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Coleção Signos
dirigida por Augusto de Campos
Supervisão editorial
Gita Guinsburg
Revisão de texto
Samir Signeu
Revisão de prova
Elen Durando
Marcio Honorio de Godoy
Produção editorial
Ricardo W. Neves
Sergio Kon
Luiz Henrique Soares
1ª edição
Direitos reservados à
Editora Perspectiva s.a.
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3025
01401-001 – São Paulo – SP – Brasil
Telefax: (11) 3885-8388
www.editoraperspectiva.com.br
2019
SUMÁRIO
LABORATÓRIO VERSATILIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
6. Do pobre B. B. e a tradução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
7. Brecht em português . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
NOTAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1. AUGSBURGO/MUNIQUE [1912-1924]
Fragmentos de diário e anotações autobiográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2. BERLIM [1924-1933]
Anotações autobiográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3. SVENDBORG [1933-1939]
Anotações autobiográficas e fragmentos de diário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4. LIDINGÖ/HELSINQUE [1939-1941]
Fragmentos de diário e anotações autobiográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5. SANTA MONICA [1941-1947]
Fragmentos de diário e anotações autobiográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
6. ZURIQUE/BERLIM [1947-1956]
Fragmentos de diário e anotações autobiográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
ÍNDICE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
INTRODUÇÃO
LABORATÓRIO VERSATILIDADE
A D E N D A D I G I TA L 9
o levava ao cume de sua existência, para mais uma vez lhe mostrar o mundo
de longe. E depois... seguiu-se a queda no abismo.
6.2
Keller, infelizmente, não informou que poemas de Drummond incluíra na
antologia apresentada a Brecht. É muito provável que “Depois que Barcelona
cair” estivesse entre eles, pois ele o havia traduzido para o boletim nº 10 de sua
Associação de Emergência dos Antifascistas Alemães, de 10 de julho de 1945;
um poema bastante desconhecido do itabirano, escrito em 1938, que ficou de
fora da coletânea Sentimento do Mundo (1940) e só veio a ser publicado no
jornal Tribuna Popular em 17 de junho de 1945.
Em todo caso, não deixa de ter uma boa dose de ironia o fato do autor
de Rosa do Povo ter sido preterido pela flor singela de um poeta um tanto
esquecido hoje em dia, Domingos Carvalho da Silva (1919-2004), integrante da
chamada Geração 45, que, por sinal, lhe deve o nome. Seu “Lirismo” entrou
sem título nem crédito na poesia completa de Bertolt Brecht e até consta em
antologias traduzidas para outros idiomas, como, por exemplo, a recém-
-publicada The Collected Poemas of Bertolt Brecht, organizada por Tom Kuhn
e David Constantine, que tiveram o cuidado, no entanto, de fazer a devida
referência nas notas ao final do volume: “An adaptation of a poem by the
Brazillian modernist poet Domingos Carvalho da Silva” (Uma adaptação de
um poema do poeta modernista brasileiro...). Na edição comentada das obras
completas (BFA), lê-se na nota sobre o poema: “Trata-se de uma adaptação
(Bearbeitung) do poema Lirismo de Carvalho da Silva. O manuscrito contém
uma referência correspondente que foi datilografada por terceiros embaixo do
poema. Pormenores não puderam ser encontrados”.
BRECHT POESIA 10
Sie stieg hinauf in die Berge Ela subiu à montanha
In der Hand eine Rose. Na mão uma rosa.
6.2
A intervenção cirúrgica de Brecht na tradução de Keller consistiu nas
remoções do título abstrato, de um pronome (no 1º verso), de uma conjunção
(no 7º verso), de dois pontos finais (no 4º e 6º verso), dos travessões (no 1º, 3º e
5º verso — inexistentes no poema original); e na inversão do verso que se repete
ao longo do poema, para realçar uma imagem que é frequente em sua poesia
tardia — Rose (rosa). O resultado é um poema mais enxuto e concreto,
que forma na vertical uma sequência que poderia até ser classificada
de gertrude-steiniana: Rose Rose Rose Rose.
6.3
Domingos Carvalho da Silva não é caso isolado de poeta coetâneo a ter
um ou mais poemas incorporados à obra poética brechtiana através de uma
“adaptação” ou tradução indireta. Na década de 1920, as apropriações da
obra de Rudyard Kipling (1865-1936) provocaram polêmica. Kurt Tucholsky
chegou a apelidar o poeta augsburguês de “Rudyard Brecht”. E esta piada
corria solta
em Berlim: “— Já leu o novo poema de Brecht? — Sim, de quem é?”
No exílio escandinavo, Brecht traduzira três poemas do autor dinamarquês
Otto Gelsted (1888-1968), três da poeta finlandesa Katri Vala (1901-1944) e um
do poeta finlandês Eino Leino (1878-1926).
Em 1950, com a colaboração de Elisabeth Hauptmann, retrabalhou os “Seis
Poemas Chineses” publicados na revista Das Wort (1938) e acrescentou outros
seis, dos quais dois são de autores coetâneos — Mao Tsé-Tung (1893-1976) e
Kuan Chao (s/ data) — vertidos a partir de traduções de Wu-an e Fritz Jensen.
A D E N D A D I G I TA L 11
O ciclo, intitulado “Poemas Chineses”, foi publicado acompanhado de um
comentário em Experimentos 10. E convém aqui observar que os nomes dos
poetas constavam em ambas as publicações.
Em fevereiro de 1956, Brecht animou-se em traduzir a obra do poeta turco
Nâzım Hikmet (1902-1963) com quem havia se encontrado no Congresso de
Escritores realizado no mês anterior, em Berlim Oriental. Pensava em organizar
uma antologia e, a partir do material providenciado por seus colaboradores,
traduziu o poema “Meine Einzige” (Minha única).
Alguns meses mais tarde, interessou-se pela obra do poeta polonês Adam
Ważyk (1905-1982), através de um poema que havia sido publicado em junho
no jornal semanal Sonntag, provocando indignação no alto escalão do partido.
Isot Kilian entrou em contato com o autor para solicitar o envio de mais poemas
e comunicar a intenção de Brecht de traduzi-los e publicá-los na edição
de setembro da revista Sinn und Form (Sentido e Forma). Segundo Gustav Just,
Brecht considerava Ważyk “o poeta mais significativo entre aqui e Pequim”.
Traduziu sete poemas a partir de traduções literais de Konrad Swinarski.
Caso bem diverso é “Regen im Kiefernhain” (Chuva no pinheiral), tradução de
“La pioggia nel pineto” de Gabriele d’Annunzio (1863-1938). Pela disposição e
tamanho irregulares dos versos, percebe-se claramente que se trata no máximo
de uma tradução preliminar, quase um rascunho, corroborando as suspeitas
de Elisabeth Hauptmann de que teria sido feita por Ruth Berlau, apesar de
encontrar-se com a letra de Brecht.
Há ainda as traduções brechtianas de poetas não coetâneos:
além de Po Chü-yi (772-846), Ts’ao Sung (ca. 830-910), Su Tung-p’o (1036-1101)
e o poeta desconhecido do século I a.C. dos “Poemas Chineses”,
de Calímaco (310 a.C. - 240 a.C.), Percy Bysshe Shelley (1792-1822),
Victor Hugo (1802-1885), Charles Baudelaire (1821-1867) e alguns anônimos
do cancioneiro mundial.
6.4
Os “Poemas Chineses” já mereceram uma análise aprofundada:
Antony Tatlow, em seu excelente livro Brechts chinesische Gedichte (Os Poemas
Chineses de Brecht), coteja com os poemas originais as traduções de Brecht,
Arthur Waley, Wu-an e Fritz Jensen, mostrando como às vezes o poeta alemão
pouco se afasta da tradução que usou de base; mas como também, não raro,
consegue resultados mais felizes e fiéis aos poemas chineses, ainda que não
tivesse estudado ou sequer visto os originais. Não creio ser muito apropriado,
portanto, equiparar o procedimento de Brecht com o que Ezra Pound
empreendeu subsidiado pela obra de Ernest Fenollosa. As de Brecht são
simplesmente traduções indiretas. Não há qualquer propósito transcriador.
BRECHT POESIA 12
O assunto, naturalmente, dá ensejo a uma longa discussão. Mas, por hora,
depreende-se que o trabalho tradutório brechtiano aguarda, sem dúvida, um
estudo de fôlego, e que seria favorável separar as suas traduções – diretas
e indiretas – do corpo dos poemas autorais, indicando adequadamente seus
autores e tradutores de base, hoje relegados a notas escondidas, quando não
inexistentes. Também seria interessante saber de Tom Kuhn e David Constantine
por que razão acharam por bem incluir, além do já mencionado “Lirismo”,
outras 21 traduções indiretas no rol dos mil poemas de Brecht que selecionaram
e traduziram para o inglês, inclusive o rascunho de “La pioggia nel pineto”, que
sequer deveria constar nas Obras Completas (BFA).
[BRECHT EM PORTUGUÊS]
7.0
A recepção da poesia de Brecht no Brasil ainda não foi devidamente
investigada. Não pude encontrar nada que se equipare ao livro Do Pobre B. B.
em Portugal – Aspectos da Recepção de Bertolt Brecht Antes e Depois do
25 de abril de 1974 (Livraria Estante, 1991), organizado pela professora
e pesquisadora Maria Manuela Gouveia Delille, também autora de estudos
sobre a recepção de Heine.
Segundo Delille, a primeira menção ao nome de Brecht em Portugal teria
sido feita em 1925 pelo político e polígrafo Júlio Dantas (1876-1962).
A primeira tradução de um texto brechtiano foi publicada no jornal lisboeta
O Diabo, em 14 de setembro de 1940, coincidentemente no último ano de
existência do semanário fundado em 1934: tratava-se da primeira parte de
“Cinco Dificuldades em Escrever a Verdade”, traduzida por Mário Fonseca
de Azevedo.
Já a primeira leitura pública de um poema de Brecht se daria no Porto,
em 1952, numa conferência sobre a moderna poesia européia, proferida pelo
poeta, escritor e crítico Jorge de Sena (1912-1938), ocasião em que leu sua
tradução de “Perguntas de um trabalhador que lê”. Esta viria a ser publicada
no jornal O Comércio em 25 de setembro de 1956 com o hermético título
de “Quem construiu a heptápila Tebas?”, na certa para burlar a censura do
Estado Novo salazarista, período em que as peças de Brecht estiveram
proibidas em Portugal.
Em 1962, Paulo Quintela publicou Bertolt Brecht – Poemas e Fragmentos,
uma edição independente com dezenove poemas traduzidos. Nos anos
seguintes, outras traduções suas sairiam esparsamente em revistas literárias.
