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Títulos de crédito

Cheques – Lei 7.357/85

É um título de crédito vinculado pois ele possui padronização obrigatória. E não causal, pois não
precisa de uma causa específica para ser usado. É uma ordem de pagamento, na qual há a figura do
sacador (dá a ordem – correntista) e o sacado (banco – efetua o pagamento do cheque) e tomador
que é o beneficiário do cheque. O cheque não admite a figura do aceite o sacador dá uma ordem ao
sacado e esse aceita ou não, essa ordem de pagamento. Ou seja, concordância daquela ordem de
pagamento. O cheque pode ser transferido, através de endosso, ou seja, um ato de transferência,
assinando no verso do título. Quem transfere é endossante e quem recebe é o endossatário. E só
admite o endosso total. O cheque não admite apenas pela assinatura no verso mas também pode
endossar o cheque na frente com a assinatura e expressão identificador (deixar claro a
transferência). É admitido o aval que é a garantia, e nesse caso se o cheque voltar por falta de
fundo, pode ajuizar uma ação de execução, não só contra o emitente do cheque ou se também teve
endosso aquele que transferiu o cheque eu posso também ajuizar uma ação de execução para cobrar
esse crédito, daquele que deu aval (avalista). O prazo de apresentação, é dividido em duas partes,
prazo para 30 dias se esse é da mesma praça e 60 dias se diferente. Deve ser observado então a
agência pagadora e o local de emissão do cheque. Contado da data da emissão do cheque. E a
finalidade do prazo em geral é para dar início ao prazo prescricional (6 meses – contados a partir
do fim do prazo de apresentação), ou seja, o prazo para ajuizar medida judicial chamada ação de
execução, quando o cheque volta por falta de fundo. A sustação de cheque também deve ser
conhecida: contra ordem e revogação que só podem ser dada pelo emitente do cheque, no entanto a
contra ordem só vai produzir efeitos depois do prazo de apresentação. O portador legitimado
também pode fazer a sustação do cheque apresentado suas razões. Uma estrutura complexa de
cheque de ordem de pagamento a vista. Significa que se colocado a cláusula voltar, fazendo com
que seja pós-datado ou pré-datado, o que prevalece é essa ordem de pagamento a vista, e considera-
se não escrita essa menção.
Notas Promissórias
Decreto – 2044/66

É um título cambiário em que seu criador assume a obrigação direta e principal de pagar o valor
correspondente no título. Ou seja, uma promessa de pagamento. Contendo, pois, uma promessa
que envolve 2(duas) partes – o emitente (sacador, subscritor) e o beneficiário (tomador ou sacado).
Obs.:Aqui não se tem a “figura” do sacado, que tinha na letra de câmbio, ou seja, não existe o
interveniente. Aqui é uma promessa feita pelo sacador ao tomador.

Características:
• Promessa de pagamento: O emitente promete entregar ao beneficiário, em certa data
determinada importância.
• Consiste em um ato unilateral de promessa pois, para a emissão/saque de uma nota
promissória basta a vontade do emitente/sacador, não sendo requisito essencial a
concordância do beneficiário/ tomador.
• É pura e simples, um pagamento de quantia em dinheiro que está especificada na cártula e
que não depende de condição.
• Esse tipo de título, não é causal, ou seja, não há exigência legal vinculada a sua emissão,
podendo ser emitida a qualquer tempo e motivo.
• E possui emissão livre, podendo ser emitida de qualquer forma, devendo apenas seguir os
requisitos legais.

Obs.: Se não respeitar esses requisitos legais, a nota pode perder a sua característica de
executividade.

Diferença entre nota promissória e letra de câmbio:

• A nota promissória é uma promessa de pagamento e dispensa portanto o aceite, enquanto a


letra de câmbio é uma ordem de pagamento.
• Outra diferença são as partes envolvidas, pois enquanto aquela possui 2 – a figura do
emitente e tomador. Esta possui 3, o sacador, o sacado e tomador.

Origem: Direito romano.

