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Direito

Civil

Cristiano Chaves
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Sumário de
Aula
PERSONALIDADE, CAPACIDADE E
EMANCIPAÇÃO À LUZ DO ESTATUTO DA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA
1.A capacidade civil.
1.1. Os conceitos de personalidade, capacidade jurídica e
legitimação (CC, art. 1.647): noções gerais
1.2. Teoria das incapacidades: capacidade de fato e capacidade de direito.
O art. 11 da Convenção de Nova Iorque: uma nova percepção da incapacidade
jurídica.

Art. 3º, CC:


“São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os
menores de dezesseis anos.”

Art. 4º, CC:


“São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I - os
maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em
tóxicos; ; III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir
sua vontade; IV - os pródigos.”

Rol taxativo (a situação jurídica dos idosos, pessoas com deficiência, ausentes e dos
indígenas – Lei n.6.001/73). ECA 28, §6º, e a colocação de criança ou adolescente
indígena em família substituta (respeito à identidade social e cultural).
1.3. A questão da responsabilidade civil do incapaz

Art. 928, CC: “O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as


pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não
dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista
neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do
necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

1.4. Espécies de incapacidade: a incapacidade etária e


incapacidade psíquica. Critérios determinantes do Código Civil de 2002
1.6. O novo procedimento especial de curatela (CPC 15). Atos
procedimentais correspondentes.

a) Legitimidade para a curatela

Art. 1.768, CC: “O processo que define os termos da curatela deve ser promovido: I -
pelos pais ou tutores; II - pelo cônjuge, ou por qualquer parente; III - pelo Ministério
Público. IV - pela própria pessoa.”

Art. 1.769, CC: “O Ministério Público somente promoverá o processo que define os
termos da curatela: I - nos casos de deficiência mental ou intelectual; II - se não existir
ou não promover a interdição alguma das pessoas designadas nos incisos I e II do artigo
antecedente; III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas mencionadas no
inciso II.”
Art. 747, CPC: “A interdição pode ser promovida: I - pelo cônjuge ou companheiro; II -
pelos parentes ou tutores; III - pelo representante da entidade em que se encontra
abrigado o interditando; IV - pelo Ministério Público.
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação que
acompanhe a petição inicial.”

Art. 748, CPC: “O Ministério Público só promoverá interdição em caso de doença


mental grave: I - se as pessoas designadas nos incisos I, II e III do art. 747 não existirem
ou não promoverem a interdição; II - se, existindo, forem incapazes as pessoas
mencionadas nos incisos I e II do art. 747.”
b) Despacho determinando a entrevista
c) Entrevista obrigatória pessoal do curatelando

Art. 751, CPC: “O interditando será citado para, em dia designado, comparecer perante o
juiz, que o entrevistará minuciosamente acerca de sua vida, negócios, bens, vontades,
preferências e laços familiares e afetivos e sobre o que mais lhe parecer necessário para
convencimento quanto à sua capacidade para praticar atos da vida civil, devendo ser
reduzidas a termo as perguntas e respostas.
§ 1o Não podendo o interditando deslocar-se, o juiz o ouvirá no local onde estiver.
§ 2o A entrevista poderá ser acompanhada por especialista.
§ 3o Durante a entrevista, é assegurado o emprego de recursos tecnológicos capazes de
permitir ou de auxiliar o interditando a expressar suas vontades e preferências e a
responder às perguntas formuladas.
§ 4o A critério do juiz, poderá ser requisitada a oitiva de parentes e de pessoas
próximas.”
d) Prazo para resposta (15 dias – Art. 752, CPC)
e) Defesa pelo curador (MP X Defensoria Pública). Conflito entre CPC anterior 1.182, §1º, e
CC 1.770 X Art. 4º, VI, Lei Complementar 80/94. Solução alcançada pelo CPC.

Art. 752, CPC: “Dentro do prazo de 15 (quinze) dias contado da entrevista, o interditando
poderá impugnar o pedido.§ 1o O Ministério Público intervirá como fiscal da ordem
jurídica. § 2o O interditando poderá constituir advogado, e, caso não o faça, deverá ser
nomeado curador especial. § 3o Caso o interditando não constitua advogado, o seu
cônjuge, companheiro ou qualquer parente sucessível poderá intervir como assistente.”
f) Laudo médico obrigatório (CC 1.771 e CPC 753)
g) Prova oral, se preciso
h) Intervenção do Ministério Público.
i) Sentença

Art. 755, CPC: “Na sentença que decretar a interdição, o juiz: I - nomeará curador, que
poderá ser o requerente da interdição, e fixará os limites da curatela, segundo o estado
e o desenvolvimento mental do interdito; II - considerará as características pessoais do
interdito, observando suas potencialidades, habilidades, vontades e preferências. § 1o A
curatela deve ser atribuída a quem melhor possa atender aos interesses do curatelado. §
2o Havendo, ao tempo da interdição, pessoa incapaz sob a guarda e a responsabilidade
do interdito, o juiz atribuirá a curatela a quem melhor puder atender aos interesses do
interdito e do incapaz. § 3o A sentença de interdição será inscrita no registro de pessoas
naturais e imediatamente publicada na rede mundial de computadores, no sítio do
tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional
de Justiça, onde permanecerá por 6 (seis) meses, na imprensa local, 1 (uma) vez, e no
órgão oficial, por 3 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, constando do edital os
nomes do interdito e do curador, a causa da interdição, os limites da curatela e, não
sendo total a interdição, os atos que o interdito poderá praticar autonomamente.”
Art. 1.778, CC: “A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens dos filhos do
curatelado, observado o art. 5o.”

