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APRESENTAÇÃO
ÍNDICE
A “Guerra Fria”, iniciada após o término da 2ª Guerra Mundial, significou uma nova corrida
armamentista entre 2 blocos políticos: o capitalista e o socialista. A necessidade crescente de
novos armamentos, com elevados níveis de tecnologia, era evidente. Projetos deveriam
rapidamente “sair do papel”, empregando-se processos de fabricação que proporcionassem cada
vez mais maior produtividade, sem qualquer comprometimento da qualidade.
No início da década de 1950 um convênio foi firmado entre a Força Aérea Norte-Americana
(U.S.A.F.) e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (M.I.T.) para desenvolvimento de uma
nova máquina-ferramenta, capaz de fabricar rapidamente peças com geometria extremamente
complexa. A equipe do Dr. John Pearson adaptou a uma fresadora convencional um complexo
sistema eletro-mecânico, que controlava a movimentação das ferramentas e peças na máquina.
Esse sistema utilizava, basicamente, um grande número de relês, conectados por cabos. Estava
sendo desenvolvida a primeira máquina de comando numérico.
Pesquisas em eletrônica tornavam obsoletas as válvulas eletrônicas, que foram
gradualmente sendo substituídas por transistores de estado sólido. Os transistores, por sua vez,
foram sendo aprimorados e novos componentes, denominados circuitos integrados, que reuniam
centenas ou milhares de transistores em um espaço minúsculo foram lançados no mercado.
Esses desenvolvimentos na eletrônica permitiu a miniaturização e o barateamento dos sistemas
lógicos de computação, tornando viável a utilização do computador juntamente com os processos
de usinagem dos metais, caracterizando a máquina de controle numérico computadorizado
(CNC). A produção de máquinas-ferramenta de controle numérico computadorizado tem
registrado um aumento significativo a partir de 1975. Indubitavelmente as razões para essa
constatação estão vinculadas ao desenvolvimento dos microprocessadores, que tornaram o
sistema menor e mais eficaz e com um custo 25 vezes menor do que em 1968. Estima-se que a
fabricação e instalação de máquinas com controle numérico computadorizado nas linhas de
produção aumente em 500% na década de 1990, se comparado ao período anterior.
Atualmente as empresas investem maciçamente em tecnologia, procurando aumentar a
produtividade e qualidade dos produtos sem aumento nos custos de fabricação, condições
essenciais para a sua sobrevivência em uma economia em fase de globalização. Estas
tecnologias requerem pessoal altamente qualificado e treinado, revestindo de grande importância
a formação profissional nas Escolas de Engenharia.
π.D.n
Vc = (2.1)
1000
TABELA 2.1. Velocidades de corte empregadas para diversos materiais, considerando uma vida
de 240 minutos e avanço de 0,2 mm/rotação.
Velocidade de Corte (mm/min)
Material
Aço Rápido HSS Metal Duro (P10)
Aço ABNT 1045 33 122
Aço ABNT 4135 20 103
Ferro Fundido ABNT FF 25 20 79
Ligas Cu-Sn (Bronzes) 30 250
Alumínio 30 200
Ligas Al-Si 20 150
na qual ad é o avanço por dente (em milímetros por volta) e Z é o número de arestas de corte
(dentes) da ferramenta.
É definido como a profundidade com que a aresta principal de corte penetra no material,
medida na direção ortogonal ao plano formado pelas direções de corte e avanço. A utilização de
grandes profundidades de corte aumenta a quantidade de metal removido por unidade de tempo
mas, em compensação, provoca significativos acréscimos na potência de corte e no desgaste das
ferramentas.
VELOCIDADE DE CUSTO DE
MATERIAL CUSTO (U$$/unidade)
CORTE (m/min) USINAGEM (U$$/pol3 )
Aço-carbono 0.10 12 0.25
Aço rápido HSS 0.50 27 0.13
Metal duro 5.25 150 0.04
Cerâmica 12.00 240 0.02
Dos materiais para ferramentas destacam-se a utilização dos aços rápidos (HSS - High
Speed Steel) e os insertos intercambiáveis de metal duro. Os aços HSS são muito empregados
na fabricação de ferramentas de barra, brocas, fresas e alargadores. Devido a menor resistência
mecânica desgastam-se mais rapidamente, requerendo frequentemente reafiação da ferramenta.