Regime jurídico:

• Não se aplicam as notas promissórias as regras da letra de câmbio. Pois uma é promessa de
pagamento e a outra é ordem de pagamento.
• O subscritor é considerado o devedor principal, emite a nota e se obriga a paga-la.
• Admite a modalidade A CERTO TERMO DA VISTA, prevista no ART 78 da lei uniforme.
Nesse tipo de modalidade acontece o seguinte: o subscritor (emitente) promete pagar quantia
determinada, ao término de prazo por ele definido e cujo início se opera a partir do visto, a
ser oportunamente dado na nota pelo próprio subscritor. A data é indefinida, ela só será
colocada quando do visto do emitente, desta forma o beneficiário fica obrigado a procurar o
sacado/emitente pra tomar o seu visto, para então poder cobrar o título, no prazo
estabelecido após esse visto, se ele (sacado/emitente) não der o visto, o beneficiário
protestará o mesmo.

Ex1.: “cinquenta dias após o visto, pagarei por esta nota promissória o valor de R$ .....
O portador da nota promissória, no caso, tem o prazo de 1(um) ano, a contar do saque, para
apresentá-la ao subscritor. Praticado o ato, começa a fluir o termo mencionado no título, e,
consumado esse, dá-se o vencimento. Se, por outro lado, o visto é negado pelo subscritor, caberá ao
portador protestar a nota, correndo o prazo de vencimento a partir da data do protesto.

Ex: Mesmo prazo prescricional

• Diz respeito ao avalizado, no aval em branco. Conforme esclarece o legislador, na nota, o


subscritor é o beneficiário do aval desse tipo. Assim se o avalista não identifica o devedor
em favor do qual está prestando a garantia, considera-se que foi o subscritor da nota que
pretendeu beneficiar (LUG, art. 77).

Art. 77. São aplicáveis às notas promissórias, na parte em que não sejam contrárias à natureza deste
título, as disposições relativas às letras e concernentes: endosso (artigos 11 a 20).

Requisitos essenciais:

• Denominação “nota promissória” inserta no próprio texto do título e expressa na língua


empregada para a redação do título;
• Promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;
• A época do pagamento
• A indicação do lugar em que se efetuar o pagamento;
• O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
• A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;
• A indicação da pessoa que emite a nota promissória (subscritor),

Requisitos não essenciais ou supríveis:

• Época do pagamento– se não houver a época do pagamento, ela será considerada à vista.
Se quiser cobrar também pode colocar a data do dia da cobrança.

• Local do pagamento – se não houver, considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao


mesmo tempo, o lugar de domicílio do emitente da nota.

REGRAS APLICÁVEIS E NÃO APLICÁVEIS (arts. 75/78, LUG)

→Não se aplicam: aceite(não se fala em aceite na nota promissória, eis que ela já nasce aceite, o
subscritor da nota promissória já é considerado o seu devedor principal). Logo, não haverá recusa
de aceite e nem cláusula não aceitável. Sendo o subscritor devedor principal, o protesto é
facultativo, e não obrigatório.

→ Se aplicam: endosso; aval; vencimento; pagamento e prescrição. A prescrição da nota


promissória, assim como da letra de câmbio, é de três anos contra o devedor principal, e de seis
meses contra os coobrigados (endossatários, avalistas, etc), para buscar o direito de regresso.

Passado o prazo prescricional ela perderá a força executiva, sendo apenas documento quirógrafo. O
aval em branco vai beneficiar o subscritor. Qualquer outro aval, como para garantia de
endossatários, deve ser em preto.
Duplicata
Lei – 5474/68

Duplicata é o título de crédito criado pelo ordenamento jurídico brasileiro que constitui instrumento
de prova do contrato de compra e venda mercantil ou prestação de serviços.

A duplicata ou duplicata mercantil é um documento nominal emitido pelo comerciante com valor
global e o vencimento da fatura e emitido pelo credor ao vender uma mercadoria por serviço que
prestou e que estão representados em uma fatura que deve ser pago pelo comprador das mercadorias
ou pelo tomador dos serviços. Uma duplicata só pode corresponder a uma única fatura e deve ser
apresentada ao devedor no máximo 30 dias.

As partes:

• O vendedor é o sacador e o comprador é o sacado.


• O beneficiário é o próprio sacador

Características:

• Nota fiscal confirma a negociação, existência da compra e venda (não o pagamento).


• O que comprova o recebimento/entrega da mercadoria é o canhoto da nota fiscal.
• O que comprova o pagamento varia de como este foi feito, pode ser por meio de recibo,
boleto compensado, etc.
• Modelo vinculado.

