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Professor de Adubos e Adubação, Departamento de Ciência do Solo,


Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP). Av.
Pádua Dias, 11. CEP 13418-900. Piracicaba, SP. E-mail: rotto@usp.br

2
• 1. Introdução _____________________________________________________ 4
• 2. Eficiência de fertilizantes nitrogenados ____________________________ 6
• 3. Estratégias para aumentar a eficiência de uso do nitrogênio (EUN)_____ 11
• 3.1 Fontes de N __________________________________________________ 14
3.1.1 Fertilizantes de eficiência aumentada ______________________ 21
a) Fertilizantes estabilizados Inibidores de urease _____________ 22
b)Inibidores de nitrificação__________________________________ 34
c) Fertilizantes de liberação lenta ou controlada ______________ 37
d) Novas alternativas ______________________________________ 43
• 4. Manejo da adubação ____________________________________________ 46
4.1 Exigência nutricional do milho __________________________________ 46
4.2 Dose de N __________________________________________________ 54
4.3 Época de aplicação ___________________________________________ 59
4.4 Local de aplicação ____________________________________________ 69
• 5. Considerações finais ____________________________________________ 72
• Referências bibliográficas __________________________________________ 75

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O nitrogênio (N) é o segundo O N é absorvido do solo pelas
fator que mais impacta a plantas preferencialmente nas
produtividade do milho, ficando formas nítrica (NO3 -) e amoniacal
atrás somente do clima e a (NH4+) e, em menor proporção, na
frente de outros fatores como forma amídica [CO(NH2)2] e
hibrido, cultura antecessora, tipo aminoácidos. A forma gasosa (N2)
de preparo e uso de reguladores também pode ser considerada
vegetais (Below, 2006). fonte de N para leguminosas, por
meio do processo de fixação
No Brasil, a dose média de N na biológica do N.
cultura do milho é de 60 kg ha-1,
bastante inferior à dose media
utilizada na China (130 kg ha-1) e
Estados Unidos, de 150 kg ha-1
(IFA, 2002).

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Três dos cinco tópicos de problemas ambientais e de saúde
pesquisa de máxima prioridade humana (Galloway et al., 2008,
na ciência do solo para o século Austin et al., 2013). Considerando a
21, incluem o estudo do impacto importância do N na produ-
que as adições de fertilizantes tividade da cultura do milho e por
aos solos podem ter nas funções outro lado o potencial deste
do ecossistema, na saúde nutriente em contaminar o
pública e bem-estar humano e ambiente, estratégias de aumento
no ciclo de nutrientes, processos na eficiência de uso de fertili-
de transporte e interações entre zantes nitrogenados são impres-
planta-solo-microrganismos cindíveis, visando incremento na
(Adewopo et al., 2014). O N produtividade de culturas, redu-
derivado de fertilizantes e não ção de custos, além de evitar
absorvido pelas plantas pode impactos ambientais negativos.
contaminar o ar, água e ao solo,
podendo causar série de
.
5
A demanda por fertilizantes O N adicionado na forma de
nitrogenados tem aumentado fertilizantes ao solo e que não é
proporcionalmente ao incre- absorvido pelos vegetais pode
mento da população mundial sofrer ação de processos micro-
nos últimos 50 anos. A maior biológicos (nitrificação, desnitri-
necessidade de N fertilizantes e ficação, imobilização), químicos
aumento dos custos de produ- (trocas, fixação, precipitação,
ção (gás natural) irá intensificar a hidrolise) e físicos (lixiviação, vola-
procura por maior eficiência de tilização). Todos esses afetam a
uso de fertilizantes em culturas disponibilidade do nutriente às
comerciais, que atualmente não plantas.
passa, em média, de 30-40%
(Raun e Jhonson, 1999;
Dobermann, 2007).

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O uso de doses altas de Esses fatos podem resultar em
fertilizantes nitrogenados pode baixo desempenho produtivo das
resultar em aumento no culturas e risco de contaminação
potencial de perdas, como por ambiental, tendo implicações na
exemplo lixiviação de NO3-, sustentabilidade de agros-siste-
perdas de N2O, tanto na mas. A ureia é o fertilizante
nitrificação como na desni- nitrogenado mais utilizado no
trificação, volatilização de NH3 Brasil. Quando aplicada ao solo, a
do solo, e perdas gasosas de N ureia pode sofrer hidrólise por
do tecido das plantas, entre ação da enzima urease, conver-
outras, o que explica a baixa tendo o R-NH2 para NH4+.
eficiência de uso do N (EUN),
sendo esta menor com o
aumento das doses.
.

7
Por consumir H+ do meio, essa Silva et al. (2017) as perdas médias
reação promove elevação no pH de N-ureia por volatilização
do solo próximo aos grânulos de totalizaram 30% do N aplicado.
fertilizantes, favorecendo a Segundo Lara Cabezas et al.
transformação do NH4+ em NH3, (2008), a aplicação de ureia em
sendo esta uma forma gasosa e superfície sem incorporação ao
passível de perdas por volatili- solo na cobertura do milho
zação (Cantarella et al., 2018). proporcionou perdas 76,8% do
Rochette et al. (2013) total de N aplicado. Entretanto, se
demonstraram que, em diversas a ureia for incorporada ao solo, as
condições de clima e solo, as perdas por volatilização de NH3
perdas de N na forma de NH3 diminuem drasticamente (Trivelin
variaram de 8 a 68% do total et al., 2002),
aplicado, enquanto na revisão de

8
pois a amônia ao se difundir do consideravelmente a lixiviação do
interior do solo em direção a nitrato. De fato, as perdas de N por
atmosfera, encontra regiões com lixiviação em condições tropicais
valores de pH mais baixo em tendem a ser menores do que as
relação aos valores próximos aos reportadas para condições de
grânulos de ureia, sendo clima temperado, em solos que
novamente convertida a NH4+ não apresentam cargas positivas
(Ernani et al., 2002). O íon nitrato em subsuperfície e que
não é retido em solos com apresentam lençol freático muito
predominância de cargas mais próximo da superfície
negativas, mas nas condições quando comparado aos solos
brasileiras, como muitos dos predominantemente profundos
solos apresentam horizontes encontrados no Brasil. Raun e
subsuperficiais com cargas Johnson (1999) sugerem que a
positivas (Alcântara & Camargo, lixiviação é um processo que
2005), estas poderiam retardar ocorre na natureza, porém pode
.
9
ser menos intensa do que é que nas condições brasileiras, com
comumente reportado, uma vez as doses atualmente utilizadas,
que vários autores, ao encontrar envolvendo o parcelamento da
que o balanço de N no sistema dose de N, o risco de chegada do
solo-planta não fecha, concluem NO3- até o lençol freático devido
que o N foi perdido na forma de ao uso de fertilizantes nitro-
lixiviação, muitas vezes superes- genados na agricultura é
timando a perda de N por essa relativamente baixo, exceto em
via, sem ter realizado medição condições específicas como na
direta. Já quando são feitas produção de culturas olerícolas
medidas diretas, a grande em torno das grandes cidades
maioria dos estudos encon- (Cantarella, 2007).
trados na literatura sugerem
..