Mais resistentes e práticos, os insertos de metal duro são montados em suportes com a mais
variada geometria. Considerando a relação benefício/custo normalmente as pastilhas não sofrem
afiação, sendo descartadas após o térmico de sua vida útil.
Diversas ferramentas, tanto de aço rápido HSS como pastilhas de metal duro, são
disponíveis para usinagem nos tornos CNC EMCO C5 e fresadoras CNC EMCO F1.
Características geométricas e de processo das principais ferramentas utilizadas serão descritas a
seguir.
IDENTIFICAÇÃO: T01
MÁQUINA: torno
MATERIAL: metal duro
DENOMINAÇÃO: corte lateral direito
VELOCIDADE DE CORTE: de 100 a 150 mm/min
VELOCIDADE DE AVANÇO: < 100 mm/min
LIMITAÇÕES GEOMÉTRICAS: conicidade máxima 30º
IDENTIFICAÇÃO: T02
MÁQUINA: torno
MATERIAL: metal duro
DENOMINAÇÃO: corte lateral esquerdo
VELOCIDADE DE CORTE: de 100 a 150 mm/min
VELOCIDADE DE AVANÇO: < 100 mm/min
LIMITAÇÕES GEOMÉTRICAS: conicidade máxima 30º
IDENTIFICAÇÃO: T03
MÁQUINA: torno
MATERIAL: metal duro
DENOMINAÇÃO: corte neutro
VELOCIDADE DE CORTE: de 100 a 150 mm/min
VELOCIDADE DE AVANÇO: < 100 mm/min
LIMITAÇÕES GEOMÉTRICAS: conicidade máxima 60º
IDENTIFICAÇÃO: T04
MÁQUINA: torno
MATERIAL: metal duro
DENOMINAÇÃO: ferramenta para rosca métrica à
direita externa
VELOCIDADE DE CORTE: de 100 a 950 rpm
VELOCIDADE DE AVANÇO: sincronizada
LIMITAÇÕES GEOMÉTRICAS: abertura de filetes com
passo de 05 a 1,5 mm.
IDENTIFICAÇÃO: T05
MÁQUINA: torno
MATERIAL: aço rápido HSS
DENOMINAÇÃO: bedame
VELOCIDADE DE CORTE: de 20 a 25 mm/min
VELOCIDADE DE AVANÇO: < 10 mm/min
LIMITAÇÕES GEOMÉTRICAS: largura de bedame
variável
IDENTIFICAÇÃO: T06
MÁQUINA: torno
MATERIAL: metal duro
DENOMINAÇÃO: ferramenta para rosca métrica à direita
interna
VELOCIDADE DE CORTE: de 100 a 950 rpm
VELOCIDADE DE AVANÇO: sincronizada
LIMITAÇÕES GEOMÉTRICAS: abertura de filetes com
passo de 05 a 1,5 mm.
IDENTIFICAÇÃO: T07
MÁQUINA: torno
MATERIAL: metal duro
DENOMINAÇÃO: ferramenta para tornear superfícies
internas.
VELOCIDADE DE CORTE: de 100 a 150 mm/min
VELOCIDADE DE AVANÇO: < 50 mm/min
LIMITAÇÕES GEOMÉTRICAS: conicidade máxima 30º
para fora/ diâmetro interno mínimo 14 milímetros.
IDENTIFICAÇÃO: T08
MÁQUINA: torno/fresadora
MATERIAL: aço rápido HSS
DENOMINAÇÃO: brocas
VELOCIDADE DE CORTE: de 20 a 25 m/min
VELOCIDADE DE AVANÇO: < 30 m/min
LIMITAÇÕES GEOMÉTRICAS: diâmetros variados
IDENTIFICAÇÃO: T09
MÁQUINA: fresadora
MATERIAL: aço rápido HSS
DENOMINAÇÃO: fresas cilíndricas de topo
VELOCIDADE DE CORTE: de 20 a 25 m/min
VELOCIDADE DE AVANÇO: < 30 m/min
LIMITAÇÕES GEOMÉTRICAS: diâmetros e números de
arestas variados.
IDENTIFICAÇÃO: T10
MÁQUINA: fresadora
MATERIAL: aço rápido HSS
DENOMINAÇÃO: fresas angulares
VELOCIDADE DE CORTE: de 20 a 25 m/min
VELOCIDADE DE AVANÇO: < 30 m/min
LIMITAÇÕES GEOMÉTRICAS: diâmetros e números de
arestas variados.
