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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUA


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AS PRÁTICAS DA SUPERVISÃO ESCOLAR, BUSCANDO A INCLUSÃO


EDUCACIONAL – CRIANÇAS ESPECIAIS COM SÍNDROME DE DOWN

Maria Lúcia de Menezes

ORIENTADORA:

Profª. Geni Lima

Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AS PRÁTICAS DA SUPERVISÃO ESCOLAR, BUSCANDO A INCLUSÃO


EDUCACIONAL – CRIANÇAS ESPECIAIS COM SÍNDROME DE DOWN

Maria Lúcia de Menezes

Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário


Candido Mendes como condição prévia para a conclusão
do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em
Administração e Supervisão Escolar.

Rio de Janeiro
2010
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AGRADECIMENTOS

A todos os autores, corpo docente do Instituto A Vez


do Mestre. A professora Geni Lima pela revisão dos
textos, a Suzana pelo auxílio na formatação.
Aos alunos e pessoas que, direta e indiretamente,
contribuíram para confecção desse trabalho
acadêmico e sua constante atualização.
A APAE-RIO na pessoa da coordenadora Glória e ao
meu primo Flávio que colaborou na digitação dos
textos.
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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho ao meu companheiro Ademir,


que tanto colaborou para a confecção e o
aperfeiçoamento do mesmo. Também, a Maria Ivete
com todo o material fornecido para as pesquisas e
conclusão desse trabalho.
Minha irmã, Laurinda, pela compreensão em
colaborar com minhas necessidades pela falta de
tempo. Ana Paula que deu-me a idéia de estudar a
Pós-Graduação.
Aos meus pais in memorium, Adauto Rabelo
Menezes e Teodomira Marques Menezes.
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RESUMO

Contribuições de alguns pensadores da história para as práticas


educacionais. "É sábio o homem que pôs em si tudo que levará à felicidade ou
dela se aproxima". Sócrates (2009, p. 8), Nova escola, ed. Abril. Para
Aristóteles, o hábito da virtude deve ser adquirido na escola. (2009, p. 15),
Grandes Pensadores, ed. Abril, ed. Edição Especial.
A abordagem deste estudo tem como fundamento, a educação
inclusiva e os novos métodos inovadores de ensino, oferecidos pelo sistema
educacional de ensino. A proposta apresentada através de currículos
diferenciados, com conteúdo específico, tem como finalidade despertar o
interesse tanto da equipe gestora como na comunidade num propósito de
solidariedade entre todos pertencentes ao núcleo escolar, na tentativa de
melhorar cada vez mais o ensino pelos métodos aplicados, que melhor atenda
a todas as crianças com suas necessidades especiais educacionais. Sem
deixá-las de lado por tais dificuldades, que independentemente de sua
deficiência estão presentes em cada criança as suas habilidades, necessitando
apenas do interesse maior da escola e todo o seu corpo docente, propor aos
alunos novos métodos através de avaliação do aprendizado e também outros
questionamentos relacionados às condições físicas e biológicas do aluno. A
conscientização dos direitos para todos e a necessidade de transformação da
escola, pede mudança e as mudanças são necessárias de forma a atender a
todas as crianças em condições adaptáveis nas suas especificidades
individuais. Todos os alunos com deficiência demonstram satisfação no
ambiente escolar de acordo com a sua acomodação física, proporcionada pela
escola no sentido de fazer com que os alunos se sintam integrados, sem serem
avaliados pela sua condição física ou mental e sim por serem avaliados por sua
capacidade individual e não considerados por serem inabilitados.
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METODOLOGIA

A obra de Piajet leva à conclusão de que o trabalho de educar


crianças não se refere tanto à transmissão de conteúdos quanto quanto a
favorecer a atividade mental do aluno. Conhecer sua obra, portanto, pode
ajudar o professor a tornar o seu trabalho mais eficiente, (2009, p. 91). Grandes
Pensadores, ed. Abril. Compilação dos volumes 1 e 2.

A educação contemporânea busca apresentar critérios curriculares


de adaptação de como os alunos devem aprender através das referências
metodológicas científicas, baseadas em teorias diversas para que as práticas
curriculares possam ser colocadas em evidência dentro dos parâmetros éticos
da escola. A aplicação das habilidades básicas da docência no cotidiano em
determinadas situações escolares, vem buscando diálogos abertos, com
objetivo de construir junto às políticas públicas da inclusão social e educacional
e nas políticas de formação dos professores para atender a demanda numa
perspectiva inclusiva. Para que uma gestão educacional seja bem definida,
vários aspectos deverão ser levados em consideração, buscando configurar
dentro das políticas públicas quanto nas políticas educacionais, abordagens
das políticas da educação brasileira. Para uma supervisão e /ou gestão
educacional no sentido mais amplo e abrangente, relacionados à
implementação da inclusão no contexto metodológico a ética supervisora,
busca nos conselhos escolares identificar problemas de alta relevância, para o
bom desempenho dos profissionais. Política de formação dos professores para
o desenvolvimento profissionail e humano. Um tema que merece ser destacado
considerando a formação dos docentes, o sucesso das reformas educativas do
novo sistema regular de ensino, valorizando as práticas educacionais, como
eixo fundamental do paradigma da inclusão. Criar alternativas para superar as
dificuldades, previstas na identificação e solução de casos especiais dos
docentes. Justificar a prioridade de recursos favoráveis para cada caso
identificado. Proposta curricular diversificada e flexibilidade quanto a
organização das salas e ao funcionamento das mesmas, dando condição ao
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profissional para exercer a sua função pedagógica, através dos métodos


direcionados ao ensino inclusívo. O princípio da educação inclusiva exige
mudanças, estrutural e cultural das escolas, para que todos os alunos sejam
atendidos e respeitados dentro das suas especificidades. A inclusão se trata de
uma política de mudanças necessitando de apoio e recursos financeiros das
políticas educacionais consideradas indispensáveis. Esses recursos promovem
o interesse para a capacitação dos docentes, em adquirir conhecimentos para
desempenhar suas funções de educadores e precursores das reformas
educacionais, para levar aos alunos um trabalho docente, digno para
integração social dos alunos no ambiente escolar, através de atividades dentro
e fora da sala de aula, com novos conceitos e novas idéias pedagógicas
denominadas pedagogia progressista. O seu principal representante foi Paulo
Freire (1960). O supervisor escolar deverá ter uma visão futura, através da
autonomia da escola para responder as possibilidades que terá, esses alunos
no sucesso de seu aprendizado na escola regular e também aos seus
responsáveis através da sua autonomia a quem a escola servem. O educador
Anísio Teixeira propôs e executou medidas para democratizar o ensino
brasileiro e defendeu a esperiência do aluno como base do aprendizado, (2009,
p. 95). Nova Escola ed. Abril. Na sua concepção o processo de aprendizado do
aluno, se avança de acordo a tomada de decisão do educando possibilitando
ao aluno seu aprendizado, através das suas necessidades e condições
favoráveis para desenvolver o seu sentimento. Despertar nas crianças o seu
interesse através dos métodos propostos, o bem estar, a liberdade, a
permanência e a satisfação apresentadas pelas crianças, o sentido acolhedor
vendo no educando o personagem do seu imaginário. Através de uma
educação em mudança permanente, em permanente reconstução. O espaço
escolar, um local de prazer onde ele se sinta bem adaptado e aceito como tal1.

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FME – Fórum Mundial de Educação – Espaço Coletivo para constituir um novo modelo de
educação. 27/30 de março de 2008 – Rio.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

Ação supervisora face a Educação Inclusiva 11

CAPÍTULO II

O supervisor e as práticas inclusivas para crianças especiais 22

CAPÍTULO III

Possíveis intervenções do supervisor escolar no processo inclusivo 31

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 41

WEBGRAFIA 42

ÍNDICE 43

ANEXO I – Nota Zero em Gestão 45

ANEXO II – A educação universalizada 48

ANEXO III – Dicas de relacionamento com a deficiência 50

ANEXO IV – Documentário especial revela atualidade do pensamento 52

ANEXO V – Declaração da APAE-Rio 55

ANEXO VI – O Mamoeiro - Gravura de Tarsila do Amaral 56

ANEXO VII – Folder da APAE-Rio 57

ANEXO VIII – Folder do Espaço de Inclusão – ISERJ 58


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INTRODUÇÃO

O cultivo da perfeição. "A Educação, para Aristóteles, é um caminho


para a vida pública e o exercício da ética". Um dos fundamentos do
pensamento de Aristóteles é que todas as coisas tem uma finalidade. Por ter
pontencialidades múltiplas, o ser humano só será feliz e dará sua melhor
contribuição ao mundo se desfrutar das condições nacessárias para
desenvolver o talento. A Organização Social e Política, em geral, e a Educação,
em particular, têm a responsabilidade de fornecer essas condições. (Ibidem:
2009, p. 14).

O conteúdo deste trabalho tem interesse em levar ao leitor o


conhecimento teórico e metodológico, levando a compreender o processo
educativo no desempenho das práticas pedagógicas para crianças especiais,
no contexto escolar e familiar. A sua importância para o desenvolvimento e
implementação de propostas curriculares, deve atender a demanda e a
diversidade da inclusão escolar. Procurou identificar através de comparações,
sugestões, opiniões e críticas entre autores filósofos e leis para melhor
desenvolver o processo educacional para crianças especiais. Verificou os
métodos de ensino, com propostas pedagógicas diferenciadas e das práticas
integradoras da inclusão no sistema regular de ensino. A preocupação do
supervisor, para que a equipe escolar possa desempenhar as suas funções
com interesse e entusiasmo, é relevante no sentido de ampliar: espaços físicos,
culturais, sociais e artísticos, atividades pedagógicas variadas elevando e
destacando um papel preponderante face à inclusão escolar. Uma vez que o
sucesso da escola pública, depende muito da ação supervisora e das
propostas em superar as divergências em sala de aula comum e uma sala de
aula inclusiva. Avaliar os fundamentos, da educação inclusiva voltados para
solucionar os problemas que cada criança, na sua condição individual exige da
escola. Segundo Vygotsky “o desenvolvimento mental das crianças é uma das
mais estudadas pela pedagogia contemporânea”. O seu conceito chave é a
mediação. Segundo a sua teoria, “toda relação do individuo com o mundo é
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feita de instrumentos técnicos – as ferramentas agrícolas, que transformam a


natureza – e da linguagem – que traz consigo conceitos consolidados da
cultura a qual pertence o sujeito", (2009 p. 92). O supervisor escolar, na sua
área de atuação educacional terá como princípio, estimular e criar para
desenvolver o pensamento criativo, motivando a discussão relacionada a
comunidade escolar em função do projeto apresentado, a respeito das
inovações das práticas educativas nos variados ambientes escolares. A sua
finalidade, é garantir uma qualidade de ensino de forma a assegurar todas as
crianças ao ingresso escolar como também sua permanência na escola,
identificar quais as necessidades para a uma reflexão, e que mecanismos e
ferramentas, o supervisor buscará para efetivação de suas práticas e quais as
mais necessárias. Comprovando o sucesso obtido, através das propostas
apresentadas no contexto sócio educacional familiar. Portanto, a escolha do
tema despertou - me interesse pelas disciplinas apresentadas no curso e
baseado em pesquisas bibliográficas, como oportunidade de conhecimento
para compreender as funções da aprendizagem discutidas por várias teorias,
as quais deverão ser identificadas como orientadoras das práticas modernas do
sistema regular de ensino. Na condição de avaliar ações e distinguir através da
sua consciência moral, o certo e o errado, o justo e o injusto, considerados
valores e deveres incorporados por cada cultura. Dessa forma, cabe o
supervisor e /ou gestor desempenhar os seus deveres, através da ética
supervisora a qual rege a conduta humana.
CAPÍTULO I
AÇÃO SUPERVISORA FACE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