Requisitos:

• A denominação “Duplicata”, a data do saque e o número de ordem;


• O número da fatura que a originou (nota fiscal).
• A data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata a vista;
• O nome e domicílio do vendedor e o comprador;
• A praça de pagamento;
• A importância a pagar em algarismo e por extenso;
• A cláusula “A ordem”;
• A declaração do reconhecimento de sua exatidão e a obrigação de pagá-la;
• A assinatura do sacador;

Vencimento:

A duplicata pode ser sacada a vista ou a prazo. Na duplicata a vista, o vencimento é determinado
pela apresentação do documento ao sacado (comprador).
Admite a lei à prorrogação (ou reforma) do prazo de vencimento, mediante declaração em separado
ou nela escrita, assinada pelo sacador ou endossatário (possuidor). Na hipótese de haver endossante
e/ou avalista, necessária se torna anuência deles para manter sua coobrigação. Sempre a dia certo.

Circulação:

A duplicata não pode ser ao portador, uma vez que ela se prende sempre a uma venda mercantil com
vendedor (credor) e comprador (devedor), ou a uma prestação de serviço que alguém realizou para
outrem.
Sua circulação dar-se-á por endosso em preto. Também se admite o endosso-mandato e o endosso-
caução, ou seja, aqueles que não transmitem a propriedade do título apenas autorizam a instituição
financeira a efetuar sua cobrança ou recebê-la em garantia.

Aceite:

Diferente da letra de câmbio, o aceite é obrigatório.


É o ato pelo qual o devedor (comprador) reconhecendo a exatidão do título, assume o compromisso
de pagá-lo pela quantia inscrita no vencimento indicado.
Dar-se-á o aceite pela simples assinatura do comprador ou de mandatário especial não sendo
admitido o aceite ¨a rogo¨.
O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:

• Avaria ou não recebimento das mercadorias;


• Vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias compradas;
• Divergências nos prazos ou nos preços ajustados.

Protesto:

Para não perder o direito regressivo contra endossantes e respectivos avalistas, deverá o portador
tirar o protesto de duplicata dentro do prazo de 30 dias contados da data do seu vencimento.
É necessário o protesto contra o aceitante / seu avalista para garantir a ação executiva. Mas se o
sacado não deu aceite no título ou não devolveu, torna-se indispensável o protesto para promover a
ação executiva, desde que esteja acompanhado do documento comprobatório da remessa ou entrega
da mercadoria ou comprovante de prestação de serviços.
A duplicata poderá ser protestada pelos seguintes motivos:

• Por falta de aceite;


• Por falta de devolução;
• Por falta de pagamento;

Ação para cobrança:

A duplicata aceita será cobrada via executiva; não sendo protestada, a duplicata apenas poderá ser
cobrada do aceitante e seu avalista. Se não aceita, deverá ser protestada e acompanhada de
documento que comprove o recebimento das mercadorias adquiridas ou a prestação de serviços.
Sendo as obrigações cambiais autônomas e independentes umas das outras, a ação de cobrança
poderá ser proposta contra um ou contra todos os coobrigados sem observância da ordem em que
figurem no título.
Prescrição:

A ação de cobrança executiva prescreverá:


• Em três anos: contados da data do vencimento, contra o sacado e respectivos avalistas;
• Em um ano: contado da data do protesto, contra os endossantes e respectivos avalistas
• Em um ano: para ação de regresso, do pagamento ou do ajuizamento da ação.
Ação de execução:

Se houve aceite e venceu sem pagar: para ajuizar ação precisa da duplicata e da nota fiscal.
Se não houve aceite, ou há recusa: precisa da duplicata, nota fiscal, comprovante de entrega (se for
compra e venda) ou canhoto da nota fiscal (se for prestação de serviços), e protesto.
Letra de câmbio
Decreto – 2044/66

É uma ordem de pagamento que o sacador dirige ao sacado, seu devedor, para que, em certa época,
este pague determinada quantia em dinheiro, devida a uma terceira pessoa, que se denomina
tomador. É, enfim, uma ordem de pagamento à vista ou a prazo. Quando for a prazo, o sacado deve
aceitá-la, firmando nela sua assinatura de reconhecimento: é o ACEITE.

