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Título da publicação:
BANDA SINFÔNICA DA FAMES
Práticas coletivas e o desenvolvimento
da música de concerto no Estado do Espírito Santo
Autor:
Marcelo de Sousa Madureira
Características da publicação
Aproximadamente 130 a 150 páginas
Formato: 16x23cm
Capa e orelhas: papel couche fosco 350g com verniz localizado
Miolo: papel couche fosco 90g
2
Resumo da obra
Esta obra tem como objetivo principal contar a história do projeto Banda Sinfônica
da Fames no contexto das práticas musicais do Espírito Santo e como objetivos
específicos: mostrar o processo de ensino-aprendizagem musical no estado a
partir da criação da Banda Sinfônica da FAMES; avaliar a contribuição do projeto
Banda Sinfônica da FAMES na expansão da música de concerto no ES e para o
mercado de trabalho do estado; apresentar a contribuição do projeto Banda
Sinfônica da FAMES para a Banda de Musica nas Escolas; apresentar a
Orquestra de Câmara da EMES e o percurso destas práticas coletivas até se
converterem Orquestra Sinfônica da Fames - OSFA, por intervenção do projeto
Banda Sinfônica da Fames. A partir desses objetivos foi possível compreender a
função dessas bandas para a música de concerto, para as escolas e para a
profissionalização dessas pessoas. O método utilizado foi à pesquisa de campo,
com a realização de entrevistas e preenchimento de questionários contendo
perguntas semi-estruturadas. Na revisão de literatura foram consultadas as obras
de Thompson (contexto histórico da música erudita no estado), Carneiro e Ribeiro
(história do surgimento da Escola de Música), Bastian (educação musical), Mae
(música e a construção de uma consciência sociocultural), Marques; Beineke,
Bellochio e Del Bem (a formação e ação de professores em ensino de Música),
entre outros. Como resultado final chega-se à conclusão de que a “Banda
Sinfônica da FAMES” contribui para: melhoria da qualidade na formação
sociocultural dos alunos que dela fazem parte, qualifica o valor que os alunos
integrantes da banda atribuem a esta atividade artístico-musical, avalia como
positivo os demais projetos desenvolvidos a partir desse, compreendendo a
contribuição do professor no âmbito acadêmico da Fames e no cenário da
música de concerto capixaba em função destas atividades.
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Projeto gráfico
Projeto editorial
Conceito de Capa
Diagramação
Tratamento das imagens
Pagamento referente a taxa do ISBN
Aplicação da logomarca conforme padrão do Governo/Fames
Título/capa
Texto da primeira orelha
Texto da segunda orelha:
Primeira página – nome do autor e da obra
Ficha técnica e Ficha catalográfica da Fames
Dedicatória
Sumário
Prefácio
Introdução
Conteúdo /miolo
Textos da segunda orelha: nota biográfica do autor
Texto da quarta capa
Bibliografia
4
Fames
Vitória/2015
Texto da primeira orelha
Marcelo de Sousa Madureira nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, e viveu sua infância e
adolescência na vizinha Carmo do Cajuru. Aprendeu a tocar trompete por incentivo do avô e do pai
e desde criança tocava em eventos religiosos como procissões e datas civis e municipais. Foi
mestre de Banda da Associação Musical Cajuruense/MG de 1994 a 2000. Posteriormente,
trabalhou como compositor de Marchinhas e produtor de Carnaval em Cajuru e em cidades
vizinhas em parceria com as Prefeituras locais.
Tornou-se Bacharel em Música com Habilitação em Trompete pela UFMG – Universidade Federal
de Minas Gerais, Pós-graduado (Lato sensu) - Docência para o Ensino Superior – FABAVI e
Mestrado em Ciências da Educação - IPV/Universidade de Lusófona.
Atuou como músico convidado no Grupo de balé “O Corpo”, nas óperas “AIDA” em 2001 e 2002
em Minas Gerais, atou na “Orquestra Sinfônica da UFMG”, “Minas Jazz Orchestra”, Gerais Big
Band, Banda Sinfônica da UFMG,“Orquestra Clássica de Itapecerica/MG” em 2003 e 2004,
Orquestra de Câmara no festival Domingos Martins/2005.Idealizador do “Projeto Banda Sinfônica”
dentro do “Fórum Internacional de Didática Musical/FAMES 2006, primeiro colocado na prova
prática para professor substituto na UFMG em 2006, recitalista convidado do programa “Músicas e
Músicos Brasileiros” da Radio MEC do Rio de Janeiro, RJ, recitalista da “Semana da Música de
Campos RJ de 2006”, Recitalista de música brasileira em julho de 2007 na Sala Banden Powell –
Copacabana RJ, semana da Música Erudita em Vila Velha/ES em outrubro de 2008. Idealizador e
Coordenador do projeto Banda Sinfônica da FAMES em 2007 à 2012, coordenador e professor do
Curso de Capacitação para Músicos e Regentes de Bandas Civis da SECULT - 2009 à 2011.
Fundador do Quinteto de Metais Espírito Brass e Coordenardor o Quinteto MetaES, Coordenador
da Fames Jazz Band em 2010 e 2011, OSFA – Orquestra Sinfônica da FAMES de 2010 à 2012 .
Músico convidado para as temporadas 2008 à 2013 da OFES, Orquestra Filarmônica do Espírito
Santo e solista convidado para os concertos Itinerantes 2010.
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Ficha técnica
Vice-Governador
Apoio na redação
Revisão
Impressão e Acabamento
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Dedicatória
Agradecimentos
Sinto-me feliz pela condição de me realizar e evoluir cotidianamente. Dou graças
a todas as pessoas que compartilham a minha história, reconhecem a dedicação
e deleite desta missão e acreditam na força da transformação pela música. É
somente nela que me encontro deliberadamente.
