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Biografia de Almeida Garrett

Almeida Garrett (1799-1854) foi um poeta e dramaturgo


português que teve um importante papel no início do movimento
romântico em Portugal com a publicação do poema “Camões”.

João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu na


cidade do Porto, no dia 04 de fevereiro de 1799.

Durante a invasão napoleónica, Almeida Garrett mudou-se com


a família para os Açores, para a ilha Terceira onde passou a sua
infância e adolescência e fez os seus primeiros estudos.

Desde cedo manifestava inclinação pela literatura e pela


política., porém, os seus pais tentavam encaminha-lo para a
carreira eclesiástica.

Formação e contexto histórico

Em 1816, Almeida Garrett deixou a família e voltou a Portugal e


ingressou no curso de Direito na Universidade de Coimbra.

Jovem, Almeida Garrett envolveu-se ativamente na Revolução


Liberal do Porto de 1820, que exigia o estabelecimento de uma
monarquia constitucional em Portugal.

Em 1821 concluiu a Licenciatura e estabeleceu-se em Lisboa


onde ingressou no Ministério do Interior e pouco depois passou
a dirigir o serviço de instrução pública.

Em 1823, com o regresso do absolutismo, liderada por D.


Miguel, Garrett teve que deixar Portugal e exilou-se na
Inglaterra. Foi no exílio que entrou em contato com a literatura
romântica de Lord Byron e Valter Scott.

Em 1824, por questões financeiras, partiu para a França onde


trabalhou como correspondente comercial em Havre.

Em 1826, Garrett foi absolvido e regressou a Portugal, onde se


dedicou ao jornalismo e fundou o diário “O Português” e o
semanário “O Cronista”.

Em 1828 voltou para a Inglaterra, devido ao restabelecimento


do regime absolutista por D. Miguel. Só conseguiu apoio para o
seu regresso após o liberalismo sair vitorioso com a Guerra Civil
Portuguesa de 1832.
Carreira literária

A obra de Almeida Garrett costuma ser dividida em três fases:

A primeira fase teve início em 1816, quando Garrett escreveu


os seus primeiros poemas, com características do “Arcadismo”.
Mais tarde, esses poemas foram reunidos na obra intitulada
“Lírica de João Mínimo”.

Em 1821, Garrett publicou o poema “Retrato de Vênus”, um


ensaio sobre a história da pintura. O seu conteúdo foi
considerado uma ameaça à moral, tendo por esse motivo
respondido a um processo judicial.

Teatro Romântico

Almeida Garrett foi também o impulsionador do teatro


romântico português, despertando, através dele, o sentimento
de patriotismo e o gosto pelos momentos marcantes da história
nacional.

A partir de 1838, desenvolveu uma campanha a favor da


edificação do Teatro Nacional D. Maria II e a criação do
Conservatório de Arte Dramática.

Almeida Garrett escreveu peças neoclássicas, como “Catão”


(1822) e românticas, como “Um Auto de Gil Vicente” (1842), “O
Alfageme de Santarém” (1842), “Frei Luís de Souza” (uma
tragédia, obra prima da dramaturgia romântica portuguesa,
1844) e “D. Filipa de Vilhena” (1846).

Viagens na Minha Terra

Almeida Garrett elevou o gênero literário da prosa através da


narrativa de viagens, escrevendo prosas de ficção, entre elas:
“O Arco de Santana” (romance histórico 1845-1850), e “Viagens
na Minha Terra” (1843-1846).

Folhas Caídas

Folhas Caídas (1853) foi a última das obras líricas de Garrett e a


melhor de suas composições amorosas.
Vida Política

Almeida Garrett viveu uma intensa vida política, foi eleito


deputado em 1845. Em 1851 foi nomeado sucessivamente para
a redação das instruções ao projeto de lei eleitoral e para a
comissão de reforma da Academia de Ciências. Nesse mesmo
ano recebeu o Título de Visconde.

Em 1852, foi eleito novamente deputado e por um curto período


ocupou o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Almeida Garrett faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 9 de


dezembro de 1854.

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