Segundo os organizadores de suas obras completas, Quintela dedicou-se
intensamente à tradução de Brecht por volta de 1968, com o intuito de publicar
A D E N D A D I G I TA L 13
um volume do autor alemão na coleção “Poetas de Hoje” da Portugália Editora.
Coincidentemente, 1968 foi o ano em que Salazar caiu da cadeira e foi
sucedido por Marcello Caetano, que viria a ensaiar uma muito parcimoniosa
distensão da ditadura.
Em 1971, Quintela planejou a publicação de uma antologia em três volumes,
mas só após a Revolução dos Cravos publicaria num volume único: Bertolt
Brecht – Poemas e Canções (Almedina, 1975). Na nota prévia esclareceu:
dos muitos centos de poemas de Bertolt Brecht que para aí tenho traduzido há anos
— e que, se publicados, dariam vários volumes como o presente —, fiz em tempos
esta primeira apanha para imediata publicação. Chegou mesmo a ser anunciada
por casas editoras que, por uma ou outra razão, se não aventuraram a pô-la
em letra de forma.
7.1
No Brasil — segundo o professor, crítico e escritor argentino Raúl Antelo — o
primeiro poema de Brecht a ser publicado foi “Ein Bericht” (Informe), na Revista
Acadêmica (nº 62, nov. 1942), editada por Murilo Miranda (1912-1971). O
poema, de 1933, saiu na tradução de José Fernando Carneiro (1908-1968),
feita, ao que tudo indica, a partir da versão em francês do poeta Louis Aragon
(1897-1982), publicada com mais outras na revista Commune (ano 3, nº 25, set.
1935) em Paris.
A Revista Acadêmica havia sido fundada em 1933, no Rio de Janeiro, por
um grupo de jovens estudantes de Direito do qual faziam parte, além do
mencionado editor, Moacir Werneck de Castro (1915-2010), Carlos Lacerda (1914-
1977) e Lúcio Rangel (1914-1979).
O grupo esteve bastante próximo a Mário de Andrade (1893-1945),
especialmente no período em que este residiu no Rio de Janeiro, de 1938 a
1941. Murilo Miranda, por sinal, veio a se tornar seu maior correspondente.
Antelo, em “Os Modernistas Lêem Brecht”, acha possível que o exemplar de
onde tiraram o poema de Brecht tenha sido enviado por Mário de Andrade.
E por que um intervalo tão grande entre a publicação de Paris e a do Rio de
Janeiro? Antelo conjectura:
BRECHT POESIA 14
A demora explica-se, a meu ver, pelos rumos da censura oficial: já a partir de
1934, mas notadamente com a implantação do Estado Novo, é no mínimo
imprudente tratar de certos temas. Em 1942, porém, com a entrada do Brasil
na guerra e o papel “aliado” que o país passa a desempenhar, é possível atacar
o nazismo sem pecha de antigetulismo.
7.2
A primeira peça de Brecht encenada no Brasil foi Terror e Miséria do Terceiro
Reich, com direção de Walter Casamayer e Henrique Bertelli; tradução de
Antônio Bulhões; sem repercussão significativa, porque feita para a comunidade
alemã de São Paulo.
A obra de Brecht só começaria mesmo a ser difundida no Brasil impulsionada
pelo sucesso do Berliner Ensemble nos palcos franceses em 1954. Em 3 de
julho de 1955, a modernista Patrícia Galvão (1910-1962) iniciaria a sua série
“Teatro Mundial Contemporâneo” no jornal A Tribuna de Santos, justo com o
dramaturgo de Augsburgo. Ao final do artigo em que descreve sucintamente
a trajetória de Brecht, ela arremata:
Cético diante de todo tradicionalismo e de toda convenção, ele parte para a pureza
de uma piedade feita de convicção de que a moral humana, qualquer que ela seja,
representa apenas uma imposição. Seu humor é cruel, o fatalismo dos cataclismas
entrecruzam-se diante dos homens, frágeis criaturas, destituídas de confiança
na boa vontade, incapazes até de serem perversos.
7.3
Em 1962, a Brasiliense lançou uma edição do poema Cruzada de crianças,
na tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos (1919-1992), com ilustrações
de Gershon Knispel (1932-2018), apresentação de Tatiana Belinky (1919-2013)
e posfácios de Anatol Rosenfeld (1912-1973) e Sérgio Milliet (1898-1966).
Em 1963, seria a vez de Manuel Bandeira (1886-1968) tomar contato
com a obra do poeta alemão:
A D E N D A D I G I TA L 15
Quando fui convidado por Edmundo Moniz a traduzir a peça Der Kaukasische
Kreidekreis [O Círculo de Giz Caucasiano], de Bertolt Brecht, aceitei o convite
mais para comprazer ao amigo. Não imaginava que ia ter um dos maiores gozos
intelectuais que já me proporcionou a minha atividade de tradutor.
7.4
Em 22 de agosto de 1964, saiu no Diário da Tarde, em Curitiba, a primeira
tradução/análise de um poema de Brecht no Brasil, feita pelo jovem poeta Paulo
Leminski (1944-1989), a dois dias de completar 20 anos. Para acompanhar a
sua tradução de “General, teu tanque...”, poema do “ABC da Guerra Alemão”
(1938) — primeira parte dos Poemas de Svendborg, Leminski delineou em 23
parágrafos, alguns quase telegráficos, um verdadeiro “ABC de Brecht”,
em que orienta o leitor no método ideogrâmico:
* BRECHT e o IDEOGRAMA
o método ideogrâmico é o processo composicional da frase chinesa; é também
o método do cinema e da publicidade.
* ideograma: escrita de ideias — cada ideia, um sinal.
7.5
Vinte meses depois, na revista Tempo Brasileiro (Rio de Janeiro, nº duplo,
9/10, abril-junho 1966), o poeta, teórico e tradutor Haroldo de Campos (1929-
2003) publicaria “Bertolt Brecht: Nota e Breve Antologia”, com treze poemas
traduzidos, acompanhados de seus originais. O poeta concretista inicia
a sua nota introdutória com as seguintes palavras:
Pode-se dizer que a posição poética de Bertolt Brecht (1898-1956) é, até certo ponto,
simétrica à de Maiakóvski. Daí a oportunidade da divulgação de poemas seus — já
que ele é principalmente conhecido entre nós como grande renovador do teatro
contemporâneo –, para que a lição de sua poesia possa ser meditada na atual fase
da nossa literatura.
BRECHT POESIA 16
exemplo de lealdade do artista a um duplo compromisso, ético e estético”.
E Haroldo cita então o seguinte trecho do mencionado posfácio:
7.6
O termo Violão de Rua, mencionado por Haroldo de Campos, merece um
esclarecimento, pois pode não ser de conhecimento geral. Trata-se de uma
coleção de poesia, em formato de bolso, que saiu como publicação extra dos
Cadernos do Povo Brasileiro, editados pela Civilização Brasileira, de Ênio
Silveira (1925-1996), em parceria com o CPC.
O volume 1 de Violão de Rua – Poemas Para a Liberdade veio a lume
em 1962 com a seguinte nota de apresentação:
Primeiro de uma série, este livro foi organizado pelo Centro Popular de Cultura
da União Nacional dos Estudantes, sem qualquer pretensão de realizar uma
completa antologia, e visa divulgar poetas que usam seus instrumentos de trabalho
para participar, de modo mais direto, nas lutas em que ora se empenha o povo
A D E N D A D I G I TA L 17
brasileiro, revolucionariamente voltado para as exigências de um mundo
melhor e mais humano.
7.7
Durante a década de 1970, foram publicados dois romances de Brecht:
o inacabado Os Negócios do Senhor Júlio César (Hemus, 1970), na tradução de
Alfredo Antonio Gerhardt (1916-?) e O Romance dos Três Vinténs (Record, 1976),
na tradução da escritora Lya Luft (1938- ). De 1976 a 1978, saiu pela Civilização
Brasileira o Teatro de Bertolt Brecht em seis volumes, com supervisão de
Geir Campos. Em 1977, A Vida de Galileu, pela Abril Cultural, em tradução
do crítico literário Roberto Schwarz (1938- ).
Ainda em 1977, é lançada pela Elo Editora, Bertolt Brecht – Antologia
Poética, versão e prefácio do jornalista e pensador marxista Edmundo Moniz
(1911-1997), reunindo 42 poemas e a peça “O Processo de Lucullus”.
Em 1978, pela Nova Fronteira, Escritos sobre o teatro, selecionados
e traduzidos pela escritora, poeta, dramaturga e ensaísta portuguesa
Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007).
7.8
Os trinta anos da morte de Brecht em 1986 daria ensejo a uma série
de eventos e publicações. Entre os eventos, destacou-se o Simpósio Nacional
“Brecht no Brasil”, promovido pelo Serviço Brasileiro de Teatro/INACEN,
Casa da Cultura Cândido Mendes, Instituto Cultural Brasil-Alemanha/Instituto
BRECHT POESIA 18
Goethe e Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico/DAAD, realizado de 25
a 27 de agosto, no Rio de Janeiro.
Grande parte das contribuições lidas no simpósio foram coligidas no livro
Brecht no Brasil – Experiências e Influências (Paz e Terra, 1987), organizado
e introduzido por Wolfgang Bader; entre os autores participantes: Fernando
Peixoto, Gerd A. Bornheim, Geir Campos, Pedro Paulo Cava, Sábato Magaldi,
João das Neves, Leandro Konder, Willi Bolle, Willy Corrêa de Oliveira,
Yan Michalski e o já mencionado Raúl Antelo.
Publicações lançadas pela ocasião: os dois primeiros volumes dos doze de
Bertolt Brecht – Teatro Completo, organização de Wolfgang Bader e Fernando
Peixoto, vário tradutores (Paz e Terra); Os Negócios do Senhor Júlio César,
na tradução de Irene Aron (Rocco); e Brecht – Poemas 1913-1956, com seleção
e tradução de Paulo César de Souza (1955- ), edição monolíngue, reunindo 270
poemas (Brasiliense, atualmente Editora 34).
7.9
Nos anos 1990, registra-se a publicação dos demais volumes de
Teatro Completo (Paz e Terra) e a celebração do centenário de nascimento de
Brecht pela Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre com a edição
de um número especial dos Cadernos Ponto&Vírgula (UE, 1998) dedicado
ao poeta: organização e posfácio de Marcelo Backes; contribuições de
Roberto Schwarz, José Antonio Pasta Jr., Fernando Peixoto, Flávio Oliveira,
Gerd Bornheim, Décio Antunes, Willi Bolle, J. H. Dacanal e do organizador,
que também publicou um volume com sua tradução de Histórias do
Senhor Keuner (UE, 1998).
