Você está na página 1de 132

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO

MANUAL DE POLÍCIA
JUDICIÁRIA MILITAR

1ª Edição
2019
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ordem das peças do APFD ...................................................................... 28

Figura 2 - Capa do IPM ............................................................................................. 60

Figura 3 - Juntada de disco de dados ....................................................................... 63

Figura 4 - Ordem das peças do IPM ......................................................................... 64

Figura 5 - Ordem das peças do PD ........................................................................... 72


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Contagem do prazo no caso de serviço com início e término no mesmo


dia ............................................................................................................................. 67

Tabela 2 - Contagem do prazo no caso de serviço com início e término em datas


diversas ..................................................................................................................... 67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AJMES – Auditoria de Justiça Militar Estadual

APFD – Auto de Prisão em Flagrante Delito

CF – Constituição Federal

CPM – Código Penal Militar

CPPM – Código de Processo Penal Militar

IPM – Inquérito Policial Militar

JME – Justiça Militar Estadual

MP – Ministério Público

PD – Procedimento de Deserção

PJJAM – Promotoria de Justiça Junto à Auditoria Militar

PMES – Polícia Militar do Espírito Santo

PROVITA/ES - Programa estadual de apoio e proteção às testemunhas, vítimas e


familiares de vítimas da violência no Espírito Santo
SUMÁRIO

1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR .......................................................................... 8


1.1 CONCEITO ........................................................................................................... 8

1.2 CRIME MILITAR ............................................................................................... 10

1.3 CRIMES PROPRIAMENTE E IMPROPRIAMENTE MILITARES E CRIMES


MILITARES POR EXTENSÃO .................................................................................. 14

1.4 CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA DE CIVIL ............................................... 16

2. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO .................................................... 18


2.1 CONCEITUAÇÃO ............................................................................................... 18

2.2 ESPÉCIES DE FLAGRANTE .............................................................................. 20

2.3 AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO ................................................... 21

2.3.1 Considerações Gerais ............................................................................... 21

2.3.3 Providências do Condutor ......................................................................... 25

2.3.4 Providências do Presidente do APFD ....................................................... 26

2.4 ORDEM DAS PEÇAS DO APFD ......................................................................... 28

3. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR ......................................................................... 29


3.1 FINALIDADE E CONCEITO ................................................................................ 29

3.2 CARACTERÍSTICAS DO IPM ............................................................................. 30

3.2.1 Inquisitivo .................................................................................................. 30

3.2.2 Escrito ....................................................................................................... 30

3.2.3 Sigiloso...................................................................................................... 30

3.2.4 Dispensável ............................................................................................... 31

3.2.5 Indisponível ............................................................................................... 32

3.2.6 Oficioso e Oficial ....................................................................................... 32

3.3 PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES AO IPM ........................................................ 33

3.4 INSTAURAÇÃO .................................................................................................. 34


3.5 ENCARREGADO ................................................................................................ 35

3.6 ESCRIVÃO .......................................................................................................... 36

3.7 PRAZO ................................................................................................................ 37

3.8 FORMAÇÃO DO IPM .......................................................................................... 38

3.9 DEPOIMENTOS .................................................................................................. 39

3.9.1 Intimação................................................................................................... 39

3.9.2 Oitiva de criança e adolescente ................................................................ 40

3.9.3 Ofendido.................................................................................................... 41

3.9.4 Testemunha .............................................................................................. 41

3.9.5 Indiciado .................................................................................................... 41

3.9.6 Carta precatória ........................................................................................ 42

3.10 ACAREAÇÃO .................................................................................................... 43

3.11 RECONHECIMENTO ........................................................................................ 43

3.11.1 Reconhecimento pessoal ........................................................................ 44

3.11.2 Reconhecimento fotográfico .................................................................... 45

3.11.3 Reconhecimento de coisa ....................................................................... 45

3.12 PERÍCIAS E EXAMES ...................................................................................... 46

3.13 AVALIAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE COISA .................................................... 47

3.14 BUSCA E APREENSÃO ................................................................................... 48

3.14.1 Busca domiciliar ...................................................................................... 48

3.14.2 Busca pessoal ......................................................................................... 49

3.15 PROGRAMA DE PROTEÇÃO (PROVITA) ....................................................... 50

3.16 QUEBRA DE SIGILO E INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E DE FLUXO DE


COMUNICAÇÕES ..................................................................................................... 51

3.17 INFORMAÇÕES DE FONTES ABERTAS......................................................... 52

3.18 RECONSTITUIÇÃO .......................................................................................... 54


3.19 PRISÃO PREVENTIVA ..................................................................................... 54

3.20 INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL ........................................................... 56

3.21 RELATÓRIO...................................................................................................... 57

3.22 SOLUÇÃO ......................................................................................................... 59

3.23 MONTAGEM DO IPM........................................................................................ 59

3.23.1 Capa/autuação ........................................................................................ 60

3.23.2 Papel ....................................................................................................... 61

3.23.3 Numeração/rubrica .................................................................................. 61

3.23.4 Fonte ....................................................................................................... 62

3.23.5 Volumes .................................................................................................. 62

3.23.6 Autos apartados ...................................................................................... 62

3.23.7 Autos apensados .................................................................................... 62

3.23.8 Documentos já autuados......................................................................... 63

3.23.9 Disco de dados ....................................................................................... 63

3.24 ORDEM DAS PEÇAS DO IPM .......................................................................... 64

4. PROCEDIMENTO DE DESERÇÃO ...................................................................... 65


4.1 CONCEITUAÇÃO ............................................................................................... 65

4.2 CONTAGEM DO PRAZO .................................................................................... 66

4.3 TERMO DE DESERÇÃO .................................................................................... 67

4.3.1 Termo de Deserção de Oficiais ................................................................. 68

4.3.2 Termo de Deserção de Praças ................................................................. 69

4.4 APRESENTAÇÃO OU CAPTURA ...................................................................... 71

4.5 ORDEM DAS PEÇAS DO PROCEDIMENTO DE DESERÇÃO .......................... 72

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 73
APÊNDICE A – MODELO DE APFD ........................................................................ 76
APÊNDICE B – MODELO DE IPM ........................................................................... 91
APÊNDICE C – MODELO DE PROCEDIMENTO DE DESERÇÃO ....................... 126
APRESENTAÇÃO

O presente manual possui como objetivo precípuo servir de referencial aos militares
estaduais que lidam com as temáticas da atividade de polícia judiciária militar no
âmbito da corporação, além de auxiliar na padronização e elaboração dos principais
procedimentos.

Os temas aqui abordados possuem aspectos diversos e por vezes controversos,


observando, por exemplo, conceituações doutrinárias, que foram abordadas
objetivamente, bem como a jurisprudência em vigor, além de comparar como estas
temáticas são verificadas em outras instituições militares estaduais.

É cediço que a persecução penal é realizada de duas formas, a primeira preliminar e


a segunda mediante o devido processo legal. Na primeira delas a polícia judiciária
militar assume a sua importância e relevância, pois nessa fase são reunidas
informações que subsidiarão ao Ministério Público, que ficará a cargo da segunda
fase, ou seja, do persecutio criminis, por intermédio da ação penal militar.

No presente manual serão tratadas três hipóteses procedimentais da fase preliminar


da persecução penal militar, pois além do inquérito policial militar há casos em que a
prática do crime militar se encontrará em estado de flagrância, momento em que se
lançará mão do auto de prisão em flagrante delito e, ainda, situações de crimes
militares que demandam procedimentos específicos, como o caso da deserção.

Nesse sentido, este manual não possui o condão de esgotar a discussão sobre os
assuntos, tampouco limitar o senso crítico dos que labutam em tal mister, mas sim
contribuir para maior entendimento, bem como colaborar para a padronização e
qualidade procedimental.
8

1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR

1.1 CONCEITO

Álvaro Lazzarini (apud NEVES, 2017, p. 242) conceitua polícia judiciária como
“polícia repressiva, porque atua após a eclosão do ilícito penal, funcionando como
auxiliar do Poder Judiciário”, diferindo-se da polícia administrativa, pois essa atua na
prevenção e repressão do ilícito administrativo, incidindo sobre bens, direitos e
atividades, e não apenas sobre pessoas, como é o caso da polícia judiciária.

Além disso, a polícia administrativa é exercida por diversos órgãos da administração


pública e é regulada por normas administrativas, enquanto a polícia judiciária é
atribuição privativa de determinadas instituições, sendo regida pela legislação
processual penal.

Ao dispor sobre a segurança pública, a Constituição Federal de 1988 (CF), em seu


art. 144, estabelece as atribuições dos órgãos pelos quais o Estado exerce tal
atividade. No que se refere às Polícias Civis estaduais, o § 4º do aludido artigo
indica que a essas instituições incumbem, ressalvada a atribuição da Polícia
Federal, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
militares.

Quando não conferiu a atribuição da apuração das infrações penais militares às


Polícias Civis, Federal ou Estaduais, o constituinte manteve tal função restrita à
polícia judiciária militar, apesar disso não se encontrar expressamente descrito no
texto da Lei Maior.

Assim, restou à norma infraconstitucional dispor sobre a atribuição da polícia


judiciária militar e as autoridades incumbidas de exercê-la, matéria tratada por meio
do Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969, que instituiu o Código de
Processo Penal Militar (CPPM).

Com efeito, o art. 8º do CPPM elenca o rol de atribuições conferido por lei à polícia
judiciária militar, a saber:

Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:


a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão
sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do
Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos
9

processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem
requisitadas;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva
e da insanidade mental do indiciado;
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua
guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste Código,
nesse sentido;
f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à
elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo;
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e
exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar;
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de
apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil
competente, desde que legal e fundamentado o pedido.

No art. 7º o Código de Processo Penal Militar (CPPM) estabelece o rol de


autoridades que são responsáveis pelo exercício da polícia judiciária militar no
âmbito das Forças Armadas, não existindo grande parte dos cargos relacionados
nas Polícias e Bombeiros Militares dos Estados. Entretanto, é pacífico na doutrina o
entendimento de que, embora não presente a mesma estrutura de autoridades
elencadas nas forças militares estaduais, há cargos que encontram correspondência
entre as forças militares federais e estaduais. Nesse sentido, Reinaldo Zychan de
Moraes postula que:

Bombeiros Militares, temos que as autoridades de polícia judiciária são: os


Comandantes-Gerais, os Subcomandantes Gerais, os Chefes do Estado-
Maior PM, conforme a designação particular de cada instituição e os
diversos Comandantes de Unidade. (apud NEVES, 2017, p. 244)

Mantendo essa correspondência e designação peculiar, no âmbito da PMES, estas


autoridades originárias estão definidas na Portaria nº 781-R, de 23 de julho de 2019,
conforme abaixo transcrito:

Art. 2º - A polícia judiciária militar é exercida originariamente, no âmbito da


PMES, em correspondência ao art. 7º do CPPM, conforme as respectivas
atribuições, pelas seguintes autoridades:
I - Comandante Geral, Subcomandante Geral e Corregedor, respeitadas as
normas de hierarquia e comando, em todos os órgãos e sob todo o efetivo
da instituição;
II – Diretor, Comandante de Comando de Polícia Ostensiva (CPO) e
Comandante de Unidade Operacional (UOp), respeitadas as normas de
hierarquia e comando, nos órgãos sob sua circunscrição e efetivo sob sua
subordinação.

O próprio texto do CPPM reforça o entendimento do exercício da polícia judiciária


militar pelas Polícias e Corpos de Bombeiros Militares, ao dispor no art. 6º que as
10

suas normas processuais deverão ser obedecidas, no que forem aplicáveis, aos
processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes militares a que responderem os
oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros Militares, exceto quanto à
organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença.

Diante da conceituação de polícia judiciária de Álvaro Lazzarini e do que foi exposto,


pode-se afirmar que polícia judiciária militar é a polícia que atua em repressão ao
crime militar, funcionando, também, como auxiliar da Justiça Militar, seja em âmbito
federal, quando é exercida pelas Forças Armadas, seja em âmbito estadual, quando
é exercida pelas Polícias e Corpos de Bombeiros Militares.

1.2 CRIME MILITAR

O reconhecimento de uma conduta como crime militar não se trata de uma questão
simples, importando aqui transcrever o desabafo de Júlio Fabbrini Mirabete, citado
por Jorge Cesar de Assis (2012, p. 41), de “[...] que árdua, por vezes, é a tarefa de
distinguir se o fato é crime comum ou militar, principalmente nos casos de ilícitos
praticados por policiais militares”. É que para identificar se determinada conduta
trata-se de um crime militar, a sua previsão no Código Penal Militar (CPM) não é
suficiente.

Jorge Cesar de Assis (2012, p. 44) conceitua crime militar como “toda violação
acentuada ao dever militar e aos valores das instituições militares”, e ainda, segundo
o mesmo autor, a distinção entre o crime militar e a transgressão disciplinar é que
esta também se trata da mesma violação, mas em sua manifestação elementar e
simples, sendo a relação entre crime militar e transgressão da disciplina militar a
mesma existente entre crime e contravenção penal.

Essa posição, no que se refere à diferença entre ilícito penal militar e transgressão
disciplinar, também é tratada por Neves e Streifinger (2014, p. 102 e 103):

No que se refere especificamente às esferas penal militar e disciplinar, há


uma tendência a se compreender, em princípio, que constituem elas
círculos concêntricos, o que permite afirmar que nem toda transgressão é
crime, mas todo crime é transgressão. Em outros termos, deve-se
reconhecer que uma transgressão disciplinar pode ser punida
autonomamente, mesmo que aquele fato não configure um crime (comum
ou militar). Contudo, diante de um crime praticado por um militar do Estado,
por exemplo, em regra, haverá uma transgressão disciplinar correlata, visto
que um dos deveres disciplinares nos Regulamentos Disciplinares Militares
é o de respeitar a lei, podendo-se dizer que quem comete um crime não
respeita a lei, portanto, é indisciplinado e consequentemente merece a
11

sanção disciplinar. Esta, em regra, não é absorvida pela pena aplicada,


podendo haver a coexistência de punição disciplinar e pena, sem lesão ao
princípio ne bis in idem.

A despeito de conceituação doutrinária, o critério adotado em nosso país para a


configuração do crime militar foi o critério ratione legis, ou seja, crime militar é aquele
que a lei penal militar diz que é, sendo essa a melhor interpretação, pois outra
diversa não estará alinhada ao texto constitucional, que em seus artigos 124 e 125
prevê que os crimes militares são os definidos em lei.

Aparentando aglutinar as diferentes posições da doutrina, Ronaldo João Roth (2011,


p. 519) afirma que:

[...] o crime militar é aquele definido no CPM e que atinge valores inerentes
às instituições militares, tais como a hierarquia e a disciplina militares, o
serviço militar e os militares, e outros bens jurídicos especiais. Daí se
reconhecer que esse crime é especial e sua existência decorre do critério
ratione legis, ou seja, a lei o define como tal.

E no art. 9º do Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969, que instituiu o


Código Penal Militar (CPM), com as recentes alterações promovidas pela Lei nº
13.491 de 13 de outubro de 2017, tem-se o que é considerado crime militar em
tempo de paz:
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na
lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo
disposição especial;
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,
quando praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na
mesma situação ou assemelhado;
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou
assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio
sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;
f) revogada.
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil,
contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os
compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem
administrativa militar;
12

b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de


atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da
Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância,
observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou
manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em
função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância,
garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária,
quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a
determinação legal superior.
§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do
Júri.
O que resulta do texto atual do CPM é que os crimes militares não se restringem
somente aos que se encontram tipificados em tal diploma. A partir de outubro de
2017, qualquer conduta caracterizada como crime, previsto no Código Penal comum
ou em qualquer outra lei penal extravagante, que encontre, também, subsunção às
hipóteses do art. 9º do CPM, deve ser entendida como crime militar.

Tome-se como exemplo um policial militar, de serviço, flagrado por seu superior
trazendo consigo uma pistola calibre nove milímetros, sem registro, que antes desta
alteração do CPM de 2017, tal conduta seria caracterizada como crime comum de
porte ilegal de armas, previsto no art. 14 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003, popularmente conhecida como Estatuto do Desarmamento.

Hoje, a mesma situação deve ser entendida, pela letra da lei, como crime militar,
devendo o agente responder pelas mesmas penas do Estatuto, combinado com o
atual inciso II, alínea “c”, art. 9º, do CPM.

Cabe aqui registrar o ensinamento de Antonio Scarance Fernandes (apud NEVES;


STREIFINGER, 2014, p. 245) que, mesmo exposto no contexto anterior às
alterações promovidas pela Lei 13.491 de 2017, serve perfeitamente à nova redação
do CPM:

Examinando-se os três incisos do art. 9º, percebe-se que os crimes militares


são de tipificação direta e tipificação indireta. Segundo o inciso I, para os
crimes militares próprios basta a descrição típica da Parte Especial: têm-se
aí crimes de tipificação direta. Mas os crimes impropriamente militares
exigem, para sua tipificação, além dos elementos descritos na Parte
Especial, outros dados que constam das alíneas do inciso II. Também são
de tipificação indireta os crimes do inciso III, caracterizados pela conjugação
dos elementos da descrição típica da Parte Especial com os elementos que
o inciso contempla.
13

Para a identificação da ocorrência de um crime militar, é necessário ainda se


verificar se o autor de determinado fato pode ser processado e julgado pela Justiça
Militar competente para apreciar o delito. O § 4º do art. 125 da Constituição Federal
prescreve que:

Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos


Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra
atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a
vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. .

Do texto constitucional se extrai que a Justiça Militar Estadual (JME) não tem
competência para processar e julgar civis ou militares das Forças Armadas. Assim, a
JME só atua quando os bens jurídicos militares referentes às polícias e bombeiros
militares, e à própria JME, são afrontados por militares dos estados.

Desse modo, quando, por exemplo, um militar das Forças Armadas, ou um civil,
desacata um policial militar de serviço que se encontrava em patrulhamento na via
pública, não se verifica a prática de um crime militar por parte do sujeito ativo, mas
sim a ocorrência de um crime comum. Se o autor desse mesmo desacato fosse um
policial militar ou bombeiro militar, estaria caracterizada a ocorrência de um crime
militar.

De outro bordo, a Justiça Militar da União não pode avaliar a conduta de um militar
estadual pela sua condição de militar. Exemplificando essa situação, tem-se uma
agressão promovida por um policial militar em desfavor de um militar das Forças
Armadas, que tenham causado lesões corporais neste, quando ambos, da ativa, se
encontravam de folga e em local não sujeito à administração militar.

Aparentemente, tal situação encontra conformidade com a alínea “a” do inciso II do


art. 9º. No entanto, o bem jurídico tutelado, nesse caso a integridade física do militar
das Forças Armadas, não pode ser protegido pela Justiça Militar da União, vez que
esta não pode “enxergar” a condição de militar no policial militar, sendo o fato
caracterizado como crime comum e apreciado pela Justiça Estadual, sendo evidente
que, trocando os sujeitos de posição, teríamos a mesma situação.

Objetivando facilitar a avaliação se determinada conduta caracteriza-se como crime


militar, atualizando-se a lição de Neves e Streifinger (2014), três passos devem ser
seguidos, evidenciados por três questões, a saber:
14

1ª) O fato está previsto como delito na Parte Especial do Código Penal Militar ou em
outra lei penal?

2ª) Há previsão das circunstâncias em um dos incisos do art. 9º do CPM?

3ª) O sujeito ativo do crime pode ser processado e julgado pela Justiça Militar, que
apreciará o delito (arts. 124 e 125, § 4º, da CF)?

Caso haja resposta positiva para as três proposições, o fato em análise trata-se de
um crime militar. Advertem Neves e Streifinger (2014) que a conclusão pela
caracterização de crime militar depende ainda da análise da antijuridicidade e, para
os adeptos da teoria tripartite, da culpabilidade.

1.3 CRIMES PROPRIAMENTE E IMPROPRIAMENTE MILITARES E CRIMES


MILITARES POR EXTENSÃO

A lei não especifica o que se entende por crime propriamente ou impropriamente


militar, restando à doutrina apontar tal caracterização.

Para Nucci (2014) consideram-se crimes propriamente militares, ou autenticamente


militares, os que possuem previsão única e tão somente no CPM, sem haver
correspondência em qualquer outra lei penal; ademais, os delitos penais militares
próprios somente podem ser cometidos por militares, jamais por civis; já os crimes
impropriamente militares são os que possuem dupla previsão, ou seja, tanto no CPM
quanto no Código Penal comum, ou legislação similar, existindo ou não divergência
de definição.

Esta é a visão da doutrina penal comum acerca de tal tema, denominada teoria
topográfica (NEVES; STREIFINGER, 2014), entretanto, acrescenta ao seu
posicionamento que o crime previsto somente na legislação militar, que pode ter o
civil por sujeito ativo, deve também ser considerado impropriamente militar.

A posição de Nucci aproxima-se da chamada teoria clássica, adotada por Célio


Lobão e Jorge César de Assis, para a qual crimes propriamente militares seriam os
que só podem ser cometidos por militares, pois consistem em violação de deveres
que lhes são peculiares. Trata-se do crime funcional praticável somente pelo militar,
a exemplo da deserção (art. 187 do CPM), da cobardia (art. 363 do CPM), dormir em
serviço (art. 203 do CPM), dentre outros.
15

Esta teoria admite uma exceção, a saber, o crime de insubmissão, previsto no art.
183 do CPM, vez que não se trata de conduta praticada por militar, mas sim por civil
que deixa de se apresentar quando convocado à incorporação, dentro do prazo que
lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausenta-se antes do ato oficial de
incorporação, caso no qual a incorporação do civil insubmisso à força militar, que o
qualifica como militar, é condição de punibilidade ou de procedibilidade, nos termos
do art. 464, § 2º, do CPPM.

Em crítica à teoria clássica, Neves e Streifinger (2014) filiam-se à teoria processual


de Jorge Alberto Romeiro, que adaptou a teoria clássica, afirmando que crime
propriamente militar é aquele cuja ação penal somente pode ser proposta contra
militar, incluindo, então, nessa regra, o crime de insubmissão.

A discussão sobre a classificação dos delitos militares como propriamente ou


impropriamente militares vai além de posicionamentos meramente didáticos. Dispõe
o art. 18 do CPPM que:

Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido,


durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a
detenção à autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser
prorrogado, por mais vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval
ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do
inquérito e por via hierárquica.

Pelo dispositivo em comento é possível a detenção do indiciado sem a existência de


flagrante delito ou de ordem judicial fundamentada na ocorrência de qualquer crime
militar, contudo tal possibilidade não foi recepcionada plenamente pela Constituição
Federal de 1988, que no art. 5º, inciso LXI, dispõe que “ninguém será preso senão
em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei”.

Então, apenas na incidência dos crimes propriamente militares o Encarregado de


Inquérito Policial Militar (IPM) está autorizado a se valer do previsto no art. 18 do
CPPM, não sendo dispensada a fundamentação do ato que impõe a prisão, e o
mandado com o conteúdo do decreto prisional.

No Código Penal comum também há dispositivo que exige a distinção entre crime
propriamente e impropriamente militar, uma vez que no art. 64, II, consta que para
16

efeito de reincidência, como circunstância agravante na fixação da pena, na


condenação por crime comum, não se consideram os crimes militares próprios.

Neves e Streifinger (2014) advertem que não há reciprocidade no CPM para o


tratamento da reincidência, pois uma condenação prévia por crime comum induzirá à
reincidência em eventual futuro julgamento por crime militar, mesmo que se trate de
um crime propriamente militar, isso, é claro, se praticado após cinco anos, contados
a partir da data do cumprimento ou extinção da pena conforme o § 1º do art. 71 do
CPM.

Destaca-se que as inovações trazidas ao CPM, pela novel Lei nº 13.491 de 2017,
demandam uma atualização simples do que foi construído pela doutrina, acerca da
diferenciação entre crimes propriamente e impropriamente militares, sendo evidente
que as condutas previstas em diplomas penais diversos do castrense, já que não
produzidos para orientar o comportamento dos militares, não podem ser enxergados
como crimes propriamente militares, sendo essa nova categoria de crimes militares
designada por João Ronaldo Roth (2018) como crimes militares por extensão,
denominação que vem ganhando reconhecimento junto à doutrina que labuta o
Direito Penal Militar.

1.4 CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA DE CIVIL

Os crimes dolosos contra a vida de civil praticados por militares estaduais, ocorridos
em qualquer das circunstâncias elencadas no art. 9º do CPM, não estão excluídos
do rol dos crimes militares, nem mesmo com as recentes alterações do Código
Penal Militar promovidas pela Lei nº 13.491 de 2017, que, em verdade, ampliou o
conceito de crime militar e a competência das Justiças Militares.

O que se verifica é o deslocamento do foro para processamento e julgamento,


nesses casos, para o Tribunal do Júri, nos termos do art. 82 do Código de Processo
Penal Militar. Isso também é extraído do art. 125, § 4º, da Constituição Federal:

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos


Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra
atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a
vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
17

A despeito de existirem posicionamentos contrários ao entendimento de que os


crimes dolosos cometidos por militares estaduais contra a vida de civil caracterizam-
se como crimes militares, a atribuição da polícia judiciária militar, por meio do
inquérito policial militar (IPM), para investigar fatos dessa natureza está estampada
no § 2º do art. 82 do Código de Processo Penal Militar, in verbis: “Nos crimes
dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos
do inquérito policial militar à justiça comum”.

