher a fruta que
gostasse sem explicar o motivo, aí depois do alvoroço, elas são
desinstaladas. Conforme a quantidade de pessoas, poderia montar
uma fruteira com diversas frutas exóticas, dependendo daquilo que o
Espírito inspirar, cada um escolhe e pede para se afastar um pouco.
Indagá-los sobre o que o Senhor quer falar através desta fruta, fazer
com que as pessoas reflitam sobre aquilo que se pretende ensinar,
faz uma introdução e leva à reflexão.

Retiro

Numa casa de retiro, campo, sítio, pode usar o próprio


ambiente e fazer uma dinâmica, o momento de deserto, onde cada
um se afasta e faz silêncio para ouvir o que o Senhor tem a falar a
cada um de nós, então naquele deserto Deus fala com cada um
através do ambiente, da natureza.

Todas as dinâmicas dentro de um ensino têm objetivo de


alcançar o coração do outro, neste ano o Ministério de Formação diz
que trazemos um tesouro em vasos de barro. A música terra seca,
mostra que estamos secos, sedentos, alguns já iniciaram as
formações, outros aguardam a autorização, mas algo certo é que
estamos sedentos pelo Senhor. Muitos formadores se afastaram,
caíram, estão se perdendo, e o que nós estamos fazendo para
resgatar, para trazer de volta, pedir essa inspiração do Senhor, e Ele
nos inspira a fazer uma grande salada de frutas, com esses irmãos
difíceis, que ardem, faz a gente chorar. Quantas vezes choramos por
causa de determinados assuntos, dificuldades e irmãos difíceis de
lidar.

Como estamos sendo moldados pelo Senhor, imaginemos que


somos barro e por muito tempo o Senhor fez de nós vasos bonitos,
que estiveram em lugar de destaque, em locais em que a formação
era bonita, boa, mas eis que secamos e começa a aparecer rachaduras,
furos, alguns estão até quebrados, não tem vontade e nem consegue
voltar, mas eis que o Senhor derrama sua água e quer nos moldar
novamente, fazer de nós homens e mulheres, formadores de todos os
estados do Brasil capazes de reter essa água, Ele quer fazer de nós,
obras novas, criaturas novas. Necessita fazer com que cada um de nós
seja dócil para dizer: “Senhor eu me deixo moldar, conduzir por ti,
vem agir em meu coração”.

Ao falar dessas dinâmicas, poderia apresentar vários tipos de


dinâmicas, para determinadas temáticas, mas é necessário primeiro
rezar. Quem tem criança, usa de pequenas histórias para poder
entender determinadas conteúdos, como é difícil fazer a criança
entender alguns assuntos, mas se aproximando do coração delas para
fazer entender. Tenho 3 filhos, o mais velho tem 17 anos e era um
trabalho convencê-lo de escovar os dentes, meu esposo usou
pequenas dinâmicas para ensiná-lo, contava que cada bonequinho é
responsável por determinado função, cada parte do nosso corpo. Na
nossa boca tem os dentes e quando não escovamos, entram
bonequinhos causando mal neles. Temos a escova e a pasta que são
armas poderosas, que receberam o nome de Escovito e Cremito, para
tentar convencer a criança de escovar o dente.

Ao utilizarmos dinâmica dentro de um ensino, queremos


convencer o irmão a assumir determinado assuntos, posições, uma
vida nova, a doutrina da Igreja Católica. Como apresentar os assuntos
da nossa fé quando vamos fazer um estudo do catecismo. Para alguns
irmãos pode ser extremamente chato, cansativo, porque ainda não
entramos no coração dele como um coração de criança, não nos
aproximamos dele. Por exemplo, falar sobre o juízo final: céu, inferno
e purgatório. O quão difícil é explicar, muitos não acreditam mais em
juízo final, acha que é só viver bem e feliz aqui na terra. Na oração, o
Senhor mostrará como convencer esse irmão sobre a vida eterna, que
existe um céu e que é para lá que juntos queremos ir, que existe sim,
um purgatório, no qual talvez para uma multidão, esse será o
caminho até atingir a santidade e ir ao céu, como livrar muitos irmãos
que se encontram na condenação eterna. É preciso apresentar três
caminhos, vias: um bem bonito, um mais ou menos e um que vai ter
pedra, espinhos, lutas, dores, mas ali no caminho mais difícil, no qual
não vemos como vai ser, mas pela graça de Deus, pela nossa fé, pela
vida dos santos que testemunham, que deixam rastros da eternidade,
saberemos que este é o caminho certo. Utilizar também como
caminho, quem estuda numa autoescola, passa por vários trajetos e
caminhos, ou quando faz labirintos com as crianças. Existem várias
possibilidades para, talvez, chegar lá. Quem aqui só vai chegar no
céu? Outros vão para outros lugares.

Enquanto pensamos numa dinâmica, temos que deixar o


Espírito Santo agir em nós, precisamos fazer com que o Senhor
alcance primeiro o nosso coração e nos convença, porque em certos
momentos Ele vai usar de uma dinâmica para primeiro convencer o
nosso coração. Que sejamos moldados, homens e mulheres dóceis,
sejamos filhos de Deus para sermos podados!

Sou filha de agricultor e no plantio tem todo um processo.


Relacione com o nosso processo formativo. Existe a semeadura,
aquela pequena semente que vai germinar e se tornar uma planta
pequena. O tomate é uma semente bem pequena que é jogada numa
terra preparada, cuidada. Então a semente é lançada, vai crescendo e
depois tira de onde foi plantada na terra preparada, é colocada no
terreno maior, que é o local onde de fato vai desenvolver depois.
Quando cresce é colocada em estacas e é preciso amarrar para que
aquele pé de tomate não caia, sendo necessário podar. Como
reconhecer aquilo que é preciso podar? À primeira vista quando se
olha o pé de tomate, tudo é tomate, mas quando chega perto, no
meio há um galho que vai tirar a força de um pé de tomate. Numa
bifurcação tem o galho que vai tirar a força do galho principal, então
precisa tirar, podar. Fica uma ferida que cicatriza, mas os galhos
principais ganham força e nasce um lindo tomate verde que precisa
madurar para servir de alimento. O pé de tomate começa a dar fruto
debaixo para cima até o destino natural, no tempo natural dele.
Quantas vezes em nosso ensino tivemos de podar determinadas
situações, exortar, falar não isso está errado, alguns irmãos podem
até ter sido feridos pelo que ouviu, por ser algo que ele vive, então
preciso cuidar daquele irmão, para compreender estão falando é para
o seu bem e lá na frente vai entender, para que os frutos sejam
abundantes.

Não importa qual o tipo de dinâmica utilizada, poderíamos


usar barro para contar algo dentro de um ensino, fazer cada um sujar
as mãos vai falar muito ao coração de cada um, falar de frutas, saladas
de frutas. Num certo ensino, ao fazer um bolo, preparei as etapas,
para falar das etapas da formação, ao final levei as pessoas para
cozinha e montei com eles o bolo, a massa simples estava pronta,
levei recheios de bombom, alguns ingredientes para fazer um glacê,
um foi batendo o glacê, outro cortando o bombom, outro preparando
a massa dentro de uma bandeja e a montagem do bolo e ao final
diante daquele momento, realizar o fechamento.

É importante depois de apresentar tudo, em todas as dinâmicas


fazer o fechamento diante dessa dinâmica, o que o Senhor tem a
falar, para esse grupo, essa pessoa, para essa multidão. Não importa,
o que nós precisamos é passar a mensagem de Jesus. Ele que falava
de diversas maneiras para que o povo pudesse entender, mas
pensando sempre que Jesus disse que alguns vão ouvir, mas não vai
entender, não estão preparados para entender. Por isso diz: a você foi
dado a conhecer, a outros não.
Conclusão

As dinâmicas nas formações precisam ser enriquecidas para que


o maior número de pessoas seja impactado com o amor de Deus, com
a palavra do Senhor, com a Doutrina do Senhor. Seja através do
Catecismo da Igreja Católica, da Sagrada Escritura ou de algum
Documento da nossa Igreja: o Depósito da nossa fé. Guardar em vasos
de barro para que possa transmitir aos outros de maneira fiel, clara,
para que assumam as verdades em sua vida.
ENSINO 9 – MINISTÉRIO DE FORMAÇÃO, O QUE
SENHOR ESPERA DE NÓS?
DAIANA REHBEIN

Introdução

A paz de Jesus meus irmãos, mais uma vez sejam bem-vindos


ao nosso workshop do Ministério de Formação. Estamos no segundo
dia. Com certeza já vivenciamos muitas graças nesses dois dias de
workshop e o Senhor quer continuar falando ao nosso coração.

Apresentação

Eu me chamo Daiana e nesse tempo estou na coordenação


Nacional do Ministério de Formação da RCC Brasil, sou casada, tenho
4 (quatro) filhos, sou da Diocese de Chapecó Estado de Santa
Catarina. Participo do Grupo de Oração Monte Tabor, na Paróquia São
Cristóvão, e nós vamos partilhar um pouquinho nessa tarde daquilo
que Deus tem para nós enquanto Ministério de Formação, daquilo
que Deus tem pedido para nós, para que possamos vivenciar nesse
ano de 2021, conduzidos ainda mais pela graça do Espírito Santo.

