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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
Tempo passando…
(Parte do poema da Nadir de Vasconcellos, escrito em 06/03/1978, no
livro Guardados de Marjaína)
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
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Lista de abreviaturas e siglas
CIEP - Centros Integrados de Educação Pública
Ariano Suassuna
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
SUMÁRIO
PRÓLOGO
Em plena pandemia, COVID-19, para passar o tempo resolvi escrever os
diálogos entre eu e o meu filho adolescente, apresento-o do nascimento aos
questionamentos realizados na cozinha.
POR ONDE ANDEI
Com 14 anos, meu filho já tinha fixado residência em dois países (BR e PT),
três cidades entre Rio e São Paulo e seis moradias.
BRASIL É MAIS PRETO DO QUE GOSTARIA DE SER
Será que com as redes sociais, resgatamos e conhecemos as histórias
individuais e construímos uma nova realidade sociológica?
REPRESENTAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO
É importante para o negro sentir-se representado na arte e na comunidade,
e conhecer homens e mulheres que se destacaram. Uma construção de
identidade positiva.
ATRAVESSARAM-NOS PELO OCEANO ATLÂNTICO
A escravidão negra no Novo Continente – As Américas, homenagem feita ao
italiano, Américo Vespúcio (1454 – 1512).
EXISTE UMA DÍVIDA COM OS NEGROS?
Tudo começa com as legislações, mas digo, não tem Ubuntu (oo-buun-too)
nessa história.
EDUCAÇÃO PARA TODOS
A reação do meio acadêmico ao tema racial - do Projeto Unesco até as cotas.
MOVIMENTOS SOCIAIS
A união da raça negra e seus movimentos com reivindicações e agremiações.
KARL MARX
O homem que mudou a história, para Nemo foi um vagabundo; para sua
mãe, um revolucionário.
QUEM SÃO?
Uma curtíssima biografia de algumas pessoas citadas aqui no livro.
MÃE DO NEMO
Conto um pouco da minha caminhada, a composição da escrita e revelo o
Nemo.
NOSSA ANCESTRALIDADE
A história oral a partir do século XIX dos VASCONCELLOS, minha parte
paterna. e as famílias que se agregam por laços consanguíneos ou de alma,
são os Abreu, Costa, Meira, Monteiro, Nascimento, Patrocínio, Pereira,
Rocha e Souza.
ANEXOS – I.Álbum de Família, II.Para as telas, III.Árvore Genealógica dos
Vasconcellos.
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
Agradecimentos
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
NOTA DO AUTORA
Esse livro não tem sequência de leitura, são partes
históricas que lidas dará ao leitor uma noção da resistência do
clã da minha família, mostro que as dificuldades nos forjaram
competência, dignidade e respeito.
Fui criada e crio o meu filho sendo mãe, não amiga,
essa relação é com amor, dor e decepção de ambas as partes.
Nossa cultura e História com narrações e memórias familiares
desde o século XIX.
Viajei no tempo, abri caminho para os meus diversos
sentimentos com essas lembranças, serviu como uma terapia,
e escrevendo tenho a impressão de eternizar o meu amor pela
ancestralidade.
As redes sociais é um livro eletrônico, só que com
muitas imagens e pouca escrita. Uma nova era, mas eu vou
andar na contramão.
Descobri pelas histórias orais da família que João
Cândido, imortalizado na canção “O Mestre Sala dos Mares”
de Aldir Blanc, João Bosco e Vinícius fez parte da amizade da
família, e o vestido da filha do presidente Juscelino
Kubitschek… Ah! você precisa ler e contribuir na construção do
livro.
Agradecimento especial as coautoras desse livro Nadir
(in memoriam) e a mãe das FF, só jogava as informações, como
migalhas de pão pelo caminho e eu faminta a seguir. Ela é
educadora sabia que eu pegaria o fio da meada. Na segunda
onda codiviral em Portugal me fez feliz todos os dias. Valeu
Néia!
Na divulgação desse livro, eu notei um desprezo de
imediato, ao informar que eu não desejava vendê-lo, e sim,
doar. Foi tipo … então não precisa.
Eu preciso precisar? Quero incentivar as pessoas
escreverem a suas histórias.
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
PREFÁCIO
... Tempo, tempo, tempo, tempo...
Por seres tão inventivo
e pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo
és um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo...”
ORAÇÃO AO TEMPO – Caetano Veloso
...E de repente, a gente abre a velha "gaveta
esperança" e encontra velhas fotos de família. Alguém sopra
em nosso ouvido... é necessário juntar os pedaços dessa
colcha de retalhos e recontá-la. Talvez, para que os mais novos
a conheça e continuem contando. E principalmente, se
orgulhando dessa gente simples. Essa é a história real de uma
família negra como a de tantas no Brasil...
Em 2011, abri a velha “gaveta esperança” e encontrei
velhas fotos da família e resolvi fazer um vídeo caseiro
contando a história dos Vasconcellos, tendo por base a estória
contada tantas vezes por Totonha, a forma carinhosa como eu
chamava minha mãe, e por uma fita cassete recebida de
Elenira, minha prima, com relatos de Tia André. Dez anos
depois, o vídeo viraliza entre os familiares e promove o
reencontro da família espalhada pelo Rio de Janeiro, São
Paulo, Bahia e ... Portugal.
Ana Oliveira, neta de minha tia Damascena, a menina
com asas nos pés, fazia algum tempo que morava no Porto, em
Portugal com seu filho adolescente. A menininha que conheci
e que chamávamos de Dendeca havia crescido, se
transformando em uma grande mulher, dona de seu próprio
destino, e que ganhou o mundo, por acreditar em seus sonhos.
Descobri sua grande vocação em registrar sua escrevivência, e
que, o próprio presidente de Portugal já conhecia uma de suas
publicações.
Que orgulho, ao saber de sua trajetória, e
principalmente de sua coragem ao abraçar o mundo e contar
a vivência de pessoas tão simples, tão importantes e
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
Néia Daniel
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Evaristo, Conceição. Becos da Memória, Belo Horizonte, Maza Edições, 2006,
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PRÓLOGO
Faz parte da minha rotina escutar aulas de história em
vídeos disponibilizados na internet durante os afazeres de
casa, adicionado a esses momentos, meu filho adolescente
começou a me questionar sobre alguns personagens e fatos
históricos.
Começou com Zumbi dos Palmares, “ele não me
representa como consciência negra”; depois foi Karl Marx, “ele
era um vagabundo, nem sustentava os filhos”; mais tarde,
Nelson Mandela, “sabia que ele era um terrorista?”. Por certo
são desafios aos meus conhecimentos, e gostei disso.
