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Pindamonhangaba – SP
2016
André Machado Fernandes
Eros Otavio Gama
Tiago de Andrade Fernandes
Pindamonhangaba – SP
2016
Fernandes; Fernandes; Gama. André Machado; Eros Octavio; Tiago Andrade.
As consequências da Contra Reforma / Fernandes; Fernandes; Gama. André Machado; Eros Octavio; Tiago
Andrade / Pindamonhangaba - SP: FUNVIC Fundação Universitária Vida Cristã, 2016.
41f
Trabalho de conclusão de curso ( Graduação em teologia) FUNVIC-SP.
Orientador: Prof.ª Espec. Ricardo Carvalho
Data_________________
Resultado_____________
Banca Examinadora
1 INTRODUÇÃO
O Cristianismo é uma das religiões que mais tem adeptos no século XXI com
cerca de 30% da população mundial. Dividem-se em três grandes ramos, os Católicos o
mais numeroso com 51%, os Ortodoxos e os Protestantes com 35 %, que se divide em
Luteranos, Anglicanos e Evangélicos. Atualmente, representantes Católicos e Luteranos
procuram uma forma de se aproximarem mais. Mas esse ecumenismo ainda não se
concretizou de todo, nem encerrou séculos de divisão e lutas no interior do cristianismo.
2 MÉTODO
3 REVISÃO DE LITERATURA
Para obtermos uma correta compreensão sobre o tema proposto neste trabalho, é
de primazia voltar a historia especificamente no que tange o período de 1517 aonde se
refere à Reforma Protestante.
De fato o período era de densas trevas (González, Justo L. A era das trevas.
2001), manobras religiosas e políticas com um grande interesse em obter poder. O clero
valia-se de todos os meios necessários para que viesse a conseguir a permanência
financeira dos fieis,não se importando com o aprendizado dos mesmos e com a
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espiritualidade, criando então uma atmosfera pessimista onde uma urgente reforma se
fazia necessário.
Babilônico1 foi de uma certa forma grandes acontecimentos que contribuíram ainda
mais para a derrocada da igreja e do poder papal. Da grandeza de Inocêncio no seu
pontificado, partiu em uma vertiginosa declinação e não parou mais de escorregar para
aquilo que posteriormente acabaria com a estabilidade e segurança gozada até então.
Pode se disser que essa foi sem dúvida uma grande falha da igreja e dos clérigos, a
verdade foi corrompida no jogo e briga pelo poder enquanto perdia-se aquilo que é
fundamental para fortalecer qualquer império, seja ele religioso ou não, que é a
credibilidade. Se voltarmos um pouco na história, não ficará difícil compreender o
desfecho de todo o desenvolvimento e também as crises que tornaram os
acontecimentos da reforma uma grande possibilidade. Olhando a partir do
desmoronamento do Franco império, que após a morte de Carlos Magno não conseguiu
sobreviver devido ao seu filho e neto não conseguirem dar continuidade em todo o
trabalho, fragmentando e enfraquecendo o império que através do princípio teutônico de
herança onde os pais dividiam as terras com os filhos, também com o feudalismo que
surge devido ao fato do governo não conseguir de forma efetiva exercer controle sobre
suas áreas. O resultado foi o surgimento de grupos com interesses diversos. O
feudalismo teve uma forte influência sobre a igreja porque ela tinha uma enorme
quantidade de terra fruto de doações. O feudalismo acabou tirando o foco espiritual da
igreja e fez com que ela se tornasse secular e por que não dizer mundana. Mesmo com
tudo isso existia ainda um ideal de império político universal herdado de Roma pela
Europa Ocidental. A igreja ocidental experimentou uma libertação do Estado e com isso
ganhou forças contra a interferência imperial fazendo com que o poder do papa se
fortalecesse por causa de alguns fatores determinantes, por exemplo: Os documentos de
apoio ao papado, a conversão da Escandinávia, a doutrina da missa, a reforma
monástica e líderes capazes. A posição teológica das duas igrejas também era diferente
em relação ao Espírito Santo, a data da celebração da páscoa e o celibato. A igreja do
ocidente foi condenada pelo uso de pão não levedado na eucaristia e depois de algumas
discussões e excomunhões, o grande cisma se deu e a unidade da igreja foi rompida e a
partir de então a igreja católica romana, e a igreja ortodoxa grega tem caminhado de
forma diferente.
