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ESCOLA: EEEM HERIBERTO BARROSO ARAGÃO

PROFESSORA: LUCIETE NAZARÉ

ALUNOS: DEMISSON RAUL E DIOGO CALDAS

SÉRIE: 2º ANO TURMA: M2TG07

DATA: 12/12/2022
Almeida Garrett
Poeta português

Biografia de Almeida Garrett


Almeida Garrett (1799-1854) foi um poeta, prosador e dramaturgo português que teve um
importante papel como o iniciador do movimento romântico em Portugal com a publicação do
poema “Camões”.

João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu na cidade do Porto, Portugal, no dia 04 de
fevereiro de 1799. Acompanhou a família na mudança para os Açores, durante a invasão
napoleônica.

Garrett passou a infância e a adolescência na ilha Terceira, onde fez seus primeiros estudos. Desde
cedo manifestava inclinação pela literatura e pela política., porém, seus pais tentavam encaminha-
lo para a carreira eclesiástica.

Formação e contexto histórico

Em 1816, Almeida Garrett deixou a família e retornou para o continente. Ingressou no curso de
Direito na Universidade de Coimbra e entrou em contato com as ideias liberais.

Jovem, com aspirações políticas, Almeida Garrett se envolveu ativamente na Revolução Liberal do
Porto de 1820, que exigia o estabelecimento de uma monarquia constitucional em Portugal.

Em 1821 concluiu a Licenciatura e estabeleceu-se em Lisboa onde ingressou no Ministério do


Interior e pouco depois passou a dirigir o serviço de instrução pública.

Em 1823, com a volta do absolutismo, na contra revolta liderada por D. Miguel, Garrett teve que
deixar Portugal e exilou-se na Inglaterra. Foi no exílio que entrou em contato com a literatura
romântica de Lord Byron e Valter Scott.

Em 1824, por questões de necessidade financeira, partiu para a França onde trabalhou como
correspondente comercial em Havre.

Em 1826, Garrett foi anistiado e retornou para Portugal. Dedicou-se ao jornalismo e fundou o diário
“O Português” e o semanário “O Cronista”.

Em 1828 retornou para a Inglaterra, devido ao restabelecimento do regime absolutista por D.


Miguel. Só conseguiu apoio para seu regresso após o liberalismo sair vitorioso com a Guerra Civil
Portuguesa de 1832.
Carreira literária
A obra de Almeida Garrett costuma ser dividida em três fases:

A primeira fase teve início em 1816, quando Garrett escreveu seus primeiros poemas, com
características do “Arcadismo”, devido à formação neoclássica por ele recebeu. Mais tarde, esses
poemas foram reunidos na obra intitulada “Lírica de João Mínimo”.

Em 1821, Garrett publicou o poema “Retrato de Vênus”, um ensaio sobre a história da pintura. Seu
conteúdo foi considerado uma ameaça à moral e, por isso, ele respondeu a um processo judicial.

Retrato de Vênus
Vénus, Vénus gentil! – Mais doce, e meigo
Soa este nome, Ó Natureza augusta.
Amores, graças, revoai-lhe em torno,
Cingi-lhe a zona, que enfeitiça os olhos;
Que inflama os corações, que as almas rende.
Vem, ó Cipria formosa, oh! Vem do Olimpo,
Vem com mago sorriso, com terno beijo,
Fazer-me vate, endeusar-me a lira. (...)
A segunda fase da obra de Garrett mostrou sua tendência romântica inspirada no Romantismo
inglês e enraizada em seu espírito nacionalista e pela valorização da pureza da língua portuguesa.

Influenciado pela obra de Shakespeare, escreveu o poema Camões. Publicado em 1825, foi
considerado o marco inicial do “Romantismo em Portugal”, cujo tema é a vida do poeta Luís Vaz de
Camões e a composição de seu poema épico Os Lusíadas.

Movido pela saudade de sua pátria, Garrett publicou também os poemas: "D. Branca" (1826) e "A
Conquista do Algarve" (1826).

A terceira fase da obra de Garrett apresentou-se essencialmente romântica, quando deixou


excelentes poemas lírico-amorosos, entre eles destaca-se:

Este Inferno de Amar


Este Inferno de Amar – como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi?
Essa chama que alenta e consome.
Que é a vida – e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando – ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... – foi um sonho -
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! Que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! Despertar? (...)

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