O verdadeiro compromisso envolve o crescimento do indivíduo e do


grupo, juntamente com o aperfeiçoamento constante. O líder comprometido
dedica se ao crescimento e aperfeiçoamento de seus liderados. Ao pedirmos
às pessoas que lideramos que se tornem o melhor que puderem; que se
esforce no sentido de aperfeiçoarem sempre. Devemos também demonstrar
que nós como líderes, estaremos também empenhados em crescer e nos
tornarmos o melhor que pudermos (O monge e o executivo).

A concepção supervisora, é a análise crítica dos modelos de


supervisão escolar junto aos professores no processo transformador, com
relação a aceleração dos tempos atuais. A sua tarefa é buscar caminhos
alternativos, criando novos mecanismos educativos que condizem com estas
mudanças, considerando um verdadeiro desafio que lhe foi apresentado. Como
interventor na apresentação das práticas educativas, deverá ser um líder
criativo e eticamente capaz de transformar constantemente o ambiente escolar,
influenciando seus líderes para o crescimento e aperfeiçoamento dentro dos
parâmetros educativos e adaptáveis aos diferentes ambientes. Sendo
conhecedor das suas funções, sobretudo a consciência da sua
responsabilidade e o seu compromisso para o aperfeiçoamento da equipe
escolar, levando-os a se tornarem o melhor que puderem. Dentro de uma
dinâmica, como intermediador do ambiente escolar, deverá buscar sempre o
melhor com determinação, de forma a amenizar as questões em foco. O
supervisor exerce um papel a contribuir diretamente com a equipe escolar, e ao
mesmo tempo buscar sugestões, as quais servirão como base de apoio face às
mudanças necessárias, numa perspectiva futura e comprometida com uma
escola democrática com o sucesso obtido através de sua liderança.
1.1. Breve histórico da Supervisão Escolar

A origem da supervisão escolar – supervisão – ação ou efeito de


supervisar ou supervisionar.

No regime feudal a economia de subsistência imperava para atender


as necessidades de consumo restritamente. De acordo com a produtividade
excedente existia a idéia de permuta “troca”. Com o decorrer dos anos a
agricultura passa por um processo de evolução. A produtividade migra do
campo para as cidades, passando da agricultura ao processo industrial. A partir
dessa mudança, esse deslocamento chega ao processo cultural, isto é, “luz do
saber” passando por vários processos culturais que automaticamente
corresponde o deslocamento do processo educativo, surgindo aí o início de
noção supervisar.

Com a chegada dos jesuítas no Brasil começa a fase da atividade


educativa. Em 1549 é criado um plano de ensino idealizado e formulado por um
dos primeiros jesuítas, Padre Manoel da Nóbrega. O Ratium Studiorum é
adotado pelo plano geral do jesuíta em 1570. Após a morte do jesuíta Manoel
da Nóbrega, já deixando como idéia supervisora. Em 1552 a companhia de
Jesus elabora sua própria constituição que entra em vigor, a constituição, pelo
então fundador, Inácio de Loyola essa constituição já trazia nas linhas mestras
dando início a organização didática apresentando espírito animador para que
as atividades pedagógicas da ordem da companhia de Jesus desenvolvessem
esse trabalho num plano constituído por um conjunto de regras. A regra
numero 1 estabelece o dever do prefeito geral (assistente para auxiliar) o reitor
na “ordenação dos estudos”. Em 17/02/1854, é regulamentado durante as
reformas de ensino Couto Ferras, estabeleceu como missão do inspetor geral
“Supervisionar”. Seja por seus colegas ou pelos membros do Conselho Diretor,
todas as escolas, colégios, casas de educação, estabelecimentos de instrução
primária e secundária, públicas e particulares. (Ibidem: 90, grifo meu). Iniciando
a função supervisora.
1.1.1. Função supervisora

Para Gramsci, a função do intelectual (e da escola) é mediar uma


tomada de consciência (do aluno por exemplo) que passa pelo
autoconhecimento individual e implica reconhecer, nas palavras do pensador,
"O próprio valor histórico". (2009, p. 84). Grandes pensadores, ed. Abril. Nova
Escola.

O supervisor escolar deve buscar uma forma de trabalho, através de


uma linha que acredita ser alternativa para apresentação do seu projeto
curricular para a elaboração e administração do trabalho didático. Essa linha
busca também obter melhor resultado, para atingir o seu sucesso desejado
para reformulação no desenvolvimento da sua equipe gestora, para alcançar
níveis e objetivos satisfatórios de qualidade, dando assistência direta aos
professores na estruturação dos projetos em curso. Superando problemas
centrado nas escolas inclusivas, exercendo uma supervisão democrática e
participativa num clima de trabalho harmonioso e solidário junto a sua equipe
gestora, apresentando sugestões e buscando orientação superando assim
algumas divergências.

A sua função supervisora é criar, gerir e transformar. Para tal


concretização o supervisor deve ser altamente determinado, habilidoso e
perceptivo. O seu objetivo é impor atitudes as quais levarão uma
transformação, visando um novo conceito no sistema educacional inclusivo,
através das atividades curriculares propostas para a aprendizagem dos alunos,
numa classe inclusiva concretizando seu papel atual no sistema público de
ensino.

1.2. Supervisor Escolar frente à Educação Inclusiva

O respeito às diferenças partem das relações entre supervisor


escolar, educador e os conteúdos curriculares na construção da aprendizagem
e do conhecimento cognitivo de forma intencional, buscar atitudes e
habilidades nos educandos para construção da nova escola pública brasileira.
A competência docente apresenta alguns aspectos essenciais:

 Visão articulada do funcionamento da escola como um todo;


 Domínio competente e crítico do conteúdo a ser ensinado
 Clareza dos objetivos a serem atingidos

Considerando a competência docente, uma elaboração histórica


continuada, para o desenvolvimento consciente de sua prática social
pedagógica, com a finalidade participativa e encontros periódicos realizados
entre profissionais, incentivando a se capacitarem nas suas áreas específicas
para um objetivo comum.

A educação inclusiva é um processo em que se amplia nas escolas


regulares a participação de todos os docentes e alunos para melhor interação
sócio-educacional. O supervisor terá como objetivo fundamental a estruturação
da cultura, através das políticas públicas para que as práticas nas escolas
respondam as suas expectativas de ensino, objetivando a inserção de todos os
alunos numa abordagem de humanidade democrática.

1.2.1. Princípios da Gestão Escolar

A escola atualmente é um reflexo da sociedade globalizada exigindo


mudanças na sociedade e na escola. A antiga figura do dirigente escolar passa
por vários processos de transformação, abrindo espaço para uma nova direção
gestora. O perfil do novo gestor escolar é chegar para fazer valer a diferença. O
compromisso com a nova escola é prioritário para uma educação atuante,
valorizando as novas práticas e metodologias de ensino alternativo para as
mudanças no processo de ensino em evolução. O planejamento visa organizar
e orientar o trabalho da equipe escolar envolvendo todas as pessoas que
compõem o grupo dentro do espaço escolar, diretamente aqueles com
participação decisiva. O planejamento é o instrumento que mostra a direção a
seguir, ele traça as diretrizes, mediante um diagnostico que permite conhecer o
contexto escolar e o local, definindo objetivos, metas, estratégias e recursos
das modalidades avaliativas para possíveis intervenções. Traçando e
norteando metas para um trabalho planejado, organizado e orientado, sendo
monitorado e avaliado visando formar e informar para transformar a educação
escolar no contexto ensino regular através de uma administração democrática
e competente.

1.3. Origem da Educação Inclusiva

Um breve histórico da educação inclusiva – Surge como um marco


histórico para a política mundial de educação em 1994 – Espanha –
Declaração de Salamanca entra para a nossa historia, com a resolução das leis
de forma educacional e ganham destaque pelo interesse, pesquisas, debates
de modo geral e global sobre um tema polêmico e ao mesmo tempo comum em
relação a determinação oficial de determinados países membro deste
movimento através de leis, decretos e declarações: A legislação educacional,
Declaração de Salamanca – Direitos da Criança e do Adolescente – Leis de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN – 1996 – Brasil.

1.3.1. A Educação Inclusiva

“Todas as crianças conseguem aprender; todas as


crianças freqüentam classes regulares adequadas à sua
idade e em suas escolas locais, [...] recebem programas
educativos adequados; [...] recebem um currículo
relevante às suas necessidades, [...] participam de
atividades curriculares e extra-curriculares, [e] beneficiam-
se da cooperação e da colaboração entre seus lares, sua
escola e sua comunidade” (Brunswick, 1994; ver também
Porter e Richler,1991). (2007,p.14) José Pacheco,
ed.artmed.

Importante falar em educação, como qualidade de ensino e refletir


sobre as questões ligadas diretamente ao sistema inclusivo escolar. Vários
filósofos e pensadores que muito contribuíram para a abrangência no campo
educacional, vêm com novas teorias através dos tempos no âmbito
educacional mundial. Saber onde queremos chegar é tarefa a escolher; as
escolhas sabemos bem que é um risco, relevante saber é aonde e como
podemos chegar. Quando falamos em educação inclusiva estamos falando de
educação. Educar para Piajet "é provocar a atividade"- isto é, estimular a
procura do conhecimento. "O professor não deve pensar no que a criança é
mas no que ela pode se tornar". Diz Lino Macedo. Nova Escola (2009, p. 90)
ed. Abril.

