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COMANDO NUMÉRICO COMPUTADORIZADO

PROFª: ELZA MONTEIRO LEÃO FILHA


PROFº JEAN DA SILVA RODRIFUES
FUNÇÕES ESPECIAIS

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PONTOS DE REFERÊNCIA
Os movimentos das ferramentas na usinagem de uma peça exigem do
comando um domínio total da área de trabalho da máqui na, e para
que isso ocorra é necessário que ele reconheça alguns pontos básicos:
Ponto Zero Peça W O ponto zero peça "W", é o ponto que
define a origem (X0,Z0) do sistema de coordenadas da peça.
Este ponto é definido no programa através de um código de
função preparatória "G", e determinado na máquina pelo
operador na preparação da mesma (Preset), levando em
consideração apenas a medida de comprimento no eixo "Z",
tomada em relação ao zero máquina.

Ponto de Trajetória N O ponto de trajetória "N" é um ponto no


espaço (fig. 2). Po rém, uma vez referenciada a máquina suas
coordenadas de posicio namento dentro da área de trabalho
são reconhecidas pelo comando, e servirá como referência na
obtenção dos balanços das ferramentas (bX, bZ), quando
montadas na máquina durante a preparação da mesma, (ver
ponta útil da ferramenta).
Ponto Comandado da Ferramenta P (Ponta útil): É o ponto
de atuação da ferramenta no perfil programado. Porém para
que isso ocorra é necessário definir os valores de balan ço
em X e Z das ferramentas operantes, tendo como referência
nas tomadas de medidas o ponto de trajetória "N”. Tais
valores introduzidos no comando durante a preparação da
máquina, servem para efetuar os cálculos necessários para
que o ponto de trajetória "N" se dê afastado do perfil
programado, permitindo assim a atuação da ponta útil das
ferramentas (P) na usinagem da peça
TIPO DE FUNÇÃO DE PROGRAMAÇÃO

Um programa CNC é composto de várias funções de


programação que deverão ser reconhecidas pelo comando,
e que terão por objetivo fazer com que cada instrução
recebida seja executada dentro do processo de usinagem.
Tais instruções deverão orientar o comando quanto ao O
que Fazer? Onde Fazer? e Como Fazer ? através de funções
codificadas. As funções de programação podem ser
divididas da se guinte forma:
PONTO DE TROCA

1. Ponto de Troca

O ponto de troca é uma coordenada qualquer definida no


programa cujo objetivo é:

- Servir de ponto de partida para posicionamentos rápidos.


- Servir como ponto de parada para troca de ferramentas.
- Local seguro para giro de torre elétrica ou virar peças na
placa.
- Paradas de programa, etc.

Este procedimento visa evitar colisões indesejáveis de


ferramentas, facilitar o trabalho por parte do operador da
máquina e aumentar a sua segurança.

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FUNÇÃO T00

• Utilização da função "T00" na determinação do Ponto de


Troca

- Na determinação do ponto de troca a função "T00",


seguida da função de origem Zero peça (G54 ou G55) e de
um posicionamento pré estabelecido, tem participação
fundamental no posicionamento da torre, pois ela cancela os
balanços das ferramentas fazendo com que a torre,
independente da ferramenta utilizada sempre pare no
mesma posição.
No bloco contendo a função T00 recomenda-se que se
coloque como comentário sempre a ferramenta desejada.
EXEMPLO
:
T00 ; T0101 FERRA. DE DESBASTE # (Cancela corretores, e avisa qual
ferramenta vai entrar)
G54 # (Origem zero peça)
G00 X150. Z150. # (Ponto de Troca)
T0101 ; FERRAMENTA DE DESBASTE # (Chamada de ferramenta e
corretor)
:
T00 ; T0202 FERRA. INTERNA # (Cancela corretores, e avisa qual
ferramenta vai entrar)
G54 # (Origem zero peça)
G00 X150. Z150. # (Ponto de Troca)
T0202 ; FERRAMENTA INTERNA # (Chamada de ferramenta e corretor)
:
M30 # (Fim de Programa)

Obs: Na busca de uma determinada ferramenta, para início no


meio do programa, que essa busca seja feita somente através da
função T00 até que se encontre a ferramenta desejada.
NÃO UTILIZANDO A FUNÇÃO "T00" NA
DETERMINAÇÃO DO PONTO DE TROCA.