10
A pressão cada vez maior que aprofundada em Schepers e Raun
existe sobre a agricultura, no que (2008). Somente após obtida uma
se refere a danos ambientais que visão geral desse ciclo podemos
podem ser causados pela pensar nas seguintes questões
utilização equivocada de fertili- fundamentais com as quais todo
zantes nitrogenados, faz com produtor se defronta todos os
que os agricultores busquem anos. Qual fonte aplicar? Quanto
práticas que melhorem a EUN. de N aplicar (considerando a
Para tratar este tópico, devemos extração e exportação)? Quando
considerar a complexidade das aplicar o N (pré-plantio, plantio,
transformações do N no cobertura)? E, por último, onde
ambiente, conforme descrito de aplicá-lo (sulco de plantio, a lanço,
forma didática em Cantarella na linha)?
(2007) e de forma mais
.

11
Sem dúvida as respostas a estas
quatro perguntas definirão o
sucesso ou não da fertilização,
uma vez que as mesmas devem
ser fruto de muita reflexão com
base em conhecimentos cien-
tíficos, técnicos e práticos. Essas
quatro questões são os pilares
do que é denominado manejo
de nutrientes 4C como
fundamento científico das boas
práticas para . uso eficiente de
fertilizantes (BPFUs), assuntos
sobre os quais o leitor pode
explorar em profundidade nos
textos de Bruulsema et al. (2009)
e Casarin e Stipp (2013).
12
Os fatores diretamente rotação de culturas com legu-
relacionados ao aumento da minosas, considerar o histórico da
EUN são a escolha de fontes que área na recomendação da
reduzam as perdas de N, a adubação nitrogenada, avaliação
definição exata da dose de N a do estado nutricional das plantas
ser aplicada, a adequação da em tempo real (índices de
época de aplicação de acordo vegetação por meio de sensores) e
com a demanda da planta, adoção de sistemas de rotação
assim como o local de aplicação que permitam a adubação equi-
considerando a arquitetura radi- librada do sistema de produção,
cular da cultura. Mais recente- principalmente no sistema de
mente, estudos tem demons- plantio direto.
trado que outras variáveis tam-
bém podem afetar a EUN, como

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Em média 78% do volume dos consumo global de energia fóssil é
gases da atmosfera é N2, um gás para a produção de fertilizantes
indisponível quimicamente para nitrogenados (Cantarella, 2007).
absorção diretamente pelas Carl Bosch conseguiu desenvolver
plantas. Em meados dos anos este processo em escala industrial
1900, Fritz Haber descobriu a e recebeu o prêmio Nobel em
síntese da amônia (NH3) a partir 1931, alguns anos depois de Fritz
da reação do N2 atmosférico Haber também o ter recebido
com o H obtido a partir de (1920). O processo de síntese da
combustíveis fósseis (como gás NH3 é conhecido como processo
natural ou derivados do Haber-Bosch, podendo ser
petróleo). A quebra da molécula resumido a partir da seguinte
de N2 é realizada em altas reação (Cantarella, 2007):
temperaturas e pressão. Estima-
se que cerca de 1,2 a 1,8% do
.
14
½ O2 + N2 + CH4 + H2O → 2NH3 + CO2

A amônia (NH3) é um composto


chave na produção de quase
todos os fertilizantes nitrogenados.
Ela ainda pode ser usada
diretamente como fertilizante, na
forma concentrada de amônia
anidra (82% N) ou em solução
aquosa como aquamônia (20% N).
A Figura 1 ilustra o papel central
da amônia na fabricação dos
fertilizantes nitrogenados mais
usados no Brasil (Cantarella, 2007;
Malavolta e Moraes, 2009).

15
O HNO3 é produzido a partir da a grande vantagem do menor
oxidação da amônia e ambos custo de produção, além de não
são matérias primas para produ- envolver reações com ácidos, que
ção de vários fertilizantes. O requer a necessidade de equipa-
principal fertilizante sólido no mentos especiais (Cantarella,
mundo é a ureia [CO(NH2)2] 2007). Além disso, a ureia tem
produzida a partir da reação de baixa corrosividade e alta
NH3 com o principal subproduto solubilidade.
de sua síntese, o CO2, daí
.

16
Figura 1. Rota de produção de fertilizantes nitrogenados a partir da amônia. Adaptado de
Malavolta e Moraes (2009). 17
Os adubos nitrogenados conven- A Figura 2 apresenta o consumo
cionais mais consumidos no Brasil de fertilizantes nitrogenados no
em ordem decrescente de impor- Brasil, por tipo de fertilizante
tância e em relação ao preço de nitrogenado, nos últimos 17 anos.
mercado e ao consumo são: a Analisando a Figura 2 pode-se
ureia (45% de N), nitrato de perceber a importância da fonte
amônio (32% de N), sulfato de ureia para a agricultura brasileira,
amônio (20-21% de N), fosfato que deverá continuar sendo a
monoamônico (9%), fosfato fonte de N mais utilizada no Brasil
diamônico – DAP (16 % de N) e nos próximos anos.
outros complexos como aqua-
mônia e nitrocálcios.

18
Figura 2. Consumo de fertilizantes nitrogenados no Brasil, no período de 2000 a 2016. CAN refere-
se ao calcium ammonium nitrate. Fonte: (IFA, 2019).