Também mostrou o interesse na cidade natal, apreciar
imagens do Rio antigo, nossa origem africana, se posicionando
contra as cotas raciais, assim percebi as transformações de
seus valores culturais.
Seu presente de Natal 2020 foi o teste de DNA
MyHeritage – Etnicidade e Genealogia, que revelou sua
ascendência e etnia.
Nemo, pseudônimo do meu filho, adora me provocar,
questionando as ações dos vultos históricos, ou temas do meu
interesse. As sabatinas realizadas na cozinha, pelo meu ponto
de vista, tornaram-se constantes, até que comecei a ler um
pouco mais sobre os assuntos. As perguntas e as respostas
compuseram uma boa parte desse livro.
Sartre, filósofo e escritor, nos diz que “escolhemos a
resposta ao escolher quem responderá nossa dúvida”, eu não
sou a pessoa com a capacidade das respostas para as
provocações e curiosidades históricas do Nemo, mas, diante
da demanda, aprendo com suas perguntas. E vivendo dentro
do paradoxo socrático “sei que nada sei” ou o dito popular
“vivendo e aprendendo e morrendo sem saber nada”.
Há dois anos, os questionamentos eram outros, uns
dos motivos que me fez morar fora do Brasil, com a intenção
de fazê-lo enxergar novos horizontes.
Ao comentar que escreveria um livro sobre nossas
conversas, ele logo falou:
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Júlio Verne (1828-1905) foi um escritor do século XIX, precursor da moderna literatura
de ficção científica. Autor das obras:"Viagem ao Centro da Terra", "A Volta ao Mundo
em Oitenta Dias", entre outras. Previu com grande precisão em seus relatos fantásticos
a aparição de alguns inventos criados com os avanços tecnológicos do século XX, entre
eles, o helicóptero e as naves espaciais.
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História não é um livro, uma página, um parágrafo, uma frase, - a disciplina exige
estudos sistemáticos e complexos (geopolíticas, temporalidade…), sem anacronismo.
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Immanuel Kant (1724-1804) morreu antes da Prúsia ser anexada a Alemanha no século XIX.
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Acessado em janeiro 2021 Diamang, Um Estado dentro do Estado (rtp.pt)
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Eurydes Cordeiro da Silva (1918-1996)
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José Renato Monteiro Lobato (1882-1948) nasceu em Taubaté, foi pintor, promotor
público, fazendeiro, editor e escritor brasileiro pré-modernista. Destaca-se nos gêneros
conto e fábula, sua obra mais conhecida é “O Sítio do Picapau Amarelo” composta de
23 volumes.
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O Auto da Compadecida, o filme é baseado na peça teatral de 1955 de Ariano
Suassuna, recebeu as premiações de melhor diretor, melhor roteiro, melhor
lançamento em 2000 e melhor ator.
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The Shack, título nos EUA, aborda a questão recorrente da existência do mal através
da história de Mackenzie Allen Phillips, um homem que vive sob o peso da experiência
de ter sua filha Missy, de seis anos, raptada durante um acampamento de fim de
semana.
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Na correção histórica do livro, o professor Paulo Cruz, cita:
Opinião pessoal: não concordo integralmente com essa afirmação. Isso ocorreu, por
exemplo, com André Rebouças, mas não com Theodoro Sampaio. Provavelmente
ocorreu com Guerreiro Ramos, mas não com Milton Santos.
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Portugueses da região norte pressionados pela carência e baixos salários agrícolas, mais de
um milhão de homens, entre 1855 e 1914, atravessaram o oceano Atlântico, e retornaram ricos,
espírito burguês, empreendedor e filantrópico.
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https://www.diferenca.com/preto-pardo-e-negro/
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Nabby conhecido como embaixador do reggae no Brasil (título concedido por
“Perfeito Fortuna, um dos maiores agitadores culturais do Rio de Janeiro e Mentor do
Extinto Circo Voador”), não parou mais: Foram palestras em escolas, clubes,
universidades, shows nas praias, e nas mais conceituadas casas de espetáculos do Rio
de Janeiro e do Brasil, como no extinto Circo Voador, Scala, Morro da Urca, Jazzmania,
Zoom e Bally bar.
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16Lixo tóxico depositado na África será enviado de volta à Europa | Notícias internacionais e
análises | DW | 19.10.2006
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17 https://domtotal.com/noticia/1343677/2019/03/mineracao-e-o-desequilibrio-do-meio-
ambiente
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REPRESENTAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO
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Samba-Enredo do Salgueiro 1964, CHICO REI, compositores: Geraldo Babão,
Djalma Sabiá e Binha
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19 Wilson Simonal parceira com Ronaldo Bosco dedicou essa música ao seu filho,
em 1966. King ainda era vivo nessa época.
Acessado em junho 2020 https://www.youtube.com/watch?v=FH0Ws4Sw0ZE
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20 Os Panteras Negras
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Marechal Hermes, o bairro em homenagem ao presidente do Brasil (1910-1914), Hermes
Rodrigues da Fonseca (1855-1923). Ele teve uma amante no bairro, que morava no “Palacete”,
ficava a uns 200 metros da casa de meus pais, em frente o Colégio Irineu Marinho, onde estudei.
Nos anos 70 a casa abandonada e mal-assombrada ainda existia, lembro do loteamento da área.
Saiba mais em (saibahistoria.blogspot.com)
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Colégio Militar de São Paulo - CMSP (concursosmilitares.com.br)
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Nome muçulmano de Malcolm X
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Na revisão histórica, o professor Paulo Cruz cita:
O contexto apresentado por Malcolm X é outro aqui, de uma alienação tal
que o escravo/negro (e aqui ele está, muito equivocadamente, se referindo
ao Dr. Martin Luther King Jr.) não percebe que está trabalhando para garantir
o sucesso do seu inimigo, que ele considera o seu também. Não sei se esse é
o seu caso, mas penso que não.
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BLM começou em 2013, com o uso da hashtag #BlackLivesMatter em mídias sociais,
após a absolvição de George Zimmerman que atirou fatalmente no adolescente negro
Trayvon Martin. O movimento ficou conhecido nacionalmente por suas manifestações
de rua após a morte, em 2014, de dois afro-americanos.