Desse modo, quando da ocorrência de homicídio de civil, mesmo que culposo ou na


forma tentada, cometido por policial militar em qualquer das hipóteses
caracterizadoras de infração penal militar, deverá a polícia judiciária militar atuar na
apuração de tal conduta.
18

2. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

2.1 CONCEITUAÇÃO

Diz-se estar flagrante, do latim flagrans, o que arde ou queima, ou seja, está
acontecendo; já o flagrante delito pode ser compreendido como o momento da
perpetração do fato tipificado como crime, com notórias e plenas convicções acerca
de autoria e materialidade.

A prisão em flagrante é medida restritiva de liberdade, de natureza cautelar e de


caráter administrativo, sem ordem judicial, a fim de cessar infração, sendo prisão
provisória, constante do sistema acusatório, consistindo em medida excepcional.

Conforme o inciso LXI do art. 5º da CF “ninguém será preso senão em flagrante


delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei”; de forma semelhante à previsão do texto constitucional, no art. 221 do CPPM
consta que “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita de
autoridade competente”.

Importante observar que existem algumas medidas a serem adotadas pelas


autoridades de polícia judiciária militar, antes mesmo da instauração do IPM,
conforme os termos do art. 10, § 2º, do CPPM, o qual prevê que:

o aguardamento da delegação não obsta que o oficial responsável por


comando, direção ou chefia, ou aquele que o substitua ou esteja de dia, de
serviço ou de quarto, tome ou determine que sejam tomadas imediatamente
as providências cabíveis, previstas no art. 12, uma vez que tenha
conhecimento de infração penal que lhe incumba reprimir ou evitar.

Assim que tiver conhecimento da prática de infração penal, a autoridade deverá


proceder conforme as atribuições contidas no art. 12 do CPPM, sendo uma destas,
se for o caso, efetuar a prisão do infrator, conforme transcrito abaixo:

Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar,
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá,
se possível:
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a
situação das coisas, enquanto necessário;
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o
fato;
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244;
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias.
19

A prisão é o momento em que ocorre a detenção física do indivíduo, no caso em


análise um policial militar, que se encontra na qualidade de indiciado, uma vez que
sobre ele há imputação da prática de fato tipificado como crime militar, sendo
garantidos a este policial todos os direitos previstos na legislação.

O policial militar indiciado deverá ser conduzido até a presença da autoridade de


polícia judiciária militar, que formalizará a prisão, através da lavratura do auto de
prisão em flagrante delito (APFD).

Assim, apesar de estar contida na seção destinada à prisão provisória, deverá ser
observado o que consta no art. 223 do CPPM, no qual consta que “A prisão de
militar deverá ser feita por outro militar de posto ou graduação superior; ou, se igual,
mais antigo.”

A autuação em flagrante delito deverá ser ratificada pela autoridade, restando


demonstrada a convicção acerca do estado de flagrância, havendo indícios
suficientes de autoria e materialidade de crime, como fato típico, antijurídico e
culpável.

A autoridade de polícia judiciária militar deverá ser a primeira garantidora da


legalidade, formando convencimento acerca dos fatos apresentados, ficando a
lavratura do APFD vinculado às informações apresentadas pelo condutor, vítima, se
houver, e testemunhas.

Importante ainda que esta autoridade observe o que consta no art. 270 do CPPM,
quanto aos casos de liberdade provisória, quando o indiciado livrar-se-á solto, no
caso de infração na qual não seja cominada pena privativa de liberdade, bem como
as situações previstas nos casos das infrações contidas no parágrafo único do
citado artigo, diante da obrigatória concessão de liberdade pelo juiz.

Bem como deverá a autoridade avaliar acerca da presença das excludentes de


ilicitude, sopesando a necessidade e oportunidade da lavratura do auto, analisando
sobre o conceito analítico de crime e seus elementos genéricos, ou seja, fato típico,
antijurídico e culpável, conforme leciona a teoria tripartite (NEVES, 2017, p. 369).

A guisa de exemplo, a prisão em flagrante delito não deve ocorrer quando a


autoridade de polícia judiciária verificar a patente existência de causa
excludente da antijuridicidade (ilicitude), como a legítima defesa (art. 44 do
CPM). Da mesma forma, contatando-se uma excludente de culpabilidade, a
exemplo do estado de necessidade exculpante (art. 39 do CPM) e do erro
de fato essencial (art. 36 do CPM), a autoridade deve prestigiar a
20

instauração de IPM em detrimento da prisão em flagrante delito. (NEVES,


2017, p. 369)

Após colher as informações dos envolvidos, se a autoridade concluir que não é caso
de prisão em flagrante, o conduzido será liberado com a lavratura do boletim de
ocorrência e oitivas, através dos quais se procederá ao registro detalhado dos fatos,
funcionando como notícia crime, podendo servir de subsídio para a instauração de
procedimento apuratório, dentre os quais o respectivo IPM.

Antes da formação do IPM, as oitivas deverão ser tomadas por meio de termo de
declaração, buscando-se a obtenção do maior número de informações possíveis
sobre o ocorrido.

Importante observar o que preceitua Neves (2017), uma vez que se torna muito mais
lógica a compreensão da prisão em flagrante por fases, a saber: prisão, condução,
lavratura do auto de prisão em flagrante delito e recolhimento à prisão.

2.2 ESPÉCIES DE FLAGRANTE

No âmbito do CPPM o flagrante e o respectivo auto estão disciplinados a partir do


art. 243, constando que “Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender
quem for insubmisso ou desertor, ou seja, encontrado em flagrante delito”, texto do
qual podem ser extraídos o flagrante obrigatório e o facultativo.

Flagrante obrigatório é aquele em que a autoridade deve autuar o agente


em flagrante por imposição legal, conforme a segunda parte do art. 243 do
CPPM. Coincide com as hipóteses do art. 244, quando há a atuação de
autoridade militar, e não de qualquer cidadão. Há um poder-dever, e não
uma faculdade. (NEVES, 2017, p. 359)

Em posição diversa encontra-se o flagrante facultativo, que também faz menção ao


art. 244 do CPPM, contudo não há imposição legal para a atuação, estando no
âmbito da decisão do cidadão não militar, havendo uma faculdade, não uma
imposição.

É unânime, quando da prisão em flagrante delito por prática de crime militar, o


preenchimento e adequação factual a uma das hipóteses do art. 244 do CPPM, a
saber:
21

Art. 244. Considera-se em flagrante delito aquele que:


a) está cometendo o crime;
b) acaba de cometê-lo;
c) é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça acreditar
ser ele o seu autor;
d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos, material ou papéis
que façam presumir a sua participação no fato delituoso.

Com fulcro neste artigo podem ser enumeradas espécies de flagrância, conforme
assinala Neves (2017), a saber:

a. Flagrante próprio é aquele que coincide com o momento em que o agente está
cometendo o delito (art. 244, a, do CPPM), sendo surpreendido no momento da
execução, de modo que a autoridade ou pessoa que o detém enxerga claramente a
autoria apontada para o detido; também é assim denominado o flagrante quando o
agente é surpreendido no momento imediato após o cometimento do delito, “acaba
de cometê-lo” (art. 244, b, do CPPM);

b. Flagrante impróprio ou “quase flagrância” ocorre quando o autor é perseguido


logo após ter praticado a infração penal militar, em circunstâncias que indiquem sua
autoria (art. 244, c, do CPPM);

c. Flagrante presumido ou “ficto” consiste naquele em que o agente é surpreendido


logo depois do fato delituoso na posse de instrumentos ou objetos que façam
presumir ser ele o autor (art. 244, d, do CPPM).

2.3 AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

2.3.1 Considerações Gerais

Caso a autoridade de polícia judiciária militar, após análise dos fatos, decida pela
lavratura do auto de prisão em flagrante (APFD), deverão ser observadas as
formalidades previstas na legislação pertinente, especialmente no CPPM, pois a lei
processual penal militar deve ser interpretada no sentido literal.

Assim sendo, a conduta atribuída ao indiciado deverá encontrar, inicialmente,


enquadramento nas hipóteses do art. 9º do CPM, que trata dos crimes militares em
tempo de paz, bem como, por conseguinte, estar o fato subsumido ao tipo penal
específico.
22

Caberá ainda, no que for aplicável, a observância dos preceitos e direitos previstos
em outras leis, sopesando a interpretação sistêmica da lei processual penal militar,
conforme o art. 3º do CPPM, sendo tais disposições aplicáveis aos casos afetos à
justiça e aos militares estaduais, conforme a delimitação do art. 6º do CPPM.

A autoridade militar, na qualidade de presidente, deverá lavrar o APFD, conforme o


art. 245 e seguintes do CPPM, a saber:

Art. 245. Apresentado o preso ao comandante ou ao oficial de dia, de


serviço ou de quarto, ou autoridade correspondente, ou à autoridade
judiciária, será, por qualquer deles, ouvido o condutor e as testemunhas que
o acompanharem, bem como inquirido o indiciado sobre a imputação que
lhe é feita, e especialmente sobre o lugar e hora em que o fato aconteceu,
lavrando-se de tudo auto, que será por todos assinado.

O APFD deverá ser lavrado em assentada única e sequencial, seguindo as


formalidades previstas no CPPM, sendo a ordem de inquirição imperativa, ou seja, o
condutor, as testemunhas e a vítima (ofendido), se houver, por último o indiciado.

O condutor e testemunhas serão ouvidos nos termos dos artigos 352 a 355 do
CPPM, sendo a estes informados que estão obrigados a dizer acerca da verdade
sobre os fatos.

A falta de testemunhas não impedirá o auto de prisão em flagrante, que será


assinado por duas pessoas, pelo menos, que hajam testemunhado a apresentação
do preso.

O ofendido prestará declarações conforme o art. 311 do CPPM, não estando


compromissado a dizer a verdade sobre os fatos, contudo não podendo citar fatos
inexistentes ou caluniosos.

Quanto ao indiciado deverá ser observado o que preconizam os artigos 305 e 306
do CPPM, bem como será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo assegurada a assistência da família e de advogado;
devendo ser observados e garantidos os direitos do preso, em especial aqueles
constantes do art. 5º da CF, a saber:
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
[...] LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;
23

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;
[...] LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.
Se o policial militar conduzido se recusar a assinar o auto ou não puder fazê-lo, este
será assinado por duas testemunhas, que lhe tenham ouvido a leitura na presença
do indiciado, o condutor e das testemunhas do fato delituoso.

A autoridade designará para exercer as funções de Escrivão um oficial, capitão ou


tenente, se o indiciado for oficial; sendo o indiciado praça designará um subtenente
ou sargento para tal função.

O conduzido, após a lavratura do auto, será recolhido à prisão, procedendo-se,


imediatamente, exame de corpo de delito, à busca e apreensão dos instrumentos do
crime e a qualquer outra diligência necessária ao seu esclarecimento.

Em até 24 (vinte e quatro) horas após a prisão será oportunizada ao preso nota de
culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os
das testemunhas, da qual o preso assinará recibo, sendo assinada por duas
testemunhas, quando não puder ou não quiser assinar.

A juntada de documentos disponíveis, relacionados ao fato deve ser realizada,


dentre os quais cópias de relatórios e escalas de serviço, comunicações, boletins de
ocorrência, laudos de exames, procedimentos adotados por outras polícias,
fotografias, vídeos, matérias jornalísticas e outros documentos devem ser buscados.

A identificação de câmeras que possam ter captado imagens do fato, seja por meio
de instrumentos de videomonitoramento público, aparelho de circuito interno de TV
particular, ou ainda de aparelhos de uso pessoal, bem como a obtenção dos
respectivos arquivos de vídeo, são medidas importantíssimas a serem realizadas tão
logo se tenha a notícia da ocorrência de suposto delito militar, haja vista que a
demora, nesse tipo de diligência, pode resultar na perda desses relevantes meios de
prova.

Lavrado o APFD este deverá ser remetido imediatamente ao juiz competente, ou


seja, ao Juízo da Vara de Auditoria de Justiça Militar Estadual (AJMES), sob a
retórica do art. 5º, LXII, da CF, bem como a previsão do art. 251 do CPPM.
24

Acrescente-se que nos casos de finais de semana, feriados, férias ou recessos


forenses, em observância à acima exposto, cópia do APFD também deverá ser
remetida ao Juiz de Plantão no Tribunal de Justiça do ES.

O Presidente do APFD deverá também fazer remessa de cópia dos autos e


comunicação da prisão à Promotoria de Justiça Junto à Auditoria Militar (PJJAM) e,
da mesma forma acima, nos casos de finais de semana, feriados, férias ou recessos
forenses, tal comunicação deverá ser encaminhada ao plantão do Ministério Público
(MP) do ES.

Após esta lavratura o preso passará imediatamente à disposição da autoridade


judicial, competente para conhecer do processo, podendo o auto ser devolvido à
autoridade militar, pelo juiz ou a requerimento do representante do MP, se novas
diligências forem julgadas necessárias ao esclarecimento do fato.

Não consta no CPPM, expressamente, a exigência do relatório do APFD, contudo,


mesmo diante da celeridade das medidas, cumprimento de prazos, para posterior
remessa do APFD, verifica-se a necessidade de um relatório sucinto.

Neste relatório o presidente deverá narrar os fatos, de forma breve, informando


sobre as declarações das pessoas, as diligências adotadas e pendentes, os objetos
e coisas apreendidas, dentre outras medidas necessárias à compreensão, seja aos
membros do Poder Judiciário, do Ministério Público e aos demais.

O Encarregado deverá atentar para a assistência jurídica em relação ao cliente,


especialmente o indiciado, durante a lavratura do APFD, bem como observar,
quanto ao art. 7º, XIV, da Lei nº 8.906 de 04 de julho de 1994 (Estatuto da
Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil), que estão assegurados ao
advogado:

XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir


investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações
de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou
digital.

Assim sendo, além das demais garantias constitucionais e previstas na legislação,


deverá ser oportunizado o exame dos autos, mesmo sem a procuração do
advogado, sendo tal assistência registrada nos termos do APFD; na ausência de
advogado no APFD, uma cópia dos autos deverá ser remetida à Defensoria Pública.
25

2.3.3 Providências do Condutor

Conforme se pode abstrair do CPPM, e de forma complementar da legislação


processual penal comum, o condutor é aquele que apresenta o preso, as
testemunhas e objetos à autoridade competente.

Assim sendo, o militar mais antigo do efetivo policial militar, responsável pelo
atendimento da ocorrência, na qual se verificar a prática de crime militar, na
condição de condutor, deverá observar e cumprir a sequência de ações constantes
na Portaria nº 680-R, de 14 de setembro de 2016, que regula no âmbito da PMES, o
Procedimento Operacional Padrão em local de crime, no que for aplicado ao crime
militar, dentre as quais:

a. Providenciar os meios de socorro à vítima;

b. Conter, conduzir e apresentar o infrator, sendo este superior ou mais antigo que
o condutor, proceder à contenção, e acionar a escalão hierárquico, a fim de
providenciar o comparecimento de superior ou mais antigo, que procederá a
condução e apresentação;

c. Avaliar se é local de crime, adentrando e retornando conforme estabelecido no


citado procedimento operacional;

d. Solicitar ao Centro de Operações ou Central o acionamento da perícia;


e. Dimensionar, preliminarmente, o campo pericial a ser preservado e verificar os
meios necessários para a preservação do local;
f. Preservar o local de crime, evitando alterar as posições dos elementos que o
compõem, excetuando as situações previstas no procedimento operacional;
g. Isolar o local de crime utilizando os materiais necessários;

h. Impedir a alteração de quaisquer objetos que componham a cena de crime;


i. Verificar se há testemunhas que possam ajudar na elucidação dos fatos,
anotando os respectivos dados;
j. Informar à autoridade de polícia judiciária militar todos os dados coletados, bem
como a sequência dos fatos, registrando as circunstâncias no respectivo boletim;
k. Registrar os demais policiais que estiveram no local, suas responsabilidades
quanto ao local, coisas, objetos ou pessoas, relacionados ao crime;
l. Informar ao Centro de Operações ou Central os dados relativos à ocorrência,
bem como a saída do local do crime;
26

m. Providenciar o registro da ocorrência;

n. Proceder à apresentação de pessoas (testemunhas e vítimas) e objetos à


autoridade de polícia judiciária militar;

o. Observar os casos em que, simultaneamente, ocorrer crime comum, praticado


por militar ou civil, solicitando que outra guarnição, não envolvida nos fatos seja
encarregada pelo encaminhamento e registro da ocorrência à respectiva Delegacia
de Polícia.

2.3.4 Providências do Presidente do APFD

Quanto às providências de polícia judiciária militar, no caso de crime militar, a serem


adotadas pelas autoridades, ou por quem lhe sejam hierarquicamente subordinadas,
em específico pelo oficial de serviço, enquanto autoridade delegada, conforme a
previsão do art. 10, § 2º c/c o art. 12 do CPPM, assim que ocorra o conhecimento da
prática desta infração penal militar, entre outras medidas necessárias, esta
autoridade deverá:

a. Verificar o cumprimento das providências de atribuição do condutor da


ocorrência;
b. Se possível dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado
e a situação das coisas, enquanto necessário;
c. Apreender ou receber os instrumentos e todos os objetos que tenham relação
com o fato, observando a Portaria SESP nº 035-R de 2014, alterada pela Portaria
SESP nº 04-R de 2019, acerca da regulamentação das apreensões de materiais e
instrumentos, em especial armas de fogo pertencentes à carga da PMES,
provenientes de crime militar cometido por militar estadual;
d. Efetuar a formalização da prisão do infrator, observado o disposto no art. 244 do
CPPM;
e. Colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
f. Solicitar as informações e medidas que julgar úteis à elucidação da infração
penal militar;
g. Requisitar da perícia e das repartições técnicas os exames necessários ao
esclarecimento dos fatos;
h. Determinar, no caso da prática de crime comum, que o efetivo policial militar
encaminhe a ocorrência, pessoas, instrumentos e objetos, que tenham relação com
o fato, à respectiva Delegacia de Polícia;
27

i. Receber a ocorrência e o conduzido, no caso de crime militar;


j. Realizar a lavratura do APFD, após formada convicção sobre materialidade e
autoria;
k. Confeccionar os documentos do APFD dentre de sua atribuição, determinando
que o Escrivão, após compromissado, cumpra os despachos e demais medidas
especificadas nos autos;
l. Proceder às oitivas das pessoas, em separado, preferencialmente na ordem:
condutor, ofendido, caso este não seja o próprio condutor, testemunhas e
conduzido;
m. Determinar a produção e juntada de documentos;
n. Expedir ao militar conduzido o Termo de Ciência dos Direitos do Indiciado,
entregando-lhe antes da sua oitiva no APFD;
o. Permitir a assistência da família e de advogado ao militar preso e assegurar
todos os demais direitos;
p. Fornecer a nota de culpa, que deverá ser entregue ao preso, no prazo máximo
de 24 (vinte e quatro) horas após sua prisão, sendo assinada pelo Presidente do
APFD, expondo o seu motivo, a tipificação legal do crime militar cometido, o nome
do condutor e das testemunhas;
q. Encaminhar o militar conduzido ao exame de corpo de delito e recolhimento ao
Presídio Militar;
r. Proceder ao relatório do APFD;
s. Determinar a confecção de ofício de remessa do APFD ao Juiz da Vara da
Auditoria de Justiça Militar Estadual, em até 24 (vinte e quatro) horas a contar da
prisão; ressaltando que nos casos de finais de semana e feriados o original do APFD
deverá ser remetido ao Juiz de Plantão no TJES, com cópia do APFD remetida ao
Juiz da Vara da Auditoria de Justiça Militar Estadual, no primeiro dia útil após a
lavratura;
t. Determinar a confecção de ofício de remessa, seguindo o mesmo prazo
supracitado, de cópia dos autos e comunicação da prisão à Promotoria de Justiça
Junto à Auditoria Militar (PJJAM); ressaltando que nos casos de finais de semana,
feriados, férias ou recessos forenses, tal comunicação será encaminhada ao plantão
do Ministério Público do ES;
u. Na ausência de advogado, uma cópia dos autos deverá ser remetida à
Defensoria Pública em até 24 (vinte e quatro) horas da prisão;
v. Encaminhar à Justiça as diligências complementares pendentes, tais como
exames, perícias, busca e apreensão dos instrumentos do crime e qualquer outra
28

necessária ao seu esclarecimento, no máximo em cinco dias, conforme o art. 251 do


CPPM.

2.4 ORDEM DAS PEÇAS DO APFD

São apresentados modelos documentais (APÊNDICE A – Modelo de APFD), na


ordem sequencial do respectivo auto, servindo de referência geral no âmbito da
PMES, podendo surgir outros documentos não previstos, de acordo com as
circunstâncias de cada fato concreto, sendo que, no que couber, aplicar-se-ão os
documentos utilizados no IPM.

Figura 1 - Ordem das peças do APFD

COMUNICAÇÕES

REMESSA À JME

RELATÓRIO DO PRESIDENTE

NOTA DE CULPA

AUTO / OITIVAS

TERMO DE CIÊNCIA DOS DIREITOS DO INDICIADO

DESPACHOS

CONCLUSÃO

DESIGNAÇÃO / COMPROMISSO DO ESCRIVÃO

PORTARIA DO PRESIDENTE

CAPA / AUTUAÇÃO
29

3. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

3.1 FINALIDADE E CONCEITO

Nos termos do art. 9º do Código de Processo Penal Militar (CPPM), o Inquérito


Policial Militar (IPM) é a apuração de fato, que, nos termos legais, configure, em
tese, crime militar, e de sua autoria. O IPM não se presta a apurar determinado fato
por conta de sua gravidade ou repercussão, mas sim serve de instrumento para a
investigação de crimes militares, salvo os crimes de deserção e de insubmissão, que
possuem procedimentos próprios de apuração.

O IPM tem como finalidade proporcionar elementos para a propositura da ação


penal, ou seja, identificar, por meio do desenvolvimento de diligências em
procedimento administrativo conduzido por autoridade de polícia judiciária militar,
indícios da prática de crime militar e de sua autoria, subsidiando o Ministério Público,
como titular da ação penal no campo das infrações penais militares praticadas por
membros das forças militares estaduais, de informações que correspondam à justa
causa para o oferecimento da denúncia.

Importante registrar que a definição de indício, para a lei processual penal militar,
encontra-se estampada em seu art. 382: “Indício é a circunstância ou fato conhecido
e provado, de que se induz a existência de outra circunstância ou fato, de que não
se tem prova”.

O CPPM dispõe também que são efetivamente instrutórios da ação penal os


exames, perícias e avaliações realizados de forma regular no curso do IPM.

Neves (2017) pontua que, prestigiando-se a busca da verdade real, concebe-se


como finalidade do IPM, e de toda a atividade de polícia judiciária militar, a busca da
revelação do que, de fato, ocorreu, seja confirmando a autoria e materialidade de um
crime, seja afastando-as em favor da pessoa a quem foi imputado determinado fato.
30

3.2 CARACTERÍSTICAS DO IPM

3.2.1 Inquisitivo

O IPM, como procedimento administrativo, não está subordinado aos princípios do


contraditório e da ampla defesa. Pelo contrário, a autoridade de polícia judiciária
militar conduz as investigações de forma unilateral com base na discricionariedade,
sem a definição de um rito pré-estabelecido e sem a necessidade de participação do
investigado. Não há acusação formal nessa fase, pois o IPM não possui a natureza
de processo.

Neves (2017) afirma que o advogado pode acompanhar o desencadeamento do


IPM, devendo ser franqueado os autos com as provas já produzidas. A defesa do
investigado também pode requerer a produção de determinada prova, o que não é
vedado de ser aceito pela autoridade de polícia judiciária militar responsável pelo
inquérito, nem de obrigatório acatamento.

3.2.2 Escrito

As diligências realizadas no curso do IPM devem ser materializadas em documentos


escritos, organizando, de forma cronológica, os trabalhos da investigação.

3.2.3 Sigiloso

O art. 16 do CPPM prescreve que o IPM é sigiloso com o escopo de assegurar a


efetividade das investigações, bem como resguardar a imagem e a honra do
investigado, impedindo o livre acesso aos autos do inquérito, não havendo que se
falar em princípio da publicidade em matéria de IPM, vez que não há formação do
processo.

O CPPM também prescreve que o Encarregado do IPM pode permitir que o


advogado do investigado tome conhecimento do procedimento, sendo isto, na
verdade, um dever do Encarregado, face à observância da Lei nº 8.906 de 1994, que
instituiu o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que no art. 6º, inciso
XIV, dispõe que o advogado pode:

[...] examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir


investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações
de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou
digital;
31

No IPM, vislumbra-se apenas uma ressalva quanto ao dispositivo em questão, uma


vez que o sigilo do inquérito decorre de lei, conforme se vê no art. 16 do CPPM; por
esta razão, mas também pelo que prevê o próprio Estatuto da OAB no art. 7º, § 10,
que o advogado deve apresentar procuração para o exame de suas peças.

Além disso, o citado Estatuto dispõe que o Encarregado do IPM poderá delimitar o
acesso do advogado aos elementos de prova relacionados às diligências em
andamento e ainda não documentadas nos autos, quando houver risco de
comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências.