7.10
Nos anos 2000 e seguintes, serão lançados dois dos três volumes previstos
para os Diários de Trabalho, na tradução de Reinaldo Guarany e José Laurenio
de Melo (Rocco, 2002 e 2005); Histórias do Sr. Keuner, na tradução de Paulo
César de Souza, posfácio de Vilma Botrel Coutinho de Melo (Editora 34, 2006);
A Cruzada das Crianças, em nova tradução de Tércio Redondo, ilustrações
da artista catalã Carme Solé Vendrell (Pulo do Gato, 2014); Conversas de
Refugiados, tradução, posfácio e notas de Tércio Redondo (Editora 34, 2017);
e a plaquete Cântico de Orge, tradução Matheus Guménin Barreto (Demônio
Negro, 2017). E aqui termino este apressado balanço tradutório de Brecht
em português, desculpando-me pelas eventuais omissões.
A D E N D A D I G I TA L 19
NOTAS
NOTAS
1. AUGSBURGO/MUNIQUE [1912-1923]
1. Fritz Gehweyer (1897-1918): colega de classe e amigo próximo com quem B. editou
o jornal escolar Die Ernte (A Colheita) de setembro de 1913 a fevereiro de 1914: desenhista
talentoso, cuidava da diagramação e ilustrações. Embora dispensado do serviço militar elo
fato de seus dois irmãos já terem morrido em combate, alistou-se voluntariamente; foi morto
a menos de um mês do término da guerra.
2. Emil Enderlin (1898-1917): colega de classe e amigo que B. chamava carinhosamente
de “Le petit”. Foi convocado para guerra em dezembro de 1916; morreu em agosto de 1917.
3. Julius Bingen (1898-1918): filho de um banqueiro judeu, era considerado pelos colegas
como o mais inteligente da classe; foi morto no último ano da guerra.
4. Heinrich Albrecht (1898- ?): colega de B. no ginásio por dois anos, até sua mudança
para Munique em 1913.
5. Friedrich Hebbel (1813-1863): dramaturgo alemão de origem camponesa e autodidata.
Segundo Otto Maria Carpeaux, é o autor da primeira tragédia social da literatura europeia
(Maria Magdalene) e precursor imediato de Ibsen.
6. Frank Wedekind (1864-1918): ator, dramaturgo e romancista alemão; antinaturalista e pré-
modernista, foi colaborador assíduo da revista satírica Simplicissimus e uma das mais fortes
influências na obra do jovem B.
7. Uma das mais famosas esculturas do artista francês Auguste Rodin (1840-1917),
homenageando os seis homens ricos de Calais que se ofereceram ao sacrifício para salvar
os habitantes da cidade do extermínio ordenado pelo rei inglês Eduardo III em 1347,
após um cerco que durou um ano.
8. Ver poema “Da má dentição”, p. 141
9. Tríplice Entente: aliança militar formada entre o Reino Unido, França e Rússia
em contraposição à Tríplice Aliança entre Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália.
10. Marianne Zoff (1893-1984): atriz e cantora de ópera austríaca, cujo amor B. disputou
com o editor e negociante Camilius Recht, embora ainda em relacionamento com Paula
Banholzer, mãe de seu primeiro filho. Os dois se casaram em novembro de 1922; em 12 de
março de 1923, Marianne deu à luz Hanne Brecht, que viria a se tornar a bem-sucedidada
atriz Hanne Hiob; o casamento ruiu no verão de 1923, quando B. conheceu
sua futura esposa Helene Weigel.
11. Gilbert Keith Chesterton (1874-1936): escritor, poeta, pensador, dramaturgo, jornalista
e crítico de arte inglês; mais conhecido como criador do personagem de romance policial
Padre Brown.
12. Rudyard Kipling (1865-1936): escritor e poeta inglês, nascido em Bombaim;
chamado por George Orwell de “o profeta do imperialismo britânico”, foi o primeiro
A D E N D A D I G I TA L 23
autor inglês a ser laureado com o prêmio Nobel de Literatura (1907); sua poesia teve
grande influência sobre B.
13. Julius Meier-Graefe (1867-1935): crítico de arte e novelista alemão; teve importante
papel no entendimento e divulgação do impressionismo e pós-impressionismo.
14. Eugène Delacroix (1798-183): pintor e muralista francês, considerado o líder
da escola rômantica francesa.
15. Na antiga Esparta, os meninos eram desde cedo separados da família para serem
treinados numa espécie de acampamento militar; durante um tempo, eram abandonados à
própria sorte na floresta para viverem do que conseguissem tirar da natureza ou subtrair
dos outros (contanto que não fossem pegos). O historiador Plutarco relata o caso de um
menino que furtou um filhote de raposa: foi detido, mas conseguiu esconder o animal vivo
debaixo das vestes; durante o interrogatório, a raposa foi devorando suas entranhas, mas
ele permaneceu impassível; só depois de cair morto, seus captores descobriram a raposa.
2. BERLIM [1924-1933]
BRECHT POESIA 24
3. SVENDBORG [1933-1939]
A D E N D A D I G I TA L 25
foi preso em 1939, aos 65 anos de idade: barbaramente torturado, confessou ser espião
britânico e japonês; foi executado em 1940.
9. Tuísmo: relativo a “Tui”, conceito satírico inventado por B. para rotular os intelectuais
que deixam seu trabalho mental ser usado oportunisticamente pelos poderosos: é sigla
da palavra “intelectual” remontada em “Telect-Ual-In”. B. trabalhou durante 25 anos num
“Romance Tui”, nunca concluído.
10. Frankfurtismo: referência irônica à Escola de Frankfurt, grupo de intelectuais ligados ao
Instituto para Pesquisa Social, fundado em 1923, em Frankfurt: Max Horkheimer, Theodor W.
Adorno, Herbert Marcuse, Friedrich Pollock, entre outros.
4. LIDINGÖ/HELSINQUE [1939-1941]
BRECHT POESIA 26
de encenação anti-naturalista de B.: o público não deve “imergir” numa suposta realidade,
mas permanecer consciente de que está no teatro.
9. Eric Olsoni (1893-1973): livreiro, crítico teatral e dramaturgo finlandês de língua sueca.
10. Relativo a “gestus”, conceito fundamental da técnica teatral brechtiana, que não deve
ser simplesmente confundido com gestualidade, pois também envolve música, figurino,
cenário etc., visando revelar uma característica social da personagem.
11. Jaroslav Hašek (1883-1923): escritor, humorista, jornalista e anarquista checo,
conhecido por seu romance O Bom Soldado Švejk.
12. Ignazio Silone (1900-1978): pseudônimo de Secondino Tranquilli, escritor
e político italiano.
13. Eimar O’Duffy (1893-1935): escritor e jornalista irlandês.
14. Trocadilho com a expressão latina “rigor mortis” (rigidez cadavérica): riso do morto.
15. Stefan George (1868-1933): poeta e tradutor, foi principal expoente do simbolismo
alemão; reuniu em torno de si um grupo de autores e intelectuais que ficou conhecido
como o “Círculo de George”.
16. Karl Kraus (1874-1936): escritor, jornalista e dramaturgo austríaco, editor da revista
Die Fackel (O Archote).
17. Elmer Diktonius (1896-1961): poeta e compositor finlandês.
18. Otto Gelsted (1888-1968): poeta, crítico literário e jornalista dinamarquês
que participou ativamente do Partido Comunista a partir de 1929.
19. Gottfried Keller (1819-1890): escritor e poeta suiço de língua alemã, mais conhecido
por seu romance Henrique o Verde; foi um dos expoentes do realismo do séc. XIX.
20. Heinrich Mann (1871-1950): escritor, ensaísta e publicista alemão, especialmente
conhecido por suas novelas e romances históricoss e de crítica social: Professor Unrat,
O Súdito, A Juventude de Henrique IV, A Maturidade de Henrique IV, entre outros; irmão
mais velho de Thomas Mann, distinguiu-se por um posicionamento mais à esquerda;
seus anos no exílio foram difíceis, sob dificuldades financeiras e o alcoolismo da segunda
esposa, que veio a se suicidar em 1944; foi escolhido como primeiro presidente
da Academia das Artes da RDA em 1949, mas faleceu antes de conseguir
retornar à Alemanha.
21. Refere-se a Catarina de Bora (1499-1552): freira católica cisterciense alemã que se
casou com Martinho Lutero.
22. Erkki Vala (1902-1991): jornalista, editor, crítico literário e escritor finlandês.
23. Refere-se a Margarete Steffin (ver nota 6, cap. 3)
24. Apelido de Helene Weigel (ver nota 5)
25. Lion Feuchtwanger (1884-1958): escritor e dramaturgo judeu-alemão; foi grande
incentivador do jovem B. e colaborou em várias de suas produções.
A D E N D A D I G I TA L 27
26. W. H. Auden (1907-1973): poeta e ensaísta inglês, naturalizado americano em 1946;
foi também tradutor e autor de roteiros cinematográficos e libretos; colaborou com B.
na adaptação de A Duquesa de Malfi e na tradução para inglês do Círculo de Giz
Caucasiano.
27. Archibald MacLeish (1892-1982): poeta e escritor americano do modernismo.
28. Fritz Kortner (1892-1970): ator de teatro e cinema e diretor teatral austríaco.
1. Marta Feuchtwanger (1891-1987): esposa do escritor Lion Feuchtwanger; foi dela a ideia
de renomear a segunda peça de Brecht — Spartacus — para Tambores na noite.
2. Alexander Granach (1890-1945), psedônimo de Jesaaja Gronach (1890-1945): ator
judeu-austríaco, fundador do coletivo teatral Das Novemberstudio; emigrou para os EUA
em 1938, onde continuou sua carreira no cinema; contracenou com Greta Garbo em
Ninotschka e atuou em Hangmen Also Die! (Os Carrascos Também Morrem), de Fritz Lang
com argumento de B.
