O documento discute o Romantismo, focando no herói romântico, no amor e na idealização da mulher. Também aborda a crise em Portugal durante o período e os primeiros autores românticos portugueses, com destaque para Almeida Garrett.
O documento discute o Romantismo, focando no herói romântico, no amor e na idealização da mulher. Também aborda a crise em Portugal durante o período e os primeiros autores românticos portugueses, com destaque para Almeida Garrett.
O documento discute o Romantismo, focando no herói romântico, no amor e na idealização da mulher. Também aborda a crise em Portugal durante o período e os primeiros autores românticos portugueses, com destaque para Almeida Garrett.
O herói romântico é muitas vezes, marginal, desregrado, entregue ao
ópio e ao álcool. Contudo isso revela não uma índole má, mas sim desespero e repulsa pelo mundo tal como ele é. Outro tipo de marginalidade é a deriva da perfeição de seu espírito e de seu caráter, benignidade de seus procedimentos, incompatíveis com a lama da realidade objetiva. Em geral, o herói é um tipo movido por propósitos elevados, solitário em seus anseios e atitudes, um incompreendido. Se ao enunciador ou ao personagem masculino romântico faltarem virtudes, elas serão resgatadas com o fenômeno amoroso. O amor, no Romantismo funciona como uma espécie de regenerador caracteres. É a partir dele que o individuo adquire ou recupera sua dignidade. É o que ocorre com os personagens Simão Botelho, em amor de perdição, de Camilo Castelo Branco, e Fernando Seixas, em senhora, de José de Alencar. A mulher é o instrumento de que se vale o romântico para a ascensão espiritual. Sua idealização é evidente. A mulher romântica não existe, paira; não respira, pulsa; não anda, flutua; tem a prodigiosa propriedade de irradiar luz pelos poros; é dotada de virtudes tão maravilhosas que fazem dela uma semideusa praticamente inatingível. Em face de tanta perfeição, o homem romântico desloca- se para o alto, no anseio de tocá-la, de ser digno dela, encontrando em si dons e qualidades positivas que só precisavam de um estímulo para virem à tona.
A fuga da realidade, fuga da morte, fuga no sonho e na
imaginação, fuga na loucura, fuga no espaço, fuga no tempo.
A crise portuguesa
Os acontecimentos da Revolução Francesa refletiram também em
Portugal, a situação agravou-se com a tomada do país pelas tropas de Napoleão, e a família real se instalou no Brasil colônia onde se tornou a nova sede da corte portuguesa. A família real retornou a Portugal e anos após o Brasil declarou independência.
Romantismo em Portugal – primeiro momento
Os primeiros anos da implantação do Romantismo português
foram turvados por conflitos internos e externos. Entretanto, esse movimento foi se estabelecendo de maneira inexorável entre esse povo guerreiro, que possui, paradoxalmente, umas das índoles mais sentimentais de toda a Europa. Nesse primeiro momento, há escritores ainda influenciados pela estética clássica, especialmente no que diz respeito à forma. Há em todos, porém, a chama do sentimento romântico, de seus ideais e de seu espírito. Entre os autores desse primeiro período, destacam-se: Almeida Garret. Alexandre Herculano e Antônio de Castilho.
Almeida Garrett (1799- 1854)
Nascido de Porto em 4 de fevereiro de 1799, recebeu o nome
de João Baptista da Silva Leitão de Almeida. “Garrett” foi resgatado de um remoto ramo aristocrático da família, ao que parece irlandês, e incorporado a seu nome na juventude. Foi um poeta, prosador e dramaturgo português, teve um importante papel como o iniciador do movimento romântico em Portugal com a publicação do poema “Camões”. João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu na cidade do Porto, Portugal, no dia 04 de fevereiro de 1799. Acompanhou a família na mudança para os Açores, durante a invasão napoleônica. Garrett passou a infância e a adolescência na ilha Terceira, onde fez seus primeiros estudos. Desde cedo manifestava inclinação pela literatura e pela política, porém, seus pais tentavam encaminha-lo para a carreira eclesiástica. Em 1816, Almeida Garrett deixou a família e retornou para o continente e ingressou no curso de Direito na Universidade de Coimbra. Nesse mesmo ano escreve seus primeiros poemas com características do Arcadismo, devido à formação neoclássica por ele recebida, reunidos mais tarde com o nome de “Lírica de João Mínimo”. Em 1821 concluiu a Licenciatura e estabeleceu-se em Lisboa onde ingressou no Ministério do Interior e pouco depois passou a dirigir o serviço de instrução pública. Nesse mesmo ano, publicou o poema “Retrato de Vênus”, um ensaio sobre a história da pintura. Seu conteúdo foi considerado uma ameaça à moral e, por isso, ele respondeu a um processo judicial. Com a revolução de 1823, Almeida Garrett é obrigado a exilar- se na Inglaterra devido sua participação na Revolução Liberal do Porto. Em 1824, segue para a França, onde trabalha como correspondente comercial em Havre. Nesse período, influenciado por Shakespeare, começa a escrever poemas dentro do novo estilo romântico. Em Paris, publica o poema “Camões” (1825) cujo tema é a vida do poeta Luís Vaz de Camões e a composição de seu poema épico Os Lusíadas. Publica ainda “A Conquista do Algarve” (1826), ponto de partida do Romantismo português. Regressa para Portugal e com a vitória da causa liberal é nomeado Ministro dos negócios estrangeiros. Em 1828 retorna para a Inglaterra, devido ao restabelecimento do regime absolutista por D. Miguel. Em 1832, regressa ao Porto, como combatente da causa liberal. A poesia romântica portuguesa apresentou dois momentos distintos, ao primeiro, pertencem Garrett, Alexandre Herculano e Castilho, poetas que tentaram introduzir os motivos medievais, históricos e místicos no domínio poético. O segundo momento, que aparece em meados do século XIX, denomina-se poesia ultrarromântica, que tem como maiores representantes, Camilo Castelo Branco e Soares de Passos.