Sumário
Prefácio
A Banda Sinfônica da Fames tem uma importância ímpar em minha vida.
Foi com este conjunto que consolidei minhas teorias relativas à
interpretação de obras para sopros e percussão. Com ela foi possível a
realização de uma programação intensa, sempre buscando a interação
com o que o mundo estava produzindo. Hoje tenho a alegria de afirmar
que o Estado do Espírito Santo conhece o que é uma banda sinfônica. A
minha satisfação é triplicada quando vejo um aluno que se forma em um
dos cursos da faculdade e que tenha tido a oportunidade de participar
deste conjunto. Certamente sua capacitação, no que tange a
performance coletiva para sopros e percussão, não possui lacunas. Pelo
menos é o que espero...
Pra mim tudo que desenvolvo para a banda é mais que uma
responsabilidade. Trabalhamos com um grupo heterogêneo onde
professores, alunos e técnicos dividem funções. Os desafios partem
desde a organização dos ensaios até a escolha do repertório. A minha
função é cuidar da “saúde” intelectual e técnica do grupo. Sei que há
muito por caminhar, tenho tentado contribuir para que o ambiente seja
extremamente agradável e, sobretudo, para que os músicos se sintam
valorizados através das nossas escolhas (maestro, 6 anos na banda).
15
Introdução
1
Os janízaros eram uma tropa especial criada em 1326, por Omar I, Sultão do Império Otomano.
São considerados os Janízaros os primeiros soldados regulares, uma “Tropa de Linha”. Possuíam
uniformes e foram inspirados na Guarda Pretoriana de Roma. Informação disponível em:
http://catalogobandasdemusicape.wordpress.com/origem-das-bandas/. Acesso em 10 nov. de
2014.
16
2
Os textos da página 16 a 19 foi extraído do Livro Alceu Camargo: um homem a seu tempo
de Cláudio Thompson (2011, p.25 a 31).
18
Pelas informações lidas, o que se percebe é que o estado sofreu o descaso político e
econômico e a vida cultural ficou restrita a poucas apresentações para as famílias
consideradas da elite e era executada por músicos amadores. Em 1804 o Fidalgo e
governador D. Manoel Vieira trouxe músicos e mestres da Bahia e Rio de Janeiro para
ensinar o ofício aos músicos amadores do estado.
Em 1828, Inácio Acióli Vasconcelos informa que havia apenas uma família que
tocavam as mesmas peças em todas as festas. Em 1830 Padre Antunes Siqueira Informa
que a família de tocadores era a do Major Francisco de Paula Xavier mestre de música
popular. Em 1830 Surgimento das orquestras filarmônicas Caramurus e a Filarmônica
Rosariense. A Filarmônica Rosariense teve como maestro o italiano Álvaro Pandolpho que
exerceu forte influência na escolha do repertório tocado pela orquestra. Nas suas
apresentações em festas religiosas, elas se desafiavam publicamente As orquestras criadas
pertenciam a duas irmandades religiosas ligas a Igreja Católica: São Francisco e Rosário.
A orquestra Phil Orfeônica Rosariense sobreviveu até 1950. A Orquestra
Caramurus sobreviveu até 1919. Foram fechadas por ordem das igrejas as quais eram
ligadas. O nome Peroá e Caramuru lembrava o nome de peixes que tinha menos valor no
mercado. Isso significava o desprezo que uma banda tinha da outra.
Em 1840, existe a informação do surgimento da Banda da Polícia Militar que tinha
como objetivo tocar em eventos cívicos do estado. Constituída por músicos civis e
militares. Somente em 1903 foram todos efetivados e começaram a receber um soldo e
passaram a ter o direito a mudarem de patente. Em 1908, foi aprovada a criação de uma
orquestra dentro da estrutura da banda da Polícia Militar por iniciativa do governador
Jerônimo Monteiro foi aprovada a proposta do Comandante da Polícia Militar.
19
Apenas no governo Jones dos Santos Neves, essa situação de descaso começa a
mudar. Entre 1951 e 1955, foram criados vários institutos relacionados a cultura e
educação no Estado:
A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras; a Escola Politécnica; o Instituto de
Tecnologia e a Universidade Estadual, que posteriormente foi federalizada tornando-se a
UFES. Em 1952, foi criado o Instituto de Música cuja solenidade de abertura só ocorreu
em 1954, com funcionamento precário no Grupo Escolar Maria Horta transformando-se
em Escola de Música do Espírito Santo. Em julho de 1969, tornou-se autarquia estadual. A
escola viveu vários momentos difíceis até se transformar em Faculdade de Música o que só
ocorreu em 1976 (THOMPSON, 2011, p.31-40).
Esse quadro só mudou quando Alceu Camargo, paranaense e violinista, passou a
dirigir a escola vinte anos após a sua criação. Apenas a partir daí é que a música erudita
começou a ter valor. Foi ele quem iniciou esse trabalho de formação de uma orquestra. Ele
enfrentou problemas de infra-estrutura, falta de músicos especializados em outras
modalidades (apenas o piano se destacava), dificuldades para conseguir o reconhecimento
do curso como superior o que só ocorreu em 1976. Apenas a partir daí é que os alunos
conseguiram obter o diploma de bacharel em canto, violino e piano. O mais difícil é pensar
que todos esses problemas ocorreram porque não havia espaço físico em condições de
receber os alunos: como funcionava em um grupo escolar o barulho era um impeditivo
para as aulas, vários professores abriram as portas de suas casas para dar aulas e assim
minimizar o problema.