Introdução

Se nós olharmos para o ano que passou, o ano de 2020, foi um


ano totalmente atípico, um ano que nós tivemos que parar com as
nossas agendas, os nossos compromissos, um ano de muitas
incertezas, um ano de muitas tristezas e de muitos sofrimentos. Mas,
também 2020 foi o ano que o Senhor trouxe para nós a graça do
resgatar, de retomarmos nossa vida em Deus, retomarmos a nossa
caminhada com o Senhor, retomarmos a nossa intimidade com o
nosso Deus.
O ano de 2020 também foi um ano especial para nós, enquanto
Ministério Formação, porque tivemos o nosso I Congresso Nacional,
nosso Congresso online. Foi um momento muito especial onde nos
reunimos com tantos formadores do Brasil, gerando uma grande
unidade entre nós: unidade na missão, unidade no sentido do nosso
ministério, do nosso serviço.

Então diante de tudo isso que vivenciamos no ano que passou,


iniciando 2021 agora sob a moção: “Descerá sobre vós o Espírito
Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas”, o verbo que
nós vamos trabalhar nesse ano é o verbo “guardar”. Guardar a
Identidade da Renovação Carismática, para que o mundo seja
Batizado no Espírito Santo.

Desenvolvimento

Olhando para tudo isso, talvez as nossas perguntas sejam para


o Senhor: O que fazer? Por onde retomar? Por onde recomeçar? Ou
ainda, o que o Senhor espera do nosso Ministério? O que o senhor
quer de nós nesse ano de 2021, Ministério de Formação?

Esse é o tema da nossa partilha agora, desse ensino: O que o


Senhor espera de nós, Ministério de Formação?

Nós podemos olhar para os nossos estados, para as nossas


dioceses, durante todos esses meses em que nós estivemos parados,
sem poder estar servindo no nosso Grupo de Oração. Tantas pessoas
talvez, foram desanimando e ficando pelo caminho, lideranças
esmorecendo na fé, afastando-se do Grupo de Oração, assumindo até
mesmo outros compromissos no dia da reunião de oração, núcleo de
serviço, até mesmo no dia da Santa Missa. Esse é o nosso campo de
missão esse ano meus irmãos, esse campo desafiador, diante de tudo
isso que nós estamos passando nesse momento. E aí, diante de tudo
isso, nós temos que nos perguntar: o que o Senhor quer de nós?

Nós, não temos como trazer para vocês uma receita pronta, um
manual, nessa nossa partilha. Nós queremos trazer algumas pistas,
alguns direcionamentos, que irão nos ajudar nesse tempo a
compreender nossa missão e principalmente entender que nós
precisamos estar aos pés de Jesus, aos pés do Mestre. Porque é Ele
que vai nos trazer as estratégias, é Ele que vai nos direcionar, nos dizer
o que fazer, por onde nós temos que começar. A certeza que nós
temos meus irmãos, é essa: “Descerá sobre vós o Espírito Santo e
vos dará força”. Da parte do Senhor, Ele vai derramar sobre nós o
Seu Espírito Santo, para nos conduzir nos dando força; a nossa parte
é só deixar conduzir por Ele.

Enquanto eu rezava por esse momento, a frase que vinha ao


meu coração era essa: “é preciso continuar a formar o meu povo,
é preciso continuar a formar o meu povo”, e aí tem uma frase do
Papa Bento XVI, no seu livro: O novo povo de Deus, que diz assim:
“especialmente quando muitos navios naufragam é que se deve
intensificar a luz dos faróis”. Meus irmãos e minhas irmãs, diante desse
cenário em que nós estamos vivendo, nós precisamos intensificar a
luz dos faróis. Nós precisamos conduzir o nosso povo, levar a luz de
Cristo, para direcionar o povo de Deus, as ovelhas que o Senhor
confiou a cada um de nós, não podemos esmorecer, é preciso
continuar a formar o nosso povo, as nossas ovelhas.

Na última reunião do Conselho Nacional, o Senhor inspirou


algumas palavras-chaves e é com essas palavras que eu quero trazer
para vocês todo direcionamento para nós, nesse ano de 2021.

As duas primeiras palavras são: simplicidade e pequenez. E aí


quando a gente fala em simplicidade – pequenez – a gente lembra de
João Batista. João, que foi o maior dos profetas, mas ele sabia qual
era o seu lugar, ele sabia quem ele era e ele diz: “que Ele cresça e eu
diminua” ou ainda, “eu não sou digno de desamarrar os seus
calçados”. João, conhecia quem ele era e qual era a sua missão. Outro
exemplo de simplicidade, de pequenez é Maria. Maria, escolhida para
ser a mãe de Jesus, a nossa Rainha. Maria se coloca como humilde
serva do senhor, sai correndo vai servir a sua prima Isabel. Maria
soube, na sua simplicidade, em tudo fazer a vontade do Senhor. E ela
diz: “porque olhou para a humildade de sua serva”.

Meus irmãos e minhas irmãs, nós precisamos entender, qual é o


nosso papel como servos do Senhor, como guardiões da identidade.
Como formadores nós não podemos esquecer que nós somos vasos
de barro, vasos pequenos, frágeis, simples ou ainda, que nós somos
como aquele burrinho que levava Jesus na entrada de Jerusalém, as
pessoas queriam ver Jesus não era o burrinho, as pessoas queriam
encontrar Jesus. As pessoas não buscam a nós, elas buscam Jesus, nos
tocam para tocar Jesus. Então, nós precisamos entender meus irmãos,
que nós somos simples servos do Senhor, que não fizemos nada mais
que nossa obrigação, não fizemos mais do que nossa missão, “ai de
mim, se eu não evangelizar”, nos ensina a Palavra de Deus.

Lá no livro de Tito 2,9-10 nos diz assim: “Exorta os servos a


que sejam submissos aos seus senhores e atentos em agradar-
lhes. Em lugar de reclamar deles e defraudá-los, procura em tudo
testemunhar-lhes incondicional fidelidade, para que por todos
seja respeitada a doutrina de Deus Nosso Salvador”. Exorta aos
formadores a que sejam submissos aos seus senhores e atentos em
agradar-lhes, na tradução da Bíblia de Jerusalém diz: “que sejam em
tudo obedientes”. Quando a gente fala em pequenez, em
humildade, no nosso coração vem a palavra obediência, obedecer,
ser submisso aos seus senhores diz a palavra do Senhor.

Nós sabemos que estamos num país continental, um país muito


grande, onde temos várias realidades, mas é preciso que nós
tenhamos uma única linguagem meus irmãos, nós somos um só
movimento, uma única Renovação Carismática Católica e é preciso
estarmos atentos aquilo que Deus nos direciona, aquilo que Deus nos
fala por meio das nossas coordenações, dos nossos conselhos. Se nós
virarmos a página mais um pouquinho para a frente, Hebreus 2,1 diz
assim: “é necessário prestar maior atenção à mensagem que
temos recebido, para não acontecer que nos desviemos do
caminho reto”. É necessário escutar atentamente aquilo que Deus
tem nos falado enquanto Movimento da Renovação Carismática,
entendendo que nós somos um só Movimento da Renovação
Carismática Católica, não existem várias RCC, existe uma só RCC e a
moção que o Senhor traz para nós, em especial nesse ano, guardar a
identidade. Um ano todo missionário, onde vai nos levar a
testemunhar o Batismo no Espírito Santo ainda mais no coração dos
nossos irmãos. Precisamos entender que a moção que o Senhor nos
dá é uma só. Entender também irmãos qual é realmente a missão do
Ministério de Formação, qual é o objetivo real do nosso Ministério,
entender e ampliar a nossa visão de que a formação não é
simplesmente aplicar o Módulo Básico, formar, é muito mais do que
isso, formar é evangelizar, nós não formamos somente
para Renovação Carismática, mas nós formamos homens e mulheres
para a Igreja, para serem verdadeiros cristãos nesse mundo. Sim, a
nossa formação leva conhecimento, leva conteúdo, mas ela precisa
ser uma formação carismática, levar a todos Jesus Cristo no poder do
Espírito Santo, só assim a nossa missão vai ser eficaz, só assim a nossa
formação vai produzir frutos.

Lá em 2015, no Retiro para Sacerdotes, o Papa Francisco


reunido com padres do mundo todo pediu a eles que levassem o
Seminário de Vida para suas paróquias, para suas comunidades; mas
ele não pediu só isso, se a gente continuar lendo a fala dele, vai dizer
assim: “como parte dessa corrente de graça que é a RCC, façam os
Seminários de Vida no Espírito em vossas paróquias para que
todos recebam o Batismo no Espírito Santo, promovam
catequeses para que todos tenham um encontro pessoal com
Jesus”. É a voz da Igreja, é um pedido do Papa Francisco: promover a
formação para que todos tenham um encontro pessoal com Jesus!
Precisamos ser obedientes à nossa Igreja.