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Malandro
Eu sei que você nem se liga no fato
De ser capoeira, moleque mulato
Perdido no mundo morrendo de amor
Malandro
Sou eu que te falo em nome daquela
Que na passarela é porta-estandarte
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https://www.facebook.com/quebrandootabu/videos/791529411586119/
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https://www.cleiss.fr/docs/regimes/regime_france/pt_4.html
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A utilização de um indicador que envolvesse outras variáveis que não somente a
questão econômica ocorreu pela primeira vez em 1990, pelo PNUD - Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento. Esse indicador foi criado pelo paquistanês
Mahbub Ul Haq e pelo indiano Amartya Sen.
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Nascido em Málaga, na Espanha, no dia 16 de agosto de 1906, filho dos artistas Oscar e
Clotilde Teresa, descendentes de famílias com tradição circense de 400 anos,
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FAMÍLIA REBOUÇAS
Eu na cozinha entre livros e panelas, entra Nemo com
um ar de quem quer conversar.
- Mãe, há um movimento nas redes sociais que
apresenta André Rebouças como o verdadeiro espírito de
resistência do povo negro.
- Eu sou simpática a essa abordagem.
Nemo parece um adulto falando com voz grossa e
altivo:
- Precisamos sair da referência do passado escravista
(que é a representação de Zumbi) e lutar contra o atual
preconceito social.
- Isso eu concordo. Respondi e completei. - Essa
mudança de referência também vem acompanhada por um
redirecionamento da educação e da cultura, aproximando da
geração atual, um representante com o status social como de
André Rebouças, e abafando a escravidão que é Zumbi.
- A senhora não acha que o contexto de luta agora é
outro?
Essa cobrança de posicionamento constante me faz
pensar e isso cansa. Vamos lá:
- A nova geração, independente do tom da pele, não
tem as mesmas ambições da minha.
E continuo: - Rebouças e Nabuco apresentam o
esforço da cultura e a intelectualidade do negro, enquanto,
Zumbi a resistência ao cativo. A história tem a função desse
resgate de acordo com a política da época.
Nemo balança a cabeça com gesto negativo e
comenta:
- A sua analogia entre o Zumbi dos Palmares e André
Rebouças, não sei não.
E deu espaço para eu complementar meu raciocínio.
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33 https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/paulo-cruz/consciencia-e-liberdade/
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Negro-Nemo faz isso comigo, me joga para o passado em busca de mais
informações. Assisto ao programa Roda Viva pela implicância dele com Darcy
Ribeiro e me deito na intelectualidade daquele homem, uma metralhadora
do saber. Em 1991, Darcy fala na entrevista sobre a opressão dos
muçulmanos e Saddam Hussein como um Santo Guerreiro e compara-o
como a representação de São Jorge, para o povo brasileiro. E fala de muitas
das problemáticas da política brasileira que perpetuam até os dias atuais. E
caio na risada com a rivalidade de Darcy com o Estado de São Paulo.
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OSPB – Organização Social e Política Brasileira
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Praticamente todos os dados sobre Zumbi são especulações e/ou inventadas.
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NELSON MANDELA
- Mãe, o que a senhora acha de Nelson Mandela?
Não adianta, com o Nemo é assim, gosta de me
cutucar, acho que espera me pegar desprevenida:
- Sou fã dele, eu respondi e completei, - primeiro líder
negro sul-africano, foi importante para seu país. Apaziguou as
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Eveline comenta:
A Lucy, sua mãe, era exemplo para mim e para minha
mãe por ser independente, altiva, sempre alegre, ela tinha o
dinheiro dela, fazia excursões nos anos 80, viajava Paraguai.
Eu comecei a viajar por causa dela. É uma honra falar dos
ancestrais.
Quando alguém vai me entrevistar, por participar de
diversos grupos de mulheres em Franca, interior de São Paulo,
eu sempre começo minha fala dizendo que, “sou preta, me
reconheço com preta, mas graças a educação que tive dos
meus pais, nunca fui favelada e pobre, não falo com
desmerecimento, é que as pessoas tendem a generalizar”.
A gente sofre preconceito, sim, até hoje, nossos pais
também sofreram. Fico “pê” da vida, desse povo trazer a
escravidão para agora, sofremos é o reflexo, mas os tempos
são outros.
Nossos pais foram uns pretos de destaque, sempre
tiveram carrão, meu pai trocava de carro de dois em dois anos,
o seu também.
Em 1977, eu tive um festão de 15 anos, fomos supridas
nas necessidades básicas e muito mais.
Estudei em colégio de madre, Instituto Jesus
Eucarístico, meu pai comprou um piano, eu tinha 03 anos de
idade, eu comecei a praticar porque tinha aula de piano na
escola, só que a professora batia.
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Grande era essa tarefa, pois caberia a todos eles, a todos nós, tornar os
homens e mulheres conscientes de sua negritude.
Valeu Lélia Gonzalez!
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Revisão histórica do Professor, Paulo Cruz:
A Igreja nunca tutelou oficialmente a escravidão, e a tese do negro não ter alma
também á absolutamente espúria, pois há santos africanos canonizados ainda no
século XVI, como Santo Elesbão e Santa Ifigênia. Essa tese foi criada com o tempo,
por senhores de escravos, para legitimar a escravidão. Explico, com uma quantidade
razoável de detalhes, a relação entre a Igreja e a Escravidão no artigo abaixo:
https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/paulo-cruz/a-igreja-catolica-e-a-
escravidao-fatos-e-mistificacoes/
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Acessado 09/03/2021 https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50467782
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Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que, a exemplo dos feiticeiros, gritava então
Glória aos piratas
Às mulatas, às sereias…
DO QUILOMBO AOS QUILOMBOLAS
Em São Paulo havia poucos escravos, devido as fugas
e os conflitos e porque os donos de negócios passaram a usar
a mão de obra estrangeira.
Construção dos quilombos, o primeiro registro é de
1575, na Bahia, os mais conhecidos na historiografia:
Quilombo do Jabaquara, Quilombo Buraco do Tatu, Quilombo
do Leblon e Quilombo dos Palmares com mais de 20 mil
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Acessado em março de 2021Documentário SERTÃO VELHO CERRADO português - YouTube
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Sobre o salário mínimo, documentário do economista americano Walter Williams,
em que ele demonstra como a lei de salário mínimo gera desemprego entre os mais
pobres.
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Na revisão histórica, o professor Paulo Cruz cita:
Eu, pessoalmente, discordo da ideia de que a “estrutura” impede que a “cor da pele
escura tenha ascensão social igualitária”. Penso que a estrutura socioeconômica do país
impede que pobres em geral ascendam socialmente. Sendo os negros os mais pobres e
historicamente marginalizados, sofrem mais. O problema, pelo menos na atualidade, é,
em princípio, social e não racial.