Hoje o desempenho do Estado melhorou sensivelmente e a população capixaba já
pode contar com duas orquestras profissionais: Orquestra Filarmônica do Espírito Santo
(OFES), vinculada ao Governo Estadual por meio da Secretaria de Estado da Cultura
(SECULT); e Camerata SESI Espírito Santo, vinculada ao sistema SESI (Serviço Social da
Indústria), além da Banda Sinfônica, a Orquestra Sinfônica e a Orquestra Jovem de Sopros
e Percussão da Fames. Além do Programa Vale música (banda, orquestra e coral), Projeto
Banda Júnior da Polícia Militar (banda), Sociedade Musical Lira Mateense, Projeto
Ranascer, Banda sinfônica de Venda Nova, Orquestra Sinfônica do Sul do Espírito Santo,
OSSES, Banda do Marista entre outras, que formam formam músicos e suprem os grupos
profissionais.
21
É sabido que grande parte dos músicos de sopros no Brasil é oriunda de bandas de
música ou receberam alguma influência desta em sua formação musical. Segundo
Nascimento “a banda de música contribui de maneira significativa para a experiência
profissional do músico em todas as áreas de atuação profissional” (NASCIMENTO
et al, 2006, p.95).
Sua atuação tem sido marcada por obras transcritas e originais para esta formação
instrumental. Em cinco anos de atuação, a Banda Sinfônica é responsável por um
processo de formação contínuo, tornando-se, no ano de 2010, disciplina obrigatória da
grade curricular do curso de bacharelado em instrumentos de sopros e percussão da
Instituição.
Por conseqüência das atividades desse grupo, vários cursos na FAMES foram
ativados e outros reativados. Dentre eles destacam-se os de percussão, oboé, fagote,
trompa e tuba. Outro reflexo provindo da criação deste grupo é a atuação constante de
diversos alunos no mercado de trabalho, nas principais instituições profissionais do
estado, em projetos ligados à educação musical e lideranças de bandas de música.
Banda sinfônica
.
26
Quantidade de músicos
55 componentes
Profissionais
Coordenador
Gerenciar o desenvolvimento da orquestra, orientar os monitores e músicos técnicos,
elaborar plano de avaliação para alunos do bacharelado, programar ensaios e
apresentações, dirigir e inspecionar as atividades e produção. Conferir resultados e
aceitação, supervisionar e Gerenciar outras atividades inerentes à sua área de
competência.
Maestro
Monitor/arquivista
Responsável pelo acervo musical, ele organiza todas as partituras dos ensaios de naipes e
geral, mantém cópia reserva no arquivo e providência cópia para utilização dos músicos.
Instrumentação
25/09/201 Concerto Teatro Carlos Gomes *** Sinfonieta (Marcelo Rauta) e Concerto de
1 Star Wars ( John William) Premiação
do I
concurso
Nacional
Jovens
Solistas.
28/09/201 Concerto Teatro Carlos Gomes *** Suíte da Missa de Leonard Concerto de
1 Bernsteim ( M Swenney), final de
Sinfonieta (Marcelo Rauta) e semestre.
Star Wars ( John William). Participação
do quinteto
MetaES da
FAMES.
27/10/201 Concerto Teatro Carlos Gomes Alessandro Santana Star Wars ( John William), Participação
1 (baixo), Natália Hubner Coro Nº 3 do Réquiem 9 do coro
( soprano) J.Brahms, Salmo 100 Sinfônico da
( Marcelo Rauta), Amen Final FAMES,
– Stabat Matter ( G. Rossini) e com regência
Mãe e Terra – 3º movimento de Sany
da sinfonia Nº 3 ( Johan de Souza.
Meij).
08/11/201 Concerto Centro de Convenções *** Sinfonia 3 “Planeta Terra” Participação
1 de Vitória para coro feminino e do coro
banda( Johan de Meij). Sinfônico da
FAMES,
30
com regência
de Sany
Souza.
04/12/201 Concerto Teatro Carlos Gomes *** Tocata e Fuga em Ré menor Concerto de
1 ( Johan Sebastian Bach), A encerrament
ascensão – Divina Comédia o do curso de
(Robert W. Smith), O capacitação
Magnun Misterium (Morte para músicos
Lauridinssen) e Star Wars e mestre de
( John William). bandas –
SECULT.
09/12/201 Concerto de Centro de Convenções *** *** Almanaque
1 natal de Vitória de 2011.
22/05/201 Concerto Teatro do colégio Dori Sant’ Ana Tocata e Fuga em Ré menor
2 Marista (Narrador) ( Johan Sebastian Bach),
Sinfonia Nº 2 – A paixão de
Cristo (Ferrer Ferran).
28/10/201 Concerto de Teatro Carlos Gomes *Dr. Heinz Karl Robert W. Smith(A Divina Abertura do
4 Abertura Schwebel(Trompete) Comédia – O Inferno, VI Encontro
Purgatório, Ascensão, Internacional
Paraíso), Ferrer Ferran(La de
Veu de la Trompeta)*, Satoshi Trompetistas
Yagisawa(Concerto para , Fala de
Trompete e Banda)* Kim
Dunnick
31
Por não contar com uma formação instrumental definida, as obras eram arranjadas
especificamente para o grupo. Em 2010, com o aumento do número de alunos dentro da
instituição, a Banda Experimental passou a ter seu quadro de integrantes ampliado,
podendo, assim, executar obras e orquestrações originais para Banda Sinfônica.