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Existem ainda fontes minerais nitrate (CAN), como alternativa a
como o cloreto de amônio, comercialização do nitrato de
subproduto de indústrias quími- amônio puro. Este fertilizante é
cas. O cloreto de amônio (NH4Cl), basicamente o nitrato de amônio
coproduto de indústrias químicas que recebe rocha dolomítica
e de celulose e papel, é um finamente moída antes do
composto químico que contém processo de granulação, apresen-
25 % de N, sendo utilizado em tando em torno de 27% de N, 4%
outros países como fonte nitroge- de Ca e 2% de Mg. No Brasil, este
nada na adubação das culturas produto é comercializado com o
de arroz, milho e trigo. Entretanto, nome comercial Yarabela
no Brasil ainda não é comer- Nitromag®.
cializado. Outro fertilizante nitro-
genado é o calcium ammonium,
.

20
Os fertilizantes de eficiência fertilizantes podem ser
aumentada (FEA) são caracte- encontrados em Chien et al.
rizados como produtos que (2009) e Trenkel (2010). Nesta
podem minimizar o potencial de revisão, serão descritos breve-
perdas de nutrientes para o am- mente os fertilizantes incluídos
biente, quando comparados dentro desta classificação que são
com os fertilizantes tradicionais utilizados no Brasil, assim como
ou convencionais. Informações alguns resultados de pesquisa
mais detalhadas destes tipos de. com os mesmos.
..

21
Dentre os FEA existem aqueles
chamados de fertilizantes
estabilizados, que contém aditi-
vos para reduzir perdas de N por Existem duas classes princi-
volatilização de NH3 (inibidores pais de fertilizantes estabilizados
de urease) ou por lixiviação de de importância no mercado: Ini-
NO3- (inibidores de nitrificação). bidores de nitrificação e inibi-
Também existem os fertilizantes dores de urease (Cantarella,
de liberação lenta ou controlada, 2007). Os inibidores de urease são
que visam fornecer gradualmente aditivos que bloqueiam a ativi-
N às plantas por meio da libera- dade da enzima urease, respon-
ção controlada do nutriente. sável por realizar a hidrólise ou
.

22
quebra da ureia transformando-a com metais que são capazes de
em amônio ou amônia e CO2. inibir a atividade da enzima
Mais de 14.000 compostos ou urease, entre eles Ag, Hg, Cd, Cu,
misturas de compostos com uma Mn, Ni e Zn (Reddy e Sharma,
ampla gama de características 2000). A enzima urease contem
foram testados e muitos paten- grupos sulfidrilas e a inibição
teado como inibidores de urease pode ocorrer quando os metais
(Cantarella, 2007). Têm sido são ligados formando .
relatados também alguns estudos

23
sulfitos insolúveis. Estes metais Este autor também observou que
não apresentam efeitos signifi- não houve efeito de sinergismo
cativos, além disso, a maioria é pela combinação de ácido bórico,
considerado metais pesados e cobre e NBPT em reduzir a perda
podem contaminar os solos de N por volatilização de NH3.
(Cantarella, 2007). O efeito destes Dentre os produtos que têm
micronutrientes foi relatado por produzido os melhores resultados
Soares (2011) e mostrou que as são os análogos de ureia, especial-
adições dos micronutrientes B mente o tiofosfato de N-(n-butil)
(ácido bórico) e Cu (sulfato de triamida – NBPT (Soares, 2011) este
cobre) à ureia, em dose de até 10 produto é comercializado desde
g kg-1, não foram suficientes para 1996 nos Estados Unidos
reduzir significativamente a vola- (Agrotain, Agrotain International,
tilização de NH3.

24
L.L.C., St. Louis, MO, EUA) e mais reduzir a taxa de volatilização. Em
recentemente no Brasil. O NBPT é diversos experimentos com cana-
atualmente o único inibidor de de-açúcar no Estado de SP,
urease que tem grande impor- Cantarella et al. (2008)
tância comercial e prática na mostraram que a redução de
agricultura, sendo comercializado perdas de amônia com a adição
em mais de 70 países (Trenkel, de NBPT à ureia foi de cerca de
2010). O NBPT é o composto que 52%, quando o fertili-zante foi
tem mostrado maior eficiência aplicado em clima úmido, e de
em retardar a hidrólise da enzima 32% em clima seco (Tabela 1).
urease e consequentemente
.

25
Tabela 1 - Perdas por volatilização de NH3 de sete áreas experimentais comparando nitrato de amônio (NA) ou
sulfato de amônio (SA) com ureia (UR) ou ureia tratada com NBPT aplicado em áreas de cana-de-açúcar com
palhada (Cantarella et al., 2008).

26
No estudo desenvolvido por incorporado ao solo e também,
Cantarella et al. (2008) a por não ocorrer chuva para
eficiência de redução de volatil- incorporar o fertilizante no perío-
ização da NH3 por meio do NBPT do em que o inibidor é mais
variou de 1 a 78%. A menor eficiente, em torno de 7 a 10 dias
eficiência de redução do inibidor (Watson et al., 2008; Cantarella et
foi obtida em clima seco ou al., 2008). Portanto a chuva é
muito seco e, segundo os autores, essencial para a incorporação da
isso ocorreu devido ao fertilizante ureia e, consequentemente, pro-
ter ficado na camada de palha na porcionar reduções significativas
superfície e não ter sido, de perdas.
.

27
Tem-se constatado que os o uso dos inibidores também
inibidores de urease disponíveis reduzirá as perdas de NH3 em
até o momento podem reduzir a comparação à ureia, porém em
hidrólise da ureia por período de nível menos intenso. De forma
tempo não superior a 7 dias em geral, os inibidores da urease
condições brasileiras. Se ocorre- representam alternativa que deve
rem chuvas nesse período, a ser considerada devido à
redução das perdas de NH3 presença crescente de ureia no
quando comparado à ureia serão mercado de fertilizantes e a
muito significativas. Se não dificuldade de sua incorporação
ocorrerem chuvas nesse período, no solo, especialmente em
.