A falta de aceite não extingue a Letra de Câmbio. O sacador continua o responsável e o sacado
nenhuma obrigação assumiu em relação ao título, embora haja a menção do seu nome na Letra. Se o
sacado, ao receber a Letra de Câmbio para o aceite, não a devolver, retendo-a indevidamente, está
sujeito à prisão administrativa. Basta requerer ao juiz

Origem:

A Letra de Câmbio, praticamente, começou a se formar na Itália, no século XIV. Para não
transportar dinheiro de uma cidade para outra, estando uma pessoa sujeita à emboscada e à perda,
procurava um banqueiro de sua própria cidade, que tinha relação comercial com outro banqueiro ao
qual pretendia se dirigir, e entregava-lhe o dinheiro. Em troca, recebia uma carta, uma ordem de
pagamento, dando incumbência ao banqueiro de outra cidade, onde faria o pagamento. Assim, em
vez de as pessoas transportarem dinheiro, transportavam a carta, documento representativo da soma
a ser paga. Por envolver tantas figuras como o banqueiro, o emitente da Letra de Câmbio, o
beneficiário dentre outros; a Letra de Câmbio é o título de crédito mais completo.

Facilmente podemos imaginar a intervenção de, pelo menos, três pessoas nessa operação:

• O banqueiro que recebia o dinheiro e expedia a carta – o sacador;


• Aquele que recebia a carta – o tomador ou beneficiário;
• E o encarregado do pagamento – o sacado.

Para exemplificar a formação de uma Letra de Câmbio, citamos a seguinte hipótese:

Pedro, dentro de vinte dias, precisará efetuar o pagamento de R$ 500,00 (quinhentos reais) referente
ao aluguel de sua casa ao locador Mário. Porém, na data do vencimento estará fora da cidade, bem
como, no mesmo dia, tem a receber de Benedito aquela quantia pelos serviços de pedreiro que lhe
prestou. Assim sendo, considerando seu crédito futuro, faz o saque de uma Letra de Câmbio de R$
500,00 (quinhentos reais), com vencimento daqui a vinte dias, tendo como sacado Benedito e como
beneficiário Mário, ou seja, por meio da Letra de Câmbio, Pedro deu ordem a Benedito, para que
efetue, na data combinada, o pagamento diretamente a Mário. O ato de Benedito (sacado) que
demonstra sua concordância com a ordem se denomina “aceite”, e após ter sido concedido, Mário
(beneficiário) deverá cobrar seu crédito diretamente de Benedito.

Características:

Uma das características dos títulos de crédito é a circulabilidade, ou seja, pode ser transmitido a
outro, o qual passará a ser o credor do título. A transferência da Letra de Câmbio para terceiro se faz
pelo endosso. Quem transmite o título por meio de endosso é denominado endossante, e o que
recebe o título é chamado endossatário.
Dando sequência ao exemplo citado anteriormente, Mário que é o beneficiário da letra pode
transferi-la por meio de endosso a terceiro, e assim sucessivamente.
Tipo de endosso:

• Endosso “em branco” –lança-se apenas a assinatura, sem indicar a favor de quem se
endossa.
• Endosso “em preto” – identifica o nome do endossatário.
• Endosso impróprio – Um ato que torna legítima a posse do endossatário sobre o
documento, sem que ele se torne credor.
a) Endosso Mandato– É aquele pelo qual o endossante constitui o endossatário como seu
procurador e deve ser acompanhado da assinatura do endossante e dos termos “valor a
cobrar” ou “por procuração”.
b) Endosso Caução– É a espécie de endosso por meio do qual o endossante transfere ao
endossatário a letra apenas como forma de garantir outra obrigação (aval).
ATENÇÃO – assinatura no verso ou assinatura no anverso acompanhado do termo “pague-
se”

É possível que a Letra de Câmbio, como título de crédito que é, seja garantida por aval. Na qual o
credor não tera prejuízo se por acaso o cliente não honrar com seu compromisso, nos títulos de
crédito, sendo assim o avalista é aquele que de próprio punho coloca a sua assinatura no verso de
um título de crédito assumindo assim a responsabilidade do pagamento junto com o devedor
(avalizado). Pois, fiador pertence aos contratos.

Aval “em branco” -> É o aval que não identifica o avalizado.