Quantidade de músicos
35 componentes
Profissionais
Coordenador
Gerenciar o desenvolvimento do grupo, orientar os monitores e músicos, elaborar plano
de avaliação para alunos, programar ensaios e apresentações, dirigir e inspecionar as
atividades e produção. Conferir resultados e aceitação, supervisionar e Gerenciar outras
atividades inerentes à sua área de competência.
Maestro
Propor repertório para atender as programações, elaborar plano para execução do
repertório musical e fazer arranjos quando necessário, dirigir a parte musical dos ensaios
e apresentações, assessorar coordenador e atuar em outras atividades ligadas às suas
competências e habilidades.
Spalla
Coordenar a seleção e atuação dos musicos em suas respectivas funções, responsavel pela
coordenação musical nos ensaios e apresentações, supervisionar o desempenho artistico
musical, acessorar o regente e exercer demais atribuições inerentes a função.
Montador
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Instrumentação
10/11/2010 Concerto Sesc Eduardo Rosa (flauta) Encanto (Robert W. Smith), Out
Guarapari of Africa (John Barry), Oblivion
(Astor Piazzolla), Moment For
Morricone (Johan de Meij),
Gabriel’s Oboé (Enio Morricone),
The Gladiator (Hanz Zimmer) e
Abra Cadabra (johan de Meij).
22/06/2011 Concerto Teatro do Marcelo Trevisan (Clarinete) Encanto (Robert W. Smith),
Colégio e Rodrigo Svensom Concertino (Weber), Theme
Marista (Narrador) Schindler’s (J. Williams) e Dom
Quixote (Ferrér Ferran)
05/09/2011 Concerto Igreja Matriz Tiago Ramos (Oboé) Encanto (Robert W. Smith),
de Santa Regenesis – canção do planeta
Tereza (John Higgins), Oblivion (Astor
Piazzolla), Gabriel’s Oboé (Enio
Morricone), The Big Picture
(John Higgins) e Moment For
Morricone (Johan de Meij).
19/06/2012 Concerto Teatro do Rodrigo Svensom Ivanhoe (Bert Appermont), All
Didático Colégio (Narrador) Pleasant Things (James Barnes),
Marista Pedro e o Lobo (Sergei
Prokofiev/arr.J. Curnow), Circle
of Life – tema do filme rei leão
(Elton John/arr.M. Swenney) e
Disney Fantasy (Naohiro Iwai).
06/11/2012 Concerto Teatro Carlos *** Suíte Sinfônica (Clifton
Didático Gomes Williams), Quest for Camelot
(Carole Bayer Sager/David
Foster, arr.Robert W. Smith),
African Symphony (Van
McCoy/arr.Naohiro Iwai), Tico
tico no fubá (Zequinha de
Abreu/arr.Naohiro Iwai).
15/07/2013 Concertos Teatro do Sesi * Antônio Paulo John Philip Sousa(The Star and
Sinfônico – Jardim da Filho(Saxofone) Stripes Forever), Jan Van der
s Penha Roost(Condacum), Alfred
Reed(Children’s Suite)*, Elton
John(Circle of Life/arr. Michael
Sweeney), Klaus Badelt(Pirates of
the Caribbean/arr. John Wasson),
Ronan Hardiman(Lord of the
Dance/arr. Frank Bernaerts)
15/07/2014 Fames nas Missão Praia *** James Swearingen(Majestia),
Igrejas da Costa Jacob de Haan(Concerto D
´Amore), Thomas Doss(Música
Heróica), Air for Band(Frank
rikson), Led Zeppelin on
Tour(arr. Patrick Roszell –
Featuring Rock and
Roll,Immigrant song, Black Dog,
Kashmir, Stairway to Heaven),
José Ursicino da Silva(Suíte
Nordestina)
19/11/2014 Concerto Catedral *Frédson StevenReineke(Pilatus:A
Metropolitana Monteiro(Trombone) Montanha do dragão), Carl
de Vitória Orff/arr.:Jay Bocook(Carmina
Burana[Duas Canções] [-Fortuna
Imperatrix Mundi] [Fortune
Piango Vulnera]), Abdon
Lyra(Fantasia/orq.:Frédson
Monteiro)*, Karl Jenkins/arr.:Luc
Vertommen (Benedictus), Otto
M. Schwarz(A Volta ao mundo
em 80 dias), James
Swearingen(Majestia)
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- Criar uma orquestra acadêmica efetiva que atende a grade curricular do curso de
bacharelado.
Organograma.
Quantidade de músicos
40 componentes
Profissionais
Coordenador
Gerenciar o desenvolvimento da orquestra, orientar os monitores e músicos técnicos,
elaborar plano de avaliação para alunos do bacharelado, programar ensaios e
apresentações, dirigir e inspecionar as atividades e produção. Conferir resultados e
aceitação, supervisionar e Gerenciar outras atividades inerentes à sua área de
competência.
Maestro
Monitor/arquivista
Responsável pelo acervo musical, ele organiza todas as partituras dos ensaios de naipes e
geral, mantém cópia reserva no arquivo e providência cópia para utilização dos músicos.
Instrumentação
p/ano
2007 - 07
2008 - 11
2009 - 11
2010 - 13
2011 16 14 30
2012 08 10 18
2013 10 05 15
2014 07 06 13
40
Músico
Técnico
2007 10 - 10
2008 08 - 08
2009 06 - 06
2010 06 - 06
2011 05 14 19
2012 04 08 12
2013 05 04 09
2014 14 09 23
Fonte: elaboração do autor, 2014.