3. Elisabeth Hauptmann (1897-1973): escritora, dramaturga e tradutora alemã. B., que
a conheceu em 1924, convenceu a editora Kiepenheuer a contratá-la como leitora para
trabalhar exclusivamente em seus projetos de 1924 a 1927; com perfeito conhecimento
de inglês – graças à mãe nascida e educada nos EUA — tornou-se a principal
colaboradora de B. no período áureo da República de Weimar; foi co-autora da Ópera
dos Três Vinténs, que surgiu de sua inciativa; traduziu poemas de Kipling e versões de
Arthur Waley de peças nô japonesas para B., enquanto publicava contos sob vários
pseudônimos; escreveu a peça Happy End, concebida com B. para repetir o sucesso da
Ópera dos Três Vinténs (o que não ocorreu); teve papel fundamental na criação de Santa
Joana dos Matadouros. Em 1933 foi presa pela Gestapo, na época em que tentava
salvar manuscritos e materiais de trabalho de B.; conseguiu se livrar, mas rompeu com
B. ao ser injustamente acusada por ele de negligência. Emigrou para os EUA em 1934,
onde veio a se casar com o compositor Paul Dessau (1894-1979) e retomou aos poucos o
contato com B., auxiliando-o de Nova York. Voltou em 1948 para Berlim, onde trabalhou
no estúdio de cinema DEFA e no Berliner Ensemble como dramaturga. O poeta confiou-
lhe em testamento a organização de seu espólio literário. Uma coletânea de seus textos
literários foi publicada em 1977 com o título Júlia Sem Romeu.
4. Max Horkheimer (1895-1973): filósofo e sociólogo alemão, um dos fundadores do
Instituto para Pesquisa Social, o qual dirigiu de 1932 até 1964.
5. Friedrich Pollock (1894-1970): sociólogo e economista alemão; foi um dos fundadores
Instituto para Pesquisa Social.
6. William Dieterle (1893-1972): ator e diretor de cinema teuto-americano; tornou-se
famoso no teatro de Max Reinhardt em Berlim; até 1928 atuou em mais de sessenta filmes
alemães; o sucesso na Alemanha propiciou-lhe um contrato na Warner Bros já em 1930;
sua carreira declinou na época do macartismo, embora não tenha sido incluído na “lista
negra”; voltou para Europa no final dos anos 1950.
BRECHT POESIA 28
7. Walter Benjamin (1892-1940): filósofo, crítico literário, sociólogo e tradutor
judeu-alemão; foi apresentado a B. por Asja Lacis (vide n. 5 do cap. 3 ) em 1924,
mas a interlocução de ambos só iniciaria em 1929, envolvendo diversos projetos
editoriais, como uma “revista para demolir Heidegger”, a revista Krise und Kritik,
um romance policial, entre outro; durante o exílio ajudaram-se mutuamente, intermediando
publicação de artigos, traduções, etc. Os dois se encontraram em Paris, em 1933, 1935
e 1937; e Benjamin passou 3 temporadas em Skovbostrand, na casa de B., nos verões
de 1934, 1936 e 1938, estreitando uma amizade que foi mal recebida pelos amigos
de Benjamin, como Adorno e Scholem. Os comentários que escreveu sobre 12 poemas
de B. estão reunidos no volume Ensaios Sobre Brecht; as conversaçõe com B. estão
parcialmente registradas em seus diários. Suicidou-se em Port Bou (Catalunha) em 27
de setembro de 1940; a notícia de sua morte só chegou a B. nos primeiros dias de sua
estadia nos EUA através de Günther Anders (ver nota 9).
8. Teses Sobre o Conceito de História (1940): um dos textos mais comentados de Benjamin
na atualidade; composto de dezoito parágrafos — dos quais seis com epígrafes de Hegel,
Brecht, Gerhard (Gershom) Scholem, Nietzsche, Josef Dietzgen e Karl Kraus — e um
apêndice com mais dois parágrafos.
9. Günther Stern (1902-1992): nome de nascimento do filósofo, poeta e escritor
judeu-alemão Günther Anders; primo-sobrinho de Walter Benjamin, foi o primeiro
marido da filósofa Hannah Arendt (1906-1975); publicou em 1962 Bert Brecht:
Conversas e Memórias.
10. Rolf Nürnberg (1903-1949): jornalista alemão que se exilou nos EUA; apesar de muito
conhecido entre os emigrantes e de ter atuado na campanha de Franklin D. Roosevelt, não
conseguiu estabilizar-se na profissão devido ao pouco conhecimento do inglês; viciado
em bezendrina e arruinado financeiramente, morreu de um ataque cardíaco em 1949.
11. Ludwig Hardt (1886-1947): renomado palestrante e declamador de textos literários
judeu-alemão que atuou em Viena e principalmente em Berlim; exilou-se em 1939 nos
EUA, onde não obteve sucesso profissional.
12. Verso do poema “Selige Sehnsucht” (Anseio abençoado) do Divã Ocidentoriental
de Goethe, obra inspirada no poeta persa Hafez — ou Hafiz — (1315-1390).
13. Ernst Deutsch (1890-1969): ator austríaco de origem judaica, famoso por sua
participação em O Golem (1920) e no filme noir O terceiro homem (1949).
14. Helene Thimig (1889-1974): atriz de teatro e cinema austríaca.
15. Fritz Kortner (1892-1970): ator de teatro e cinema, diretor teatral austríaco.
16. Em dialeto berlinense no original: det Janze stellt ‘n Strom dar, hastenichjemerktwa?
17. Efeito-V (ver nota 8, cap. 4)
18. Hans Reichenbach (1891-1953): filósofo da ciência e educador alemão; foi criador da
Sociedade para Filosofia Empírica, também conhecida como “Círculo de Berlim”, de cujas
reuniões B. participou; após a ascensão de Hitler, emigrou para Turquia em 1935, e para
os EUA em 1938, onde foi contratado pelo departamento de Filosofia da Universidade
da Califórnia; seu livro mais popular foi O Advento da Filosofia Científica (1951).
A D E N D A D I G I TA L 29
19. Síndrome de Amok: do malaio “amuk” (em fúria); consiste numa súbita explosão de
raiva que faz a pessoa afetada sair matando indiscriminadamente todo ser vivo que
encontra pela frente até se suicidar.
20. Potsdam de Schwabing: Potsdam — localidade próxima de Berlim, capital do estado
de Brandenburgo, foi uma espécie de Versalhes da Prússia, que floresceu particularmente
durante o reinado de Frederico, o Grande (1740-1786); Schwabing – bairro boêmio e
artístico de Munique que atingiu seu apogeu entre o final do século XIX e o início do
Primeira Guerra; nos anos 1920 virou cenário de luta entre grupos comunistas e nazistas.
21. Paul Czinner (1890-1972): ator, diretor e produtor de cinema britânico, de origem
judaica, nascido em Budapeste; em 1933 emigrou para Londres com sua parceira, a atriz
Elisabeth Bergner (1897-1986); em 1940 mudaram-se para Nova York, onde atuaram na
Broadway até os anos 1950, quando retornaram para Europa.
22. William Dieterle (ver nota 6)
23. Arthur Conan Doyle (1859-1930): escritor britânico, mais conhecido pelas suas
histórias de detetive com a personagem Sherlock Holmes.
24. George Simenon (1903-1989): escritor belga francófono, conhecido pelos seus
romances policiais com o personagem Jules Maigret, mas também autor de 193 romances,
158 novelas, várias obras autobiográficas, artigos e reportagens.
26. Theodor W. Adorno (1903-1969): filósofo, sociólogo, musicólogo e compositor
alemão; foi um dos expoentes da Escola de Frankfurt; apesar das implicâncias recíprocas,
B. e ele tiveram um bom relacionamento durante os anos de exílio na Califórnia.
27. Hanns Eisler (1898-1962): compositor alemão ligado à Segunda Escola de Viena; foi
aluno de Schoenberg e Webern; membro do Partido Comunista, do Grupo Novembro,
foi o maior parceiro musical de B.; durante o exílio, trabalhou em Praga, Viena, Paris,
Londres, México, Espanha, Dinamarca e Estados Unidos, de onde foi deportado em 1948;
de volta à Alemanha, compôs o hino da República Democrática da Alemanha.
Quatorze Maneiras de Descrever a Chuva – Op. 70 (1941), trabalho experimental de
trilha sonora feito para o filme mudo do documentarista holandês Joris Ivens (1898-1989),
com o financiamento da bolsa que recebeu da Fundação Rockefeller.
28. Arnold Schoenberg (1874-1951): compositor e teórico musical judeu-austríaco; foi o
criador do dodecafonismo, técnica de composição que teve grande influência na música
do séc. XX. No exílio americano, foi professor da Universidade do Sul da Califórnia e
da Universidade da Califórnia; residiu em Los Angeles, na vizinhança do escritor Thomas
Mann, com quem se ofendeu por conta da atribuição da técnica dos doze tons ao
personagem fictício Adrian Leverkühn, no romance Doutor Fausto (1947).
29. Romance Tui (ver nota 9, cap. 3)
30. Hermann Weil (1868-1927): homem de negócios teuto-argentino que se tornou o
maior comerciante de grãos do mundo no início do século XX; por inciativa de seu filho,
o marxista Felix Weil (1898-1975), financiou a fundação do Instituto Para Pesquisa Social
em Frankfurt.
31. T.S. Eliot (1888-1965): poeta, dramaturgo e crítico literário anglo-americano, autor de
BRECHT POESIA 30
The Waste Land (1922), The Hollow Man (1925), Ash Wednesday (1930) e Four Quartets
(1943) entre outros.
32. W. H. Auden (ver nota 25, cap. 4)
33. Clifford Odets (1906-1963): dramaturgo, roteirista e diretor norte-americano;
seus dramas sociais fizeram sucesso na segunda metade da década de 1930,
influenciando dramaturgos como Arthur Miller, Neil Simon e David Mamet.
34. Margarete Steffin (ver nota 6, cap. 3)
35. Dmitri Shostakovitch (1906-1975): compositor russo de estilo híbrido que, apesar de
uma relação difícil com a burocracia stalinista, conseguiu produzir até o final de sua vida.
36. Arturo Toscanini (1867-1957): maestro italiano, um dos mais aclamados músicos do
final do século XIX e século XX, especialmente pela suas regências das obras de Verdi,
Beethoven, Brahms e Wagner.
37. Hans Winge, no exílio John H. Winge (1903-1968): diretor de teatro e crítico de
cinema austro-americano; atuou na direção teatral em Munique, Bayreuth, Breslau e
Berlim; com a ascensão de Hitler, voltou para Viena, onde trabalhou como crítico de
cinema; em 1938 emigrou para os EUA, onde foi contratado pela MGM e Universal
como diretor de filmes; voltou para Berlim em 1949, vindo a colaborar com B.
38. Herbert Marcuse (1898-1979): sociólogo e filósofo teuto-americano, ligado à Escola
de Frankfurt; sua leitura de Freud em Eros e Civilização (1955) e seu engajamento contra
a Guerra do Vietnã na década de 1960 o tornaram um dos mais célebres pensadores da
contracultura.
39. Anton Bruckner (1824-1896): compositor, organista e teórico musical austríaco; sua
música foi especialmente apreciada durante o regime nazista.