Caso não se utilize a função T00 na determinação do ponto de troca, o comando


levará em consideração os balanços das ferramentas envolvidas, fazendo com
que a ponta útil das ferramentas pare na mesma posição, porém, a torre irá
parar em posições diferentes.

Obs: Neste caso aconselha-se a colocar a origem zero peça, após a chamada da
ferramenta

Exemplo de ponto de troca, sem a utilização da função T00.


:
T0101; FERRAMENTA DE DESBASTE # (Chamada de ferramenta e corretor)
G54 # (Origem zero peça)
:
G00 X 150. Z50. # (Ponto de Troca)
:
T0202 ; FERRAMENTA INTERNA # (Chamada de ferramenta e corretor)
G54 # (Origem zero peça)
:
G00 X150. Z50. # (Ponto de Troca)
:
M30 # (Fim de Programa
FUNÇÕES AUXILIARES

As funções auxiliares formam um grupo de


funções que completam as informações
transmitidas ao comando através das funções
preparatórias e funções de posicionamento,
principalmente com informações tecnológicas.
Dentre as funções auxiliares podemos destacar
as seguintes:
FUNÇÕES AUXILIARES
Função N

Cada bloco ou sentença de informação é identificado pela


função "N", seguida de até 4 dígitos.

A função "N" deverá ser informada no início do bloco ou


sentença.

Se usada, esta função deveria ser incrementada com valores


por exemplo, de 5 em 5 ou 10 em 10, deixando assim espaço
para possíveis modificações no programa.

Exemplo:
:
N50 G00 X130. Z140. #
N55 G01 X132. Z138. F.2 #
Função # (EOB - END OF BLOCK)

A função auxiliar "EOB", é representado pelo caractere "#", e é


utilizada no final de cada bloco ou sentença com o intuito de finaliza-
la para que outra possa ser aberta.

Exemplo:

:
N10 G1 X45. Z66. F.15 #
:

Função S

Através desta função o comando recebe informações quanto ao valor


da velocidade de corte de duas maneiras diferentes:
DIRETA:

Quando utilizado junto com a função G96, o valor da


função auxiliar "S", entra como valor de velocidade de corte
constante, com o qual o comando executa os cálculos de rpm em
função do diâmetro da peça, ocasionando assim uma variação de
rotação durante a usinagem.

Deve-se limitar o rpm máximo alcançado em função da velocidade de


corte requerida, programando-se a função G92 seguida da função
auxiliar "S", entrando neste caso como valor máximo de rotação à
atingir.

Exemplo:
G96# (Programação em velocidade de corte constante)
S 200.# (Valor da velocidade de corte)
G92 S3000 M03 # (Limitação de rpm máximo e sentido de
giro)
INDIRETA:
Quando utilizado com a função G97 o valor da função
auxiliar "S", entra apenas como valor de rotação constante a ser
usada da máquina, com um formato de função S4 (4 dígitos).
Exemplo:

G97 # ( Programação em rpm direta )


S3000 M3# ( rpm constante e sentido de giro )

Função T

A função "T" é usada para selecionar as ferramentas na torre


informando para a máquina o seu zeramento ( PRE-SET ), raio do
inserto, sentido de corte e corretores.
Exemplo:
N40 T 01 01 #
Onde:
O primeiro numeral (01), representa qual ferramenta será usada.
O segundo numeral (01), representa o corretor usado para as medidas
e desgaste do inserto .
Função P

A função "P" identifica programas e sub-programas na memória do comando.


Todo programa existente no comando é identificado através da função
auxiliar "P", pela qual poderá ser chamado no diretório de programas,
renumerados ou até mesmo apagados.

Nota: Se um sub-programa é renumerado, as referências a este programa


contidas em outros, não são automaticamente atualizadas.