Aval “em preto” -> É o aval que identifica o avalizado

O pagamento do título deve ser efetuado pelo devedor no dia do vencimento. E pode acontecer de
duas maneiras:

a. à vista: o sacado deve pagá-lo no ato de sua apresentação. Deverá ser apresentada pelo tomador
ao sacado, para pagamento, até o máximo de 01 ano após o saque.
b. em dia certo: o sacado deve pagá-lo:

1. No dia do vencimento indicado no título;


2. A tempo certo da vista, significando há tantos dias a partir da data do aceite, ou seja, da data em
que o título é exibido ao sacado;
3. A tempo certo da data, isto é, tantos dias contados da data da emissão do título. O pagamento é o
resgate da Letra e, para que ocorra, é indispensável a sua apresentação. Isto porque o título é
circular e o devedor não tem como saber quem é o último portador da cambial.
PRAZO DE RESPIRO: apresentado o título ao sacado, este tem o direito de pedir que lhe seja
reapresentado no dia seguinte.

Não sendo pago o título no seu vencimento, poderá ser efetuado o protesto e a cobrança judicial do
crédito (ação cambial). Porém, para que o credor possa agir em juízo é necessário que esteja
representado por advogado.

O formalismo é da essência da Letra de Câmbio, devendo, portanto, conter determinados requisitos


essenciais preestabelecidos por lei. Faltando um dos requisitos essenciais, a Letra de Câmbio deixa
de ser uma Letra de Câmbio.
Requisitos essenciais:

a)Palavra “letra de câmbio” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para
redação deste título;
b)ordem incondicional de pagar uma quantia determinada. A quantia deve ser exata;
c)o nome de quem deve pagar o título; identificado pelo CPF ou CNPJ, título de eleitor ou carteira
profissional;
d)o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem a letra deve ser paga (tomador);
e)indicação da data em que a letra é sacada;
f)indicação do lugar onde a letra é sacada;
g)assinatura do sacador.

Este é um modelo de Letra de Câmbio. Se esta Letra de Câmbio for levada ao Cartório, o tabelião
intimará o sacado a aceitar a Letra.
Se ele comparecer no Cartório, o tabelião o identificará e ele assinará e datará no campo “aceito”.
Então a Letra vencerá dois dias após. Só então pode ser protestada por falta de pagamento. Se o
sacado não comparecer para aceitar, o tabelião lavra o protesto.

A prescrição:

É a perda da execução judicial pelo seu não exercício dentro do prazo de três anos.

Vencida a Letra e não paga, o credor tem o direito de propor ação executiva e, para tanto, terá o
prazo de três anos a contar da data do vencimento da cambial. Se deixar passar esse prazo
prescritivo, essa ação não será cabível. No entanto, se deixar passar o prazo de três anos para o
exercício da referida ação contra o devedor principal e seu avalista, ocasião em que a Letra perde a
natureza de título executivo extrajudicial, terá, ainda, o direito de propor AÇÃO MONITÓRIA,
que é ação de conhecimento, a partir de prova escrita sem eficácia de título executivo, para
constituição de título judicial.

No Brasil, a Letra de Câmbio é um título de pouquíssimo uso, haja vista que, nas operações
comerciais e prestação de serviços, o título de crédito que pode ser sacado é a duplicata.
Regulamentando a matéria, temos os Decretos nº 2.044 de 31/12/1908, que define a Letra de
Câmbio e a Nota Promissória e regula as operações cambiais; e o Decreto nº 57.663 de 24/01/1966,
que promulga as convenções para adoção de uma lei uniforme em matéria de Letras de Câmbio e
Notas Promissórias.

PRAZO PRESCRICIONAL

• Contra o aceitante: 3 anos, a contar do vencimento.


• Contra o sacador e os demais coobrigados: 12 meses, a contar da data do protesto.
• Dos endossantes contra os outros e contra o sacador: 6 meses, a contar do pagamento da
letra ou do dia em que o endossante foi acionado.

Aceite:

O sacado não está obrigado a pagar o título. O ato em que o sacado concorda em acolher a ordem
incorporada pela letra chama-se aceite.
• Aceite Parcial: O aceite pode ser limitativo ou parcial quando concorda em pagar somente
uma parte do valor, ou quando o sacado adere à ordem alterando parte das condições
fixadas, tais como prazo de vencimento (Art.26 LUG).
Art. 26. O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da importância sacada

Recusa do aceite: É permitida a recusa do aceite, gerando assim o vencimento antecipado da letra
de câmbio, podendo o tomador cobrar o título de imediato do sacador. A recusa deve ser
comprovada por ato formal que é o PROTESTO. Para evitar que o sacado seja prejudicado por ato
de terceiro (sacador), o protesto por falta de aceite deve ser feito contra o SACADOR, embora o
SACADO deva ser intimado para, querendo, vir a cartório e aceitar a letra.
Consequência: Vencimento antecipado do título.