A profecia que o Senhor nos deu no nosso ano jubilar em 2017,


em Roma, dizia assim: “se vocês me obedecerem, se obedecerem a
inspiração do meu Espírito, vocês ainda verão infinitamente mais
do que possam pedir ou imaginar”. A obediência meus irmãos, é a
condição para vermos infinitamente mais do que podemos pedir ou
imaginar. Ainda, em 2018 no Retiro para sacerdotes, julho de 2018, O
Senhor falou mais uma vez sobre obediência, sobre humildade, Ele
disse assim: “mantenham-se firmes, mantenham-se muito
humildes e reconheçam que é o Meu poder usando vocês,
rompam com o orgulho, rompam com egoísmo e vocês verão o
que o Meu poder, o que o Meu Espírito fará”. Irmãos, obediência e
humildade. Será que nós estamos fazendo a vontade de Deus? Será
que nós estamos nos deixando conduzir pela vontade de Deus? Será
que nós temos essa consciência de que somos pequenos simples?
Será que nós estamos nos colocando como aqueles humildes servos
do Senhor, como Maria, como João, como tantos? Para levar Jesus
Cristo dentro desse Movimento chamado Renovação Carismática
Católica, dentro do Ministério de Formação, seguindo os
direcionamentos, seguindo uma única linguagem, uma única moção.

O segundo ponto, irmãos, que eu quero trazer para vocês, é a


dependência de Senhor. É a dependência de Deus. É preciso em
tudo depender do Senhor, contar com Ele, não dá um passo sequer
se não for a vontade do Senhor, porque a independência gera divisão.
Adão comeu da independência de Deus quando a serpente o tentou,
vocês serão como deuses ela disse para EVA. Adão e Eva comeram
então da independência de Deus e para onde eles foram parar?
Entrou o pecado, saíram da graça de Deus. Então, em tudo depender
do Senhor, é preciso uma dependência total de Deus meus irmãos e
nessa dependência total é que nós vamos discernindo para onde o
Senhor quer que a gente vá, quais são as providências, quais são as
estratégias. Depender de Deus, é ser fiel, ser fiel em tudo.

A Palavra que nós lemos lá em Tito diz: “procure em tudo


testemunhar-lhes incondicional fidelidade, para que por todos
seja respeitada a doutrina de Deus, nosso Salvador”, ser fiel ao
nosso chamado, ser fiel até o fim. Se nós olharmos a Palavra do
Senhor em Isaías 62,6-7 vai dizer assim para nós: “sobre tuas
muralhas Jerusalém, coloquei vigias; nem de dia nem de noite
devem calar-se. Vós, que deveis manter desperta a memória do
Senhor, não vos concedais descanso algum e não o deixes em
paz, até que tenha restabelecido Jerusalém para dela fazer a
glória da terra”. A RCC é Jerusalém e esses vigias que a Palavra nos
diz somos nós Ministério de Formação, nem de dia nem de noite deve
calar-se. O Senhor nos dá uma ordem e nós devemos ser fiéis; nem
de dia nem de noite devemos nos calar. Até quando? Até que seja
restabelecida Jerusalém, até que a glória do Senhor envolva
Jerusalém.

Meus irmãos, minhas irmãs, nesse tempo de retomada, nesse


tempo de retomar as nossas missões, iniciando o novo ano, o Senhor
nos lembra isso, vocês são os vigias de Jerusalém, vocês vão vigiar a
Renovação Carismática Católica para que nela seja restabelecida a
glória de Deus, para que nela seja restabelecida a graça do Senhor. É
preciso ser fiel a essa ordem do Deus, é preciso ser fiel até o fim. Meus
irmãos, não podemos nos permitir desanimar, cansar, parar, desistir,
isso não cabe para nós servos do Senhor. Não, nós precisamos
seguir em frente mesmo cansados. Que o nosso cansaço que a outros
descanse! Nós temos uma missão para cumprir, vigiar Jerusalém; não
nos calar; até que nela seja restabelecida a glória do Senhor. Ser fiel
ao Senhor, é não fazer a nossa vontade, mas fazer à vontade d’Ele, e
isso nem sempre é fácil, isso nem sempre as pessoas que estão
conosco vão compreender, vão entender, é mais fácil irmãos, adaptar
as coisas para agradar o irmão, para agradar os outros, mas o Senhor
nos pede que sejamos fiéis porque nós estamos aqui para agradar a
Deus, para fazer vontade d’Ele e é Sua vontade que precisa prevalecer.

Depender do Senhor é ser fiel, depender do Senhor é deixar-se


conduzir por Ele, sabendo da nossa missão, entendendo a nossa
missão, em tudo consultar a Deus; como Ele quer que a gente faça,
por onde Ele quer que a gente ande. Se a gente for um pouquinho
mais para frente Isaías 65,1 diz assim: “mantive-me à disposição das
pessoas que não me consultavam, ofereci-me àqueles que não
me procuravam. Eis-me aqui, eis-me aqui - dizia eu a um povo
que não invocava meu nome”. Meus irmãos, minhas irmãs, o Senhor
está reclamando aqui para nós, vocês não me consultam, Eu estou
aqui, mas vocês não me procuram. Depender do Senhor é procurar
Ele, é procurar fazer à vontade d’Ele, em tudo agradar o senhor,
precisamos contar consultá-lo para tudo. O que o senhor quer? Como
o Senhor quer? De que forma que o Senhor quer? Porque assim a
nossa missão vai ser fecunda, vai produzir frutos.

O terceiro ponto, meus irmãos, que nós vamos trabalhar


aqui, são os nossos relacionamentos uns aos outros. Sim, o Papa
Bento XVI nos ensina: o cristianismo não é uma ideia, uma moral, um
rito. O cristianismo é relacionamento, é vida fraterna, é comunhão
fraterna. Nós precisamos atrair os irmãos para a convivência, entender
que cada um precisa se sentir parte; parte do nosso Grupo de Oração,
parte do nosso movimento, parte da nossa família, esse sentimento
de pertença precisa ficar muito claro no nosso coração; ainda mais
nesse tempo que nós estamos vivenciando, meus irmãos, onde
muitos se afastaram e não voltaram, só vai voltar para o Grupo de
Oração, para formação, para missão, àqueles que se sentirem parte;
eu sou Renovação Carismática Católica, eu sou RCC. As pessoas que
se sentirem família, parte da família, essas que vão voltar, essas que
vão ficar, porque a Palavra do Senhor nos diz, Jesus falava aos
Apóstolos: “nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos
amardes uns aos outros”. Então, é pelo amor que nós seremos
conhecidos, não será pela quantidade de eventos, de encontros, de
módulos, que nós aplicamos, mas é pelo amor, nós seremos
conhecidos pelo amor. Então, nós precisamos levar isso, trazer os
irmãos para vida para fraterna, trazer os irmãos para comunidade.

O Senhor deu uma profecia para RCC na reunião do Conselho


Nacional que diz assim: “Eu vos exorto a que vos deixei encher do
meu amor, para que possais transbordar esse amor para os vossos
irmãos. Deixai-vos transbordar do meu amor, como nunca antes
e vereis até onde vos posso levar pela força do meu amor
transbordado”. Deixai-vos transbordar do meu amor como nunca
antes, o Senhor fala e vereis onde os posso levar pela força do meu
amor transbordado. É o amor de Deus que vai nos conduzir para que
inflamados desse amor, nós possamos inflamar a outros, possamos
levar a outros, para que nós possamos viver como uma verdadeira
família. Vede como eles se amam, era assim nas primeiras
Comunidades, era assim com os primeiros cristãos, era o amor que
atraía os irmãos. Será o nosso testemunho de amor que vai atrair as
pessoas para o Grupo de Oração, para Igreja e para formação. Sim, o
nosso testemunho de quanto a formação gera vida, gera
transformação, gera graça. É esse testemunho que vai atrair os irmãos
para a formação, porque formar, formar é amar, formar é uma forma
de amar os irmãos, formar é uma linda Obra de Misericórdia. “Ensinar
os ignorantes”, olha a nossa missão! Levar àqueles que não
aprenderam o valor da nossa fé, a beleza da nossa Igreja, a riqueza da
nossa doutrina! Que bela é a nossa missão de formar, é um gesto de
amor, formar é relacionamento, formar é amar e a formação não pode
ser entendida como um peso, como uma obrigação, como sacrifício.
Não, meus irmãos, é preciso entender o que a formação faz na vida
do outro, o que ela proporciona na vida dos irmãos. Na formação nós
colocamos a pessoa na fôrma de Cristo para que Ele que é o Oleiro
possa moldar o coração dos irmãos, na formação nós levamos os
irmãos a esse encontro pessoal com Jesus.

Nós precisamos entender que não podemos servir sem receber


a formação, porque o serviço sem a formação, vai nos levar para um
caminho que talvez não seja o caminho que o Senhor quer nos
dar. Colocar uma pessoa para servir sem a devida formação, é como
se nós colocássemos alguém na frente de um exército, na frente de
uma batalha sem as armas necessárias, ela vai ser uma presa fácil.
Formar, levar os irmãos ao processo de formação por amor, porque
nós o amamos, não por egoísmo, não porque tem que seguir um
direcionamento, muito mais do que isso irmãos, é por amor, para que
não seja prejudicial o serviço na vida desse irmão e nem no nosso
movimento. Então, entender, e se nós entendemos isso, a formação
no nosso Grupo de Oração será um motivo de alegria, a formação na
nossa diocese vai frutificar, a formação do nosso estado vai ser um
momento ainda mais de nós mergulharmos no Mistério de Cristo, de
sermos preenchidos pelo Seu amor, um momento de crescimento
espiritual, de fortalecimento da nossa fé. Sim, de vivência fraterna.
Formar a todos. O Papa João Paulo II nos ensinava, a formação não é
uma obrigação, um dever para alguns. Mas, é um direito e um dever
de todos. É preciso formar o nosso povo, meus irmãos, porque o povo
tem se perdido por falta de conhecimento.