Função F

Através da função "F" programa-se a velocidade de avanço para o trabalho


em usinagem. Este avanço poderá ser em pol/rot (quando utilizada as funções
G70 com G94), com formato de função f 2.4, (--- --- ; --- --- --- ---) ou em mm/rot
(quando utilizada as funções G71 com G95, com formato de função f 2.2 ( --- --
- ; --- ---)
Nota: Na maioria dos comandos, ligou a máquina ela já assume G71 com G95
(mm/rot) como condição básica de funcionamento.

Exemplo:
N10 G1 X45. Z66. F.15 #
Função L

A função "L" define o número de repetições que uma determinada operação


deve ser executado.

Exemplo:
:
N80 P10 L3 # (Esta sentença define que o subprograma 10 será repetido 3
vezes)

Pode-se chamar um sub-programa para múltiplas repetições, programando-se


um bloco contendo a função "P" (com o número do sub-programa) e "L" (com
o número de vezes que o sub-programa deverá ser executado).

3.8 - Função H

A função auxiliar "H" precedida de um valor numérico, executa desvios


incondicionais no programa e deverá ser programado em um bloco separado.
Esta função deve ser usada em programas contendo números seqüenciais
"N", pois o desvio ocorre para um determinado bloco que contenha uma
seqüência, onde "N" tem um valor exatamente igual ao determinado na
função "H".
Exemplo:
N00 ;EIXO #
:
H70
N30 T0101;BROCA #
N35 G54 #
N40 G00 X30. Z75.#
:
N200 M30 #
Portanto: O comando ao ler a função H70 desvia automaticamente para a
sentença N70.
Função / (Barra)

Utilizamos a função ( / ) barra quando for necessário inibir a execução de


blocos no programa, sem alterar a programação.
Se o caractere "/" for digitado na frente de alguns blocos, estes serão ignorados
pelo comando, desde que o operador tenha selecionado a opção "INIBE
BLOCOS" na página de "REFERÊNCIAS DE TRABALHO".
Caso a opção INIBE BLOCOS não seja selecionado, o comando executará os
blocos normalmente, inclusive os que contiverem o caractere "/".
Exemplo: /N90 M08 #
FUNÇÃO MISCELÂNEA.
M00 Parada programada
M02 Fim de programa
M03 Sentido horário de rotação do eixo-árvore
M04 Sentido anti-horário de rotação do eixo-árvore
M05 Desliga o eixo-árvore sem orientação (fuso para em qualquer posição)
M06 Libera o giro da Torre na troca automática de ferramentas
M07 Liga refrigerante de corte (alta pressão)
M08 Liga refrigerante de corte (baixa pressão)
M09 Desliga refrigerante de corte
M10 Faixa de Rotação
M11 Faixa de Rotação
M12 Faixa de Rotação
M13 Faixa de Rotação
M14 Faixa de Rotação
M24 Abre a Placa de Fixação
M25 Fecha a Placa de Fixação
M26 Recua o Mangote da contra ponta
M27 Avança o Mangote da contra ponta
M30 Fim de programa
FUNÇÃO PREPARATÓRIA
G00 Interpolação linear com avanço rápido
G01 Interpolação linear com avanço programado
G02 Interpolação circular no sentido horário
G03 Interpolação circular no sentido anti-horário
G04 Tempo de permanência
G20 Programação em Diâmetro
G21 Programação em Polegada
G40 Cancela compensação do raio da ponta da ferramenta
G41 Compensação do raio da ferramenta (esquerda)
G42 Compensação do raio da ferramenta (direita)
G53 Cancela todos os Deslocamentos de Ponto Zero (DPZ's)
G54 Ativa o primeiro Deslocamentos de Ponto Zero ( 1 DPZ's).
G55 Ativa o segundo Deslocamentos de Ponto Zero ( 2 DPZ's).
G70 Programação em Polegada
G71 Programação em Milímetro
G73 Interpolação Linear Ponto a ponto
G90 Programação em Coordenadas Absolutas
G91 Programação em Coordenadas Incrementais
G92 Definição de Origem temporária / Limite de RPM
G94 Programação em Avanço por minuto
G95 Programação em Avanço por rotação
G96 Programação em Velocidade de Corte Constante
G97 Programação em RPM direta
G99 Cancela Definição de Origem Temporária
AGRADECEMOS A ATENÇÃO

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