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Paulo Cruz fala sobre Representações https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/paulo-
cruz/falacias-estatisticas-racismo-desigualdade/
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- Pode.
E abriu, na tela a primeira constituição brasileira,
outorgada em 1824, pelo imperador D. Pedro e mostrou os
artigos:
Art. 6. São Cidadãos Brazileiros. I. Os que no Brazil tiverem
nascido, quer sejam ingênuos, ou libertos, ainda que o pai seja
estrangeiro, uma vez que este não resida por serviço de sua
Nação.
Art. 178. XXXII. A Instrução primária, e gratuita a todos os
Cidadãos.
- A senhora não sabe ensinar, eu pesquisei e os negros
podiam estudar.
Fiquei muda, pedi um tempo para processar. Primeiro
pelo tom de voz dele, ufano, e segundo por não lembrar o que
expliquei, meu “tico e teco” não estavam funcionando naquela
hora da manhã.
- Está muito arrogante, calma aí. Eu quero que você
sempre saiba muito mais do que eu e para isso que invisto em
seus estudos.
- Mas estou falando para senhora melhorar. Essa é
minha fala de debate.
- Então, saiba como falar com as pessoas, com essa
prepotência ninguém vai querer te ouvir, nem eu.
Essa tal postura de debate dele não me agrada. Um
dia, fixei bem firme as minhas mãos nas duas orelhas do nego,
aquela pegada, exigi que olhasse bem nos meus olhos e falei:
não precisei saber qual a bandeira da Angola para te trazer até
aqui. Pronto! Melhorou dali em diante.
A resposta vem do artigo do Dr. Nizan Pereira, 65 anos,
professor da Universidade Federal do Paraná e ex-secretário
de estado, doutor em Educação pela PUCPR:
A Constituição de 1824, ditava que a escola era um direito
de todos os cidadãos, o que não incluía os escravos. A
cidadania se estendia aos portugueses, filhos de
portugueses e libertos. Os direitos dos "livres", contudo,
estavam condicionados a terem rendimentos, posses e uma
soma de oitocentos mil réis.
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Há um contraponto veja o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ZxgRKmw3bzo
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Ê, Calunga, ê! Ê, Calunga!
Preto Velho me contou
Preto Velho me contou
Onde mora a Senhora Liberdade
Não tem ferro nem feitor
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53 John Locke (1632-1704) foi filósofo inglês, um dos mais importantes filósofos do
empirismo. Como representante do individualismo liberal, defendeu a monarquia
constitucional e representativa, que foi a forma de governo estabelecida na Inglaterra,
depois da Revolução de 1688.
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Thomas Sowell fala em seus livros sobre a “Discriminação e disparidades” e “Fatos
e falácias da economia”
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EQUIDADE
Equidade consiste na adaptação da regra existente à
situação concreta, observando-se os critérios de justiça. Pode-
se dizer, então, que a equidade adapta a regra a um caso
específico, a fim de deixá-la mais justa.
Esse assunto tão polêmico precisa ter uma base
histórica e legislativa para nos posicionarmos melhor e não
analisar só no âmbito de povo preto e povo branco na
atualidade.
Independente da posição a favor ou contra das cotas
sociais e raciais, entender a base da educação no Brasil ajuda
o porquê da implantação política desse resgate social.
A educação no Brasil é uma farsa para manter a
ignorância do povo, estou me referindo à grande massa da
população, porque os colégios públicos ou particulares (com
preço acessível do bairro), do ensino básico ao fundamental
têm as suas infraestruturas e ensinos precários no contexto
competitivo do mercado.
Os indicadores do IDEB - Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica revelam: poucos alunos alcançam o
resultado, nossas crianças precisam de educação de qualidade
desde o básico ao fundamental.
Temos um sistema educativo para formação de
profissionais e demanda de mercado, sim. Porém, precisamos
formar cidadãos plenos, as instituições de ensinos são os locais
primários.
Afinal, o que é ser cidadão?
Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à
propriedade, à igualdade perante a lei: ter direitos civis,
políticos e sociais - aqueles que garantem a participação do
indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho
justo, à saúde, a uma velhice tranquila. É também participar
do destino da sociedade, votar, ser votado (Direitos
Humanos).
Os mais afortunados enviam seus filhos para estudar
e/ou fazer um intercâmbio fora do país, devido a qualidade
134
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
55
https://infograficos.gazetadopovo.com.br/educacao/taxa-de-analfabetismo-no-
brasil
56 Uma visão de austríaco Stefan Zweig, nos anos de 1940, uma coletânea de
138
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
139
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
58
Creuza Alves Gaspar (1936-2004)
59
(1) Por que o Brasil continuou um só e a América espanhola se dividiu após independência? -
YouTube
140
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
141
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
MOVIMENTOS SOCIAIS
Exatamente assim, inesperadamente, sem rodeios
Nemo me abordou certa noite:
- Você é a favor do movimento negro?
- Sim, algumas radicalizações eu não gosto, não seria
ativista de nada. Tem pessoas que gostam de filmar com a
câmara em tripe, outras colocam-na no ombro e sai filmando.
Eu sou do tripe, gosto de ficar na minha.
146
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
148
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
61
Informações retiradas de um ato solene da Câmara Municipal de Mogi Guaçu
62
Agenor Abreu (1904-1978) e Agenor Abreu Filho (1946-2020)
149
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
KARL MARX
Estava pensando nesses chineses turistando mundo e
suas negociações com crescimento alarmante na economia
mundial. Quebrando meus pensamentos político-econômico,
e ao mesmo tempo exaltando outro, Nemo entra como um
foguete pela cozinha a dentro:
- Fala aí, você não acha que o Marx era vagabundo?
Meus olhos esbugalharam de susto e surpresa com a
pergunta:
- Como? Rebati quase instantaneamente: - O fato de
não ter um trabalho braçal não faz dele um vagabundo. Ele
deixou um legado intelectual, inventou o jornalismo político.
Insatisfeito com minha resposta, Nemo replica e
enumera com os dedos o “vagabundismo” de Marx: - Ele não
trabalhou, não sustentou sua família, promoveu passeatas, e
com suas ideias, matou milhares de pessoas.
159
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
65
The Black Book of Communism - Crimes - Terror - Repression by Stephane Por No
Brand
161
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162
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66 O marxismo começou a ser difundido por meio das obras de Marx e Engels,
lembrando que não foram os autores que criaram o termo “marxismo”, e ganhou força
no fim do século XIX a partir da formação de grandes sindicatos de operários
67
1917: Lenin retorna à Rússia | Fatos que marcaram o dia | DW | 16.04.2017
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
QUEM SÃO?