28
condições de presença de palha daquele observado para ureia
na superfície, tendência da (5,8%). Como resultado, a perda
agricultura brasileira. A Figura 3, acumulada de amônia totalizou
extraída do estudo de Silva et al. 31% para a ureia e 15% para a
(2017), apresenta a perda diária e ureia com NBPT, demonstrando o
acumulada de amônia por potencial do inibidor em reduzir
volatilização a partir da aplicação (mas não eliminar) as perdas de
de ureia e ureia com NBPT de amônia por volatilização.
diversos estudos da literatura. Evidentemente, caso ocorra
Pode-se observar que o pico de chuva logo após a aplicação, o
perda diária da ureia ocorreu aos formato do gráfico seria
4,8 dias, enquanto para a ureia totalmente alterado para ambos
com NBPT esse pico foi atrasado fertilizantes, resultando em perda
para 8,3 dias e em nível bem de amônia por volatilização
menos intenso (1,8%) mínima para os dois fertilizantes.
. .

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NH3(UREA)=(31.03 exp^(-(4.82-t)/1.35))/1.35(exp^(-(2.48-t)/1.35)+1)^2))
NH3(UREA=NBPT)=(14.78 exp^(-(8.32-t)/2.11))/2.11(exp^(-(8.32-t)/2.11)+1)^2))
UREA
7 UREA+NBPT

6
DailyNH3loss (%of N applied)

0
0 7 14 21 28 35 42
Days after fertilizer urea application

30
UREA UREA+NBPT
NH3=32.03/(1+exp(-(t-4.82)/1.35)) NH3=14.78/(1+exp(-t-8.32)/2.11))
UREA UREA+NBPT
40
CumulativeNH3loss (%of N applied)

30

20

10

0
0 7 14 21 28 35 42
Days after fertilizer urea application

Figura 3. Perdas diárias (a) e perdas acumuladas (b) de amônia por volatilização a partir do uso de ureia e ureia
com NBPT. Média de diversos estudos da meta-análise apresentada por Silva et al. (2017).
31
Mais importante do que reduzir as
perdas de amônia por volatilização,
a utilização de ureia com NBPT
tem permitido ganhos de produ-
tividade quando comparado à
aplicação isolada de fertilizantes a
base de ureia. Na revisão de
literatura de Cantarella et al. (2018),
constatou-se que o uso de ureia
com NBPT permitiu ganho de
produtividade no milho de 4,1%
comparado à ureia, quanto para
outras culturas esse ganho pode
atingir 10,2% (Figura 4).

32
Figura 4. Incremento de produtividade (em porcentagem) das principais culturas com o uso de ureia com NBPT
comparado ao uso exclusivo de ureia. Fonte: Cantarella et al. (2018). 33
Existem diversos compostos como a temperatura, o pH, a
registrados como inibidores da umidade do solo e a matéria
nitrificação (Subbarao et al., 2006; orgânica, influenciam direta-
Zerulla et al., 2001; Soares et al., mente na eficiência dos inibi-
2012). Entretanto, apenas alguns dores de nitrificação, devido ao
foram bastante estudados e fato de esses fatores estarem
testados em condições de diretamente relacionados ao pro-
campo. Os principais são: 2-cloro- cesso de nitrificação no solo
6-(triclorometil) piridina (Nitra- (Barth et al., 2001; Irigoyen et al.,
pirina), DCD (dicianodiamida) e 2003; Cantarella, 2007; Kelliher, et
DMPP (3,4-dimetil pirazol fosfato) al., 2008). Estudos demonstram
(Di & Cameron, 2002; Subbarao et que os inibidores de nitrificação
al., 2006). Diversos fatores do solo, .
.
34
podem ser eficientes na redução com pastagem, avaliaram o efeito
do processo de oxidação da do aditivo DCD na ureia aplicada
amônia por alguns dias ou sobre a superfície do solo e
semanas (Singh e Beauchamp observaram que com o uso do
1988). Por outro lado, alguns inibidor houve redução na perda
estudos têm mostrado que o uso por lixiviação de NO3- e emissão
de DCD misturado à ureia causou de N2O. Entretanto, observou
aumento das perdas por também que o DCD em combi-
volatilização de NH3, devido ao nação com o NBPT apresentou
maior tempo de permanência do maior volatilização de NH3 em
N no solo na forma de NH4+. relação à apenas a ureia com
Zaman et al. (2008) em estudo NBPT .
.

35
Soares et al., (2012) observaram Estas dúvidas surgem pela falta
também que a adição de DCD à de consistência dos resultados
ureia causou aumento da nos diversos ambientes agrocli-
volatilização de NH3 da ureia, com máticos e diferentes tipos de solo
ou sem NBPT, e isso ocorreu pela (Subbarao et al., 2006). Os
manutenção do elevado pH e do inibidores de nitrificação podem,
alto teor de NH4+ no solo devido à por outro lado, diminuir proble-
inibição da nitrificação. Devido a mas de emissão de óxidos nitro-
resultados inconclusivos obtidos sos causados pelo processo de
com inibidores de nitrificação, desnitrificação do NO3-. Soares et
esses produtos ainda não são al. (2014) reportaram redução na
amplamente adotados como emissão de N2O na cultura de
uma ferramenta tecnológica, cana-de-açúcar, com a utilização
tecnológica, pois ainda existem de fertilizantes nitrogenados
dúvidas em relação ao custo e aos tratados com dois tipos de
benefícios desses compostos. inibidores de nitrificação.
..
36
Até recentemente não existia plantas. Já os fertilizantes de
uma distinção clara entre os liberação lenta (FLL), são aqueles
termos “liberação lenta” e que liberam os nutrientes de
“liberação controlada”, pois eram forma mais lenta que os
considerados sinônimos. fertilizantes normais, mas dos
Atualmente existe a tendência de quais não são bem caracterizadas
adotar a definição proposta por a quantidade, o padrão e a
Shaviv (2005), que considera os duração da liberação dos
fertilizantes de liberação contro- nutrientes. Conforme Cantarella
lada (FLC) como sendo aqueles (2007), Trenkel (2010) e Chien et
nos quais são conhecidos os al. (2009), os fertilizantes
fatores que determinam a quanti- nitrogenados de liberação lenta
dade, o padrão e a duração da ou controlada, que possuem
liberação do nutriente para as .. baixa solubilidade comparada
. .
37
com fontes convencionais de N, a uma segunda fase de liberação
podem ser: a) compostos de mais rápida (fase linear), e por fim
condensação de ureia e ureia uma terceira fase de liberação
formaldeídos: ureia formaldeído lenta, com disponibilização total
(UF, 38% N), ureia isobutilaldeído do nutriente. Esse padrão de
(ISBD 32% N), e ureia croto- liberação sigmoidal é o que
naldeído (CDU); b) produtos melhor se ajusta ao padrão de
recobertos ou encapsulados: ureia absorção de nutrientes pelas
recoberta com enxofre (S) (URS), plantas. Os mecanismos primá-
ureia recoberta com polímeros rios de liberação de N envolvem
(URP), e ureia recoberta com dois passos: primeiro, a dissolução
enxofre (S) + polímeros (URSP). O do fertilizante dentro dos grâ-
padrão de liberação de nutrientes nulos e, segundo a a difusão do N
dos FLC é geralmente sigmoidal, de dentro dos grânulos para a
com uma primeira fase passando .