3.2.4 Dispensável

O IPM é peça informativa, pré-processual, não sendo exclusiva para o oferecimento


da denúncia pelo MP. As provas obtidas no IPM, salvo exames, perícias, avaliações
e medidas cautelares, devem ser submetidas ao pálio do contraditório e da ampla
defesa para serem aproveitadas no processo.

O CPPM, em seu art. 28, elenca hipóteses as quais o IPM poderá ser dispensado,
sem prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério Público:

a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou


outras provas materiais;
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação,
cujo autor esteja identificado;
c) nos crimes previstos nos arts. 341 (desacato a autoridade judiciária
militar) e 349 do Código Penal Militar (desobediência à decisão judicial).

Quando o auto de prisão em flagrante delito for suficiente para a elucidação do fato
e de sua autoria, por si só constituirá o IPM, dispensando outras diligências, salvo o
exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a
sua avaliação, quando o seu valor influir na aplicação da pena, nos termos do art. 27
do CPPM.

Apesar de não ser indispensável à persecução penal, o IPM, se bem elaborado,


constituirá instrumento valioso para o início do processo, sendo inegável sua
importância para a obtenção de elementos indiciários para a formação da opinião do
delito por parte do MP.
32

3.2.5 Indisponível

A autoridade de polícia judiciária militar não pode determinar o arquivamento do


IPM, mesmo com a conclusão sobre a inexistência de crime ou de inimputabilidade
do investigado, nos termos do art. 24 do CPPM, ou seja, a polícia judiciária militar
não pode dispor do IPM.

Havendo a instauração do inquérito, esse deve ser instruído e relatado e, havendo a


delegação da atribuição de Encarregado, deve ser submetido à apreciação da
autoridade delegante, antes de ser remetido à Justiça Militar Estadual (JME), destino
do IPM.

Acrescenta-se que, conforme o art. 121 do CPM e o art. 29 do CPPM, nos crimes
militares a ação penal é pública e somente pode ser promovida por denúncia do MP,
não carecendo de representação do ofendido. Diante disso, a manifestação de uma
pessoa identificada como ofendida no sentido de desistir de dar prosseguimento ao
feito, por exemplo, em um inquérito destinado a apurar uma ameaça, não é, por si
só, motivo para que o procedimento seja encerrado.

3.2.6 Oficioso e Oficial

Neves (2017) aponta também como características do IPM a oficiosidade e a


oficialidade. Esta se refere à necessidade do IPM ser conduzido por órgãos oficiais
com atribuição para o exercício da polícia judiciária militar, sendo presidido por
autoridade pública, a autoridade de polícia judiciária militar, que no âmbito estadual
trata-se de oficial da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiro Militar.

Já aquela trata da independência de provocação para a instauração do IPM, sendo


obrigatória sua formação diante da notícia de fato, em tese, caracterizado como
crime militar; tem-se então que o IPM é desenvolvido por impulso oficial.

O MP poderá requerer o arquivamento dos autos, se entender inadequada a


instauração do IPM, ou se os autos do inquérito, ou outras peças de informação, não
apresentarem os elementos indispensáveis ao oferecimento da denúncia, a saber,
prova de fato que, em tese, constitua crime e indícios de autoria. Contudo, o
arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se novas provas
aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o
caso julgado e os casos de extinção da punibilidade.
33

3.3 PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES AO IPM

Não obstante ainda não ter sido determinada a instauração de IPM por autoridade
de polícia judiciária militar, o CPPM prescreve que o oficial responsável por
comando, direção ou chefia, ou aquele que o substitua ou esteja de dia, de serviço
ou de quarto, ao ter conhecimento de infração penal que lhe incumba reprimir ou
evitar, tome ou determine que sejam tomadas imediatamente as providências
cabíveis, listadas no art. 12, conforme verificado no capítulo do presente manual,
destinado à prisão em flagrante.

Tomando conhecimento de fato que aparenta se tratar de crime militar, o oficial de


serviço, mesmo que não possua autoridade originária de polícia judiciária militar,
deverá envidar esforços para comparecer ao local do delito, providenciando seu
isolamento e preservação, no caso de existirem vestígios deixados no ambiente.

Necessário garantir a cadeia de custódia, que se trata da “aplicação de uma série de


procedimentos destinados a assegurar a originalidade, a autenticidade e a
integralidade do vestígio, garantindo assim a idoneidade e transparência da
produção da prova técnica” (TOCCHETTO, 2016, p. 4). O local de depósito do
material apreendido, até a apreciação pela autoridade de polícia judiciária militar ou
pelo Encarregado do IPM, deve ser registrado no termo de apreensão.

A Portaria SESP nº 035-R de 20 de outubro de 2014, alterada pela Portaria SESP nº


04-R de 29 de janeiro de 2019, regulamentou as apreensões de materiais e
instrumentos, em especial armas de fogo pertencentes à PMES, provenientes de
crime militar cometido por militar estadual.

Deste regramento extrai-se que as armas institucionais envolvidas em ocorrências


com disparos de arma de fogo com vítima deverão ser apreendidas por meio de
termo de apreensão e mantidas depositadas na seção de armamento e munição da
Unidade, ou em outro local seguro, à disposição da autoridade de polícia judiciária
militar.

Não é necessário apreender, junto à arma, todos os carregadores e munições que


estejam acautelados ao militar autor dos disparos, salvo se tal medida for julgada
conveniente pelo responsável pela apreensão.
34

É imperiosa a realização de diligências, apreensões, encaminhamentos periciais,


solicitações de material ou documentos, previamente à instauração do inquérito, a
fim de que não haja perda de relevantes meios de prova, especialmente aqueles que
podem não estar mais disponíveis devido ao decurso temporal.

3.4 INSTAURAÇÃO

Conforme o art. 10 do CPPM, o Inquérito Policial Militar é iniciado mediante portaria:

a. de ofício, pela autoridade de polícia judiciária militar em cujo âmbito de


circunscrição ou comando haja ocorrido a infração penal militar, desde que o infrator
não seja superior à autoridade; nesse caso o fato deve ser levado ao conhecimento
de autoridade militar que tenha ascendência sobre quem recaia a suspeita da prática
de crime militar, para que instaure o inquérito;

b. por determinação ou delegação da autoridade militar superior, ou seja, quando a


infração penal somente foi conhecida pela autoridade da circunscrição do local do
fato por meio de notícia de superior;

c. em virtude de requisição do Ministério Público. Alexandre Henriques da Costa


[2006?] aponta que o termo requisição tem o significado de ordem, isto em razão do
órgão ministerial ser o titular da ação penal militar;

d. por decisão do Tribunal de Justiça, quando novas provas surgirem em relação a


fato apreciado em inquérito já arquivado, ressalvado o caso julgado e os casos de
extinção de punibilidade; nesta hipótese o CPPM prevê que a autoridade judicial
remeterá os autos ao MP para que este requisite a instauração do IPM (NEVES,
2017);

e. a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em


virtude de representação devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de
infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar Estadual;

f. quando, de sindicância procedida em âmbito da PMES, resulte indício da


existência de infração penal militar.

A portaria da autoridade delegante, que não é a mesma da portaria de instauração


dos trabalhos do Encarregado, deve ser genérica, descrevendo, de forma sucinta, o
fato objeto da apuração, seus envolvidos, a data e o local do ocorrido, além de
35

indicar o Oficial designado para presidir o inquérito e, se for conveniente, o Escrivão


que irá auxiliar o Encarregado.

3.5 ENCARREGADO

O resultado dos trabalhos do IPM está diretamente relacionado ao esforço e zelo de


seu Encarregado. Quanto maior a curiosidade em se procurar desvendar o que de
fato ocorreu e a disciplina em desenvolver uma apuração imparcial do fato, melhor
será a qualidade das informações obtidas por meio do IPM.

O IPM deverá ser bem elaborado e conduzido, definindo a autoria e materialidade,


diante do fato subsumido à legislação penal militar, com lastro de provas claras e
inquestionáveis, servindo de subsídio ao Ministério Público.

Importa aqui se advertir que qualquer omissão poderá ensejar responsabilidade


criminal e disciplinar do Encarregado, movível quando se suspeita de parcialidade
na investigação. O mesmo se vê em relação à desídia do Encarregado quanto aos
trabalhos do IPM sob sua presidência.

Na forma do art. 15 do CPPM, a atribuição de Encarregado recairá, sempre que


possível, sobre oficial da ativa de posto não inferior ao de capitão; desse modo, a
presidência de IPM poderá ser delegada a um oficial subalterno ou superior.

Tal qual a observação quanto à atribuição para a instauração de IPM de ofício, o


inquérito não poderá ser conduzido por um oficial inferior hierárquico ou, se do
mesmo posto, mais moderno que o investigado, entretanto, se o investigado é oficial
da reserva ou reformado não prevalece, para a delegação da atribuição de
Encarregado de IPM, a antiguidade de posto, podendo o oficial da ativa conduzir
apuração sobre a conduta de inativo do mesmo posto.

Se, no curso do inquérito, o seu Encarregado verificar a existência de indícios contra


oficial de posto superior ao seu, ou mais antigo, tomará as providências necessárias
para que as suas funções sejam delegadas a outro oficial (Art. 10, § 5º, do CPPM),
sendo o IPM concluído da forma em que se encontrar e remetido à autoridade
delegante com as informações acerca do impedimento da continuidade dos
trabalhos.

O CPPM, no art. 142, prescreve que não se pode opor suspeição ao Encarregado
do IPM, no entanto deve este se declarar suspeito quando ocorrer motivo legal. As
36

causas de suspeição do Encarregado não estão expressas no texto do CPPM,


devendo então ser observadas as mesmas circunstâncias relativas ao juiz elencadas
no art. 38 do CPPM, com as devidas adaptações por se tratar de IPM:
a) se for amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas;
b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro,
estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter
criminoso haja controvérsia;
c) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim até o segundo
grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de
ser julgado por qualquer das partes;
d) se ele, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior, sustentar
demanda contra qualquer das partes ou tiver sido procurador de qualquer
delas;
e) se tiver dado parte oficial do crime;
f) se tiver aconselhado qualquer das partes;
g) se ele ou seu cônjuge for herdeiro presuntivo, donatário ou usufrutuário
de bens ou empregador de qualquer das partes;
h) se for presidente, diretor ou administrador de sociedade interessada no
processo;
i) se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes.

Apesar de não haver previsão quanto às questões de impedimento para o


Encarregado do IPM, salvo o já comentado quanto ao investigado superior ou mais
antigo, é prudente que caso se verifique, quanto ao Encarregado em relação ao
inquérito, alguma das causas aplicáveis ao exercício da jurisdição, que o
Encarregado adote providências para que haja sua substituição na presidência do
inquérito. O CPPM, em seu art. 37, traz as causas de impedimento, prescrevendo
que o juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
a) como advogado ou defensor, órgão do Ministério Público, autoridade
policial, auxiliar de justiça ou perito, tiver funcionado seu cônjuge, ou
parente consanguíneo ou afim até o terceiro grau inclusive;
b) ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido
como testemunha;
c) tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou
de direito, sobre a questão;
d) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim, até o
terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado.

3.6 ESCRIVÃO

A função de Escrivão é de suma importância para o desenvolvimento do IPM, sendo


o auxiliar direto do Encarregado, estando entre suas incumbências a redação, de
forma legal, dos documentos, cartas precatórias, termos, e certidões a serem
37

confeccionados, providenciando para que as peças do IPM estejam em ordem e em


dia.

Cabe também ao Escrivão promover intimações, comparecer aos atos do IPM, a


responsabilidade pela guarda dos autos do inquérito e o controle dos prazos da
apuração, além de cumprir a execução das ordens do Encarregado.

Conforme o texto do art. 11 do CPPM, a designação de Escrivão para o inquérito


caberá ao respectivo Encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe
deu delegação para aquele fim. A função de Escrivão recairá em segundo ou
primeiro-tenente, se o investigado for oficial, e em subtenente ou sargento, nos
demais casos. O Escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do inquérito e de
cumprir fielmente as determinações no exercício da função para o qual foi
designado.

3.7 PRAZO

O CPPM, em seu art. 20, trata do prazo para a terminação do IPM. O inquérito
deverá terminar no prazo de quarenta dias, contados a partir da data de sua
instauração. Assim, ao receber a portaria de delegação, data em que passará a
contar o prazo, o Encarregado deverá proceder imediatamente o início dos trabalhos
da apuração.

Esse prazo poderá ser prorrogado, uma única vez, por mais vinte dias pela
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos perícias ou exames já
iniciados, ou haja necessidade de diligências indispensáveis à elucidação do fato. O
pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser apreciado e
atendido pela autoridade superior antes da terminação do prazo inicial de quarenta
dias.

Caso exista documento ou diligência pendente ao término do prazo de prorrogação,


o Encarregado deverá constar tal situação em seu relatório. Se os documentos
solicitados chegarem ao Encarregado, após a devolução dos autos à autoridade
delegante, deverão ser encaminhados a esta para que sejam remetidos ao juiz
objetivando a juntada ao processo.

No caso do indiciado se encontrar preso, o IPM deverá ser concluído em vinte dias,
improrrogáveis, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de
38

prisão. Ocorrendo a soltura antes do término do inquérito, o prazo a ser considerado


voltará a ser o previsto para o indiciado solto, descontados os dias já decorridos.

Não há sobrestamento do prazo do IPM. A dilação do prazo, além do estabelecido


pelo CPPM, somente poderá ocorrer por meio de despacho da autoridade judiciária,
em casos específicos em que seja imprescindível a continuidade da apuração.

A autoridade de polícia judiciária militar delegante, ao receber o IPM antes do


encerramento do prazo legal, poderá determinar ao Encarregado que realize novas
diligências que julgar necessárias, condicionando a conclusão dessas diligências ao
tempo restante do prazo.

3.8 FORMAÇÃO DO IPM

Apesar do caráter inquisitivo do IPM, já que não se trata de processo, inexistindo


forma rígida prevista para seu desenvolvimento, o Código de Processo Penal Militar,
em seu art. 13, elenca um rol de atribuições do Encarregado do inquérito, para a
formação deste, que se apresenta como uma metodologia para a condução dos
trabalhos:
a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido;
b) ouvir o ofendido;
c) ouvir o indiciado;
d) ouvir testemunhas;
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
f) determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outros exames e perícias;
g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada,
destruída ou danificada, ou da qual houve indébita apropriação;
h) proceder a buscas e apreensões, nos termos dos arts. 172 a 184 e 185 a
189;
i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas,
peritos ou do ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que lhes
tolha a liberdade de depor, ou a independência para a realização de
perícias ou exames.
Reconstituição dos fatos
Parágrafo único. Para verificar a possibilidade de haver sido a infração
praticada de determinado modo, o encarregado do inquérito poderá
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública, nem atente contra a hierarquia ou a
disciplina militar.

Caso as providências previstas no art. 12 ainda não tiverem sido adotadas, devem,
dentro do possível, ser levadas a efeito no curso do IPM.
39

3.9 DEPOIMENTOS

O art. 13 elenca como atribuição do Encarregado do inquérito ouvir o ofendido, o


indiciado e testemunhas, trazendo esta ordem no texto legal. Como já explanado
anteriormente, o IPM não se prende às regras do processo, não sendo necessária a
estrita observância dessa sequência de oitivas.

No entanto, recomenda-se primeiramente tomar a declaração do ofendido, em


seguida inquirir as testemunhas e, já com informações mais robustas sobre a
apuração, interrogar o investigado; contudo, nem sempre essa ordem será a mais
saudável para a condução dos trabalhos, tendo em vista as especificidades de cada
apuração, tratando-se de mera recomendação.

Deve o Encarregado do IPM, orientado por critérios de conveniência e oportunidade,


decidir a ordem das oitivas no inquérito que esteja presidindo, de forma a possibilitar
a coleta de informações em maior quantidade e de melhor qualidade.

Importa o registro de que uma declaração acerca dos fatos, tomada em


procedimento diverso do IPM destinado a apurar o suposto crime militar, pode e
deve ser aproveitada no inquérito. Se o termo já existente contiver as informações
necessárias ao entendimento da apuração, a oitiva da pessoa poderá ser
dispensada no IPM, evitando-se a adoção de medidas meramente repetitivas.

No entanto, se o Encarregado verificar que alguma informação relevante, diversa da


que já foi registrada, possa ser extraída da pessoa, deve buscar ouvi-la no inquérito,
atentando-se, na oitiva, às questões ainda não tratadas; essa orientação não se
aplica ao indiciado, uma vez, sempre que possível, deve ser interrogado no curso do
IPM pelo Encarregado.

3.9.1 Intimação

A convocação de civis e militares inativos para a participação dos atos do IPM dar-
se-á por meio de intimação, cuja cópia, a contrafé, deverá ser entregue à pessoa a
ser intimada. Se o intimado se recusar a receber a contrafé ou a declarar o seu
recebimento, o militar responsável pela execução da intimação certificá-lo-á no
próprio mandado. Da mesma forma deverá proceder, se o intimado, embora
recebendo a contrafé, estiver impossibilitado de assinar a intimação.
40

O comparecimento de militar da ativa será solicitado ao seu comandante e o de


outros agentes públicos ao respectivo chefe.

Ressalta-se que, conforme o art. 350 do CPPM, o Presidente e o Vice-Presidente da


República, os senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os
governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do
Distrito Federal e dos Municípios, os deputados das Assembleias Legislativas
Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de
Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, o presidente do Instituto dos
Advogados Brasileiros e os presidentes do Conselho Federal e dos Conselhos
Secionais da Ordem dos Advogados do Brasil, serão inquiridos em local, dia e hora
previamente ajustados entre eles e o Encarregado do IPM. Além disso, as pessoas
impossibilitadas por enfermidade ou por velhice serão inquiridas onde estiverem.

3.9.2 Oitiva de criança e adolescente

O texto da Lei nº 13.431 de 2017, que estabelece o sistema de garantia de direitos


da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, prescreve que esses
devem ser ouvidos por meio de depoimento especial ou escuta especializada.

A despeito de ainda não estar pacificada a forma do depoimento ou escuta a ser


tomado, a revitimização no campo da violência institucional, entendida como aquela
praticada por instituição pública ou conveniada, deve ser evitada, até mesmo
quando é verificada ao ser relembrado, durante uma apuração, todo sofrimento já
vivenciado pela criança ou adolescente.

Caso haja alguma declaração acerca do fato prestada pela criança ou adolescente,
o Encarregado deverá evitar a tomada de sua oitiva no curso do IPM, salvo se
houver ponto relevante o qual não se possa esclarecer de outra forma.

Nesta hipótese será imperioso respeitar os parâmetros desta norma, dentre os quais
a assistência de profissional capacitado, realização em local apropriado e acolhedor,
com depoimento gravado em áudio e vídeo.

Além disso, ao ser ouvido, o menor de dezoito anos deverá ser resguardado de
qualquer contato, ainda que visual, com o suposto autor ou acusado, ou com outra
pessoa que represente ameaça, coação ou constrangimento.
41

Destaca-se que nos casos de violência sexual ou de menor de sete anos, o


depoimento da criança ou adolescente dar-se-á somente em juízo, seguindo o rito
cautelar de antecipação de prova, conforme os termos da citada lei.

3.9.3 Ofendido

Nos termos do art. 311 do CPPM, o ofendido será ouvido em termo de declarações
e, sempre que possível, será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da
infração, quem seja ou presuma ser seu autor e as provas que possa indicar.

3.9.4 Testemunha

A testemunha será ouvida em termo de inquirição e deve declarar seu nome, idade,
estado civil, residência, profissão e lugar onde exerce atividade, se é parente, e em
que grau, do acusado e do ofendido, quais as suas relações com qualquer deles.

Além disso prestará o compromisso de dizer a verdade sobre o que souber e lhe for
perguntado, devendo ser advertida de que se fizer afirmação falsa, ou negar ou calar
a verdade, estará incidindo no crime de falso testemunho, previsto no art. 346 do
CPM e no art. 342 do Código Penal.

Estão dispensados de prestar compromisso os doentes e deficientes mentais, os


menores de quatorze anos, o ascendente (pais, avós), o descendente (filhos, netos),
o afim em linha reta (sogros, genros), o cônjuge, ainda que desquitado, e o irmão de
indiciado; a oitiva dessas pessoas deverá ser tomada por meio de termo de
declarações.

São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou


profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada,
quiserem dar o seu testemunho, como é o caso dos sacerdotes, advogados,
médicos, e outras funções que detenham informações sigilosas de ordem pessoal.

3.9.5 Indiciado

Será considerado indiciado aquele contra quem, por meio de provas existentes nos
autos, haja indícios da prática do fato criminoso. Com essa identificação, o
Encarregado deverá efetuar seu interrogatório. Inexistindo indícios mínimos que
possibilitem o reconhecimento de determinada pessoa como autor do fato criminoso
42

em apuração, deverá ser tratado como investigado e ouvido por meio de termo de
declarações.

O indiciado será qualificado e o Encarregado deverá informá-lo de que não está


obrigado a responder as perguntas que lhe forem formuladas, em decorrência do
princípio de que ninguém será obrigado a produzir prova contra si mesmo, extraído
da interpretação do inciso LXIII, art. 5º da CF.

As perguntas que o indiciado deixar de responder e as razões que invocar para não
o fazer, assim como a recusa em assinar, deverão ser consignadas no termo.

Alexandre Henriques da Costa [2006?] aponta que o art. 306 do CPPM, apresenta
um rol de perguntas a ser realizado ao indiciado que não guarda obrigatoriedade no
IPM, mas serve de verdadeira “espinha dorsal” na realização de seu interrogatório,
devendo haver a devida adaptação dos questionamentos à realidade do fato em
apuração:
a) onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia
desta e de que forma;
b) se conhece a pessoa ofendida e as testemunhas arroladas na denúncia,
desde quando e se tem alguma coisa a alegar contra elas;
c) se conhece as provas contra ele apuradas e se tem alguma coisa a
alegar a respeito das mesmas;
d) se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer
dos objetos com ela relacionados e que tenham sido apreendidos;
e) se é verdadeira a imputação que lhe é feita;
f) se, não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo particular a
que deva atribuí-la ou conhece a pessoa ou pessoas a que deva ser
imputada a prática do crime e se com elas esteve antes ou depois desse
fato;
g) se está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração e, em
caso afirmativo, em que juízo, se foi condenado, qual a pena imposta e se a
cumpriu;
h) se tem quaisquer outras declarações a fazer.

3.9.6 Carta precatória

O art. 361 do CPPM assegura que no curso do inquérito policial militar, o seu
Encarregado poderá expedir carta precatória à autoridade militar superior do local
onde a testemunha estiver servindo ou residindo, a fim de intimá-la e inquiri-la, ou
designar oficial que a inquira, observando-se as normas de hierarquia, se a
testemunha for militar.

Deverá ainda, aquele responsável pelo cumprimento da precatória, designar um


Escrivão para a tomada da oitiva ou a realização de outro ato de polícia judiciária
43

militar. Junto à precatória, enviará cópias da documentação que deu origem ao


inquérito e da portaria que lhe determinou a abertura, e os quesitos formulados, para
serem respondidos pela testemunha, além de outros dados que julgar necessários
ao esclarecimento do fato.

Da mesma forma poderá ser empregada a carta precatória em relação ao ofendido,


devendo ser ressaltado pelo Encarregado a condição da pessoa a ser ouvida em
relação à apuração, a fim de que a autoridade deprecada utilize o termo adequado.
O interrogatório do indiciado também poderá ser realizado por meio de precatória,
mas tal prática deve ser evitada.

3.10 ACAREAÇÃO

O art. 365 do CPPM prevê que a acareação é admitida sempre que houver
divergência em declarações sobre fatos ou circunstâncias relevantes entre
indiciados, investigados, testemunhas e ofendidos.

Cícero Robson Coimbra Neves (2017, p. 789) ensina que acarear representa, na
técnica processual, “colocar frente a frente pessoas que versam depoimentos
divergentes nos autos, de maneira a alcançar a versão mais próxima da realidade”.

O mesmo autor critica esse meio de obtenção de prova, pois, por vezes, cada
pessoa se limita a confirmar seu depoimento anterior, o que se mostra ineficaz para
se alcançar a verdade.

Na acareação, que se dará somente quando já houver depoimento das pessoas com
versões conflitantes nos autos, o Encarregado explicará aos depoentes quais os
pontos divergentes e, em seguida, os reinquirirá, a cada um por vez, mas em
presença do outro.

3.11 RECONHECIMENTO

O reconhecimento se faz necessário quando há alguma dúvida quanto à


identificação de determinada pessoa ou de um objeto relacionado à apuração. Se já
há certeza quanto a isso, tal meio de prova pode ser dispensado.
44

3.11.1 Reconhecimento pessoal

O reconhecimento de pessoa poderá ser feito por meio de fotografias ou de forma


presencial. O art. 368 do CPPM prevê como deve ser realizada esta forma de
reconhecimento:
Quando houver necessidade de se fazer o reconhecimento de pessoa,
proceder-se-á pela seguinte forma:
a) a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a
descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
b) a pessoa cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível,
ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se
a apontá-la quem houver de fazer o reconhecimento;
c) se houver razão para recear que a pessoa chamada para o
reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a
verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade
providenciará para que esta não seja vista por aquela.
§ 1º O disposto na alínea c só terá aplicação no curso do inquérito.
§ 2º Do ato de reconhecimento lavrar-se-á termo pormenorizado, subscrito
pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e
por duas testemunhas presenciais.