Algumas pessoas foram citadas no livro, aqui escrevo
um pouco mais sobre elas. Dois ou três parágrafos não são
suficientes para contar a vida de qualquer pessoa comum,
desses daqui então.
Eu, Ana Lucia Nascimento de Oliveira
Ana Oliveira, nascida em
1968, carioca paulistana, vivi a minha
carreira profissional em São Paulo,
por 25 anos, mas o meu coração é do
Rio de Janeiro e agora de Porto. Moro
com meu filho adolescente em
Portugal, a procura da tal qualidade
de vida, e encontrei.
Sou formada em Arquivologia pela Uni-Rio, pós-
graduada em Ciência da Informação, aprendiz de História,
licenciatura incompleta, faço cursos livres de História “do
Porto” e “de Portugal & Geopolítica”. Realizo TODOS os meus
sonhos, mas também sou simples, o pouco me basta.
Construo rede de amigos, às vezes, finjo que não vejo
os preconceitos: gênero, racial, religioso e xenofóbico. O cargo
melhor, um carro melhor (quem é o meu marido?) e sem
maiores detalhes, só informo, não sou casada.
Ah! Tenho tanto para contar. E contei, nos meus livros.
Caminhei escalando barreiras, com uma política de ficar bem
com todo mundo, mas quando o preconceito chegou no meu
filho, tudo mudou, não sabia o que fazer. Agora sei, pesquiso,
escrevo e divulgo.
Venda do meu livro, através do link https://amzn.to/3bshDCV
Abdias Nascimento (1914-2011)
Escritor, artista plástico, teatrólogo, político e poeta.
Abdias foi um dos maiores ativistas pelos direitos humanos e
deixou um legado de lutas pelo povo afrodescendente no
Brasil.
A militância política de Abdias começa na década de
1930, quando integra a Frente Negra Brasileira, em São Paulo.
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MÃE DO NEMO
A mãe do Nemo, inquieta, impaciente, autoritária,
uma busca constante pelo novo, viagens e história fazem parte
da sua caminhada. Para o Negro-Nemo, a mãe que estuda
história e não sabe de nada. E quando passa dos limites de
aceitação na conduta, ela lança o olhar fulminante de
reprovação para ele, e não tendo efeito, dá um berro.
A Negra-Ana é uma mulher em construção e suas
pegadas deixa nas escritas, nas amizades e por onde anda.
ESCREVER E REVISAR
Acordei cedo e ele também.
- Bom dia, falei toda animada. - O livro está pronto.
Pode fazer o prefácio?
- Não. Já falei que não quero participar disso.
Nas revisões históricas, o professor Paulo Cruz
convenceu-o a participar com a leitura do livro e revelar seu
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199
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200
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Cantor. Compositor. Instrumentista. Passista. Acessado em abril 2021:
https://www.recantodasletras.com.br/poesias/469874
201
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superior. Todas e todos têm seu valor. Isso pode até soar um
pouco clichê, mas muita gente ainda entende essa frase de
maneira superficial ou parcial, por isso ainda vivemos num
mundo tão desigual, com inúmeras situações de dominação e
humilhação de seres humanos por seus pares.
Sendo assim, a concluí-se que ainda temos um
looonnnngggooooo caminho a trilhar e claro, nascemos para
ser eternos buscadores do conhecimento. (MILHEIRO, 2020)
Negra-Ana desabafando:
“Estou cansada dessa associação de preto e pobre,
religião de preto”.
Alegado por indicadores socioeconômicos, pesquisas e
mais pesquisas remetendo ao povo preto na herança
escravista, na exclusão. Está na hora de uma renovação.
Sou neta de mãe de santo, décadas depois de sua
morte, quando as pessoas sabiam que eu era neta da
Damascena, batiam cabeça (reverência) para mim. Imagina o
que é isso?
Sou sobrinha do falecido Joaquim
Claudionor Braga, pai Doda72 (fotos).
Viajava para Europa a pedido dos filhos de
santo que moravam no exterior.
Pai Doda inserido na família Costa
e da Damascena Vasconcellos gostava de
cozinhar e fazia uma comida maravilhosa.
O terreiro
Ilê Axé Ossaim Darê foi do pai Doda de
Ossaim, em Pirituba-SP, ele foi capa da
Revista Veja no final dos anos 90 e
protagonizou a tese de José Reginaldo
Prandi, “Os Candomblés de São Paulo:
a velha magia na metrópole nova”,
USP – 1991.
72
Acessado em março de 2021 Linhagem e Legitimidade NO CANDOMBLÉ PAULISTA
(anpocs.com)
206
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73 www.oduduwa.com.br
74
Bàbá King (Professor King)
Doutor em sociologia pela USP e sacerdote iorubá atuando no Brasil há mais de 30 anos.
Dissemina pelo país o culto a Ifá e a outros orixás à frente do Oduduwa e exerce papel
fundamental na pesquisa, registro e transmissão de conhecimentos da tradição oral iorubá
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NOSSA ANCESTRALIDADE
Merecemos um seriado, Resistência Xi-Djonga.
210
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75
Infelizmente, por machismo de meu pai, nem eu nem Nelci fomos registradas com o
VASCONCELLOS. Durante minha adolescência eu colocava o sobrenome no meu nome.
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76
O costume de cantar e beber em enterros de sambistas está muito vinculado a uma
tradição popular que relaciona a morte. No Brasil, isso é muito comum tanto na
religiosidade dos negros bantos quanto dos negros iorubás. Nos candomblés, por
exemplo, o axe, que é a cerimônia fúnebre, é uma espécie de festa para a morte”,
explica o historiador e escritor Luiz Antônio Simas
228
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Lembrança da Néia:
Todos os domingos, depois de assistir o Teatrinho Trol
na TV, pegávamos o trem na estação da
Pavuna e íamos para a casa do vovó
Diamantina – Dantina como mamãe
chamava – mamãe passava na padaria
em Coelho da Rocha e comprava pães-
doces. Vovó Dantina ficava contando as
histórias e mostrando as diversas mudas
de plantas que ela plantava em latinhas.
Antes de Coelho da Rocha, ela e
Dindinha Noêmia moraram na Rua
Mercúrio, na Pavuna ao lado de um
Centro Espírita e eu de fininho saía da
casa da Vovó para ficar olhando as
pessoas recebendo os pretos velhos e os
caboclos. Quando eu comecei a cantar
os pontos, deu ruim! Rs, rs, rs. Ah! Eu
gostava também, quando ele fazia
“mulato velho”. A Dindinha Noêmia fez
os nossos vestidos de primeira comunhão e meu vestido de
casamento. A mamãe contava que o vestido da filha do
presidente Juscelino foi feito na casa dela.