40. Ver poema “Do regar o jardim” na p. 447
41. Karl Korsch (1886-1961): filósofo alemão, tido como um dos principais renovadores
da teoria marxista na primeira metade do século XX, ao lado de Lukács, Ernst Bloch e
Gramsci; crítico da stanilização do Komintern, foi expulso do Partido Comunista Alemão
em 1926; B. o considerava seu professor em matéria de marxismo; exilou-se
na Dinamarca e depois na Inglaterra; em 1936 emigrou para os EUA, onde trabalhou
no Instituto para Pesquisa Social em Nova York.
42. Don Giovanni: ópera em dois atos com música do compositor austríaco Wolfgang
Amadeus Mozart (1756-1791) e libreto do autor italiano Lorenzo da Ponte (1749-1838).
43. Anacreonte (563 a.C - 478 a.C.): poeta lírico grego, célebre por cantar as musas,
Dionísio e o amor.
44. Thomas Mann (1875-1955): romancista, contista e ensaísta alemão; um dos escritores
mais proeminentes do século XX, recebeu o prêmio Nobel de Literatura em 1929; de
linhagem conservadora, passando a liberal com o tempo, virou alvo frequente de B.
já na década de 1920; mas foi no exílio californiano, nas discussões sobre a Alemanha
do pós-guerra, que o conflito entre os dois escritores se acirrou.
45. “Do regar o jardim” — p. 447
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46. “O regresso” — p. 445
47. The Nineteenth Century: revista literária inglesa fundada em 1877 por Sir James
Knowles; de 1901 a 1951 publicada com o nome de The Nineteenth Century and After;
foi descontinuada em 1972.
48. Mordecai (Max) Gorelik (1899-1990): renomado cenógrafo, produtor e diretor teatral
norte-americano de origem russo-judaica; conheceu B. em 1935 e tornou-se um dos
principais adeptos do teatro épico nos EUA.
49. Scholem Asch (1880-1957): escritor e dramaturgo judeu-polonês; um dos expoentes
da literatura ídiche moderna.
50. Alfred Döblin (1878-1957): escritor, ensaísta e médico psiquiatra alemão de origem
judaica; foi o mais importante romancista do expressionismo: seu Os Três Saltos de
Wang Lun (1916) é considerado o primeiro romance modernista de língua alemã, mas
é mais conhecido como autor do monumental Berlin Alexanderplatz (1929); no exílio
californiano converteu-se ao catolicismo, o que causou embaraço a seus antigos amigos e
correligionários de esquerda como B. e Hanns Eisler.
51. Ígor Stravinski (1882-1971): compositor, pianista e maestro russo; adquiriu fama
internacional com a música composta para três balés de Sergei Diaghilev: O Pássaro de
Fogo (1910), Petrushka (1911) e, principalmente, A Sagração da Primavera (1913).
52. Béla Bartók (1881-1945): compositor, pianista e etnomusicólogo húngaro; na primeira
década do séc. XX, percorreu a Hungria e Romênia com seu amigo, o também compositor
Zoltán Kodály (1882-1967), recolhendo e anotando canções e músicas folclóricas; em
1940 emigrou para o EUA onde veio a falecer em decorrência de uma leucemia.
53. Arthur Waley (1889-1966): orientalista e sinólogo inglês, especialmente conhecido por
suas traduções de poesia chinesa e japonesa.
54. Po Chü-i ou Bai Juyi (772-846): poeta chinês da dinastia Tang que procurou escrever
numa linguagem mais acessível, inspirada em canções populares; exerceu altos cargos
na administração imperial, mas notabilizou-se por poemas de crítica social e política que
frequentemente o levaram ao degredo.
55. Das Manifest – Lehrgedicht (O Manifesto – Poema Didático): projeto inconcluso de
B. iniciado em 1945: um longo poema em hexâmetros, nos moldes do De Rerum Natura
(Sobre a natureza das coisas) de Lucrécio a partir do Manifesto comunista de Karl Marx
e Friedrich Engels.
56. Ruth Berlau (1906-1974): atriz, diretora teatral, escritora e fotógrafa dinamarquesa;
engajou-se no Partido Comunista em 1930 após retornar de uma viagem de bicicleta
a Moscou para um jornal de Copenhagen; conheceu o casal Brecht em 1933, atuando
para introduzir tanto o dramaturgo como a atriz no meio teatral dinamarquês; tornou-se
parceira e amante de B. em 1935 e o acompanhou por quase todo o período do exílio;
colaborou especialmente no Livro das Reviravoltas (em que é a personagem Lai-tu), no
Círculo de Giz Caucasiano e nos ‘livros-modelo’ de Antígona e Mãe Coragem; iniciou
a microfilmagem dos manuscritos de B., formando a base do futuro Arquivo Brecht; em
1944 teve um filho com B., que nasceu prematuro e só viveu por alguns dias; após algum
BRECHT POESIA 32
tempo de rompimento de relações, retomou a colaboração com B., vindo a trabalhar no
Berliner Ensemble até a morte do dramaturgo.
57. Eric Bentley (1916- ): crítico teatral, dramaturgo, cantor, editor e tradutor anglo-
americano; é um dos maiores especialistas e tradutores para o inglês da obra de B.
58. Charles Laughton (1899-1962): ator de teatro e cinema, roteirista, diretor e produtor
cinematográfico anglo-americano; colaborou intensamente com B. na reformulação,
tradução e produção da peça “A Vida de Galileu”.
59. Ezra Pound (1885-1972): poeta, crítico, tradutor e ensaísta norte-americano; foi um
dos criadores mais influentes do modernismo e grande incentivador de autores como T.S.
Eliot, James Joyce e Ernest Hemingway, entre outros; em 1924 mudou-se para Itália e deu
suporte ao regime de Mussolini; preso em 1945 pelo exército americano por alta traição,
foi considerado mentalmente incapaz para enfrentar julgamento e internado no hospital
psiquiátrico St. Elizabeth, em Washington D.C.; foi solto em 1958 por pressão de amigos
e admiradores influentes; voltou à Itália, onde terminou o resto de seus dias.
60. Stefan George (ver nota 15, cap. 4)
61. Rudyard Kipling (ver nota 12, cap. 1)
62. Gabriele d’Annunzio (1863-1938): poeta e dramaturgo do decadentismo italiano;
foi também jornalista, político e heroi da I Guerra Mundial; em 1919 liderou um exército
voluntário de nacionalistas que tomou a cidade de Fiume (hoje Rijeka, na Croácia); ante a
recusa do governo italiano de anexar o território, declarou Fiume um Estado independente
e proclamou-se “Duce”; derrotado pela marinha italiana no ano seguinte, retirou-se
para sua casa às margens do lago de Garda; embora tenha inspirado Mussolini, não se
envolveu com o fascismo.
63. Andrei Jdanov (1896-1948): político soviético, correligionário de Stalin, defensor
intransigente do Realismo Socialista, estilo imposto a todos os países do bloco soviético
até final dos anos 1960.
64. Alexander Kerensky (1881-1970): político social-democrata e advogado russo;
foi um dos líderes da primeira fase da Revolução Russa: foi ministro da Guerra e primeiro-
ministro; com a revolução bolchevique, exilou-se em Paris e depois em Nova York.
65. Ilya Ehrenburg (1891-1967): revolucionário bolchevique, escritor, jornalista e
historiador judeu-ucraniano; foi um dos autores mais prolíficos da União Soviética.
66. Vladimir Maiakóvski (1893-1930): poeta, dramaturgo e teórico russo; um dos mais
influentes criadores e articuladores da vanguarda russa; fez parte do grupo Hylae
que deu origem ao cubo-futurismo; seu suicídio, supostamente por desilusão amorosa,
permanece envolto em controvérsia.
67. Refere-se ao grupo de dezenove escritores e roteiristas (também alguns diretores e
produtores de cinema), entre os quais B., que enfrentou o Comitê de Atividades Anti-
Americanas do Congresso com uma estratégia comum de defesa; 10 deles — Adrian
Scott, Albert Maltz, Alvah Bessie, Dalton Trumbo, Edward Dmytryk, Herbert J. Biberman,
John Howard Lawson, Lester Cole, Ring Lardner Jr. e Samuel Ornitz — recusaram-se a
responder sobre sua suposta filiação ao Partido Comunista, invocando a primeira emenda
A D E N D A D I G I TA L 33
da constituição dos EUA, sendo setenciados a penas de 6 meses a um ano de prisão;
pelo fato de ser o único não-naturalizado americano do grupo, nunca ter conseguido
fincar pé na indústria cinematográfica e já haver resolvido voltar para Europa, B. prefriu
não seguir o protocolo e se livrou com muita astúcia de seus inquiridores; o áudio de seu
interrogatório pode ser ouvido na URL: https://www.youtube.com/watch?v=tbT4iNalh0A
68. Die Maßnahme (A Tomada de Decisão) de 1930: peça didática tão radicalmente
comunista que foi abjurada pelo próprio Partido Comunista; B. não a encenou novamente,
ainda que a considerasse sua peça mais inovadora.
69. Joseph Losey (1909-1984): diretor de teatro e cinema americano; em 1935 passou
vários meses em Moscou para estudar o teatro russo, ocasião em que conheceu B. Em
1947 dirigiu A Vida de Galileu em Beverly Hills e Nova York, com Charles Laughton no
papel principal.
70. T. Edward Hambleton (1911-2005): produtor teatral norte-americano; foi fundador do
Phoenix Theater, um dos palcos principais da chamada Off Broadway.
71. Helli: apelido de Helene Weigel (ver nota 5, cap. 4)
72. Hermann Budzislawski (1901-1978): jornalista alemão especializado em economia
e política; foi redator-chefe da revista Die Weltbühne (Palco Mundial) durante
o período do exílio.
6. ZURIQUE/BERLIM [1947-1956]
1. Refere-se à sua adaptação da Antígona de Sófocles (c. 497 a.C.- c. 405 a.C.) a partir
da tradução de Friedrich Hölderlin; foi a primeira peça encenada por B. ao voltar para a
Europa: a estreia ocorreu em 15 de fevereiro de 1948, no Stadttheater de Chur, Suíça.
2. György Lukács (1885-1971): filósofo marxista, crítico e historiador literário húngaro.
Defensor do realismo, foi um dos principais condutores do chamado “debate sobre o
expressionismo”, em que repudiou como formalistas e decadentes autores com Joyce,
Kafka e Beckett. Depois da Segunda Guerra, envolveu-se na formação do novo governo
da Hungria; foi expulso do Partido Comunista em 1948, mas reintegrado em meados
da década de 1950; em 1956, tornou-se ministro do governo revolucionário de Imre
Nagy (1896-1958); com a derrota da revolução, foi deportado para a Romênia, sendo
reintegrado ao partido no ano seguinte após fazer a sua autocrítica; permaneceu leal ao
partido, embora não acrítico, até o final da vida.