1
O Cativeiro Babilônico e o Grande Cisma que não deve ser confundido com o Cisma de 1054, foram os
acontecimentos responsáveis pela perda do prestigio do papa. O ápice do poder papal foi alcançado no
pontificado de Inocêncio III; o papado escorregou rapidamente desta vertiginosa eminência de poder
depois que Bonifácio VIII (papado: 1294-1303 origem italiana) não conseguiu subjugar os soberanos da
Inglaterra e da França no começo do século XIV, apoiados pelo nacionalismo.
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Muito desse mérito e poder que adveio com o apogeu papal, deve-se a um papa
que influenciou de maneira positiva enquanto esteve no poder, chamado Inocêncio III,
eleito papa em 1198. Ele foi o pontífice mais poderoso da cátedra de São Pedro, filho de
um nobre Romano e recebeu uma excelente educação teológica. Uma das suas grandes
marcas era justamente sua consideração moral acreditando ele ser o vigário de Cristo, o
papa estava totalmente abaixo de Deus, mas acima do homem. Inocêncio teve grande
influencia política desempenhando papel importante na escolha do novo imperador,
fazendo com que uma política internacional fosse desenvolvida. Earle Cairns cita em
seu livro que:
Mais não foi sempre assim somente gloria e elevação. Assim como subiu com
muita maestria, desceu e teve momentos de muita pressão principalmente quando a
corte papal foi transferida para Avignon, ficando conhecido esse período como cativeiro
Babilônico. Cairns chega a citar que:
"o papa foi uma peça nas mãos dos monarcas franceses, tendo perdido a
grande força moral que tivera na Europa no pontificado de Inocêncio III...”
Pag. 177. 1995
“... O misticismo pode ser visto como antecipador do toque mais pessoal da
religião que seria uma das características fundamentais da reforma...” Pag.
204. 1995
os dogmas que tinham sido estabelecidos pela igreja. João Huss (1373-1415) também
adotou as ideias de Wycliffe e o papa não viu essa atitude com bons olhos e por esse
motivo foi martirizado por não voltar atrás com sua pregação que atacava de maneira
direta o clero. Com isso ficava cada vez mais evidente que era inevitável que uma
reforma existisse. Verdade é que a igreja de certa maneira relutou e não quis aceitar as
novidades sugeridas pelos reformadores, isso com é obvio, uma vez que para a igreja o
ideal era que uma renovação ou reforma não atacasse aquilo que dava segurança e
colocasse a perder todos os lucros, que parecia que era o mais importante neste
momento. A sociedade no geral por volta do ano de 1500 aproximadamente passava por
mudanças avassaladoras, uma nova sociedade estava se formando e aquela mentalidade
medieval estava ficando ultrapassada, cada vez se fazia notório os efeitos que
contribuíram de alguma maneira para que acontecesse a reforma. As mudanças foram
em vários segmentos dentre eles: Mudança política; Mudança econômica; Mudanças
sociais; Mudanças intelectuais; Mudanças religiosas. Do ponto de vista católico, toda a
reforma não passava de uma revolta contra a verdadeira igreja, já o historiador secular
vê na reforma somente um movimento que gerou uma revolução. Mas não podemos
negar, com base em muitos fatores históricos, que a vida religiosa foi afetada de uma
grande maneira com a reforma.
Os reformadores tinham como objetivo fazer com que a igreja vivesse nos
moldes do ensino das escrituras sobre a vida, como está escrito e ensinado no novo
testamento, toda a teologia da reforma estava condicionada a trabalhar em total
concordância com o ensino descrito e narrado no novo testamento, para isso era
necessário uma volta as escrituras e não deixar mais que a tradição continuasse a ditar
aquilo que ela aceitava como verdade e mentira tal como aquilo que dizia ser doutrina
verdadeira. Cairns tenta dar uma definição do termo reforma "... Não é fácil aclarar o
sentido do termo "Reforma". Se for considerada apenas como um movimento religioso
de criação de igrejas nacionais, seu período de duração vai de 1517 a 1648. Como,
porém, a Holanda só aderiu ao protestantismo depois do Concilio de Trento, parece
mais correto circunscrever a parte mais importante da Reforma aos anos de 1517 a
1563. Assim, a Reforma é tomada aqui como um movimento de reforma religiosa que
resultou na formação de igrejas nacionais entre 1517 e 1545...”.
