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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

DISCIPLINA: Psicologia Da Educação

PROFESSORA: Caroline De Paula Corrêa Bezerra

NOME: Kaique Rodrigues Vieira

FICHAMENTO DE: Myers, David G. Psicologia. Tradução de Daniel Argolo


Estill, Heitor M. Corrêa. Rio de Janeiro: LTC, 2014. 9 ed. P. 130-172. Cap. V

VITÓRIA - ES

2015
Myers, David G. Psicologia. Tradução de Daniel Argolo Estill, Heitor M.
Corrêa. Rio de Janeiro: LTC, 2014. 9 ed. P. 130-172. Cap. V

1. O Desenvolvimento ao Longo do Ciclo da Vida

“A psicologia do desenvolvimento examina como as pessoas estão


continuamente se desenvolvendo – em termos físicos, cognitivos e sociais -, da
infância à velhice. Grande parte de suas pesquisas concentra-se em torno de
três questões principais: natureza/cultura; continuidade/estágios e
Estabilidade/mudança” (p. 130).

1.1. Desenvolvimento Pré-Natal e o Recém-Nascido

“Os relativamente poucos espermatozoides que conseguem chegar ao óvulo


liberam enzimas digestivas que corroem o invólucro do óvulo, permitindo a
penetração do espermatozoide. Assim que um espermatozoide começa a
penetrar, a superfície do óvulo impede a entrada de outros. Antes que metade
de um dia se passe, o núcleo do óvulo e o espermatozoide se fudem. Os dois
se tornam um” (p. 130-131).

“Menos da metade dos óvulos fertilizados, denominados zigotos, sobrevive


além das duas primeiras semanas [...] Cada célula se transformou em duas e
depois em quatro, cada uma exatamente igual à primeira – até essa divisão
celular produzir um zigoto de aproximadamente 100 células na primeira
semana. Em seguida, as células começaram a se diferenciar – para se
especializarem em estrutura e função” (p. 131).

“Após superar os perigos pré-natais, o recém-nascido vem equipado com


reflexos perfeitamente adequados para a sobrevivência. Ele retrai os membros
para escapar da dor. Se um pano sobre o rosto impede a respiração, ele vira a
cabeça de um lado para o outro até retirá-lo [...] Então, quando bebês, não
apenas podemos ver o que precisamos, e cheirar e ouvir bem, como também já
estamos usando nosso equipamento sensorial para aprender” (p. 132-133).

“Desde a primeira infância, o cérebro e a mente – o hardware neural e o


software cognitivo – desenvolvem-se juntos [...] No dia em que nasceu, você
tinha a maioria das células cerebrais que sempre terá. Contudo, ao nascer, seu
sistema nervoso ainda era imaturo: depois do nascimento, as redes neurais
que lhe possibilitaram andar, falar e recordar apresentam um crescimento
repentino [...] As áreas de associação – ligadas ao pensamento, à memória e à
linguagem – são as últimas áreas corticais a se desenvolver. Com isso, surgem
as habilidades mentais” (p. 133-134).

“O cérebro em desenvolvimento também prepara a coordenação física. À


medida que os músculos e o sistema nervoso de uma criança se desenvolvem,
habilidades mais complexas emergem. Com poucas excessões, a sequência
do desenvolvimento físico (motor) é universal [...] O que a mente consciente
não vê e não consegue expressar em palavras, o sistema nervoso registra de
algum modo” (p. 134-135).

“Cognição refere-se a todas as atividades mentais associadas com o


pensamento, o conhecimento, a memória e a comunicação [...] Em algum
ponto em sua precária jornada ‘do óvulo à pessoa’ (apud Broks, 2007), você se
torna consciente” (p. 135).

“Piaget sustentava ainda que a mente de uma criança se desenvolve através


de uma série de estágios, em uma marcha ascendente desde os reflexos
simples do recém-nascido até o poder de raciocínio abstrato do adulto [...] Para
Piaget, a força motriz que é subjacente ao processo intelectual é nossa luta
incansável para dar sentido às nossas experiências. Sua ideia central é que ‘as
crianças são pensadoras ativas, constantemente tentando construir uma
compreensão mais avançada do mundo’ (apud Siegler e Ellis, 1996). Com esse
propósito, o cérebro em maturação constrói conceitos a que Piaget denominou
esquemas, conceitos ou moldes mentais em cujo interior vertemos nossas
experiências” (p. 136).

“Piaget descreveu o desenvolvimento cognitivo em quatro estágios, cada um


com características distintas que permitem determinados tipos de pensamentos
[...] Estágio pré-operacional na teoria de Piaget, o estágio (em torno de 2 a 6 ou
7 anos de idade) durante o qual uma criança aprende a usar a linguaguem mas
ainda não compreende as operações mentais da lógica concreta. Conservação
príncipio ( que Piaget considerava parte do raciocínio operacional concreto)
que determina que propriedades como massa, volume e número permanecem
iguais apesar de modificações nas formas dos objetos. Egocentrismo na teoria
de Piaget, a dificuldade da criança em estágio pré-operacional de assumir o
ponto de vista do outro” (137-139).