3. Ernst Glaeser (1902-1963): escritor alemão ligado à Nova Objetividade; seu romance
Jahrgang 1902 (Ano de Nascimento 1902) fez sucesso internacional; exilou-se em 1933,
mas com o tempo distanciou-se de seus colegas antifascistas; voltou para Alemanha em
1939, onde continuou a publicar sob vigilância do governo nazista.
4. IG Farben: conglomerado químico e farmacêutico alemão formado em 1925
pela junção das companhias BASF, Bayer, Hoechst, Agfa entre outras; uma de suas
subsidiárias forneceu o gás Zyklon B para as câmaras de extermínio nazistas; após a
guerra, foi desmembrada pelos aliados nas antigas companhias que a formaram.
BRECHT POESIA 34
5. Reinhard Heydrich (1904-1942): oficial nazista, chefe do Gabinete Central de
Segurança do Reich e um dos principais arquitetos da Solução Final; tinha excelente
formação musical; morreu em Praga em decorrência dos ferimentos sofridos num atentado
executado pela resistência tcheca, que serveria de tema para o filme Hangmen Also Die!
(Os Carrascos Também Morrem), com argumento de B.
6. Ernst Kaltenbrunner (1903-1946): oficial austríaco do Terceiro Reich; foi o comandante
da SS de mais alta patente a ser levado a julgamento em Nuremberg; foi condenado por
crimes de guerra e contra a humanidade e executado por enforcamento.
7. República de Beneš: refere-se ao curto governo restaurado do presidente tcheco Edvard
Beneš (1884-1948); foi primeiro-ministro da Tchecoslováquia de 1918 a 1935; presidente
de 1935 a 1938; e comandou a resistência aos invasores alemães no exílio londrino; de
volta ao país em 1945, ficou no poder até fevereiro de 1948, quando foi derrubado pelos
comunistas por não querer recusar a ajuda financeira do Plano Marshall.
8. Emil František Burian (1904-1954): poeta, jornalista, ator, cantor, músico, compositor,
dramaturgo e ativista comunista tcheco; em 1933, fundou o teatro D34; depois da guerra,
os teatros D46 e D47.
9. Hans Schrecker (1899-1983): jornalista alemão, membro do KPD (Partido Comunista da
Alemanha) e, depois, do SED (Partido de União Socialista); foi preso em 1954, acusado
de espionagem, e reabiltado em 1956.
10. Ludwig Renn, segundo nome de Arnold Friedrich Vieth von Golßenau (1889-1979):
escritor alemão de origem nobre, autor do best-seller pacifista Krieg (Guerra) de 1928;
atacado pelos nazistas, abdicou do título de nobreza e adotou o nome do protagonista
de seu romance; lutou na Guerra Civil espanhola, comandando o batalhão Ernst Thälmann
e liderando, com Hans Kahle, a XI. Brigada Internacional; voltou para Alemanha em 1947,
onde engajou-se no SED (Partido de União Socialista da Alemanha).
11. Inversão irônica de uma célebre frase da Ópera dos Três Vinténs: “Primeiro a comida,
depois a moral”.
12. Alexander Abusch (1902-1982): jornalista e escritor alemão; foi diretor do jornal Die
Rote Fahne (A Bandeira Vermelha); exilou-se na França onde foi preso, escapou e entrou
na resistência; em 1941 emigrou para o México; voltou em 1946 para Alemanha, onde
entrou SED e chegou a altos postos de comando, especialmente na área cultural.
13. Johannes R. Becher (1891-1958): poeta expressionista e político do KPD (Partido
Comunista da Alemanha); exilou-se na União Soviética; seu rígido cometimento ao
stalinismo fez dele um dos poucos sobreviventes dos expurgos; voltou em 1945 à
Alemanha, onde continuou sua carreira política no SED (Partido de União Socialista da
Alemanha); foi ministro da Cultura e presidente da União Cultural.
14. Herbert Ihering (1888-1977): dramaturgo, diretor, jornalista e crítico teatral alemão;
foi um dos grandes apoiadores de B. no início da carreira; continuou publicando durante
o regime nazista, o que abalou bastante a sua reputação; depois da guerra engajou-se
na política cultural da República Democrática da Alemanha, embora sempre residindo
em Berlim Ocidental; ajudou na fundação do Berliner Ensemble e, por indicação de B.,
tornou-se membro da Academia das Artes.
A D E N D A D I G I TA L 35
15. Slatan Dudow (1903-1963): cineasta e roteirista búlgaro atuante na República de
Weimar; dirigiu, entre outros, Kuhle Wampe (1932), filme concebido e escrito por B.;
exilou-se na França e depois na Suíça; de volta à Alemanha em 1946, tornou-se um dos
diretores da DEFA, estúdio de cinema da República Democrática da Alemanha.
16. Heinz Kuckhahn (?-?): trabalhou no filme Kuhle Wampe; foi diretor-assistente
de Mãe Coragem (1949), embora não fizesse parte do Berliner Ensemble.
17. Mujiques: denominação dada aos camponeses na Rússia czarista, submetidos à
servidão até as reformas de 1861.
18. Alexander Dymschitz (1910-1975): escritor e professor de literatura soviético;
no pós-guerra, foi por alguns anos adido cultural da zona de ocupação soviética
da Alemanha.
19. Ponte aérea: foi organizada pela força aérea dos EUA e Reino Unido para abastecer
Berlim Ocidental, quando a União Soviética interrompeu o acesso ferroviário, rodoviário e
hidroviário à cidade, numa das piores crises da Guerra Fria; durou de 4 de junho de 1948
a 12 de maio de 1949, período em que mais de duzentos mil voos foram realizados.
20. Refere-se à Batalha dos Campos Catalaúnicos, travada em 274, na qual o Império
Romano do Ocidente, em aliança com os visigodos e alanos, derrotou o famigerado
exército de Átila, o huno, e o forçou a recuar para o além-Reno.
21. Hermann e Dorothea: poema épico de Goethe, composto de nove cantos em verso
hexâmetro, finalizado em 1797.
22. Jacob Walcher (1887-1970): político e sindicalista comunista; exilou-se na França,
onde foi preso várias vezes; emigrou para os EUA, onde atuou no Conselho para uma
Alemanha Democrática, dirigido pelo teólogo Ivan Tillich (1886-1965), do qual B. também
fez parte; de volta à Alemanha em 1946, foi redator-chefe do jornal Tribüne (Tribuna)
e ingressou no SED; em 1951 foi declarado “inimigo da classe operária” por suposto
trotskismo, sendo expulso do partido e rebaixado a arquivista; B. o ajudou e atuou para
que fosse finalmente reabilitado em 1956.
23. Karl Liebknecht (1871-1919) e Rosa Luxemburgo (1871-1919): político e dirigente
socialista alemão; filósofa, economista e teórica marxista polaco-alemã; ambos
fundadores da Liga Espartaquista que se transformou no KPD (Partido Comunista da
Alemanha); foram assassinados por paramilitares da extrema-direita com a derrocada
da Revolução Espartaquista em 1919.
24. Wilhelm Pieck (1876-1960): sindicalista e político alemão do Partido Social-Democrata
e, depois, do Partido Comunista; em 1933, exilou-se na França, em seguida na União
Soviética, onde trabalhou na Rádio de Moscou; voltou em 1945 para a Alemanha,
onde comandou com Otto Grotewohl o SED (Partido de União Socialista) e tornou-se o
primeiro e único presidente da República Democrática da Alemanha.
25. Antiqua: família de fontes inspirada na tradição latina; a primeira teria sido criada em
1464 pelos tipógrafos alemães Conrad Sweynheym e Arnold Pannartz em Subiaco, Itália,
rivalizando com a família de fontes Fraktur, usada por Johannes Gutenberg.
26. Biedermeier: denominação de um estilo literário e artístico “pequeno-burguês” que se
BRECHT POESIA 36
desenvolveu na Europa Central entre 1815 e 1848.
27. Apelido de Helene Weigel (ver nota 5, cap. 4)
28. Refere-se ao Berliner Ensemble, criado por Helene Weigel e B. em 1949, sediado
desde 1954 no Theater am Schiffbauerdamm, Berlim.
29. Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister (1795-96), de Goethe, considerada o
obra inaugural do gênero “romance de formação” (Bildungsroman).
30. Apelido de Margarete Steffin (ver nota 6, cap. 3)
31. Die Möwe (A Gaivota): teatro e clube de artistas fundado em 15 de junho de 1946
em Berlim, a mando da Administração Militar Soviética; existe até hoje e conta com cerca
de cem membros.
32. Alexander Púschkin (1799-1987): poeta, escritor e dramaturgo russo, considerado o
fundador da literatura russa moderna; entre suas obras mais aclamadas, o romance em
versos Eugene Oneguin; entre 1820 e 1824 esteve desterrado no sul do Império por seu
envolvimento com ideias progressistas.
33. Karl Hofer (1878-1955): pintor ligado ao expressionismo e ao “realismo mágico”; foi
professor da Academia Prussiana das Artes de 1923 até 1938, quando foi afastado por
terem os nazistas considerado a sua obra “degenerada”; separou-se no mesmo ano de
sua esposa judia, Mathilde Scheinberger, e casou-se com a “ariana” Elisabeth Schmidt
para poder continuar atuando profissionalmente; depois da guerra, ajudou a reconstruir
a faculdade de artes plásticas da Universidade de Berlim, da qual foi diretor. Mathilde foi
deportada em 1942 para o campo de concentração de Auschwitz, onde morreu.
34. Robert Havemann (1910-1982): químico, comunista e combatente da resistência contra
o regime nazista; em 1943 foi preso e condenado à morte por alta traição, a sentença foi
adiada mais de uma vez por ser detentor de segredos científicos cruciais para a guerra;
em 1945 foi libertado pelo Exército Vermelho; de 1946 a 1963 trabalhou para a KGB,
para o Ministério de Segurança do Estado e Inteligência do Exército da RDA; foi diretor
do Instituto de Química Física da Universidade Humboldt em Berlim Oriental; a partir de
1964 tornou-se crítico do regime, publicando artigos e livros na Alemanha Ocidental,
apesar de vigiado e vivendo em prisão domiciliar até sua morte em 1982.