FIGURA 4.1. Módulos básicos que compõe uma máquina de controle numérico computadorizado
(CNC).
A entrada de dados, num formato padrão para que as informações possam ser
processadas na máquina, pode ser efetuada pelo teclado disponível no painel ou por um
equipamento periférico (leitora de fita perfurada ou microcomputador com interface compatível).
As instruções são descarregadas na memória RAM após gerenciamento da unidade central de
processamento (CPU). Se for feita uma analogia com o ser humano, a unidade de processamento
central apenas controla as atividades da máquina, decidindo e cobrando respostas (como um
diretor), numa base de tempo própria, do sistema operacional (EPROM). É o Sistema Operacional
que dispõe dos “conhecimentos” necessários para fazer a máquina CNC executar as tarefas
desejadas. As informações processadas são passadas da CPU para um módulo de saída
(interface), que por sua vez comunica a um sistema eletrônico que controla a movimentação
(motores de passo) da máquina. Neste caso a máquina CNC acusa à CPU que a ordem está
sendo executada, repetindo-se o ciclo até a finalização das atividades programadas.
Os procedimentos a serem executados são apresentados à máquina CNC na forma de um
algoritmo ou programa. Esse programa é produzido numa linguagem que o sistema operacional
“entenda”. A maioria dos Controles Numéricos Computadorizados seguem os códigos
normalizados da International Standard Organization ISO 1056 e da Associação Alemã de
Normas Técnicas DIN 66025. Esses códigos, colocados em uma seqüência lógica, permitem que
a máquina -ferramenta execute os movimentos entre ferramenta e a peça. Essa movimentação
torna possível a usinagem de uma peça. A Figura 4.2 apresenta uma rotina CNC simples, no qual
são apresentados alguns elementos estruturais para elaboração de programas para torneamento
de peças.
FIGURA 4.2. Exemplo de programa CNC para torneamento, apresentando alguns dos elementos
necessários para programação: blocos, palavras (instruções) e endereços.
Figura 4.3. (a) Desenho mostrando cotas referentes a um único ponto (sistema absoluto).
(b) Desenho cotado relativamente aos furos (sistema incrementa l).
automático, tipo revólver, com 6 posições (3 para ferramentas de usinagem externa e 3 para
superfícies internas).
A placa padrão, com 3 castanhas autocentrantes, permite tornear tarugos cilíndricos com
diâmetro máximo de 38 mm. O comprimento máximo da peça bruta é aproximadamente 300 mm.
Para peças com grande comprimento em balanço pode ser empregado um cabeçote móvel com
contraponta, montado sobre o barramento.
O comando numérico incorporado à máquina segue as especificações técnicas das normas
ISO 1056 e DIN 66025, quanto a utilização de funções lógicas de usinagem durante a sua
programação. A inserção de programas na memória RAM pode ser feita pelo teclado, disponível
no painel frontal da máquina, pela fita cassete digital no qual a rotina está gravada ou pelo
carregamento (downloading) via computador, através da interface padrão RS 232.
FIGURA 5.1. (a) Ilustração mostra o torno CNC EMCO, sem a presença de monitor de vídeo. (b)
Representação esquemática dos eixos coordenados X-Z no torno CNC EMCO C5.
A seguir será realizada uma descrição mais pormenorizada das funções M, que serão
comumente empregadas na programação dos tornos CNC EMCO C5.
Esta função interrompe por tempo indeterminado a execução do programa CNC ativo.
Neste caso o programa será novamente ativado após o comando manual do operador (START),
dando-se seqüência ao programa. Este comando paralisa o movimento do carro principal mas, no
entanto, não a rotação do eixo-árvore. Durante a atividade desta função é possível realizar
eventuais correções em blocos subseqüentes àquele no qual o M00 foi especificado.
A função M03 ativa o motor elétrico acoplado ao eixo -árvore, que passa a girar no sentido
horário. É, normalmente, a primeira função especificada no programa. Deve-se salientar que o
controle de rotação, no caso do torno CNC EMCO C5, é manual. Tornos como o EMCO ET-120,
com hardware mais complexo, podem ter a rotação do eixo-árvore controlada pelo programa
CNC.