 Educação

A educação é um processo de desenvolvimento da inteligência no


início do aprendizado. O ser humano já traz em si a sua capacitação nata, ela é
apenas apurada, ou seja, trabalhada e desenvolvida. Como a educação segue
um método de ensino, mais do que isso queremos saber o seu sentido e a sua
utilização para as praticas da nova escola.

 Inclusão

A inclusão é uma atitude solidária visto que somos todos iguais e


temos as nossas diferenças individuais inerente ao ser humano. A inclusão
escolar vem retratando para a nossa sociedade, a obrigação de direitos através
das leis de reforma sócio educacional. Sabemos bem que aceitar, ainda é uma
imposição para oferecer o que o direito exige, através de um movimento o qual
se constitui numa só palavra “inclusão”, é diferente de obrigação, incluir é
união, é aceitação. Henri Wallon, "A criança responde às impressões que as
coisas lhe causam como gestos dirigidos a ela". (2009, p. 75) Nova Escola ed.
Abril. No Brasil na época do império já existia instituições para pessoas
deficientes, considerando uma necessidade de reconhecimento, o MEC cria em
1973 o Centro Educacional de Educação Especial, responsável pela gerência
da educação especial no Brasil, criando alternativa para a superação da
educação futura, inclusão, assumindo uma prática discriminatória da inclusão e
da escola contestando a exclusão. Através da Política Nacional da Educação
Especial na perspectiva da educação inclusiva foi elaborado um Documento
pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria Ministerial nº 555, de 05 de
junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de outubro de 2007, que
acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando
contribuir, políticas públicas promotoras de uma educação de qualidades para
todos os alunos.

1.3.2. A escola e a criança especial

 Alunos Atendidos pela Educação Especial

Em 1994, a Declaração de Salamanca proclama que as escolas


regulares com orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de
combater atitudes discriminatórias e que os alunos com necessidades
educacional especiais devem ter acesso à escola regular, tendo como princípio
orientador que “as escolas deveriam acomodar todas as crianças
independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais,
emocionais, lingüísticas ou outras” (Brasil, 2006, p.30).

O que a escola tem a oferecer para as crianças especiais numa sala


de ensino regular, é que a expectativa do supervisor atinja com sucesso esta
proposta, desenvolvendo as práticas pedagógicas no novo sistema de ensino,
para que todas as crianças na sua condição individual tenham um melhor
rendimento no seu aprendizado. Normalmente as crianças com deficiências
requerem da escola, um planejamento específico priorizando espaço físico
amplo e adaptável para o funcionamento das salas de aula regulares,
favorecendo o acesso a todos sem exceção. Acomodação para cadeiras,
mesas, dependendo da necessidade de cada caso. Sabemos que para equipar
essas salas é necessário aparelhagens; como mesas para computadores, entre
outros fatores como parte integrante indispensável, aparelhagem para
educação física em casos necessários, ou na maioria das vezes com apoio e
incentivo da política nacional de educação para a formação de profissionais
capacitados, para atender esse desafio nas salas de aula inclusiva.
1.3.3. O papel da família e a criança na Escola Regular

 Função familiar

Duvali e Miller (cit. Por idem) Identificaram como função familiar:


“guardadora de afecto” entre os membros familiares, “proporcionadora de
segurança e aceitação pessoal”, promovendo um desenvolvimento pessoal e
natural, “proporcionador de satisfação e sentimento familiar, através das
actividades que satisfazem os membros da família, “asseguradora da
continuidade das relações duradouras entre familiares”, “proporcionadora de
estabilidade e socialização. Assegurando a continuidade da cultura da
sociedade correspondente. Impositora da autoridade e do sentimento do que é
correto, relacionando com a aprendizagem das regras e normas, direito e
obrigações características da sociedade humana. A família deverá ser
encarada como um todo que integra contextos mais vastos com a comunidade
em que é inserida. Wikipédia livre, 12/02 - 19:34h. O papel da familia.

A família considerada como base tradicional de uma sociedade


conjunta é formada por laços afetivos familiares. Uma tradição milenar entre os
ancestrais – casal, filhos e netos.

 A importância da família

A nova escola procura novas linhas e métodos de trabalho utilizados


na busca das soluções para amenizar a indisciplina na sala de aula no contexto
geral. O desrespeito ao professor é constante, muitas vezes os professores
como educadores se tornam impotentes diante de atitudes de alguns alunos,
forçando na maioria das vezes agir de maneira autoritária e disciplinadora. O
papel da escola atualmente, antes de ensinar passou a ter uma tarefa nada
compensadora. A educação familiar, os bons hábitos, o respeito, a disciplina na
escola, as crianças traziam de casa como bons princípios familiares. Esta
questão, merece uma reflexão por parte dos envolvidos refletindo sobre a
necessidade que deve desempenhar no processo inicial escolar. A importância
da família tem como papel fundamental na formação e educação das crianças
e adolescentes no seu dia a dia. Ao analisar a sociedade moderna, a família
tradicional deixou de existir passando por outros processos circunstanciais.
Saindo do núcleo familiar fechado, pai e mãe, para diferentes núcleos
familiares devido às constantes separações e ao mesmo tempo gerando
freqüentemente a sensação de abandono e insegurança por falta dessa
criança, saber, para entender, quem é a verdadeira família, Entre o pai e mãe,
“laços afetivos maternos”. Surgindo uma nova família, provocados pelas
separações e desajustes do próprio meu social. Essa desintegração familiar é
provocada pela competição no mercado de trabalho, crianças e adolescentes
passam a ter outro tipo de convívio, subjugados aos cuidados de outras
pessoas. Passando a existir novo processo na formação da criança. O convívio
com os pais somente nos finais de semanas, ignorando o que se passa com
essas crianças, no seu cotidiano escolar. Pela falta de atenção dispensada a
essas crianças essa lacuna é preenchida com atitudes compensadoras e
inadequadas, em satisfazê-las do querer sem limites, prejudicando o
desenvolvimento ético da criança de um modo geral. Entretanto o objetivo da
escola tem como fundamento a tarefa e o dever de ensinar e educar para
formar um cidadão digno na sociedade em que vive. Portando o papel da
família atualmente na escola do seu filho, deve ser de colaboração
compartilhada e de responsabilidade assumida como o seu elo familiar. E não
como elo da escola.

1.4. Política Nacional de Educação

Em janeiro de 2008, foi implantado a Política Nacional de Educação


Especial, projeto do Ministério da Educação e Cultura (MEC), que prevê
assegurar a inclusão escolar dos alunos com deficiência, transtornos globais e
superdotação em classe comum do ensino regular. Além da matrícula normal,
eles têm direito à outra em atendimento educacional especializado, (2009 p.
19) Revista Sentidos - ed. escala.
2

O Brasil cumpre um papel de destaque na liderança de assuntos


relacionados à educação dentro de uma ação política no processo de
ratificação para atualização de leis sobre os direitos para todos.
O ministro da educação, Fernando Hadad assina o documento de
inclusão em 01 de abril de 2008 que destaca o Brasil como líder no processo
de evolução e de incrementação da educação inclusiva dos direitos das
pessoas deficientes. Destacando o seu crescimento de 107% no número de
matriculas entre 1998 a 2006 constam do texto recebido pelo ministro. Outro
crescimento é o da evolução, no mesmo período, em 640% da inclusão de
alunos com necessidades especiais nas classes do ensino regular. A legislação
que regulamenta a educação especial apresenta traços sobre a política
educacional inclusiva. Na promulgação da Constituição da Federal em 1998, no
Título VIII capítulo da ordem social, Art. 208 - O dever do estado com a
educação será efetivado mediante a garantia de: III. Atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular
de ensino.

Em 1990 entre em vigor a lei 8.069/90 – Brasil – Estatuto da criança


e do adolescente de 13 de julho de 1990. No seu artigo 2 – considera a criança
para efeito desta lei, a pessoa até 12 anos de idade incompletos e adolescente,
aquela entre 12 e 18 anos de idade. Artigo 18 – É dever de todos velar pela
dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

1.4.1. Declaração de Salamanca

Sobre Princípios, Política e Práticas na Área das Necessidades


Educativas Especiais – Salamanca – Espanha, entre 7 e 10 de junho 1994,
reafirma o compromisso para com a “Educação para todos”.

 Estrutura de ação em Educação Especial


Procedimentos padrões na equalização de oportunidades para
pessoas portadoras de deficiências.
 Fatores relativos à escola

Mudanças em todos os seguintes aspectos da valorização, são


necessários para a contribuição das escolas inclusivas: currículo, prédios,
organização escolar, pedagogia, avaliação pessoal, filosofia da escola e
atividades extra-curriculares.

 Administração da escola

Uma administração escolar bem sucedida no sentido de atender as


necessidades dos alunos.

 Conscientização Pública

Políticos em todos os níveis deveriam promover atitudes positivas


entre alunos e professores, estratégias para equalização genuína de
oportunidades.

1.5. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96


- Brasil

Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino.

Capítulo II

Seção III do Ensino Fundamental

Art. 34 - A jornada escolar de ensino fundamental incluirá pelo


menos quadro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo
progressivamente ampliado o período de permanência escolar.

Concluindo, portanto a conscientização e a importância das políticas


públicas da educação para a sociedade.
CAPÍTULO II
O SUPERVISOR E AS PRÁTICAS INCLUSIVAS PARA
AS CRIANÇAS ESPECIAIS

“Paulo Freire dá uma grande contribuição à educação do século XXI


porque sua filosofia educacional é muito apropriada para os nossos tempos.
Sua pedagogia é muito apropriada para o trabalho que dá por agregação,
colaboração, auto-sugestão, no qual a criança aprende a partir da sua própria
experiência. É uma pedagogia adequada para esse tempo aonde as teorias do
conhecimento e do currículo adotam metodologias centrada na aprendizagem”.
Gadotti, (2007 p.21). Folha dirigida suplemento do professor - RJ.