35. Anna Seghers, pseudônimo de Anna (Nety) Reiling (1900-1983): escritora
judia-alemã; ingressou no Partido Comunista em 1928; com a ascensão de Hitler,
exilou-se na França e depois no México, onde fundou o grupo anti-fascista Heinrich-
Heine-Klub e o jornal Freies Deutschland (Alemanha Livre); em 1947, voltou para
Alemanha, estabelecendo-se em Berlim Ocidental; no mesmo ano ingressou no SED;
em 1950, mudou-se para Berlim Oriental.
36. Michael Tschesno-Hell (1902-1980): roteirista e funcionário cultural da RDA;
engajou-se no Partido Comunista em 1922; em 1933 exilou-se na Holanda e depois
na Suíça, onde editou com Stephan Hermlin e Hans Mayer a revista de exilados Über die
Grenzen (Além das Fronteiras); em 1945, mudou-se para a zona de ocupação soviética
de Berlim, onde trabalhou como vice-presidente da Central dos Repatriados; em 1947,
foi nomeado diretor da recém fundada editora Volk und Welt (Povo e Mundo); de 1967
A D E N D A D I G I TA L 37
a 1972, foi presidente da Associação dos Produtores de Cinema e Televisão da RDA.
37. Ilya Ehrenburg (ver nota 40, cap. 5)
38. FDJ – Freie Deutsche Jugend (Juventude Livre Alemã): movimento oficial de jovens
da RDA, para as idades de 14 a 25 anos; chegou a ter mais 2.3 milhões de membros
(c. 75% da juventude do país); promovia o intercâmbio entre países do bloco comunista
e realizava grandes eventos culturais.
39. Enrique Beck (1904-1974): poeta suíço-alemão que assegurou em 1946 o direito
exclusivo de tradução da obra do poeta e dramaturgo espanhol Federico García Lorca
(1898-1936); em 1998, a editora Suhrkamp entrou com uma ação para quebrar a
exclusividade; em 2016 a obra do poeta espanhol caiu em domínio público.
40. Märkische Schweiz (Suíça da Marca): região montanhosa, de parque natural, no
estado de Brandenburgo, ao leste de Berlim; lá, no município de Buckow, à margemdo
lago Schermützel, B. e Helene Weigel adquiriram uma propriedade em fevereiro de 1952.
41. Kurt Weill (1900-1950): compositor judeu-alemão e mais célebre parceiro musical de
B.; foi aluno do pianista, maestro, compositor, ensaísta e pedagogo italiano Ferruccio
Busoni (1866-1924); casou-se com a cantora e atriz Lotte Lenya (1898-1981) em 1926, ano
em que atuou como crítico de rádio na revista Der deutsche Rundfunk (A Rádio Alemã)
e conheceu B.; musicou os “Cânticos de Mahagonny” para participação no Festival de
Música de Câmara Alemã, em Baden-Baden: a apresentação em forma teatralizada,
em 17 de julho de 1927, causou grande escândalo no público conservador e serviu de
base para a ópera Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny (1930), considerada
a obra-prima da dupla; mas foi A Ópera dos Três Vinténs (1928), um dos mais bem-
sucedidos musicais do século XX, que a consagrou definitivamente; divergências
políticas e financeiras fizeram a parceria terminar em 1930; as tentativas de retomá-la
durante o exílio não deram muito certo ou ficaram no papel; nos EUA a partir de 1935,
Weill alcançou grande êxito como compositor na Broadway; em 1943 naturalizou-se
americano.
42. Stefan Brecht (1924-2009): poeta e ensaísta americano nascido na Alemanha;
primeiro filho do casamente de B. com a atriz Helene Weigel; ficou nos EUA para
completar seus estudos, quando a família decidiu voltar para Europa em 1947; trabalhou
na École Pratique des Hautes Études, em Paris, e foi professor da Universidade de Miami.
43. J. Robert Oppenheimer (1904-1967): físico teórico norte-americano; durante a
Segunda Guerra, dirigiu o Projeto Manhattan para desenvolvimento da bomba atômica
no Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México; demitiu-se com o sucesso da
prova efetuada no deserto; em 1947, foi eleito presidente da Comissão Para a Energia
Atômica, cargo que exerceu até 1952; foi intensamente investigado pelo FBI por ter tido
ligações com comunistas nos anos 1930 e teve que depor perante o Comitê de Atividades
Anti-americanas do Congresso.
44. Isot Kilian (1924-1986): atriz e assistente de direção teatral alemã; sua família fugiu
de Berlim em 1934 para escapar a perseguição da Gestapo; estabeleceu-se em
Hamburgo, onde conheceu o escritor e dramaturgo Wolfgang Borchert (1920-1947),
que lhe introduziu ao teatro; em 1946, voltou para Berlim, onde trabalhou na Rádio
BRECHT POESIA 38
e no Cabaré Frischer Wind (Vento fresco); em 1949, foi contratada por Helene Weigel
para o Berliner Ensemble; em 1952, casou-se com o filósofo e jornalista Wolfgang Harich
(1923-1995), um dos mais importantes intelectuais da Alemanha Oriental, de quem se
separou dois anos depois; o relacionamento com B. iniciou-se em 1954 e perdurou até
sua morte em 1956; em 1965 casou-se com o ator Bruno Carstens (1918-2001).
45. Paula Banholzer (1901-1989): educadora alemã; primeira namorada de B. e mãe de
seu primogênito, Frank Banholzer (1919-1943); os dois se conheceram em Augsburgo
na primavera de 1917; quando ela engravidou no final de 1918, B. pediu sua mão em
casamento, mas o pai de Paula, o médico Carl Banholzer, não o queria como genro:
a filha foi enviada ao interior para dar a luz e o bebê foi confiado a um casal de
camponeses; depois do nascimento, continuaram o relacionamento em Munique, onde B.
estava morando; engravidou novamente em 1920, mas perdeu a criança; nesse ano,
B. já estava disputando com o negociante Camilius Recht o amor da atriz e cantora
Marianne Zoff (1893-1984); quando Paula e Marianne souberam da existência uma
da outra, resolveram tirar satisfação juntas e perguntar a B. com quem ele queria ficar;
ele respondeu: “com as duas”; acabou se casando com Marianne quando esta
engravidou; todavia, quando soube em 1924 — já vivendo com Helene Weigel em Berlim
— que Paula estava noiva, pediu à sua companheira que fosse a Augsburgo convecer
Paula a vir morar com eles na capital; ela recusou. Em 1981, publicou suas memórias:
Paula Banholzer, Meu Tempo com Bertolt Brecht.
A D E N D A D I G I TA L 39
ÍNDICE
ÍNDICE GERAL
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1. AUGSBURGO/MUNIQUE [1912-1924] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Fragmentos dos diários e anotações autobiográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Der brennende Baum | A árvore ardendo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Die Vergessenen | Os deslembrados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Mutter sein… | Ser mãe… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Karsamstagslegende | Lenda do Sábado Santo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Kalt oder Heiß | Frio ou quente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Bonnie Mac Sorel freite | Bonnie Mac Sorel flertava . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Hymne an Gott | Hino a Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Caspars Lied mit der einen Strophe | Canção de Caspar, de apenas uma estrofe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Legende vom toten Soldaten | Lenda do soldado morto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Das Lied von der Wolke der Nacht | A canção da nuvem da noite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Lied der müden Empörer | Canção dos rebeldes cansados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Zu Wedekinds Begräbnis | No enterro de Wedekind . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Choral vom Manne Baal | Coral do homem Baal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Litaipee kann in siebzig Sprachen reden | Li Tai Po domina setenta idiomas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Als ich im Finstern war | Quando estava no escuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Gegen Verführung | Contra a sedução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Orges Gesang | Cântico de Orge . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Von den Sündern in der Hölle | Dos pecadores no inferno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
Apfelböck oder Die Lilie auf dem Felde | Apfelböck ou O lírio no campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
Der Virginienraucher | O fumador de Virginias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
So halb im Schlaf | No meio-sono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Vom Klettern in Bäumen | Do subir em árvores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Vom Schwimmen in Seen und Flüssen | Do nadar em lagos e rios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Erinnerung an die Marie A. | Lembrança de Maria A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Deutschland, du blondes, bleiches | Alemanha, loira, lívida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Über die Anstrengung | Sobre a canseira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
Prometheus | Prometeu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Als sie nun aus war | Quando ela se foi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Den Nachgeborenen | Aos pósteros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
PSALMEN | SALMOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Vision in Weiß. 1. Psalm | Visão em branco. 1º salmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Hybris. 2. Psalm | Húbris. 2º salmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Gesang aus dem Aquarium. 5. Psalm | Cântico do aquário. 5º salmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Lied von meiner Mutter. 8. Psalm | Cântico da minha mãe. 8º salmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Der 1. Psalm | O 1º salmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Der 2. Psalm | O 2º salmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
Der 3. Psalm | O 3º salmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
Politische Betrachtungen | Considerações políticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
Auch der himmel | O céu também . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
Vom schlechten Gebiß | Da má dentição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
Von der Kindsmörderin Marie Farrar | Da infanticida Marie Farrar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
ÍNDICE 43
Ballade vom Mazeppa | Balada de Mazeppa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
Vom armen B .B. | Do pobre B. B. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
Omnes vulnerant ultima necat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154
BRECHT POESIA 44
Sonett zur Neuausgabe des François Villon | Soneto para a nova edição de François Villon . . . . . . . . 236
Gründungssong der National Deposit Bank | Funk de fundação do Banco Nacional de Depósitos . . . 236
Paragraph 1 | Parágafo 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238
Ballade vom Tropfen auf den heißen Stein | Balada da gota na chapa quente do fogão . . . . . . . . . . . . 240
Das Lied vom SA-Mann | A canção do homem da SA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 242
Wir sind sie | Nós somos ele . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 244
Henkersmahl | Última refeição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246
Sorgfältig prüf ich | Minuciosamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246
Lob des Kommunismus | Elogio do comunismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246
Von allen Werken | De todas as coisas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248
Lob der dialektik | Elogio da dialética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250
ÍNDICE 45
An den Schwankenden | Aos vacilantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
Die nicht zu vergessende Nacht | A noite que não dá para esquecer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 308
Einst dachte ich: in fernen Zeiten | Antes eu pensava: em tempos distantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 310
Auf ein Stadion | Num estádio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
Es ist nacht | É de noite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
Auf der Mauer stand mit Kreide | Riscado no muro com giz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
Den Kundgebung des Regimes | Aos anúncios do regime . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 314
Über die Gewalt | Sobre a violência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 314
Wenn das bleibt, was ist | Se o que está perdura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 314
Der Gedanke in den Werken der Klassiker | O pensamento nas obras dos clássicos . . . . . . . . . . . . . . . . 314
Lied des Kin-Jeh über den enthaltsamen Kanzler | Canção de Kin-jeh sobre o chanceler . . . . . . . . . 316
Unermüdlich | Incansavelmente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 316
Fahrend in einem bequemen Wagen | Viajando num carro confortável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 318
Die Schauspielerin im Exil | A atriz no exílio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 318
Das Waschen | A lavagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 320
Notwendigkeit der Propaganda | Necessidade da propaganda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 320
Lied des Wahlzettelverteilers | Canção do distribuidor de cédula eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 324
Über die Bezeichnung Emigranten | Sobre a designação de emigrantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 326
Als Gott der Herr die Menschen schuf | Quando o Senhor criou o homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 328
Hochzeitsverkündung des Goliath durch die Philister | Proclamas de Golias através dos filisteus . . . . 328
Die Ballade vom Wissen | Balada do saber . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 330
Die Träume des Gefangenen | Os sonhos do prisioneiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 332
Letztes Liebeslied | Última canção de amor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 334
Eingeordnet in das durchprüfte System... | Classificado no sistema comprovado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 334