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É preciso dar ênfase que a reforma teve grande aceitação entre os germânicos,
mais precisamente no norte e oeste Europeu. Contra partida do lado sul da Europa não
houve aceitação da reforma e o que prevalecia ainda era o catolicismo. Maior aceitação
a reforma encontrou nos povos de formação teutônica2, isso se dá por influência de
alguns escritores humanistas que faziam críticas em seus livros e com isso alimentava o
desejo de uma reforma religiosa. Na Alemanha, o poder real era fraco. O Império era
formado por uma multiplicidade de principados e cidades livres. Os principados
elegiam o imperador. A Dinastia dos alemães, representada por Carlos V, dominava
também a Espanha e queria se fortalecer com a ajuda do papa, que controlava os
principados da Igreja. Mas os príncipes leigos não queriam o fortalecimento do poder
imperial. Na ausência de um poder central forte, capaz de defender os fiéis contra a
avidez do papa, os principados da Igreja revelavam os mesmos defeitos dos Estados
papais. Aos príncipes leigos interessava a posse desses principados, da mesma forma
que a pequena nobreza dos cavaleiros, empobrecida, também queria as terras da Igreja.
Qualquer sugestão de reforma seria bem aceita, por que o sentimento de contrariado aos
abusos de Roma criava certa expectativa de se poder fazer alguma coisa onde realmente
pudesse fazer para aquilo que estava minando a riqueza e o dinheiro da Alemanha.
Todas essas expectativas de oposição foram encontradas em Lutero, seu nome era
Martinho Lutero. Ele nasceu em Eisleben em 10 de novembro de 1483 e sua família
veio para essa cidade de muito longe, trabalharam em minas de cobre conseguiram ficar
em uma boa situação financeira. Após alguns anos de grande dedicação aos estudos
Lutero se formou no ensino superior de Latim, estudou também filosofia, artes e se
2
Os Teutônicos são descendentes da metade leste do Império Romano que se dividiu após a morte de
Carlos Magno.
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O papa não tinha conhecimento ou até mesmo subestimava o apoio que Lutero
conseguiu na Alemanha. A igreja de Roma tinha estabelecido que não existisse poder
3
Felipe Melanchthon foi um personagem fundamental da reforma protestante do século XV. Ele era um
humanista, considerado "Professor da Alemanha", importante pedagogo da Reforma Protestante, um
patrimônio da educação. A atuação de Melanchthon foi tão importante quanto a de Lutero para a Reforma
Protestante
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acima do papa e que por isso somente ele conseguia e tinha o poder de interpretar as
escrituras. Lutero através de seus escritos, que eram panfletos que levava esse assunto
ao povo alemão, contrariou as todas as ideias que não encontravam base nas escrituras.
Ele acreditava que a igreja poderia ser reformada, aqueles que eram crentes tinham todo
o direito de escolher seus próprios sacerdotes. A. Knight & W. Anglin, em seu livro
Historia do cristianismo diz que:
Carlos V, que era então o novo imperador convocou Lutero para retratar suas
ideias, depois de algumas promessas de proteção ele foi e se apresentou, mas não quis
voltar atrás com suas ideias. Quando estava voltando, logo depois que terminara de
expor suas argumentações, seus amigos o sequestraram levando para o castelo de
Wartburg e lá permaneceu até 1522. Mesmo assim não ficou sem produzir, tinha em
suas mãos a edição do Novo Testamento Grego feita por Erasmo e depois de menos que
um ano ele fez a tradução do novo testamento para o Alemão. Toda a bíblia foi
traduzida para o Alemão em 1534. Algumas pessoas também abandonaram Lutero,
entre eles o humanista Erasmo, que quando viu que o ensino de Lutero traria como
consequência um rompimento com Roma.