2.1. As propostas apresentadas pelo supervisor na nova escola

A inclusão na rede pública, devido o avanço da tecnologia e dos


meios de comunicação; a informática nas escolas, tem levado os profissionais
de ensino a mudarem suas práticas pedagógicas radicalmente e alterando suas
habilidades, seus conhecimentos a apresentarem uma proposta diversificada
devido esses recursos tecnológicos serem mais atrativos e mais interessantes
para essas crianças da escola moderna. A escola como uma instituição social
educativa leva o supervisor escolar a entrar num processo de estruturação
nesse novo sistema, para formar indivíduos na sociedade com mais
conhecimento e mais capazes no contexto sócio educacional, de maneira a
articular a inclusão escolar na rede regular de ensino público. Essas
modificações são necessárias, o objetivo da escola, não é mais o mesmo que o
supervisor planeja. Os interesses, as necessidades das escolas, não serão
mais os mesmos, essas modificações exigem que o supervisor seja inovador.
As práticas partem de um supervisor criativo na apresentação de um trabalho
competente e bem estruturado. As práticas pedagógicas no sistema inclusivo é
um processo em evolução, as abordagens curriculares devem ter como papel
preponderante, facilitar a aprendizagem dessas crianças de tal forma a se
integrarem mútuamente na escola. O ensino regular vem se destacando pelo
fator igualdade e qualidade, reconhecendo que todas as crianças, embora não
tenham o mesmo grau de aprendizagem com relação aos não deficientes mas
têm a capacidade de aprender, desempenhando algumas funções. O
supervisor escolar inovador, deverá permitir que o sistema metodológico de
ensino atenda a todas as crianças usando uma estratégia e abrangência no
sentido de promover uma sociedade inclusiva estruturada e bem sucedida.

2.2 A sociedade e a inclusão social

“A democracia, essencialmente, é um modo de vida social em que


cada indivíduo conta como uma pessoa”. – Anísio Teixeira, (2009, p.95), Nova
Escola ed. Abril.

A inclusão social retrata os direitos de igualdade, de união e


aceitação, por ser um tema de alta relevância aos direitos de igualdade e
abrangência social.

A consciência da sociedade é uma aprovação para a lei da inclusão,


normalmente a conscientização pelos meios de comunicação é ainda pouco
esclarecedora. Parte dos grupos sociais se interessam pelos conteúdos das
leis; classes sociais culturais, pesquisadores, os estudiosos, as instituições
particulares. A grande massa populacional deve ser mais esclarecida e
conscientizada que a inclusão, é a quebra do preconceito social em todo o
planeta. A inclusão social e a educação para todos, não impedem as barreiras
e a falta de compreensão diante dos altos e baixos que o próprio meio social às
vezes desconhece. A falta de solidariedade é evidente, as campanhas
publicitárias fazem referências para conscientização do público numa iniciativa,
onde todos pela inclusão, façam a sua parte em parceria com a divulgação de
movimentos. O movimento superação, uma passeata feita no rio – orla de
Copacabana, com muito sucesso e a presença de vários participantes para a
conscientização do público, despertando na população sobre a importância e
relevância da inclusão das pessoas com deficiência e ao mesmo tempo
mostrando para essa sociedade que a lei existe, é necessário ser respeitada,
praticada e conscientizada. A gentileza na sociedade é uma virtude que precisa
mesmo ser todos os dias, colocada em prática através de informativos, jornais
e outros meios de comunicação. Muitas vezes dentro dos ônibus, metrôs,
bancos é comum pessoas ocuparem os assentos tomando os lugares
identificados com clareza visual e isso não impede que um ou outro cansado,
ressonar, naquele lugar sem a menor percepção, quando ao seu lado encontra
o ocupante daquele lugar e o mesmo impotente, enquanto não aparece alguém
que desperte naquela pessoa que aquele lugar tem um dono especial. Partindo
desse princípio, no campo educacional a inclusão social e escolar gera
esclarecimentos deduzindo que só existe inclusão se houver de fato, a tão
sonhada oportunidade de expressão de direito, dentro de tudo e para todos.
Pois tudo que é oportuno nos traz satisfação e prazer “a lei da inclusão, é uma
chance para tornar o indivíduo um cidadão de peso, tendo como meta o seu
sucesso e a estabilidade para contribuir com a comunidade, oferecendo de
braços abertos o que a inclusão social lhe trouxe como retorno para si, para o
meio e para o mundo.

2.3. A Síndrome de Down

Para pessoas com Síndrome de Down, trabalhar vai além de ter um


salario, é ter dignidade (Sílvia). De maneira didática algumas atribuições de
atividades são feitas para Sílvia, como cada número do relógio do restaurante
onde trabalha tem uma cor, ela associa as cores à função que deve fazer
naquele momento, isso desenvolveu sua percpção. Onde uma profissional
chefe passou a valorizar e reconhecer que pessoas com deficiência intelectual
são capazes de desempenhar atividades que antes duvidava. (2009, p.26), n.
55 ed. Escala
A doença propriamente dita – Síndrome de Down pode ser definida
como uma anomalia congênita muito complexa no número de cromossomos.
As crianças com a síndrome de down possui 47 cromossomos, um a mais do
par nº 21. Por ser chamado também de trissomia. É causada geralmente
devido ao aparecimento de um cromossoma a mais durante a formação das
células reprodutoras ou durante o desenvolvimento embrionário. Uma célula
normal possui 23 pares de cromossomos, o surgimento de três cromossomos
do par 21 (trissonomia do 21) determina a anomalia. Em alguns casos não se
pode detectar a presença de um terceiro 21, mas comprova-se a presença de
fragmentos deste outro cromossoma (translocação). Há diferença nos efeitos
causados por essas duas alterações. No trissomia 21, as modificações clínicas
são mais graves, mais a possibilidade de nascer um filho com esta anomalia é
praticamente a mesma para outro casal com a mesma idade. Nos casos de
síndrome de down por translocação, os sintomas são os menos graves , mas
este defeito é transmitido por um dos progenitores e conseqüentemente o risco
é mais elevado por pessoas afetadas pela anomalia. A síndrome de down é um
distúrbio genético causado pelo cromossoma 21. Ocorre ao acaso durante a
divisão celular do embrião na célula normal do homem, existem 46
cromossomas divididos em 23 pares e as pessoas com síndrome de down
possuem 47, sendo o cromossoma extra ligado ao par 21, essa modificação
impede alguns desenvolvimentos, como estatura, fala e atividades intelectuais.
Antes, a perspectiva de vida para essas pessoas era somente até a
adolescência.

2.3.1. A orígem da Síndrome de Down

A síndrome de down ou trissomia do cromossomo 21 é um distúrbio


genético causado pelo cromossomo 21 extra total e ou parcialmente. Recebe o
nome em homenagem a John Langdon down, o médico britânico que
descreveu a síndrome em 1862 [1]. A sua causa genética foi descoberta em
1958 pelo professor Jerôme Lejeune. A síndrome é caracterizada por uma
combinação de diferenças maiores e menores na estrutura corporal.
Geralmente a síndrome de down associada a algumas dificuldades de
habilidade cognitiva e desenvolvimento físico, assim como de aparência. A
síndrome de down é geralmente identificada no nascimento. Portadores de
síndrome de down podem ter uma habilidade cognitiva abaixo da média,
geralmente variando de retardo mental leve a moderado. Um pequeno número
de afetados possue retardo mental profundo é a ocorrência mais comum
estimada em um a cada 800 a 1000 nascimentos.
2.3.2. Características da Síndrome de Down

As características comuns da síndrome de down também estão


presentes em pessoas com um padrão cromossômico normal. Elas incluem a
prega palmar transversa (uma única prega na palma da mão ao invés de duas),
olhos com formas diferenciadas devido às pregas das pálpebras, membros
pequenos, tônus muscular pobre e língua protrusa. Os afetados pela síndrome
de down possuem maior risco de sofrer defeitos cardíacos congênitos, doença
do refluxo gastroesofágico, otites recorrentes, apnéia de sono obstrutiva e
disfunções da glândula tireóide. A síndrome de down é um evento genético
natural e universal estando presente em todas as raças e classes sociais.

 Principais Características da Síndrome de Down

São a hipotomia (flacidez muscular, o bebê é mais “molinho”). O


comprometimento intelectual, (a pessoa aprende mais devagar) e a aparência
física de uma pessoa com síndrome de down, podem apresentar todas ou
algumas das seguintes condições físicas: olhos amendoados, uma prega
palmar transversal única (também conhecida como prega simiesca, dedos
curtinhos, fissuras palpebrais oblíqua, ponte nasal achatada, língua protrusa
(devido à pequena cavidade), pescoço curto, pontos brancos nas Iris conhecida
como manchas de Brushfield [2], uma flexibilidade excessiva entre o hálux e
segundo dedo do pé. Apesar da aparência às vezes comum entre pessoas com
síndrome de down, é preciso lembrar que o que caracteriza a pessoa ou
indivíduo é a sua genética familiar, que faz com que ele seja parecido com seus
pais e irmãos. As crianças com síndrome de down encontram-se em
desvantagem em níveis face à criança sem síndrome de down já que a maioria
dos indivíduos com síndrome de down possuem retardo mental de leve (Qi 50-
70) a moderado (Qi 35-50) [3], com os escores de crianças sem síndrome de
down, já que a maioria das crianças com síndrome do tipo mosaicos
tipicamente 10-30 pontos maiores [4]. Além disso, crianças com síndrome de
down podem ter sérias anomalias afetando qualquer parte do sistema corporal.
Outra característica freqüente é a microcefalia, um reduzido peso e tamanho do
cérebro. O progresso na aprendizagem é também tipicamente afetado por
doenças e deficiências motoras, como infecciosas recorrentes, problemas na
visão (miopia, estigmatismo ou estrabismo) e na audição. Síndrome de Down,
Wikipédia, enciclopédia livre, acesso - 00:31h 05/02/2010.

2.3.3. Conclusão sobre a inclusão para crianças especiais e o


preparo escolar

A preparação dos alunos no início da matrícula através de um


Relatório Austríaco evidenciou a necessidade sobre o preparo das crianças
antes da matrícula escolar.

Ao reconhecer em sala de aula a deficiência de cada criança no


início de sua matrícula escolar. O assunto retrata sobre o processo de
preparação escolar para as crianças com necessidades especiais ao iniciar sua
educação em uma escola inclusiva.

As questões identificadas referem-se aos problemas relacionados as


diferenças preferencialmente aos serviços de apoio ligados a preparação ao
nível escolar como pessoal, instalações das salas, tarefas a serem feitas entre
colaboração e tempo.