So wie der Mensch der Steinzeit | Assim como o homem da idade da pedra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 336
Die Oberen sagen | Os de cima dizem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 336
Legende von der Entstehung des Buches Taoteking | Lenda da origem do livro Tao-te king . . . . . . . . . . 338
Die Bücherverbrennung | A queima de livros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 342
General, dein Tank ist ein starker Wagen | General, teu tanque é um automóvel forte . . . . . . . . . . . . . . 344
Ansprache des Bauern an seinen Ochsen | Arenga do lavrador ao seu boi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 344
Verjagt mit gutem Grund | Escorraçado com razão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 346
Kritik an Michelangelos “Weltschöpfung” | Crítica à “Criação do mundo” de Michelangelo . . . . . . . . . 348
(Vermutliche) Antwort des Malers | (Suposta) resposta do pintor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 350
Selbstgespräch einer Schauspielerin beim Schminken | Solilóquio de uma atriz se maquiando . . . . . . 350
An die Nachgeborenen | Aos pósteros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 352
In den finsteren Zeiten | Nos tempos de escuridão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 358
Schlechte Zeit für Lyrik | Mau tempo para poesia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 358
BRECHT POESIA 46
Bei einer Flasche Wein | Servindo uma garrafa de vinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 382
Das ist dieses Jahr, von dem man reden wird | Este é o ano sobre o qual se vai falar . . . . . . . . . . . . . . 384
Der Lautsprecher | O rádio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 384
STEFINNSCHE SAMMLUNG | COLETÂNEA STEFFÍNICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 386
Motto: (Dies ist nun alles) | Mote: (Isso é tudo agora). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 388
FRÜHLING 1938 | PRIMAVERA 1938 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 388
1 (Heute, Ostersonntag... | Hoje cedo, domingo...) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 388
2 (Über dem Sund... | Sobre o estreito...) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 388
3 (In den Weiden am Sund... | Nos prados à beira do estreito...) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 388
Der Kirschdieb | O ladrão de cereja . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 390
1940 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 390
1 (Das Frühjahr kommt... | A primavera vem...) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 390
2 (Aus den Bücherhallen... | Das bibliotecas...) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 390
3 (Nebel verhüllt... | Névoa camufla...) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 392
4 (Mein junger Sohn... | Meu filho mais novo...). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 392
5 (Ich befinde mich auf dem Inselchen Lidingö | Encontro-me na pequena ilha de Lidingö) . . . . 392
6 (Die Konstrukteure hocken... | Os calculistas se agacham...) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 392
7 (Vor der weißgetüncheten Wand... | Em frente à parede caiada...) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 392
8 (Auf der Flucht vor meinen Landsleuten... | Fugindo dos meus compatriotas...) . . . . . . . . . . . . . . . . . 394
[FINNISCHE EPIGRAMME | EPIGRAMAS FINLANDESES] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 394
Auf den kleinen Radioapparat | Para o pequeno rádio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 394
An die dänische Zufluchtsstätte | Ao refúgio dinamarquês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 394
Die Pfeifen | Os cachimbos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 396
Finnische Gutsspeisekammer 1940 | Despensa finlandesa 1940 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 396
Gedenktafeln für im Krieg des Hitler... | Placas em memória dos que tombaram . . . . . . . . . . . . 396
Gedenktafel für 4000... | Placa em memória dos 4000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 398
Ich lese von der Panzerschlacht | Eu leio sobre a batalha de tanques . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 398
(Im Bade | No banho) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 398
[SONETT | SONETO] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 400
Finnische Landschaft | Fínica paisagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 400
ÍNDICE 47
4 (Unter den grünen Pfefferbäumen | Debaixo das pimenteiras verdes) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 436
Die Stadt ist nach den Engeln genannt | A cidade deve o seu nome aos anjos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 438
Jeden Morgen, mein Brot zu verdienen | Cada manhã, para ganhar o meu pão . . . . . . . . . . . . . . . . . 438
Die Stadt Hollywood hat mich belehrt | A cidade de Hollywood ensinou-me . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 438
In de Hügel wird Gold gefunden | Nas colinas ouro é encontrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 438
Über den vier Städten kreisen die Jagdflieger | Sobre as quatro cidades circunvoam os caças . . . . 438
Die Maske des Bösen | A máscara do mal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 442
In der Chinesenstadt von Los Angeles | Na Chinatown de Los Angeles . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 442
Wenn der jahrzeitlose Abend | Quando a noite sem estação de ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 442
Lied einer deutschen Mutter | Canção de uma mãe alemã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 442
Die Rückkehr | O regresso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 444
Die Landschaft des Exils | A paisagem do exílio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 444
Vom Sprengen des Gartens | Do regar o jardim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 446
Das Lied von der Moldau | A canção do rio Moldau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 446
Die neuen Zeitalter | As novas eras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 448
Die Verwandlung der Götter | A metamorfose dos deuses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 448
Der Bauch Laughtons | A barriga de Laughton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 450
Wenn ich auf dem Kirchhof liegen werde | Quando forem me deitar no cemitério . . . . . . . . . . . . . . . . . 450
Bei der Nachricht von der Erkrankung eines mächtigen... | À notícia do adoecimento . . . . . . . . . . . . . . . . 450
Alles wandelt sich | Tudo se transforma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452
Abgesang | Canto final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452
Die schöne Gabel | O belo garfo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452
Seht doch die Leichtigkeit | Vejam só a facilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 454
Lied vom Fraternisieren | Canção da fraternização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 454
Lied vom armen Mann | Canção do homem pobre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 456
Epitaph | Epitáfio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 456
Der Sumpf | O pântano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 458
BRECHT POESIA 48
Nicht feststellbare Fehler der Kunstkommission | Erros não verificáveis da Comissão de Arte . . . . . . 486
BUCKOWER ELEGIEN | ELEGIAS BUCKOWLICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 488
Motto: Ginge da ein Wind | Mote: Viesse aqui um vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 490
Der Blumengarten | O jardim de flores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 490
Gewohnheiten, noch immer | Hábitos, ainda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 490
Rudern, Gespräche | Remos, conversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 490
Der Rauch | A fumaça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 492
Heißer Tag | Dia quente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 492
Bei der Lektüre eines sowjetischen Buches | Na leitura de um livro soviético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 492
Der Radwechsel | Troca de pneu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 494
Die Lösung | A solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 494
Böser Morgen | Manhã maligna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 494
Die neue Mundart | O novo dialeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 496
Große Zeit, vertan | Grande tempo, desperdiçado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 496
Der Einarmige im Gehölz | O homem de um braço só, no mato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 496
Lebensmittel zum Zweck | Alimento para um fim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 498
Bei der Lektüre eines spätgriechischen Dichters | Na leitura de um poeta grego tardio . . . . . . . . . . . 498
Tannen | Pinheiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 498
Der Himmel dieses Sommers | O céu deste verão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 500
Laute | Rumor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 500
Die Musen | As musas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 500
Vor acht Jahren | Há oito anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 500
Eisen | Ferro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 502
Die Wahrheit einigt | A verdade une . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 502
Beim lesen des Horaz | Lendo Horácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 502
Sag nicht zu oft | Não digas tanto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 506
Das Brot des Volkes | O pão do povo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 506
Ballade des Kaisers | Balada do imperador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 508
Die sieben Leben der Literatur | As sete vidas da literatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 508
Schlau wie man einen Fisch einzieht | Esperto como se puxa um peixe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 518
1954, erste Hälfte | 1954, primeiro semestre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 510
Ach wie solln wir nun die kleine Rose buchen | Ah, a pequena rosa, como registrar? . . . . . . . . . . . . . . 510
Liebeslied einer schlechten Zeit | Canção de amor de um tempo ruim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 510
E. P. Auswahl seines Grabstein | E. P. escolhe sua lápide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 512
Schwierige Zeiten | Tempos difíceis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 512
Dauerten wir unendlich | Fôssemos infindos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 512
War traurig, wann ich jung war | Eu era triste quando jovem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 512
Ich benötige keinen grabstein | Eu não preciso de lápide. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 514
Erst ließ Freude mich nicht schlafen | A alegria deixou-me sem dormir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 514
Wie es war | Como era . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 514
Rat an die Schauspielerin C. N | Conselho à atriz C. N. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 514
Gegenlied | Canção do contra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 516
Der Zar hat mit ihnen gesprochen | O Czar falou a eles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 516
Die Gewichte auf der Waage | Os pesos na balança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 518
ÍNDICE 49
SOBRE POESIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 521
Concurso de poesia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 523
1. Pequeno relato sobre 400 (quatrocentos) jovens poetas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 523
2. Nem útil nem belo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 525
A poesia como expressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 527
Sobre plágios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 528
Poetas devem escrever a verdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 529
Sobre a linguagem géstica na literatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 531
A traduzibilidade de poemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 532
Sobre o vínculo da poesia com a arquitetura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 532
O poeta não precisa ter medo da razão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 533
Poesia e lógica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 534
A vanguarda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 535
Experimentar com formas antigas na poesia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 535
Sobre o despedaçar de poemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 536
Sobre poesia sem rimas com ritmos irregulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 536
Adendo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 537
Sobre o progresso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 538
Poesia e pintura para Casas do Povo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 539
Sobre a arte pura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 542
O sonho de Kin-jeh com os exames de arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 542
Sobre pensões do Estado a poetas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 543
Sr. K. e a poesia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 543
Formalismo e novas formas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 544
NOTAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 545
ÍNDICE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 571
De imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 573
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Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 574
BRECHT POESIA 50
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