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ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
→ Direito Internacional:
Os princípios, costumes, regras e normas que compõem o Direito Internacional são
considerados uma instituição internacional e destinam-se a buscar alguma estabilidade no
sistema internacional a partir da regulação nas relações entre os Estados.
→ Diplomacia:
Podemos reconhecer que a diplomacia profissional existe desde o final século XVII, quando
passa a haver a figura dos diplomatas residentes. A diplomacia também é uma instituição
internacional, na medida em que ela serve ao propósito de promover ou intensificar o
relacionamento entre os Estados, sempre na busca por construir confiança mútua. A finalidade
maior, mais uma vez, é a estabilidade no sistema internacional.
→ Guerra:
Podemos dizer que a guerra é uma das mais notáveis instituições internacionais, pois é uma
forma de interação entre Estados com a finalidade de introduzir uma ordem – seja a
manutenção de uma realidade que já existe (guerra de status quo) ou para introduzir uma nova
ordem. No estudo da história das relações internacionais, percebe-se que os grandes marcos e
as grandes mudanças na ordem internacional invariavelmente vêm a partir de guerras.
→ Comércio internacional:
O comércio internacional é também uma instituição internacional, na medida em que promove
a interação entre os Estados, ou atores internacionais, buscando a ordem. Sobretudo se
adotarmos uma concepção mais liberal de ordem, pode-se entender que o comércio
internacional serve à causa da paz e do equilíbrio.
Em 1947, criou-se o General Agreement on Trade Tariffs (GATT), que foi o precursor da
Organização Mundial do Comércio (OMC). Juntamente com a ONU, o GATT foi pensado como
um mecanismo institucional a serviço da paz e do equilíbrio.
→ Equilíbrio de poder:
A ideia de equilíbrio de poder é muito cara a uma outra concepção teórica rival da concepção
liberal de mundo: o Realismo. Segundo o paradigma realista, o equilíbrio de poder é a base e a
fundamentação para a manutenção da paz no sistema internacional. Exemplos históricos de
equilíbrio de poder no sistema internacional são a Guerra Fria e o Concerto Europeu.
→ Carta Constitutiva
A Carta Constitutiva nada mais é do que um documento que dá origem a uma Organização
Internacional. No caso de Organizações Intergovernamentais (OIGs), essa Carta Constitutiva
costuma ser um tratado internacional. É o caso das Cartas Constitutivas da ONU (Carta de São
Francisco), da OEA (Carta de Bogotá), da OTAN (Tratado de Washington) e do Mercosul (Tratado
de Assunção).
→ Sede
Toda e qualquer Organização Internacional terá, necessariamente, uma sede. Podem ter,
inclusive, mais de uma sede – a ONU tem 4 sedes oficiais: Nova Iorque, Genebra, Viena e Nairóbi.
→ Orçamento
As Organizações Internacionais estão sempre adstritas a um orçamento, que, via de regra, é
financiado pelas contribuições de seus membros.
→ Aparato burocrático
Sempre haverá nas Organizações Internacionais um aparato burocrático. Estima-se que a ONU
tenha mais de 30.000 funcionários de carreira ao redor do mundo.
Há que se reconhecer que os atores não estatais têm cada vez mais influência nas relações
internacionais, sobretudo em determinadas agendas, como a ambiental internacional. No que
se refere à questão ambiental, a atuação de atores não governamentais é de extrema
importância. Sem a pressão e o empenho desses atores não teríamos presenciado tantos
avanços na agenda ambiental internacional.
De igual maneira, podemos reconhecer a relevância das ONGIs nas agendas internacionais de
direitos humanos e de desenvolvimento.
Cerca de 95% das Organizações Internacionais são Não Governamentais. A quantidade de ONGIs
tem crescido cada vez mais, sobretudo por causa da maior facilidade em criá-las, em
comparação com as OIGs. Não se faz necessário, por exemplo, um tratado internacional.
HISTÓRIA DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
→ PAZ
Entre o final do século XIX e a virada do século XX, organizações surgem com foco na
manutenção da paz. As relações internacionais são, por essência, fundadas na questão de guerra
e paz. O estudo das Relações Internacionais tenta entender o motivo da guerra, no intuito de
promover a paz.
Obs.: Rui Barbosa já defendia, em 1907, o princípio da igualdade soberana das nações,
posteriormente consagrado na ONU.