FIGURA 6.1. (a) Porta -ferramentas com 6 posições e troca automática; (b) diferenças geométricas
entre a ferramenta com corte à direita e a de corte neutro.
A instrução M17 indica o final de uma sub-rotina e que a próxima instrução a ser executada
é o retorno ao programa CNC principal.
Este comando indica o final do programa CNC executado pela máquina. O torno tem os
movimentos do carro principal e eixo-árvore paralisados e o programa CNC pode ser novamente
inicializado, caso se queira usinar uma nova peça.
O torno CNC EMCO C5 é capaz de usinar arcos de circunferência sobre a peça bruta,
gerando superfícies côncavas ou convexas. A função M99 deve ser especificada após um
comando G02 ou G03, para arcos de círculo menores que 90. Maiores detalhes quanto a
determinação dos parâmetros I e K serão vistos juntamente com as funções G02 e G03.
Nesta função o movimento da ferramenta ocorre com a máxima velocidade disponível (no
caso do torno EMCO C5, 700 mm/min aproximadamente). Esta instrução deve ser empregada
apenas em movimentos de aproximação e posicionamento, jamais durante a remoção de material
da peça bruta pois pode causar sérios danos ao equipamento. As coordenadas X e Z
especificadas no comando podem ser relativas a valores absolutos ou incrementais.
A função G01 promove o movimento da ferramenta em uma trajetória linear, cujo ponto
final é definido pelas coordenadas X e Z especificadas, que podem ser valores absolutos ou
incrementais. A velocidade na qual o deslocamento da ferramenta ocorre é fixada pelo endereço
F. Caso seja empregada a função G94 (default) essa velocidade será expressa em milímetros por
minuto; utilizando-se G95 o deslocamento da ferramenta será indicado em milímetros por rotação
do eixo-árvore.
Os parâmetros I e K (registrados sempre com valores positivos) também são limitados aos
mesmos valores que os especificados às coordenadas X e Z, respectivamente, citados acima.
No torno CNC EMCO C5 a instrução G02 permite a usinagem de superfícies côncavas,
enquanto G03 gera superfícies convexas na peça torneada. A especificação correta desses
comandos exige que sejam seguidas algumas regras:
(a) O comando numérico da máquina aceita apenas uma instrução G02/G03 por quadrante
do sistema de eixos X-Z.
(b) Arcos de circunferência (maiores, menores ou iguais a 90) contidos em 2 quadrantes do
sistema de eixos X-Z exigem a especificação de dois comandos G02/G03.
(c) Arcos de 90 contidos em um único quadrante não requer a especificação do seu centro
de curvatura (parâmetro de circularidade), definido pela função M99. A usinagem de arcos que
não satisfaçam esta condição exige a especificação dos parâmetros I e K da função M99. A
determinação dos valores I e K na função M99 deve seguir o seguinte procedimento:
(c1) Adotar um sistema de eixos coordenados I-K, de modo que o eixo I seja paralelo ao
eixo X da máquina e o eixo K, por sua vez, seja paralelo à direção Z;
(c2) Colocar a origem do sistema de coordenadas I-K sobre o ponto inicial do arco a ser
usinado;
(c3) Transladar o sistema de coordenadas I-K para o centro de curvatura do arco;
(c4) Determinar o deslocamento da origem do sistema nas direções I e K. Neste item é
freqüente o uso de funções trigonométricas e conhecimentos de geometria para a determinação
do deslocamento do sistema I-K. Deve-se enfatizar que o sentido do deslocamento deve ser
desconsiderado, ou seja, adota-se na programação CNC apenas valores positivos para os
endereços I e K;
A Figura 6.2 apresenta o desenho da peça cujo arco é usinado com os comandos
apresentados como exemplo.
FIGURA 6.2. Superfície côncava obtida pelo deslocamento da ferramenta em arco, usando G02.
Os programas gerados podem ser armazenados em fitas cassete com qualidade digital
(DAT). O comando G65 torna possível a gravação de um programa, que é identificado por um
número que pode variar de 0 a 99. O mesmo programa pode ser também carregado na memória
da máquina através deste comando. A especificação deste comando não se integra ao programa
CNC, de modo que o mesmo é apagado do programa editado quando o arquivo é gravado ou
carregado na memória do comando numérico.