E o quarto ponto que quero trazer para vocês, é o vigor


missionário. Sim, 2021 precisa ser o ano de grande vigor missionário
na Renovação Carismática Católica. Passos novos o Senhor nos pede,
estejamos atentos, meus irmãos, à voz do Senhor. O Documento de
Aparecida no número 18 diz: “conhecer a Jesus Cristo pela fé é
nossa alegria, segui-Lo é uma graça e transmitir esse tesouro aos
demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e
nos escolher”. Nós, temos um grande tesouro dentro de nós, que é
levar Jesus Cristo, a graça do Batismo no Espírito Santo há tantos que
não conhecem Jesus. E ainda, o Senhor nos falava em profecia na
última reunião do Conselho Nacional, ele dizia: “Eu sopro sobre vós
um ânimo novo, uma vida nova, para que se levantem e
reassumam a missão que eu vos confiei, Renovação Carismática
Católica”. Para que “se levantem e reassumam a missão que vos eu
confiei”, o Senhor quer nesse ano, renovar o nosso chamado, a nossa
missão, o nosso ardor missionário, meus irmãos. O vigor pela missão
dentro de nós, porque o nosso campo de atuação nós já conhecemos,
enquanto Ministério de Formação. Está claro para nós o que o Senhor
quer, o que Ele quer para nós, que é a condução e aplicação do
módulo básico nos nossos grupos, diocese, aplicação do grupo de
perseverança, a formação para àqueles que serão formadores nos
seus Ministérios, não somente no Ministério de Formação e também
a formação para coordenadores; esse é o nosso campo de atuação.
Mas, talvez nesse ano de 2021, o Senhor está pedindo para gente
começar com um foco diferente, o foco na dimensão querigmática,
em nossos grupos de oração. Sim, meus irmãos, nada é mais
importante do que anunciar Jesus Cristo, seu amor, a levarmos nossos
irmãos a terem essa experiência pessoal com Jesus. É tempo de
evangelizarmos ainda mais o povo de Deus; é preciso levar a todos a
graça do Batismo no Espírito Santo. E nessa retomada, nós
precisamos levar a graça do Batismo no Espírito Santo não só para
aquelas pessoas novas, mas também para aqueles que um dia já
foram evangelizados, para aqueles que são servos conosco, nos
nossos grupos de oração, e que estão desanimados e enfraquecidos,
que não querem voltar, que já estão escolhendo outras coisas no
lugar do Grupo de Oração, no lugar da missão.

Meus irmãos, é preciso voltar a se encantar com o senhor, é


preciso voltar a inflamar os corações no amor de Deus, porque, só
assim nós vamos perseverar, só assim, nós vamos seguir o caminho
que Deus tem para nós. Por isso, em 2021, o Senhor está nos pedindo
isso, um grande vigor missionário. Levar a todos o amor de Jesus,
para assim, depois continuarmos com a catequese, com o
ensino. Mas, só vai perseverar, só vai ficar, só vai voltar, aquele que
foi encantado pelo amor, aquele que foi apaixonado por Jesus
Cristo. Nós, precisamos meus irmãos, de pessoas cheias do Espírito
Santo, não simplesmente de pessoas que tem todo módulo de
formação completo, mas nós precisamos de pessoas inflamadas pelo
Espírito Santo, pessoas inflamadas, que levarão às outras essa graça.

Precisamos tomar muito cuidado, com o retorno das nossas


atividades. Naqueles lugares onde já nos é permitido voltar
presencialmente, sim, vamos voltar às atividades. Mas,
com cuidado para não voltar de novo naquele ativismo, naquela
loucura, que nós estávamos antes do Senhor sustar os nossos passos.
Então voltar gradativamente, voltar sem acúmulos de coisas. É preciso
focar naquilo que é essencial dentro do nosso movimento, dentro do
nosso Ministério, porque o Senhor já nos pediu, para pararmos em
2020 e focarmos naquilo que é essencial. Então meus irmãos, focar
naquilo que é essencial, e nós sabemos que o que nós temos de mais
importante dentro do nosso movimento, é o nosso Grupo de
Oração. Então, tudo que nós fizermos precisa convergir para o Grupo
de Oração, para que lá, para que o Grupo de Oração seja esse lugar
onde haja Batismo no Espírito Santo, onde haja a Prática dos
Carismas, Vida em comunidade, Vida comunitária. Nós, precisamos
cuidar, ter esse cuidado para não cairmos de novo nesse ativismo,
mas focar naquilo que é essencial.

E nos lugares onde ainda nós não podemos voltar fisicamente,


presencialmente, nós temos as nossas atividades online. Graças a
Deus, o Senhor nos proporcionou essa graça, de usarmos também
das tecnologias para continuar evangelizando! Então, isso veio para
ficar, nós não podemos negar que isso vai ser realidade na nossa vida,
as tecnologias. Mas, nós precisamos cuidar meus irmãos, para que
nós não percamos a nossa identidade. Diante de todas essas nossas
atividades remotas, não perder o foco da nossa identidade, não
perder o foco da nossa missão, que não é mais uma vez eu repito,
completar o módulo básico. Mas, é levar uma formação cheia do
Espírito Santo. Então, quando estivermos em nossas
atividades formativas online precisamos garantir que a participação
dos irmãos seja efetiva, porque é fácil estar ali com a tela aberta, mas
está com a cabeça em outro lugar, está com fone de ouvido ouvindo
outras coisas, então nós precisamos garantir que a participação seja
efetiva, chegar o mais próximo possível mesmo que online, mesmo
que pelas plataformas. Então usar os meios corretos para aplicar os
nossos momentos formativos, usar as plataformas como Google
Meet, o Zoom, aquilo que nós estamos utilizando quando
for momento mais específicos e quando forem evangelização, então
maior, geral, aí sim, utilizarmos as lives, utilizarmos as redes sociais.
Tentar chegar o mais próximo possível dos irmãos. É desafiador? É. É
um jeito novo? É. Mas o Senhor vai nos dar a graça. Para aqueles que
já retomaram, focar no que é essencial, não simplesmente para
cumprir um currículo, mas para viver de verdade a graça do Batismo
no Espírito Santo. E daqueles que ainda não podem voltar a sua
atividade, que o pastoreio continue, que a evangelização continue
com eficácia e com unção.
Por fim, meus irmãos, ainda dentro do vigor missionário,
procurar honrar em tudo a Doutrina de Deus. Sim, respeitar em tudo
a Doutrina do Senhor. O que isso quer dizer para nós? A nossa
formação precisa estar sempre alinhada com a Igreja, com a
Doutrina. Não podemos pregar algo diferente, precisa estar alinhado
com aquilo que o Movimento nos direciona, porque a formação, vai
nos levar a um crescimento na fé, não simplesmente a um serviço a
um exercício do ministério, mas à fé em Deus, à fé na Igreja. Não
podemos adaptar o nosso ensino, o conteúdo da formação, para
satisfazer a nossa vontade, à vontade dos outros, a nossa vaidade. A
verdade é uma só, e ela precisa ser anunciada: Jesus Cristo.

Sim, se nós olharmos no Evangelho de São João


Capítulo 14,21.23 vai nos dizer assim: “aquele que me ama tem os
meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama. E aquele
que me ama será amado por meu pai, e eu o amarei e me
manifestarei a ele. Se alguém me ama, guardará a minha
palavra e meu pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos
nossa morada”. Amar o Senhor, os meus irmãos, é viver os
mandamentos, a sua lei, é guardar a sua Palavra. É essencial irmãos,
que guardemos a Palavra, que guardemos Jesus Cristo, que é o verbo
encarnado. Essa é a condição para que Deus habite em nós, para que
Ele faça morada em nós, para que sejamos “morada de Deus”, guardar
a sua Palavra.

Guardar, esse é o verbo que nós estamos trabalhando esse ano,


não no sentido que significa esconder a Palavra, esconder a graça do
Batismo no Espírito Santo, esconder os mandamentos. Não, guardar
é viver, guardar é defender, proteger, preservar, preservar a palavra,
preservar aquilo que é essencial. A formação também vem para
defender, proteger preservar e nos ensinar a viver a doutrina da nossa
Igreja e nos ensinar a viver aquilo que Deus nos pede, a graça do
Batismo no Espírito Santo. Que desafiador é a nossa missão meus
irmãos, lá em I Timóteo vai dizer assim no Capítulo 6,20a: “Ó
Timóteo, guarda o bem que te foi confiado!” Você pode colocar
o seu nome: Ó Daiana, ó João, ó Maria, ó Ministério de Formação,
guarda o bem que te foi confiado, guarda os carismas, guarda a
identidade, guarda a Palavra, guarda uma formação múltipla, integral
que vai formar o homem como um todo, a formação espiritual, a
formação doutrinal. Sim, guarda a formação humana, guardar, eu
repito, não é esconder. Guardar é zelar, guardar é cuidar, guardar é
amar, guardar para que meus irmãos? Para levar, não para ficar para
nós. Guardar para levar, para testemunhar a todos a graça do Batismo
no Espírito Santo. Meus irmãos, minhas irmãs, Ministério de
Formação da RCC Brasil, avante, diz o Senhor. Ministério de
Formação, o Senhor sopra sobre nós um novo ânimo, Ele vem renovar
o nosso vigor, Ele vem ampliar a nossa missão, a nossa visão. Receba
do Senhor nesse momento, como se você escutasse Ele falando para
você: “avante, Ministério de Formação!”