Caso não haja a descrição das características da pessoa a ser reconhecida em um


depoimento anterior prestado pelo reconhecedor, este deverá ser ouvido, para que
possa descrever a pessoa alvo do reconhecimento.

Havendo mais de uma pessoa reconhecedora, cada uma fará cada reconhecimento
em separado, ressaltando-se a necessidade do acompanhamento de duas
testemunhas instrumentárias do ato, que ao final também assinarão o termo.

Quanto à escolha dos figurantes para a realização do reconhecimento, esses


devem, sempre que possível, guardar alguma semelhança com a pessoa a ser
reconhecida. Além disso, os figurantes selecionados deverão participar do ato com
vestes semelhantes às utilizadas, na ocasião do fato em apuração, pela pessoa a
ser reconhecida, recomendando-se o empenho de três ou quatro figurantes para
cada bateria de reconhecimento.

Para a execução do reconhecimento, os figurantes e a pessoa a ser reconhecida


serão dispostas lado a lado, em ordem aleatória, cada um com uma plaqueta
numerada visível, contendo um número que possibilite a identificação individual. Se
a pessoa reconhecedora se mostrar intimidada ou receosa, o Encarregado tomará
as providências para que não seja vista pela pessoa a ser reconhecida e pelos
figurantes.
45

O reconhecedor poderá identificar sem dúvidas, não identificar ou reconhecer com


dúvidas uma pessoa, podendo, inclusive, ocorrer o apontamento de um dos
figurantes como o autor de determinado fato. Tudo deve ser registrado em termo no
qual uma lista que indique os figurantes e a pessoa a ser reconhecida, bem como as
plaquetas numeradas utilizadas por esses no reconhecimento, deve ser juntada.
Importa aqui ressaltar que o reconhecimento se trata de um meio de prova,
destinado ao auxílio do esclarecimento de determinado fato, e deve ser analisado
em conjunto com os demais elementos obtidos na apuração, e não de forma isolada.

3.11.2 Reconhecimento fotográfico

Apesar de não haver previsão no CPPM, o reconhecimento fotográfico se mostra


extremamente útil para a identificação de pessoas no inquérito, suplantando, por
vezes, o uso do reconhecimento pessoal na forma presencial. As prescrições
referentes ao reconhecimento pessoal, quando aplicáveis ao fotográfico, devem ser
observadas.

É importante juntar aos autos do inquérito as fotografias, inclusive a dos figurantes,


utilizadas no reconhecimento, a fim de não deixar dúvidas sobre quais imagens
foram empregadas no ato. As folhas contendo as imagens empregadas no
procedimento devem ser assinadas pelo reconhecedor e demais presentes no ato.
Uma lista com os nomes dos militares cujas imagens foram utilizadas também deve
ser juntada, mas não pode ser exposta ao reconhecedor.

3.11.3 Reconhecimento de coisa

Quanto ao reconhecimento de objeto, no que for aplicável, deve ser adotado o


mesmo procedimento do reconhecimento de pessoa. Alexandre Henriques da Costa
[2006?, p. 74] aponta que, sobre o reconhecimento de objeto, “a autoridade de
polícia judiciária militar deverá colocar demais objetos semelhantes àquele que será
reconhecido, mas nunca idênticos, pois o reconhecimento restará nulo, haja vista
que a pessoa poderá reconhecer qualquer destes”.
46

3.12 PERÍCIAS E EXAMES

O art. 314 do CPPM traz que as pessoas e coisas ou os vestígios materiais deixados
pelo crime, que por sua ligação possam servir-lhe de prova, poderão ser objetos da
perícia.

A lei processual penal militar, em seu art. 328, dispõe também que o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, será indispensável, não podendo ser suprido nem
pela confissão do indiciado. O exame de corpo de delito indireto dar-se-á quando
houverem desaparecido os vestígios do crime, sendo baseado em prova
testemunhal e outros documentos.

No curso de IPM, é o Encarregado quem determina a realização da perícia, que


pode ser requerida pelo ofendido ou pelo indiciado, mas cabe ao Encarregado
analisar a pertinência do exame pedido.

Para a realização da perícia, não basta encaminhar a pessoa ou o objeto ao perito,


requisitando que faça determinado exame, pois o Encarregado deverá formular
quesitos que entender necessários para o esclarecimento do fato e a caracterização
de determinada conduta criminosa, devem ser específicos, simples e de sentido
inequívoco, não podendo ser sugestivos nem conter implícita a resposta.

Alexandre Henrique da Costa [2006?, p. 78] adverte que “cada crime detém uma
especificidade em matéria probatória ao deixar vestígios, devendo a autoridade
requisitante conhecer as propriedades do crime que está sendo apurado”. Ainda na
lição deste autor, tem-se que:

O delito objeto de investigação do inquérito poderá trazer um dever de


maior cautela na investigação à autoridade de polícia judiciária militar, a
exemplo de qualificadoras trazidas no tipo penal. Pode ser citado como
exemplo o furto qualificado pelo arrombamento, tipificado no inciso I do § 6º
do artigo 240 do Código Penal Militar. Não basta apenas realizar-se a
apuração da subtração da coisa alheia móvel, mas também deverá a
autoridade proceder à realização da perícia determinando a existência
jurídica do arrombamento, que somente assim possibilitará a apreciação da
qualificadora na fase acusatória do ciclo de persecução criminal. (COSTA
[2006?, p. 78]

Sendo cabível à apuração, o Encarregado poderá ouvir o indiciado, para que


também formule quesitos a serem respondidos no exame pericial.
47

Mesmo que o quesito não permita resposta decisiva do perito, poderá ser formulado,
desde que tenha por finalidade esclarecimento indispensável de ordem técnica, a
respeito de fato que é objeto da perícia.

Em regra, a requisição de perícia e exame deverá ser encaminhada ao


Departamento de Criminalística ou ao Departamento Médico Legal (ou Serviço
Médico Legal) dependendo do exame a ser feito.

Entretanto, em virtude de urgência ou pelo fato de existir pessoal com capacitação


técnica adequada nos quadros da própria PMES, a autoridade policial militar poderá
nomear peritos, preferencialmente dentre oficiais da ativa e, sempre que possível,
em número de dois, para a realização de determinados exames.

O indiciado ou o ofendido não podem intervir na escolha do perito, sendo tal encargo
é obrigatório, salvo por justificativa apresentada pelo nomeado a ser apreciada pelo
Encarregado, ou pela incidência de alguma das causas de impedimento ou
suspeição, elencadas no CPPM:
Art. 52. Não poderão ser peritos ou intérpretes:
a) os que estiverem sujeitos à interdição que os inabilite para o exercício de
função pública;
b) os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado
anteriormente sobre o objeto da perícia;
c) os que não tiverem habilitação ou idoneidade para o seu desempenho;
d) os menores de vinte e um anos.
Suspeição de peritos e intérpretes
Art. 53. É extensivo aos peritos e intérpretes, no que lhes for aplicável, o
disposto sobre suspeição de juízes.

3.13 AVALIAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE COISA

Os peritos podem ainda proceder à avaliação e identificação de coisa relacionada ao


fato criminoso. Nos termos do art. 341 do CPPM, “nos crimes em que haja
destruição, danificação ou violação da coisa, ou rompimento de obstáculo ou
escalada para fim criminoso, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão
com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato
praticado”.

Não sendo possível a avaliação direta, os peritos procederão à avaliação de forma


indireta, por meio das informações existentes nos autos e das que resultem de
pesquisas ou diligências.
48

A avaliação do valor de material subtraído, desviado, danificado ou extraviado, é de


fundamental importância para a produção dos corretos efeitos da reparação do dano
gerado.

Na ocorrência do crime de peculato culposo, previsto no § 3º do art. 303 do CPM,


por exemplo, havendo a reparação do dano, antes da sentença irrecorrível, opera-se
a extinção da punibilidade. Se a reparação é posterior, a pena imposta é reduzida
pela metade.

A exemplo do crime de desaparecimento, consunção ou extravio de combustível,


armamento e munição, previsto em sua modalidade dolosa no art. 265, e no art. 266,
em sua modalidade culposa, assim como em outras infrações penais que resultem
em dano que pode ser avaliado em pecúnia, a reparação pode servir de atenuante
quando da dosimetria da pena, conforme previsto na alínea b do inciso III do art. 72
do CPM.

3.14 BUSCA E APREENSÃO

Na direta lição de Julio Fabbrini Mirabete, (apud NEVES, 2017, p. 631) a busca
constitui uma “diligência destinada a encontrar-se a pessoa ou coisa que se procura
e a apreensão é a medida que a ela se segue”.

O CPPM distingue a busca domiciliar da busca pessoal; a primeira, tratada nos


artigos 172 a 179, consiste na procura material portas adentro da casa; a segunda,
prevista nos artigos 180 a 184, trata-se da procura material feita nas vestes, pastas,
malas e outros objetos que estejam com a pessoa revistada e, quando necessário,
no próprio corpo.

3.14.1 Busca domiciliar

A busca domiciliar deverá ser precedida de mandado judicial e realizada durante o


dia, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, para prestar socorro, ou com o
consentimento do morador, conforme se extrai do inciso XI do art. 5º da Constituição
Federal.

O art. 172 do CPPM indica o que se pretende alcançar com a realização de uma
busca domiciliar:
Art. 172. Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a
autorizarem, para:
49

a) prender criminosos;
b) apreender coisas obtidas por meios criminosos ou guardadas
ilicitamente;
c) apreender instrumentos de falsificação ou contrafação;
d) apreender armas e munições e instrumentos utilizados na prática de
crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do
acusado;
f) apreender correspondência destinada ao acusado ou em seu poder,
quando haja fundada suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo
possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crime;
h) colher elemento de convicção.

Assim, para a representação pela expedição de mandado de busca e apreensão, o


Encarregado do IPM deverá, em seu pedido direcionado à autoridade judiciária,
demonstrar, por meio de argumentos apoiados em informações fidedignas, que a
busca domiciliar é plausível e necessária para se alcançar algum dos objetivos
traçados como um dos fins da diligência. Além disso, deverá indicar, o mais
precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do seu
morador ou proprietário.

Os procedimentos a serem observados no cumprimento de um mandado de busca e


apreensão foram normatizados no âmbito da PMES por meio da Portaria nº 679-R,
de 14 de setembro de 2016.

Nos termos do art. 184 do CPPM, a busca domiciliar ou pessoal por mandado será
cumprida por oficial designado pelo Encarregado, caso não seja executada por este,
atendida a hierarquia do posto ou graduação de quem a sofrer, se militar.

3.14.2 Busca pessoal

A busca pessoal, exceto quando for procedida quando houver fundada suspeita de
que alguém oculte consigo elemento de prova, dar-se-á independentemente de
mandado quando feita no ato de captura de pessoa que deve ser presa; quando
determinada no curso da busca domiciliar; quando houver fundada suspeita de
ocultação de corpo de delito; ou quando feita na presença da autoridade judiciária ou
do Encarregado do IPM.

O CPPM prevê, no art. 183, que a busca em mulher será feita por outra mulher, se
não importar retardamento ou prejuízo da diligência. A exceção à regra também é
admitida quando a segurança dos policiais ou de terceiros estiver em risco aparente
50

ou real, devendo tal situação ser descrita no termo que for lavrado acerca da
diligência.

3.15 PROGRAMA DE PROTEÇÃO (PROVITA)

A Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999, prevê que a União os Estados e o Distrito


Federal instituam programas especiais com medidas de proteção para vítimas ou
testemunhas de crimes que estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em
razão de colaborarem com a investigação ou processo criminal.

No Estado do Espírito Santo, esse programa é regulamentado pelo Decreto nº 3163-


R, de 06 de dezembro de 2012, que estabelece, em seu art. 14, como critérios para
a inclusão de uma pessoa como usuário do programa estadual de apoio e proteção
às testemunhas, vítimas e familiares de vítimas da violência no Espírito Santo
(PROVITA/ES):
I. ser testemunha de crime, ou vítima de crime, tentado ou consumado, ou
ainda, familiar de vítima de ocorrência desse tipo, possuindo a ocorrência
criminal, dando prioridade aos seguintes:
a) característica de violência institucional, isto é, quando a autoria for
atribuída à pessoa investida de função pública, encarregada da aplicação
da lei;
b) característica de grupo de extermínio, isto é, quando a autoria for
atribuída a bando articulado para a prática de homicídios;
c) característica de ação de crime organizado, isto é, quando a autoria for
atribuída a grupo organizado para a prática habitual de crimes;
d) ou ainda quando não houver os meios convencionais de proteção.
II. que haja evidência de ameaça à vida ou à integridade física da
testemunha da vítima, ou de familiar da vítima, com o objetivo de impedi-la
de depor ou de falsear a verdade, ou que o candidato a Usuário do
Programa, em face da situação analisada, tenha fundadas razões para
temer sofrer dano físico;
III. que o candidato expresse vontade de ser atendido pelo Programa e
cumpra integralmente o Termo de Compromisso, quando do seu ingresso
neste, evitando ao máximo expor-se a riscos e submetendo-se a cumprir
todas as normas de segurança, com a as quais ele concordará previamente;
IV. que o candidato forneça todas as informações possíveis referentes ao
crime, objeto de investigação ou instrução criminal, com o qual esteja
relacionado, na qualidade de vítima ou testemunha, colaborando, dessa
forma, para combater a impunidade.
Parágrafo único. Os demais casos não previstos no presente Regimento
serão devidamente analisados pela Entidade Gestora do Programa e, se
necessário, remetidos ao CONDEL.

A solicitação objetivando ingresso no programa poderá ser encaminhada ao órgão


executor pelo interessado e, dentre outras autoridades, pelo Encarregado que
conduz o inquérito policial militar, devendo ser instruída com a qualificação da
51

pessoa a ser protegida e com informações sobre a sua vida pregressa, o fato
delituoso e a coação ou ameaça que a motiva.

Dessa forma, se o Encarregado vislumbrar a necessidade da inclusão do ofendido,


testemunha ou de seus familiares no programa, deverá manter contato com a
Corregedoria da PMES para que proceda a intermediação com o órgão executor do
PROVITA/ES.

3.16 QUEBRA DE SIGILO E INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E DE FLUXO DE


COMUNICAÇÕES

A interceptação telefônica e a de fluxo de comunicações de sistemas de informática


ou telemática tratam-se de meios de prova que podem ser empregados no curso do
IPM, ocorrendo somente com a devida autorização judicial, nos termos do art. 5º,
inciso XII da Constituição Federal:

é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal.

A interceptação telefônica não deve ser confundida com a captação ambiental. A


primeira é disciplinada pela Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, e tem por objeto a
comunicação por voz, dados, imagens, etc. ocorrida por via de telefonia, seja fixa,
seja celular. A segunda é prevista pela Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, e visa
à captação de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos no ambiente.

Neves (2017, p. 715) diferencia ainda a interceptação da escuta e da gravação


clandestina; a interceptação se dá quando um terceiro acompanha a comunicação
sem o conhecimento dos interlocutores; escuta ocorre quando um terceiro tem
acesso à comunicação dos interlocutores, sendo que um destes tem conhecimento
do desenvolvimento do monitoramento; quando um dos interlocutores é o
responsável pela gravação da conversa ou imagem, sem o conhecimento do outro,
tem-se a gravação clandestina.

Tanto a escuta quanto a gravação clandestina não carecem de autorização judicial


para que sejam entendidas como lícitas, já que em ambas as situações há a
anuência de um de seus interlocutores.
52

Entendendo como necessária a execução da interceptação, o Encarregado deverá


representar por tal medida à JME, fundamentando seu pedido com a demonstração
de que: a) há indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal militar;
b) que a prova não pode ser feita por outros meios disponíveis; e c) que o fato
investigado constitui infração penal punida com pena mais gravosa que a detenção,
requisitos exigidos no art. 2º da Lei nº 9.296 de 1996.

A quebra de sigilo telefônico, medida que se destina a se obter dados cadastrais e a


conta reversa (bilhetagem) de determinada linha telefônica em certo período, bem
como as mensagens de texto (SMS) e identificação dos IMEI (Identificação
Internacional de Equipamento Móvel) dos aparelhos utilizados em cada ligação,
também carece de autorização judicial, sendo sua concessão admitida mediante
avaliação dos mesmos requisitos para a interceptação telefônica. Também podem
ser obtidas por meio dessa medida as identificações das localizações das ligações
por meio das ERB (Estações Rádio Base) da linha telefônica alvo, com a respectiva
indicação geográfica.

A despeito da existência de jurisprudência favorável à dispensabilidade de


autorização judicial para a perquirição em dispositivos móveis que já se encontrem
apreendidos por ordem judicial, tal posicionamento ainda não está pacificado, dada
a existência de decisões em sentido contrário. Por isso entende-se como mais
seguro para se efetivar a extração de dados de smartphones, notebooks, desktops e
outros dispositivos de armazenamento apreendidos, a representação pela
autorização judicial para tal medida, com o atendimento dos mesmos requisitos
disciplinados pela Lei nº 9.296 de 1996.

Para a produção da representação e a operacionalização da quebra de sigilo,


extração de dados de dispositivos ou interceptação telefônica ou de fluxo de
comunicações de sistemas de informática ou telemática, o Encarregado deverá
procurar orientação diretamente com a Corregedoria da PMES.

3.17 INFORMAÇÕES DE FONTES ABERTAS

Os dados ou informações de acesso livre, ou de fontes abertas, podem ser


encontrados nos mais variados meios: comunicação, livros, softwares e,
principalmente, na internet. Diferentemente das fontes fechadas, em que há a
necessidade de login e acesso, as abertas encontram-se acessíveis a todo instante
53

e, quando bem selecionadas, podem fornecer elementos relevantes à investigação


policial.

Diante dessa possibilidade de obtenção de dados e informações, a apuração não


deve se restringir a depoimentos e exames periciais previstos na legislação
processual penal. O emprego de fontes abertas fornece maior celeridade ao
procedimento investigativo, possibilitando respostas rápidas e precisas, não
havendo necessidade de burocratizar a busca por intermédio de expedição de um
ofício que, em certos casos, levaria um prazo considerável para a obtenção de uma
resposta.

Alesandro Gonçalves Barreto (2015) ressalta que ao fazer uma consulta na internet,
o policial leve em conta alguns aspectos, dentre eles a qualidade e a relevância da
informação. A internet é “território livre” em que há inúmeros dados não verdadeiros,
devendo o policial responsável pela coleta saber distinguir informação de boato.

Para que a informação coletada seja útil à investigação, o policial deve estar atento
aos seguintes procedimentos (BARRETO, 2015):

Filtrar conteúdo: é importante que haja precisão no termo a ser pesquisado,


devendo ser claro e preciso sobre o que se busca. Essa coleta feita
corretamente auxilia na análise posterior apenas do conteúdo que
realmente possa ser relevante para a investigação;
Utilização correta do motor de busca e da aplicação de internet: recomenda-
se o uso de buscadores conhecidos a fim de que se obtenha resultados
mais precisos. Deve levar em conta a aplicação de internet a ser utilizada,
com informações sobre quem hospeda o conteúdo, referências sobre a
página além do respectivo domínio (.gov, .com., .edu, .net etc.);
Criação de alertas: os serviços mais conhecidos são o Google Alert e o Talk
Walker Alertas. Eles possibilitam que a busca por determinado termo e seu
envio diretamente para o e-mail de quem solicitou a busca. Não há
necessidade, portanto, de que se faça a busca todos os dias. O princípio a
ser seguido é deixar a internet trabalhar para você. Há casos conhecidos
em que policiais colocam nomes de foragidos nos serviços de alertas e tem
conseguido cumprir mandados de prisão em outros estados da federação
face às notícias veiculadas em portais.

A formalização da coleta de dados em forte aberta, no âmbito da polícia judiciária


militar dar-se-á por meio da certidão de constatação, onde o responsável pela coleta
de dados deverá fazer o relato do conteúdo pesquisado, metodologia utilizada, data
e hora da coleta e referências utilizadas com as urls nas quais o conteúdo se
encontra disponível.
54

3.18 RECONSTITUIÇÃO

Para verificar a possibilidade de haver sido a infração praticada de determinado


modo, o Encarregado do inquérito poderá adotar medidas a fim de ser realizada a
reprodução simulada dos fatos. Essa diligência, preferencialmente, deverá ser
procedida por meio de peritos do Departamento de Criminalística, e ao final, será
materializada na forma documental.

O Encarregado deverá manter um contato prévio com os peritos, disponibilizando a


eles toda informação possível sobre o evento em apuração, para que haja o
planejamento dos trabalhos, que não poderão ocorrer contrariando a moralidade ou
a ordem pública, nem atentando contra a hierarquia ou a disciplina militar, conforme
o disposto no art. 13 do CPPM.

Cabe ao Encarregado do IPM providenciar os meios solicitados pelos peritos para a


realização da reconstituição, fazer comparecer os envolvidos na apuração, tomando
o cuidado para que não se comuniquem durante o andamento da reprodução
simulada, bem como zelar pela segurança do local.

O indiciado poderá ser compelido a comparecer ao ambiente de desenvolvimento da


reconstituição, porém, não está obrigado a participar dos trabalhos, em razão do
princípio de que ninguém será obrigado a produzir prova contra si mesmo, que
encontra respaldo no § 2º do art. 296 do CPPM: “Ninguém está obrigado a produzir
prova que o incrimine, ou ao seu cônjuge, descendente, ascendente ou irmão”.

3.19 PRISÃO PREVENTIVA

O Encarregado, em qualquer fase do IPM, poderá representar à JME pela prisão


preventiva do indiciado, se existentes e comprovados ambos os pressupostos para
sua decretação, estampados no art. 254 do CPPM, a saber: prova do fato delituoso
e indícios suficientes de autoria.

Além disso, a segregação cautelar preventiva também deverá estar fundamentada


em um dos casos previstos no art. 255:
a) garantia da ordem pública;
b) conveniência da instrução criminal;
c) periculosidade do indiciado ou acusado;
d) segurança da aplicação da lei penal militar;
55

e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e


disciplina militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a
liberdade do indiciado ou acusado.

Neves (2017, p. 675) ensina que “a garantia da ordem pública será fundamento para
a prisão preventiva nos casos em que o acusado (indiciado) estiver reiteradamente
praticando – ou com possibilidade concreta de praticar – outras infrações penais”.

O fundamento na conveniência da instrução penal se verifica quando é sabido que o


indiciado busca atrapalhar o andamento da investigação, a exemplo das ações de
destruir ou ocultar provas, proferir ameaças ao ofendido, testemunhas, peritos, e até
às autoridades policiais e judiciárias, ou tentar corromper os demais envolvidos na
apuração.

A periculosidade do indiciado extrai-se da avaliação de sua personalidade e o


consequente grau de perigo decorrente da manutenção de sua liberdade. A
gravidade do crime em apuração pode ser critério de avaliação da periculosidade do
indivíduo.

A prisão preventiva também pode ser fundamentada na exigência da manutenção


das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares, quando ficarem
ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado. Na lição de Neves (2017, p.
679), apoiado em Célio Lobão, enquadram-se nesse fundamento as situações em
que o indiciado:

evidencia um comportamento acintoso, desafiador, desrespeitoso, em


relação a seus superiores e subordinados, desde que relacionado ao ato
delituoso em apuração, ou então quando a conduta criminosa evidenciou-se
de tamanha gravidade, significando uma quebra tão grande de expectativa
almejada, que a prisão do acusado (indiciado) é única forma de retomar a
normalidade disciplinar e hierárquica do ambiente em que foi praticado.

A lei também apresenta casos em que a decretação da prisão preventiva é vedada


e, consequentemente, não se mostra razoável que a autoridade policial militar
responsável pelo inquérito, nessas hipóteses, represente pela segregação cautelar.

É proibida a decretação da prisão preventiva, nos termos do art. 258 do CPPM, se


for verificado, com amparo em provas constantes dos autos, que o agente tenha
praticado o fato quando o supõe lícito, por ignorância ou erro de interpretação da lei,
se escusáveis.
56

Também é vedada a decretação da prisão preventiva do agente que cometeu o


crime sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem direta de superior
hierárquico; ressalta-se que nos delitos em que há violação do dever militar,
elencados no título III do Código Penal Militar, o agente não pode invocar coação
irresistível senão quando física ou material, ou que incorreu em erro de direito.

A decretação da prisão preventiva também não é cabível nos casos em que se


verificar que o indiciado agiu sob alguma das hipóteses excludentes do art. 42 do
CPM (estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e
exercício regular de direito), bem como no caso de estado de necessidade
exculpante, estampado no art. 39 da lei penal militar.

Por uma questão de coerência do sistema, não será cabível a prisão preventiva nos
casos de expressa previsão para a concessão da liberdade provisória (art. 270 do
CPPM), como nas seguintes hipóteses: de infração a que não for cominada pena
privativa de liberdade; de crime culposo, salvo se a conduta encontrar subsunção
aos tipos compreendidos entre os previstos no Livro I, Título I, da Parte Especial do
CPM; e de infração punida com pena de detenção não superior a dois anos, salvo as
previstas nos artigos 157, 160, 161, 162, 163, 164, 166, 173, 176, 177, 178, 187,
192, 235, 299 e 302 do Código Penal Militar (NEVES, 2017).