A função G66 estabelece uma conexão com uma interface padrão RS 232. Este dispositivo
permite transferir informações (dados) a um outro equipamento, também dotado de uma interface
RS 232, como por exemplo leitoras de fita de papel perfurado e microcomputadores. Isto torna
possível a comunicação do torno CNC EMCO C5 com um microcomputador PC-AT compatível,
facilitando a edição, simulação e armazenamento de programas CNC para torneamento.
Embora essas máquinas tenham seu deslocamento efetuado através de fusos de esferas, que
garantem uma movimentação precisa, existem folgas (mínimas) que poderão comprometer o
acabamento da rosca usinada. Para evitar este inconveniente há a necessidade de se ajustar a
rotação do eixo-árvore com o deslocamento do carro principal (sincronismo), de maneira que o
material da peça seja removido com a periodicidade do passo de rosca desejado. Este movimento
deverá ser iniciado antes da filetagem da rosca, compensando-se assim as folgas existentes no
fuso. De modo análogo a operação de roscamento não deve terminar sobre a peça, evitando-se
assim rebarbas indesejáveis. Deve-se destacar que, assim como os demais ciclos de
torneamento, após a usinagem da rosca a ferramenta retorna ao ponto de partida, no qual iniciou-
se o ciclo G78.
FIGURA 6.3. Rosca M20 x 1,5 mm, usinada com o ciclo de roscamento G78.
A instrução G81 permite usinar furos, empregando-se brocas de aço rápido. Deve-se
salientar que antes de se programar G81 deve-se posicionar a ferramenta no centro de rotação da
peça (X0), evitando-se que a mesma se quebre por estar fora de centro. O endereço Z determina
a profundidade do furo, em centésimos de milímetro. O avanço da broca, em mm/min ou
mm/volta, é definido por F. Como nos demais ciclos de torneamento, após a furação a broca
retorna ao ponto de partida, no qual iniciou-se o ciclo G81. A Figura 6.4 mostra
esquematicamente a furação com G81, mostrado no bloco N34.
A instrução G82 permite usinar furos não passantes, empregando-se brocas de aço rápido.
Deve-se salientar que antes de se programar G82 deve-se posicionar a ferramenta no centro de
rotação da peça (X0), evitando-se que a mesma se quebre por estar fora de centro. O endereço Z
determina a profundidade do furo, em centésimos de milímetro. Atingida a profundidade desejada
a broca permanece imóvel por 0,5 segundo, melhorando o acabamento superficial. O avanço da
broca, em mm/min ou mm/volta, é definido por F. Como nos demais ciclos de torneamento, após
a furação a broca retorna ao ponto de partida, no qual iniciou-se o ciclo G82. A Figura 6.5
apresenta esquematicamente o comando.
FIGURA 6.7. Superfícies cilíndricas são facilmente obtidas com o ciclo de torneamento
longitudinal G84.
FIGURA 6.8. Rebaixo cilíndrico radial obtido com o ciclo de sangramento G86.
Embora muitas vezes a peça bruta a ser torneada venha com um bom acabamento nas
extremidades às vezes é necessária a sua preparação. O faceamento elimina irregularidades na
superfície de uma peça que foi cortada por serramento ou com maçarico. É imprescindível a sua
realização antes da usinagem de superfícies internas, evitando-se quebras ou empenamento nas
ferramentas de corte. A Figura 6.9 mostra a seguir mostra a geometria da peça obtida com a
função G88 do exemplo.
Esta função faz com que a máquina interprete os valores de avanço, identificados pelo
endereço F, em milímetros por minuto (ou polegadas por minuto). Esta instrução é assumida
como default no torno CNC EMCO C5, não sendo necessária a sua inclusão no programa. A
velocidade de avanço pode variar entre 2 a 499 mm/min. Assim, F100 significa uma velocidade de
avanço no carro principal de 100 mm/min.
Esta função faz com que a máquina interprete os valores de avanço, identificados pelo
endereço F, em milímetros por rotação (ou polegadas por rotação). A entrada de dados
corresponde a milésimos de milímetro por volta. Assim, F300 significa um avanço no carro
principal de 0,3 mm/rot. É importante destacar que, empregando-se G95, o tempo de usinagem
depende especialmente da rotação do eixo-árvore. O avanço pode variar entre 2 a 499 milésimos
de milímetro por rotação.
FIGURA 7.1. (a) Vista geral da fresadora CNC EMCO F1, que na ilustração não apresenta o
monitor de vídeo. (b) Painel frontal da fresadora CNC EMCO F1.