OBJETIVOS:
A Liga das Nações tinha por objetivo a manutenção da paz e da segurança internacionais; evitar
a todo custo os horrores de uma nova “guerra total”. A Primeira Guerra Mundial foi além do
âmbito estritamente militar. Teve repercussões culturais, sociais e econômicas “dantescas”,
com o uso devastador de novos armamentos como tanques, aviões e armas químicas.
COMO?
→ Controle de armamentos:
Evitar novo uso de armas químicas, que haviam sido usadas na Primeira Guerra Mundial.
→ Diplomacia pública com um caminho para a paz (um dos 14 pontos de Wilson):
A Liga das Nações pretendia alcançar o fim da diplomacia secreta. Segundo o pensamento
liberal, a diplomacia pública aponta para uma lógica de transparência e publicidade,
representando um reforço na confiança mútua entre Estados e maior cooperação.
→ Sistema de mandatos:
O sistema de mandatos foi criado no intuito de facilitar a independência de territórios coloniais,
mas fracassou. O sistema de mandatos foi visto como uma grande hipocrisia, pois o que havia
sido pensado como uma forma de facilitar independências acabou, em verdade, se tornando
mais uma forma de expansão dos domínios de França e Grã-Bretanha. A presença de britânicos
e franceses no Oriente Médio, por exemplo, alimentou disputas, tensões e rivalidades que
culminaram em crises que existem até hoje.
→ Falta de representatividade
Atores importantes do “jogo” internacional não foram incorporados à Liga das Nações, como os
EUA, apesar de a criação dessa organização ter sido uma proposta de Wilson. A postura do
Senado dos EUA sempre foi muito conservadora, com um apego excessivo em relação à lógica
da soberania. Os EUA nem mesmo chegaram a ratificar o Tratado de Versalhes, pois o Senado
estadunidense tinha o receio de que os EUA perderiam sua soberania, ficando preso a um
sistema de segurança coletiva.
A Alemanha também foi deixada de fora, por influência da França, que sempre temeu o
fortalecimento alemão. Somente em 1926, a Alemanha entrará na Liga das Nações, com a saída
imediata do Brasil, que reivindicava um assento permanente no Conselho da Liga, assento este
que foi concedido à Alemanha, logo após seu ingresso na organização. A União Soviética
também ficou de fora da Liga das Nações.
→ Falta de legitimidade
Faltava legitimidade à Liga das Nações, em decorrência de sua baixa representatividade. A
eficácia da Liga ficou, assim, comprometida.
→ Resoluções recomendatórias
As decisões da Liga das Nações não tinham efeito vinculante, ao contrário do que hoje ocorre
com as resoluções do Conselho da ONU.
→ TOOTHLESS (banguela)
A Liga das Nações não tinha poder de força para impor decisões.
→ INÉRCIA
A Liga das Nações permaneceu inerte, ao longo de sua existência, sobretudo devido ao
desentendimento progressivo entre a França e a Grã-Bretanha. Durante o Tratado de Versalhes,
o revanchismo dos anfitriões franceses sobrepôs-se a visões conciliatórias. No decurso de alguns
anos, os britânicos deixaram de comprar a ideia revanchista que havia humilhado a Alemanha
em 1919.
O Chanceler britânico Neville Chamberlain criou a Política de Apaziguamento (Appeasement
Policy), que permitiria o avanço da Alemanha, para que ela fosse na direção da URSS, o maior
inimigo do Nazismo e que seria, a princípio, uma ameaça ainda mais grave para os britânicos.
Em verdade, a Liga das Nações nada faz diante do avanço da Alemanha pela Europa. A invasão
e anexação dos Sudetos, na Tchecoslováquia, por exemplo, não ensejou nenhuma reação.
Outros exemplos de inércia da Liga das Nações, foram em relação ao avanço italiano no Norte
da África (invasão da Etiópia) e em relação ao avanço japonês na Ásia, com a invasão da
Manchúria, em 1931, que, para muitos, teria sido o verdadeiro início da Segunda Guerra
Mundial.
A Liga das Nações atuou em questões menores: questões fronteiriças entre Grécia e Bulgária e
a Questão de Letícia, na América do Sul.
→ Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, fica evidente o fracasso da Liga das Nações.