3.20 INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL

Na lição de Guilherme de Souza Nucci (2014, p. 201), incidente de insanidade


mental é:

o procedimento incidente instaurado para apurar a inimputabilidade ou


semi-imputabilidade do acusado, levando-se em conta a sua capacidade de
compreensão do ilícito ou de determinação de acordo com esse
entendimento à época da infração penal.

Trata-se de perícia médica para a aferição da culpabilidade do autor do fato típico,


quando, em razão de doença ou deficiência mental, houver dúvida razoável acerca
de sua imputabilidade penal.

Crimes graves, indiciados reincidentes ou com antecedentes criminais, ausência de


motivo para a prática da infração, narrativas genéricas quanto à insanidade do
indiciado, entre outras situações correlatas, não são motivos suficientes para a
instauração do incidente, segundo Nucci (2014).
57

Na fase de inquérito o Encarregado poderá representar pelo incidente à JME, sendo


vedada à autoridade de polícia judiciária militar a determinação desse tipo de
exame. Essa representação pode ainda ocorrer por requerimento do MP, do
defensor, do curador, ou do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do
indiciado, conforme se vê no art. 156 do CPPM e seus parágrafos.

Ressalta-se que, conforme os termos do art. 158 da lei processual castrense, o


incidente de insanidade mental não sustará a realização de diligências que possam
ficar prejudicadas com a suspensão do curso do feito, salvo quando se tratar de
produção de prova em que seja indispensável a presença do indiciado.

Além disso, o inquérito poderá ser encerrado sem a apresentação do laudo referente
ao exame, que será remetido pelo encarregado ao juiz (§ 2º do art. 162 do CPPM),
vez que, segundo Nucci (2014), a eventual constatação da inimputabilidade do
indiciado não tem o condão de produzir efeito jurídico até que a ação penal seja
ajuizada.

Desse modo, orienta-se que o Encarregado, ao se deparar com situação ensejadora


do incidente, dê prosseguimento ao inquérito, formulando a representação ao final
dos trabalhos, em seu relatório.

3.21 RELATÓRIO

Concluída a instrução do IPM, ou ao final de seu prazo regulamentar, o


Encarregado, conforme o art. 22 do CPPM, deverá produzir um minucioso relatório,
mencionando as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com
indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato apurado.

O Encarregado deverá apresentar, analisar e confrontar as provas obtidas por


intermédio da apuração. Diante dos elementos expostos, avaliará o conjunto
probatório de forma lógica, buscando demonstrar o nexo de causalidade entre a
ação ou omissão do agente e o resultado verificado, concluindo, ao final, acerca da
autoria e materialidade dos fatos [COSTA, 2006?].

O relatório deverá ser redigido de forma detalhada, mas não enfadonha, evitando-se
a mera transcrição de depoimentos colhidos ou de conteúdo de documentos, sendo
preferível a exposição das principais informações de cada elemento obtido, com
uma redação já adaptada e com indicação de sua localização nos autos.
58

O Encarregado deve ter em mente que o relatório do IPM, quando houver indícios
de autoria e prova de materialidade da prática de crime militar, servirá de base para
o oferecimento de denúncia por parte do representante do MP na PJJAM. Assim,
deverá ser demonstrado, por meio do relatório, a exposição do fato criminoso, com
todas as suas circunstâncias, o tempo e o local do crime, as razões de convicção ou
presunção da ocorrência do fato delituoso, e a classificação do crime.

Com a dilação do conceito de crime militar decorrente das alterações advindas da


Lei 13.491 de 2017, é essencial que seja demonstrado por que o fato em apuração
se constitui, ou não, em um crime militar. Assim, a subsunção do caso concreto às
hipóteses previstas no art. 9º do CPM, deverá ser demonstrada no relatório para que
haja a caracterização da infração penal militar.

Existindo elementos que levem à firme convicção de que a ação policial militar
avaliada, que teve resultado reprovável pela lei penal, foi praticada sob alguma das
excludentes de ilicitude ou de culpabilidade previstas no ordenamento, tal
circunstância deve ser explorada no relatório. A exposição, como em todo o
relatório, deve ser breve e clara, sendo desnecessária a indicação de doutrina e
jurisprudência.

O Encarregado do inquérito também deverá mencionar, se possível, o lugar onde se


encontram as testemunhas que deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento,
bem como as diligências não concluídas ou não realizadas no prazo legal do IPM.

Em sua conclusão, o Encarregado dirá se há indício de crime, comum ou militar, e


ou de transgressão disciplinar a se punir, individualizando a conduta de cada policial
militar contra quem se verificou indícios de autoria de irregularidade. Sendo
verificados indícios de ato de improbidade administrativa, isso também deve ser
aposto no relatório.

Entendendo pela ocorrência da prática de crime militar, o Encarregado, ainda em


seu relatório, deve se pronunciar acerca da conveniência da prisão preventiva do
indiciado, caso haja razões para isso, ou seja, se existentes os pressupostos e
requisitos para a segregação cautelar.

Encerrado os trabalhos, o Encarregado remeterá o IPM à autoridade de polícia


judiciária militar originária, se esta própria não tenha sido responsável pela condução
59

dos trabalhos, para que homologue, ou não, sua solução e providencie a remessa
dos autos à Justiça Militar Estadual.

3.22 SOLUÇÃO

A autoridade originária de polícia judiciária militar, diante das conclusões expostas


no relatório do Oficial Encarregado, decidirá através da Solução, conforme se
depreende do art. 22 do CPPM, onde consta que a autoridade poderá homologar ou
não o relatório, devendo este ser fundamentado, tendo em vista os motivos da
discordância, conforme as informações constantes nos autos.

Cumprirá também a autoridade delegante, nesta Solução, o encaminhamento para


que sejam adotadas as providências necessárias para a instauração de processo
administrativo disciplinar militar, na hipótese de restarem indícios de transgressão
disciplinar, observando as normas de comando e subordinação.

Assim como, ocorrendo avaria, extravio, desvio ou dano aos bens da corporação,
proceder aos encaminhamentos junto ao setor competente, como Diretorias,
Comandos ou Unidades, a fim de tomarem conhecimento e adotarem as medidas
pertinentes, como exemplo, descarregar ou dar baixa ao bem do Estado.

Após a Solução o IPM será remetido pela autoridade originária diretamente à JME,
acompanhado dos instrumentos e dos objetos que interessem à sua prova,
informando sobre eventuais diligências não concluídas.

Ressalta-se que, conforme o art. 24 do CPPM, a autoridade militar não poderá


mandar arquivar autos de inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou
de inimputabilidade do indiciado.

3.23 MONTAGEM DO IPM

A apresentação do inquérito e sua correta montagem também demonstram o zelo


que o Encarregado e o Escrivão tiveram com os trabalhos da apuração. Objetivando
a padronização dos procedimentos no âmbito da PMES, a devida organização das
peças, a facilidade de manuseio e a proteção dos autos.
60

3.23.1 Capa/autuação

A autuação, que é o ato pelo qual o Escrivão inicia a formação dos autos de um
procedimento, é fixada na própria capa e deve conter as informações básicas para o
reconhecimento do IPM, como o número da portaria e a identificação do
Encarregado, do ofendido e do indiciado.

Caso não se conheça a identidade do ofendido ou do indiciado no momento da


autuação, deve-se constar a expressão: “NÃO IDENTIFICADO”. Importa aqui
salientar que, em certos casos, o ofendido não será uma pessoa natural, podendo
ser a instituição militar, a disciplina militar, a administração, o dever militar, etc.
Nesses casos deverá ser registrado como ofendido “POLÍCIA MILITAR” ou, se for o
caso, “JUSTIÇA MILITAR”.

A capa a ser utilizada é a Mod. PMES – 002, ou outra de tamanho e material similar.
Para maior durabilidade dos trabalhos, orienta-se que toda a capa, ou ao menos
suas bordas, seja coberta por adesivo plástico transparente, do tipo papel contact,
ou fita de empacotamento transparente, usando-se este material somente no caso
de se cobrir as bordas. Os autos devem ser encadernados com a utilização de
“bailarinas” ou grampos plásticos, pois outras folhas podem vir a ser acrescidas
posteriormente. Por isso não devem ser utilizadas a encadernação com espiral
plástica ou brochura.
Figura 2 - Capa do IPM
61

3.23.2 Papel

O papel a ser utilizado na feitura das peças do IPM será, preferencialmente, o de


formato A4 na cor branca.

3.23.3 Numeração/rubrica

Todas as folhas devem ser numeradas e rubricadas pelo Escrivão no canto superior
direito da folha, com exceção da capa, que será contada como a primeira, mas não
numerada e rubricada. Caso tal espaço já esteja ocupado com outro escrito ou
figura, a numeração e a rubrica devem ser colocadas em local mais próximo
possível, em posição que facilite sua visualização.

Na feitura do IPM deve-se evitar o uso do verso das folhas, a fim de facilitar
possíveis escaneamentos e reproduções. Havendo a juntada de material com
impressão em verso, a numeração será a mesma da registrada no anverso,
acrescida de V, e será colocada com a rubrica do Escrivão no canto superior
esquerdo. Ex.: Fls. 35V.

Caso o Escrivão detecte a ocorrência de erro na numeração de folhas dos autos do


IPM, poderão ser adotadas as seguintes ações corretivas:

a) se ocorrer erro na sequência normal da numeração (Ex.: 30, 31, 33...), deverá ser
certificado nos autos sua ocorrência, devendo esta certificação ser juntada no
intervalo onde ocorreu o erro (entre 31 e 33), e deverá, ainda, receber a numeração
seguinte à da folha anterior (31), neste caso inserindo o número 32.

b) se ocorrer a repetição de numeração de folhas (Ex.: 30, 31, 31, 32), deverá ser
certificado o erro ao final dos autos e em seguida inserida uma letra do alfabeto nas
folhas repetidas, grafada em maiúsculo (31-A), conforme modelo constante no
APÊNDICE B deste manual;

c) se ocorrer ausência de numeração entre um intervalo de folhas (Ex.: 30, ?, 31,


32), deverá ser certificado o erro ao final dos autos e em seguida numeradas as
folhas esquecidas com o número correspondente à folha anterior, acrescida de uma
letra do alfabeto grafada em maiúsculo (30-A), conforme modelo constante no
apêndice B deste manual.
62

3.23.4 Fonte

Na digitação de todo o texto, recomenda-se a utilização da fonte Arial 12, na cor


preta, sendo admitidas pequenas variações de tamanho para melhor aproveitamento
do papel e melhor apresentação visual do documento.

A identificação de militares deverá conter o posto/graduação, o quadro, o nome


completo, o RG e o número funcional, da seguinte forma: Sd QPMP-C JOÃO DA
SILVA, RG 22.222-2/NF 3333333. Entretanto, quando o militar já tiver sido citado no
documento, basta identificá-lo com o posto/graduação e o nome de guerra: Sd DA
SILVA. Nomes de civis também devem ser digitados em caixa alta.

Recomenda-se a digitação do texto com espaçamento 1,15 para entrelinhas.

3.23.5 Volumes

A fim de facilitar o manuseio do IPM, cada volume deverá ter, no máximo, 200
(duzentas) folhas. Alcançando-se esse número aproximado de folhas, o Escrivão
deverá lavrar o termo de encerramento, que será colocado como última folha do
volume.

Um termo de abertura, que será afixada na capa do novo volume, deverá ser
confeccionado; a numeração das folhas do novo volume será a continuação da do
anterior, não havendo numeração diferenciada para cada volume. A capa do novo
volume é contada, mas não numerada. Os volumes e os autos apensados deverão
ser unidos por barbantes fixados através das “bailarinas” ou clipes plásticos, de
forma a possibilitar o manuseio dos autos.

3.23.6 Autos apartados

Documentos que tratem de assuntos que devam correr em autos apartados, a


exemplo das medidas referentes à interceptação telefônica, não devem ser juntados
aos autos principais, mas sim, formar um caderno à parte. Os autos apartados terão
capa e numeração próprias.

3.23.7 Autos apensados

Havendo a necessidade de se juntar originais ou cópias de procedimentos


completos e com grande número de folhas, como sindicâncias, processos judiciais
63

ou administrativos, dentre outros, tais documentos poderão compor um outro


capeado, que terá capa e numeração próprias.

3.23.8 Documentos já autuados

Caso o escrivão verifique que documentos recebidos para juntada já se encontram


inseridos nos autos, em especial cópias de originais, poderá deixar de juntá-los a fim
de se evitar a inserção de informações já existentes e o aumento desnecessário de
páginas do volume. Agindo desse modo, o Escrivão deverá providenciar uma
certidão registrando o motivo de os documentos não terem sido juntados, indicando,
também, onde a documentação permanecerá arquivada.

3.23.9 Disco de dados

CDs e DVDs que vierem a ser anexados ao IPM deverão ser acondicionados em um
envelope afixado em uma folha que será juntada aos autos. Esse envelope não
pode ser lacrado, a fim de possibilitar o acesso ao disco, mas deve ser disposto de
forma a tornar segura a manutenção do material no interior do caderno. As mídias
deverão ser marcadas de forma que se possibilite seu reconhecimento como
documento do IPM.
Figura 3 - Juntada de disco de dados
64

3.24 ORDEM DAS PEÇAS DO IPM

São apresentados modelos documentais (APÊNDICE B – Modelo de IPM), na ordem


sequencial do inquérito, servindo de referência geral no âmbito da PMES, podendo
surgir outros documentos não previstos, de acordo com as circunstâncias de cada
fato concreto.

Figura 4 - Ordem das peças do IPM

REMESSA À JME

SOLUÇÃO

TERMO DE RECEBIMENTO E REMESSA

RELATÓRIO DO ENCARREGADO

CONCLUSÃO

DOCUMENTOS PRODUZIDOS E/OU JUNTADOS

RECEBIMENTO / CERTIDÃO / JUNTADA

DESPACHO

CONCLUSÃO

DOCUMENTOS ANEXOS À PORTARIA DA


AUTORIDADE DELEGANTE
PORTARIA DA AUTORIDADE DELEGANTE

DESIGNAÇÃO / COMPROMISSO DO ESCRIVÃO

PORTARIA DO ENCARREGADO

CAPA / AUTUAÇÃO
65

4. PROCEDIMENTO DE DESERÇÃO

4.1 CONCEITUAÇÃO

O crime de deserção possui um tratamento especial no CPM, consta inserido no


capítulo específico dentro do título “dos crimes contra o serviço”, tendo como
objetividade jurídica tutelar o serviço militar afetado pela ausência do servidor,
protegendo o dever militar, o comprometimento, a vinculação do homem aos valores
éticos e funcionais da instituição militar.

A conduta nuclear dos elementos objetivos é a ausência, no sentido de afastar-se,


furtar-se estar no lugar em que deveria, por imposição do dever e do serviço, na
forma de escala ou ordem específica.

De acordo com as classificações doutrinárias clássica, topográfica e processual, a


deserção é considerada um crime propriamente militar, pois se trata de delito que
somente pode ser cometido por militar, é tipificado apenas na lei penal militar e cuja
ação penal somente pode ser proposta contra militar (NEVES, 2014).

A deserção é crime permanente, com consumação protraída no tempo, cessando


com a apresentação voluntária ou captura do desertor.

A tipificação do crime militar de deserção está contida nos artigos 187, 188 e 192 do
CPM, a saber:
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do
lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.
Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:
I - não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo
de trânsito ou férias;
II - deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito
dias, contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou
agregação ou em que é declarado o estado de sítio ou de guerra;
III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito
dias;
IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando
ou simulando incapacidade.
[...] Art. 192. Evadir-se o militar do poder da escolta, ou de recinto de
detenção ou de prisão, ou fugir em seguida à prática de crime para evitar
prisão, permanecendo ausente por mais de oito dias.

Importante destacar que, conforme previsão do tipo penal, o prazo estipulado na


legislação castrense para configuração do crime de deserção é de oito dias
66

(“octídio”), destacando-se que a ausência exigida pelo tipo penal é aquela sem
licença ou autorização, que a doutrina denomina de ausência ilegal, pois existem
outros tipos de ausências autorizadas, como no caso de férias regulamentares,
folgas de escalas de serviço e demais tipos de dispensas, fazendo com que o militar
se ausente de onde serve.

Com efeito, o militar que se encontrar no período de ausência ilegal, antes de


configurado o crime de deserção, é designado como ausente, sendo que após
cumprido o prazo de oito dias passará da condição de ausente para a condição de
desertor.

Antes desse prazo, não há nenhuma consequência penal para o militar, podendo
ainda responder, no que couber, na esfera administrativa, ante a sua ausência não
autorizada a um ato de serviço, sendo importante observar os procedimentos
referentes à diferenciação da classificação do militar entre a condição de ausente ou
faltoso.

Conforme o art. 451 do CPPM, consumado o crime de deserção, o comandante da


unidade, ou autoridade correspondente, ou ainda autoridade superior, fará lavrar o
respectivo termo, imediatamente, formalizando a prática do delito de deserção.

No âmbito da PMES também se faz necessário observar os termos da Portaria nº


535-R, de 25 de agosto de 2011, que dispõe sobre os procedimentos a serem
adotados em casos de crime de deserção cometidos por militares da instituição.

4.2 CONTAGEM DO PRAZO

É possível verificar divergências doutrinárias entre a contagem do prazo para


configuração do crime de deserção, frisando-se que, em se tratando de matéria
penal, o prazo para configuração do delito não pode ser abreviado, tornando-se mais
prudente a sua dilação, se for o caso, a fim de garantir o direito à liberdade.

Dessa forma, adotando-se a posição majoritária da doutrina castrense, o Comando


Geral da PMES, por meio da Portaria nº 535-R, de 25 de agosto de 2011,
estabeleceu no art. 1º, § 1º, que “a contagem dos dias de ausência, para efeito da
lavratura do termo de deserção, iniciar-se-á à zero hora do dia seguinte àquele em
que foi verificada a falta injustificada do militar”, sendo que apenas oito dias após
esse período é que o militar pode ser considerado desertor.
67

A seguir constam exemplos, em forma de tabela, nos quais se verificam as


contagens dos prazos do transcurso do octídio para a configuração do crime de
deserção.

Exemplo 01: militar com serviço previsto para início às 07h e término às 19h do dia
10 de janeiro.
Tabela 1 - Contagem do prazo no caso de serviço com início e término no mesmo dia

10/01 10/01 11/01 12/01 19/01

às 07h às 19h às 00h às 00h às 00h

Início da contagem do Elaboração da Parte de Elaboração do Termo de


Início do Serviço Término do Serviço
prazo de ausência ilegal Ausência Deserção

ATRASO FALTOSO FALTOSO AUSENTE DESERTOR

Exemplo 02: Militar com serviço previsto para início às 19h do dia 10 de janeiro e
término às 07h do dia 11 de janeiro.
Tabela 2 - Contagem do prazo no caso de serviço com início e término em datas diversas

10/01 11/01 12/01 13/01 20/01

às 19h às 07h às 00h às 00h às 00h

Início da contagem do Elaboração da Parte de Elaboração do Termo de


Início do Serviço Término do Serviço
prazo de ausência ilegal Ausência Deserção

ATRASO FALTOSO FALTOSO AUSENTE DESERTOR

É imperioso observar que a ausência não implica em consequência penal militar,


configurando-se ilícito administrativo disciplinar, em princípio punido com rigor maior
do que a falta ao serviço; assim sendo, na esfera disciplinar, somente após 24 (vinte
e quatro) horas de ausência é que o militar poderá sofrer a sanção disciplinar por
prática dessa transgressão.

4.3 TERMO DE DESERÇÃO

Verifica-se que o rito do procedimento de deserção encontra previsão no art. 451 e


seguintes do CPPM, conforme abaixo:
68

Art. 451. Consumado o crime de deserção, nos casos previstos na lei penal
militar, o comandante da unidade, ou autoridade correspondente, ou ainda
autoridade superior, fará lavrar o respectivo termo, imediatamente, que
poderá ser impresso ou datilografado, sendo por ele assinado e por duas
testemunhas idôneas, além do militar incumbido da lavratura.

Consta que a autoridade incumbida de lavrar o termo de deserção não pode ser
autoridade delegada, mas sim a própria autoridade de polícia judiciária militar
originária, sendo o termo formalizado com a assinatura desta, duas testemunhas e
do militar designado para a lavratura.

Assim verifica-se que o termo contém um conjunto coordenado de atos apuratórios


de forma circunstanciada e formalizada, contendo a qualificação do desertor,
devendo ser publicado em boletim, acompanhado da parte de ausência e inventário,
para posterior remessa ao juízo da AJMES.

A lavratura do termo de deserção de oficiais se dá nos termos dos artigos 454 e 455
do CPPM; já o termo de deserção de praças se procede conforme os artigos 456 e
457 do CPPM.

4.3.1 Termo de Deserção de Oficiais

Quanto ao termo de deserção de oficiais consta que a autoridade incumbida da


lavratura, como previsto nas disposições gerais, não será a autoridade delegada,
mas sim as autoridades de polícia judiciária originárias, devendo conter as demais
formalidades, como assinatura da autoridade e duas testemunhas, sendo
recomendada a designação, para funcionar como escrivão, um oficial subalterno, em
analogia à regra do art. 11 do CPPM.

A deserção do oficial implicará em sua agregação, sendo necessária a publicação


do termo em boletim, bem como a parte de ausência, devendo esta seguir a
orientação correlata do procedimento da deserção de praça, quanto ao momento da
confecção, ou seja, 24 (vinte e quatro) horas após o início da contagem.

Consta do art. 454, § 2º, do CPPM, que procedida a publicação, a autoridade militar
remeterá o termo de deserção à auditoria competente, juntamente com a parte de
ausência, o inventário e as cópias do boletim ou documento equivalente, além dos
assentamentos do desertor, configurando estes documentos o procedimento de
deserção.
69

Sendo confeccionada a parte de ausência, o comandante do oficial deverá adotar as


providências quanto ao inventário dos bens, ressaltando que este somente
alcançará os bens que eventualmente estejam no interior da unidade, devendo ser
procedido na presença de duas testemunhas, recomendando-se que os bens
particulares do desertor sejam relacionados, reduzindo tudo a termo, assinado pelo
responsável e pelas testemunhas, permanecendo os bens particulares relacionados,
devidamente guardados em local apropriado na OME, até deliberação posterior.

O procedimento de deserção de oficial deverá ser autuado e encaminhado à


AJMES, ficando evidente, conforme o art. 455 do CPPM, que se apresentando ou
sendo capturado o desertor, a autoridade militar fará a comunicação àquele juízo,
com a informação sobre a data e o lugar onde o mesmo se apresentou ou foi
capturado, além de quaisquer outras circunstâncias concernentes ao fato, sendo
lavrado um termo de captura ou de apresentação.

4.3.2 Termo de Deserção de Praças

O procedimento de deserção de praças é muito semelhante ao procedimento de


oficias, conquanto exigidos a parte de ausência, inventário, levados a efeito pelo
comandante de unidade, para a lavratura do respectivo termo de deserção.

De acordo com o art. 456, § 3º, do CPPM, o comandante fará lavrar o termo de
deserção, onde se mencionarão todas as circunstâncias do fato, podendo ser
lavrado por uma praça, especial ou graduada, e será assinado pelo comandante e
por duas testemunhas idôneas, preferencialmente oficiais.

O termo de deserção de praça deverá ser autuado e remetido à AJMES, não


havendo, diferente do que ocorre com o oficial, a possibilidade da denúncia antes da
captura ou apresentação do desertor.

O desertor sem estabilidade que se apresentar ou for capturado deverá ser


submetido à inspeção de saúde e, quando julgado apto para o serviço militar, será
reincluído, devendo a ata de inspeção de saúde ser remetida, com urgência, ao
Juízo da AJMES para que, em caso de incapacidade definitiva, seja o desertor sem
estabilidade isento da reinclusão e do processo, sendo os autos arquivados, após o
pronunciamento do representante do MP.
70

Reincluída a praça especial ou a praça sem estabilidade, ou procedida à reversão


da praça estável, o comandante da unidade providenciará com urgência a remessa
de cópia do ato de reinclusão ou do ato de reversão à AJMES, sob pena de
responsabilidade.

Acrescente-se que é necessário verificar a peculiaridade de cada instituição militar e


a respectiva legislação, como no caso da PMES, na qual a Portaria nº 535-R, de 25
de agosto de 2011, dispõe sobre as normas a serem adotadas em casos de crime
de deserção.

Em complementação ao previsto no CPPM, quando o militar entrar na condição de


ausente, faz-se necessária, por parte de seu comandante ou chefe imediato
(companhia, pelotão, seção, etc), a confecção da parte de ausência, ato
administrativo que oficialmente fará com que ele passe da condição de faltoso para
a condição de ausente, sendo que esta deve ser encaminhada diretamente ao
comandante da unidade do militar ausente.

Após ciência da parte de ausência o comandante da unidade deverá determinar a


lavratura do termo de inventário, no qual serão discriminados todos os materiais
pertencentes à fazenda pública e particulares, que estiverem na unidade e sob a
responsabilidade do militar ausente, sendo por esta autoridade assinado, juntamente
com duas testemunhas.

Decorrido o prazo legal para configuração da deserção, o comandante ou chefe


imediato do desertor comunicará este fato ao comandante de unidade, juntando à
comunicação a parte de ausência e o termo de inventário.

Destaca-se que, durante esse período de ausência, o comandante da unidade


deverá determinar a realização de diligência que possibilite a localização do militar
ausente, contudo decorrido o prazo legal para a consumação da deserção,
determinará a confecção do termo de deserção, procedimento que tornará o militar
desertor para efeitos legais.