Nesta função o movimento da ferramenta ocorre com a máxima velocidade disponível (no
caso da fresadora EMCO F1, 700 mm/min aproximadamente). Deve-se destacar que o controle
A função G01 promove o movimento da ferramenta em uma trajetória linear, cujo ponto
final é definido pelas coordenadas X, Y e Z especificadas, que podem ser valores absolutos ou
incrementais. Deve -se destacar que o controle numérico dessa máquina não admite
deslocamentos em 3 coordenadas simultaneamente entre um bloco e outro.
Os programas gerados podem ser armazenados em fitas cassete com qualidade digital
(DAT). O comando G65 torna possível a gravação de um programa, que é identificado por um
número que pode variar de 0 a 99. O mesmo programa pode ser também carregado na memória
da máquina através deste comando.
A função G66 estabelece uma conexão com uma interface padrão RS 232. Este dispositivo
permite transferir informações (dados) a um outro equipamento, também dotado de uma interface
RS 232, como por exemplo leitoras de fita de papel perfurado e microcomputadores. Isto torna
possível a comunicação da fresadora CNC EMCO F1 com um microcomputador PC-AT
compatível, facilitando a edição, simulação e armazenamento de programas CNC para
fresamento.
absoluto como no incremental, verificando-se alguns detalhes que são mostrados no desenho da
Figura 8.1:
(a) modo incremental: posiciona-se a ferramenta para a usinagem da cavidade. As
coordenadas X-Y-Z inseridas em G72 são as dimensões do bolsão mostrado no desenho, no
caso:
N34 G72 X2000 Y2500 Z-500 F30
FIGURA 8.1. Usinagem de cavidade regular com função G72 na fresadora CNC EMCO F1.
Esta função é usada em furação não profunda, nos materiais que formam cavaco
descontínuo.
A instrução G82 faz com que a broca, atingida a profundidade desejada, permaneça imóvel
por 0,5 segundo. Isto melhora o acabamento superficial na extremidade do furo. Como nos
demais ciclos de fresamento, após a furação a broca retorna ao ponto de partida, no qual iniciou-
se o ciclo G82.
Esta função faz com que a máquina interprete os valores de avanço, identificados pelo
endereço F, em milímetros por minuto (ou polegadas por minuto). Esta instrução é assumida
como default na fresadora CNC EMCO F1, não sendo necessária a sua inclusão no programa.
Esta função faz com que a máquina interprete os valores de avanço, identificados pelo
endereço F, em milímetros por rotação (ou polegadas por rotação). A entrada de dados
corresponde a milésimos de milímetro por volta.
FIGURA 8.2. Dados tecnológicos para velocidade de avanço no fresamento (a) e furação (b).
FIGURA 8.3. Ábaco para determinação de rotações por minuto da ferramenta em função da
velocidade de corte de uma ferramenta com diâmetro d.
Após a preparação do programa CNC para a usinagem das peças, baseado no desenho da
mesma, é necessário introduzir esta rotina na memória da unidade de processamento. Isto pode
ser feito através do teclado situado no painel frontal da máquina ou pelo carregamento
(downloading) via cabo, utilizando a interface RS 232 (função G66 ativa). Os programas de edição
instalados em microcomputador normalmente dispõem de recursos para simulação gráfica do
programa elaborado, tornando seu uso mais seguro e com menor possibilidade de erro.
Instalado o programa CNC na memória da máquina é necessário realizar o
referenciamento das ferramentas que serão utilizadas na fabricação da peça. Este procedimento
permite determinar as diferenças geométricas entre as mesmas, como pode-se constatar pelo
elenco de ferramentas disponíveis. No torno CNC EMCO C5 utiliza-se um dispositivo óptico,
denominado luneta, para a determinação das coordenadas X-Z do ponto de referência da
ferramenta. Essas coordenadas são relativas a uma ferramenta padrão, normalmente aquela com
FIGURA 9.1. Processo para referenciamento da peça bruta no torno CNC EMCO C5, utilizando a
ferramenta corte lateral direito: (a) no eixo X; (b) no eixo Z.
FIGURA 9.2. Processo para referenciamento da peça bruta na fresadora CNC EMCO F1, através
do tangenciamento da ferramenta de corte nos planos ortogonais formados pelos eixos X-Y-Z.