1. A matrícula dos alunos na escola.


2. A preparação do aluno especial na escola.
3. A preparação do pessoal de apoio.
4. A instalação das escolas regulares.

 A matrícula dos alunos na escola

Dá-se preferência a matricular as crianças que moram próximo das


escolas ou escolas que atendam as necessidades individuais do aluno ou sua
especificidade a fim de facilitar a interação, com os colegas vizinhos das
crianças de cada comunidade. Nesse processo, as escolas, de acordo com o
3

sistema comum de apoio de especialistas que deverão fazer avaliação sobre


os alunos que mais precisam de atenção especial em relação as suas
necessidades. A necessidade de formar um encontro entre pais e professores
com a avaliação do especialista, visto que certas dificuldades se apresentarem
até mesmo depois da criança iniciar a escola. Portanto, para a adaptação
escolar é necessário um bom período de preparo da equipe escolar para as
matrículas dessas crianças na escola.

 A preparação do aluno especial na escola

Antes da matrícula escolar deverá ser feita uma avaliação para


identificar o tipo de deficiência de cada criança, caso alguma apresente uma
deficiência auditiva, com certeza, junto as não deficientes, o professor deverá
então dizer o motivo daquela aula e que todos terão a mesma atividade como
lições ritmicas sem causar qualquer constrangimento a essa criança.

 A preparação do pessoal de apoio

As escolas regulares e a preparação do pessoal de apoio, com


relação a inclusão escolar exige que os professores devem trabalhar com
equipes de apoio, especialistas e pais dos alunos para reunir informações em
várias dimensões que possam ser identificadas na preparação do pessoal,
formando equipes dentro da escola participando de treinamento tanto formal
quanto informal na intenção de em alguns casos, conhecerem os alunos antes
mesmo do início escolar, através de uma avaliação diagnóstica de especialistas
para que os professores possam trabalhar com esses alunos identificando suas
necessidades e para aconselhar o pessoal como deverão trabalhar com esses
alunos atendendo as suas necessidades. De acordo com a informação dos
especialistas deverá ser apresentado ao pessoal de apoio o planejamento
curricular e também apresentando aos pais pela participação e cooperação no
planejamento do currículo para alunos (filhos) informando e incentivando dessa
forma o interesse da família junto a preparação futura dos seus filhos nas
escolas regulares tornando-os satisfeitos e mais inteirados da
necessidade do apoio familiar a seus filhos junto à escola.
Após informações relevantes sobre os objetivos curriculares
planejados em sistema de colaboração deverá ser feito contratação de pessoal,
para treinamento dos mesmos para requisição de equipamentos e reformas de
prédios. Em alguns momentos, alguns pais se sentem despreparados
emocionalmente por entenderem a realidade e os professores por entrarem no
campo de incertezas e de como controlar também as suas emoções e
dificuldades.

 A instalação das escolas regulares

As instalações escolares com auxílio de equipamentos especiais são


necessários para os alunos com deficiências que exige da escola, às vezes, o
inesperado, como, elevador, cadeiras e equipamentos de apoio. Com todas as
exigências provocadas pelas necessidades dos alunos especiais, nem sempre,
as escolas dispõem de condições em preparar as salas de aula comuns em
salas inclusivas. Às vezes, as políticas públicas nem sempre dispõem as
instituições escolares condições em oferecer equipamentos a fim de atender as
necessidades para adaptações de prédios devido ao processo inclusivo ainda
em evolução, mas contando com o grande apoio das autoridades escolares
demonstrando total interesse e iniciativa gestora de como será possível uma
transformação no sentido inovador com uma proposta de mobilização e
articulação das condições de material humano, como exemplo de material
interpretativo a obra da pintora Tarsila do Amaral, para a assimilação e
percepção garantindo o processo socioeducacional inclusivo.

A partir de estratégias como a apresentação do currículo oculto e a


importância da sua utilização como fator essencial de estímulos e base de um
aprendizado conduzido por várias informações através do desenvolvimento
social-afetivo do educando. A troca dessas informações com os alunos que no
dia-a-dia trazem também para a escola novos conhecimentos adquiridos no
seu cotidiano, conteúdos, os quais precisam ser ouvidos atentamente
possibilitando a interação entre todos de forma democrática e solidária.
Concluindo que apesar das dificuldades, a equipe gestora, ou
supervisora, poderá fazer mudanças através do seu senso crítico para
estimular e favorecer um grande êxito nas atividades escolares através do
processo educacional que baseia-se na exercitação e no desenvolvimento
intelectual da criança e levando a resolução de problemas através do processo
cognitivo.
CAPÍTULO III
POSSÍVEIS INTERVENÇÕES DO SUPERVISOR
ESCOLAR NO PROCESSO INCLUSIVO

“Se você não mudar a direção, terminará exatamente de onde partiu”


(Antigo provérbio chinês). O Monge e o Executivo.

3.1. A escola na luta para a transformação

A proposta transformadora busca capacitação profissional para


atingir níveis mais elevados, com profissionais competentes revendo conceitos
e práticas no contexto inovador na área da saúde. A educação física, uma
concepção de importância social na área da saúde escolar para crianças
especiais, leva o supervisor ressignificar e estabelecer crítica, reflexões,
indagações para qualificação de um ensino inovador. A intervenção supervisora
tem como propósito, princípios éticos, oferecer através das práticas escolares
uma qualidade de vida ao aluno dentro da escola. Organizando programas e
ação que através de investigações possa assessorar estes profissionais
especializados na área de atuação: como a educação física, terapeutas às
vezes exigidos pelas próprias circunstâncias de cada aluno em sala de aula,
desenvolvendo a sua motricidade. A criança deficiente apresenta várias
restrições fisiológicas considerando cada deficiência humana, corpo e mente
fragmentados, não impedindo que este seja uma motivo de acomodação para
uma intervenção supervisora. Considerando a educação física escolar
inclusiva, para a superação de uma mente sadia para um corpo vivo em todas
as dimensões: escolar, afetivas, sociais, cognitivas e culturais. Essa
intervenção leva em consideração que as atividades físicas devem estar
voltadas para toda uma vida cheia de atividades prazerosas dentro da
educação continuada na área do ensino regular. Com o apoio e reforço da
política nacional de educação concedendo às escolas mais um somatório para
a proposta educacional, fundamentada numa metodologia de linguagem
corporal e recursos indispensáveis a capacidade dessas pessoas, favorecendo
a produtividade e a integração de maneira funcional no ambiente escolar.

Apoios caracterizados: Intermitente - momentos, de crises e


situações específicas de dificuldades na aprendizagem. Limitados – o reforço
pedagógico acompanhado de um programa de desenvolvimento motor
contribuindo para o andamento da conclusão do conteúdo curricular. Extensiva
– sala de apoio pedagógico – atendimento complementar realizado pelos
professores especialistas em cada caso. Pervasivo deficiência agravante,
deficiências múltiplas.

3.2. O espaço escolar e a adaptação da criança

A escola, considerada hoje um espaço inclusivo aonde todas as


crianças constroem seus laços sociais e afetivos, passa ser a grande
possibilidade, para todas as crianças permanecerem na escola através das
intervenções supervisoras e faça com que as crianças e suas atitudes
comportamentais se modifiquem e vejam na escola um lugar, de aconchego
sendo bem vinda, onde ela possa construir o seu próprio mundo. Como agente
facilitador da aprendizagem as intervenções, às vezes, partem de outros
questionamentos sobre determinada criança, momento que a equipe escolar
deverá entrar em ação com o objetivo específico. Deverá avaliar a criança,
observar, junto aos professores reflexionando as práticas propostas na
intenção de resgatar o interesse de cada criança, relacionados aos próprios
recursos do aluno, conciliando-os com idéias sugeridas nas reuniões
periódicas, o melhor método aplicado para que esses alunos possam se sentir
mais calmos e seguros. Normalmente toda criança em qualquer circunstância,
se sente bem ao lado de outra que não seja competitiva, Essa associação se
dá pela própria maneira interpretativa que cada aluno busca encontrar na sala
de aula. Essa é uma construção para abrir espaço e que todo o professor como
educador, busque dentro de si a verdadeira temática da escola. A receptividade
do aluno e o prazer da sua permanência no espaço escolar. Observar que todo
aluno, ao entrar na escola, carrega com ele uma demanda, que exige
intervenções direcionadas para cada caso. As escolas públicas regulares, nem
todas possuem suporte necessário para atender essa demanda. O trabalho do
supervisor é de grande responsabilidade na sua atuação intervencionista no
ensino fundamental inclusivo, possibilitando essa transformação na tentativa de
superar as deficiências mediante casos em que a própria medicina não tem
como oferecer a criança a superar na área pedagógica.Com relação a
adaptação da criança na escola regular, não basta saber se estão inseridas na
escola recebendo as propostas oferecidas com a finalidade de adaptá-las. Mas
oferecer a todas crianças um ambiente que elas necessitam para uma
integração, com uma boa qualificação profissional, identificando as práticas
alternativas através da organização da escola como espaço cultual para todos.

3.3. A importância do supervisor e os objetivos específicos da


inclusão escolar

A educação sozinha não dá conta de educar, precisa de uma cidade


educadora e de um governo que assumam como a grande chance do país, diz
Gatotti (2008 p.31) Revista do Brasil edição do Fórum Mundial da Educação
(FME).

O supervisor na sua concepção intervencionista tem como objetivo


para o seu planejamento educacional a resolução dos problemas identificados
no que diz respeito ao trabalho didático e as práticas da formação continuada,
estrategicamente para a execução e apresentação de um planejamento
participativo.

Inicialmente, as mudanças através da direção da escola, deverão


propor e estabelecer meios para a superação em atingir os objetivos utilizados
através da proposta curricular para desenvolver e transformar a renovação dos
conhecimentos.

O supervisor dentre a sua linha proposta deverá buscar níveis de


abrangência levados a privilegiar e valorizar a potencialidade do aluno através
do novo método de ensino com o apoio das políticas educacionais. Essa
abrangência relaciona-se ao planejamento educacional, planejamento escolar,
planejamento curricular e planejamento do ensino como processo de decisão e
equilíbrio dentre outros meios na busca dos recursos e os fins na concretização
dos seus objetivos. Para tanto é necessário articular essas finalidades da
instituição escolar ao Projeto Político Pedagógico e as Leis de Diretrizes e
Bases da Educação, nº 9.394/96, no processo de reflexão sobre a decisão,
organização e o funcionamento da nova escola, que deverá, de certa forma,
estar sempre pautada na sua postura ética, junto aos demais incluídos no
contexto escolar. A intervenção supervisora terá como meta final, além das
práticas reflexivas a disponibilidade para a aprendizagem e assimilação do
aluno através de recursos e de conteúdos relacionados com o mundo atual da
vida de cada aluno e o conteúdo curricular, delimitado a sua vivência como
fator essencial.