Importante registrar que a lei não prevê a exigência de realização de diligência para
localização do ausente, uma vez que o comparecimento para o serviço é uma das
obrigações inerentes ao serviço militar, mas somente verifica-se de um cuidado do
comandante com a finalidade de certificar que o policial militar deixou
71

deliberadamente de cumprir sua obrigação ou, por algum motivo, não tenha tido
oportunidade de comunicar sua ausência em tempo hábil, por exemplo.

O termo de deserção deverá ser publicado em boletim da unidade, compondo o


procedimento de deserção, que será remetido à AJMES, com cópia encaminhada à
Corregedoria e informação à Diretoria de Recursos Humanos sobre a configuração
do crime de deserção, anexando cópia do boletim.

Sendo o militar desertor oficial ou praça com estabilidade assegurada, o


Comandante Geral, propugnará pela agregação do desertor, a contar da data em
que se configurou a deserção; sendo o militar desertor praça especial ou praça sem
estabilidade assegurada, será excluído do serviço ativo.

Assim sendo, o procedimento de deserção se compõe, basicamente, por: parte de


ausência, termo de inventário, termo de deserção, publicação em boletim, juntada
dos assentamentos individuais, remessa dos autos à AJMES, além das
comunicações do comandante de unidade.

4.4 APRESENTAÇÃO OU CAPTURA

Na situação de prisão ou apresentação do desertor dar-se-á a prisão, sendo o auto


de prisão em flagrante delito substituído pelo termo de deserção, com todas as
formalidades e instruções que o precedem.

Nos termos do art. 452 do CPPM o termo de deserção tem o caráter de instrução
provisória e destina-se a fornecer os elementos necessários à propositura da ação
penal, sujeitando, desde logo, o desertor à prisão.

O desertor poderá ser preso a qualquer tempo, após consumado o crime, sendo que
a autorização para tal prisão é a lavratura do termo de deserção, na forma do art.
454 do CPPM.

Cabe à autoridade militar providenciar a comunicação ao Juiz Militar, com a


informação sobre a data e o lugar onde o mesmo se apresentou ou foi capturado,
além de quaisquer outras circunstâncias concernentes ao fato.

Assim sendo, o preso será recolhido à prisão com as comunicações próprias da


prisão em flagrante, antes lavrando o respectivo termo de captura ou de
apresentação.
72

4.5 ORDEM DAS PEÇAS DO PROCEDIMENTO DE DESERÇÃO

São apresentados modelos documentais (APÊNDICE C – Modelo de Procedimento


de Deserção), na ordem sequencial, servindo de referência geral no âmbito da
PMES.
Figura 5 - Ordem das peças do PD

COMUNICAÇÃO DA APRESENTAÇÃO OU
CAPTURA À JME

TERMO DE APRESENTAÇÃO OU CAPTURA

COMUNICAÇÕES

REMESSA DO PD À JME

PUBLICAÇÃO EM BOLETIM

TERMO DE DESERÇÃO

DESIGNAÇÃO DA LAVRATURA DA DESERÇÃO

TERMO DE INVENTÁRIO

DESIGNAÇÃO DE INVENTÁRIO

TERMO DE DILIGÊNCIA

PARTE DE AUSÊNCIA

CAPA / AUTUAÇÃO
73

REFERÊNCIAS

ASSIS, Jorge César de. Direito militar: aspectos penais, processuais penais e
administrativos. 3. ed. Curitiba: Juruá, 2012.

BARRETO, Alesandro Gonçalves. Utilização de fontes abertas na investigação


policial. Direito & TI, nov. 2015. Disponível em:
<http://direitoeti.com.br/artigos/utilizacao-de-fontes-abertas-na-investigacao-
policial/>. Acesso em: 18 abr. 2019.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil.


Brasília: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Decreto-lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969. Código Penal Militar.


Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 1969. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 10 dez. 2018.

BRASIL. Decreto-lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969. Código de Processo


Penal Militar. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 1969.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 10 dez. 2018.

BRASIL. Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre registro, posse e


comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas –
Sinarm, define crimes e dá outras providências. Brasília, 2003. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm>. Acesso em: 15 abr.
2019.

BRASIL. Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013.


Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de
obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal; altera o
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga a Lei
no 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras providências. Brasília, 2013. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12850.htm>.
Acesso em: 15 abr. 2019.

BRASIL. Lei nº 13.491, de 13 de outubro de 2017.


Altera o Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969 - Código Penal Militar.
Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2017/lei/l13491.htm>. Acesso em: 20 fev. 2019.

BRASIL. Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da


Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Brasília, 1994. Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 9 dez. 2018.
74

BRASIL. Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996. Regulamenta o inciso XII, parte final,
do art. 5° da Constituição Federal. Brasília, 1996. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9296.htm>. Acesso em: 18 abr. 2019.

BRASIL. Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999.


Estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de
proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui o Programa Federal de
Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de
acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração
à investigação policial e ao processo criminal. Brasília, 1999. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9807.htm>. Acesso em: 18 abr. 2019.

COSTA, Alexandre Henriques da. Manual prático dos atos de polícia judiciária
militar. São Paulo : Suprema Cultura, [2006?].

ESPÍRITO SANTO. Decreto nº 3163-R, de 06 de dezembro de 2012. Reformula o


Decreto nº 1291-R, de 02 de março de 2004, que aprovou o Regimento Interno do
PROVITA/ES. Disponível em <http://www.conslegis.es.gov.br/> Acesso em: 15 mai.
2019.

NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual de direito processual penal militar: em


tempo de paz. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

NEVES, Cícero Robson Coimbra; STREIFINGER, Marcelo. Manual de direito penal


militar. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

NUCCI, Guilherme de Souza. Código de processo penal militar comentado. 2.


ed. Rio de Janeiro : Forense, 2014.

POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO. Portaria nº 535-R, de 25 de agosto de


2011. Vitória, 2011. Publicada no Boletim do Comando Geral nº 034, de 25 de
agosto de 2011.

POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO. Portaria nº 679-R, de 14 de setembro


de 2016. Vitória, 2016. Publicada no Boletim do Comando Geral nº 037, de 16 de
setembro de 2016.

POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO. Portaria nº 680-R, de 14 de setembro


de 2016. Vitória, 2016. Publicada no Boletim do Comando Geral nº 037, de 16 de
setembro de 2016.

POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO. Portaria nº 781-R, de 25 de julho de


2019. Vitória, 2019. Publicada no Boletim do Comando Geral nº 030, de 25 de julho
de 2019.
75

ROTH, Ronaldo João. Crime Militar Versus Crime Comum: Identificação e Conflito
Aparente de Normas. In: RAMOS, Dircêo Torrecillas; COSTA, Ilton Garcia da; ____.
Direito Militar: Doutrina e Aplicações. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. P. 503-
520.

ROTH, Ronaldo João. Os delitos militares por extensão e a nova competência da


justiça militar (Lei 13.491/17). Observatório da Justiça Militar Estadual, jan. 2018.
Disponível em: <https://www.observatoriodajusticamilitar.info/single-
post/2018/01/20/Os-delitos-militares-por-extens%C3%A3o-e-a-nova-
compet%C3%AAncia-da-justi%C3%A7a-militar-Lei-1349117>. Acesso em: 15 abr.
2019.

SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL DO


ESPÍRITO SANTO. Portaria nº 035-R, de 20 de outubro de 2014. Publicada no
Diário Oficial do Espírito Santo, de 21 de outubro de 2014.

SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL DO


ESPÍRITO SANTO. Portaria nº 04-R, de 29 de janeiro de 2019. Publicada no Diário
Oficial do Espírito Santo, de 31 de janeiro de 2019.

TOSCHETTO, Domingos. Balística forense : aspectos técnicos e jurídicos. 8. ed.


Campinas: Millenium, 2016.
76

APÊNDICE A – MODELO DE APFD

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


POLÍCIA MILITAR
“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO


PORTARIA N° ____/20__ - (OME)
(nº sequencial da OME)

Presidente:
(Posto, quadro, nome do Presidente, RG/NF)
Ofendido:
(Identificação do ofendido. Havendo mais de três ofendidos, deverá ser registrado
até o terceiro, em ordem de relevância na apuração, seguindo-se da expressão “E
OUTROS”. Caso não seja uma pessoa natural, registrar “POLÍCIA MILITAR” ou, se
for o caso, “JUSTIÇA MILITAR”)
Indiciado:
(Posto/graduação, quadro, nome do investigado, RG/NF. Havendo mais de três
indiciados, deverá ser registrado até o terceiro militar, em ordem de relevância no
fato ou de antiguidade, seguindo-se da expressão “E OUTROS MILITARES”)

AUTUAÇÃO

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de dois mil e _______, nesta cidade de
______/ES, autuo os documentos que se seguem, do que, para constar, lavrei o
presente termo. Eu, _________ (posto/graduação, quadro, nome do Escrivão,
RG/NF), servindo de Escrivão (a), digitei e assino.
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

Portaria nº ___ (nº da portaria sequencial da OME), de __/__/___ (d/m/ano do


APFD) - Plantão da _____ (OME) da PMES

PORTARIA DE INSTAURAÇÃO

Conduzido à minha presença, diante da prisão em flagrante delito do(s) Militar (es)
____________ (posto/graduação e nome do militar indiciado), RG _______/
NF________; ____________ (posto/graduação e nome do militar indiciado), RG
_______/NF________; pelo fato de em ___ de ___ de _____ (d/m/ano dos fatos) ter
_________ (descrição dos fatos).
Convicto do estado flagrancial, após conhecimento dos fatos, de acordo com a
Legislação Penal e Processual Penal Militar, determino que, incontinente, seja
lavrado o competente Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD) contra o (s)
indiciado (s), conforme o artigo 12, “c”, c/c o artigo 245, ambos do CPPM (Código de
Processo Penal Militar), do que, para constar, lavrei a presente portaria, sendo eu,
Presidente do APFD, que digitei.

__________ (OME) em ________ (bairro), __ de ___ de _____ (d/m/ano atuais)

________ (nome do Presidente) - ______ (posto)


RG _______/ NF________- Presidente do APFD

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

Portaria nº ___ (nº da portaria sequencial da OME), de __/__/___ (d/m/ano do


APFD) - Plantão da _____ (OME) da PMES

DESIGNAÇÃO DE ESCRIVÃO

Nos termos do artigo 245, § 4º, do CPPM (Código de Processo Penal Militar),
designo o ____________ (posto/graduação e nome do Escrivão), RG
_______/NF________, para servir como Escrivão do Auto de Prisão em Flagrante
Delito do qual sou Presidente, lavrando-se o competente Termo de Compromisso.

________ (nome do Presidente) - ______ (posto)


RG _______/ NF________- Presidente do APFD

COMPROMISSO DE ESCRIVÃO

Aos _____ dias do mês de _____ do ano de ______ (d/m/ano atuais por extenso),
nesta cidade de ______ (município), Estado do Espírito Santo, na sala do _____
(local da OME) da PMES, o ____________ (posto/ graduação e nome do Escrivão),
RG _______/NF________, designado para exercer função de Escrivão do Auto de
Prisão em Flagrante Delito, prestou o compromisso de manter o sigilo e de cumprir
fielmente as determinações legais, no exercício da função de Escrivão prevista no
CPPM.

________ (nome do Escrivão) - ______ (posto/graduação do Escrivão)


RG _______/NF________- Escrivão

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

Portaria nº ___ (nº da portaria sequencial da OME), de __/__/___ (d/m/ano do


APFD) - Plantão da _____ (OME) da PMES

CONCLUSÃO

Aos _____ dias do mês de _____ do ano de ______ (d/m/ano atuais por extenso),
sala do _____ (local da OME) da PMES, após de cumprir ao determinado neste
APFD, faço conclusos os autos ao Senhor ____________ (posto/ graduação e nome
do Presidente), RG _______/NF________, Presidente do APFD.

________ (nome do Escrivão) - ______ (posto/graduação do Escrivão)


RG _______/NF________- Escrivão

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

Portaria nº ___ (nº da portaria sequencial da OME), de __/__/___ (d/m/ano do


APFD) - Plantão da _____ (OME) da PMES

DESPACHO Nº ___ (numeração com três dígitos – ex: nº 001)

Para as providências do Escrivão e juntada aos autos: (verificar as peculiaridades do


APFD)
1. Ofício de encaminhamento do ____________ (posto/ graduação e nome do militar
indiciado e/ou da vítima), RG _______/NF________ ao Departamento Médico Legal
para exame de lesões corporais; (obs.: um ofício para cada indiciado e/ou vítima).
2. Ofício solicitando o laudo cadavérico da vítima ____________ (nome da vítima e
qualificação) ao Departamento Médico Legal; (obs.: um ofício para cada vítima).
3. Auto de Apreensão de _________ (descrição, patrimônio, numeração, marca,
modelo e outros dados, do armamento, carregador, munições, drogas e outros),
encaminhando para guarda em _____ (local da OME);
4. Ofício encaminhando _________ (descrição, patrimônio, numeração, marca,
modelo e outros dados, do armamento, carregador, munições, drogas e outros) para
perícia (especificar a perícia ou exame, observando o CPPM e demais normas),
junto ao Departamento de Criminalística da Superintendência de Polícia Técnica
Científica; (obs.: verificar a necessidade de encaminhamento, como nos casos de
armas da corporação relacionadas ao resultado morte ou lesão, sendo que o exame
de microcomparação balística somente será solicitado quando arrecadado estojo ou
projétil no local de crime ou na vítima).
5. Comunicação Interna encaminhando (posto/graduação e nome do militar
indiciado), RG _______/NF________, ao Presídio Militar;
6. Juntar cópia da Carteira de Identidade do (posto/graduação e nome do militar
indiciado), RG _______/NF________;
7. Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante Delito;
8. Termo de Ciência dos Direitos e Nota de Culpa do indiciado (s) ____________;
(posto/graduação e nome do militar indiciado), RG _______/NF________; (obs.: um
termo/nota de culpa para cada indiciado).
9. Providenciar _______; (outras medidas necessárias ao APFD, como
encaminhamentos de perícias e exames, solicitação de mídias, apreensões, etc)

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

10. Ofício de remessa do APFD ao Exmo. Juiz da Vara da Auditoria de Justiça


Militar Estadual. (nos casos de finais de semana e feriados o original do APFD
deverá ser remetido ao Exmo. Juiz de Plantão no TJES, com cópia do APFD
remetida ao Exmo. Juiz da Vara da Auditoria de Justiça Militar Estadual, no primeiro
dia útil após a lavratura)
Após cumprimento retorne os autos conclusos.

________ (nome do Presidente) - ______ (posto)


RG _______/ NF________- Presidente do APFD

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

Portaria nº ___ (nº da portaria sequencial da OME), de __/__/___ (d/m/ano do


APFD) - Plantão da _____ (OME) da PMES

RECEBIMENTO
Aos ______ dias do mês de _____ do ano de ____ (d/m/ano atuais por extenso), na
sala do _____ (local da OME) da PMES, recebi da ____________ (posto/graduação
e nome do Presidente), RG _______/NF________ - Presidente do APFD, os
presentes autos para cumprimento das diligências enumeradas no Despacho nº
____ (Nº), de __/__/____ (d/m/ano do APFD). Para constar, lavrei o presente termo,
sendo eu, Escrivão, que digitei.
________ (nome do Escrivão) - ______ (posto/graduação do Escrivão)
RG _______/NF________- Escrivão

CERTIDÃO
Certifico que aos ___ dias do mês de ____ do ano de ____ (d/m/ano atuais por
extenso) foram cumpridas as diligências elencadas no Despacho nº ___, desta data,
baixado pelo (posto/graduação e nome do Presidente), RG _______/NF________ -
Presidente do APFD. Para constar, lavrei o presente termo, sendo eu, Escrivão, que
digitei.
________ (nome do Escrivão) - ______ (posto/graduação do Escrivão)
RG _______/NF________- Escrivão

JUNTADA

Aos _____ dias do mês de ____ do ano de ____ (d/m/ano atuais por extenso) faço
juntada aos autos do APFD os documentos que adiante seguem. Para constar,
lavrei o presente termo, sendo eu, Escrivão, que digitei.

________ (nome do Escrivão) - ______ (posto/graduação do Escrivão)


RG _______/NF________- Escrivão

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

Portaria nº ___ (nº da portaria sequencial da OME), de __/__/___ (d/m/ano do


APFD) - Plantão da _____ (OME) da PMES

TERMO DE CIÊNCIA DOS DIREITOS DO INDICIADO

Através do presente faço saber ao ____________ (posto/graduação e nome do


militar indiciado), RG _______/ NF________; sobre sua autuação em flagrante
delito, sendo assegurados os direitos previstos na Constituição Federal, dentre os
quais aqueles previstos no artigo 5º, incisos XLIX, LXII, LXIII, LXIV e LXVI, além das
demais garantias legais. O Indiciado (s) solicitou que fosse contatado o Advogado
____ (nome/ nº OAB), além de ____ (outras manifestações), do que, para constar,
foi lavrado o presente termo, que ora é assinado pelo Presidente, pelo Indiciado,
testemunhas e por mim, Escrivão, que o digitei.

__________ (OME) em ________ (bairro), __ de ___ de _____ (d/m/ano atuais)

________ (nome do Presidente) - ______ (posto)


RG _______/ NF________- Presidente do APFD

________ (nome do Indiciado) - ______ (posto/graduação)


RG _______/ NF________- Indiciado

________ (nome da 1ª testemunha) - CI _______ (nº docto e órgão expedidor)

________ (nome da 2ª testemunha) - CI _______ (nº docto e órgão expedidor)

________ (nome do Escrivão) - ______ (posto/graduação do Escrivão)


RG _______/NF________- Escrivão

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

Portaria nº ___ (nº da portaria sequencial da OME), de __/__/___ (d/m/ano do


APFD) - Plantão da _____ (OME) da PMES

Às _____ (horário de início) do __ dia ___ do mês de _____ do ano de ____


(d/m/ano atuais por extenso), na sala do _____ (local da OME) da PMES, onde se
encontrava presente o ____________ (posto/graduação e nome do Presidente), RG
_______/ NF________, também presente o Escrivão ____________
(posto/graduação e nome do Escrivão), RG _______/ NF________, compareceu, na
condição de Condutor o ________ (posto/graduação e nome do Condutor), RG
_______/ NF________/ CPF _______, pertencente ao efetivo do ____ (OME); filho
de ____________ (filiação); nascido em __/__/____ (d/m/ano); estado civil ______;
natural de __________ (município/estado); residente na ____________ (endereço
do Condutor); conduzindo o ________ (posto/graduação e nome do Indiciado), RG
_______/ NF________, pertencente ao efetivo do ____ (OME), ao qual foi dada voz
de prisão pela prática de Crime Militar, declarou que _________________ (texto da
oitiva, inclusive perguntas e respostas, de forma “corrida” sem uso de parágrafos). A
Primeira Testemunha, o ____________ (nome da testemunha), filho de
____________ (filiação), nascido em __/__/____ (d/m/ano), CPF: ________, RG:
_________ SPTC ES, estado civil ________; natural de __________ (município/
estado), residente na ____________ (endereço da testemunha); telefone: (__)
________; profissão _________; endereço profissional: ______ (endereço do local
de trabalho da testemunha); compromissada na forma da lei, passou a declarar que
(texto da oitiva, inclusive perguntas e respostas, de forma “corrida” sem uso de
parágrafos). A Segunda Testemunha, o ____________ (nome da testemunha),
filho de ____________ (filiação), nascido em __/__/____ (d/m/ano), CPF: ________,
RG: _________ SPTC ES, estado civil ________; natural de __________
(município/ estado), residente na ____________ (endereço da testemunha);
telefone: (__) ________; profissão _________; endereço profissional: ______
(endereço do local de trabalho da testemunha); compromissada na forma da lei,
passou a declarar que (texto da oitiva, inclusive perguntas e respostas, de forma
“corrida” sem uso de parágrafos). O Indiciado, ________ (posto/graduação e nome
do Indiciado), RG _______/ NF________/ CPF _______, pertencente ao efetivo do
____ (OME); filho de ____________ (filiação); nascido em __/__/____ (d/m/ano);
estado civil ______; natural de __________ (município/ estado); residente na
____________ (endereço do Indiciado); acompanhado de seu ____ (nome/ nº OAB),
declarou que _________________ (texto da oitiva, inclusive perguntas e respostas,
de forma “corrida” sem uso de parágrafos, sendo uma oitiva para cada indiciado, se
___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

mais de um). Dada a palavra ao Advogado, Dr. _________; perguntou que


________ (teor da pergunta); respondeu que _______________ (teor da resposta).
E como nada mais foi dito, e não havendo nada mais a constar, determinou o
Presidente o encerramento do presente auto às ____________ (horário de
encerramento), o qual depois de lido e achado conforme segue devidamente
assinado pelo Presidente do APFD, pelo Condutor, pelas Testemunhas, pelo
Indiciado, pelo Advogado, e por mim, Escrivão que o digitei.

__________ (OME) em ________ (bairro), __ de ___ de _____ (d/m/ano atuais)

________ (nome do Presidente) - ______ (posto)


RG _______/ NF________- Presidente do APFD

________ (nome do Condutor) - ______ (posto/graduação)


RG _______/ NF________- Condutor

________ (nome da 1ª testemunha) - CI _______ (nº docto e órgão expedidor)

________ (nome da 2ª testemunha) - CI _______ (nº docto e órgão expedidor)

________ (nome do Indiciado) - ______ (posto/graduação)


RG _______/ NF________- Indiciado

________ (nome do advogado)


Nº OAB ____/ES – Advogado

________ (nome do Escrivão) - ______ (posto/graduação do Escrivão)


RG _______/NF________- Escrivão

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

Portaria nº ___ (nº da portaria sequencial da OME), de __/__/___ (d/m/ano do


APFD) - Plantão da _____ (OME) da PMES

NOTA DE CULPA

O _________ (posto/graduação e nome do Presidente), RG _______/ NF________,


Presidente do Auto de Prisão em Flagrante Delito, faz saber ao ________
(posto/graduação e nome do Indiciado), RG _______/ NF_________, que se acha
preso em Flagrante Delito, na forma da Lei, à disposição da Justiça Militar Estadual
pelo fato de ter, no dia __ de ____ de _____, ________________________,
(descrição do ilícito penal militar. Ex: ofendeu a integridade corporal de, facilitou a
fuga de, abandonou sem ordem superior posto de serviço, subtraiu para si coisa
alheia móvel, desrespeitou superior na presença de outro militar, recusou obediência
à ordem superior) infringindo o artigo 9º, ___ do CPM (verificar a adequação) c/c o
artigo _____ do CPM (fato tipificado como crime na parte especial do CPM ou ainda,
no caso de “crime militar por extensão”, verificar a subsunção na legislação
específica), sendo Condutor o ________ (posto/graduação e nome do Condutor),
RG _______/ NF________, pertencente ao efetivo do ____ (OME), sendo a Primeira
Testemunha __________ (nome), ______ (posto/graduação, nome, RG/NF do
militar ou nome e RG do civil); a Segunda Testemunha __________ (nome), ______
(posto/graduação, nome, RG/NF do militar ou nome e RG do civil). Para sua ciência,
foi dada a presente Nota de Culpa, nos termos do artigo 247 do CPPM, assinada
pelo Presidente.
________ (nome do Presidente) - ______ (posto)
RG _______/ NF________- Presidente do APFD

Em _____/_____/______.
RECEBI A NOTA DE CULPA SUPRA
________ (nome do Indiciado) - ______ (posto/graduação)
RG _______/ NF________- Indiciado

________ (nome da 1ª testemunha) - CI _______ (nº docto e órgão expedidor)

________ (nome da 2ª testemunha) - CI _______ (nº docto e órgão expedidor)

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

Portaria nº ___ (nº da portaria sequencial da OME), de __/__/___ (d/m/ano do


APFD) - Plantão da _____ (OME) da PMES

RELATÓRIO

1. FATOS:

No dia ___ do mês de _____ do ano de ____ (d/m/ano atuais por extenso), às __
(horário) compareceu a esta OME o ____________ (posto/ graduação e nome do
militar condutor); conduzindo o (s) ____________ (posto/ graduação e nome do
militar indiciado); segundo relato do Condutor, pelo fato de em __ de __ de ____, ter
____ (data e resumo dos fatos), fato ocorrido em _________ (endereço dos fatos),
sendo apresentado a esta autoridade de polícia judiciária militar, determinei a
lavratura do respectivo APFD.

2. OITIVAS E DOCUMENTOS:

a. Foram reduzidas a termo as declarações:


1) O Condutor ________ (nome do condutor) - ______ (posto/graduação do
condutor), declarou que _______ (resumo da declaração);
2) A Primeira Testemunha ____________ (posto/graduação, nome, RG/NF do
militar ou nome e RG do civil), declarou que _______ (resumo da declaração);
3) A Segunda Testemunha ____________ (posto/graduação, nome, RG/NF do
militar ou nome e RG do civil), declarou que _______ (resumo da declaração);
4) A Vítima (se houver) ____________ (posto/graduação, nome, RG/NF do
militar ou nome e RG do civil), declarou que _______ (resumo da declaração);
5) O Indiciado ________ (nome do indiciado) - ______ (posto/graduação, nome,
RG/NF do militar), declarou que _______ (resumo da declaração).

b. Constam dos autos os documentos: (verificar despachos e documentos


produzidos e juntados)

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

1) Termo de Ciência dos Direitos do Indiciado ____ (um termo para cada
indiciado, se mais de um);
2) Laudo de perícia ou exame _____ (especificar. ex: lesões corporais, local de
crime, cadavérico, etc);
3) Nota de Culpa ao Indiciado ______ (uma nota para cada indiciado, se mais
de um);
4) Outros.