“teoria da mente, ideias que as pessoas têm sobre seus estados mentais e os
de outras pessoas – seus sentimentos, percepções e pensamentos, e os
comportamentos que essas ideias podem prever. Estágio das operações
concretas na teoria de Piaget, o estágio de desenvolvimento cognitivo [...]
durante o qual as crianças desenvolvem as operações mentais que permitem
que pensem logicamente sobre eventos concretos. Estágio das operações
formais na teoria de Piaget, o estágio de desenvolvimento cognitivo [...] durante
o qual as pessoas começam a pensar logicamente sobre conceitos abstratos”
(p. 140).

“Os pesquisadores atuais consideram o desenvolvimento algo mais contínuo


do que Piaget supôs. Ao detectarem as fases iniciais de cada tipo de
pensamento em crianças mais jovens, eles revelaram capacidades conceituais
que Piaget não percebeu. Além disso, em relação ao que Piaget definia, eles
consideram a lógica formal uma parte menor da cognição” (p. 142).

“[...] O contato é uma chave para o apego. Outra chave é a familiaridade [...] A
familiaridade traz contentamento; ansiedade diante de estranhos o medo de
estranhos que as crianças normalmente apresentam a partir dos 8 meses de
idade. Apego, elo emocional com outra pessoa; identificado em bebês que
buscam a proximidade com seus cuidadores e que demonstram aflição na
separação. Período crítico, período ideal logo após o nascimento em que a
exposição do organismo a certos estímulos ou experiências produz
desenvolvimento adequado. Estampagem (imprinting), processo pelo qual
certos animais estabelecem vínculos em um período crítico muito cedo em
suas vidas” (p. 144).

“O teórico do desenvolvimento Erik Erikson (1902-1994), em colaboração com


sua esposa, Joan Erikson, disse que as crianças que possuem apegos seguros
abordam a vida com um senso de confiança básica – um senso de que o
mundo é previsível e confiável. Erikson não atribuiu a confiança básica ao
ambiente positivo permanente ou ao temperamento inato de alguém, mas à
parentidade recebida em tenra idade” (p. 145).

“Bebês criados em instituições sem a estimulação e a atenção de um cuidador


regular, ou que ficam em casa sob condições de abuso ou de extremo
abandono, com frequência são reprimidos, amedrontados e até incapazes de
falar [...] Traumas extremos em crianças muito pequenas podem deixar marcas
no cérebro” (p. 146).

“O que todas as crianças precisam é de um relacinamento estável e afetuoso


com pessoas em que possam aprender a confiar. A importância desses
relacionamentos ultrapassa os anos pré-escolares, como observou a psicóloga
finlandesa Lea Pulkkinen (2006) em um estudo com 285 indivíduos
acompanhados dos 8 aos 42 anos de idade” (p. 147-148).

“O aspecto mais pesquisado da parentalidade tem sido como, e até que ponto,
os pais buscam controlar seus filhos. Vários investigadores identicaram três
estilos parentais: Tipo autoritário – os pais impõem regras e esperam
obediência [...]; Tipo permissivo – os paisse submetem aos desejos dos filhos,
fazem poucas exigências e usam pouca punição; Tipo autoritativo – os pais são
tão exigentes quanto receptivos. Exercem controle não apenas impondo e
aplicando regras, mas também explicando os motivos e, especialmente com
crianças mais velhas, incentivando discussões abertas e permitindo excessões
quando criam as regras” (p. 149).

1.2. Adolescência

“À medida que a perspectiva do ciclo de vida emergia, os psicólogos


começaram a perceber como a maturação e a experiência nos moldam não só
na infância, mas também na adolescência e além. A adolescência – os anos
entre o fim da infância e a idade adulta – começa com as primeiras mudanças
físicas da maturidade sexual e termina com a conquista social do status de
adulto independente” (p. 149).

“Adolescência, o período de transição entre a infância e a vida adulta, que vai


da puberdade à independência. Puberdade, o período de maturação sexual,
durante o qual a pessoa se torna capaz de se reproduzir. Características
sexuais primárias, as estruturas do corpo [...] que tornam possível a
reprodução. Características sexuais secundárias características sexuais não
reprodutivas, tais como seios e quadris femininos, qualidade de voz masculina
e pelos no corpo” (p. 149).

“À medida que suas capacidades cognitivas amadurecem, muitos adolescentes


começam a pensar sobre o que é idealmente possível e a questionar a
imperfeição da sociedade, dos pais, e até mesmo sua próprias deficiências [...]
Durante os primeiros anos da adolescência, o raciocínio é quase sempre
autocentrado. OS adolescentes podem pensar que suas experiências
particulares são únicas” (p.151).