O professor bem administrado, através de uma estratégia


supervisora, deverá trabalhar conteúdos relacionados a vivência dos alunos a
fim de facilitar sua assimilação na aprendizagem de forma coerente, o
conhecimento proporcionado pela escola na intenção de avaliar suas
habilidades significativas dentro de cada possibilidade. A avaliação, é
considerada o principal fator para potencializar a capacidade individual de cada
aluno através das suas diferenças dentro do grupo de aprendizes, e esses
disponibilizará à própria escola, do que são capazes: inteligência, interesse e
capacidade inerente a cada um.

Uma supervisão bem elaborada levará à escola, tanto professores


competentes, como alunos capazes e reconhecidos até mesmo pelas imagens
negativas, as quais são considerados motivos de observação e cuidados
especiais.

Considerando que educar está acima de tudo, saber amar, saber


aceitar e dedicar. A inclusão busca em cada docente o verdadeiro conceito
para a nova escola, um olhar que não condena, mas considera e aceita o ser
humano na sua mais pura essência para compreender e ser compreendidos
considerando as suas especificidades dentro das variadas modalidades de
ensino as quais independem de apoio de políticas governamentais. Mas, por
exclusividade, os verdadeiros objetivos específicos, dispensados pelo
supervisor na perspectiva histórica da inclusão escolar.

3.4. O olhar do supervisor na busca de uma aprendizagem


qualitativa

Em qualquer direção escolar, por traz de cada docente e em


qualquer sala de aula e em qualquer parte do universo, existe sempre o olhar
crítico da preocupação supervisora. Sabendo que a educação inclusiva, como
escola regular não é somente uma questão particular de uma classe inclusiva.
O supervisor com sua autonomia política escolar deverá formar uma equipe de
apoio aos professores, por ser de grande importância esse trabalho em
colaboração com pais, especialistas, entre outros, através do seu olhar crítico,
visto que, a comunicação desses alunos com um trabalho participativo é visto
com grande relevância na inclusão e está relacionado aos vínculos informais
assim como à sua aprendizagem através das tarefas e estratégias definidas,
que levem a atingir um dos objetivos macros da educação: a transformação.
As mudanças das escolas comuns, obrigatoriamente têm mudado os
conceitos das escolas tradicionais, os professores se isolavam ao atender a
sua designação para as turmas e conseqüentemente as disciplinas e seguiam
ao se adaptarem a esse fim. Dessa forma, a preocupação do supervisor passa
a ser destaque no processo intervencionista como principal responsável do
“ensino e aprendizagem”. Manifestando, acordo coletivo que envolva atitudes
que constitui fator indispensável para harmonia , aprendizado e o progresso da
escola e da coletividade dentro da ética que permeia o cotidiano escolar.
A escola moderna, hoje, considerada como uma instituição humana,
deverá atender as dimensões pedagógicas, econômicas e forças políticas, na
sua representação sócio educacional e pelo profissional. O que garantirá a sua
essência será mesmo, representar a sua capacitação por meio dos novos
métodos, diferentes caminhos e objetivos educacionais comuns a todos,
proporcionando pelo seu caráter ético e ideológico com base na sua teoria
política, educacional, social e econômica para uma qualidade de ensino
continuado

3.5. O pensar supervisor e os novos métodos de aprendizagem

Considerado o supervisor, responsável pelo processo de ensino e


aprendizagem, atualmente a sua intervenção deverá ser prestigiada pela sua
capacidade e seu conhecimento em desvendar o que realmente é preciso e
como proceder para as mudanças de conceito e atitudes nos procedimentos da
aprendizagem. O conhecimento levará o gestor e/ou supervisor a conhecer as
causas e as formas de como deverão ser feitas as reparações as quais buscam
respostas imediatas.

Segundo Edgar Morin, (2009,p.113) sociólogo francês, propõe a


religação dos saberes com novas concepções sobre o conhecimento e a
educação. Com o passar dos anos, nas últimas décadas, com o avanço da
tecnologia e economia globalizada e com o fim da polarização ideológica entre
o capitalismo e o comunismo nas suas relações internacionais, Edgar Morin
percebeu que no campo das idéias a maior urgência não é rever doutrinas e
métodos, mas na sua nova concepção, elaborar o próprio conhecimento. A
obra principal do sociólogo considerada como a idéia-chave de “o método”, a
palavra é tomada em seu sentido etimológico latino “aquilo que é tecido em
conjunto”. No lugar da especialização, da simplificação e da fragmentação de
saberes, Edgar Morin propõe o conceito de complexidade e recomenda um
pensamento crítico sobre o próprio pensar e seus métodos, o que para ele
implica sempre em voltar ao começo. Para Morin, a estrutura tradicional da
escola e sua complexidade fazem da sala de aula a busca de um ideal devido a
diversidade de sujeitos e objetos ao encontro de uma conexão ideal para iniciar
o processo de mudanças de mentalidades defendidas por Morin.
Indispensáveis os sete saberes; na sua concepção ouvir os alunos,
naturalmente sintonizados com o presente, é a melhor maneira de o professor
investir na sua própria formação, como também, um bom caminho,
naturalmente para o gestor e/ou supervisor construir um programa de ensino
focado no próprio aluno porque as grandes metas da Educação deveriam ser o
desenvolvimento da compreensão e da condição humana. Segundo a sua
teoria generalista, o profissional mais preparado para operar essas mudanças
de enfoque é o supervisor na sua concepção generalista, por ser os primeiros
anos de Ensino Fundamental, o início de uma visão ampla nesse processo de
mudanças. Na opinião de Edgar Morin, (ibidem 2009,p.114) cabe aos
educadores do Ensino Fundamental começar a derrubar as barreiras entre os
conhecimentos por duas razões principais: os professores têm como base a
experiência generalista (pelo menos as que trabalham nas séries iniciais) e
lidam somente com as crianças mais novas, que guardam dentro de si uma
grande curiosidade e o seu modo de pensar ainda não influenciados pela
separação dos conteúdos em disciplinas. Diante desse cenário, esse francês,
aos 88 anos, percebeu através do avanço tecnológico a urgência em propagar
o acesso inédito às informações.

A ONU – Organizações das Nações Unidas – pediu a Edgar Morin


uma relação dos temas que ele consideraria de maior relevância na formação
do cidadão do século XXI. Assim nasceu o texto Os Sete Saberes Necessários
à Educação do Futuro e conseqüentemente a estruturação da nova escola ao
encontro do pensar supervisor e novos métodos de aprendizagem.

Na sua concepção teórica, a lista começa com o estudo do “próprio


conhecimento”. O segundo ponto para Morin é a pertinência dos conteúdos,
para que levem a “apreender problemas globais e fundamentais”.
Seguidamente, o estudo da condição humana, entendida como unidade
complexa da natureza dos indivíduos. O quarto ponto refere-se a abordar as
relações humanas de um ponto de vista global. Ensinar a identidade terrena. O
quinto tópico é enfrentar as incertezas com base nos aportes recentes das
ciências. O aprendizado da compreensão, sexto ítem, pede uma reforma de
mentalidades para superar males como o racismo. Finalmente, uma ética
global, baseada na consciência do ser humano como indivíduo e parte da
sociedade e da espécie (ibidem, 2009,p.115, ed. Abril).
4

Concluindo, que a sua teoria e o pensar supervisor é o ponto chave


para os novos métodos da aprendizagem, para ele o aprendizado é para toda a
vida. A reforma do pensamento pressupõe a consciência de si e do mundo.

Finalizando este capítulo, ficam os agradecimentos a APAE-Rio e ao


Instituto de Educação do Rio de Janeiro pela oportunidade de visitar e
participar do processo inclusivo escolar nas duas unidades escolares.
Surpreendentemente a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais)
em relação a pesquisa feita através de estudos bibliográficos e participação do
novo método, esta instituição prepara os alunos, como escolar regular, e os
encaminha para as novas direções as quais se dispõem em receber esses
alunos com boa capacitação e adaptação dentro do novo sistema de ensino
integrado-os socialmente com grande sucesso. Instituto Superior de Educação
do Estado do Rio de Janeiro - Espaço Inclusão, março de 2010.
CONCLUSÃO

Os alicerces filosóficos da Pedagogia. Como esclarece o professor


João Ricardo Moderno, presidente da Academia Brasileira de filosofia, foi por
meio dos grandes pensadores gregos que a pedagogia e as práticas
educacionais se firmaram no mundo ocidental. Principas pensadores da história
para as práticas educacionais: Platão (427 - 347 a.C.), Aristóteles (384
- 322 a.C.), Sócrates (469 - 399 a.C.), Suplemento do Professor folha dirigida
p.16 2007.

Todos os dados obtidos por meio de pesquisa com relação a


inclusão escolar e as práticas pedagógicas, leva a conclusão que de acordo a
determinação das leis da inclusão educacional é indispensável o apoio do
estado da família e a escola. Caminhando juntas para aquisição da linguagem
dos primeiros anos de vida dessas crianças nas escolas regulares. A
estimulação da deficiência mental entre outras: física, visual, auditiva na fase
inicial de sua vida, é de extrema importância para o seu desenvolvimento e
minimização da ocorrência do déficit de linguagem na primeira fase da infância
escolar, evitando futuras conseqüências. A criança no início da fase escolar o
seu cérebro é altamente flexível.