Conclusão

Esse ano de 2021, nos preparemos! Esse ano de 2021, nos


fortaleçamos, porque o Senhor quer contar ainda mais com cada um
de nós! Nós precisamos abrir o coração, fixar os olhos em Jesus. Sim,
ouvidos colados no coração de Jesus para sabermos como agir, quais
são as estratégias, por onde começar. Lembra: pequenez,
simplicidade, relacionamento, obediência, dependência de Deus,
vigor missionário.

Sim, seguir as orientações que o Senhor tem para nós, as


orientações da Igreja, as orientações do nosso Movimento, para que
não se perca nenhum daqueles que o Senhor confiou a nós, para que
não se perca nenhuma ovelha que o Senhor confiou a nós.

Avante, Ministério de formação! Avante! Se coloquem como


um barco, o Senhor fala, como um barco que se deixa conduzir pelo
sopro, pelo vento. Não sabe aonde vai, mas o vento vai conduzindo,
vai levando mar adentro. Sim, é assim que o Senhor quer que
estejamos nesse ano de 2021.
ENSINO 10 – FORMADORES COMO MARIA
LUCIMAR MAZIEIRO

Introdução

Graça e Paz!

Como é bom estarmos juntos! Como é bom poder refletir nesse


encontro maravilhoso que é o ENF que tanto direciona as nossas vidas
enquanto formadores, a viver aquilo que é inspiração do Espírito
Santo para esse tempo!

Hoje, nesse momento, nós vamos refletir sobre Maria. Vamos


falar dela como uma formadora! E o tema é Formadores como Maria.

Apresentação

Para aqueles que não me conhecem eu sou a Lucimar Maziero,


sou fundadora da “Comunidade Católica Presença” e faço parte dessa
Corrente de Graça. Tenho 48 anos, sou celibatária e é com muita,
muita alegria que eu quero partilhar com você, formador, para nós
sermos formadores como Maria.

Oração inicial

Por isso, já nesse início eu te convido a renovar o teu sim a Deus


como Maria, a dizer novamente a Deus o teu sim como ela, mas o sim
para assumirmos a missão, o sim para sermos enviados em missão, o
sim para ser eterno como o de Maria, o sim pra ser formador como
Maria.

Quero pedir mesmo à Senhora, ó Virgem Maria, que nesse


momento a senhora possa interceder por cada um de nós
formadores, pra que durante toda essa formação a senhora nos
coloque mesmo diante do teu filho Jesus, para renovar o nosso
sim, para seguir o teu exemplo, porque nós também queremos
ser formadores como a senhora. Hoje, nessa formação, a
senhora é para nós o nosso modelo por excelência. Queremos
olhar para sua vida e na sua vida, mãe querida, enxergarmos e
aprendermos com a senhora aqueles passos que nós também
podemos dar para sermos formadores como a senhora. Que a
senhora interceda mesmo por cada um de nós! Ó, Maria
concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!

Desenvolvimento

Irmãos, então, como eu disse para vocês esse é o momento que


nós vamos refletir sobre ser formadores como Maria, e realmente
Nossa Senhora é a formadora por excelência, porque ela gerou Jesus,
e mais ainda né gente, ela formou Jesus, acompanhou Jesus, ela foi
responsável pela educação de Jesus, pelos primeiros ensinamentos
dele, então imagina, ela teve toda pedagogia de amor pra ajudar na
formação do filho de Deus, o nosso Salvador, o nosso Senhor.

Então, eu tenho certeza que na vida dela nós vamos encontrar


os elementos que são necessários para que nós possamos imitá-la.
Quando nós olhamos para o sentido da palavra “formar” a gente vai
encontrar que formar é dar certa configuração a determinada coisa, a
determinado assunto, a determinada pessoa, então, quando nós
falamos de sermos formadores como Maria nós queremos nos
configurar nesse modelo, neste formato, neste molde, neste molde
que é perfeito.

Queremos configurar a ela o nosso estilo de formação, então,


vamos olhar pra vida dela né? Nós vamos aqui trabalhar esse aspecto
agora, olhar para a vida dela buscando em algumas passagens da
Bíblia que nos mostram ela, e ali pegarmos algumas características
próprias da formadora Maria e olhar para nós pra gente ir se
configurando a isso, tá bom?

Então veja, quando nós vamos lá na Anunciação aquele


momento que o Anjo vem e anuncia a Virgem Maria que ela será a
Mãe do Salvador, né. Ali ela toma posse de quem ela é, da identidade
dela, de quem ela foi formada a ser. Nessa passagem, a gente percebe
com toda a convicção que ela, a Virgem Maria não modificou em nada
os fatos da história dela, muito pelo contrário ela participou de todos
os fatos da história com doação e entrega, e ai a gente aprende que
o formador, ele realiza isso gente, o formador, ele não despreza os
fatos da realidade em que ele vive, mas ele traz esses fatos e participa
desses fatos a Jesus, e é ali que o formador faz o que Maria fez, se
doa, se entrega, abraça aquela causa, né!

Então ali nós temos algo muito importante, ainda nessa


passagem, nós vamos ver que conforme ela vai dialogando com o
Anjo e o Anjo também dialoga com ela, porque ali aconteceu um
“Diálogo Salvador” a gente percebe que o formador precisa ter isso,
o formador precisa ter um diálogo com Deus, ele tem que ser uma
pessoa que escuta a Deus, uma pessoa que é direcionado por Deus,
uma pessoa que escuta a missão dada a ele pela voz de Deus.

Como Maria fez, né! O Anjo já chega saudando ela ali naquele
momento e ele vai dando pra ela características do que ela é, da
identidade dela, ela é Cheia de Graça, ele dá a característica da
vocação dela, a vocação dela é ser Mãe, ele dá a característica da
missão dela que tá muito ligada a vocação né, a missão dela é ser
Mãe de Jesus. Então, como mãe ela traz pra ela aquilo que são
características próprias da maternidade, da maternidade espiritual, e
de certa forma, gente, o formador ele também tem que vivenciar isso,
sendo você homem ou sendo você mulher , o formador ele também
tem essa certa maternidade espiritual por esse povo que ele é
responsável pra formar e quando a gente fala dessas características,
gente, são características maternas né?

A vocação e missão de Maria traz pra gente as características


maternas que são características: de disponibilidade, gente, uma mãe
ela está disponível a todo tempo pra cuidar de seu filho. A mãe que
exerce o seu dom, que acolhe o seu dom, que abraça o seu dom, ela
está disponível a todo momento. É uma disponibilidade afetiva, é
uma disponibilidade de amor, então, o formador ele tem essa
disponibilidade.
O formador, ele consegue perceber ali naquela realidade onde
ele está, naquela instância onde ele está para formar, ele consegue
perceber os elementos e as oportunidades que ele tem pra ali trazer
conteúdos de salvação, conteúdos que são autênticos, conteúdos que
são verdadeiros, e Nossa Senhora ela fez isso com Jesus, ela trazia no
conteúdo do cotidiano do dia a dia tudo aquilo que era necessário
para formar Jesus. Então ela vai ensinando a gente também assim a
ter essa disponibilidade, essa sensibilidade.

Eu gosto de usar a palavra disponibilidade afetiva, ela também


teve ali durante todo o processo da vida de Jesus um amor
incondicional, então não somente porque ela é mãe, mas porque ela
como mãe formou, ela vem nos ensinar que nós também precisamos
ter para com Deus para com aquelas pessoas que Deus coloca ali pra
nós atuarmos na formação, um amor incondicional.

Eu não vou colocar condições pra dar uma formação, pra


exercer o Ministério de Formação, eu não vou colocar condições para
ser acolhida como formadora, eu vou amar aquela missão, eu vou
amar aquele povo porque eu vou ver nele um povo de Deus, que é
templo de Deus que é morada de Deus, onde Deus habita ali, um
povo que tem que crescer como Cidadão do Céu e viver aqui como
cidadão, né?

Então, a gente vai exercer essa graça e Nossa Senhora pode nos
ensinar isso, porque ela viveu esse amor incondicional a Jesus mesmo
sabendo de coisas tão doídas, como nós vamos ver no decorrer da
nossa conversa, né!

Quantas coisas Nossa Senhora passou! Então você, meu amado


irmão, irmã que é formadora que é formador que recebeu de Deus
esse chamado tão importante, tão sublime, com Maria nós podemos
aprender essa disponibilidade afetiva, esse amor incondicional e mais,
quando a gente tem dúvida, nós também podemos perguntar na
intimidade com Deus como se fará todas essas coisas. Porque, às
vezes a gente vê dificuldades, dificuldades com o material,
dificuldades com o conteúdo, de se locomover, dificuldades com as
situações que a gente enfrenta. Olha só tudo que a gente enfrentou
nesse tempo, nesse tempo de pandemia, meu Deus! Não é verdade?
Quantas coisas nos foram difíceis, quantas vezes nós olhamos
para Deus na nossa espiritualidade, na nossa vida de oração e
perguntamos como se fará isso? E a mesma resposta que foi dada a
Maria é a resposta que é dada a nós. Assim, como o Anjo respondeu
mesmo pra ela lá: “o Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do
Altíssimo te envolverá com sua sombra.” Então Maria ela é para
nós um modelo, porque ela foi conduzida pelo Espírito Santo. Então,
nós formadores também devemos ser conduzidos pelo Espírito Santo.