38
solução do solo. O uso de FLC Du et al. (2008) consideraram os
permite a aplicação total da dose fertilizantes recobertos com polí-
de N exigida pela cultura na meros (como a URP) os mais
operação de semeadura, pois populares e promissores dentre
esses fertilizantes não possuem, os FLC, devido às vantagens que
de maneira geral, grande apresentam perante os demais
potencial de Salinização do solo e tipos. A URP apresenta taxa de
assim não causam injúrias às liberação de N no solo relativa-
plantas, devido ao caráter de mente reduzida após sua aplica-
lenta liberação, ao contrário do ção e vai aumentando com o
que normalmente ocorreria com tempo, dependendo de fatores
os fertilizantes comerciais, alta- ambientais, principalmente tem-
mente solúveis. peratura e umidade.

39
Um inconveniente quando são alternativa de aplicar a dose total
usados esses insumos é a de N requerida na semeadura da
liberação de N reduzida nos cultura de milho, como misturas
primeiros estádios de desenvol- de URP com ureia convencional,
vimento das plantas de milho, em proporções que garantam a
podendo ocasionar estresses fisio- disponibilidade de N, tanto nos
lógicos à cultura, em estádios estádios iniciais como em
importantes na definição da estádios mais avançados das
produtividade final. Para contor- plantas de milho.
nar esse problema, existem a
.

40
Um estudo desenvolvido recente- grãos, comparado à utilização
mente no Brasil por González somente de ureia convencional,
Villalba et al. (2014) indicou que aplicada toda na semeadura, ou
misturas variando de 100 até 50% parce-ladamente como é a
de URP com ureia convencional, recomendação atual (20-30% na
proporcionaram disponibilidade semeadura e 80-70% em
de N ao longo de todo o ciclo da cobertura entre os estádios V4-V6
cultura de milho. Dependendo do milho). Na literatura podem
das condições edafoclimáticas, ser encontradas várias evidencias
essa estratégia pode resultar em de efeitos positivos da utilização
aumentos na produtividade de. de FLC em diversas culturas.
.. .

41
Assim, diversos autores repor- café, tem maior potencial de
taram que os FLC melhoram a adoção destes produtos a curto
EUN, a qualidade e o rendimento prazo, pois a aplicação de uma
de arroz (Yang et al., 2013), batata única vez reduziria conside-
(Ziadi et al., 2011), cevada ravelmente os custos das apli-
(Blackshaw et al., 2011), milho cações parceladas. Para culturas
(Halvorson & Bartolo, 2013; que realizam menor número de
González Villalba, 2014), e trigo parcelamento, como cana-de-
(Nash et al., 2012) Devido ao açúcar, a adoção destes tipos de
elevado custos destes produtos, fertilizantes é mais limitada a
sua adoção em larga escala na curto prazo. No caso do milho, a
agricultura brasileira ainda é aplicação de todo o N no
limitado. Tem-se observado que momento da semeadura (locali-
culturas onde são realizadas zado próximo ao sulco de seme-
diversas aplicações de de adura) também tem potencial de
fertilizantes nitrogenados, como o adoção. .
.
42
Uma alternativa para aumentar a tridimensional cristalina rígida,
EUN, que vem sendo objeto de formadas por tetraedros de Si e
pesquisas, é o uso de argilo- Al, que se unem para formar um
minerais como aditivos em sistema de canais, cavidades e
fertilizantes nitrogenados, que poros em nano escala. Bernardi et
podem controlar a retenção e al. (2014) explicaram que a ação
liberação do NH4+ (Bernardi et al., das zeolitas para diminuição da
2014). O uso de minerais na volatilização de amônia é dada
agricultura está sendo ampla- pelo controle da retenção do íon
mente difundido e nesse sentido, amônio formado na hidrólise da
os concentrados de zeolita tem ureia no solo, devido à alta
papel especial. As zeolitas são capacidade de troca de cátions
minerais de aluminossilicato da zeolita e a consequente
hidratados cristalinos de metais retenção de amônio da solução
alcalinos ou alcalino-térreos, do solo.
estruturados em uma rede
. 43
Os mesmos autores citaram uma série de tecnologias alternativas
variedade de trabalhos dese- para produção de “fertilizantes
nvolvidos em campo e em premium” ou de eficiência
condições controladas, que aumentada. Por exemplo, citam o
demonstram que existe um uso de fertilizantes nitrogenados
aumento da EUN com o uso peptídicos (42% N), que
desse tipo de argilomineral como favorecem a atividade biológica
aditivo em fertilizantes nitro- do solo. Também comentaram a
genados. Entretanto, a viabilidade respeito do uso de ureia
técnica da utilização destes recoberta com “chitosan” (45% N),
produtos deve ser mais estudada um polímero natural obtido do
em condições de campo e, além exoesqueleto de artrópodes,
disso, não existem produtos co- insetos, aracnídeos, moluscos,
merciais disponíveis no mercado. fungos e algas.
Zhen-Yi et al. (2014) listaram uma.

44
Também reportaram o uso de possíveis formas de aumentar a
ureia recoberta com biochar, EUN, como Leite et al. (2013).
como agente para diminuir a Nardi et al. (2014) classificam as
volatilização de NH3, e outras substancias húmicas como bioes-
tecnologias que os autores timulantes, capazes de aumentar
consideram promissórias para os teores de macro (entre eles N)
certas regiões agrícolas. Também e micronutrientes nas plantas
existem diversos autores que devido a uma ativação meta-
citam o uso de substancias bólica das mesmas.
húmicas e ou fúlvicas como
.

