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DIES IRAE
Análise:
Em todo o poema está presente uma “linguagem oblíqua”, que simultaneamente
revela e encobre. É ambígua.
“flor de verde pinho” - referência a D. Dinis e à sua cantiga de amigo.
“meu país” - o sujeito poético fala de Portugal; o tema deste texto pode ser
considerado os descobrimentos ou as reviravoltas da história de Portugal.
“País em terra” - alusão à fundação do reino.
“fatal” - palavra chave do poema; introduz um discurso valorativo; transmite a
opinião negativa do sujeito poético sobre a viagem histórica que foram os
Descobrimentos.
Verso 6- espécie de sentença, pois no mar não se pode semear nada.
PEREGRINAÇÃO
Análise:
Há continuação da narrativa do poema anterior e a mesma contraposição de palavras dos
campos semânticos de agricultura e de navegação.
Há uma utilização repetida do pronome “tu” (sinédoque do português) - invocação
do leitor; é aproximado o sujeito poético ao leitor.
Versos 3 e 4- presença de dois sentidos do verbo “perder”; no verso 3, é um perder
ideológico pelo rei, enquanto no verso 4, é um perder efetivo de pessoas.
Verso 8- para viver noutro lugar, morre-se no anterior.
Verso 11- “perdeste a pátria por achar” - não achou a pátria pois era lá, dentro das
fronteiras geográficas, que estava o segredo do sucesso.
Verso 12- “espuma”, palavra-chave. Tem uma conotação negativa, remetendo para
a ideia de ilusão e de não substância das coisas (são bolhas de ar).
“e o mais” - pode ser interpretado como tudo o resto que sobrou dos
Descobrimentos.
Estrofe 4- remete para uma ideia de autodestruição. Somos mortos pelas armas que
tecemos. (“malhas que o império tece” -remete para a Mensagem, de Fernando
Pessoa).
Estrofe 5- “fogueiras” - alude à inquisição. Foi na época dos Descobrimentos que
nasceu a inquisição em Portugal e na Espanha.
“fantasmas” - início de momento sombrio na história de Portugal. Encontram-se
inimigos que nunca existiram verdadeiramente.