IDADE
18 anos 07
19 anos 01
20 a 26 anos 06
31 a 36 anos 05
48 anos 01
49 anos 01
Fonte: elaboração do autor. 2014
Escolaridade
ESCOLARIDADE
Superior 05 (sendo 4 professores e 1 técnico de nível
superior)
Médio 11 (sendo 10 alunos do curso de Formação
Musical e 1 técnico)
Em processo de graduação 06 alunos de bacharelado
Total: 21 pessoas, o que representa 21,2% do total.
Fonte: elaboração do autor. 2014
Entre 05 e 06 anos 06
Não respondeu 02
Fonte: elaboração do autor. 2014
O tempo de atividade na banda está relacionado à idade de cada um: os mais jovens
estão lá há menos tempo e aqueles que estão na faixa acima de 25 anos, está há mais
tempo, (entre 5 e 6 anos) visto que são alunos do bacharelado ou já formados e já
iniciaram suas carreiras no campo da música.
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METODOLOGIA
A Banda Sinfônica da Fames realiza atividades de ensaios no seu próprio auditório e seus
concertos ocorrem nos principais teatros do Estado, abertos à sociedade para amostra dos
resultados práticos a cada bimestre durante o ano letivo regularmente desde 2007. A equipe
de docentes é constituída de Regente, Coordenador e Professores dos respectivos cursos de
instrumentos, os quais sentam juntos aos alunos como chefe de naipes para vivenciarem a
prática. Outros alunos monitores do bacharelado ou licenciatura são orientados para
exercerem funções as quais lhe dão noções de hieraquia, gerência e funcionalidade da
prática de ensaio.
Os ensaios ocorrem no durante o ano letivo no as segundas e terças- feiras no período
noturno no horário das 19h00 às 21h00 e a abordagem é coletiva ministrada pelo regente
que possui o auxílio técnico dos professores especialistas nos respectivos instrumentos
como chefe de naipe.
O Regente utiliza as obras pré- selecionadas como material didático em construção do
repertório temático que considera o nível Interpretativos técnicos e idiomáticos presentes
para o desenvolvimento, conhecimento e crescimento dos alunos com a prática de Banda
Sinfônica. As Obras são brasileiras e estrangeiras com 20% de transcrição de orquestra e
80% de escrita original para Banda Sinfônica e são selecionadas pela “Tabela de
Parâmetros para Grupos Instrumentais”. (citado acima, fazer link - grifo dudu)
seus aspectos práticos de dinâmica, timbre, ressonância, rítmo e fraseologia, que serão
exigidos em referência.
A Banda Sinfônica tornou-se disciplina obrigatória em oito períodos do curso de
bacharelado para instrumentos de sopros e percussão na Fames. Entretanto os alunos
possuem o suporte técnico individual utilizado na prática coletiva, não dispensando
complementar conceitos técnicos/musicais como respiração coral, articulação, postura,
fraseado, linguagem musical, técnica instrumental e percepção, para aplicabilidade coletiva
em proposta musical designada pelo maestro.
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Com a implantação deste grupo criou-se novos horizontes para as Bandas do Estado
que, a partir de então, passaram a ter uma referência nesse segmento. Com isso,
surgiram novos desdobramentos do projeto: Quinteto MetaES (2007); Orquestra Jovem
de Sopros (2008); Projeto Música nas Escolas do Estado do Espírito Santo (2008) e
O Projeto Bandas nas Escolas do Espírito Santo é fruto da parceria entre a Secretaria de
Estado da Educação – SEDU e a Faculdade de Música do Espírito Santo – FAMES.
Com ênfase ao enfoque social, cultural e pedagógico, o projeto tem como intuito levar a
música instrumental aos alunos da rede estadual de ensino, inserindo a cultura musical
no universo escolar e promovendo a inclusão por meio da educação musical.
apreciação. A primeira vertente trata das aulas ministradas pelos regentes de cada banda
aos mais de 600 alunos da rede estadual atendidos diretamente pelo projeto. A
final de cada ano é promovido um encontro com todas as escolas participantes. Neste
O Curso de Capacitação para Músicos e Regentes de Bandas foi uma iniciativa sócio-
O objetivo principal do curso era capacitar músicos e regentes das bandas dos
Marataízes, Aimorés, Colatina, Itaguaçú, Piúma, Dores do Rio Preto, Anchieta, Iconha,
Rio Novo do Sul, Presidente Kennedy, Guarapari). Foram oferecidas 40 vagas para
oficinas teóricas e práticas, realizadas aos sábados e/ou domingos, totalizando 88 horas.
A equipe foi composta por profissionais atuantes nesse segmento de bandas de música,
concertos do Estado.
Nos anos de 2009, 2010 e 2011 foram realizados cursos de capacitação para músicos e
duração de 88 horas, em cada edição do curso foram ofertadas 40 vagas para oficinas
Em sua sexta edição, o curso já capacitou 246 alunos, sendo 45 regentes de banda e 201
músicos instrumentistas. O curso foi itinerante, tendo como foco o interior do Estado.
Desta forma, cada edição foi realizada em um município distinto, sendo eles:
Marataízes, Ibiraçu, Nova Venécia, Santa Maria do Jetibá, Baixo Guandu e Cachoeiro
50
de Itapemirim. Além dos músicos e regentes das bandas das cidades sedes, foram
Itapemirim, Piúma, Anchieta, Iconha, Rio Novo do Sul, Presidente Kennedy, Aracruz,
Sinfônica da FAMES. Este último foi uma oportunidade ímpar, oferecida aos músicos e
Estado, em parceria com o grupo de referência na área de sopros no Espírito Santo. Tais
Nos anos de 2009, 2010 e 2011 foram realizados cursos de capacitação para
músicos e regentes de bandas promovidos pela Secretaria de Cultura do Estado
do Espírito Santo (SECULT) em parceria com o Instituto SINCADES, bem como
com o apoio da Faculdade de Música do Espírito Santo - FAMES e Prefeituras
Municipais. Com duração de 88 horas, em cada edição do curso foram
ofertadas 40 vagas para oficinas práticas, realizadas aos sábados e/ou
domingos, destinadas a músicos e regentes de bandas, tanto dos municípios
sede quanto dos municípios vizinhos.