ITASSEMA GONÇALVES DE VASCONCELLOS, sempre
íamos com meu pai ver a bisavó, em
Coelho da Rocha - RJ Diamantina,
que se sentava no chão e contava
histórias, e dizia que não foi
escrava, mas foi filha de escrava, ela
pegou a lei do ventre-livre. O chão
avermelhado, café em caneca de ágata, água em filtro de barro
faz parte do meu imaginário.
231
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232
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Euryclides de Jesus Zerbini (1912-1993)
234
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
Na madrugada
de 26 de maio de 1968,
Dr. Zerbini, revolucionou
a medicina ao liderar a
equipe que realizou o
primeiro transplante de
coração
O receptor do
1968 Museu FMUSP/Arquivo
coração foi o lavrador
mato-grossense João Ferreira da Cunha, João Boiadeiro, de 23
anos, diagnosticado com doença do miocárdio e insuficiência
cardíaca.
O CLÃ DO ALFREDO PINTO DE VASCONCELLOS (Ferrinho),
morreu novo em um acidente de carro.
Paulo Vasconcellos, filho do Ferrinho, casou com
Magda, e dessa união nasceu sua filha única, Sandra, que tem
um casal de filhos, a menina se chama Gleicy.
Por anos, minhas
férias foram em Barra Mansa,
interior do Rio de Janeiro, na
casa do Tio caminhoneiro e
contador de história. No final
dos anos 70 ou início dos 80,
lembro que assistíamos televisão no terraço, e eu ficava
olhando para cara daqueles dois negrões (meu pai e o tio)
caindo na risada com as histórias um do outro, e vendo as
gargalhadas deles, eu me perguntava, por que eles tinham
dentes de ouro78iguais.
A poesia do negro expresso na musicalidade de Adilson
Barbado, Jair Carvalho, Jorge Portela e Mário Lago na voz de
Ivone Lara e Fundo de quintal:
Um sorriso negro
Um abraço negro
78
Anos atrás, era comum o uso das famosas “falhas de ouro” nos dentes. Sendo sinal de beleza
e empoderamento. A ideia de enfeitar o sorriso com coroas de ouro nos dentes.
235
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Traz felicidade
Negro sem emprego
Fica sem sossego
Negro é a raiz de liberdade
79
Noticiário radiofônico estatal, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação, de
difusão obrigatória, de segunda a sexta-feira em todas as emissoras radiofônicas
brasileiras, tendo duração uma hora de duração.
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80
Néia comenta: Pesquisando também, descobrimos que possivelmente era anemia
falciforme. Confirmado por um médico do HEMORIO.
81
Georgina Soares de Oliveira em 1978.
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O Wallace, povo do W, tinha duas mães e eu também queria.
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Arlindo Mineiro da Costa (1915-1990)
84
Ruth Francisca da Costa (1918-2017)
246
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85
Antônio Carlos Bernardes Gomes (1941-1994)
247
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86
A atual constituição (1988) foi a primeira em toda a história do Brasil a permitir que os
praças pudessem votar. Por quase toda a história brasileira os militares - às vezes todos, às
vezes apenas os dos postos hierárquicos inferiores - foram excluídos do processo eleitoral.
248
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
87
Maria Justino de Souza (1933-2003) e Sebastião Souza (1930-1996)
249
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
amiga que adora tocar piano, nos tornamos irmãs, tudo que
eu faço, peço sua opinião, tipo uma bênção. Fui madrinha de
seu casamento com Jorge, os pais dos MAA – Maria, Ana e
Alexandre. Eles agregam o
Naan em viagens, passeios
(foto).
Quando minha
mãe ficou adoentada,
Jorge foi o único médico
em que ela aceitou ser
assistida. Nosso
agradecimento eterno.
CICA & SEUS DESEJOS
Era constante em sua fala, “nascer pobre não foi
minha opção, morrer sim”.
A casa grande88 e
movimentada, meu pai era excêntrico
no designer, do imóvel aos móveis,
nada quadrado ou redondo, tudo muito
open - amplo, a varanda interna com o
pé direito alto, abertura oval,
representando uma onda, semelhante
na piscina (foto 1978).Realizou seu
sonho de ter uma casa com piscina, na
lateral tinha uma pequena cascata, retirada com os anos.
88
O que eu não gostava agora era meu. Pensei herdei um elefante branco: o chão em
mármore (tipo romano), uma divisão na sala com uns blocos de cerâmicas, piso de
propileno com mais de 40 anos de uso…Falei para minha irmã, queria derrubar tudo
isso.
Só que demolição, transporte de entulho e reconstrução é necessário dinheiro, então,
quando se muda de lado, o ângulo da visão muda. E na reforma da casa, o que não
gostava foi conservado pela admiração e qualidade.
250
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
89
Ulisses Gonçalves Pinto de Oliveira (1965-2011)
251
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
90
Lírio Mário da Costa (1923-1995), conhecido como Costinha, foi um humorista e ator brasileiro
91
Em 1916, a família Rocha Miranda adquiriu a Fazenda do Sapê, localizada na Zona Norte da capital federal
e cujo proprietário, no século XIX, fora o barão de Mesquita. A partir de então, os Rocha Miranda
promoveram o loteamento da região, com a abertura de várias ruas com nomes de pedras preciosas, já que
a área era conhecida como o Bairro das Pedras Preciosas, devido às atividades garimpeiras realizadas no rio
que cruza a região. A estação de trem da linha auxiliar, que fora inaugurada em 17 de março de 1905 com o
nome de Sapê, recebeu, posteriormente o nome de Rocha Miranda, com o qual também foi batizado o
bairro, em homenagem à família que promoveu o loteamento da região no início do século XX.
(http://cpdoc.fgv.br/)
92
Cantado na música de Arlindo Cruz “O meu lugar”, o nome do bairro se deu pelo loteamento da Chácara
do Capitão-Tenente José Maria Vaz Lobo. Onde localizava o luxuoso Cine Vaz Lobo (1941-1986).
252
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
93
SEM COMENTÁRIO, até cai lágrimas dos meus olhos quando penso nisso, de vergonha e
de imaginar ele com a mão no queixo e balançando a cabeça para mim – tipo, está aí o
resultado, o meu legado te beneficiando. Eu sempre peço desculpas, mas tenho consciência
que não faria nada tão diferente, sou tão malcriada.