45
Escolher a dose adequada de N média de diversos trabalhos da
consiste em ajustar a quantidade literatura. Observa-se que quando
de fertilizante a ser aplicada com considerada a planta toda
a necessidade da cultura (Casarin (extração), a maior exigência é de
& Stipp, 2013). Portanto, o primeiro potássio, seguido de nitrogênio.
passo é conhecer a demanda Entretanto, quando considerada
nutricional da cultura. As Tabelas 2 somente a quantidade alocada
e 3 apresentam a exigência nos grãos (exportação), destaca-se
nutricional do milho para macro- o nitrogênio, com um total de 14,4
nutrientes e . micronutrientes, kg por tonelada.
respectivamente, considerando a
.

46
Tabela 2. Exigência nutricional do milho para macronutrientes.

Fonte: Adaptado de vários autores (Gamboa, 1980; Hiroce et al., 1989; Bull, 1993; Arnon, 1975; Andrade, 1975; Barber e Olson,
1969; Coelho e França, 1995)

47
Tabela 3. Exigência nutricional do milho para micronutrientes.

Fonte: Adaptado de vários autores (Gamboa, 1980; Hiroce et al., 1989; Bull, 1993; Arnon, 1975; Andrade, 1975; Barber e Olson,
1969; Coelho e França, 1995)

48
O milho é uma cultura altamente se obtiveram respostas signifi-
responsiva à adubação nitroge- cativas com aplicações acima de
nada cerca de 70 a 90% dos 200 kg ha-1 de N em cobertura
experimentos de adubação (Ohland et al., 2005; Pavinato et al.,
realizados em campo, no Brasil, 2008). Hurtado et al. (2009)
são responsivos à aplicação de N observaram que a adubação nitro-
(Cruz et al., 2005).Pesquisas genada em doses de até 300 kg
realizadas nos últimos anos ha-1 influenciou significativamente
demonstraram que o potencial a produtividade de grãos, com
produtivo da cultura na safra está estimativa de máxima produ-
relacionado à aplicação de doses tividade (9,2 t ha-1) correspondente
de N entre 90 e 180 kg ha-1 a dose de 242 kg ha-1 de N
(Gomes et al., 2007). Contudo, já
.

49
Entretanto, apesar da grande com leguminosas normalmente
maioria dos estudos com apresentam menor resposta ao N,
adubação nitrogenada do milho podendo-se inclusive não obter
apresentarem resposta, alguns resposta ao N em determinado
fatores afetam a responsividade ano. Nesse sentido, espera-se
do milho ao N. Os principais resposta muito menor do milho
fatores estão associados à safrinha ao nitrogênio do que o
distribuição de chuvas durante o milho safra. No milho safra, além
ciclo de cultivo (espera-se que em da ausência do resíduo cultural da
anos secos a resposta ao N seja soja, as condições climáticas
limitada pelo déficit hídrico) e ao adequadas favorecem a resposta
histórico de manejo da área. ao N.
Nesse sentido, áreas em rotação
.

50
No milho safrinha, a resteva (ou safrinha ao N é a deficiência
restos culturais) da soja, que hídrica que normalmente acomete
apresentam relação C/N baixa e as lavouras, especialmente a partir
portanto mineralização rápida, de abril/maio na maioria das
vão liberar N para a cultura regiões de cultivo, reduzindo ou
subsequente (milho), reduzindo a limitando o potencial de resposta
resposta desta ao N. Outro fator ao N.
que afeta a resposta do milho
.

51
Foi justamente o que ocorreu no limitada ao N, não obtendo-se
estudo de Faria et al. (2019), incremento de produtividade para
conduzido com milho safrinha doses de N acima de 76 kg ha-1 N
em duas regiões importantes de em Uberlândia e 60 kg ha-1 N em
cultivo da cultura (Uberlândia, MG Pedro Afonso (Figura 5). Estes
e Pedro Afonso, TO). Nas duas dados somente reforçam a
situações, as produtividades do hipótese de que a resposta ao N é
milho safrinha não foram menor no milho safrinha e que, por
elevadas, variando de 66 sc ha-1 essa razão, sempre as doses
em Pedro Afonso (déficit hídrico recomendadas de N para milho
mais intenso) e cerca de 100 sc verão serão maiores do que aquela
ha-1 em Uberlândia. Em ambas recomendada para o milho
situações, houve resposta safrinha..
.