Público
Ano Município Sede Mestres Instrumentistas
Estimado
Nova Venécia e
2009 Santa Maria de 19 68 400
Jetibá
Ibiraçu e
2010 16 86 300
Marataízes
Baixo Guandu e
2011 Cachoeiro de 20 120 700
Itapemirim
Total 55 274 1400
Fonte: elaboração do autor, 2014.
Quinteto MetaES
formação oferece.
eclético é formado por clássicos da música erudita, além de tangos, jazz, e música
popular brasileira.
O Quinteto MetaES é formado por integrantes dos mais conceituados grupos do cenário
Música do Espírito Santo e Banda de Música da Polícia Militar. Situa-se como uma
programa rede de cultura jovem 2011, realizado pela Secretaria da Cultura do Estado do
instituição, contribuindo também com ações para o PABES, por meio de concertos
Karla Káricol (2012) no artigo “Canto Orfeônico” esclarece que em meados do século
XIX, o ensino musical entrou nos currículos escolares do ensino público aconteceu pelo
Decreto Federal nº 331A, de 17 de novembro de 1854. O documento estipulava a presença
de “noções de música” e “exercícios de canto”
nas escolas primárias de 1º e de 2º graus e Normais (Magistério).
Em São Paulo, o canto coral se tornou uma atividade obrigatória nas escolas
públicas da então província de São Paulo com a Reforma Rangel Pestana, pela lei nº 81, de
6 de abril de 1887.
57
No mais, como todo este processo pode influenciar a formação profissional de todos os
professores envolvidos na Faculdade de Música, ou seja, estes não irão esquecer suas
formações iniciais, mas podem compreender e modificar a sua prática individual para um
olhar no coletivo, desenvolvendo novas técnicas de trabalho que valorizem, igualmente,
sua relação com os alunos. A conscientização de que, tal processo, não somente melhora a
sua dinâmica de trabalho, como toda a história do ensino que a Faculdade oferece.
Tardif (2002) explica que o saber dos professores é social, porque é partilhado por
todo um grupo de professores; porque faz parte de um sistema que os legitima e orienta;
pois se manifesta através das relações entre professores e alunos e evoluem com o tempo
de acordo com as mudanças sociais e culturais; e, porque é adquirido no contexto da
socialização profissional.
Como afirma Gadotti (1995, p. 60). “a base que sustenta as aprendizagens feitas
pelas crianças desta idade na escola é a relação afetiva que se cria entre a criança e o
professor”.
Desta forma uma formação mais completa e adequada é exigida do professor, que
deve ter um perfil muito mais qualificado do que o esperado anteriormente. Como observa
Oliveira (1991, p. 230) “O professor deverá ser capaz de comunicar, de estar num grupo,
de criar espaços para que este grupo possa se exprimir integralmente transformando os
espaços pedagógicos dentro e fora da sala da aula em espaços de prazer e descoberta”.
59
Ensinar exige querer bem aos educando e a prática educativa de que participo...
Significa que a afetividade não me assusta que não tenho medo de expressá-la.
Significa esta abertura ao querer bem, a maneira que tenho de autenticamente
selar o meu compromisso com os educando numa prática específica do ser
humano. Na verdade, preciso descartar como falsa a separação entre seriedade
docente e afetividade. (Freire, 1996, p.159)
Para salientar ainda mais o papel do professor no processo pedagógico Freire (1991)
ressalta que:
É este profissional que deverá criar uma nova cultura na sala de aula. É ele que fará
o novo tempo da escola, um tempo em que a educação dê a oportunidade de aprendizagem
para todos.
Conforme dito por Tardif (2002, p.16-17) o saber dos professores não é um
conjunto de conteúdos definidos e estáticos, deve ser compreendido “em íntima relação
com o trabalho deles na escola e na sala de aula”. Isto porque o docente está relacionado
ao processo de aprendizagem constante onde aprender e ensinar se encontram todo o
tempo.
É dele ainda a visão de que ao fazer sua escolha profissional que esse desejo de
ensinar está relacionado à sua história pessoal, de quando você ajudava um vizinho,
ensinava uma tia a aprender as primeiras letras, construindo um caminho que será seguido
na vida adulta. Essa experiência anterior, ou seja, a experiência escolar do professor
influencia fortemente seu trabalho, persiste ao longo do tempo e, muitas vezes, a formação
acadêmica não consegue transformá-lo, já que esse conteúdo é aprendido nas disciplinas
60
O papel das escolas ditas vocacionais, ou seja, que atuam em parceria com as
escolas regulares, mas abrangem aqueles alunos que querem a profissionalização
individual e/ou na área artística, notadamente a musical.
A Fames é de responsabilidade da Secretaria de Cultura do Estado e oferece o curso
superior em Música (bacharelado e licenciatura) considerando suas especificidades, além
dos cursos de formação musical concomitante ao nível médio. A outra escola ligada a
questão artística é a Escola Técnica de Teatro e Dança. Ambas ficam localizadas na cidade
de Vitória. Isso por siso já é um complicador para as pessoas que vêm de municípios do
interior do estado, dificultando sua formação nessa área.