de vários trabalhos nascerem, as igrejas luteranas na Alemanha é uma prova disso com a
criação também dos catecismos. Fazendo coro a este pensamento tomo as palavras de
Cairns cita em seu livro Cristianismo Através dos séculos:
“... Sem dúvida alguma. Lutero foi um gigante da igreja; sua influência
ultrapassou os limites do tempo. As igrejas luteranas da Alemanha e dos
países escandinavos nasceram do seu trabalho. Para elas. elaborou-o os
Catecismos Maior e Menor preparou apostilas para ajudar os ministros em
seus sermões; desenvolveu um sistema de governo eclesiástico deu a Bíblia
alemã, que em muito contribuiu para padronizar a língua, além de compor
belos e grandiosos hinos, como “Castelo Forte, próprio para o cântico
congregacional no vernáculo”. Além disso, criou um sistema de educação
elementar para que o povo pudesse aprender a ler a Bíblia em alemão; a
execução dessa tarefa foi recomendada aos governos das cidades alemãs
numa carta de 1524; em 1530, ele lembrou aos pais o dever de enviarem seus
filhos à escola. A educação elementar compulsória teve nesses esforços os
seus primórdios. Interessou-se ainda ele pelas escolas secundárias e pela
educação universitária. Lutero recolocou a pregação em seu devido lugar,
restabelecendo um meio de instrução espiritual largamente usado na Igreja
Primitiva. Ademais, levou sua geração a perceber que a cultura não era
apenas uma questão da razão mas da regeneração pela fé em Cristo. Lutero
fez do individualismo da Renascença um assunto espiritual ao propor que o
indivíduo pela fé em Jesus Cristo podia mantar uma comunhão salvífica com
Deus. Para substituir a igreja como a autoridade, ele apresentou a Bíblia
como a regra de fé e prática infalível que todo crente-sacerdote poderia usar
para se orientar em questões de fé e moral. “Lutero não negou a necessidade
de uma relação comunitária na igreja; ao contrario, insistiu sempre na
importância da comunhão dos membros do Corpo de Cristo...”.Pag 241. 1995
"... iniciando a Reforma na Alemanha, ia-se abalando cada vez mais o trono
papal, em consequência de um despertamento religioso na Suíça, e o
instrumento que Deus tinha escolhido para o cumprimento desta obra ali foi
um padre de Roma chamado ÜlricoZwínglio. Se Lutero era filho de um
mineiro, o reformador suíço não se podia gabar de ser de origem mais nobre,
visto que seu pai era pastor, e guardava seu rebanho em Wildaus, no vale de
Tockemburgo...”.
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Zwinglio nasceu em 1484 e morreu em 1531, pertencia também à primeira geração de reformadores
descontentes com Roma. Vinha de uma família com boas condições financeiras e isso proporcionou a ele
uma boa educação para o sacerdócio. Frequentou a universidade de Viena e em 1502 já na universidade
de Basiléia se formou em bacharel em artes e em 1504. Foi influenciado pelo humanismo e o seu grande
ídolo era Erasmo.
5
Esse movimento surgiu primeiro na Suíça em função da liberdade que existia neste país;Pregavam que
os cristãos não podiam viver de acordo com os padrões de vida dos não cristãos; O ponto mais polêmico
foi o batismo de crianças – eram contrários;Os primeiros anabatistas, George Blaurock(1529) e Conrado
Grebel(1498-1526) batizaram um ao outro em ato público e por essa atitude, passaram a ser chamado de
anabatistas.
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controladas pela igreja levavam muito dinheiro Inglês para Roma, consequentemente a
nação começava a poiar o rei para que rompesse com Roma.
O fator intelectual também contribuiu de uma grande maneira e não pode ser
descartado. A bíblia começou a ser estudada em sua língua original, e a partir daí
explicada para o povo. Exemplares do Novo Testamento foram distribuídos em Inglês
que acabaram contribuindo também para a reforma. Escritos de Lutero também
circularam na Inglaterra, mesmo alguns livros sendo queimados não impediram que
suas ideiasalcançassem Corações ávidos por reforma. Cairns cita em seu livro
Cristianismo Através dos Séculos que:
... A causa direta que provocou a Reforma Anglicana foi a vida sentimental
de Henrique VIII,desejoso de ter um filho homem Pareceu-lhe que ele e
Catarina jamais poderiam tê-lo. Para se divorciar dela e casar-se com Ana
Bolena, com quem tinha um romance, ele teria que controlar a Igreja Romana
na Inglaterra. Os atos de Henrique constituíram-se na causa direta e pessoal
do início da Reforma... Pag. 268. 1995
Porém, não foi apenas a não aceitação do divórcio pelo papa que levou
Henrique VIII a romper com a Igreja Católica. Problemas políticos entre Inglaterra e
Roma vinham desde a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), quando os altos dignitários
católicos, localizados em Avignon, estavam mais próximos dos franceses que dos
ingleses, durante o chamado Cisma do Ocidente. Havia ainda sérias críticas ao clero
católico na Inglaterra desde ao menos o final do século XV, cujo principal expoente foi
John Wycliff. Tais críticas eram tanto doutrinárias quanto sobre o comportamento
luxuoso dos clérigos católicos em momentos de penúria econômica da sociedade
inglesa.