52
Figura 5. Curva de resposta ao nitrogênio em milho safrinha cultivado em Uberlândia, MG (site 2) e em
Pedro Afonso, TO (site 3). Houve resposta até a dose de 76 kg ha-1 N em Uberlândia e até 60 kg ha-1 N
em Pedro Afonso. Observe as baixas produtividades obtidas, decorrentes de intenso déficit hídrico
ocorrido nos dois locais naquela safra. Fonte: Faria et al. (2019).
53
A recomendação de adubação por esta razão os boletins
nitrogenada varia de acordo com regionais de adubação tentam
a região produtora e com a simplificar a recomendação para
produtividade esperada, devendo torna-la aplicável ao agricultor.
ser ajustada de acordo com a Para facilitar nosso entendimento
situação. Basicamente, deve-se e tentar simplificar a indicação da
considerar a exigência nutricional dose de N a ser aplicada, iremos
da cultura, a eficiência de considerar a recomendação que
aproveitamento do N do consta no Boletim Cerrados, de
fertilizante e a quantidade de N Sousa et al. (2004). Segundo os
fornecido por meio da autores, é possível determinar a
mineralização do N da matéria dose de N a aplicar utilizando-se a
orgânica do solo (MOS) e dos fórmula“Dose de N (kg ha-1) = (RNC
resíduos culturais. Portanto, são – SNS).f”, onde:
vários fatores envolvidos e
.
54
RNC = requerimento de N da feitos nos últimos três anos.
cultura para determinada produ- Entretanto, para fins de simpli-
tividade. Pode-se considerar o fição, neste capítulo iremos
requerimento de 20 kg N t-1 de considerar somente a produ-
grãos a ser produzida; SNS = tividade do último ano e consi-
capacidade de suprimento de N derando que 1 sc de soja produzido
do solo e resíduos culturais; f= fornece ao sistema 0,5 kg de N.
fator de eficiência do uso de N Buscando simplificar os cálculos
pela cultura que, no caso do apresentados por Sousa et al.
milho, pode variar de 60 a 80%. O (2004), foi realizado um exercício
valor de SNS é estimado pelo teor considerando somente a exigência
de matéria orgânica do solo nutricional do milho (20 kg/t), o
(considera-se que cada 1% de fornecimento de N pela mine-
matéria orgânica do solo fornece ralização da MOS (30 kg para cada
30 kg ha-1 de N) e dos cultivos 1% de MOS) e o fornecimento de
. .
55
0,5 kg de N para cada sc de soja três opções de manejo da
produzido na área. Considerando adubação, ou seja, uma adubação
todos estes fatores, a Tabela 4 mais simples (de menor eficiência),
apresenta a indicação de dose de representada pela aplicação super-
N para a cultura do milho safra ficial de ureia; uma segunda opção
(verão), enquanto a Tabela 5 mais técnica de eficiência mode-
apresenta a indicação da dose de rada), representada pelo uso de
N para o milho safrinha. A dose ureia com NBPT superficial e uma
indicada nas Tabelas refere-se a terceira opção mais sofisticada
dose total a ser aplicada. Essa (com a maior eficiência), repre-
dose de N poderá ser parcelada a sentada pelo uso de ureia incor-
critério do agricultor, ou seja, porada ou de fertilizantes não
pode-se aplicar 30 a 40 kg ha-1 de sujeitos a perdas por volatilização,
N no plantio e o restante em um como sulfato de amônio ou nitrato
ou dois parcelamentos. No exer- de amônio.
cício realizado, foi considerado
.
56
Tabela 4. Recomendação de dose de N para milho safra (verão), considerando a expectativa de
produtividade, a produtividade da soja no ano anterior, o teor de matéria orgânica do solo e três opções
de manejo dos fertilizantes (A, B e C). 57
Tabela 5. Recomendação de dose de N para milho safrinha, considerando a expectativa de
produtividade, a produtividade da soja no ano anterior, o teor de matéria orgânica do solo e três opções
de manejo dos fertilizantes (A, B e C). 58
Para determinar a época de normalmente baixa, e o restante
aplicação do N deve-se considerar em uma ou duas adubações de
a marcha de absorção de N pelo cobertura, nas fases iniciais de
milho. O ideal seria fornecer o N desenvolvimento da cultura. A
nos picos de demanda pela prática adotada pelos produtores,
planta. Entretanto, questões de aplicação do N em cobertura
logísticas acabam impossibi- nas fases iniciais de desen-
litando vários parcelamentos da volvimento, parece ser a mais
adubação, exceto no caso da adequada, conforme os dados
aplicação dos fertilizantes conjun- apresentados por Fancelli et al.
tamente com a irrigação. A prática (2010) (Tabela 6). Neste estudo,
mais utilizada de adubação nitro- nas parcelas que receberam
genada do milho é aplicar uma adubação com N na semeadura,
dose de N na semeadura ,
.

59
maiores produtividades foram superior em relação ao trata-
obtidas na adubação em mento que não recebeu N na
cobertura com 2, 4, 6 ou 8 folhas semeadura. Este N aplicado na
em relação a aplicação Outro semeadura serve como estímulo
resultado interessante apresen- inicial ao desenvolvimento
tado na Tabela 6 é de que a radicular e início de desenvol-
adubação de semeadura com 30 vimento da parte aérea.
kg ha-1 de N resultou em
produtividade cerca de 19 sc ha-1
.

60
Tabela 7. Efeito da adubação nitrogenada em diferentes épocas na produtividade, IAF e número de
grãos por espiga (Fancelli e Casadei, dados não publicados, em Fancelli, 2010)
61
Em relação ao número de em condições de elevadas doses
parcelamentos da adubação de N, é interessante o parcela-
nitrogenada em milho, deve-se mento em mais de uma aplica-
observar as condições de solo e ção, visando diminuir problemas
clima para se definir o número de com perdas por lixiviação e
parcelamentos a ser realizado. melhor aproveitamento pelas
Uma sugestão interessante de plantas. O mesmo é valido para
parcelamento de adubação situações de milho irrigado, em
nitrogenada para milho verão foi sistemas de elevada produti-
apresentada por Fancelli (2008). vidade e aplicações de lâminas
De acordo com a recomendação de irrigação após a adubação.
apresentada na Tabela 7, pode-se Nesse caso, sugere-se dividir a
observar que solos mais argilosos adubação em até três aplica-
podem receber doses maiores de ções.
N em uma única aplicação. Por
outro lado, em solos arenosos e
.
62
Tabela 7. Recomendação de parcelamento da adubação nitrogenada em cobertura para milho verão
(Fanceli, 2008).
63
No caso do milho safrinha, que resposta ao parcelamento no
normalmente sofre com déficit milho safrinha. Naquele estudo,
hídrico em algum momento a aplicação de todo o N no pré-
durante o ciclo, normalmente não plantio no milho safrinha
há resposta tão favorável ao resultou em produtividades
parcelamento do N. Altarugio et similares à aplicação em V3 e V6
al. (2019) observou resposta e até mesmo maiores quando
positiva ao parcelamento do N no comparado ao parcelamento
milho verão (maiores produti- em V3+V6. Ou seja, aplicações
vidades quando o N foi parcelado mais tardias de N em milho
em duas aplicações, uma em V3 e safrinha devem ser evitadas.
outra em V6), porém não observou

64
Evidentemente que, no caso do até mesmo primeira quinzena
plantio de milho safrinha de março, há menor proba-
semeado no início da janela de bilidade de resposta ao parce-
semeadura. (por exemplo, pri- lamento. Nessa situação, o mais
meira quinzena de fevereiro), há interessante seria aplicar o N em
maior probabilidade de resposta pré-plantio ou logo no início do
positiva ao parcelamento, pois ciclo (até V2-V3). Outra questão
nessa situação o milho safrinha se muito discutida atualmente
comporta de maneira semelhante refere-se à antecipação da
ao milho (alto potencial produ- adubação nitrogenada em cul-
tivo). Porém, à medida que se turas antecessoras, ou mesmo a
aproxima da janela menos favorá- aplicação de N em pré-semea-
vel de semeadura, por exemplo na dura.
segunda quinzena de fevereiro ou
.