Nessa passagem da Anunciação, nós aprendemos através do


diálogo dela com o Anjo que nós também devemos dialogar, através
da identidade de Maria, da vocação de Maria, da Missão de Maria que
nós também devemos exercer a nossa identidade de Filhos de Deus,
a nossa identidade vocacional, a nossa identidade sexual, nós
também devemos assumir a nossa vocação, nós devemos assumir a
nossa missão como ela, e assim exercermos na identidade, na vocação
e na missão essa disponibilidade e esse amor incondicional, tá?

Também nessa passagem da Anunciação, nós podemos ver


onde tudo aconteceu melhor né onde tudo começou em Nazaré, essa
passagem sempre vai ser um convite pra gente voltar à origem, voltar
onde tudo começou, né! Então, com Maria você pode voltar e fazer
memória da origem do seu chamado, da Identidade deste
movimento, você pode voltar com Maria e realmente vivenciar essa
graça do momento do sim, né? Esse momento do Sim que ela deu
aqui também é muito importante. Porque foi um Sim que trouxe a
salvação. Se lá no Jardim do Éden, Eva olhou pra aquela árvore e ali
ela pegou aquele fruto e ela provocou na humanidade um nó de
desobediência. Quando nós olhamos pra Maria, o Sim de Maria traz
para nós a Chave do Céu porque é um Sim de Obediência, então que
o nosso sim possa ser um sim que imita Maria. Maria que quer se doar
e ela fez isso gente, até a cruz, porque quando ela estava lá no Monte
Calvário com seu filho Jesus, ela olha uma outra árvore ela olha a
árvore da Cruz ali ela ver um outro fruto, o fruto do seu ventre, Jesus!
E esse fruto ela não pega pra si, ela doa, olha aí a dimensão do amor,
então nós formadores temos muito que aprender com a Virgem
Maria. Formador como Maria é aquele que se doa sempre porque ele
vive um sim de oferta de si mesmo, esse foi o sim de Maria, ele vive
um sim que implica oferecer-se por amor, assim foi o sim de Maria, o
formador ele vive um sim que gera Salvação, esse foi o Sim de Maria,
um sim que gerou a salvação, não foi um sim preocupado em
conhecer aquilo que estava no oculto, não o formador não faz isso, o
formador revela profeticamente através da formação quem é Deus,
quem nós somos, a nossa Doutrina, a nossa Identidade enquanto
Movimento ele ajuda a formar um Guardião do Carisma.

Nossa Senhora também né, Nossa Senhora formou o grande


Salvador da Igreja, nós formadores com ela vamos formar Guardiões
do Carisma, então veja que beleza né o Sim de Maria foi um sim
coerente, meus irmãos, meu Deus, que oportunidade nós estamos
vendo aqui! Mesmo que nós já estamos caminhando aqui para o final
do workshop, mas esse sim, queridos, deve ser um sim coerente, um
sim que mostra a pertença a Vontade de Deus, o sim de Maria foi
assim, foi um sim coerente porque ela a todo tempo ela mostrou que
ela pertence a Deus. Ela é toda de Deus e ela nos ajuda também a ser
todo de Deus, o sim dela não foi um sim obrigado, o sim dela foi um
sim com liberdade, com responsabilidade, meus queridos, eu sinto
Deus gritando no teu coração que o meu sim e o teu sim precisa ser
assim também. Precisa ser livre, precisa ser um sim responsável, eu
sei que só pelo fato de você estar aqui agora acompanhando esse
momento você está exercendo a responsabilidade, mas seja livre pra
estar centrado no que acontece agora e seja sintonizado só no que
Deus está falando agora. Não se preocupe com tantas informações e
ruídos, se preocupe com aquilo que Deus está falando agora na
missão, o que Ele te concede agora.

Eu quero também dar mais um passo com você, que é muito


gostoso a gente olhar pra Maria e aprender com ela como ser
formador, né? Então, vamos olhar pra mais um aspecto, o aspecto da
Visitação e aqui eu tenho que tomar cuidado gente, porque eu amo
essa passagem, essa passagem fala muito comigo, com a minha vida,
com a minha vocação, com o meu celibato, o meu amor à Igreja, o
meu carisma.

Então, quando nós olhamos pra Visitação para aquele momento


que Nossa Senhora, gente! Ela já deu um sim, agora ela se coloca à
serviço. Quando nós demos um sim pra Formação, a nossa atitude
também foi de serviço, só que nós podemos aprender ou então
atualizar uma aprendizagem: foi o que São João Paulo II escreveu no
documento Redemptoris Mater falando sobre a Virgem Maria lá no
número 12.

Ele diz assim que neste momento aqui da Visitação, Maria


dirige-se impelida pela Caridade. Se a gente olhar na tradução da
Bíblia Ave Maria vai dizer que naqueles dias Maria se levantou e foi às
pressas, e o Papa João Paulo II vai dizer que esse “às pressas” é ser
impelida pela Caridade. Então, o que é que Deus tá falando com a
gente agora? Deus está falando conosco que eu e você, também
devemos ser impelidos de amor pelo Ministério de Formação,
impelidos de amor pela nossa diocese, pelo nosso Grupo de Oração,
pelo nosso estado, pelo nosso país. Nós também devemos ser
impelidos dessa Caridade que nos faz se levantar mesmo diante de
situações que são como quebra de paradigmas, porque foi isso que
ela também viveu, imagina uma menina moça como ela dar um sim
pra ser mãe do Filho de Deus, ela que era comprometida com um
homem chamado José, ela me pega, levanta e vai às pressas naquelas
montanhas de Judá. Para quem já foi lá na Terra Santa sabe muito
bem que montanhas eram aquelas. Até pra gente chegar na Basílica
da Visitação, tem muitos degraus pra gente chegar lá, e ela vai e
enfrenta o perigo da noite, ela vai e enfrenta o perigo da viagem, ela
vai e enfrenta aquela situação que não era comum para uma menina
moça como ela, jovenzinha, daquele jeito e o que ela vai ensinar ali
pra nós é a quebrar os paradigmas. Ela não ficou no conforto, ela não
ficou ali parada e iludida talvez com orgulho de ser a Mãe de Deus,
muito pelo contrário ela foi impelida de caridade, totalmente
revestida de humildade e se põe à serviço. É isso que Maria nos ensina
com essa passagem, e mais bonito ainda, gente, ela ensina que nós
só conseguimos transmitir e dar para o outro aquilo que a gente
experimenta. Porque Formação não é só conteúdo, gente! Formação
é vida, Formação é vida, e quando nós falamos de Formação de um
movimento, olha a riqueza que é o processo formativo da RCC neste
país, quando nós falamos disso, nós estamos falando de Vida no
Espírito.

Nossa Senhora, quando ela chega diante de Isabel, ela não vai
correndo contando as novidades, mas a presença dela já revela a
missão dela né, porque a presença dela ali faz ela dar para Isabel o
que ela recebeu do Anjo, ela foi saudada por aquele Anjo e mal a
Saudação de Maria chega até Isabel a criança que Isabel está gerando
estremece ali no seu ventre. Isabel aí nesse momento de encontro né,
ela já revela a identidade de Maria, “que honra vir a mim a Mãe do
meu Senhor”, ela revela ali que Maria é a Mãe de Deus. Olha quanta
coisa bonita! Então quando nós transmitimos conteúdos que nós
experimentamos na Intimidade com Deus. Eu não vou transmitir
apenas uma Doutrina, eu vou transmitir Vida, eu vou transmitir pra
outra pessoa a oportunidade que aquela pessoa tem de encontrar
sentido no que ela está fazendo, no que ela é chamada a ser. Olha a
importância que você tem formador, olha que presente Deus está
dando pra nós hoje: de sermos Formadores como Maria, de aprender
com Maria toda essa Riqueza!

Gente, o meu coração ele se engrandece de alegria no Senhor


só por falar sobre Nossa Senhora como formadora, só de saber que
Deus está nos dando esse modelo, né. Que coisa linda, maravilhoso
né gente?

Que a gente também possa ser assim, impelidos pela caridade,


que a gente não tenha medo de romper paradigmas porque quando
nós somos impelidos pela caridade, nós rompemos os limites, nós
agimos com um ato de coragem, nós vencemos os medos e nós
ajudamos as pessoas também a serem assim, porque essa visita de
Nossa Senhora à Isabel não foi algo que somente Isabel e João Batista
experimentaram, Zacarias também se beneficiou dessa visita. Então
nós podemos dizer que a formadora Maria chegou para formar uma
família. Chegou para instruir uma família, chegou para levar pra
aquela família, a família de Zacarias, de Isabel e João Batista a
presença do seu filho Jesus.