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Recebe o nome de Guerra dos Trinta Anos uma série de guerras e conflitos que diversas nações
europeias travaram entre si a partir de 1618, principalmente na Alemanha, motivados por rivalidades
religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais. Os conflitos religiosos ocorridos na Alemanha, mas que
foram solucionados com a assinatura da Paz de Augsburgo em 25 de setembro de 1555 estabeleceram um
período no qual cada príncipe podia estabelecer sua crença aos habitantes de seus domínios. O equilíbrio
manteve-se enquanto as crenças predominantes restringiam-se à religião católica e luterana, mas a
chegada do calvinismo complicaria o cenário. Considerada uma força renovadora, a nova linha religiosa
conquistou diversos soberanos. Os jesuítas e a Contra Reforma, por outro lado, contribuíram para que o
catolicismo reconquistasse forças. Assim nasceu o projeto expansionista dos Habsburgos, idealizado por
Fernando, duque de Estíria, que fora educado pelos jesuítas. O perigo ameaçava tanto as forças
protestantes no Norte como a vizinha França.
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mais importante deles eram Giovanni Pietro Caraffa(1476-1517), que seria eleito Papa
Paulo lV, em 1555, e Gaetanodi Tietê 1480-1547, eles foram as fontes de inspiração dos
papas reformadores, pois estavam(fato que Caraffa estava) ligados ao dogma medieval
da igreja Romana.O grupo de clérigos que estavam espiritualmente preparados apoiava
qualquer movimento que contribuísse novamente de volta o retorno da convicção de sua
amada igreja, que ela voltasse a ter confiança do povo. O Oratório do Amor Divino
inspirou de certa forma a várias novas ordens reformistas entre elas a ordem dos Teatina.
Outra ordem que surgiu nesse período como forma de renovação dentro da igreja
católica romana foi a ordem dos capuchinhos. Fundada por Matteo de Bascio em 1525
como uma facção reformada dos franciscanos, ela atraiu grandemente os camponeses
com seu espírito sacrifical de serviço e o jeito de pregação, o nome dessa ordem e como
ela era reconhecida era por causa do capelo pontudo e dos pés descalços dos monges,
suas vidas e capelas eram mais simples do que as dos teatinos.Em 1528 a ordem dos
Capuchinhos foi aprovada pelo papa.
então como papa ele fortaleceu esses instrumentos, todavia não conseguiu porem
libertar o papado do controle político da Espanha, além de ter praticado o nepotismo7
Por mais que o fato dos papas da Renascença, amantes da luxúria, gananciosos,
terem sidos bem sucedidos no século XVI, que alguns papas zelosamente sustentavam a
reforma, também ajudou o crescimento do protestantismo Paulo III foi tão favorável á
causa da reforma que seu pontificado marca um ponto importante na contra Reforma, no
seu papado foi formado então a ordem jesuíta, a mesma foi criada pela inquisição, foi
publicado o Índex dos livros, que tratava as obras que os católicos não podiam ler e no
Concílio de Trento em 1545 foi instalado. Pio IV, o sucessor de Caraffa, conseguiu
eliminar o nepotismo e regulamentar os poderes do Colégio dos Cardeais, quem
realizou uma reforma financeira foi Sixto V, e com um zelo espiritual renovado e com
reformas práticas, a igreja de Roma, que seu chefe e a partir do mesmo foi que
conseguiu levar a Reforma a seus membros da Europa e trazer muitos dos protestantes
de volta para a igreja romana. O papado tinha conseguido em 1590 consideráveis
vitórias por causa a estas reformas. Latourette disse que o século XIX foi o grande
século das missões protestantes, o século XVI graças aos Jesuítas foi o grande século
das missões católicas, Jesuítas espanhóis, portugueses e, mais tarde franceses, fizeram
que a América Latina reconhecesse sua fé, e ao sudeste da Ásia Quebec. a expansão
religiosa só se tornou possível com a exploração e colonização dessas áreas pelas
nações já ditas. Em 1622, os chamados patrocínios nacionais das missões pelos
governantes desses estados deram lugar, à sagrada Congregação para a Propagação da
fé, que a mesma foi criada por Gregório XV. Duas ordens participaram desse trabalho e
ate mesmo alguns dos seus monges foram martirizados que foram as ordens
dominicanas e franciscanas.