65
Um trabalho muito interessante adubação antecipada na cultura
nesse sentido foi realizado por antecessora ou na pré-semea-
Oliveira (2014), no qual foi avaliado dura do milho. Além disso, a
o efeito de diferentes épocas de recuperação do 15N-fertilizante
aplicação de N no sistema aveia – foi superior quando o fertilizante
milho na produtividade de grãos e nitrogenado foi aplicado em
na EUN utilizando a técnica do cobertura em V3 ou em V3 e V6
15N. O estudo foi realizado nas na cultura do milho (Figura 6).
regiões de Guarapuava – PR e Ou seja, aplicar o fertilizante
Taquarituba - SP. Apesar da pro- nitrogenado próximo da época
dutividade do milho não ter de maior exigência pela cultura
variado em função da época de (em cobertura nos estádios
aplicação do N (Tabela 8), observa- iniciais de desenvolvimento),
se que as produtividades obtidas continua sendo a estratégia
quando a adubação foi realizada mais interessante.
em cobertura foram maiores do
que as médias obtidas com
. 66
Tabela 8. Produtividade de grãos de milho e eficiência de uso do nitrogênio (EUN) em dois locais, em
razão dos sistemas de adubação1

1CV, coeficiente de variação; F, valor do teste F; NS, não significativo

67
Figura 6. Fração do N-fertilizante recuperado pelo milho quando o nitrogênio foi aplicado na cultura de
inverno (aveia, N-OATS), no pré-plantio (N-PLANT) ou em V3-V6 (N-CORN). Fonte: Oliveira et al., 2018.

68
Em relação ao local de aplicação de ureia podem resultar em
do fertilizante nitrogenado, deve- elevadas perdas de NH3 por
se buscar aplicar o fertilizante o volatilização, conforme já mencio-
mais próximo possível da zona de nado. Nesse caso, a alternativa
crescimento radicular, que nor- mais interessante é aplicar a ureia
malmente ocorre mais próximo de forma incorporada. Civiardi et
da planta. Nesse sentido, a al. (2011) observaram que a aplica-
aplicação em faixa próximo à ção incorporada de ureia ao solo
linha de plantio parece a resultou em maior produtividade
estratégia mais interessante em de grãos quando comparada com
comparação à aplicação a lanço a aplicação em superfície de ureia
em área total. Em relação à tratada com polímeros (Tabela 9).
aplicação na superfície e incor- Neste estudo, quando se reduziu
porada, aplicações superficiais de pela metade a dose de N na forma
fertilizantes nitrogenados a base
.
69
de ureia com polímeros, reduziu convencidos a “reduzir a dose de
ainda mais a produtividade de N com a promessa que deter-
grãos Ou seja, o revestimento da minada tecnologia aumenta a
ureia com polímeros neste eficiência de uso do N e, que,
trabalho parece não ter reduzido o portanto, permitiria uma redução
potencial de perdas de NH3 por da dose de N com manutenção da
volatilização da ureia. Os resul- produtividade. Os resultados de
tados do estudo de Civiardi et al. Civiardi et al. (2011) desmentem
(2011) dão um alerta aos” esse tipo de posicionamento.
agricultores que muitas vezes são

70
Tabela 9. Efeito na produtividade pela aplicação de N incorporado e a lanço com polímeros na cobertura
do milho (Civiardi et al., 2011)

71
A cultura do milho pode ser Por essa razão, sempre as doses de
considerada exigente em N e, na N serão maiores no milho verão do
grande maioria das vezes, que no milho safrinha. As fontes
apresenta resposta à adubação de N mais utilizadas na agricultura
nitrogenada. O milho cultivado brasileira são a ureia, nitrato de
durante o verão (milho safra) apre- amônio e sulfato de amônio. A
senta maior potencial produtivo e tendência é aumentar ainda mais
condições climáticas mais ade- a participação da ureia no
quadas durante o ciclo, que são mercado brasileiro, tendo em vista
fatores que potencializam a res- os problemas comerciais asso-
posta a adubação. Por outro lado, ciados ao nitrato de amônio e ao
no milho safrinha, o cultivo subse- custo mais elevado (por unidade
quente a uma leguminosa (soja) e de N) do sulfato de amônio.
as condições climáticas mais Evidentemente, cuidados na
adversas normalmente reduzem a aplicação de ureia em cobertura
reposta às doses de N, assim como devem
ao parcelamento do N.
72
ser tomados, considerando a com inibidores de nitrificação não
possibilidade de perdas de NH3 é adotado em larga escala, assim
por volatilização se aplicada sobre como
. os fertilizantes de liberação
o solo ou sobre a palhada. A lenta ou controlada. O alto custo e
indústria de fertilizantes tem dúvidas em relação aos benefícios
buscado desenvolver fertilizantes destes no aumento da produ-
de eficiência aumentada, buscan- tividade são entraves para sua
do aumentar a eficiência de uso adoção em larga escala. Mais
do N (EUN). Dentre estes, desta- estudos devem ser desenvolvidos
cam-se os fertilizantes estabili- para elucidar estas questões em
zados (com inibidores de urease curto a médio prazo.
ou de nitrificação) e os de A recomendação de adubação
liberação lenta ou controlada. O nitrogenada do milho é baseada
uso de ureia tratada com inibi- no requerimento nutricional da
dores de urease já está mais com- cultura, na eficiência de aprovei-
solidado na agricultura nacional. tamento do N do afetam a
Entretanto, o uso de ureia tratada .
. 73
responsividade ao N. fertilizante e fatores que afetam a respon-
na capacidade de suprimento de N sividade ao N. O objetivo final será
pelo solo.. Portanto, vários fatores sempre melhorar o manejo dos
interferem na recomendação fertilizantes nitrogenados no sem-
de adubação nitrogenada do milho. tido de reduzir custos, aumentar a
Este capítulo apresentou uma produtividade e melhorar a sus-
sugestão de recomendação de tentabilidade do uso dos fertili-
doses de N a serem tanto para o zantes nitrogenados no sistema
milho safra quanto para o milho solo-planta.
safrinha, considerando todos os
.

74
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