Quando um formador impelido de caridade chega num lugar


para formar ele saúda aquele povo com a saudação que ele recebeu
de Deus, ele transmite para aquele povo o conteúdo mais profundo
que ele tem, que ele experimentou na formação sabe, que Ele
experimentou de Deus. E aí a formação se torna presente na vida das
pessoas, a formação se torna alimento na vida das pessoas. Então
formar como Maria é viver essa experiência de alegria, essa
experiência de obedecer, essa obediência que gera alegria né porque
ela louvou logo após a visita, a gente vê aqui o momento que ela
louva ao Senhor no cântico do magnífica, né? Então a experiência da
Obediência também gera a alegria, o louvor verdadeiro. Então, Maria
sabe, ela sabe ensinar o formador. A dar a Deus o lugar que é de Deus.
O Formador nunca vai tomar o lugar que é de Deus. Ela não disse: “o
Poderoso fez em mim maravilhas.’’ Então gente, não é apaixonante
saber disso? Deus fala de assuntos tão sérios de maneira tão amorosa
conosco, né? Deus pontua coisas tão profundas de maneira assim tão
sublime conosco.

Só que os ensinamentos dela não param por aí, meu Deus do


céu, ser formado como Maria é ser aquilo que ela experimentou
quando ela se encontrou com Simeão no Templo! Lembra? Aquele
momento da Apresentação de Jesus, essa passagem que está lá em
Lucas 2,29-32. Quando você olha ... vai ver que ela chega ali com José
para apresentar Jesus e nesse momento ela sabe ensinar para nós
formadores o silêncio, guardar as coisas no coração, ela sabe ser para
nós sinal de humildade. Porque veja, olhando aqui, né! Simeão, fala
assim: “agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a
vossa palavra. Porque os meus olhos viram a vossa salvação que
preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as
nações, e para a glória de vosso povo de Israel.”

Só que ele não para aí né? Ele Vai dizendo assim: “seu pai e sua
mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam.”

Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Eis que este


menino, olha bem, está destinado a ser uma causa de queda e de
soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que
provocará contradições, a fim de serem revelados os
pensamentos de muitos corações. E uma espada transpassará a
tua alma.”

Irmãos do Céu, esse momento a gente vê a capacidade que


Nossa Senhora teve de se adaptar àquela situação. Onde ela ouvia
palavras que ao mesmo tempo eram palavras que assim edificavam e
também foram palavras sérias onde ela pôde ouvir que uma espada
iria transpassar a sua alma. Ela vai ensinar para nós silenciar, ouvir,
meditar, guardar no coração e colocar em prática. Porque ela não
desistiu ali. Ela perseverou, ela continuou, ela deu sequência, ela foi
em frente, ela continuou com a sua missão, né? Então a gente vê,
meus irmãos, quantas coisas!

Tem mais passagens bíblicas que falam dela. Mas eu quero


trazer agora para vocês aquela passagem das Bodas de Caná e como
é bonito ver aquela passagem, né? Nossa Senhora com Jesus naquela
festa de casamento, era uma família começando, o primeiro Milagre
de Jesus acontece. Só que a gente não pode esquecer de coisas
importantes ali: primeiro como mãe ela está presente nas bodas com
Jesus. Então como formadores nós precisamos estar presente sim na
vida do Grupo de Oração, na vida da comunidade, na vida daquele
irmão que Deus colocou sobre a nossa responsabilidade de ser
formado. Eu sei que aqui a situação era de uma festa né, bodas de um
casamento. Mas ela estava presente, então ela estava presente ali não
somente para celebrar e ser servida. Ela estava presente como mãe,
ela estava presente com o seu filho Jesus, mas ela não deixou de
exercer a disponibilidade afetiva no serviço, porque ela percebeu. Ela
não deixou de exercer o amor incondicional desse serviço. Ela não
deixou de prestar atenção nas necessidades ali. Ela vê as
necessidades, ela vê o que falta.

Gente quando Nossa Senhora nos ajuda no Ministério de


formação, ela nos ensina a olhar as dispensas do Ministério a ver o
que tá faltando porque às vezes o formador ele pensa que o que está
faltando são apenas encontros, são apenas módulos, né? Claro que
isso é importante, mas muitas vezes o que tá faltando é a presença
do formador na vida do formando, é a presença da formação na
história da pessoa, porque às vezes a pessoa tem resistência da
formação porque na história dela a formação foi muito trincada. Por
uma má qualidade. Por uma ausência de formação, então, o formador
ele tem a oportunidade de formar configurando a Cristo as pessoas
que Deus coloca para ele formar. Então aqui nessa passagem, nós
vamos perceber que com Maria nós podemos aprender a diagnosticar
a situação da formação, a diagnosticar a situação da formação na
nossa diocese, no nosso Grupo de Oração, no nosso estado, no nosso
Brasil, é gente na vida da pessoa.
Com Maria, nós podemos aprender de que forma? Através da
disponibilidade afetiva, através do amor incondicional, através da
intimidade com Deus, né? Nossa senhora, ela ensina para gente nessa
passagem o olhar-diagnóstico, é verdade! O formador, ele precisa ter
esse olhar-diagnóstico que vê além da aparência. Porque às vezes
você vê a pessoa chegando, falando e citando tantos livros, você
pensa que ela sabe muita coisa. Mas talvez ela até conheça. Mas ela
não vive. Talvez ela até sabe de cor e salteado todo o processo
formativo da RCC, sabe-se Deus, se não sabe até alguma formação de
cor e salteado, de trás pra frente de frente pra trás. Mas, o formador
ele tem que ter um olhar-diagnóstico que vê além do conteúdo, vê o
que está no coração de Deus para aquele povo na formação, vê o que
está no coração da pessoa, aquilo que é necessidade da pessoa, para
trabalhar a necessidade da pessoa.

Nessa passagem das Bodas de Caná, nós aprendemos a ter um


coração caridoso, generoso, atento, porque foi assim o coração de
Maria. E ela entendeu. Que não era ela que ia fazer nada. Tanto é que
ela foi contar para Jesus: “Jesus, eles não têm mais vinho.” Então
não é você formador que vai realizar. A obra da salvação pela
formação no seu Grupo de Oração, é a graça de Deus habitando em
você e você cooperando com essa graça. O teu coração vai ser repleto
de amor e vai acolher aquilo que o povo precisa e você vai recorrer a
fonte que é Jesus Cristo que é o agir do Espírito. Formador tem que
rezar, formador tem que ser íntimo de Deus. E é isso que ela ensina,
e é isso que ela ensina, né? Nessa passagem a gente vai aprender com
ela a ter ouvidos de escuta, porque às vezes o formador não vai
escutar só o que ele quer, né? Ele vai escutar às vezes assim: mulher,
ainda não chegou minha hora, né! Nem vamos entrar no aspecto
teológico desta frase de Jesus, mas ela soube entender. Então essa
passagem, esse momento, ensina que o formador, ele tem uma
escuta profética. Ele tem um ouvido que escuta a voz de Deus e
obedece e coloca em prática.

Nossa Senhora escutou o que Jesus falou e obedeceu. E aí ela


pôs em prática. Olha, façam tudo o que ele vos disser. E aqui nessa
passagem a gente entende uma coisa maravilhosa, né? O quê que a
obediência provoca na vida do formador? Quando o formador é
obediente ao plano de formação que nasceu no Coração de Jesus,
quando o formador ele acolhe isso sabe o que acontece? O formador
vê aquilo que Maria e os serventes viram.

Nossa Senhora foi obediente e falou para os serventes também


serem, né. “Fazei tudo o que ele vos disser”. Ela viu que aqueles
serventes pegavam aquelas talhas que tinham água, e aquelas talhas
que tinham água, que foram enchendo ali nas vasilhas, eles iam
servindo, e enquanto eles serviam, os serventes viram que não era
mais água, era vinho. Então o servente que obedeceu pela intercessão
de Maria, viu Milagre!

Ah o formador que obedece aquilo que é intercessão de Maria,


vê milagres, vê milagres no seu Grupo de Oração, vê milagres no seu
ministério, vê milagres na sua diocese, vê milagre no seu movimento,
vê milagre na vida da pessoa, sabe! Qual milagre? A água, ela foi
transformada em vinho. Então, quando o formador é obediente, a
formação transforma a vida da pessoa. A formação faz milagre na vida
da pessoa porque quem operou aquela formação foi Jesus. Quem
operou ali foi Jesus. Irmãos, não é muito bonito isso? Isso é real? Isso
é real! É isso mesmo que acontece, a obediência de Maria e dos
serventes fazem eles viverem o milagre, eles agiram na verdade. Eles
procuraram ali naquele momento o bem comum daquela família, de
todo aquele povo que estava ali, e o vinho dado foi o melhor, o
melhor! Então vamos seguir o exemplo de Nossa Senhora porque o
exemplo dela nos faz dar o melhor para aqueles que o Senhor confia
a nós.

Ó mãe querida vem nos ajudar! Vem nos ensinar, vem rogar por
nós mesmo! Nesse sentido.

Só que eu ainda quero falar mais uma coisa para você. Nossa,
meu Deus! Tem tanta coisa para falar de Maria como formadora, a
gente pode olhar pra cruz! Ai Jesus, né! Porque Maria, ela permanece
em pé diante daquela situação da cruz, né? Maria ela não fugiu, ela
não se ocultou, ela permaneceu firme na identidade, na vocação e na
missão, ela continua cheia de graça, por causa de ser cheia de graça
que com certeza ela teve força para enfrentar aquele momento tão
doído do caminho do Calvário, aquela injustiça tão grande que
estavam cometendo com Jesus. Ela conseguiu viver ali a vocação dela.
Ela não deixou de ser mãe de Jesus, ela conseguiu viver ali gente a
missão dela, mais uma vez.