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Nepotismo é um termo utilizado para designar o favorecimento de parentes ou amigos próximos em
detrimento de pessoas mais qualificadas, geralmente no que diz respeito à nomeação ou elevação
decargos públicos e políticos. Etimologicamente, este termo se originou a partir do latim nepos, que
significa literalmente “neto” ou “descendente”. Originalmente, a palavra era usada exclusivamente no
âmbito das relações do papa com seus parentes.
.
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de relógios e com sua disposição a adaptar-se a cultura chinesa no que se diz a roupas e
costumes, quando ele chegou a Pequim por volta de 1601, logo cerca de 6.000 pessoas
já estavam o seguindo, os jesuítas por volta de 1700, alegavam ter 300.000 pessoas os
seguindo na China, os monges foram expulsos quando o imperador se voltou contra eles
cerca do século XVIII. O pregador que pregou em muitas partes do Oriente, Francisco
Xavier, chegou a Kagoshima no Japão em 1549, os monges por volta de 1614 alegavam
ter ganho 300.000 japoneses, com guerra e martírio e uma perseguição horrível,destruiu
rapidamente esses esforços no século XVI. O homem que estudava a cultura da Índia e
se vestia como membro da casta mais baixa da mesma era Roberto de Nobili 1577-
1656, ele foi o instrumento usado na implantação da igreja católica na Índia, como uma
nação o povo filipino, votou-se para o catolicismo na segunda parte do século XVI e
essa igreja ainda conta com o compromisso da maioria do povo. Alcançada por monges
a Indochina foi fundada lá uma forte igreja católica; Através dos espanhóis e
portugueses a América Central e a do Sul, e Quebec através dos franceses, foram
acrescentadas ao rebanho. Ainda é dominante nessas áreas o catolicismo, o
imperialismo eclesiástico de Espanha, Portugal e França andavam de mãos dadas com o
imperialismo político. Os jesuítas tiveram um papel preponderante em toda essa
expansão, certo monge dominicano Bartolomeu de las Casas, que no início da era da
expansão missionária, havia escrito contra os maus tratos dos índios pelos colonizadores
espanhóis e foi contra a escravatura. Sob ordens de Philip Neri o cardeal Cesar
Baronius, assumiu o encargo de pesquisar e escrever seus doze volumes dos Anais
Eclesiásticos que foi em 1588-1607, foi feito para refutar os treze volumes do
Magdeburg Centuries editados por MatthaisFlaciusIIIlyricus, pintava o papa como o
Anticristo era o ultimo volume desta coleção, e Baronius falava que a igreja Católica
Romana tinha sempre sido unida e inalterável e sempre fiel ao ensino apostólico, . O
regente do coro da catedral de São Pedro Giovanni da Palestrina compôs uma música
polifônica, que tinha um mosaico de sons e foi criado por cantores cantando diferentes
linhas melódicas, noventa missas e cerca de 500 motetos ele escreveu que proclamavam
o espírito triunfante da Contra Reforma. O que expressava o triunfalismo da igreja era a
arquitetura barroca, as colunas de GionaniBernini em frente a Catedral de São Pedro em
Roma e o altar dentro da igreja proclamavam a majestade da igreja. A igreja II Gesu em
Roma e o palácio Escorial, igreja-Monastério de Felipe II, ao norte de Madri, são outros
exemplos.
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Sendo assim surgiu de contra partida mais uma ordem para aplacar o
crescimento do protestantismo, e esta ordem é chamada de ordem dos Jesuítas.
A ordem Jesuíta foi a arma mais eficiente de propaganda positiva usada pela
igreja de Roma, que se afirma na pregação feitas por monges bem treinados como forma
de reconverter os adeptos do protestantismo. Ignácio de Loyola (1491-1556) foi o
fundador da ordem, ele era de uma família rica basca nobre, depois de um tempo que
enfrentou lutas, amores e jogos como era de costume de um membro de uma família
nobre da Espanha, ele fez-se soldado, contra os franceses em 15218 sua perna foi
esmagada, e um período grande ficou em um hospital enquanto sua perna era
8
A Guerra Italianade 1521 - 1526, Também conhecida como Guerra dos Quatro Anos. Faz parte das
guerras italianas, em 1521 a 1526 este conflito se desenvolveu, a republica da Veneza e Francisco l da
França lutaram contra o império romana-germânico Carlos I de Espanha. Houve varias causas do conflito,
entre as quais estava a eleição, de Carlos I em 1519 e 1520 como imperador do sacro império romano, e
houve uma necessidade do Papa Leão X para se ajuntar e este e assim combater as ideias de Martinho
Lutero.