253
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
dando bom dia e com o tempo fui atrás, porém jamais acordar
ou sair sem uma saudação e satisfação.
Eu ainda peço a bênção a minha madrinha, os filhos da
Cristiane também pedem a bênção para mim. Ensinei o Naan
pedir a bênção, mas não fez parte do costume. Não permito
que acorde e não dê uma saudação, e ao sair de casa também.
Quando ele está emburrado, faz seu protesto, saí sem falar. Eu
já saio atrás dele e pergunto, “não esqueceu de nada?”
Sabe como é? Do oprimido ao opressor.
Nas madrugadas na saída dos bailes, estava ele à
espera. Os rapazes quando avistavam meu pai, saíam de perto,
mas sempre tinha um mais atrevido que ia ao encontro para
cumprimentá-lo, desafiando os fujões.
À noite, éramos em dez papeando e sentados na
calçada, no portão de casa, quando apontava o carro do meu
pai na esquina, todos os rapazes saíam correndo. Tinha uma
lenda em torno dele.
Talvez a lenda surgiu devido o episódio do maluco no
pedaço: Um ex-namorado da minha mãe, com problema
mental, as vezes ficava parado em frente o portão de casa.
Meu pai se cansou da palhaçada, e perguntou o que ele queria
e deu dois tiros para o alto. Nem pela calçada o homem passou
mais.
Os dias incertos na hora da saída na escola era
constante, e nas noites do cursinho de pré-vestibular, o
porteiro já o conhecia: “seu pai passou, o carro dele está no
estacionamento”.
Algumas paródias dos professores de pré-vestibular
ele até cantava, “Globulina onde está você, eu vim do fígado
só para te vê…”. Um recadinho, tipo passei por lá. A noite da
virada, aulas de madrugada, ele chegou na hora que a bateria
da Escola de Samba da Portela estava na sala de aula. Pediu
para subir, para entender que tipo de aula era aquela.
Ele era cheio de invenções, atendia as chamadas de
ligação telefônica na caixa de som do rádio, para ficar falando
de viva voz.
254
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
255
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
94
Em 1995, popularizou a construção de apartamentos e financiamento pela CEF 100
% e prestação pequena. A entrada para construtora era pequena, uns três salários
mínimos. Fui para Mogi direto para comprar o imóvel nem conhecia a cidade, mas era
onde podia pagar.
256
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
95
Ou pager, aparelhinho especialmente útil para médicos e outros profissionais que
precisavam de uma forma de comunicação rápida e portátil. Tinha esse nome pois era
essa sua única funcionalidade: emitir um alerta ao usuário, que por sua vez deveria ligar
para uma central de telemensagem para checar seus recados.
257
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96
Fax revolucionou os métodos de comunicação e foi muito útil no dia a dia de muitos
escritórios. O aparelho possuía três funções: telefone, secretária eletrônica e fax. Esta
última função utilizava a linha telefônica para a transmissão de documentos entre
pessoas de localidades distintas.
97
A quantidade de país que já visitei, alguns pensam que tenho dinheiro, mas é uma vida
de 100 (sem). A fórmula está no meu livro “Por onde andei…a arte de viajar com pouca
grana”.
98
Falecimento dos Meira: Fausto de Souza Meira com 55 anos. No século XXI suas irmães: Juracy
de Souza Meira com 68 anos e Regina de Souza Meira com 70, e seu filho Faustinho com 57 anos,
em 2021 na pandemia do Covid-19.
258
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Rodine Ramos Monteiro (1948-2019)
100
Heleno Ramos Monteiro (1921- 1984)
263
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Zélia da Silva Monteiro (1949-1999)
264
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102
Também conhecido como taipa de mão, uma técnica de madeiras fixadas no solo,
com vigas horizontais em bambu, os vãos preenchidos com barro.
265
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
LUCY FESTEIRA
Lá em casa, o acervo dos discos de vinil, LP – Long Play
da mamãe integravam os cantores Candeia, Martinho da Vila,
Emílio Santiago, Benito di Paula, Alcione, Elza Soares, Clara
Nunes e das Escolas de Samba do Rio do Grupo 1. E sempre
que ela pegava um microfone, cantava “Carinhoso” de
Pixinguinha.
Meu coração
Não sei por que
Bate feliz
Quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas
Vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim
Conto um pouquinho das lembranças entre os anos 70
até no meado dos anos 80.
A turma fixa de acompanhar a minha mãe nos eventos
era grande, os constantes: Aurora com seu filho Jaguaçú,
Iracema e Tio Wilson e tia Dorvalina, mas sempre havia mais.
Aos domingos, não era um ou outro, todos, íamos ao
almoço dançante no Clube Marabú, em Piedade ou Quintino
ou Clube dos Bombeiros em Madureira, onde também foi a
comemoração do aniversário de 15 anos, meu e da minha
irmã. Os bolos sempre foram presente da prima Ivonete. Uma
delícia! O recheio do meu foi com amendocrem.
Por muitos anos, a passagem do Ano Novo foi no
Restaurante Tem Tudo, em Madureira, com música ao vivo e
ceia farta. Para mim a melhor parte, era jogar os confetes e
serpentinas a meia noite, já saia de casa abastecida com os
artefatos.
266
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
103
Paulo da Rocha (1915-1985) e Nair Figueira (1918-1995)
267
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
104
Romeu de Paula (1937–1982) e Aurora Brittes da Silva (1935-2009)
268
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
No meu aniversário de
50 anos , quando Jaguaçu
entrou foi uma surpresa, e
emocionante. Na infância
éramos muito grudados. Ele
não lembrava de muitos que
estavam ali, mas as pessoas se
aproximavam, e o abraçavam
com carinho, e alguns contavam suas
peripércias quando criança.
Jaguaçu fala, “Uma boa parte me lembrava, apesar de
muito tempo eu não vê Kátia, filha da Glória e Cristiane, filha
do Wilson. A Iracema se emocionou e eu também”
A partir daqui as memórias se iniciam nos anos 90.
Na adolescência tudo era chato, mas minha mãe nem
me dava confiança, tipo “Fui”.
Lucy moderna, nas tardes dançantes para terceira
idade, ela com as amigas socializavam um cavalheiro para
dançar, significa que alugavam um rapaz. O que conheci, era
pedreiro, trocou de profissão para dançarino de aluguel. Eu
fiquei inconformada e mamãe, “eu não vou para o baile para
ficar sentada”.
A comemoração dos 64 anos de Lucy, em 1998, foi um
jantar dançante no Salão de Festa em Vila Valqueire - RJ.
Jaguaçu fez o cerimonial ecumênico, por ser ministro da Igreja
Messiânica Mundial.