G X Z F
N H
(M) (I) (K) (T)(L)(K)
G X Z F
N H
(M) (I) (K) (T)(L)(K)
ANOTAÇÕES:
G X Z F
N H
(M) (I) (K) (T)(L)(K)
ANOTAÇÕES:
G X Z F
N H
(M) (I) (K) (T)(L)(K)
G X Z F
N H
(M) (I) (K) (T)(L)(K)
ANOTAÇÕES:
G X Z F
N H
(M) (I) (K) (T)(L)(K)
G X Z F
N H
(M) (I) (K) (T)(L)(K)
G X Z F
N H
(M) (I) (K) (T)(L)(K)
ANOTAÇÕES:
EXERCÍCIO 11: Elabore um programa CNC para o torneamento da peça desenhada. Com a
ferramenta T05 (bedame de 3mm) usine o rebaixo, sendo a rosca M20 x 1,5mm preparada com a
ferramenta T04. Considere um ponto de troca da ferramenta suficientemente afastado para evitar
choque e que o PST do bedame esteja afastado 1mm no raio e 10mm da extremidade.
OBJETIVO: Utilização das funções G00/G78/G86/M06.
G X Z F
N H
(M) (I) (K) (T)(L)(K)
ANOTAÇÕES:
G X Z F
N H
(M) (I) (K) (T)(L)(K)
G X Y Z F
N
(M) (I) (D) (J) (S) (L) (K) (T)
ANOTAÇÕES:
G X Y Z F
N
(M) (I) (D) (J) (S) (L) (K) (T)
ANOTAÇÕES:
G X Y Z F
N
(M) (I) (D) (J) (S) (L) (K) (T)
ANOTAÇÕES:
G X Y Z F
N
(M) (I) (D) (J) (S) (L) (K) (T)
ANOTAÇÕES:
G X Y Z F
N
(M) (I) (D) (J) (S) (L) (K) (T)
ANOTAÇÕES:
G X Y Z F
N
(M) (I) (D) (J) (S) (L) (K) (T)
ANOTAÇÕES:
G X Y Z F
N
(M) (I) (D) (J) (S) (L) (K) (T)
ANOTAÇÕES:
G X Y Z F
N
(M) (I) (D) (J) (S) (L) (K) (T)
ANOTAÇÕES:
EXERCÍCIO 9: Elabore um programa CNC para o fresamento da peça desenhada. A broca usada
no cabeçote vertical tem diâmetro de 10 mm e está posicionada inicialmente em PST.
OBJETIVO: Utilização das funções G00/G81/G82/G83.
G X Y Z F
N
(M) (I) (D) (J) (S) (L) (K) (T)
ANOTAÇÕES:
EXERCÍCIO 10: Elabore um programa CNC para o fresamento da peça desenhada. A fresa
cilíndrica de topo usada no cabeçote vertical tem diâmetro de 5 mm e está posicionada
inicialmente em PST. A broca necessária para usinagem dos furos cegos é de 8 mm.
OBJETIVO: Utilização das funções G00/G72/G83/M06.
G X Y Z F
N
(M) (I) (D) (J) (S) (L) (K) (T)
ANOTAÇÕES:
• FERRARESI, D. Fundamentos da Usinagem dos Metais. Editora Edgard Blücher, São Paulo,
751p., 1970.
• BOOTHROYD, G. Fundamentals of Metal Machining and Machine Tools. McGraw-Hill
International Book Co., Auckland, 350p., 1981.
• MACHADO, A. Comando Numérico Aplicado à Máquinas-Ferramenta. Ícone Editora, 3 a. ed.,
461p., 1989.
• TRAUBMATIC. Comando Numérico CNC: Torneamento: Programação e Operação. Editora
Pedagógica e Universitária, 246p., 1985.
• TRAUBMATIC. Comando Numérico CNC: Técnica Operacional: Fresagem. Editora Pedagógica
e Universitária, 246p., 1985.
• EMCO. Manual de Programação e Operação do Torno CNC Compact 5. Editado por Emco
Maier & Co., Austria (versão em espanhol).
• EMCO. Manual de Programação e Operação da Fresadora CNC F1. Editado por Emco Maier &
Co., Austria (versão em espanhol).
• HURTH-INFER. Ferramentas de Corte: Catálogo Geral, 64p.