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Portanto, podemos concluir que a ordem dos jesuítas trouxe prestigio para igreja
Católica e, além disso, novas terras, em virtude da conquista do Novo Mundo por parta
da Espanha e Portugal, consequentemente novos católicos para uma igreja que até então
se via efunda na imoralidade e sem perspectivas.
impopulares. Quem tinha duas armas de coerção para apoiar a propaganda feita pelos
jesuítas era a igreja de Roma, que era a Inquisição se originara na luta contra os
albigenses no sul da França nos primórdios do século XIII. E na Espanha foi
estabelecida por autorização papal (1480), para fazer frente ao problema da heresia
neste país. No comando de Tomás Torquemada, cerca de 10.000 pessoas foram
executadas. E sob Ximenes, cerca também de 2.000 pessoas morreram, Caraffa em sua
insistência na inquisição Romana foi proclamada por uma bula papal de Paulo III, como
instrumento de combate em 1542 a heresia em todo mundo.Sendo acusados de culpados
ate provarem ao contrario, os acusados não podiam ser acareados com seus acusadores,
eram forçados a irem contra os seus próprios testemunhos, e sob tortura eram obrigados
a confessar, todavia se condenados eram punidos com o confisco de bens, prisão,
queima na fogueira, isso só não aconteceria se caso confessassem e se retratassem, eram
feitas essas punições pelas autoridades seculares sob os olhos de vigilantes dos
inquisidores. Cooperando com os protestantes na disseminação de suas idéias foi o
desenvolvimento da imprensa em meados do século XV, e em contrapartida a igreja
Romana se movimentou e criou o Índex, que criou uma lista de livros que os fiéis não
poderiam ler, a lista foi publicada em 1543 sendo a primeira e no comando de Caraffa e
aprovada por Paulo III, e em 1559 Caraffa como Paulo IV promulgou o Índex Romano
de livros Proibidos, os livros que como Erasmo e algumas edições protestantes da Bíblia
estavam na lista, e em 1561 uma congregação especial do Índex foi encarregado pelo
papa de manter a tal lista atualizada. Índex fez com que os católicos romanos evitassem
que lessem literatura protestante a inquisição obrigou muitos protestantes a se
retratarem, e em 1966 o Índex foi abolido. Mais do que ninguém Paulo III, enxergava a
necessidade da reforma na igreja Romana, sabemos que foi ele que em 1540 estabeleceu
para autorizar a ordem dos jesuítas que estabeleceu a inquisição Romana.
abusos clericais e uma possibilidade de uma cruzada contra os incrédulos. Sabemos que
embora os 255 clérigos assinassem os decretos finais, cerda de um pouco mais de 75
estiveram presentes a maioria das 25 sessões. Então podemos concluir queo objetivo do
concilio era assegurar a unidade da fé e a disciplina eclesiástica em virtude da divisão
feita pela reforma protestante, razão pela qual é denominado também, de concilio contra
reforma. Houve alguns papas que tiveram participação no concilio de Trento, que são
eles: Papa Paulo III (papado 1534 a 1549), Papa Júlio III (papado 1550 a 1555), Papa
Marcelo II (papado 1555), Papa Paulo IV (papado 1555 a 1559), Pio IV (papado 1566 a
1572). Em relação ao concilio de Trento, Simon diz:
O Concilio foi dividido em três períodos, que são eles, primeiro período em
1545 a 1548, segundo período foi de 1551 a 1552 e no terceiro período foi em 1562 a
1563. Vamos analisar algumas series de sessões como podemos ver que na primeira, ela
tratou de diversas questões doutrinarias, declararam que não somente a Bíblia mais
também as Escrituras canônicas e os livros apócrifos da vulgata de Jerônimo e a
tradição da igreja eram autoridade final para os fieis, olhando sobre a discussão da
justificação pela fé, este assunto terminou com uma decisão de que o homem era
justificado pela fé e suas obras subsequentes, e não apenas pela fé, o concilio confirmou
os sete sacramentos e os decretos sobre a reforma dos abusos eclesiásticos foram
formulados. Sobre a segunda serie de sessões foi tratado sobre o dogma da
transubstanciação que foi reafirmado e consigo trazendo outras decisões sobre a reforma
foram tomadas, e por ultimo e não menos importante a serie de sessões se ocupou com
discussões detalhadas sobre os outros sacramentos, regras sobre o casamento, decretos
sobre o purgatório, e vários assuntos que trataremos um pouco mais a frente.
