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Análise de caso ESCOLA DE PSICANALISE DE ANGRA DOS REIS - RIO DE JANEIRO

ALUNO: EDUARDO JOSE RODRIGUES DOS SANTOS

20 de Outubro, 2023

Eduardo José Rodrigues dos Santos, 30 anos

Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Anhanguera em Campo


Grande MS (2016), Licenciado em Pedagogia Plena pela Universidade Dr.
Edmundo Ulson - Araras SP, Pós-Graduado em Psicopedagogia e Psicologia e
Psicanálise pela Associação de Ensino Superior de Nova Iguaçu no estado do Rio
de Janeiro (2023), Pós-Graduado na FACUMINAS no ensino de
Neuropsicopedagogia (2023), Pós-Graduando em Educação Especial e Inovação
Tecnológica pela Secretaria de Estado de Ciências, Tecnologia e Inovação - SECTI
na cidade do Rio de Janeiro - RJ (2024), Formando no penúltimo período do Ensino
Profissional de Psicanálise pela Escola de Psicanálise em Angra dos Reis situada
na cidade de Angra dos Reis - Rio de Janeiro (2024), Atualmente na execução no
Cargo de Agente de Apoio em Educação Especial ministrado e acompanhado pela
organização do Núcleo de Inclusão pelo município de Paraty no estado do Rio de
Janeiro (2023).

I.

Prática oportunizada pelo Núcleo de Inclusão na cidade de Paraty situado no estado do Rio de Janeiro.

O Núcleo de Inclusão de Paraty, comprometido com a promoção da inclusão, do qual faço parte
desta equipe, tem desempenhado um papel crucial na cidade de Paraty, estado do Rio de
Janeiro. Como integrante dessa equipe, testemunhei em primeira mão o impacto positivo de
nossas ações.
Nosso trabalho consiste em desenvolver formações que não apenas derrubam barreiras físicas,
mas também desmontam obstáculos psicológicos que muitas vezes impedem que as pessoas se
sintam plenamente integradas na sociedade. Entendemos que a inclusão vai muito além de
acessibilidade física; envolve a compreensão e o apoio aos aspectos psicológicos das pessoas
que enfrentam desafios diversos.
Essas formações visam capacitar indivíduos e comunidades a acolher e apoiar aqueles que
muitas vezes se sentem excluídos devido a diferenças de gênero, deficiência, raça ou qualquer
outra característica que possa levantar barreiras invisíveis. Ao fornecer conhecimento e
promover a empatia, buscamos criar um ambiente onde todos se sintam valorizados e
respeitados.
Nossa missão não é apenas educar, mas também inspirar a mudança. Queremos que cada
pessoa, independentemente de suas experiências de vida, sinta que tem um lugar na sociedade,
um lugar onde suas vozes são ouvidas, suas contribuições são valorizadas e seus desafios são
reconhecidos.
É gratificante fazer parte dessa jornada de inclusão, sabendo que estamos contribuindo para
melhorar os aspectos psicológicos e emocionais das pessoas que atendemos. O Núcleo de
Inclusão de Paraty está comprometido em continuar esse trabalho vital, moldando um futuro
mais inclusivo e acolhedor para todos na cidade. Juntos, podemos quebrar as barreiras da
exclusão e construir um mundo mais justo e compassivo.

II.

‘’Análise de Caso’’

Filme: O Milagre de Anne Sullivan

O Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker) é um filme dos Estados Unidos de 1962, do
gênero drama biográfico, dirigido por Arthur Penn, e baseado no livro The Story of my Life, de
Helen Keller e na peça teatral de William Gibson. O filme relata a história de uma menina cega.
Não só cega, mas muda. E como se não fosse demais, era uma menina surda, muda e cega. O
nome dela era é Helen Keller, de sete anos, filha de proprietários de terras. Keller não sabia o
que era mundo e não sabia como interpretá-lo, e apesar disso tudo, ela precisava muito se
expressar.

O filme é muito complexo, mas ao mesmo tempo é humano demais. Um filme que mostra
como o ser humano não está seguro sobre as coisas que a vida pode aprontar. O Milagre de
Anne Sullivan é um retrato psicológico, mostra-nos como não sabemos lidar com com limites
físicos e a realidade de um ser humano. O filme é um pouco agressivo no sentido de mostrar
as dificuldades de se viver em um mundo silencioso e escuro, como o de Helen, e que não há
como ignorar a dor de uma garotinha.

A menina não conhece o mundo à sua volta, mas sabe do que precisa para viver e acaba por se
tornar uma tirana em sua casa, já que sua família lhe dava todas as liberdades como uma
“inválida”, como achavam que Helen era. A menina tinha o total domínio em sua casa, então,
portanto controlava o comportamento de seus familiares; ela não entende como é ser
educada e muito menos como escutar um não.