São João Paulo II vem nos ensinar aqui, ele ensina através de
Redemptoris Mater, número 19: que o nó da desobediência de Eva foi
desatado pela obediência de Maria, o que Eva atou com a
incredulidade lá no Jardim do Éden. Maria desatou com a fé no sim
que foi fiel, no momento que ela disse sim, passando toda a dor e
sofrimento do Calvário, porque foi esse momento de morte que
trouxe para nós a vida. Então, aqui Nossa Senhora vai ensinar pra nós
também, a não fugir diante do sofrimento que nós passamos como
formador, diante do ministério ela vai ensinar para nós também a não
se ocultar, ela vai ensinar para nós a não se ocultar, ela vai ensinar
para nós, né? A graça mesmo de sermos testemunhos desse amor
profundo de Deus, ela vai nos ensinar a encontrar sentido no
sofrimento porque ela encontrou, ela vai nos ensinar. Ensinar a ser fiel
diante do sofrimento.

E agora, algo que é muito próprio né, dessa espiritualidade


carismática foi o que aconteceu em Pentecostes. E é assim que a
gente já vai preparando o nosso coração para rezarmos, porque
Pentecostes, a gente viu ali, Nossa Senhora juntamente com os
discípulos, à espera. Nossa Senhora ali, estava à espera do
cumprimento da promessa que o seu filho Jesus tinha dado pra eles.
Era preciso que Jesus pudesse passar pela Glorificação para que eles
pudessem receber o Espírito do Senhor, então naquele momento
Nossa Senhora, ela é testemunha do operar do Espírito mais uma vez,
porque ela já tinha experimentado o que eles iam experimentar ali.
Ela experimentou na Anunciação o operar do Espírito, ela
experimentou na cruz o operar do espírito, e ela experimenta ali, em
Pentecostes, com eles, também o operar do Espírito. Aqueles
discípulos recebem com ela a graça da manifestação do Espírito Santo
ali, ela é a mãe da unidade.

Conclusão

Então gente, quando Nossa Senhora intercede por nós


formadores, quando ela está presente conosco, a formação, ela vai
gerar unidade, ela vai gerar comunhão e nesse tempo nós precisamos
muito disso.

Então, eu quero convidar você, assim, nesse momento diante de


tudo isso que foi apresentado aqui, eu quero te convidar a rezar, a
pedir mesmo que Nossa Senhora venha e nos ajude, para que ela
venha estar conosco! Para que ela possa realmente nos formar como
formadores pra que ela Venha mesmo nos abençoar e trazer para nós
uma graça especial. Que ela venha estar conosco como ela esteve
naquele Cenáculo, para que esse Cenáculo aconteça agora na minha
vida de formador no Ministério da Formação, no grupo, com o povo,
na instância que nós estamos exercendo o Ministério de Formação,
peçamos mesmo agora a Nossa Senhora. Vamos convidar ela para vir
estar conosco de uma forma muito especial, nesse momento, de
oração. Nós vamos mesmo pedir agora para cada um de nós, não
importa em que lugar deste país, estamos. Mas nós vamos pedir para
que Nossa Senhora venha nos ensinar dentro deste “sim” que nós
demos a Deus. Para que ela venha nos ensinar realmente a viver como
formadores escolhidos por Deus para o exercício desse ministério.
Que ela venha mesmo em auxílio agora às necessidades pessoais que
cada um de nós temos, que nós possamos buscar mesmo, no céu,
aquilo que são os conteúdos mais importantes para a formação.

Oração final

Mãe querida, que nós possamos buscar no céu os benefícios do


céu. As virtudes que provém do céu para vivermos como
escolhidos, para vivermos como formadores, para sermos
formadores como a senhora! Mãe querida, do céu traga mesmo
para nós a graça da escuta profética, traz mãe querida.

Nesse tempo, onde nós precisamos aprender com a senhora a


guardar tudo aquilo que são elementos importantes dessa
espiritualidade, desta identidade carismática, vem mesmo mãe
querida agora e olha por cada um dos seus filhos que são
formadores. Que eles aprendam com a senhora a ouvir, que nós
possamos aprender com a senhora a ouvir, a meditar, a guardar
no coração, a colocar em prática tudo aquilo que nós
aprendemos na intimidade com teu filho Jesus. Ó Mãe querida,
vem ensinar a cada um de nós formadores a sermos íntimos do
teu filho Jesus, a exercermos a sabedoria que vem do alto, a
exercemos mesmo neste ministério, Nossa Senhora, a visão de
Deus.

Que nós não tenhamos medo de quebrar os paradigmas deste


tempo para trazer os paradigmas do céu na formação, Mãe
querida. Venha mesmo e tira de nós tudo aquilo que muitas
vezes nos fazia esmorecer e fracassar dentro do ministério. Traz
para nós mesmo, neste momento, a firmeza na fé. Nossa
Senhora aquela firmeza que a levou a senhora a dar o sim que
veio mesmo para desatar tudo aquilo que o sim de Eva atou no
pecado que a senhora nos ajude mesmo neste momento.

Nossa Senhora a vivermos na obediência a tudo aquilo que


implica a esse Ministério vem Nossa Senhora e traga do céu a
tua doce intercessão para que a unção do Espírito Santo
transborde em nossa vida, transborde nesse ministério, nos faça
crescer, nos faça viver mesmo como verdadeiros escolhidos.

Que a formação exerça aquilo que a senhora exerceu quando


foi visitar Isabel, que a formação faça mexer as profundezas da
vida de cada uma daquelas pessoas que se encontrar com o
ministério de Formação, com os conteúdos de formação. Dai-
nos a graça Nossa Senhora de experimentar aquilo que a
senhora experimentou lá em Caná quando pela obediência a
senhora pôde também levar outros a serem obedientes, outros
a fazer o que o teu filho mandar.

Que nós saibamos escutar a tua voz que nos direciona a sermos
obedientes a Jesus, e por essa obediência nós possamos ver os
milagres de Deus na nossa vida pessoal, no nosso ministério.
Possamos ver isso dentro do nosso Grupo de Oração, dentro
desse movimento, por todo esse país.

Chamado

Quero trazer pra você algo que o senhor me recorda agora


rezando para partilhar contigo: vocês sabem que muitos santos se
espelharam em Maria para viver, para servir, para exercer a sua
identidade, a sua vocação, a sua missão. Um dos Santos, muito
próximo de cada um de nós é São João Paulo II que até no seu
pontificado viveu “Totus Tuus Mariae”. Que tal eu e você, nesse
momento? Nós que estamos pedindo para ela nos ensinar a vivermos
nosso ministério, a vivermos o que Deus preparou para nós. Que tal?
Nós também olharmos para a imagem de Nossa Senhora agora? E
que tal a gente também dizer pra ela que nós queremos ser “todo
dela”?

São João Paulo ao escolher o lema do seu pontificado escolheu


“Totus Tuus Mariae”. Com Maria, ele aprendeu muita coisa. Com
Maria, ele experimentou muita coisa: aquela bala naquele atentado
que foi mirada de tal forma para matar, para acabar com a vida dele.
Se vocês lerem um pouco da história dele, vocês vão perceber que
quando ele foi lá naquela prisão para falar com aquele atirador, o
atirador olhou pra ele e disse: “por que você não morreu? Porque eu
mirei bem e era certo que aquela bala iria te matar.” São João Paulo
II olha para ele e disse assim: “uma mão apertou o gatilho, outra mão
desviou a bala.” Ele era todo dela, ela o protegeu, ela o ensinou, ela o
amparou. Em contrapartida, ele tinha como uma das suas orações
prediletas a oração do Rosário. Aqueles que conviviam com ele
testemunhavam que por muitas vezes, eles pegavam o papa rezando
o terço como se ele não estivesse ali naquele lugar físico, tamanha
era a intimidade que ele tinha com ela. Que tal? Que tal? Nesse dia
também você consagrar a ela a tua vida, o teu ministério, esse tempo
Novo que Deus está dando para você, essa oportunidade nova que
Deus está dando pra você?

Então, olhe pra ela e de maneira espontânea vai dizendo:

Mãe querida, a exemplo de grandes Santos como São João


Paulo II, eu também desejo que a minha vida seja toda da
senhora. Eu também desejo que o meu ministério também seja
todo teu, porque aquilo que é teu é de Jesus, porque a senhora
é toda dele.

Eu desejo mesmo nesse momento que a senhora venha operar


na minha vida a mesma coisa que a senhora operou na vida de
São João Paulo II e se existe algumas balas mirando para
destruir meu ministério, para acabar com esse Grupo de Oração
que a tua mão também venha e desvie essas balas, que vem
como balas certeiras de destruição

Vem e traga a tua presença, a tua Presença de amor, a tua


presença de bondade. Vem, nós queremos ser “todo teu”!

É assim que nós queremos encerrar esse momento, e começar


a nossa nova fase de formadores como Maria, formadores por Maria,
formadores com Maria, formadores para Maria, porque aquilo que
passa por ela com certeza é “todo de Jesus”, porque ela é “toda” dele.

Então, encerramos assim!

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