32
A reforma do Clero causou algumas mudanças tais elas como a Instrução bíblica
nos seminários, a fim de combater o protestantismo no seu próprio terreno, e que todo
clero nas funções paroquiais, pregasse o evangelho. E por sua vez os monges foram
proibidos de pregar sem licença do bispo respectivo. Até então muitas das posições
eclesiásticas mais importantes eram ocupadas, a pretexto de renumeração, por homens
que não pretendiam prestar qualquer serviço.
Para dar aos futuros padres melhor educação intelectual e sacerdotal, decidiu-
se a criação de um seminário por diocese. A doutrina católica foi definida
com intransigência relativamente as inovações protestantes: Os fieis
conquistam a salvação pela fé, mas também por um pratica regular e
cotidiana; A fé deve alimentar-se não só nas fontes bíblicas e mais também
nos ensinamentos dos padres da igreja. (CÂMARA NETO, 2000, p.103)
A versão latina da Bíblia, feita quase toda por São Jerônimo. Escrita no século
IV foi oficializada pela igreja católica no concilio de Trento em 1545. Todavia
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apontaram mais tarde erros de tradução e a edição padrão corrigida foi estabelecida em
1592, no papado de Clemente VIII.
•Foi decretado que Adão ao pecar perdeu a santidade e a retidão em que foi
criado o levou a sua própria culpa e a toda posteridade,
• Batismo;
• Crisma;
• Eucaristia;
• Penitencia;
• Matrimonio;
Uma congregação especial do Índex, criada em 1571, foi encarregada pelo Papa
de manter a lista atualizada. O Índex evitou que muitos católicos romanos lessem
literatura protestante e a Inquisição obrigou muitos protestantes a se retratarem. O Índex
foi abolido em 1966.
O símbolo da fé Católica:
• Os sete sacramentos;
O catolicismo romano, até o ano de 1565, tinha mobilizado suas forças, contra o
protestantismo. As doutrinas e as práticas católicas tinham caráter autoritário. A
Inquisição e o Índex haviam se aperfeiçoado.
"jesuítico", por seguir o estilo que o arquiteto italiano Giacomo da Vignola arquiteto
italiano, Precursor das concepções barrocas, destacou-se pelo equilíbrio entre
classicismo e liberdade de composição. Imprimiu à igreja de Roma, e por coincidir com
a rápida expansão da Companhia de Jesus. A conjunção de arte e teologia foi mais uma
evidência de que a mudança da igreja havia chegado ao povo.
Renovou-se por esse tempo, a piedade mística medieval, onde os monges foram
evangelizar as regiões da Germania e as ilhas Britanicas, e seus mosteiros eram lugares
privilegiados para a reflexão teológica. Novas ordens de frades e freiras foram
organizadas com novas regras.
O que foi de mais importância para o catolicismo foi à criação das escolas
religiosas e a catequese dos não cristãos pelos jesuítas, que não somente intensificaram
a oposição contra o protestantismo, como também renovaram o espírito de sacrifício e
de coragem missionária levando a fé e a doutrina até os mais longínquos lugares.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Enfim, todo o nosso esforço para a realização deste trabalho não tem como
objetivo dar um ponto final a este assunto, e sim, colocar o nosso ponto de vista nas
reações feitas pela igreja para que pessoas ao tomarem conhecimento desta linha de
raciocínio viessem enxergar um novo horizonte.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1989.
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São Paulo: Juerpe, 1980.
ARRUDA, José Jobson de A.; Piletti, Nelson. Toda a História .7ª ed. São Paulo:
Editora Ática, 1998.
COELHO, Mário Marcelo. O Que a Igreja Ensina Sobre....São Paulo: Editora Canção
Nova, 2007.
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Paulinas, 1995.
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e São Paulo: JUERP, 1980.
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