A presença de artistas e músicos nas escolas em projetos como “Bandas nas
Escolas” funcionam como “disparadores” de aspirações ainda não descobertas e se
mostram com um caminho para uma maior territorialidade das políticas educativas e
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culturais, enfatizando as parcerias e a inovação a nível local, sem perder de vista o todo
nacional.
Algumas pesquisas da área de educação musical discutem a relação entre as aulas
de música nos anos iniciais e os saberes necessários para que o professor generalista possa
trabalhar conhecimentos musicais na sala de aula (BELLOCHIO, 2003; SPANAVELLO;
BELLOCHIO, 2005). As discussões destas pesquisas estão relacionadas com o conceito de
saberes discutido por Tardif (2002), por isso estão sendo mencionadas como parte deste
referencial teórico, lembrando que essa concepção refere-se ao ensino musical para
crianças e adolescentes, mas que podem servir ao ensino de nível superior, visto que a
prática na área é fundamental para quem deseja ensinar em qualquer nível. O estado do
Espírito Santo tem uma faculdade estadual de música (que oferta anualmente 60 vagas de
licenciatura) e um curso de música na Universidade Federal com igual número de vagas.
Se levarmos em consideração o número de escolas apenas da rede pública, será fácil
perceber que existe um amplo mercado de trabalho para o músico que deseja ser professor
no estado.
Assim, na atualidade torna-se difícil manter o interesse do aluno por uma aula que
só lhe apresenta textos e mais textos quando tem um mundo “lá fora” que mostra a
televisão, os games, etc. Mas e novas formas educar onde a criança deve aprender a ser
independente? É nesse contexto em que o trabalho do professor está flexibilizado,
sucateado que se tornou obrigatório desde 2008 o ensino musical em sala de aula. Isso
torna o professor uma das principais figuras para a arquitetura da articulação
pedagógica em música.
Costa d’Ávila (2009, p. 47), salienta que o processo de ensino do instrumento pelo
professor ainda preserva uma tradição oral, característica das corporações do século
XVIII, baseadas no estilo “mestre-discípulo”. Sobre este assunto, Salles (1985, p.13),
afirma que a banda de música “lembra a permanência, ainda em nossos dias, das
corporações surgidas na Idade Média, que se desenvolveram na Europa e depois nos
demais continentes”. Harder (2008, p. 41) reflete que o professor no ensino de
instrumento deve se focar na transmissão de conhecimentos e habilidades.
Por conseqüência das atividades desse grupo, vários cursos na FAMES foram
ativados e outros reativados. Dentre eles destacam-se os de percussão, oboé, fagote,
trompa e tuba. Outro reflexo provindo da criação deste grupo é a atuação constante de
diversos alunos no mercado de trabalho, nas principais instituições profissionais do
estado, em projetos ligados à educação musical e lideranças de bandas de música.
Pesquisas sobre aptidão musical demonstraram que todo o ser humano nasce
com um determinado nível de potencial musical que detém o seu máximo grau
imediatamente após o parto e não mais ultrapassará este nível. Sem qualquer
estímulo informal, o potencial musical da criança irá diminuir e finalmente
68
Entrevistas
Você havia participado de uma banda Sinfônica antes? Por que você
decidiu participar da Banda Sinfônica da Fames?
As respostas a esta pergunta tiveram uma grande variação. Para os mais jovens
a resposta foi não. Todos entram na faculdade por prova, seja para o ensino
médio ou superior. Para entrada na banda, passam por um teste de nivelamento
do conhecimento teórico. A maioria já teve contato com a música. As motivações
são as mais variadas: o pai toca algum instrumento, começou na igreja, toca em
alguma banda de garagem, tocava na banda da escola. Os pesquisados acima de
30 estão na banda pelo desejo de ser profissionalizar cada dia mais, obtendo
dessa forma um reconhecimento que não existia antigamente quando a figura do
músico era muito mal vista. Também tem o desejo de realizar múltiplos projetos
voltados aos mais jovens. Alguns já fazem isso no Projeto Banda nas Escolas.
Através do exercício da arte, de forma prática, sendo ela de qualquer segmento,
tem-se o senso de valoração da produção pessoal ou de outros, atribuindo
significados e opiniões que geram representatividade, portanto, neste
pensamento, tem-se a constituição do auto-reconhecimento como parte ativa
neste ciclo.
Sinto orgulho em saber que o grupo que existe no meu estado faz parte
do cenário musical nacional e toca composições que outras bandas
tocam no Brasil e no mundo (professor, 48 anos, 4 anos na banda).
Um local de aprendizagem.
Se você pudesse escolher outra banda para participar qual você escolheria?
Por quê?
A maioria respondeu que quer continuar ou passar para outra banda, mas na
Fames. Apenas um jovem de 18 anos disse que ao terminar o curso de formação
musical irá migrar para outra área, nesse caso, Edificações, pois deseja fazer o
curso de Arquitetura
A partir da participação na banda que foi uma experiência nova para vários deles,
conseguiram perceber possibilidades de trabalho, relacionamento de amizade, ou
seja, viver da música pode ser uma importante ferramenta para o processo de
socialização, democratizando o acesso do cidadão à formação musical. Ainda,
conseguiram perceber que o espaço de ensino-aprendizagem é mais amplo que a
sala de aula e deve ter ressonância em todos os espaços” das suas vidas.