Numa sala inclusiva esse processo de estimulação cabe aos


professores e profissionais capacitados trabalhar esse processo inicial junto a
outras crianças, selecionarem conteúdos curriculares para as práticas em sala
de aula com atividades diárias as quais deverão ir de encontro, de forma a
integrar mútuamente todas as crianças no contexto curricular. Distribuir nas
salas mesas com pequenos grupos, de no máximo uma mesa, para quatro
crianças, onde duas delas com deficiência terá maior chance participativa,
desenvolvendo ativamente junto as outras crianças de forma colaborativa entre
elas, pois as duas crianças normais automaticamente apresentarão atitudes
solidárias e prontificarão espontaneamente a sua colaboração, tornando essas
crianças especiais, desenvolver suas potencialidades na sala de aula através
das atividades curriculares. A criança apresenta sempre interesse por uma
atividade que a desperta maior satisfação, possibilitando maior rendimento no
seu desenvolvimento cognitivo, nesse processo o conteúdo curricular deverá
respeitar, considerando a sua limitação, pois não será um processo corrido,
que o professor concluirá o seu conteúdo pré-estabelecido. Diante dessas
circunstâncias, é necessário o acompanhamento familiar (pais, pessoas
responsáveis por aquela criança) participando junto aos professores com
objetivo de aprimorar junto a escola a aprendizagem de seus filhos,
aumentando suas possibilidades de observação quando necessário junto a
escola. Considerando, que todas as crianças são capazes e vencerá suas
barreiras intelectuais desde cedo, através de um acompanhamento integrado.
Onde nos primeiros dias de iniciação escolar o acompanhamento dos pais
deverá ser figura presente, junto ao corpo docente da escola, contribuindo
dessa forma com o novo método de ensino na escola regular. Ainda falta maior
clareza com relação a implementação propriamente dita (A práxis da inclusão
escolar) o dia a dia da sala de aula. Demanda dos professores em relação a
orientação e capacitação sobre essas práticas. Rede Sací - acesso, 19:31 -
07/03/2010.
BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional


de Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos, Ministério da Educação, Ministério da Justiça, UNESCO, 2006.
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Oficial, 1988.
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educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
BRASIL. Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001. Promulga a Convenção
Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
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Nacional. LDB 5.692, de 11 de agosto de 1971.
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5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a ei nº 10.436, de 24 de abril
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escolas e classes comuns da rede regular de ensino. Fundação Procurador
Pedro Jorge de Melo e Silva (orgs.) 2ª ed., ver. e atualiz. Brasília: Procuradoria
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FOLHA DIRIGIDA. Suplemento do Professor. Rio de Janeiro. 15/10/2007.
FREIRE, Paulo. Revista Nova Escola. Edição Especial. Rio de Janeiro: Abril,
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PACHECO, José. Caminhos para a Inclusão. Porto Alegre: Artmed, 2007.
PIAGET, Jean. Para onde vai a educação. 18ª ed., São Paulo: José Olímpio.
PIAGET, Jean. Revista Nova Escola. Edição Especial. Rio de Janeiro: Abril,
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REVISTA SENTIDOS. Inclusão da pessoa com deficiência. São Paulo: Escala,
2009.
TEIXEIRA, Anísio. Revista Nova Escola. Edição Especial. Rio de Janeiro: Abril,
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//WWW.ibge.gov.br/home/estatística/população/censo2000/default.shtm>.
BRASIL. INEP. Censo Escolar, 2006. Disponível em:
<http://www.inep.gov.br/basica/censo/default.asp>.
http://www.centrorefeducacional.com.br/anisio
http://www.e-book-gratuito.glogspot.com
ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 08
INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I
Ação supervisora face a Educação Inclusiva 11
1.1. Breve histórico da Supervisão Escolar 12
1.1.1. Função supervisora 13
1.2. Supervisor Escolar frente à Educação Inclusiva 13
1.2.1. Princípios da Gestão Escolar 14
1.3. Origem da Educação Inclusiva 15
1.3.1. A Educação Inclusiva 15
1.3.2. A escola e a criança especial 17
1.3.3. O papel da família e a criança na Escola Regular 18
1.4. Política Nacional de Educação 19
1.4.1. Declaração de Salamanca 20
1.5. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 Brasil 21

CAPÍTULO II
O supervisor e as práticas inclusivas para crianças especiais 22
2.1. As propostas apresentadas pelo supervisor na nova escola 22
2.2. A sociedade e a inclusão social 23
2.3. A Síndrome de Down 24
2.3.1. A origem da Síndrome de Down 25
2.3.2. Características da Síndrome de Down 26
2.3.3. Conclusão sobre a inclusão para crianças especiais e o preparo escolar 27
CAPÍTULO III
Possíveis intervenções do supervisor escolar no processo inclusivo 31
3.1. A escola na luta para a transformação 31
3.2. O espaço escolar e a adaptação da criança 32
3.3. A importância do supervisor e os objetivos específicos da inclusão escolar
33
3.4. O olhar supervisor na busca de uma aprendizagem qualitativa 35
3.5. O pensar supervisor e os novos métodos de aprendizagem 36

CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 41
WEBGRAFIA 42
ANEXO I Nota Zero em Gestão 45
ANEXO II A educação universalizada 48
ANEXO III Dicas de relacionamento com a deficiência 50
ANEXO IV Documentário especial revela atualidade do pensamento 52
ANEXO V Declaração da APAE-Rio 55
ANEXO VI O Mamoeiro - Gravura de Tarsila do Amaral 56
ANEXO VII Folder da APAE-Rio 57
ANEXO VIII Folder do Espaço de Inclusão - ISERJ 58
ANEXO I

Nota Zero em Gestão

Uma pesquisa da Fundação Victor Civita mostra que, no Brasil, os diretores de


Escola Pública gastam tempo demais com burocracia e pouco com as questões
da sala de aula2

Está provado que a presença de um bom diretor não é apenas


desejável – mas decisiva – para um elevado nível de ensino numa escola, seja
ela pública, seja particular. Por isso, merece atenção uma nova pesquisa que
traz à luz o mais completo perfil já feito sobre esses profissionais no país. Antes
do levantamento, que ouviu 400 diretores de colégios públicos no país inteiro, o
conhecimento que se tinha sobre eles era, basicamente, intuitivo. Agora, tratou-
se de mensurar a realidade – e dimensionar os problemas. Logo de saída, a
pesquisa, conduzida pelo Ibope em parceria com a Fundação Victor Civita,
mostra que 64% dos diretores reconhecem, sem rodeios, não estar
suficientemente preparados para exercer o cargo que ocupam. Quando eles
versam sobre o ofício, as fragilidades ficam ainda mais evidentes. A pesquisa
indica que os diretores não costumam basear suas decisões em nenhuma meta
acadêmica e chegam a ignorar a nota de sua escola nos rankings oficiais.
Talvez o mais preocupante de todos os dados, no entanto, diga respeito à visão
que eles têm da função: apenas 2% deles se sentem responsáveis pelos maus
resultados de sua própria escola, ao passo que os outros 98% culpam pais,
professores, alunos, o colégio e até o governo. Conclui o especialista Francisco
Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais: “É preciso mudar
urgentemente esse cenário para começar a pensar em bom ensino”.

Não é tarefa simples. Há, no Brasil, pelo menos dois grandes


obstáculos. A começar pela formação dos diretores – a maioria egressa da
carreira de professor -, dos quais não se requer nenhuma experiência como

2
Cíntia Borsato. Educação. Revista Veja. 04/11/2009, pp. 102 e 104.
gestores nem a passagem por um curso em que desenvolvam habilidades
como a liderança de equipe. A pesquisa mostra que 21% deles só estão no
cargo porque algum político os indicou, enquanto apenas 5% ascenderam por
critérios técnicos. “Não há no país um sistema eficiente pra escolher e treinar
profissionais de modo que se tornem bons líderes nas escolas”, avalia Mário
Aquino, especialista em administração pública. O segundo ponto que atrapalha
no Brasil é o excesso de tarefas burocráticas delegadas aos diretores, situação
que leva a uma total inversão de prioridades. Para 90% deles, a supervisão da
merenda fornecida pelo governo é uma das atividades que mais consomem
tempo, além da limpeza do prédio e da fiscalização na entrega do material
didático pela secretarias de ensino. São informações que escancaram a
absoluta desconexão dos diretores brasileiros co a sala de aula. “Só sobra
tempo para a educação se eu deixar de lado as tarefas administrativas pelas
quais também sou cobrada”, resume Maria de Fátima Borges, 55 anos, diretora
da escola Olavo Pezzotti, em São Paulo. “Estou sempre devendo relatórios à
secretaria”.

Aos diretores brasileiros, faltam praticamente todos os pré-requisitos


que os especialistas definem como básicos para o desempenho da função.
Além da boa formação e experiência em gestão, já se sabe que o diretor deve
conseguir manter sua atenção voltada para as salas de aula e ser capaz de
traçar objetivos acadêmicos claros, que servirão de norte para os professores.
Também se espera dele que envolva os pais na vida escolar, passo decisivo
para o avanço dos alunos. No mundo todo, é esse tipo de diretor que alcança
os melhores resultados no ensino – inclusive no Brasil, segundo mostra uma
recente pesquisa feita por especialistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
também em parceria com a Fundação Victor Civita. O estudo, que comparou
escolas de bom resultado nas avaliações oficiais às de ensino mediano,
concluiu que à frente dos melhores colégios estão justamente aqueles diretores
com visão de longo prazo. Diz o cientista político Fernando Abrucio,
coordenador da pesquisa: “Os diretores mais eficazes entendem que um plano
pedagógico ambicioso precisa de tempo para ser concluído”. Estes chegam a
ficar até catorze anos numa mesma escola, enquanto um típico diretor de
escola pública no Brasil troca de emprego a cada cinco anos.

A experiência internacional chama atenção para um conjunto de


práticas que tem contribuído para forma e manter bons diretores à frente das
escolas. Elas podem funcionar também no Brasil. Uma medida eficaz é
proporcionar aos aspirantes ao cargo uma experiência prévia, como um
período em que atuam como assistentes de diretor. Em alguns países, como
Singapura, chega-se a exigir dos candidatos até estágio numa grande empresa
privada, período em que se espera que absorvam os conceitos básicos de
gestão. Ao assumirem o cargo, há meios para livrar os diretores do excesso de
atribuições burocráticas, tão maçantes no Brasil. Quem faz boa parte dessas
tarefas nos Estados Unidos, por exemplo, é uma espécie de auxiliar
administrativo, o que permite ao diretor mirar o ensino. Caso fracasse, ele até
pode ser demitido, o que já ocorreu com 80% dos diretores da cidade de Nova
York desde 2002. Tornar-se diretor de escola e, em geral, a maior ambição de
um professor. No Brasil, significa, em média, um aumento de 50% no salário –
que, na nova função, pode chegar a 7000 reais. Foi uma das motivações para
que Andréa Tavares, 39 anos, hoje no comando de uma escola municipal de
Taboão da Serra, em São Paulo, trilhasse esse caminho. Há apenas dois anos
no cargo, ela di: “Com uma formação melhor, sei que eu e meus colegas
teríamos mais chances de acertar”.
5

ANEXO II

A educação universalizada

Escola com prédio acessível não garante convívio social 3

Quem não se lembra de seu melhor amigo no primário? Das aulas


de Educação Física, da primeira professora de Português, com quem
aprendemos a escrever? Quem não se lembra da luz entrando pela janela da
sala de aula e iluminando a lousa cheia de lição para anotar?