Art. 1.775-A, CC: “Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá
estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa.”

J) Recurso e os seus efeitos

1.7. A validade dos atos praticados pelo incapaz. STJ, REsp. 9077/RS.
1.8. Possibilidade de levantamento da curatela

Art. 756, CPC: “Levantar-se-á a curatela quando cessar a causa que a determinou.
§ 1o O pedido de levantamento da curatela poderá ser feito pelo interdito, pelo
curador ou pelo Ministério Público e será apensado aos autos da interdição.
§ 2o O juiz nomeará perito ou equipe multidisciplinar para proceder ao exame do
interdito e designará audiência de instrução e julgamento após a apresentação do
laudo.
§ 3o Acolhido o pedido, o juiz decretará o levantamento da interdição e
determinará a publicação da sentença, após o trânsito em julgado, na forma do art.
755, § 3o, ou, não sendo possível, na imprensa local e no órgão oficial, por 3 (três)
vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, seguindo-se a averbação no registro de
pessoas naturais.
§ 4o A interdição poderá ser levantada parcialmente quando demonstrada a
capacidade do interdito para praticar alguns atos da vida civil.”
2. Cessação da incapacidade e emancipação.
Hipóteses de cessação da incapacidade.
Espécies (emancipação voluntária, legal e judicial).
Emancipação voluntária. Requisitos
Emancipação judicial. Hipóteses de cabimento (tutor e conflito).
Emancipação legal e a autorização para o casamento (CC 1.520).

Art. 5º, CC:


“A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à
prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos
pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se
o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de
emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo
estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde
que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria”.
A responsabilidade civil e a emancipação.
A não intermitência da emancipação.
A emancipação e a questão do casamento nulo, anulável e putativo.
(MP/CE – 2011) A respeito da personalidade e da capacidade, é
correto afirmar que

A) os menores de dezoito anos têm capacidade para adquirir direitos e contrair


obrigações.
B) a proteção que o Código Civil confere ao nascituro não alcança o natimorto no
que concerne aos direitos da personalidade.
C) os ausentes são considerados absolutamente incapazes para os atos da vida
civil.
D) a emancipação do maior de dezesseis anos pelos pais através de escritura
pública só produz efeitos após homologação judicial, com prévia audiência do
Ministério Público.
E) não merece proteção a imagem de pessoa falecida porque os direitos da
personalidade são intransmissíveis.
Gab.: A
A) os menores de dezoito anos têm capacidade para adquirir direitos
e contrair obrigações.
(TJ/AL, 2015) Aqueles que, por causa transitória, não puderem
exprimir sua vontade, são considerados

a) relativamente incapazes, para os quais será nomeado curador, após sofrerem


interdição.
b) plenamente capazes, todavia para eles será nomeado curador.
c) relativamente incapazes, mas não sofrerão interdição, sendo-lhes nomeado
curador.
d) absolutamente incapazes, porém não precisarão sofrer interdição, sendo-lhes
nomeado curador.
e) absolutamente incapazes, para cuja representação será nomeado curador,
depois de sofrerem interdição.
Gab.: A
A) relativamente incapazes, para os quais será nomeado curador,
após sofrerem interdição.
(TJPR) Assinale a alternativa CORRETA:

São absolutamente incapazes para exercer pessoalmente os


atos da vida civil:

A) Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por deficiência mental


tenham discernimento reduzido.
B) Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
C) Os excepcionais sem desenvolvimento mental completo.
D) Os declarados falidos por sentença judicial, no que tange aos atos civis, e os
maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Gab.: B
B) Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua
vontade.
(MP/SP) São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os
atos da vida civil:

I. Os menores de 16 (dezesseis) anos.


II. Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para a prática desses atos.
III. Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
IV. Os idosos internados em instituição de longa permanência.
V. Os presos, em regime prisional fechado, após o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória.
Está correto o que se afirma APENAS em
A) III e V.
B) I, II e III.
C) I, III e IV.
D) II, IV e V.
E) I, II, IV e V.
Gab.: B
B) I, II e III.
(CESPE) Capacidade de fato é a aptidão para
adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil.
G a b . : FA L S O
(TJ/PB, Cartório, 2015) A emancipação voluntária depende de decisão
judicial e de averbação no cartório do registro civil do lugar onde estiver
registrada a pessoa emancipada.
G a b . : FA L S O
(TJ/DFT, 2016) A emancipação voluntária dos pais é ato revogável, com
efeitos a partir do ato de revogação.
G a b . : FA L S O
@CChavesfarias

@ProfCristianoChaves CristianoChavesDeFarias
Bons Estudos!

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