3. CONCLUSÃO:

Do que foi apurado, diante das provas testemunhais e pelo laudo de exame ____
(especificar), concluo pela materialidade do crime ____________ (descrição do
ilícito penal militar), conforme a tipificação do artigo 9º, ___ do CPM (verificar a
adequação, citando alínea e inciso) c/c o artigo _____ do CPM (fato tipificado na
parte especial do CPM ou ainda, no caso de “crime militar por extensão”, verificar a
subsunção na legislação específica), tendo como autoria o ____________
(posto/graduação e nome do indiciado), preso como autor do ilícito.

________ (nome do Presidente) - ______ (posto)


RG _______/ NF________- Presidente do APFD

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

OF/PMES/ (padrão da OME) Nº ___/___ (Nº/ANO)


_______, __ de _____ de ____ (bairro e data)
Anexo: Auto de Prisão em Flagrante Delito nº ____, de __/__/____, num total de __
folhas.

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito,

Encaminho a Vossa Excelência o Auto de Prisão em Flagrante Delito nº ___, de


__/__/____, e demais documentos do anexo, alusivos à prisão em Flagrante Delito
do policial militar ____________ (posto/graduação e nome/RG/NF do militar), que se
acha preso na forma da Lei à disposição da Justiça Militar Estadual.

Atenciosamente,

________ (nome do Presidente) - ______ (posto)


RG _______/ NF________- Presidente do APFD

Ao Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito


Dr. ________ (Nome do Juiz Auditor)
Juiz da Vara de Auditoria Militar Estadual
Vitória/ES

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

OF/PMES/ (padrão da OME) Nº ___/___ (Nº/ANO)


_______, __ de _____ de ____ (bairro e data)
Anexo: Cópia do Auto de Prisão em Flagrante Delito nº ____, de __/__/____, num
total de __ folhas.

Excelentíssimo Senhor Promotor de Justiça,

Comunico a Vossa Excelência sobre o Auto de Prisão em Flagrante Delito nº ___, de


__/__/____, alusivo à prisão do policial militar ____________ (posto/graduação e
nome/RG/NF do militar), que se acha preso à disposição da Justiça Militar Estadual.

Atenciosamente,

________ (nome do Presidente) - ______ (posto)


RG _______/ NF________- Presidente do APFD

Ao Excelentíssimo Senhor Promotor de Justiça


Dr. ________ (Nome do Promotor de Justiça)
Promotoria de Justiça Junto à Auditoria Militar
Vitória/ES

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
91

APÊNDICE B – MODELO DE IPM

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


POLÍCIA MILITAR
“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR


PORTARIA N° ____/20__ - (OME)
Encarregado:
(Posto, quadro, nome do Encarregado, RG/NF)

Ofendido:
(Identificação do ofendido. Caso o ofendido não seja conhecido no momento da
autuação, deverá ser registrado como “NÃO IDENTIFICADO”. Havendo mais de três
ofendidos, deverá ser registrado até o terceiro, em ordem de relevância na
apuração, seguindo-se da expressão “E OUTROS”. Caso não seja uma pessoa
natural, registrar “POLÍCIA MILITAR” ou, se for o caso, “JUSTIÇA MILITAR”)

Indiciado:
(Posto/graduação, quadro, nome do indiciado, RG/NF. Caso o indiciado não seja
conhecido no momento da autuação, deverá ser registrado como “NÃO
IDENTIFICADO”. Havendo mais de três investigados, deverá ser registrado até o
terceiro militar, em ordem de relevância na apuração ou de antiguidade, seguindo-se
da expressão “E OUTROS MILITARES”)
AUTUAÇÃO

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de dois mil e _______, nesta cidade de
______/ES, autuo os documentos que se seguem, do que, para constar, lavrei o
presente termo. Eu, _________ (posto/graduação, quadro, nome do Escrivão,
RG/NF), servindo de Escrivão (a), digitei e assino.·.

Escrivão (a)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

PORTARIA DE INSTAURAÇÃO

Tendo sido delegadas a mim pelo ___________ (identificação da autoridade


delegante) as atribuições de Polícia Judiciária Militar que lhe competem, para
presidir o Inquérito Policial Militar com a finalidade de apurar __________ (inserir o
texto da portaria de delegação), tudo conforme indica a Portaria nº ____/20__ -
(OME), e seus anexos, dou início ao presente IPM, determinando ao Escrivão que
autue a presente Portaria e seus anexos, e, na sequência, as demais peças que
forem acrescendo aos autos, tudo conforme legislação processual penal militar
vigente.

____ (OME), ____ (bairro), ____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(Posto, quadro, nome do Encarregado)


Encarregado do IPM

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

DESIGNAÇÃO DE ESCRIVÃO

Designo, nos termos do artigo 11 do Código de Processo Penal Militar, o


_____________ (posto/graduação, quadro, nome do Escrivão, RG/NF), para servir
como Escrivão do Inquérito Policial Militar de Portaria ____/20__- (OME), do qual
sou Encarregado.
E, para constar, eu, Encarregado do IPM, lavrei o presente termo.

____ (OME), ____ (bairro), ____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(Posto, quadro, nome do Encarregado)


Encarregado do IPM

COMPROMISSO DE ESCRIVÃO

Eu, (posto/graduação, quadro, nome do Escrivão, RG/NF), designado para exercer a


função de Escrivão deste Inquérito Policial Militar de Portaria ____/20__ - ___
(OME), presto o compromisso de manter o sigilo do inquérito e de bem e fielmente
desempenhar as funções de escrivão, previstas no Código de Processo Penal
Militar.

____ (OME), ____ (bairro), ____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(Posto, quadro, nome do Escrivão)


Escrivão do IPM

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

CONCLUSÃO

Nesta data faço conclusos os presentes autos ao Encarregado de IPM. E, para


constar, lavrei o presente termo.

____ (OME), ____ (bairro), ____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(Posto/graduação, quadro, nome do Escrivão)


Escrivão do IPM

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

DESPACHO

Sr. Escrivão, providencie o seguinte:


1. Solicitar ao Comando do (OME) a apresentação dos seguintes Militares e
reduzir a termo suas declarações:
a. (Posto/graduação, quadro, nome, RG/NF);
2. Intimar os seguintes nacionais e reduzir a termo suas declarações:
a. (Identificação do civil);
3. Providenciar a juntada da seguinte documentação:
a. (Elencar a documentação);
4. (...)

Após cumprimento retorne os autos conclusos

____ (OME), ____ (bairro), ____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(Posto, quadro, nome do Encarregado)


Encarregado do IPM

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

RECEBIMENTO

Nesta data recebi do Sr. Encarregado do IPM os presentes autos, do que para
constar lavrei este termo.
____ (OME), ____ (bairro), ____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão)


Escrivão do IPM

CERTIDÃO
Certifico que cumpri o determinado no presente despacho do Sr. Encarregado do
IPM, do que para constar, lavrei esta certidão.
____ (OME), ____ (bairro), ____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão)


Escrivão do IPM

JUNTADA

Faço a juntada aos presentes autos dos documentos que adiante se vê. Do que,
para constar, lavrei este termo, que subscrevo.
____ (OME), ____ (bairro), ____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão)


Escrivão do IPM

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR


PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

RELATÓRIO

1. PARTE INTRODUTÓRIA
A presente averiguação policial militar foi delegada a mim, ________ (Posto, quadro,
nome do Encarregado, RG/NF), por meio da Portaria nº ____/20__ - ___ (OME),
instaurada com a finalidade de apurar _______ (inserir o texto da Portaria de
delegação).

2. PARTE EXPOSITIVA

2.1. DILIGÊNCIAS REALIZADAS E DOCUMENTOS JUNTADOS:


a._______ (diligência realizada), fls. __;
b._______, fls. __;

2.2 PESSOAS OUVIDAS:


a. _______ (identificação da pessoa), fls. ___;
b. _______, fls. ___;

2.3. RESUMO
(Aqui o Encarregado deverá registrar as informações iniciais constantes na portaria
de delegação e nos documentos que a acompanharam, indicando o dia, hora e lugar
onde ocorreu o fato objeto da investigação. Além disso, deve ser mencionado como
o fato chegou ao conhecimento da autoridade delegante. Neste item também poderá
ser feita a correção de possíveis informações erradas registradas na portaria.)

2.4 ANÁLISE DAS PROVAS


(Neste item o Encarregado deverá analisar as provas obtidas durante a instrução do
IPM, indicando seus pontos relevantes e confrontando umas com as outras. Não há
limite de parágrafos. Se as informações sobre o dia, hora e lugar onde ocorreu o fato

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

não estiverem evidenciadas com as informações iniciais, deverão ser aqui descritas.
As folhas dos autos de onde as informações foram retiradas devem ser indicadas.
Sendo vislumbrados indícios da prática de crime, o Encarregado deve descrever, de
forma direta, a conduta praticada pelo militar investigado, ou de outro que tenha sido
detectado durante a apuração, aproximando a descrição dos fatos aos tipos penais
em que haja a aparente subsunção.
A Lei 13.941, de outubro de 2017, ampliou o conceito de crime militar, que passou a
alcançar condutas previstas em leis penais diversas do CPM, mas somente quando
o fato se amoldar a alguma das hipóteses previstas no art. 9º do CPM. Assim, o
Encarregado, na análise da conduta de militar estadual, deverá indicar quais
circunstâncias caracterizam o suposto crime como militar ou se não há subsunção
do fato a qualquer dos incisos do art. 9º do CPM.
No caso de haver firme convicção de que a ação do policial militar, que teve
resultado reprovável pela Lei Penal, foi praticada sob alguma das excludentes de
ilicitude ou de culpabilidade previstas no ordenamento, tal posicionamento dever ser
registrado no relatório. A exposição, como em todo o relatório, deve ser breve e
clara, sendo desnecessária a indicação de doutrina e jurisprudência.
Havendo indícios de transgressão da disciplina, a conduta praticada pelo militar
investigado, ou de outro que tenha sido detectado durante a apuração, deve ser
descrita de forma direta, aproximando a descrição dos fatos às transgressões
disciplinares previstas no RDME em que haja o aparente enquadramento.
Os fatos em apuração também podem caracterizar ato de improbidade
administrativa ou outra irregularidade. Diante dessas possibilidades, o Encarregado
também deverá descrever a conduta de forma a se identificar os atos ilícitos
previstas no ordenamento.
As diligências não realizadas, ou não concluídas, deverão ser indicadas. Dados para
uma possível localização ou contato de testemunhas, ou outras pessoas não
ouvidas na fase de IPM, devem ser informados.
Havendo objetos vinculados ao IPM, o destino deles deve ser aqui registrado,
visando ao controle da Administração.)

3. CONCLUSÃO
Pelo que restou apurado, conclui-se que (o Encarregado poderá concluir por uma ou
mais das hipóteses a seguir):
Não foram identificados indícios da prática de crime militar por parte dos policiais
militares _______ (posto/graduação, quadro, nome, RG/NF do militar investigado);

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

Há indícios da prática de crime militar na conduta do _________ (posto/graduação,


quadro, nome, RG/NF do militar indiciado), previsto no ________ (apontar o tipo
penal em questão, bem como a hipótese do art. 9º do CPM que caracteriza o fato
como crime militar. Ex.: artigo 209, na forma da alínea “c” do inciso II do art. 9º, tudo
do CPM);
Ha indícios de que o policial militar ______ (posto/graduação, quadro, nome, RG/NF
do militar indiciado), praticou, aparentemente amparado por excludente de ilicitude, o
fato tipificado como crime militar previsto no _______ (apontar o tipo penal em
questão, bem como a hipótese do art. 9º do CPM que caracteriza o fato como crime
militar. Ex.: artigo 209, na forma da alínea “c” do inciso II do art. 9º, tudo do CPM);
Há indícios da prática de crime comum na conduta do _________ (posto/graduação,
quadro, nome, RG/NF do militar indiciado), previsto no ________ (apontar o tipo
penal em questão);
Há indícios da prática de transgressão da disciplina militar na conduta do policial
militar _________ (posto/graduação, quadro, nome, RG/NF do militar indiciado),
prevista no ______ (apontar o enquadramento do RDME ou na Lei Estadual nº
3.206, de 29 de maio de 1978, ou Lei Estadual nº 3.213, de 9 de junho de 1978);
Há indícios da prática de ato de improbidade administrativa na conduta do policial
militar _______ (posto/graduação, quadro, nome, RG/NF do militar indiciado);
(Se ao final dos seus trabalhos o encarregado identificar a necessidade da prisão
preventiva do indiciado, deverá expor e fundamentar seu entendimento sobre a
aplicação da medida cautelar, conforme o parágrafo seguinte).
Diante de tudo que foi apurado, entende-se como conveniente a prisão preventiva
do policial militar _______ (posto/graduação, quadro, nome, RG/NF do militar
indiciado), haja vista a existência de prova do fato delituoso e de indícios suficientes
de autoria, sendo a representação da medida cautelar fundada __________
(garantia da ordem pública; conveniência da instrução criminal; periculosidade do
indiciado; segurança da aplicação da lei penal militar; exigência da manutenção das
normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares, quando ficarem ameaçados
ou atingidos com a liberdade do indiciado).
Ante o que foi relatado, encaminho o presente Inquérito à autoridade delegante, a
quem incumbe solucioná-lo, para fins de direito.
____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(Posto, quadro, nome do Encarregado).


Encarregado do IPM

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

RECEBIMENTO

Nesta data recebi do Senhor Encarregado do IPM os presentes autos, do que para
constar lavrei este termo.

____ (OME), ____ (bairro), ____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão).


Escrivão do IPM

REMESSA

Nesta data faço a remessa destes autos à Autoridade de Polícia Judiciária Militar
Originária.

____ (OME), ____ (bairro), ____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão).


Escrivão do IPM

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR


PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

SOLUÇÃO

A presente averiguação policial militar foi delegada ao ________ (Posto, quadro,


nome do Encarregado, RG/NF), por meio da Portaria ______ (nº/ano/OME),
instaurada com a finalidade de apurar _____ (texto da Portaria de delegação).
Das averiguações policiais procedidas, o Encarregado do IPM registrou em seu
relatório final que:
a. Foram (ou não foram) identificados indícios da prática de crime militar por
parte do policial militar: (Posto/Graduação, quadro, nome, RG/NF);
b. Há (ou não há) indícios da prática de transgressão da disciplina militar na
conduta do policial militar: (Posto/Graduação, quadro, nome, RG/NF).

POSTO ISSO, ESTE ______ (AUTORIDADE PJM ORIGINÁRIA) RESOLVE:


1) Concordar com o parecer do Encarregado do IPM, e, em conformidade com a
legislação em vigor, artigo 22 §1º do CPPM, homologar seu relatório;
2) Remeter os autos ao MM Dr. Juiz Auditor da Justiça Militar Estadual do ES, na
forma da legislação vigente;
3) Extrair cópia integral deste IPM e Solução e remeter à SPAJM (ou remeter à
autoridade competente, respeitada as normas de subordinação) para a instauração
de processo administrativo disciplinar, em desfavor do policial
militar: (Posto/Graduação, quadro, nome, RG/NF);
4) Publicar a presente Solução em Aditamento do ____ (OME) / (ou Aditamento
Reservado, conforme o caso);
5) Arquivar cópia do Relatório do IPM e da Solução na SPAJM do ____ (OME),
para futuras consultas.

____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(Posto, quadro, nome da Autoridade PJM Originária).


Comandante do ____ (OME)

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

INTIMAÇÃO

O (A) _____________ (posto, quadro, nome do Encarregado, RG/NF), Encarregado


do Inquérito Policial Militar de Portaria nº ____/20__, nos termos da legislação
vigente, MANDA ao Policial Militar, ou a quem este receber, que se dirija a
_________ (citar os endereços completos onde possa ser encontrada a pessoa a
ser intimada), _________ (indicar ponto de referência e outros dados que auxiliem
na localização), ou onde se encontrar a pessoa de __________________
(identificação do civil ou do militar inativo a ser intimado, preferencialmente com
informações sobre a filiação, RG e CPF), telefone ________ (telefone do intimado),
e lá a intime a comparecer, munida de seus documentos pessoais (havendo a
necessidade de que a pessoa traga consigo outros documentos e objetos de
interesse à apuração, aqui também devem ser especificados), em ______ (data
prevista para o procedimento), às ______ (horário), no (a) _______________ (local
onde o intimado deverá comparecer, com endereço completo e ponto de referência),
telefone ________ (telefone de contato caso o intimado deseje alguma informação),
a fim de _________ (indicar o motivo para o qual a pessoa está sendo intimada. Ex.:
prestar declarações em IPM).

____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(Posto, quadro, nome do Encarregado).


Encarregado do IPM

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

TERMO DE DECLARAÇÕES

______ (NOME DO DECLARANTE. Para militares: posto/graduação, quadro, nome).

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de 20__, na cidade de ______/ES, _____
(especificar o local), onde se achava presente o (a) _____________ (posto, quadro,
nome do Encarregado, RG/NF), Encarregado deste IPM, comigo _____________
(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão, RG/NF), servindo de Escrivão,
(Havendo defensor, registrar: presente o Defensor - nome do Advogado – nº OAB.
No caso de declarante menor de dezoito anos, registrar: presente seu responsável
legal – nome – nº do documento. Não havendo responsável, deverá ser nomeado
um curador, sendo registrado: presente o curador nomeado para este ato – nome –
nº do documento. No caso de declarante analfabeto, deverá haver uma testemunha
instrumentária, que assinará a rogo, devendo ser registrado: presente a testemunha
instrumentária – nome – nº do documento), compareceu o DECLARANTE abaixo
qualificado:
Nome: _______________;
CPF: _______________;
RG (/NF): _______________ (com número funcional no caso dos militares e
servidores);
Filiação: _______________;
Estado Civil: _______________;
Naturalidade: _______________;
Endereço: _______________ (com ponto de referência);
Profissão: _______________;
Endereço Profissional: _______________ (com ponto de referência);
Telefone: _______________;
Alfabetizado: _______________.
Ciente dos motivos que deram origem ao presente IPM, passou a declarar que:
____________. Perguntado _________, respondeu que ____________. E como
nada mais disse nem lhe foi perguntado, deu-se por encerrado o presente termo,
que teve início às __h__min e término às __h__min, que depois de lido e achado
conforme, vai devidamente assinado pelos presentes e por mim Escrivão, que
digitei.

DECLARANTE
___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

RESPONSÁVEL ou CURADOR (se for o caso)


DEFENSOR (se for o caso)
TESTEMUNHA INSTRUMENTÁRIA (se for o caso)
ENCARREGADO
ESCRIVÃO

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

TERMO DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHA

________________ (NOME DA TESTEMUNHA. Para militares: posto/graduação,


quadro, nome).

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de 20__, na cidade de ______/ES, _____
(especificar o local), onde se achava presente o (a) _____________ (posto, quadro,
nome do Encarregado, RG/NF), Encarregado deste IPM, comigo _____________
(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão, RG/NF), servindo de Escrivão,
(Havendo defensor, registrar: presente o Defensor - nome do Advogado – nº OAB.
No caso de testemunha entre catorze e dezessete anos de idade, registrar: presente
seu responsável legal – nome – nº do documento. Não estando presente o
responsável, deverá ser nomeado um curador, sendo registrado: presente o curador
nomeado para este ato – nome – nº do documento. No caso de testemunha
analfabeta, deverá haver uma testemunha instrumentária, que assinará a rogo,
devendo ser registrado: presente a testemunha instrumentária – nome – nº do
documento), compareceu a TESTEMUNHA abaixo qualificada:
Nome: _______________;
CPF: _______________;
RG: _______________ (com número funcional no caso dos militares e servidores);
Filiação: _______________;
Estado Civil: _______________;
Naturalidade: _______________;
Endereço: _______________ (com ponto de referência);
Profissão: _______________;
Endereço Profissional: _______________ (com ponto de referência);
Telefone: _______________;
Alfabetizado: _______________.
Testemunha alertada sobre o compromisso de dizer a verdade e advertida sobre as
penas cominadas ao falso testemunho. Inquirida sobre os fatos que deram origem
ao presente IPM, respondeu que: ________. Perguntado _________, respondeu
que ____________. E como nada mais disse nem lhe foi perguntado, deu-se por
encerrado o presente termo, que teve início às __h__min e término às __h__min,
que depois de lido e achado conforme, vai devidamente assinado pelos presentes e
por mim Escrivão, que digitei.

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

TESTEMUNHA
RESPONSÁVEL ou CURADOR (se for o caso)
DEFENSOR (se for o caso)
TESTEMUNHA INSTRUMENTÁRIA (se for o caso)
ENCARREGADO
ESCRIVÃO

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

TERMO DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO

________________ (Posto/graduação, quadro, nome do indiciado).

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de 20__, na cidade de ______/ES, _____
(especificar o local), onde se achava presente o (a) _____________ (posto, quadro,
nome do Encarregado, RG/NF), Encarregado deste IPM, comigo _____________
(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão, RG/NF), servindo de Escrivão,
(Havendo defensor, registrar: presente o Defensor - nome do Advogado – nº OAB),
compareceu o INDICIADO abaixo qualificado:
Nome: _______________;
CPF: _______________;
RG: _______________ (com número funcional);
Filiação: _______________;
Estado Civil: _______________;
Naturalidade: _______________;
Endereço: _______________ (com ponto de referência);
Profissão: _______________;
Endereço Profissional: _______________ (com ponto de referência);
Telefone: _______________;
Alfabetizado: _______________.
Perguntado sobre os fatos que deram origem ao presente IPM, ciente de seu direito
constitucional de permanecer em silêncio, passou a responder que: ____________.
Perguntado _________, respondeu que ____________. E como nada mais disse
nem lhe foi perguntado, deu-se por encerrado o presente termo, que teve início às
__h__min e término às __h__min, que depois de lido e achado conforme, vai
devidamente assinado pelos presentes e por mim Escrivão, que digitei.

INDICIADO
DEFENSOR (se for o caso)
ENCARREGADO
ESCRIVÃO

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

TERMO DE ACAREAÇÃO

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de 20__, na cidade de ______/ES, _____
(especificar o local), onde se achava presente o (a) _____________ (posto, quadro,
nome do Encarregado, RG/NF), Encarregado deste IPM, comigo _____________
(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão, RG/NF), servindo de Escrivão,
(Havendo defensor, registrar: presente o Defensor - nome do Advogado – nº OAB),
compareceu ___________ (identificação do primeiro acareado) e ___________
(identificação do segundo acareado), já qualificados nos autos, para que esclareçam
as divergências em seus depoimentos no que diz respeito a ________ (citar os
pontos divergentes). Depois de lidos os depoimentos referidos nas partes
divergentes, pelo _____ (identificação do primeiro acareado. No caso de ser
testemunha, deverá também ser registrado: compromissado em dizer a verdade) foi
dito que: ____________ (versão do primeiro acareado). E pelo (identificação do
segundo acareado. No caso de ser testemunha, deverá também ser registrado:
compromissado em dizer a verdade) foi dito que: ____________ (versão do segundo
acareado). E como nada mais declararam, deu-se por encerrado o presente termo,
que teve início às __h__min e término às __h__min, que depois de lido e achado
conforme, vai devidamente assinado pelos presentes e por mim Escrivão, que
digitei.

ACAREADO
ACAREADO
DEFENSOR (se for o caso)
ENCARREGADO
ESCRIVÃO

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

TERMO DE RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO


________ (nome do reconhecedor)

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de 20__, na cidade de ______/ES, _____
(especificar o local), onde se achava presente o (a) _____________ (posto, quadro,
nome do Encarregado, RG/NF), Encarregado deste IPM, comigo _____________
(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão, RG/NF), servindo de Escrivão,
(Havendo defensor, registrar: presente o Defensor - nome do Advogado – nº OAB.
No caso de reconhecedor menor de dezoito anos, registrar: presente seu
responsável legal – nome – nº do documento. Não havendo responsável, deverá ser
nomeado um curador, sendo registrado: presente o curador nomeado para este ato
– nome – nº do documento), presentes as testemunhas instrumentárias _____ e
_____ (identificação das duas testemunhas instrumentárias), compareceu o
reconhecedor ___________ (identificação do reconhecedor), para a realização de
reconhecimento fotográfico em face de pessoa já descrita anteriormente. Solicitado
que apontasse a(s) imagem(s) da(s) pessoa(s) _________ (citar sucintamente a
ação praticada pelas pessoas a serem reconhecidas), ______ (reconheceu sem
sombra de dúvidas/reconheceu com dúvidas/não reconheceu) a(s) pessoa(s)
identificada(s) pelo nº ____ (indicar o número da imagem apontada). E como nada
mais disse nem lhe foi perguntado, deu-se por encerrado o presente termo, que teve
início às __h__min e término às __h__min, que depois de lido e achado conforme,
vai devidamente assinado pelos presentes e por mim Escrivão, que digitei.