Costumamos nos recordar de acontecimentos assim com uma


sensação de nostalgia, mas com muito afeto, pois são fatos que fizeram parte
de nossas vidas. Tenho certeza de que temos na memória muito mais disso do
que das equações aritméticas e das etapas da divisão celular das aulas de
Biologia. Porém, a parte educacional e a social não existem uma sem a outra.
Cainham juntas.

Agora vamos a um exemplo prático do quanto este universo


composto do ambiente educacional pode ser comprometido com simples
barreiras de atitude. Conheci uma garota que andava de cadeira de rodas e
estudava numa escola totalmente acessível, O local possuía rampas, elevador,
salas e portas amplas, banheiro acessível, enfim, era adaptado. A rigor, esta
menina não teria dificuldades para aprender e conviver neste ambiente, certo?
Errado. Ela, que sempre fora boa aluna, era muito tímida e passou ANOS na
escola sem descer na hora do recreio. Explicação: o elevador ficava lotado de
pessoas sem deficiência que não davam espaço para a estudante descer pra o
pátio.

A pedido da família da estudante, fui na escola falar com a diretora.


Ouvi: “Não é papel da escola ensinar solidariedade”. Esta frase carrega

3
Mara Gabrilli, quem escreve o artigo, é vereadora municipal de São Paulo.
problemas gravíssimos. Conceitual, pois um dos papéis da escola é, sim,
ensinar solidariedade, e a atitude da instituição fez parecer que não se tratava
de um problema.

Moral da história: mesmo que teoricamente a escola estivesse em


ordem, isso não é o suficiente. E a aluna deixou o colégio. Imaginemos se um
cego, ou um surdo, chegasse para se matricular ali. Será que a instituição teria
condições de recebê-los? Haveria material pedagógico e recursos de
comunicação disponíveis? Porque o problema da cadeirante era chegar na
escola. Mas e das pessoas que não escutam? Que não enxergam? Que têm
deficiência intelectual?

Li recentemente um dado que me chocou, num estudo de pós-


doutorado em Educação pela USP divulgado em publicação do MEC: 80% dos
professores dizem que aceitam alunos com deficiência em suas turmas apenas
porque é “determinação superior”.

Tenho no meu imaginário que os professores nutrem paixão e magia


pelo modo como seus alunos apreendem as informações e constroem o
processo educativo dentro de suas mentes. A propósito do dia em que escrevo
este texto, 15 de outubro, que é Dia do Professor, proponho a seguinte
reflexão: o papel do professor não é educar, a priori?
ANEXO III

Dicas de relacionamento com a deficiência4

Estar diante de pessoas com deficiência para alguns ainda é


desconfortável, o que leva a várias dúvidas em relação de como agir. Nosso
guia de dicas de relacionamento possui a proposta de que não é preciso ter
uma linguagem apropriada (a não ser quando se trata dos surdos) para que a
comunicação e o entendimento fluam de maneira agradável para ambas as
partes. Basta deixar que as regras de cidadania e respeito ao próximo
prevaleçam e tudo dará certo. Como premissa básica, trate criança como
criança e adulto como adulto. Nada de infantilizar as palavras nem de usar o
diminutivo. Outro erro é tratá-las com piedade ou côo coitadas. Não são e não
querem isso. O que desejam é respeito e compreensão sobre sua deficiência,
seja ela qual for. Aprenda a perguntar se querem ajuda e saibam receber um
não, pois nem sempre uma pessoa com deficiência que está parada na rua
está perdida ou precisando de algo. O tempo delas é diferente, as
necessidades e tarefas do cotidiano também. Mas o ideal é jamais ignorar ou
subestimar sua inteligência. E lembre-se: quando algum sentido é afetado,
outro automaticamente passa a “compensar” essa deficiência.

Síndrome de Down

As pessoas com Síndrome de Down possuem retardamento


intelectual, mas podem desenvolver várias atividades, apenas com mais
paciência. Uma grande dica de relacionamento é tratá-las como uma pessoa
normal, apenas isso. Elas entendem tudo que é dito e o que se passa ao seu
redor, e se crescer em um ambiente hostil, como qualquer criança, vai se tornar
agressiva também.

4
Guia de Relacionamento. Artigo escrito por Miriam Temperani.
A saúde de quem tem Síndrome de Down deve ser acompanhada de
perto por médicos e familiares, pois é mais frágil e requer cuidados constantes.
Os mais comuns são: deficiência de audição, doenças congênitas no coração,
anomalias intestinais, problemas oftalmológicos, distúrbios da tireóide e
problemas ortopédicos. Por isso, nunca se deve descuidar da saúde dessas
pessoas. Consultas médicas devem ser periódicas, evitando o avanço das
patologias. A alimentação precisa ser equilibrada e, se possível, acompanhada
por nutricionista. Exercícios físicos só com avaliação do médico e freqüentes
visitas ao oftalmologista e otorrinolaringologista, são essenciais.

O caminho para a adaptação

Atualmente, circulam pela capital paulistana, 30 táxis acessíveis, que


realizam em torno de 40 corridas por dia, uma média de 1000 corridas por mês.
Ricardo Auriemma, presidente da Associação das Empresas de Táxi de Frota
do Município de São Paulo (Adetax), acredita que esses veículos cumprem
mais do que uma meta de acessibilidade. “Desde o início do projeto nós
enxergamos o táxi acessível com bons olhos. Ele supriu uma necessidade das
pessoas com deficiência e especialmente tem em seu projeto um caráter
social”.

Dentre inúmeros elogios recebidos pela associação sobre os táxis


acessíveis, também surgiram sugestões de mudanças, como a de manter uma
cadeira de rodas dentro do carro e de aumentar as janelas – devido à altura, ou
o passageiro enxerga somente o asfalto ou tem uma visão da paisagem
prejudicada. A idéia é que a janela chegue até o teto do veículo (mais ou
menos) para que o usuário possa ter uma visão similar a de uma pessoa que
anda em um carro de passeio.
ANEXO IV

Documentário especial revela a atualidade do pensamento

Com poética, pesquisa e informação, o documentário “Paulo Freire –


Contemporâneo” traz à tona o legado do pensamento freireano que, quase 50
anos depois das primeiras experiências de alfabetização, realizadas em
Angicos (RN), se mostra presente e atuante na realidade brasileira.

Calcados em conceitos como “leitura do mundo”, “tematização” e


“problematização”, o método freireano opera mudanças significativas, não só
de cunho educacional, mas também político. Em São Paulo, a conquista da
leitura e da escrita transforma “catadores de lixo” em “catadores de material
reciclável”, conscientes de seu papel na sociedade e da importância de seu
trabalho para o meio ambiente.

O fato está retratado no Projeto Mova do catadores de lixo no estado


de São Paulo. Junto com os trabalhos da escola estadual de Jaguaguara na
região de Jequié (BA) e das aulas de alfabetização em Iguape, no Vale do
Ribeira (SP), esta é uma das experiências apresentadas na obra, que
demonstram as várias aplicações e o potencial transformador do método do
educador pernambucano no terceiro milênio.

Selecionado entre 19 projetos entregues à TV Escola, o


documentário de Toni Venturi resgata, uma década após a morte de Paulo
Freire, seu legado filosófico e político, inspirando o trabalho e a ação de
educadores e educadoras espalhados por todo o mundo. A obra conta, ainda,
com um conjunto de entrevistas com professores universitários, pedagogos e
colaboradores do Instituto Paulo Freire, intercalados por depoimentos pessoais
dos filhos do educador.
Uma obra voltada para o grande público

Toni Venturi conheceu, ainda na infância, o pensamento de Paulo


Freire. Ele fez o curso secundário no Ginásio Estadual Vocacional Oswaldo
Aranha, em são Paulo – unidade integrante de uma rede de cinco escolas
experimentais mantida pela pedagoga Maria Nilde Mascelani e extinta pela
ditadura militar. A linha pedagógica deste projeto educacional, realizado em
escolas públicas de são Paulo, mesclava o pensamento de Paulo Freire com as
idéias de Piaget.

Por isso, a emoção foi grande quando o projeto “Paulo Freire –


Contemporâneo” foi o vencedor do concurso da TV Escola. “Este edital tinha
um sabor especial para mim. Eu tinha uma vivência muito próxima ao método
de Paulo Freire. Nos anos 60, participei de uma experiência de vanguarda
pedagógica em São Paulo, que foram os Ginásios Vocacionais. Eram cinco
ginásios na rede pública estadual. O método pedagógico era baseado em
Paulo Freire e em Piaget. A formação crítica, que está no cerne do pensamento
freireano, fez parte da minha formação”, revelou o cineasta.

Com a ajuda do acervo do Instituto Paulo Freire, em pouco mais de


seis meses Toni Venturi retratou os principais aspectos da vida, da trajetória e
do pensamento do educador pernambucano, apresentando várias aplicações
de seu método, nos dias de hoje, no Brasil.

Salientando a liberdade de linguagem e de conteúdo que teve para


realizar seu filme, Toni Venturi convida o grande público a conhecer melhor o
pensamento do grande cidadão brasileiro que foi Paulo Ferire. “Esse filme está
longe de ser exclusivamente didático. É uma ferramenta de estímulo à
discussão, para as pessoas se interessarem pela sua obra. Ele foi feito com
toda a liberdade autoral. É um filme para o público geral”, completou o cineasta.
Com uma obra voltada para questões históricas, sociais e políticas,
Toni Venturi acredita que seus filmes têm de forma direta, ou indireta, um
vínculo com a educação. “Meu filme, “O Velho”, sobre Luis Carlos Prestes, por
exemplo, é muito usado nas escolas e já caiu até em vestibular”, explicou,
entusiasmado.

Natural de São Paulo, Toni Venturi é formado em cinema na


Ryerson University, de Toronto, Canadá. Nos últimos dez anos, produziu e
dirigiu quatro longas-metragens e diversos documentários para a TV. Tem
obras premiadas e elogiadas pela crítica, dentre elas o documentário O Velho:
a história de Luís Carlos Prestes.
ANEXO V
ANEXO VI
ANEXO VII
6

ANEXO VIII

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