CANCELAMENTO DO ACEITE (art. 29, primeira parte)

Se o sacado dá o aceite e antes de devolver ao tomador ele se arrepende, pode riscar o aceite, sendo
que a dívida vencerá imediatamente. Essa possibilidade está prevista no art. 29 da LUG e segue o
princípio da literalidade, o cancelamento do aceite deve vir na letra de câmbio.
Cédula de crédito
Lei 1093/04

A Cédula de Crédito Bancário é um título de crédito emitido pelo tomador de uma operação de
crédito em favor de instituição financeira ou entidade equiparada, e representa promessa de
pagamento em dinheiro.

Origem:

A sua criação deu-se em razão da necessidade de se remover algumas barreiras à concessão de


financiamentos decorrentes da insegurança e instabilidade das decisões dos tribunais brasileiros,
notadamente sobre a força executiva dos contratos de concessão de crédito e sobre a capitalização
de juros.

Partes da operação:

Assim, a Cédula de Crédito Bancário é emitida e assinada pelo tomador do crédito e pela instituição
financeira quando é contratada uma operação de crédito, como abertura de crédito rotativo e
empréstimos.

Características:

• Representa dívida em dinheiro, líquida, certa e exigível em razão do valor nela indicado ou
do saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo ou em extrato de conta-corrente.
• E é um título executivo extrajudicial, ou seja, é possível a sua cobrança através de ação de
execução o que evita longas e intermináveis discussões processuais.

Requisitos:

Na Cédula de Crédito Bancário, podem ser pactuados juros capitalizados e devem constar em seu
texto, no caso de pagamento parcelado, as datas e os valores de cada prestação, ou os critérios para
tal determinação. Caso a instituição financeira esteja cobrando juros capitalizados e tal
possibilidade não esteja disposta na Cédula de Crédito Bancário, o emissor/devedor pode recorrer-
se do judiciário para que seja vedada tal cobrança, sendo certo que existem diversos julgados nesse
sentido.

Quanto ao Endosso:

Ainda de acordo com a lei, a Cédula de Crédito Bancário pode ser transferível mediante endosso em
preto, ou seja, determinando-se, por escrito, o endossatário.
Protesto:
Pode ser objeto de protesto por indicação, ou seja, sem a apresentação da via original, desde que o
credor apresente declaração de posse de sua única via negociável.
Quanto a garantia:
Além disso, a Cédula de Crédito Bancário pode ser emitida com garantia ou sem garantia, devendo
a mesma ser especificada na cédula. A constituição da garantia pode ser feita na própria Cédula de
Crédito Bancário ou em documento separado, desde que seja mencionada tal circunstância na
cédula. Às garantias, aplicam-se as disposições da lei 10.931/04 e da legislação comum ou especial
aplicável, no que com ela não conflitar. A garantia pode ser pessoal ou fidejussória, como a fiança e
o aval, ou real (através de um bem específico dado em garantia). Neste último caso, o bem pode ser
de qualquer espécie, disponível e alienável, móvel ou imóvel, material ou imaterial, presente ou
futuro, fungível ou infungível (que pode ou não ser substituído por outro da mesma espécie),
consumível ou não e, ainda, pertencente ao próprio emitente ou a terceiro garantidor. O bem-dado
em garantia deve ser descrito e individualizado de forma que seja possível sua fácil identificação.
De qualquer forma, tal descrição pode ser substituída por remissão a documento ou certidão
expedida por entidade competente.

Por fim, aplica-se à Cédula de Crédito Bancário a legislação cambial no que não contrariar o
disposto na lei 10.931/04.

Dessa forma, como pode ser verificado, a Cédula de Crédito Bancário, como um instituto
relativamente novo no nosso ordenamento jurídico, é amplamente regulamentada, o que é positivo
diante de sua ampla e frequente utilização. Não obstante, são várias as discussões travadas no nosso
judiciário a respeito do assunto, inclusive quanto à inconstitucionalidade da lei 10.931/04.
Teoria geral dos títulos de crédito

Conceito: é o documento necessário para o exercício de direito literal (escrito nele), e


autônomo nele mencionado.
Elementos constitutivos: tempo – lapso temporal que envolve uma relação de
crédito. E a confiança – relacionado no aspecto objetivo e subjetivo.