A Helen recebe uma orientação de uma pessoa com suma importância, que é Anne Sullivan,
uma professora. Ela é uma mulher que era cega (fez nove cirurgias nos olhos) e usa óculos
escuros para proteger-se do sol, acostumada a conviver com cegas e cegos, mas ao se deparar
com Helen, entende que ali está o maior desafio da sua vida: o desafio de explicar a uma
menina como viver no mundo e como entende-lo, e seu maior objetivo era que todos a
tratassem como uma pessoa normal.. Para isto entra em confronto com os pais da menina,
que sempre sentiram pena da filha e a mimaram, sem nunca terem lhe ensinado algo nem lhe
tratado como qualquer criança.
Ao conhecer Anne, o pai de Helen transpareceu um enorme preconceito dizendo: “… eles
esperam que uma cega ensine a outra”. Como explicar a uma menina que terra é a terra? Que
fome é vontade de comer? Como mostrar a árvore para uma menina, que não consegue vê-la?
Como ensinar a menina comer com garfos e facas, se a menina não sabe nem o que é
educação? Como ensinar a menina o que é o amor? São essas as perguntas que Anne se faz
durante o filme todo.

A relação que as personagens travam entre si foge completamente da esperada por todos que
assistem ao filme: ao contrário de amor e compreensão de imediato, Anne se torna uma
megera na vida de Helen. Anne demonstra que a única forma de ensinar Helen a ser gente, é a
tirando de seu pedestal, a destronando de seu império, criado pela dó e pena que seus pais
tinham, e mostrar o que é a realidade para a garotinha.

A realidade não é bonita. Comer no prato não é fácil, saber indicar as coisas e seus significados
é quase impossível. Anne resolve criar um método de comunicação entre elas: o tato seria o
alfabeto. O tato serviria como o meio de comunicação, fazendo com que Anne e Helen
desenvolvam uma sequência de palavras associadas aos gestos das mãos. O primeiro contato
de Helen com o alfabeto no tato em libras foi no momento em que Helen encontra uma
boneca na mala de Anne e descobre que ela possui a mesma forma de seu rosto.

Durante anos, Hellen Keller tem comportamento selvagem e indisciplinado. O estimulo da


comunicação através de um dos sentidos (tato) com Anne Sullivan a incentiva a utilizar o tato
como o elo entre ela e o mundo; desenha palavras na mão da menina a fim de que ela
compreenda a relação entre as palavras e seus significados. O tato passa a ser a via pela qual a
menina “enxerga” o mundo, até que, em um momento, compreende realmente a linguagem. A
partir daí, aprende o alfabeto Braille e aos dez anos começa a falar.

As cenas são definitivamente emocionantes, como por exemplo, quando Helen começar a
correr e encostar-se às coisas , perguntando para Anne como era o nome delas, árvore, chão,
degrau e professor. Uma das cenas mais lindas.

O filme conta a história da persistente professora do título, contratada para ensinar Hellen
que fica surda e cega aos 18 meses de vida. A força de vontade, vocação e fé de Sullivan é
tanta que nada parece ser obstáculo para ela, nem mesmo os próprios pais de Hellen, com
quem vive entrando em conflito Em 1904, formou-se com louvor, e foi a primeira aluna cega e
surda e terminar um curso universitário.

Enfim, o filme carrega uma mensagem de dor, conquista e apoio que poucos filmes
apresentam ter. O milagre de Anne Sullivan é um dos mais bem filmes produzidos e virar as
costas para uma obra rara dessas, é, no mínimo, ignorância imperdoável.

“Nunca se deve engatinhar quando o impulso é voar” – Helen Keller

Lançada em 1962 e em seguida uma refilmagem lançada em 2000.


III.

Análise do Caso na abordagem Psicanalítica

"O Milagre de Anne Sullivan" é um filme que retrata a história de Anne Sullivan, uma educadora
que ensinou Helen Keller, uma pessoa surda e cega, a se comunicar. O filme aborda temas como a
importância da comunicação, o papel da psicanálise na compreensão das necessidades de Helen e
a abordagem inovadora de Anne Sullivan para possibilitar o entendimento entre elas. Os discursos
e demonstrações de Anne são fundamentais para o desenvolvimento de Helen. É uma história
inspiradora sobre superação e educação.

1. Helen Keller: Helen era uma criança surda e cega, o que a isolou do mundo exterior e
dificultou sua comunicação e compreensão do mundo. A psicanálise poderia ajudar a entender
os desafios psicológicos e emocionais que Helen enfrentava devido à sua deficiência e ao seu
isolamento.

2. Anne Sullivan: Anne desempenhou um papel psicologicamente significativo ao usar métodos


inovadores para se comunicar com Helen. Sua abordagem teve um impacto profundo na
evolução da compreensão de Helen sobre o mundo ao seu redor.

3. Comunicação: A psicanálise pode ser usada para analisar como a comunicação


desempenhou um papel crucial na transformação da vida de Helen Keller. A interação entre
Anne e Helen pode ser vista como um estudo de caso na importância da comunicação na
formação da identidade e na superação de desafios psicológicos.

Portanto, o filme "O Milagre de Anne Sullivan" oferece um contexto psicológico valioso, mesmo
que não seja uma obra centrada na psicanálise, pois demonstra como a compreensão
psicológica e a comunicação desempenham um papel fundamental na superação de desafios
emocionais e no desenvolvimento pessoal de Helen Keller.

IV.

Referências:

‘’ O milagre de Anne Sullivan. Filme baseado na história real da surdocega Hele Keller -
SHIMOSAKAI, Ricardo -Turismo Adaptado, Blog em Publicação em 6 de dezembro 2017.

Material disponibilizado por Eduardo José Rodrigues dos Santos | 20 de outubro 2023 | Estudo em direcionamento para Psicanálise

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