“Kohlberg argumentou que durante nosso desenvolvimento intelectual


passamos por três estágios de pensamento moral: Moralidade pré-
convencional, antes dos 9 anos [...] obedecem ou para evitar a punição ou para
obter recompensas concretas; Moralidade convencional, no início da
adolescência, a moralidade em geral evolui par aum nível mais convencional
de preocupação com os outros e de preservação das leis e das regras sociais
simplesmente porque são leis e regras; Moralidade pós-convencional, com o
raciocínio abstrato do pensamento operacional formal, as pessoas podem
alcançar um terceiro nível” (p. 152).

“Os nossos sentimentos e pensamentos morais certamente afetam nosso


discurso moral. Mas às vezes o discurso é banal e as emoções são efêmeras.
A moralidade envolve fazer o que é certo, e o que fazemos também depende
das influências sociais” (p. 153).

“Erikson argumenta que o estágio de identidade do adolescente prossegue no


adulto jovem através do desenvolvimento da capacidade para a intimidade.
Quando você tem um senso claro e confortável de quem você é, segundo
Erikson, está pronto para os relacionamentos íntimos” (p. 155).

1.3. Idade Adulta


“Adulto emergente para algumas pessoas nas culturas modernas, o período
entre o final da adolescência e início da vida adulta, que elimina a lacuna entre
a dependência dos adolescentes e a independência total e uma idade adulta
responsável. Menopausa o período em que a menstruação cessa
naturalmente; também refere-se às mudanças biológicas que uma mulher
vivencia quando sua capacidade de reproduzir diminui” (p. 157).

“As pessoas mais velhas tornam-se mais suscetíveis a doenças de curto


prazo. Durante a idade avançada, muitos neurônios morrem. Se vivem até os
90 anos ou mais, a maioria dos idosos pode se tornar senil. A memória de
reconhecimento – a capacidade para identificar coisas previamente
experimentadas – diminui com a idade. A satisfação com a vida chega ao auge
durante os 50 anos e declina gradualmente depois dos 65 anos” (p. 158).

1.4. Envelhecimento e inteligência

“Estudo transversal, estudo no qual pessoas de idades diferentes são


comparadas umas com as outras. Estudo longitudinal pesquisa em que as
mesmas pessoas são reestudadas e retestadas durante um período longo.
Inteligência cristalizada, nossos conhecimentos e habilidades verbais
acumulados; tende a aumentar com a idade. Integilência fluída nossa
habilidade de raciocinar rapidamente e de forma abstrata; tende a diminuir
durante a idade adulta mais avançada” (p. 163).

“Os eventos da vida geram transições a novos estágios em diferentes idades.


O relógio social – a definição cultural da ‘hora certa’ para sair da casa dos pais,
arrumar emprego, casar, ter filhos e se aposentar – varia de cultura para
cultura e de época para época” (p. 164-165).

“Dois aspectos básicos de nossa vida, porém, dominam a idade adulta. Erik
Erikson os chama de intimidade (formar relacionamentos íntimos) e
generatividade (ser produtivo e sustentar gerações futuras). Os pesquisadores
escolheram vários termos – afiliação e realização, apego e produtividade,
compromisso e competência” (p. 165).
“Muitos de nós suportaremos e sofreremos com a morte de parentes e amigos.
Normalmente, a separação mais difícil é a de um cônjugue [...] Quando, como
em geral acontece, a morte vem em uma época tardia da vida, mais esperada,
a tristeza pode durar menos [...] O luto é especialmente profundo quando a
morte da pessoa amada ocorre subitamente e antes da hora prevista pelo
relógio social.” (p.167).

“Embora os pesquisadores questionem a ideia de que a vida avança em


estágios bem definidos relacionados à idade, o conceito de estágio permanece
útil” (p. 169).

“Os pesquisadores que acompanharam a vida das pessoas durante um tempo


descobriram evidências tanto para a estabilidade quanto para a mudança. Há
uma continuidade de personalidade [...] Mais especificamente, os
pesquisadores normalmente concordam com os seguintes pontos: Os primeiros
dois anos de vida fornecem uma base pobre para predizer os traços futuros de
uma pessoa [...]; À medida que as pessoas envelhecem, porém, a
personalidade se estabiliza gradualmente [...]; De algum modo, todos nós nos
modificamos com a idade” (p. 169).

“Por fim, devemos lembrar que a vida requer tanto estabilidade quanto
mudança. A estabilidade nos possibilita depender de outros, motiva nossas
preocupações para o desenvolvimento sadio das crianças e fornece nossa
identidade. A mudança motiva nossas preocupações sobre influências
presentes, sustenta nossa esperança de um futuro mais brilhante e nos deixa
crescer e nos adaptar com a experiência” (p.170).

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