Origem e evolução histórica

Fase italiana(até 1673)

✔ Cautio (NP) era uma ordem de pagamento, um documento que o banqueiro


dava como garantia para que o mercador recebe-se o seu dinheiro em outra
cidade.
✔ Littera Cambi (letra de câmbio): era conhecido como letar de cambio
trajectício, ou seja, havia o nome da pessoa. Havia requisitos:
Distância Loci: o lugar onde a letra de câmbio é criada não poderia ser o
mesmo de cumprimento de sua obrigação.
Permutatio Pecuniae: a moeda da praça de criação deveria ser distinta da
moeda da praça de pagamento.

Fase Francesa(1673-1848)

✔ Instrumentos de pagamento.

✔ Ordenança Francesa de Comércio de 1673: Endosso, Aceite, Aval.

Títulos cambiais (troca de moeda) Títulos cambiariformes (troca de


crédito)
Nota promissórias Cheque
Letra de câmbio Duplicata

Fase germânica (1848-1930)


✔ Ordenação geral do direito cambiário.
1.Desvinculação do contrato: não precisava especificar o contrato da relação que
originou a necessidade do título de crédito.
2.Endosso: já não era mais necessário a necessidade da cláusula à ordem, permitindo
a possibilidade de endosso.
3.Inoponibilidade das exceções pessoais: quando existem mais de um devedor, o
terceiro agindo de boa-fé pode cobrar sem que eles oponham as suas exceções
pessoais(apresente defesas)
4. Prestigio da segurança.
✔ Relação causal X relação cartular.

Fase Uniforme(1930 até hoje):

Uniformização das leis que regem os títulos de créditos. Lei Uniforme de Genebra
(LUG)- Letra de câmbio e Nota Promissória(1930) Lei Uniforme de Genebra –
Cheque (1931)

Princípios do título de crédito:

✔ Cartularidade: os direitos mencionados no título devem constar de uma


cártula. (Documento – papel).
✔ Literalidade: o direito de crédito, é literal, na medida em que a extensão e os
limites desse direito encontram-se nos atos lançados no próprio título. Ou seja,
o título vale pelo que ele contém. Se eu assino uma nota promissória
comprometendo a pagar R$2,000 eu tenho que cumprir, porque o que interessa
é o que está descrito no título.
✔ Autonomia das obrigações: ao entrar em circulação, eventuais vícios de
determinadas obrigações não se estendem às demais. Esse princípio possui 2
subprincípios: abstração e inoponibilidade das exceções pessoais.
✔ Abstração: desvincula-se do negócio jurídico originário, ou seja, é dispensável
provar a relação que originou o crédito. Ocorre na nota promissória e letra de
câmbio.
✔ Inoponibilidade das exceções pessoais: na qual não pode alegar matéria
estranha a sua relação direta com o portador do título.

Características:

✔ Títulos executivos extrajudiciais (Força executiva): Art. 784 do código de


processo civil determina: “são títulos executivos extrajudiciais… I – O título
de crédito. Então possui força executiva uma vez não pago, pode entrar com
processo de execução.
✔ Formalismo: cada título tem requisitos formais a serem cumpridos.
✔ Circulabilidade (à ordem) ou bens móveis: na qual, o título foi criado para
circular, ou seja, títulos a ordem são títulos que circulam, dando a possibilidade
de transferência também nesse caso.
Espécies de títulos de crédito:

Promessa de pagamento Nota promissória

Ordem de pagamento Letra de câmbio


Cheque
Duplicata

Atos cambiais:

✔ Saque: emissão do título pelo sacador (devedor).


✔ Aceite: ato formal que caracteriza a obrigação do sacado em efetuar o
pagamento do título.
– Só acontece aceite na ordem de pagamento sendo que na letra de câmbio é
facultativo. Se o sacado aceita a letra de câmbio ele se responsabiliza pelo
pagamento mas se ele não aceitar, acontece o vencimento antecipado da dívida.
Permitindo que o tomador efetue de imediato a cobrança do título contra o
devedor principal.
✔ Aceite Parcial: é o ato de aceite de apenas parte do valor do titulo.
– Na duplicata, o aceite é obrigatório.
– E no cheque não existe.
✔ Endosso: é circular a obrigação, transferir a obrigação. Há uma transferência
do título por parte do endossante ao endossatário(recebedor), e vinculação do
endossante ao seu pagamento. Apresentando:
– Próprio: em branco ou em preto. Que é aquele que transfere a titularidade
da obrigação. Sendo que o endosso em preto, é assinado no verso o nome do
tomador e o nome do novo beneficiário. E o branco, é apenas a assinatura no
verso do tomador e de mais ninguém.
– impróprio: endosso-mandato; endosso caução.
– Endosso póstumo: depois do vencimento, ele circula como cessão civil de
crédito.
✔ Cessão de crédito: forma de transmitir direitos “O credor pode ceder o seu
crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção
com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao
cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação”

Endosso e cessão são tipos de circulação de crédito.