RECONHECEDOR
RESPONSÁVEL ou CURADOR (se for o caso)
DEFENSOR (se for o caso)
TESTEMUNHA INSTRUMENTÁRIA 1
TESTEMUNHA INSTRUMENTÁRIA 2
ENCARREGADO
ESCRIVÃO

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

TERMO DE RECONHECIMENTO PESSOAL


________ (nome do reconhecedor)

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de 20__, na cidade de ______/ES, _____
(especificar o local), onde se achava presente o (a) _____________ (posto, quadro,
nome do Encarregado, RG/NF), Encarregado deste IPM, comigo _____________
(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão, RG/NF), servindo de Escrivão,
(Havendo defensor, registrar: presente o Defensor - nome do Advogado – nº OAB.
No caso de reconhecedor menor de dezoito anos, registrar: presente seu
responsável legal – nome – nº do documento. Não havendo responsável, deverá ser
nomeado um curador, sendo registrado: presente o curador nomeado para este ato
– nome – nº do documento), presentes as testemunhas instrumentárias _____ e
_____ (identificação das duas testemunhas instrumentárias), compareceu o
reconhecedor ___________ (identificação do reconhecedor), para a realização de
reconhecimento pessoal em face de pessoa já descrita anteriormente. Solicitado que
apontasse a(s) pessoa(s) _________ (citar sucintamente a ação praticada pelas
pessoas a serem reconhecidas), ______ (reconheceu sem sombra de
dúvidas/reconheceu com dúvidas/não reconheceu) a(s) pessoa(s) identificada(s)
pelo nº ____ (indicar o número de identificação que se encontrava com a pessoa
apontada). E como nada mais disse nem lhe foi perguntado, deu-se por encerrado o
presente termo, que teve início às __h__min e término às __h__min, que depois de
lido e achado conforme, vai devidamente assinado pelos presentes e por mim
Escrivão, que digitei.
RECONHECEDOR
RESPONSÁVEL ou CURADOR (se for o caso)
DEFENSOR (se for o caso)
TESTEMUNHA INSTRUMENTÁRIA 1
TESTEMUNHA INSTRUMENTÁRIA 2
ENCARREGADO
ESCRIVÃO

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

TERMO DE APREENSÃO

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de 20__, na cidade de ______/ES, _____
(especificar o local), comigo _____________ (posto/graduação, quadro, nome do
Escrivão, RG/NF), servindo de Escrivão, presentes as testemunhas ___________ e
___________ (identificação das testemunhas), determinou o (a) _____________
(posto, quadro, nome do Encarregado, RG/NF), Encarregado deste IPM, a
apreensão do seguinte material, ___________________ (descrever como o material
foi disponibilizado ao Encarregado, quem o apresentou, quem é seu proprietário ou
quem era o seu possuidor/detentor):
 _____________ (descrição detalhada do material a ser apreendido);
 _____________;
 _____________.
O material apreendido deverá permanecer depositado ______________ (definir o
local de depósito do material apreendido, caso não tenha outra destinação, como o
pronto encaminhamento para exames periciais) à disposição do Encarregado deste
IPM e da Justiça.
Nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrado o presente auto, que depois de
lido e achado conforme, vai devidamente assinado pelos presentes e por mim
Escrivão, que digitei.

EXIBIDOR (assinatura de quem apresentou o material, se for o caso).


TESTEMUNHA
TESTEMUNHA
ENCARREGADO
ESCRIVÃO

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

CERTIDÃO DE CONSTATAÇÃO

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de 20__, às __h__min, na cidade de


______/ES, _____ (especificar o local), por ordem do (a) _____________ (posto,
quadro, nome do Encarregado, RG/NF), Encarregado deste IPM, eu, ________
_____________ (posto/graduação, quadro, nome do Responsável pela Certidão,
RG/NF), certifico que foram realizadas buscas em _______ (inserir locais de fontes
abertas onde foram realizadas pesquisas. Ex: Facebook, Youtube, noticiários etc.),
na presença de ______ (posto/graduação, quadro, nome da testemunha da
constatação, RG/NF), sendo constatado o seguinte:

(Inserir descrição do conteúdo constatado)


Ex: Uma reportagem foi postada na data de 10 de outubro de 2018, às 18h06min,
pelo Jornal Bom dia ES com o título “Polícia explica a motivação para criminosos
exibirem armas e desafiarem a polícia, no ES”, cujo endereço eletrônico está
disponível em: <inserir endereço eletrônico/link>. Acessado em: inserir data de
acesso.

Figura X - Captura da tela com imagem da matéria.

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

A segunda reportagem foi postada na data de 09 outubro 2018, às 09h48min, pelo


Jornal Folha do ES com o título “Jovem baleado em troca de tiros com a polícia
ostentava drogas e armas em vídeos”, cujo endereço eletrônico está disponível em:
<inserir endereço eletrônico/link>. Acessado em: inserir data de acesso.

Figura XX – Captura da tela com imagem da matéria.

RESPONSÁVEL PELA CERTIDÃO


TESTEMUNHA

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR


PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)
CERTIDÃO

Certifico e dou fé que, verificando (na numeração dos presentes autos que havia
sido omitida, por equívoco, as fls. ___, foi inserida em seu lugar, com a mesma
numeração, a presente certidão/a existência de repetição na numeração das fls.
___, procedi à renumeração daquela que se encontrava repetida, passando a ser fl.
___-A/verificando a ausência de numeração entre as fls. ___ e ___, numerei aquela
faltante como sendo fl. ___-A).

____ (OME), ____ (bairro), ____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.

(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão).


Escrivão do IPM

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

OFÍCIO/_______/_____/Nº ___/20__
____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.
Referência (se for o caso): _____
Anexo (se for o caso): ______

Senhor ______ (Diretor ou Médico),


No exercício das atribuições de Autoridade de Polícia Judiciária Militar a mim
delegadas pelo ________ (identificação da autoridade de polícia judiciária militar
delegante), por meio da Portaria de Inquérito Policial Militar nº ____/20__, apresento
a Vossa Senhoria o nacional ___________ (nome da pessoa a ser examinada), filho
de ______ e ______ (identificação dos pais do nacional), nascido aos ___ /___/___
(data de nascimento do nacional), para que seja submetido a exame de lesões
corporais. Para a produção do respectivo laudo, os seguintes quesitos devem ser
respondidos:
1) Há ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente;
2) Qual o instrumento ou meio que a produziu;
3) Se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou
por outro meio insidioso ou cruel (resposta especificada);
4) Se resultou incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 (trinta)
dias;
5) Se resultou perigo de vida;
6) Se resultou debilidade permanente ou perda ou inutilização de membro,
sentido ou função (resposta especificada);
7) Se resultou incapacidade permanente para o trabalho ou enfermidade
incurável ou deformidade permanente (resposta especificada);
8) Qual a descrição da lesão;
9) ________ (Outro quesito que o Encarregado julgar pertinente).

Atenciosamente,

(posto, quadro, nome do Encarregado).


Encarregado do IPM

Ao Senhor Diretor do Departamento Médico Legal (ou Responsável pelo Serviço


Médico Legal ou Médico Perito)
Rua José Farias, s/nº, Santa Luiza, Vitória/ES (ou outro endereço).

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

OFÍCIO/_______/_____/Nº ___/20__
____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.
Referência (se for o caso): _____
Anexo (se for o caso): ______

Senhor ______ (Diretor ou Médico),


No exercício das atribuições de autoridade de Polícia Judiciária Militar a mim
delegadas pelo ________ (identificação da autoridade de polícia judiciária militar
delegante), por meio da Portaria de Inquérito Policial Militar nº ____/20__,
encaminho a Vossa Senhoria o nacional ___________ (nome da pessoa a ser
examinada), filho de ______ e ______ (identificação dos pais do nacional), nascido
aos ___ /___/___ (data de nascimento do nacional), para que seja submetido a
exame de constatação de embriaguez e de uso de droga que causa dependência.
Para a produção do respectivo laudo, os seguintes quesitos devem ser respondidos:
1) ________ (O paciente apresentado a exame está embriagado?).
2) ________ (No caso afirmativo, que espécie de embriaguez?).
3) ________ (No estado em que se acha, pode o paciente por em risco a
segurança própria ou alheia?).
4) ________ (É possível determinar se o paciente se embriaga habitualmente?).
5) ________ (No caso afirmativo, qual o prazo, aproximadamente, em que deva
ficar internado para a necessária desintoxicação?).
6) ________ (O paciente apresentado a exame encontra-se sob efeito de droga
que causa dependência ou a usa regularmente?).
7) ________ (No caso afirmativo, que espécie de droga?).
8) ________ (No uso da droga, pode o paciente por em risco a segurança
própria ou alheia?).
9) ________ (Qual o prazo mínimo necessário de uma medida de segurança
(internação ou tratamento ambulatorial) necessária desintoxicação?).
10) ________ (Outro quesito que o Encarregado julgar pertinente).

Atenciosamente,

(posto, quadro, nome do Encarregado).


Encarregado do IPM

Ao Senhor Diretor do Departamento Médico Legal (ou Responsável pelo Serviço


Médico Legal ou Médico Perito)
Rua José Farias, s/nº, Santa Luiza, Vitória/ES (ou outro endereço).
___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

OFÍCIO/_______/_____/Nº ___/20__
____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.
Referência (se for o caso): _____
Apenso: _______ (descrição detalhada do material que segue para ser examinado,
inclusive com a descrição do invólucro e do número do lacre, se for o caso).

Senhor Diretor,

No exercício das atribuições de Autoridade de Polícia Judiciária Militar a mim


delegadas pelo ________ (identificação da autoridade de polícia judiciária militar
delegante), por meio da Portaria de Inquérito Policial Militar nº ____/20__, requisito a
Vossa Senhoria a realização de exame pericial no material em apenso, objetivando-
se a resposta aos seguintes quesitos:
1) Qual a descrição detalhada do material;
2) ________ (quesitos a serem formulados pelo Encarregado);
3) ________;
4) Outros quesitos que o perito responsável julgue relevantes.

Atenciosamente,

(posto, quadro, nome do Encarregado).


Encarregado do IPM

Ao Senhor Diretor do Departamento de Criminalística


Av. Nossa Senhora da Penha, 2290, Santa Luiza, Vitória/ES. CEP: 29045-402

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

OFÍCIO/_______/_____/Nº ___/20__
____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.
Referência (se for o caso): _____
Apenso: _______ (descrição detalhada do material que segue para ser examinado,
inclusive com a descrição do invólucro e do número do lacre, se for o caso).
Senhor Diretor,
No exercício das atribuições de Autoridade de Polícia Judiciária Militar a mim
delegadas pelo ________ (identificação da autoridade de polícia judiciária militar
delegante), por meio da Portaria de Inquérito Policial Militar nº ____/20__, requisito a
Vossa Senhoria a realização de exame pericial no material em apenso, objetivando-
se a resposta aos seguintes quesitos:
1) ________ (Qual a identificação da arma de fogo, com a determinação de seu
tipo, marca calibre nominal e número de série e de patrimônio, e outras
características);
2) ________ (Se houve alterações em suas características originais);
3) ________ (Se a arma de fogo é eficiente);
4) ________ (Qual a identificação do tipo, marca, modelo, calibre, código
gravado no estojo e outras características do estojo – ou munição - XXX);
5) ________ (Se a munição é original de fábrica ou produto de recarga);
6) ________ (Se a munição teve sua espoleta percutida ou se o estojo foi
percutido, ejetado ou extraído por meio da arma de fogo XXX);
7) ________ (Qual a identificação do tipo, calibre e outras características do
projetil);
8) ________ (Qual a determinação do número e a orientação dos ressaltos e
cavados no projetil, e se houve deformações acidentais, propositais ou
sofridas por meio de impacto);
9) ________ (Se o projetil foi disparado por meio da arma de fogo XXX);
10)________ (outros quesitos que o Encarregado julgar pertinentes à apuração);
11)Outros quesitos que o perito responsável julgue relevantes.

Atenciosamente,
(posto, quadro, nome do Encarregado).
Encarregado do IPM

Ao Senhor Diretor do Departamento de Criminalística


Av. Nossa Senhora da Penha, 2290, Santa Luiza, Vitória/ES. CEP: 29045-402

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

OFÍCIO/_______/_____/Nº ___/20__
____ (município) /ES, ___ (dia) de ____ (mês) de 20__.
Referência (se for o caso): _____
Anexo: Cópia da Portaria de IPM nº ____, _______ (outros documentos que o
Encarregado entender importantes ao cumprimento da precatória).

Senhor Comandante,
No exercício das atribuições de Autoridade de Polícia Judiciária Militar a mim
delegadas pelo ________ (identificação da autoridade de polícia judiciária militar
delegante), por meio da Portaria de Inquérito Policial Militar nº ____/20__, solicito a
Vossa Senhoria que seja designado um Oficial para o fim específico de inquirir
__________ (posto/graduação, nome do militar a ser inquirido, RG/NF), que se
encontra servindo nessa Unidade (ou residindo - endereço completo), que figura
como __________ (testemunha, ofendido ou indiciado) no aludido Inquérito, cujo
prazo para conclusão se expira em ________. Para tanto, segue o rol de perguntas
a serem realizadas:

1) ________ (perguntas a serem formulados pelo Encarregado);


2) ________;
3) Outras perguntas que o oficial deprecado julgar de interesse aos autos.

Respeitosamente,

(posto, quadro, nome do Encarregado).


Encarregado do IPM

Ao Senhor Comandante do (a) _____ (OME)


____________ (Endereço da OME)

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão
____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

PORTARIA Nº ____/20__ - ___ (OME)

TERMO DE ENCERRAMENTO DO __º VOLUME

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de dois mil e _______, nesta cidade de
______/ES, às fls. ____ (citar a folha correspondente a este termo que encerra o
volume), faço o encerramento deste volume, do que, para constar, lavrei o presente
termo.

(posto/graduação, quadro, nome do Escrivão).


Escrivão do IPM

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
125

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


POLÍCIA MILITAR
“Policial Militar, herói protetor da sociedade”.

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR


PORTARIA N° ____/20__ - (OME)

Encarregado:
(Posto, quadro, nome do Encarregado, RG/NF).

Ofendido:
(O mesmo registrado na autuação)

Indiciado:
(O mesmo registrado na autuação)

TERMO DE ABERTURA DO ___º VOLUME

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de dois mil e _______, nesta cidade de
______/ES, dou início, às fls. ____ (citar a folha correspondente a este termo que
inaugura o novo volume), a este volume, do que, para constar, lavrei o presente
termo. Eu, _________ (posto/graduação, quadro, nome do Escrivão, RG/NF),
servindo de Escrivão (a), digitei e assino.

Escrivão (a)

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
126

APÊNDICE C – MODELO DE PROCEDIMENTO DE DESERÇÃO

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


POLÍCIA MILITAR
“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

PROCEDIMENTO DE DESERÇÃO
PORTARIA N° ____/20__ - (OME)
(nº sequencial da OME)

Encarregado:
(Posto, quadro, nome do Encarregado, RG/NF).

Desertor:
(Posto/graduação, quadro, nome do desertor, RG/NF).

AUTUAÇÃO

Aos ____ dias do mês de _____ do ano de dois mil e _______, nesta cidade de
______/ES, autuo os documentos que se seguem, do que, para constar, lavrei o
presente termo. Eu, Encarregado, digitei e assino.

Encarregado
127
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão

____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

CI/PMES/ (padrão da OME) Nº ___/___ (Nº/ANO)


_______, __ de _____ de ____ (bairro e data).

Anexo: (documento, escala de serviço, relatório de serviço, termo de diligência, etc).

Senhor Comandante,

Encaminho a presente PARTE DE AUSÊNCIA do ____________ (posto/ graduação


e nome/RG/NF do militar ausente), pois este deveria ter comparecido para ______
(fato, motivo legal, ato de serviço ao qual deveria ter comparecido, data da falta e
prazo de ausência), informando que até o momento este comando não recebeu
informação do ausente ou terceiro sobre o motivo da ausência, mesmo após
diligências no sentido de localizar o militar ausente, conforme termo e demais
documentos em anexo.

Respeitosamente,

________ (Comandante Imediato do militar ausente) - ______ (posto)


RG _______/ NF________- Comandante do ______ (setor/OME)

Ao Senhor
(Nome/posto do Comandante da OME)
Comandante do (a) _____ (OME)
_____ (Município) /ES

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
128
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão

____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

TERMO DE DILIGÊNCIA

Aos ___ dias do mês de ____ do ano de ____ (d/m/ano atuais por extenso),
prossegui até ______ (endereço completo do militar ausente. Ex: rua, nº, apto,
bairro, município, cep, referência), onde reside o _______ (posto/graduação e
nome/RG/NF do militar ausente).
No endereço o referido militar não foi encontrado e tampouco foi informado por seus
familiares/vizinhos identificados _________ (qualificação de quem consta no
endereço ou vizinho) o seu paradeiro (ou foi informado que o militar se encontra no
________ endereço completo), para onde prossegui, e também não foi informado
sobre seu paradeiro por _________ (qualificação de quem consta no endereço).
Diante da impossibilidade da localização do ausente, dei por encerrada a presente
diligência, do que, para constar, lavrei o presente termo, que vai assinado por mim,
Encarregado da diligência, e pela(s) testemunha(s).

______ (posto/graduação/nome do comandante Imediato do militar ausente)


RG _______/NF________- Comandante do _____ (setor/OME)

______ (posto/graduação/nome da Testemunha)


RG _______/NF________- Testemunha

______ (posto/graduação/nome da Testemunha)


RG _______/NF ________- Testemunha

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
129
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão

____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

DESIGNAÇÃO DE INVENTÁRIO

Aos ___ dias do mês de ____ do ano de ____ (d/m/ano atuais por extenso), designo
para proceder ao inventário dos bens deixados e/ou extraviados pelo _______
(posto/graduação e nome/RG/NF do militar ausente), do efetivo deste ______
(OME), que está faltando aos trabalhos desta Unidade, desde a chamada das _____
horas do dia ___/___/_____, o _______________ (posto/nome/RG/NF do Oficial
inventariante), devendo relacionar todos os materiais, tanto pertencentes à Fazenda
Pública Estadual quanto material particular deixado pelo militar, produzindo Termo
de Inventário, que deverá ser assinado por duas testemunhas.

___________ (posto/nome do comandante)


RG _______/NF________- Comandante do ____ (OME)

______ (posto/graduação/nome do designado)


RG _______/NF________- Designado do Inventário

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
130
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão

____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

TERMO DE INVENTÁRIO

Aos ___ dias do mês de ____ do ano de ____ (d/m/ano atuais por extenso), eu
______ (posto e nome/RG/NF do militar designado inventariante), designado
inventariante, com a assistência dos militares _______ (posto/graduação e
nome/RG/NF) e _______ (posto/graduação e nome/RG/NF), servindo de
testemunhas, passei a inventariar o material (indicar o local) deixado ou extraviado,
que se encontravam na posse do _______ (posto/graduação e nome/RG/NF do
militar ausente), a saber:
Materiais da Fazenda Pública Estadual: (indicar a localização)
1. _______________________
2. _______________________
3. _______________________
Materiais Particulares: (indicar a localização)
1. _______________________
2. _______________________

Do que, para constar lavrei o presente termo, que vai assinado por mim, designado
inventariante, e pelas testemunhas.

______ (posto/graduação/nome do designado)


RG _______/NF________- Designado do Inventário

______ (posto/graduação/nome da Testemunha)


RG _______/NF________- Testemunha

______ (posto/graduação/nome da Testemunha)


RG _______/NF________- Testemunha

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
131
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão

____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

DESIGNAÇÃO DA LAVRATURA DO TERMO DE DESERÇÃO

Aos ___ dias do mês de ____ do ano de ____ (d/m/ano atuais por extenso),
transcorrido o prazo de consumação do crime de deserção, designo o ________
(posto/nome/RG/NF do Oficial designado) para proceder, nos termos do art. 454 do
CPPM, à lavratura do Termo de Deserção, circunstanciadamente, do _______
(posto/graduação e nome/RG/NF do militar ausente), do efetivo deste ______
(OME), que está faltando aos trabalhos desta Unidade, desde a chamada das _____
horas do dia ___/___/_____, devendo o termo conter a qualificação do desertor,
assinatura de duas testemunhas idôneas, além das providências quanto à
publicação em boletim, acompanhando da parte de ausência.

___________ (posto/nome do comandante)


RG _______/NF________- Comandante do ____ (OME)

______ (posto/graduação/nome do designado)


RG _______/NF________- Designado da Lavratura

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
132
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão

____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

TERMO DE DESERÇÃO

Aos ___ dias do mês de ____ do ano de ____ (d/m/ano atuais por extenso), no
quartel do ______ (OME), lavro o presente Termo de Deserção, _______ (posto e
nome/RG/NF do designado), ao qual fui designado, na presença das testemunhas
_______ (posto/graduação e nome/RG/NF) e _______ (posto/graduação e
nome/RG/NF), nos termos do art. 454 do CPPM, transcorrido o prazo para
consumar-se o crime de deserção do _______ (posto/graduação e nome/RG/NF do
militar desertor), do efetivo deste ______ (OME), filho de _________ e de
___________, natural do Estado de _______, nascido em _____________, aos ___
/ ____ / ___, com endereço residencial _______ (endereço completo do militar
ausente, rua, nº, apto, bairro, município, cep, referências), conforme a parte de
deserção, incidindo no art. ____ do CPPM, (enquadrar na hipótese dos art. 187, 188
ou 192, e incisos, do CPM) que constitui o crime de deserção.
Do que, para constar lavrei o presente termo, que vai assinado pelo comandante da
unidade, por mim designado, e pelas testemunhas.

___________ (posto/nome do comandante)


RG _______/NF________- Comandante do ____ (OME)

______ (posto/graduação/nome do designado)


RG _______/NF________- Designado da Lavratura

______ (posto/graduação/nome da Testemunha)


RG _______/NF________- Testemunha

______ (posto/graduação/nome da Testemunha)


RG _______/NF________- Testemunha

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
133
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão

____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

OF/PMES/ (padrão da OME) Nº ___/___ (Nº/ANO)

_______, __ de _____ de ____ (bairro e data).

Anexo: Procedimento de Deserção nº ____, de __/__/____, num total de __ folhas.

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito,


Encaminho a Vossa Excelência, conforme o art. ___ do CPPM (verificar hipótese do
art. 454, §2º ou art. 457, se oficial ou praça), o Procedimento de Deserção nº ___, de
__/__/____, do qual consta parte de ausência, termo de inventário, termo de
deserção, publicação em boletim, alusivo ao ____________ (posto/graduação e
nome/RG/NF do militar desertor), que até o presente não se apresentou nem foi
capturado.

Atenciosamente,

(Nome/posto do Comandante da OME)


Comandante da _____ (OME)

Ao Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito


Dr. ________ (Nome do Juiz Auditor)
Juiz da Vara de Auditoria Militar Estadual
Vitória/ES

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
134
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão

____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

TERMO DE APRESENTAÇÃO (OU CAPTURA)

Aos ___ dias do mês de ____ do ano de ____ (d/m/ano atuais por extenso),
prossegui até ______ (local da captura ou apresentação do militar desertor), onde se
encontrava o _______ (posto/graduação e nome/RG/NF do militar desertor), na
presença das testemunhas _______ (posto/graduação e nome/RG/NF) e _______
(posto/graduação e nome/RG/NF), se apresentou (ou foi capturado e conduzido à
OME ___) às ____ horas, sendo este inquirido sobre os fatos da deserção,
respondeu que ____ (narrar os fatos citados). Como nada mais disse nem lhe foi
perguntado, deu-se por findo o presente termo iniciado às ______ horas e encerrado
às ______ horas do mesmo dia (ou constar o dia de início e o dia de término, se
distintos) que, depois de lido e achado conforme segue assinado pelo desertor, pelo
Oficial de Dia (ou outra autoridade militar), e pelas testemunhas.

______ (posto/graduação/nome do desertor)


RG _______/NF________- Desertor

______ (posto/graduação/nome do Oficial de Dia ou outra autoridade)


RG _______/NF________- Oficial de Dia

______ (posto/graduação/nome da testemunha)


RG _______/NF________- Testemunha

______ (posto/graduação/nome da testemunha)


RG _______/NF________- Testemunha

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)
135
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
POLÍCIA MILITAR Brasão

____(OME) da OME

“Policial Militar, herói protetor da sociedade”

OF/PMES/ (padrão da OME) Nº ___/___ (Nº/ANO)


_______, __ de _____ de ____ (bairro e data).
Anexo: Termo de Apresentação (ou Captura) do Procedimento de Deserção nº
____, de __/__/____, num total __ folhas; exame de lesão corporal do _____
(posto/graduação e nome/RG/NF do militar desertor).

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito,

Encaminho a Vossa Excelência, conforme os termos do CPPM, o Termo de


Apresentação (ou Captura) do Procedimento de Deserção nº ___, de __/__/____,
referente ao ____________ (posto/graduação e nome/RG/NF do militar desertor),
que foi recolhido ao Presídio Militar, após ser submetido ao respectivo exame de
lesões corporais.

Atenciosamente,

(Nome/posto do Comandante da OME)


Comandante da _____ (OME)

Ao Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito


Dr. ________ (Nome do Juiz Auditor)
Juiz da Vara de Auditoria Militar Estadual
Vitória/ES

___________________________________________________________________
“Polícia Militar, patrimônio do povo capixaba”
(Rodapé padrão da OME)

Você também pode gostar