Preparação para uma festa surpresa, eu não consegui
guardar segredo até o final, faltando um mês para o evento,
eu contei, minha língua estava coçando, ela estava em casa,
em SP, e ao revelar sobre a futura comemoração, sua reação
foi de debutante.
Ela ficou tão feliz, colocou CD do Emílio Santiago e
começou a dançar na sala, comentar sobre os vestidos que
iria usar durante a festa, fazer a lista dos convidados. Limitei
logo, 100 convidados, e falei,“se passar a senhora paga”.
269
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
270
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105
Essa experiência, de ausência do luto, não adiantou, quando minha mãe desencarnou fui
para Índia, e não fiz o luto com minha irmã. É o meu lado Malcolm.
106
Não consegui saber quem foi esse Américo da Rocha na toponímia do RJ
271
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
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Feliciano Manoel Caldas (1934 -2006) e Wanda Andre de Sant Anna (1934-2014)
108
Glória Firminia de Moraes Peixoto (1928-2018), empresária e mãe de santo.
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
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Cartola (1908-1980) foi cantor e compositor brasileiro. "As Rosas Não Falam",
música e letra de sua autoria, um clássico do samba, foi escrita quando cartola tinha 67
anos.
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
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Honório Gurgel, além de ser cantado na música “Tem Boi na Linha” por Djavan. Gurgel
(1860-1920) político, prefeito do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 1899 e 1900
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
30/08/1992
111
Ascendino Pereira (1925-1976)
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
FAMÍLIA PATROCÍNIO
Minha mãe sempre falou que sua família era pequena,
entretanto, esqueceu que temos os Souza, os Caldas, os
Patrocínio e os Costa - família além do sangue.
Essa simbiose entre os Nascimento e os Patrocínio se
inicia com a mulher dos Franciscos,
DORVALINA NASCIMENTO PATROCÍNIO
(foto), filha do meu bisavô Francisco, irmã do
meu avô Franciscos, e casa-se com Francisco do
Patrocínio. E tiveram a única filha, Marinete,
criaram Paulo César, mas na juventude
desapareceu.
As filhas do meu bisavô Francisco: Georgina casa- se
com José Maria Aresteique112, não tiveram filhos, e Eliza casa-
se e tem filhos e muitos netos, moradores de Coelho da Rocha
– RJ.
Dorvalina113 que fica lá em casa quando meus pais
viajavam, foi a tia presente na vida da Lucy, supriu um pouco
o lugar da Zulmira. Lucy e Marinete, filha da Dorvalina, são as
112
Georgina (1915-1992) e José Maria Aresteique (1918-1993),
113
Dorvalina Nascimento Patrocínio (1916-2005)
277
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
114
Marinete Patrocínio de Souza (1943-1983) e João de Souza (1942-1975)
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Maria Lourdes dos Santos Patrocínio (1921-2009)
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Moysés Francisco (1940-2013)
Acessado em março de 2021 - https://portelamor.blogspot.com/2013/04/morre-moyses-
francisco-famoso-ex.html?fbclid=IwAR20QuxRPpfYNeHi7NRYgUAWeUSFHx-
1pHtrU_9ttHex2ef1AZv8HM84WnM
281
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117 Compositores Carlinhos Madrugada, Nilton Russo e Zeca Melodia, samba de 1968 da G.R.E.S.
Unidos de Lucas, cuja letra pormenoriza a venda, o transporte e a libertação dos negros africanos.
Também interpretada pelo Martinho da Vila.
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Nayde de Vasconcellos
Fotos Nayde, com Regina, e Kely e esposo Luiz. Maria
Aparecida, filha de Nayde e filho Lucas
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Musica de Juninho Thybau
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Gratidão.
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298
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300
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
1.4.2. Alecredino
1.4.3.2. Almir
1.4.4. Jair
1.5. Nanci
119
Os anos de nascimento dos meus bisavós são baseadas na certidão de casamento deles. E do falecimento
são pelos nascimentos dos netos, filhas da Tia Antônia, e do Walace, filho da Zinha, a qual deu a informação.
301
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
1.7.1.1. Sérgio
1.7.1.1.1. Ingryd
1.7.1.1.2. Milena
1.7.2.1. Lucas
1.7.3. Catarina
1.7.3.1. Luciana
1.7.4 Cecília
1.7.4.1. Fabiana
1.7.4.1.1. Kauane
1.8.1. Denise
302
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
1.8.1.1. Dayane
1.8.1.2. Luiza
1.8.2. Carlos
1.8.3. Sílvia
1.8.3.1. Gabriel
1.8.3.2. Matheus
1.9. Neli
2.1.2. Levy
2.1.3. Sheila
2.1.4. Sandra
2.2. Damião
2.2.1. Margarida
303
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
3.4 Eni
3.5. Erli
304
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
3.6.3.2.3. Miguel.
3.7. Jorge
N- 1964- F-1999
N– 14 de julho de 1954
8.1. Jonemi
9.1. Lídia
9.2. Natanael
9.3. Nelson
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
REFERÊNCIAS
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309
Série: Por onde andei – Ana Oliveira
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Fronteira, 2011.
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
“O encontro com Ana Oliveira, a autora do livro "Por onde andei: A arte de viajar com
pouca grana", foi muito feliz e de forma descontraída ficámos a conhecer esta Mulher
de coragem, que corre atrás de seus ideais e na sua caminhada tem descoberto novos
países, novas gentes e tradições. Para além das viagens, ela é apaixonada por História,
falou-nos do professor César Santos Silva e da sua importância no seu enriquecimento
curricular. Fizemos uma visita ao seu passado e à sua evolução e formação, e ao papel
fundamental de seus pais no seu crescimento como pessoa. A insatisfação de Ana
Oliveira permite construir o novo na sua vida, que passou muito pelas suas viagens,
onde absorveu novas realidades, mas, o universo chamava-a para a cidade do Porto
onde vive há um ano e meio e cá realizou os seus desejos e sente-se feliz. Ao longo da
nossa conversa, foi partilhando dicas sobre como viajar com pouco dinheiro. Contudo,
se quiserem fazer melhores cálculos, comprem o seu livro e fiquem por dentro das
suas aventuras e gestão do dinheiro em viagem.” (2020 - Mónica Pinto, locutora)
Caro leitor, obrigada por sua aquisição. Caso deseje, entre em contato para
conversar, criticar e elogiar, fornecer artigo para próximos livros, através do
anaacervos@hotmail.com
Ana Oliveira
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Série: Por onde andei – Ana Oliveira
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