✔ Aval: garantia de pagamento (não pode invocar beneficio de ordem).


O avalista é identificado por sua assinatura na frente do título, seguida pela
expressão “por aval”.No caso do avalista ser casado, é necessária a outorga
uxória. O aval pode ser “em branco” não identificando o avalizado. Ou em
“preto” no qual identifica o avalizado.
✔ Vencimento e pagamento: venceu o título o devedor terá que pagar esse
título.
✔ Protesto: ato formal que demostra inadimplência e descumprimento da
obrigação Por diversos motivos.
✔ Ação cambial (processo de execução): Art. 585, I, CPC.

Classificação dos títulos de crédito

Quanto ao modelo:

✔ Livres: a lei não institui modelo a ser seguido para a sua confecção. Ex: nota
promissória e letra de câmbio.
✔ Vinculados: a lei dispõe em seu conteúdo um modelo a ser seguido. Ex:
cheque e duplicata.

Quanto a estrutura:

✔ Promessa de pagamento: nota promissória. Porque, na promessa de


pagamento temos duas figuras: aquele que emite o título chamado de sacador
ou devedor e o tomador que é o credor.
✔ Ordem de pagamento: letra de câmbio, cheque e duplicata. Nessa nós temos
as figuras do: sacador (devedor), o sacado (responsável pelo pagamento)e o
tomador(credor). Então o sacador dá uma ordem ao sacado para este pagar o
tomador. Exemplo: Do cheque, você devedor ou sacador, dá a ordem ao banco
(sacado), para que retire de sua conta o valor e efetue o pagamento para pagar
o (tomador).

Quanto a emissão:

✔ Causais: quando a lei exigir uma causa específica para a sua emissão. Ex:
duplicata.
✔ Não causais: quando não houver exigência legal vinculada a sua emissão. Ex:
Cheque, nota promissória e letra de câmbio

Próprios ou impróprios:

✔ Próprios: são aqueles que representam os requisitos essenciais (cartularidade,


autonomia, e literalidade), e criam uma típica relação cambial entre credor e
devedor, revestindo-se adicionalmente, de executividade.
Nota promissória ------------------- Promessa de pagamento

Letra de câmbio
Duplicata Ordem de pagamento
Cheque

✔ Impróprios: Quando não tiverem ligados a operação de crédito, embora


revestidos de um valor financeiro. Ex: vale-refeição, vale-transporte.

De legitimação ou participação:

✔ De legitimação: são impróprios e sem valor financeiro expresso, outorgando


um direito exaurível (limitado) ao seu portador. Ex: bilhete de metrô.
✔ De participação: outorgam um direito de participação não exaurível ao seu
portador. Ex: carteira de clube, de biblioteca.

Procedimentos de cobrança:

✔ Ação cobrança: é uma ação de conhecimento e, portanto, seguirá todas as


fases do procedimento comum. Sendo que seu objetivo é o reconhecimento da
obrigação realizada entre credor e devedor, isto é, a declaração formal do
direito de crédito.
✔ Ação monitória: busca do juiz a declaração da existência do direito pessoal de
crédito, ou seja, requer o reconhecimento de que há uma obrigação a ser
cumprida por uma parte devedora em face da parte credora.
UNIDADE II – Declarações cambiárias
É a manifestação da vontade que dá origem ao Título de Crédito. Realiza-se através
da assinatura. Declarações Cambiárias:

Originárias
Relacionado ao momento da manifestação Saque e emissão
Sucessiva
O momento posterior ao título de crédito Aceite, aval e endosso

Eventuais
Não são necessárias para que o documento seja Aval e endosso
um título de crédito
Necessária
É necessário para que o título de crédito seja Saque e emissão
válido

De acordo com as espécies:

Letra de câmbio e duplicata Saque e aceite


Nota promissória e cheque Emissão, aval e endosso

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