A influência provocada por essa passagem na banda fica evidente em relação aos
planos para o futuro dos mais jovens. Em relação aos alunos de bacharelado,
professores e maestros, técnicos, estes já estão com suas decisões tomadas em
relação a continuar na música. Se algo irá acontecer e mudar esse quadro, não
será para todos, pois as respostas foram muito seguras. Está presente nos seus
discursos a intenção de exercer atividades posteriores relacionadas ao trabalho
no segmento da música. Este pensamento esta em comum acordo com as
palavras de Forquin citadas por Campos onde se entende que cultura nestes
temos é: Conjunto de traços característicos de modo de vida de uma sociedade,
de uma comunidade ou de um grupo, ai compreendidos os aspectos que se
podem considerar como os mais cotidianos, os triviais ou os mais inconfessáveis.
(FORQUIN apud CAMPOS, 2004, p.31).
Trabalhar com música, mas sem ser minha prioridade (aluno do curso de
formação musical, 18 anos, 07 meses).
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Se aluno (a), quais os seus planos para o futuro, depois que terminar o seu
curso na faculdade?
Os novos conhecimentos estão permitindo o sonho tantos dos mais jovens quanto
daqueles que já estão no ramo musical por permitir o acesso a novas informações
e caminhos que estão incluídos nos seus sonhos Como afirma Mae (2007), a arte
potencialmente é um ato de conceber possibilidades. A música é parte do
processo artístico. Há neste momento de aprendizado junto com a assimilação do
conhecimento, a construção dos sonhos que o trabalho com arte propicia. Planos
futuros são traçados, baseados na atividade atual.
Você pretende continuar com a atividade musical mesmo não estando mais
nesta banda? Em caso afirmativo, que tipo de atividade musical? Justifique.
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A maioria respondeu que interage durante o ensaio, porém os mais jovens, por
serem mais tímidos acabam por ter um relacionamento apenas durante as horas
do curso. Os acima de 30, “tiram um tempo maior” ao final da apresentação ou
ensaio para conversar, visto que os profissionais fazem trabalhos paralelos juntos.
Pra mim tudo que desenvolvo para a banda é mais que uma
responsabilidade. Trabalhamos com um grupo heterogêneo onde
professores, alunos e técnicos dividem funções. Os desafios partem
desde a organização dos ensaios até a escolha do repertório. A minha
função é cuidar da “saúde” intelectual e técnica do grupo. Sei que há
muito por caminhar, tenho tentado contribuir para que o ambiente seja
extremamente agradável e, sobretudo, para que os músicos se sintam
valorizados através das nossas escolhas (maestro, 6 anos na banda).
Procuro fazer o meu trabalho musical dentro da banda, e creio que isto
também possa influenciar novos alunos (professor, 36 anos, 5 anos).
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A influência provocada por essa passagem na banda fica evidente em relação aos
planos para o futuro dos mais jovens. Em relação aos alunos de bacharelado, professores e
maestros, técnicos, estes já estão com suas decisões tomadas em relação a continuar na
música. Se algo irá acontecer e mudar esse quadro, não será para todos, pois as respostas
foram muito seguras. Está presente nos seus discursos a intenção de exercer atividades
posteriores relacionadas ao trabalho no segmento da música. Este pensamento esta em
comum acordo com as palavras de Forquin citadas por Campos onde se entende que
cultura nestes temos é: Conjunto de traços característicos de modo de vida de uma
sociedade, de uma comunidade ou de um grupo, ai compreendidos os aspectos que se
podem considerar como os mais cotidianos, os triviais ou os mais inconfessáveis.
(FORQUIN apud CAMPOS, 2004, p.31).
formação sociocultural dos alunos, pois agrega valor para os alunos integrantes da banda;
através da melhoria nas relações interpessoais. Mesmo em um grupo tão homogêneo, as
pessoas conseguem interagir e constituir relações interpessoais. Conforme já dito, esse é
um mercado restrito, então todos se conhecem, mesmo que não saiam juntos, vivem se
encontrando, conversando, socializando. Pelo fato de fazerem um trabalho coletivo, onde
um precisa cuidar do outro para que o espetáculo ocorra, existe um cuidado com outro.
A partir do estudo dos saberes discutido por Tardif (2002) e das pesquisas na área
de educação musical, pude concluir que o desenvolvimento do trabalho do professor em
geral (e de música em particular), depende da união de diversos saberes que perpassam a
formação deste professor, seus conhecimentos sobre a disciplina que está ministrando, os
objetivos que deseja alcançar com determinados conteúdos e sua experiência profissional.
Nenhum destes saberes é independente dos outros, mas sim complementares. O professor
deve estar a cada dia se construindo, aperfeiçoando sua prática pedagógica e melhorando
seu desempenho e, consequentemente, o desenvolvimento dos seus alunos. Portanto, não é
suficiente que o professor de música saiba muito sobre conteúdos musicais e um pouco
sobre pedagogia e educação; é preciso que haja um equilíbrio de conhecimentos e de
saberes que vão além do que é aprendido nos cursos de formação para professores e chega
até o dia-a-dia do professor, fazendo-o refletir sobre sua prática e buscar novas alternativas
de ensino de acordo com a realidade na qual atua.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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das diferenças na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Papirus, 2002. p. 11-26.
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COSTA D’ÁVILA, Raul; Odette Ernest Dias: discursos sobre uma perspectiva
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graduação em Música. Escola de Música da Universidade Federal da Bahia –
DEL BEN, Luciana Marta. Concepções e ações de educação musical escolar: três
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de doutorado. UNICAMP/IA, Campinas, (SP), 2005.
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como mediação cultural e social. São Paulo (SP): Editora UNESP, 2009.
MAE. Ana Mae Barbosa. Cultura, Arte, Estética e Educação [online]. TV FUTURA.
Disponível em:<http://www.futura.org.br/beleza > acesso em 14/02/2014.